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Margarida Rodrigues, nº18, 12ºB
“A mentira é simplesmente a linguagem da alma, pois, assim
como nos servimos de palavras, que são sons articulados de
uma maneira absurda, para em linguagem real traduzir os
mais íntimos     e subtis movimentos da emoção e do
pensamento , que as palavras forçosamente não poderão
nunca traduzir, assim nos servimos da mentira e da ficção
para nos entendermos uns aos outros , o que com a verdade
própria e intransmissível, se nunca poderia fazer. ”Fernando
Pessoa
As temáticas de Fernando
                 Pessoa:
 •Fingimento artístico
    •A dor de pensar
 •A nostalgia da infância mítica

•A fragmentação do ‘’eu’’- O tédio existencial


                 Binómios :
      •Consciência/ Inconsciência

   •Pensar/ Sentir

       •Realidade/Sonho
Fingimento Artístico
                      Criação Poética




                        Fingimento




 O poema não traduz aquilo que o poeta sente , mas sim aquilo
 que imagina a partir do que anteriormente sentiu. O poeta é
 pois um fingidor, que escreve uma emoção fingida
 , pensada, por isso fruto da razão e da imaginação, e não a
 emoção sentida pelo coração, que apenas chega ao poema
 transfigurada,      na      tal     emoção       trabalhada
 poeticamente, imaginada.
Fingimento
 Artístico portanto, que
        É
         teoria que diz
                        a

             aquilo que se
             escreve não é o
             que se sente mas o
             que se pensa que
             se sente, logo, não
             se sente, só se
             pensa.
‘Autopsicografia’                    ‘Isto’



  *Explicita  a condição do
  poeta, ‘ o poeta é um          *Clarificação do verdadeiro
  fingidor’;                     sentido do fingimento         :
  *Subordinação            dos   ‘’sinto com a imaginação ‘’ ;
  sentimentos                à   * A criação poética implica
  razão, imprescindível no ato   a conceção de novas
  poético , conduz          ao   relações distanciando-se do
  movimento cíclico da arte :    real, o que se pode entender
  Sentir , Pensar , Criar.
                                 como fingimento artístico
‘’Não: não digas nada!     Começa com um apelo. O
      Ao longo do        Supor o que dirá         silêncio é o nada, mas é também
        poema a          A tua boca velada        - de certa forma - o tudo que
      mensagem                                    não foi ainda dito: é uma forma
       parece ser
                         É ouvi-lo já             de realidade perfeita
     dirigida a um
     interlocutor :     É ouvi-lo melhor             •Fuga da realidade concreta
    Ofélia , a amada    Do que o dirias.             •Dicotomia sentir/pensar
        do poeta                                     •As palavras não exprimem o
                        O que és não vem à flor
                                                     seu verdadeiro interior
                        Das frases e dos dias.
Dicotomia      sentir
/pensar : a pureza
dos      sentimentos
                        És melhor do que tu.
sobrepõem-se       ao   Não digas nada: sê!          O sujeito lírico concebe a
exterior          que   Graça do corpo nu           ideia da sua "amante ideal“
exprime     a   fraca                               que é melhor do que ela
                        Que invisível se vê.’’      alguma vez poderá ser.
intelectualização dos
sentimentos
Dor de Pensar
Dotado de uma lucidez anormal, Pessoa, buscou
avidamente a felicidade contudo nunca a conseguiu
encontrar. ‘’ Porque cedo o torturou a fome
inextinguível de conhecer; a inteligência discursiva só
lhe deu a certeza de que <<tudo é oculto >>’’ – ou seja
ultrapassa os limites inteligíveis do Homem. Esta
consciência perturbava-o .
E ávido por alcançar a felicidade e a leveza de espirito
tentava permanecer ao nível do sensível e encontrar
um         ponto       de        equilíbrio       entre
consciência/inconsciência, uma vez que o próprio
pensamento corrompe a inconsciência, inerente
à felicidade de viver.

                                                 Vive        num         constante
                                                 sofrimento,     causado       pela
 • a racionalização em excesso
                                                 vastidão dos seus pensamentos
 • lucidez
                                                 , e por uma consciência activa
‘’Tenho tanto sentimento            Inicialmente, o sujeito poético apresenta-se
  Que é frequente persuadir-me      como um ser emocional, contudo numa
  De que sou sentimental,           análise mais profunda revela-se um ser
  Mas reconheço, ao medir-me,       racionalista , tendo por vezes a ilusão que é
  Que tudo isso é pensamento,
  Que não senti afinal.             sentimental .

 Temos, todos que vivemos,        A oposição sentir/pensar , opera-se nos pares:
 Uma vida que é vivida            vida vivida/vida pensada ; vida verdadeira/vida
 E outra vida que é pensada,      errada : entre o que ele desejaria que fosse a sua
 E a única vida que temos         vida e o que a sua vida é realmente. Ele chega à
 É essa que é dividida            conclusão que a "vida que temos" está dividida
 Entre a verdadeira e a errada.
                                  entre esses dois polos, sem nunca ser perfeita
 Qual porém é a verdadeira        como desejamos que seja.
 E qual errada, ninguém
 Nos saberá explicar;
 E vivemos de maneira             Impossibilidade de discernir qual a vida certa da
 Que a vida que a gente tem       errada. No ultimo verso esta patente a
 É a que tem que pensar. ’’       subordinação dos sentimentos à razão/pensamento.
Não sei ser triste a valer           •Incapacidade de ‘’ser’’
Nem ser alegre deveras.          •Consciência/ inconsciência dos
Acreditem: não sei ser.          outros , e a falsidade associada a
Serão as almas sinceras                          isso
Assim também, sem saber?
Ah, ante a ficção da alma     SENTIR                     PENSAR
E a mentira da emoção,
Com que prazer me dá calma
Ver uma flor sem razão        •O homem sente e pensa mas nele a razão e a
Florir sem ter coração!       emoção são mentira, pois não se podem conjugar
Mas enfim não há diferença.   •Por seu lado, a flor, nem sente nem pensa e, no
Se a flor flore sem querer,   entanto, desabrocha sem precisar de razão e de
Sem querer a gente pensa.     coração. Para a flor, florescer é um acto
O que nela é florescer        involuntário, tal como é um acto involuntário para o
Em nós é ter consciência.     homem pensar.
Depois, a nós como a ela,
Quando o Fado a faz passar,        Procura sugerir que, enquanto a morte não
Surgem as patas dos deuses         chega, devemos aproveitar cada momento
E ambos nos vêm calcar.            da vida, seja florindo inconscientemente
'Stá bem, enquanto não vêm         como uma flor, seja pensando, como é
Vamos florir ou pensar.            inevitável no homem.
• A ceifeira canta alegre, nas suas lides, e inconsciente da sua dura condição de
                     vida
                   • O sujeito poético anseia pela sua paz, e pede aos elementos impulsionadores da
  ‘’Ela canta        serenidade espiritual : o céu, a canção, e o campo que o ajudem e transportem à
                     paz . Isto durante um processo consciente
pobre ceifeira’’




                    • Frustração    em     relação     ao     passado     (os sonhos  não     se
                      concretizaram), incapacidade de viver de acordo com o momento – só
                      posteriormente se apercebe que esse momento não foi verdadeiramente vivido
                      (não       se       sente        feliz,      realizado    em     nenhum
‘’No entardecer       momento), tristeza, angústia, solidão.
   da Terra’’



                      • A "aldeia" surge como espaço de intimidade, metáfora da interioridade
                        do poeta.
                      • Sino é símbolo da passagem do tempo (doloroso),
                      • Pouca expectativa em relação ao futuro; inconformismo, procura
 ‘’Ó sino da            constante do eu; tempo dividido em fragmentos); solidão
minha aldeia’’          ansiedade, nostalgia da infância.
Bibliografia
   http://pt.scribd.com/doc/849
    78656/Fernando-Pessoa-
    analise-de-poemas
   http://12h-
    stuart.blogspot.pt/2009/10/d
    or-de-pensar-em-fernando-
    pessoa.html

   http://www.fpessoa.com.ar/
   http://www.notapositiva.com/
    trab_estudantes/trab_estuda
    ntes/portugues/portugues_tra
    balhos/fernpessoaorton.htm

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Fernando Pessoa-Ortónimo

  • 2. “A mentira é simplesmente a linguagem da alma, pois, assim como nos servimos de palavras, que são sons articulados de uma maneira absurda, para em linguagem real traduzir os mais íntimos e subtis movimentos da emoção e do pensamento , que as palavras forçosamente não poderão nunca traduzir, assim nos servimos da mentira e da ficção para nos entendermos uns aos outros , o que com a verdade própria e intransmissível, se nunca poderia fazer. ”Fernando Pessoa
  • 3. As temáticas de Fernando Pessoa: •Fingimento artístico •A dor de pensar •A nostalgia da infância mítica •A fragmentação do ‘’eu’’- O tédio existencial Binómios : •Consciência/ Inconsciência •Pensar/ Sentir •Realidade/Sonho
  • 4. Fingimento Artístico Criação Poética Fingimento O poema não traduz aquilo que o poeta sente , mas sim aquilo que imagina a partir do que anteriormente sentiu. O poeta é pois um fingidor, que escreve uma emoção fingida , pensada, por isso fruto da razão e da imaginação, e não a emoção sentida pelo coração, que apenas chega ao poema transfigurada, na tal emoção trabalhada poeticamente, imaginada.
  • 5. Fingimento Artístico portanto, que É teoria que diz a aquilo que se escreve não é o que se sente mas o que se pensa que se sente, logo, não se sente, só se pensa.
  • 6. ‘Autopsicografia’ ‘Isto’ *Explicita a condição do poeta, ‘ o poeta é um *Clarificação do verdadeiro fingidor’; sentido do fingimento : *Subordinação dos ‘’sinto com a imaginação ‘’ ; sentimentos à * A criação poética implica razão, imprescindível no ato a conceção de novas poético , conduz ao relações distanciando-se do movimento cíclico da arte : real, o que se pode entender Sentir , Pensar , Criar. como fingimento artístico
  • 7. ‘’Não: não digas nada! Começa com um apelo. O Ao longo do Supor o que dirá silêncio é o nada, mas é também poema a A tua boca velada - de certa forma - o tudo que mensagem não foi ainda dito: é uma forma parece ser É ouvi-lo já de realidade perfeita dirigida a um interlocutor : É ouvi-lo melhor •Fuga da realidade concreta Ofélia , a amada Do que o dirias. •Dicotomia sentir/pensar do poeta •As palavras não exprimem o O que és não vem à flor seu verdadeiro interior Das frases e dos dias. Dicotomia sentir /pensar : a pureza dos sentimentos És melhor do que tu. sobrepõem-se ao Não digas nada: sê!  O sujeito lírico concebe a exterior que Graça do corpo nu ideia da sua "amante ideal“ exprime a fraca que é melhor do que ela Que invisível se vê.’’ alguma vez poderá ser. intelectualização dos sentimentos
  • 8. Dor de Pensar Dotado de uma lucidez anormal, Pessoa, buscou avidamente a felicidade contudo nunca a conseguiu encontrar. ‘’ Porque cedo o torturou a fome inextinguível de conhecer; a inteligência discursiva só lhe deu a certeza de que <<tudo é oculto >>’’ – ou seja ultrapassa os limites inteligíveis do Homem. Esta consciência perturbava-o . E ávido por alcançar a felicidade e a leveza de espirito tentava permanecer ao nível do sensível e encontrar um ponto de equilíbrio entre consciência/inconsciência, uma vez que o próprio pensamento corrompe a inconsciência, inerente à felicidade de viver. Vive num constante sofrimento, causado pela • a racionalização em excesso vastidão dos seus pensamentos • lucidez , e por uma consciência activa
  • 9. ‘’Tenho tanto sentimento Inicialmente, o sujeito poético apresenta-se Que é frequente persuadir-me como um ser emocional, contudo numa De que sou sentimental, análise mais profunda revela-se um ser Mas reconheço, ao medir-me, racionalista , tendo por vezes a ilusão que é Que tudo isso é pensamento, Que não senti afinal. sentimental . Temos, todos que vivemos, A oposição sentir/pensar , opera-se nos pares: Uma vida que é vivida vida vivida/vida pensada ; vida verdadeira/vida E outra vida que é pensada, errada : entre o que ele desejaria que fosse a sua E a única vida que temos vida e o que a sua vida é realmente. Ele chega à É essa que é dividida conclusão que a "vida que temos" está dividida Entre a verdadeira e a errada. entre esses dois polos, sem nunca ser perfeita Qual porém é a verdadeira como desejamos que seja. E qual errada, ninguém Nos saberá explicar; E vivemos de maneira Impossibilidade de discernir qual a vida certa da Que a vida que a gente tem errada. No ultimo verso esta patente a É a que tem que pensar. ’’ subordinação dos sentimentos à razão/pensamento.
  • 10. Não sei ser triste a valer •Incapacidade de ‘’ser’’ Nem ser alegre deveras. •Consciência/ inconsciência dos Acreditem: não sei ser. outros , e a falsidade associada a Serão as almas sinceras isso Assim também, sem saber? Ah, ante a ficção da alma SENTIR PENSAR E a mentira da emoção, Com que prazer me dá calma Ver uma flor sem razão •O homem sente e pensa mas nele a razão e a Florir sem ter coração! emoção são mentira, pois não se podem conjugar Mas enfim não há diferença. •Por seu lado, a flor, nem sente nem pensa e, no Se a flor flore sem querer, entanto, desabrocha sem precisar de razão e de Sem querer a gente pensa. coração. Para a flor, florescer é um acto O que nela é florescer involuntário, tal como é um acto involuntário para o Em nós é ter consciência. homem pensar. Depois, a nós como a ela, Quando o Fado a faz passar, Procura sugerir que, enquanto a morte não Surgem as patas dos deuses chega, devemos aproveitar cada momento E ambos nos vêm calcar. da vida, seja florindo inconscientemente 'Stá bem, enquanto não vêm como uma flor, seja pensando, como é Vamos florir ou pensar. inevitável no homem.
  • 11. • A ceifeira canta alegre, nas suas lides, e inconsciente da sua dura condição de vida • O sujeito poético anseia pela sua paz, e pede aos elementos impulsionadores da ‘’Ela canta serenidade espiritual : o céu, a canção, e o campo que o ajudem e transportem à paz . Isto durante um processo consciente pobre ceifeira’’ • Frustração em relação ao passado (os sonhos não se concretizaram), incapacidade de viver de acordo com o momento – só posteriormente se apercebe que esse momento não foi verdadeiramente vivido (não se sente feliz, realizado em nenhum ‘’No entardecer momento), tristeza, angústia, solidão. da Terra’’ • A "aldeia" surge como espaço de intimidade, metáfora da interioridade do poeta. • Sino é símbolo da passagem do tempo (doloroso), • Pouca expectativa em relação ao futuro; inconformismo, procura ‘’Ó sino da constante do eu; tempo dividido em fragmentos); solidão minha aldeia’’ ansiedade, nostalgia da infância.
  • 12. Bibliografia  http://pt.scribd.com/doc/849 78656/Fernando-Pessoa- analise-de-poemas  http://12h- stuart.blogspot.pt/2009/10/d or-de-pensar-em-fernando- pessoa.html  http://www.fpessoa.com.ar/  http://www.notapositiva.com/ trab_estudantes/trab_estuda ntes/portugues/portugues_tra balhos/fernpessoaorton.htm