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HEMOCENTRO
CAMPINAS
CORRELAÇÃO ENTRE VOLEMIA DE DOADORES
DE SANGUE E EVENTOS ADVERSOS À DOAÇÃO
1 1
Pinto M , Addas-Carvalho M
1
Universidade Estadual de Campinas
INTRODUÇÃO
O evento adverso da doação (EAD) é resposta indesejada em doadores de sangue
(ANVISA/2015). Os doadores que experimentam algum EAD apresentam menor índice
de retorno (Bunmi 2010). A baixa volemia é apontada como um dos fatores de risco para
EAD e conhecer esta relação pode ajudar em ações de profilaxia e melhorar o índice de
retorno de doadores de sangue.
OBJETIVO
Avaliar a correlação entre volemia de doadores de sangue usando três métodos de
cálculo, e ocorrência de EAD durante a doação.
MATERIAIS E MÉTODOS
— Análise de dados antropométricos de doadores de sangue do Hemocentro de
Campinas.
— Período: 02/01/2011 a 31/12/2013.
— Cálculos de Volemia:
— Categorias com intervalo de 0,5 L em cada gênero e a porcentagem de sincope e
pré-sincope em cada categoria;
— Correlação de Pearson foi calculada com Intervalo de Confiança de 95% usando
o programa R, versão 3.2.1.
RESULTADOS
CONCLUSÃO
— Os doadores do sexo masculino apresentaram volemia maior que os do sexo
feminino com diferença estatística significativa nos três métodos de cálculo;
— A volemia está fortemente correlacionada à incidência de EAD em doadores de
sangue do sexo feminino nos três métodos utilizados e pode ser usado como valor
preditivo;
— Para os doadores do sexo masculino, a correlação volemia-EAD foi baixa.Apenas o
cálculo de volemia pelo método de Morgan apresentou significância estatística.
REFERÊNCIAS
Roback JD, Grossman BJ, Harris T, Hillyer CD. AABB: Technical Manual. 17ed. Bethesda:
AABB, 2011.
Butterworth JF. Morgan & Mikhail's Clinical Anesthesiology 5ed. New York : McGraw-Hill,
2013.
Eder AF et al. Improved safety for young whole blood donors with new selection criteria for
total estimated blood volume.TRANSFUSION 2011;51:1522-1531
Marco Conceitual e Operacional de Hemovigilância: Guia para a Hemovigilância Brasil.
B r a s í l i a , 2 0 1 5 . D i s p o n i v e l e m : h t t p : / / p o r t a l . a n v i s a . g o v. b r / w p s /
wcm/connect/fed3d60047aa99f09eca9f917d786298/Guia+Hemovigilancia+Marco+conceitual
_Anvisa2015.pdf?MOD=AJPERES
Bunmi OO, Erin NE, Bethany GC. Vasovagal Syncope and Blood Donor Return: Examination
of the Role of Experience andAffective Expectancies. Behav Modif 2010 (34) no. 2164 pag 174.
F1 - Método de Morgan
(Butterworth 2013)
♂⇒Vol = 75 x P
♀⇒Vol = 65 x P
F3 – Método de Nadler
(Eder 2011)
♂⇒Vol = 0,3669 × A
3
+ 0,03219 x P + 0,6041
♂⇒Vol = 0,3561 × A
3
+ 0,03308 x P + 0,1833
F2 – Método AABB 17ed
♂⇒Vol = 2740 ×
3600
♀⇒Vol = 2370 ×
3600
A x P
A x P
Sexo Fem.:
Correlação
-0,89
p<0,001
Sexo Masc.:
Correlação
-0,52
p=0,018
Sexo Fem.:
Correlação
-0,84
p=0,009
Sexo Masc.:
Correlação
-0,51
p=0,132
Sexo Fem.:
Correlação
-0,95
p<0,001
Sexo Masc.:
Correlação
-0,32
p=0,318
— Distribuição: Doadores do Sexo Masculino representaram 60,5% do total, dos quais
2% apresentaram EAD versus 39,5% do Sexo Feminino com 4,5% de EAD;
— Atabela 1 mostra os dados em média e desvio padrão. P-value é 0,000 comparando
os sexos nos três métodos e comparando os três métodos dois a dois.
—As Correlações entre volemia e EA para o sexo Feminino foram: -0,89 (p<0,001); -
0,84 (p=0,009); -0,95 (p<0,001) para as fórmulas F1, F2 e F3 respectivamente. Para o
sexo Masculino foram: -0,52 (p=0,018); -0,51 (p=0,132); -0,32 (p=0,318).
— A distribuição da volemia dos doadores do sexo masculino e feminino são
estatisticamente diferentes (teste t pareado de student; p=0,000).
Tabela 1 - Comparação de
volemias calculadas dos doadores
Método Feminino Masculino
Morgan 4,5 (0,9) 5,9 (1,1)
AABB 4,2 (0,4) 5,5 (0,6)
Nadler 4,1 (0,5) 5,3 (0,6)

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  • 1. HEMOCENTRO CAMPINAS CORRELAÇÃO ENTRE VOLEMIA DE DOADORES DE SANGUE E EVENTOS ADVERSOS À DOAÇÃO 1 1 Pinto M , Addas-Carvalho M 1 Universidade Estadual de Campinas INTRODUÇÃO O evento adverso da doação (EAD) é resposta indesejada em doadores de sangue (ANVISA/2015). Os doadores que experimentam algum EAD apresentam menor índice de retorno (Bunmi 2010). A baixa volemia é apontada como um dos fatores de risco para EAD e conhecer esta relação pode ajudar em ações de profilaxia e melhorar o índice de retorno de doadores de sangue. OBJETIVO Avaliar a correlação entre volemia de doadores de sangue usando três métodos de cálculo, e ocorrência de EAD durante a doação. MATERIAIS E MÉTODOS — Análise de dados antropométricos de doadores de sangue do Hemocentro de Campinas. — Período: 02/01/2011 a 31/12/2013. — Cálculos de Volemia: — Categorias com intervalo de 0,5 L em cada gênero e a porcentagem de sincope e pré-sincope em cada categoria; — Correlação de Pearson foi calculada com Intervalo de Confiança de 95% usando o programa R, versão 3.2.1. RESULTADOS CONCLUSÃO — Os doadores do sexo masculino apresentaram volemia maior que os do sexo feminino com diferença estatística significativa nos três métodos de cálculo; — A volemia está fortemente correlacionada à incidência de EAD em doadores de sangue do sexo feminino nos três métodos utilizados e pode ser usado como valor preditivo; — Para os doadores do sexo masculino, a correlação volemia-EAD foi baixa.Apenas o cálculo de volemia pelo método de Morgan apresentou significância estatística. REFERÊNCIAS Roback JD, Grossman BJ, Harris T, Hillyer CD. AABB: Technical Manual. 17ed. Bethesda: AABB, 2011. Butterworth JF. Morgan & Mikhail's Clinical Anesthesiology 5ed. New York : McGraw-Hill, 2013. Eder AF et al. Improved safety for young whole blood donors with new selection criteria for total estimated blood volume.TRANSFUSION 2011;51:1522-1531 Marco Conceitual e Operacional de Hemovigilância: Guia para a Hemovigilância Brasil. B r a s í l i a , 2 0 1 5 . D i s p o n i v e l e m : h t t p : / / p o r t a l . a n v i s a . g o v. b r / w p s / wcm/connect/fed3d60047aa99f09eca9f917d786298/Guia+Hemovigilancia+Marco+conceitual _Anvisa2015.pdf?MOD=AJPERES Bunmi OO, Erin NE, Bethany GC. Vasovagal Syncope and Blood Donor Return: Examination of the Role of Experience andAffective Expectancies. Behav Modif 2010 (34) no. 2164 pag 174. F1 - Método de Morgan (Butterworth 2013) ♂⇒Vol = 75 x P ♀⇒Vol = 65 x P F3 – Método de Nadler (Eder 2011) ♂⇒Vol = 0,3669 × A 3 + 0,03219 x P + 0,6041 ♂⇒Vol = 0,3561 × A 3 + 0,03308 x P + 0,1833 F2 – Método AABB 17ed ♂⇒Vol = 2740 × 3600 ♀⇒Vol = 2370 × 3600 A x P A x P Sexo Fem.: Correlação -0,89 p<0,001 Sexo Masc.: Correlação -0,52 p=0,018 Sexo Fem.: Correlação -0,84 p=0,009 Sexo Masc.: Correlação -0,51 p=0,132 Sexo Fem.: Correlação -0,95 p<0,001 Sexo Masc.: Correlação -0,32 p=0,318 — Distribuição: Doadores do Sexo Masculino representaram 60,5% do total, dos quais 2% apresentaram EAD versus 39,5% do Sexo Feminino com 4,5% de EAD; — Atabela 1 mostra os dados em média e desvio padrão. P-value é 0,000 comparando os sexos nos três métodos e comparando os três métodos dois a dois. —As Correlações entre volemia e EA para o sexo Feminino foram: -0,89 (p<0,001); - 0,84 (p=0,009); -0,95 (p<0,001) para as fórmulas F1, F2 e F3 respectivamente. Para o sexo Masculino foram: -0,52 (p=0,018); -0,51 (p=0,132); -0,32 (p=0,318). — A distribuição da volemia dos doadores do sexo masculino e feminino são estatisticamente diferentes (teste t pareado de student; p=0,000). Tabela 1 - Comparação de volemias calculadas dos doadores Método Feminino Masculino Morgan 4,5 (0,9) 5,9 (1,1) AABB 4,2 (0,4) 5,5 (0,6) Nadler 4,1 (0,5) 5,3 (0,6)