A abdicação de D. Pedro I levou ao período regencial no Brasil entre 1831-1840. Neste período, uma rebelião popular conhecida como Balaiada eclodiu no Maranhão entre 1838-1841 devido à crise econômica e às condições de miséria e opressão da população. A revolta foi liderada por Raimundo Gomes, Balaio e Cosme Bento e visava combater a elite local e as injustiças sociais, porém não teve um projeto político definido.
A Balaiada, rebelião no Maranhão liderada por artesão conhecido como Balaio
1.
2. A abdicação ao trono por D. Pedro I, em
1831, gerou a formação do período regencial no
Brasil, que aconteceu entre os anos de 1831 e
1840. Esse período ficou marcado pela ausência de
um imperador no controle político e também pelas
rebeliões provinciais que aconteceram em diversas
províncias. A balaiada foi uma dessas rebeliões.
A chamada "Balaiada" foi uma revolta
ocorrida no Maranhão entre 1838 e 1841, durante o
período regencial.
3. As causas da revolta estão
relacionadas às condições de miséria e
opressão que a população pobre da região
estava submetida.
Nesta época, a economia agrária do
Maranhão atravessava um período grande
de crise. A principal riqueza produzida na
província, o algodão, sofria forte
concorrência no mercado internacional, e
com isso, o produto perdeu preço e
compradores no exterior
4. As camadas sociais que mais
sofriam com a situação eram os
trabalhadores livres, camponeses,
escravos, etc.
A miséria, a fome, a escravidão e os
maus tratos constituíram os principais
fatores de descontentamento da
população que motivou essas camadas
sociais para a luta contra as injustiças
sociais. A classe média maranhense
também estava insatisfeita politicamente
5. A Balaiada não tinha uma organização
consistente, nem um projeto político definido. Não tinha
um movimento único e harmônico. Foi um conjunto de
lutas marcadas pelo desejo de vingança social contra
os poderosos da região.
6. Em 13 de dezembro de 1838, um grupo de
vaqueiros liderados por Raimundo Gomes e
apoiados pela Guarda Nacional – destacamento
formado por cidadãos “normais”, que não tinham
treinamento militar – invadiu a cadeia de Vila da
Manga, que era sub-presidida por José Egito, de
orientação conservadora.
A intenção de Raimundo Gomes era libertar
seu irmão, que havia sido preso sem um bom motivo
aparente, além de também libertar outros presos
que ali estavam na mesma condição.
7. O Maranhão possuía dois partidos.
Os Bem-te-vis, liberais, eram perseguidos politicamente
pelos Cabanos, conservadores, que estavam no poder e
tinham o apoio do governo central. Quando o irmão de
Raimundo Gomes, foi preso, desencadeou-se a revolta
que rapidamente espalhou-se pela província.
Os bem-te-vis tentaram se aproveitar
politicamente da revolta, mas as condições sociais
desfavoraveís fizeram com que o movimento escapasse
do controle das elites e assumisse um perfil popular que
deixou os grupos dominantes em pânico. Os bem-te-vis
recuaram e tentaram uma conciliação com o governo
central. A liderança passou para as mãos populares de
um pobre fabricante de balaios.
8. O primeiro deles, Raimundo Gomes, foi o responsável
por mobilizar um grupo de artesãos, vaqueiros e escravos,
logo depois de ter seguido ordens de um opositor político de
um determinado fazendeiro e libertado um grupo de vaqueiros
aprisionados em Vila da Manga.
O segundo líder, um artesão chamado Manoel dos
Anjos Ferreira, vulgarmente conhecido como Balaio, iniciou
suas lutas contra as autoridades provincianas depois de
acusar um dos oficiais, o senhor Antônio Raymundo
Guimarães, de ter abusado sexualmente de suas filhas. Esse
foi um dos fortes motivos que fez com que Balaio buscasse
conseguir vários membros que aderissem a sua causa e junto
a esses revoltosos conseguissem obter o controle da cidade
de Caxias. Esse movimento foi visto como uma forte ameaça
àqueles que possuíam certos privilégios econômicos.
9. Para completar o trio de revoltosos, no mesmo
ano o negro Cosme Bento de Chagas reuniu 3 mil
escravos fugidos e obteve o apoio de todos eles, o
que trouxe a revolta traços raciais que poderiam ser
facilmente relacionados a questão de desigualdade
existente no local.
10. A revolta só veio a ter um final pacífico quando
o imperador anistiou os revoltosos sobreviventes, e
mesmo assim os maranhenses ainda tiveram que
conviver com a miséria em decorrência da crise do
algodão.
Todos os negros fugidos que receberam
acusação de ter participado do movimento tiveram
como castigo sua reescravização, voltando a fazer
trabalho forçado novamente. O Vaqueiro Raimundo
faleceu quando estava sendo deportado. Cosme
Bento, líder dos escravos, foi preso e teve sua
condenação a forca decretada, no ano de 1842.
11. Balaio é um tipo de cesta;
A revolta tem esse nome pois um de seus
principais lideres era conhecido como balaio
(produzia balaios);
Hoje em dia, no Maranhão, existe um memorial da
Balaiada;
Os principais participantes da Balaiada foram
pobres, escravos, negros, vaqueiros, sertanejos,
etc;
O combate aos balaios foi duro e violento. A
perseguição só terminou em 1841, quando tinham
morrido cerca de 12 mil sertanejos e escravos.