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Programa de qualificação a distância 
para o desenvolvimento do Turismo 
Curso de Segmentação do Turismo: 
Conceitos básicos 
Apoio à comercialização de produtos 
Florianópolis, 2009 
Venda Proibida
B823e Brasil. Ministério do Turismo. Secretaria de Políticas de Turismo 
Conceitos básicos e apoio à comercialização de produtos segmentados / 
Ministério do Turismo. – [Brasília] : o Ministério : Florianópolis : 
SEAD/UFSC, 2009. 
208 p. 
Programa de Qualificação a Distância para o Desenvolvimento do 
Turismo: Curso de Segmentação do Turismo 
Inclui bibliografia 
ISBN: 978-85-7426-092-1 
1. Segmentação. 2. Segmento de oferta. 3. Segmento de demanda. 
4. Comercialização do produto segmentado. 
I. Universidade Federal de Santa Catarina. Secretaria de Educação a 
Distância. II. Título. 
CDU: 380.8 
Catalogação na publicação por: Onélia Silva Guimarães CRB-14/071
Governo Federal 
PRESIDENTE DA REPÚBLICA 
Luiz Inácio Lula da Silva 
VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA 
José Alencar Gomes da Silva 
Ministério do Turismo 
MINISTRO DE ESTADO DO TURISMO 
Luiz Eduardo Pereira Barretto Filho 
SECRETÁRIO NACIONAL DE POLÍTICAS DE TURISMO 
Airton Pereira 
DIRETOR DO DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAÇÃO, ARTICULAÇÃO E 
ORDENAMENTO TURÍSTICO 
Ricardo Martini Moesch 
COORDENADORA-GERAL DE SEGMENTAÇÃO DO TURISMO 
Rosiane Rockenbach 
SECRETÁRIO NACIONAL DE PROGRAMAS DE DESENVOLVIMENTO DO TURISMO 
Frederico Silva da Costa 
DIRETORA DE QUALIFICAÇÃO, CERTIFICAÇÃO E DE PRODUÇÃO ASSOCIADA AO 
TURISMO 
Regina Cavalcante 
COORDENADORA-GERAL DE PROJETOS DE ESTRUTURAÇÃO DO TURISMO EM 
ÁREAS PRIORIZADAS 
Katia Terezinha Patrício da Silva 
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) 
REITOR 
Prof. Alvaro Toubes Prata 
VICE-REITOR 
Prof. Carlos Alberto Justo da Silva 
Secretaria de Educação a Distância (SEaD) 
COORDENAÇÃO GERAL 
Prof. Cícero Ricardo França Barboza 
COORDENAÇÃO FINANCEIRA 
Prof. Vladimir Arthur Fey 
Fundação de Amparo à Pesquisa e Extensão Universitária (FAPEU) 
DIRETORIA EXECUTIVA 
Prof. Pedro da Costa Araújo - Superintendente Geral 
Prof. Cleo Nunes de Souza - Diretor Geral 
Prof. Gilberto Vieira Ângelo - Diretor Administrativo 
Profa. Elizabete Simão Flausino - Diretora Financeira
Equipe técnica - Conteúdo 
COORDENAÇÃO GERAL 
Rosiane Rockenbach 
Wilken Souto 
COORDENAÇÃO TÉCNICA 
Priscilla Grintzos 
Responsabilidade Técnica pelo Conteúdo Conceitos Básicos 
EQUIPE TÉCNICA 
Alice Souto Maior 
CONSULTORIA 
Steven Albuquerque 
COLABORADORES 
Ana Lúcia Félix de Souza 
Anna Paola Alleone Luksevicius Montenegro 
Bruno Wendling 
Helenize Fernandes 
Ítalo Mendes 
Paula Regina da Silva 
Rodrigo Ramiro 
Sáskia Lima 
Responsabilidade Técnica pelo Conteúdo 
Apoio à comercialização de produtos segmentados 
EQUIPE TÉCNICA 
Alice Souto Maior 
Fabiana Oliveira 
CONSULTORIA 
Steven Albuquerque 
COLABORADORES 
Ana Lúcia Félix de Souza 
Anna Paola Alleone Luksevicius Montenegro 
Bruno Wendling 
Francesca Tomaselli 
Ítalo Mendes 
Laura Marques 
Márcia Godinho 
Michelle Ximenes 
Paula Regina da Silva 
Jurema Monteiro 
Rodrigo Ramiro 
Sáskia Lima
Equipe Técnica SEaD/UFSC/FAPEU 
PLANEJAMENTO EDUCACIONAL E SUPERVISÃO DE LINGUAGEM 
Ana Luzia Dias Pereira 
DESIGN INSTRUCIONAL 
Agnes Sanfelici 
Débora Inácio Nascimento 
Maria Herminia Schenkel 
DESIGN GRÁFICO 
Juliana Cristina Carboni 
Marcio Augusto Furtado da Silva 
Max Vartuli 
REVISÃO TEXTUAL 
Rosângela Santos de Souza 
SUPERVISÃO EDUCACIONAL 
Karine Pereira Goss 
VIDEOAULA E TELECONFERÊNCIAS 
Áureo Moraes 
Dauro Veras 
Delmar dos Santos Gularte 
João Gabriel Lucchese Zanatta 
Jonatan Jumes 
Julia dos Santos Damásio 
Mauro Flores 
PORTAL DE CURSO E AMBIENTE VIRTUAL DE ENSINO E APRENDIZAGEM 
Tecnologia da Informação Apoio Pedagógico 
Maicon Barzotto Amanda Machado Chraim 
Murillo Lagranha Flores Ana Maria Elias Rodrigues 
Rosemeri Maria Pereira Juliana Schumacker Lessa 
Karin Rodrigues Moritz 
Suporte Técnico Serviços Administrativos e Monitoria 
Akhnaton Nunes Rebelo Dilton Ferreira Júnior 
Rafael Michels Motta Camila Napoleão 
Rafael Santos Barboza Francielly Moreira Tierri 
Wilton José Pimentel Filho Newton Knabben Filho 
Secretária 
Elisabete Bonatto
Ministério do Turismo
É com grande satisfação que o Ministério do Turismo oferece o terceiro curso do Programa de Quali-ficação 
a Distância para o Desenvolvimento do Turismo, dessa vez integrado às ações do Programa de 
Estruturação de Segmentos Turísticos, contemplado no Plano Nacional de Turismo 2007-2010: uma 
viagem de inclusão. 
O curso apresenta a Segmentação como estratégia de mercado para a inovação de produtos turísticos 
por meio da valorização e caracterização dos diversos elementos que conferem identidade à oferta tu-rística 
brasileira bem como trata de variáveis e peculiaridades da demanda. 
O turismo é considerado um dos principais impulsionadores da economia moderna e uma das atividades 
humanas mais dinâmicas da última década. O aumento do tempo livre, a redução do custo do transporte 
aéreo, a facilidade de viajar fazem com que as pessoas usufruam cada vez mais desta atividade. Além de 
movimentar bilhões de dólares, o turismo proporciona oportunidades integradas no campo social, políti-co, 
cultural e ambiental, contribuindo para a redução das desigualdades regionais e distribuição de renda. 
O que se percebe, atualmente, é que com os avanços tecnológicos, principalmente no campo da infor-mação, 
o turista está mais exigente, bem-informado e autônomo, em busca de experiências marcantes e 
da realização de desejos e sonhos, valorizando ainda mais o conhecimento e a cultura. A segmentação, 
como forma de organizar o turismo para fins de planejamento, gestão, promoção e comercialização, 
pode ser uma estratégia de inovação de produtos e serviços, propiciando experiências únicas aos con-sumidores. 
Para tanto, torna-se essencial a constante busca pela qualidade e o aperfeiçoamento dos 
serviços e produtos a serem ofertados ao mercado consumidor. 
É por isso que o Ministério do Turismo atua como indutor da promoção da qualidade e da diver-sificação 
dos produtos turísticos, por meio do Programa de Qualificação Profissional e Empresa-rial 
do Turismo com base nas demandas do setor privado e dos diversos atores envolvidos com o 
desenvolvimento do turismo brasileiro, visando sempre aumentar a satisfação do turista. 
Assim, o Curso de Segmentação do Turismo a distância tem por objetivo, além da disseminação de 
conhecimento, fornecer subsídios para que a iniciativa privada, gestores públicos e demais atores envol-vidos 
diretamente com a atividade turística atuem conjuntamente na formatação de produtos turísticos 
segmentados. O objetivo é claro: aumentar os índices de competitividade dos destinos turísticos brasi-leiros 
no mercado nacional e internacional. 
Acreditamos que a realização dos cursos do Programa de Qualificação a Distância para o Desenvol-vimento 
do Turismo, em parceria com a Universidade Federal de Santa Catariana, consiste em uma 
iniciativa inovadora e exitosa, a medida que contribui para difusão das diretrizes políticas e operacionais 
necessárias para a gestão e implementação de ações para o desenvolvimento e diversificação da oferta 
turística em cada região do País . 
Esperamos que todos aproveitem ao máximo a oportunidade, pois a disseminação do conhecimento 
sobre segmentação do turismo é passo fundamental para estruturação, promoção e consolidação de 
produtos e destinos de excelência! 
Bem vindos ao curso de Segmentação do Turismo. 
Luiz Eduardo Pereira Barretto Filho 
Ministro de Estado do Turismo
Universidade Federal de Santa Catarina
O conhecido adágio “O Brasil é o país do futuro” – com seu irônico complemento implícito, “e 
sempre será” – poderia fazer sentido há algum tempo se aplicado ao turismo. Nos anos mais re-centes, 
já não faz mais. País de extraordinária diversidade biológica, paisagística, cultural e histó-rica, 
o gigante da América do Sul costumava ficar em segundo plano nas principais rotas turísticas 
internacionais. Este quadro de subutilização do potencial está se transformando rapidamente, 
graças a uma série de iniciativas articuladas de profissionalização da atividade, envolvendo parce-rias 
entre o setor público e o privado. 
Afinal, turismo não se faz só com belas paisagens. Um conjunto de ingredientes é vital para fazer 
com que a atividade dinamize a geração de emprego e renda: boa infraestrutura de transporte, hos-pedagem, 
saneamento, comunicação e segurança; divulgação adequada; e tão importante quanto 
os demais, o comprometimento com a educação, em especial a qualificação permanente dos pro-fissionais 
do setor. Tais investimentos são significativos, é certo, mas se justificam diante do grande 
retorno social da atividade. 
Em 2007, o número de desembarques turísticos no mundo atingiu 898 milhões, 6% a mais em 
relação ao ano anterior, estima a Organização Mundial de Turismo (UNWTO). Foi o quarto ano 
consecutivo de crescimento da atividade, que desde 1950 avança em média 6,5% ao ano. No Bra-sil, 
em 2007, desembarcaram 5 milhões de passageiros estrangeiros – Argentina, Estados Unidos 
e Portugal lideram o ranking de países emissores. Os gastos de turistas estrangeiros em visita ao 
País alcançaram o recorde de US$ 4,953 bilhões, um incremento de 14,76% em relação a 2006. 
Transformar a atividade em instrumento eficaz de inclusão social é uma das principais metas 
do Programa de Qualificação a Distância para o Desenvolvimento do Turismo, promovido pelo 
Ministério do Turismo em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Pela 
primeira vez no País, uma política de turismo enfatiza essa preocupação e dá a devida importân-cia 
também ao turismo interno. Mais que isso, dispõe de instrumentos legais e fiscais para que a 
inclusão não fique apenas na retórica. 
Por meio de quatro Cursos de Extensão Universitária, gratuitos e realizados a distância, o Pro-grama 
oferta 9 mil vagas para gestores de turismo em todo o território nacional. 
O rol de beneficiados com o Programa inclui os estudantes e aposentados, que poderão conhecer 
o Brasil a preços razoáveis; os trabalhadores do setor, que terão melhor qualificação profissional; 
os desempregados, que ganharão novas opções de trabalho; o setor turístico, que terá a possibi-lidade 
de gerar mais renda, e o governo, que terá ampliada a arrecadação de tributos. Assim, a 
UFSC, por meio da Secretaria de Educação a Distância (SEaD), cumpre o seu papel de levar rele-vantes 
atividades de ensino e aprendizagem para além dos limites das suas salas de aula. O País do 
futuro está sendo construído agora, com trabalho e competência. 
Boa viagem! 
Alvaro Toubes Prata 
Reitor da Universidade Federal de Santa Catarina
Apresentação
Caro Aluno, 
Você está iniciando o curso Segmentação do Turismo, promovido pelo 
Ministério do Turismo, realizado pela Fundação de Amparo à Pesquisa e 
Extensão Universitária (FAPEU) com o apoio da Secretaria de Educação a 
Distância (SEaD) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). 
O Curso será realizado em 7 semanas, contabilizando o total de 90 ho-ras- 
aula, sendo 10 horas/aula de Ambientação Virtual e 80 horas/aula de 
conteúdo. Durante este período, você contará com o apoio de uma equi-pe 
especializada para assisti-lo: o Sistema de Apoio ao Aluno a Distância, 
formado por Monitores e Tutores. 
Para iniciar seu estudo, você recebeu um kit didático composto por um 
livro e uma videoaula em DVD. Além desse kit, encontram-se à sua dis-posição 
outros recursos educacionais também muito importantes para o 
desenvolvimento do estudo à distância. São eles: 
•• Teleconferência 
•• Fóruns 
•• Lição Virtual 
•• Enquetes 
•• Biblioteca Virtual 
•• Biblioteca Participativa 
•• Banco de Boas Práticas, Banco de Roteiros e Banco de Plano de 
Negócios 
Vale ressaltar que todos esses recursos estarão disponíveis no Ambiente 
Virtual de Ensino e Aprendizagem (AVEA). O AVEA é o Ambiente Virtual 
em que serão desenvolvidas todas as atividades didático-pedagógicas pro-gramadas 
para este Curso. 
Assistindo o vídeo do estudante, que está disponibilizado no AVEA, você 
terá orientações básicas sobre como estudar a distância utilizando ade-quadamente 
todos os recursos didático-pedagógicos (Bancos, Oficinas e 
Lições Virtuais, Fóruns, Enquetes etc.) disponíveis neste Curso. Preste
atenção às dicas para interagir na teleconferência, no AVEA e com o nosso 
sistema de apoio ao estudante a distância. É muito importante que você 
participe das atividades didático-pedagógicas programadas para essas 7 se-manas 
de Aula. 
Fique atento à programação do Curso. 
Aulas/Carga-horária Temática Atividades 
Semana 1 
Ambientação Virtual 
10h/a 
Orientação metodológica 
Apresentação do Curso 
Fórum de Relevância Social da 
Temática 
Fórum de Expectativas em relação ao 
Curso 
Construção do Perfil do aluno 
Teleconferência de abertura do Curso 
Semana 2 
Módulo I 
10h/a 
Conceitos Básicos 
Histórico das políticas de 
turismo e do Programa de 
Regionalização, Bases 
Conceituais ( o que é mercado, 
oferta e demanda, produto 
turístico, o que é segmentação, 
por que e como segmentar, 
sustentabilidade, etc.) Fóruns de Conteúdo 
Enquetes 
Abertura do Banco de Boas Práticas, 
do Banco de Roteiros e do Banco de 
Plano de Negócios 
Semana 3 
Módulo I 
10h/a 
Conceitos Básicos 
Roteirização Turística 
(conceituação, definição 
de região, rota e roteiro, 
metodologias aplicáveis aos 
segmentos); 
Aspectos Legais (Lei Geral 
de Turismo – relacionada à 
segmentação: cadastramento, 
fiscalização, documentos 
obrigatórios). 
Semana 4 
Módulo II 
15h/a 
Estruturação dos produtos 
segmentados do turismo 
Ecoturismo 
Turismo Cultural 
Turismo de Estudos e 
Intercâmbio 
Turismo de Pesca 
Turismo Náutico 
Enquetes 
Dúvidas frequentes 
Fóruns de Conteúdo por segmento 
Semana 5 
Módulo II 
15h/a 
Estruturação dos produtos 
segmentados do turismo 
Turismo de Aventura 
Turismo de Sol e Praia 
Turismo de Negócios e Eventos 
Turismo Rural
Semana 6 
Módulo III 
15h/a 
Apoio à comercialização de 
produtos segmentados 
O mercado turístico 
Dados e pesquisas 
Política de preços: construção 
do tarifário e comissionamento. 
Formas. Instrumentos de 
promoção (marketing, 
publicidade e propaganda, 
material promocional) do 
produto turístico 
Formas, instrumentos de 
comercialização e canais de 
distribuição do produto turístico 
Estratégias de apoio à 
comercialização (fam tour, 
press trips, etc) 
Lição Virtual (exercícios de Fixação) 
Dúvidas Frequentes 
Encerramento dos Bancos de Boas 
Práticas, do Banco de Roteiros e do 
Banco de Planos de Negócios, 
Avaliação do Curso 
Módulo III 
15h/a 
Apoio à comercialização de 
produtos segmentados 
Semana 7 Teleconferência de Encerramento 
Todas as atividades didático-pedagógicas serão apresentadas na primeira 
semana de aula, durante a Ambientação Virtual. Portanto, não deixe de 
participar ativamente dessas atividades! 
E se você tiver qualquer dúvida, por favor, entre em contato imediatamen-te 
com o nosso Sistema de Apoio! 
Atividades didático-pedagógicas 
No decorrer do Curso, como é possível verificar através da programa-ção 
do mesmo, estão previstas inúmeras atividades didático-pedagógicas 
como: Fóruns, Lição Virtual, Enquetes, Banco de Boas Práticas, Banco de 
Roteiros e Banco de Planos e Negócios. 
Fóruns 
Os fóruns são espaços de comunicação onde você pode trocar idéias sobre 
questões específicas sugeridas no Curso. Não esqueça de que você está 
inserido em um ambiente virtual e tudo o que você postar poderá ser lido 
por seus professores, tutores e colegas. 
Neste Curso serão abertos onze fóruns de conteúdo referentes aos Con-ceitos 
Básicos, Estruturação do produto turístico e Apoio à comercializa-ção 
de produtos segmentados. Não deixe de participar dessa atividade, sua 
contribuição é fundamental para o desenvolvimento e aprofundamento 
das questões referentes à segmentação do turismo.
Lição virtual 
A Lição Virtual é uma atividade que visa complementar seus estu-dos. 
Ela consiste em exercícios de escolha simples, múltipla escolha, 
completar lacunas, todos relacionados diretamente ao conteúdo que 
você está estudando e à videoaula. São exercícios especialmente pre-parados 
com o objetivo de propiciar reflexões em torno dos temas 
abordados no Curso. Lembramos que não se trata de uma atividade 
obrigatória, mas sua participação efetiva é fundamental! 
Enquetes 
A Enquete é mais um recurso educacional que será utilizado nesse Curso 
com o propósito de promover o debate e ampliar o conhecimento sobre 
questões relacionadas aos temas desenvolvidos. É uma pesquisa baseada 
em opiniões ou em um tipo de investigação educacionalmente direciona-da, 
isto é, através da enquete busca-se conhecer como o conhecimento é 
obtido, qual a visão de certas questões, etc. 
Banco de boas práticas 
O Banco de Boas Práticas é um espaço criado para que você possa 
compartilhar com seus colegas de todas as partes do território nacio-nal, 
experiências concretas sobre a estruturação do produto turístico 
e a comercialização dos produtos segmentados. Este Banco trata-se de 
um ambiente colaborativo em que é possível compartilhar casos de 
sucesso, servindo como mais uma alternativa de fonte de pesquisa. Dê 
sua contribuição para a ampliação de espaços abertos para o conheci-mento 
e a pesquisa. Participe! 
Banco de roteiros 
O Banco de Roteiros foi especialmente criado para que você possa apre-sentar 
suas propostas de roteirização turística. O objetivo desse Banco é 
criar um ambiente de pesquisa para a criação de roteiros que desenvolvam 
estratégias que agreguem valores do cidadão, de sua cultura, de sua pro-dução 
de saberes, propiciando uma atividade turística sustentável. Não 
deixe de participar dessa atividade!
Banco de planos de negócios 
O Banco de Planos de Negócios trata-se de um espaço de pesquisa destina-do 
à criação de propostas e estratégias de negócios para comercialização 
de um produto turístico. Nesse banco você terá a oportunidade de expor 
um sucinto Plano de Negócios. Aproveite essa oportunidade de ampliar e 
expandir conhecimentos! 
Biblioteca virtual e participativa 
As Bibliotecas Virtual e Participativa são dois espaços de extrema impor-tância 
no seu Ambiente Virtual de Ensino e Aprendizagem. Com elas você 
pode otimizar o seu tempo, assim como sua pesquisa. 
Visite mais este espaço do AVEA, pois através dele você poderá fazer lei-turas 
complementares, com acesso a livros, teses e outros materiais dire-tamente 
relacionados ao tema desse Curso. 
Biblioteca virtual 
É o espaço onde são publicadas leituras complementares às principais 
temáticas abordadas neste Curso: textos, artigos científicos, excertos de 
livros, teses, dissertações, apresentações, entrevistas etc, todos indicados 
pelo Ministério do Turismo. Visite sempre este espaço para aprofundar 
seus conhecimentos sobre as temáticas que mais lhe interessam! 
Biblioteca participativa 
É um espaço virtual colaborativo construído ao longo do Curso a partir 
da colaboração de todos os alunos que queiram publicar leituras comple-mentares 
diretamente relacionadas aos temas desenvolvidos no Curso. Se 
você pretende publicar algum material nesse espaço, envie-o ao seu tutor 
com a devida referência bibliográfica completa (autor, fonte, paginação, 
data de publicação). Nesse espaço você pode compartilhar materiais de 
sua autoria com os seus colegas.
Entenda a iconografia contida no livro 
O Livro constitui a base do Curso, pois aborda os principais conteúdos 
que serão aprofundados no AVEA, na Videoaula e na Teleconferência des-te 
Curso. Para uma melhor assimilação do conteúdo, sugerimos que você: 
•• utilize o material impresso de maneira integrada com os demais 
recursos didáticos, como o Ambiente Virtual de Ensino e Aprendi-zagem 
e a Videoaula; 
•• sublinhe todas as passagens que você achar importante e elabore 
seus próprios resumos; 
•• tenha o hábito de fazer esquemas e anotações ao longo do texto; 
•• anote as dúvidas que surgirem durante a leitura para esclarecê-las com 
seus colegas e professores quando você participar dos Fóruns de Con-teúdo, 
dos Blogs, do Banco de Boas Práticas, das Teleconferências etc; 
•• preste atenção no modo como seu livro está estruturado. Ele sinali-za 
informações relevantes, como representado a seguir. 
Vários ícones sinalizam a integração do material impresso com outros re-cursos 
pedagógicos e fontes de informação no Ambiente Virtual de Ensi-no 
e Aprendizagem, o AVEA, ou em referências bibliográficas. Vamos ver 
o que significam. 
Informação complementar disponível 
na internet. 
Material disponível 
na Biblioteca Virtual. 
Legislação disponível na Biblioteca 
Virtual. 
Leituras Complementares indicadas 
pelos autores 
i 
Glossário 
As palavras que aparecem coloridas no corpo do texto fazem parte do 
glossário, encontrado no final do livro.
Lembre-se: Estudar a distância demanda iniciativa e autonomia. 
Você defi ne o seu ritmo! Mas para obter bom aproveitamento é 
fundamental ter uma postura refl exiva, cooperativa e discipli-nada. 
Participe das propostas sugeridas! Questione, dê sua opi-nião, 
troque informações com seus colegas e professores! 
Acesso ao Portal do curso 
O portal do curso de Segmentação do Turismo pode ser acessado pelo 
endereço www.turismo.gov.br/ead , referente ao Programa de Qualifi - 
cação a Distância para o Desenvolvimento do Turismo. 
Você pode acessar o endereço do portal do Curso por meio do site da 
SEaD www.sead.ufsc.br.
O Portal do Curso é uma plataforma de acesso livre, aberta ao público em 
geral. Nele você encontrará informações atualizadas referentes ao Cur-so, 
como notícias, atividades, data e horário da Teleconferência, com a 
possibilidade de assisti-la e, também, informes do Ministério do Turismo. 
Através do Portal você pode acessar o AVEA, indicando seu login e senha 
de acordo com as instruções a seguir. 
Acesso ao ambiente virtual de ensino e aprendizagem 
(AVEA) do curso 
O AVEA é uma plataforma virtual de acesso restrito aos participantes des-te 
curso, professores, equipe técnica do MTur, tutores e monitores. Para 
acessar o AVEA, não esqueça do seu login e da sua senha, enviados a você 
por e-mail durante o período de matrícula.
Como acessar o AVEA 
No Portal do Curso, digite seu login e sua senha no espaço reservado para tal. 
Pronto! A nova tela que irá aparecer é o AVEA. 
Caso você tenha algum problema para acessar o AVEA, entre imediata-mente 
em contato com a nossa Monitoria.
AVEA é uma plataforma virtual de acesso restrito aos participantes deste 
curso, aos professores, à equipe técnica e administrativa e aos parceiros 
institucionais. Para acessar o AVEA, não esqueça do seu login e da sua 
senha, enviados a você por e-mail durante o período de matrícula. 
Sistema de apoio ao estudante a distância 
O Sistema de Apoio ao Estudante a Distância está organizado para re-alizar 
o acompanhamento e a avaliação do seu processo de estudo e de 
aprendizagem. Ele é formado por monitores e tutores, que irão lhe ofe-recer 
os subsídios necessários para um melhor aproveitamento do Curso. 
Horário de atendimento (segunda à sexta-feira) 
Manhã: 08h00min às 12h00min 
Tarde: 14h00min às 18h00min 
Monitoria 
Entre em contato com a monitoria caso ocorra alguma das seguintes 
situações: 
•• mudança de endereço postal ou e-mail. Até o momento de rece-ber 
o seu certificado, é fundamental que seus dados estejam sempre 
atualizados; 
•• dificuldade em acessar o AVEA, em função de problemas com lo-gins 
e/ou senhas; 
•• erro nas informações (nome completo e/ou endereço) que cons-tam 
na etiqueta da embalagem deste kit; 
•• não recebimento do kit completo do Módulo (um livro e um DVD). 
Tutoria 
Os tutores estarão à sua disposição para orientá-lo a respeito dos procedi-mentos 
para a utilização do AVEA e a realização das atividades propostas, 
inclusive a avaliação individual. 
Eles manterão uma comunicação dinâmica com você via e-mail, motivan-do- 
o a participar das atividades propostas.
Certificação 
A avaliação, como prática educativa, deve ser compreendida como um 
processo contínuo e que tem como objetivo o acompanhamento sistemá-tico 
das atividades desenvolvidas pelos alunos. 
Por esse motivo, para o processo avaliativo deste Curso estaremos levando 
em conta sua participação nas atividades como Fóruns, Enquetes, Exercí-cios 
Complementares e para favorecer a troca de experiências e o diálogo 
entre os pares a sua contribuição nos Bancos (Boas Práticas, Negócios e 
Roteiros) que se encontram no AVEA. 
Participe das atividades propostas, pois elas serão requisitos básicos para 
a sua Certificação. 
Contatos 
Secretaria de Educação a Distância 
Universidade Federal de Santa Catarina 
Rua Dom Joaquim, 757 
Centro 
CEP 88015-310 
Florianópolis – SC 
Telefone – (48) 3952-1900 
Fax: (0xx48) 39521945 e 3952-1904 
E-mail: turismo@sead.ufsc.br
Sumário
Conceitos básicos 
1. Introdução................................................................................ 30 
2. Histórico das políticas de turismo e do programa de 
regionalização.............................................................................. 32 
2.1 A Política Nacional de Turismo.................................................................................. 32 
2.2 A região turística e os produtos turísticos............................................................. 41 
3. O mercado turístico................................................................ 46 
3.1 Conceituação de mercado.......................................................................................... 46 
3.2 Análise do mercado turístico..................................................................................... 48 
4. A oferta e os produtos turísticos.......................................... 53 
4.1 Entendendo o que é produto.................................................................................... 53 
4.2 Compondo o produto turístico................................................................................. 56 
4.3 A oferta turística............................................................................................................. 59 
5. A demanda turística................................................................ 62 
6. Segmentação turística........................................................... 67 
6.1 Segmentação da demanda........................................................................................ 69 
6.2 Segmentação da oferta................................................................................................ 79 
7. A segmentação e a sustentabilidade do Turismo............. 88 
8. Aspectos legais da segmentação do Turismo.................... 91 
Apoio à comercialização de produtos 
segmentados 
1. Introdução................................................................................ 96 
2. Competitividade no mercado turístico............................... 98
3. Pesquisa de mercado e o uso da informação...................102 
3.1 A importância do diagnóstico para a segmentação.......................................103 
3.2 Exemplo de uso das informações disponíveis para a tomada 
de decisões.....................................................................................................................104 
3.3 O turismo doméstico no brasil................................................................................109 
4. Definindo as estratégias de produto.................................113 
5. Estratégias e política de preço............................................116 
5.1 Construção de preço dos produtos turísticos ...................................................117 
5.2 Composição das tarifas dos equipamentos........................................................118 
5.3 Diferentes posicionamentos de preço..................................................................120 
5.4 Sugestões para composição de tarifas.................................................................126 
6. Estratégias para o gerenciamento da distribuição ........128 
6.1 Conceitos básicos de canais de distribuição e comercialização.................128 
6.2 Canais de distribuição em turismo........................................................................131 
6.3 Sugestões para escolha dos canais de distribuição.........................................143 
7. A comunicação integrada de marketing no 
mercado turístico......................................................................145 
7.1 Propaganda ...................................................................................................................148 
7.2 Promoção de vendas..................................................................................................155 
7.3 Eventos e experiências...............................................................................................156 
7.4 Relações públicas e assessoria de imprensa .....................................................158 
7.5 Marketing direto............................................................................................................160 
7.6 Vendas pessoais............................................................................................................161 
7.7 Uso da internet como canal de divulgação do produto turístico................163 
8. Elaboração de roteiro integrado .......................................166 
9. Desenvolvimento do plano de marketing e 
comercialização.........................................................................186 
9.1 Características e história do destino ou território............................................188
9.2 Análise do ambiente externo...................................................................................189 
9.3 Análise do ambiente interno...................................................................................189 
9.4 Definição do produto e segmento de oferta.....................................................190 
9.5 Definição dos segmentos de demanda...............................................................191 
9.6 Estratégias de comercialização...............................................................................192 
9.7 Previsão de despesas..................................................................................................194 
9.8 Plano de contingência ...............................................................................................194 
9.9 Implantação, controle e acompanhamento ......................................................195 
Conclusão ...................................................................................196 
Glossário......................................................................................199 
Referências bibliográficas........................................................205
Siglas 
A&B – Alimentos e Bebidas 
CNPJ – Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica 
FGV – Fundação Getúlio Vargas 
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
MTur – Ministério do Turismo 
OMT – Organização Mundial do Turismo 
ONG – Organização Não-Governamental 
PNT – Plano Nacional de Turismo 
SEBRAE – Serviço de Apoio às Micro e Pequenas empresas 
UF – Unidade Federativa.
Conceitos básicos
30 
1. Introdução 
A permanente busca de novos produtos turísticos pelos consumidores 
tem levado a mudanças nas estratégias de planejamento, gestão e promo-ção 
do turismo, privilegiando a oferta segmentada de produtos turísticos. 
Este novo comportamento de compra tem exigido, cada vez mais, a cria-ção 
e oferta de produtos direcionados para demandas específicas, visando 
oferecer diferentes experiências para os visitantes. 
Diante disso, a segmentação da oferta turística passa a ser importante 
critério no processo de elaboração de uma estratégia para desenvolver o 
turismo em uma localidade, atraindo e agradando os diferentes perfis de 
visitantes. 
Percebemos, assim, a necessidade de criar estratégias para o desenvol-vimento 
do turismo por meio do planejamento e organização da oferta 
existente, valorizando os diversos elementos de uma região que propor-cionam 
identidade à oferta turística. 
Este curso tem como finalidade capacitar e atualizar os gestores de turis-mo 
e empresários do setor para atuar de forma competitiva, oferecendo 
subsídios para a estruturação, diversificação e qualificação da oferta turís-tica 
brasileira com foco em segmentos. 
O que pretendemos é poder ajudar os participantes no entendimento das 
principais questões que envolvem a produção segmentada de serviços tu-rísticos, 
bem como da comercialização dessa produção, atendendo às exi-gências 
cada vez mais específicas dos turistas. 
Dessa forma, iniciamos este Curso com o Módulo I, que contempla, pri-meiramente, 
um breve contexto das políticas nacionais de turismo, execu-tadas 
pelo Ministério do Turismo, com o objetivo de apresentar ao aluno 
em que momento a questão da Segmentação se insere e sua relevância 
neste contexto. Após essa contextualização, passamos, então, a trabalhar 
nas seções 3, 4 e 5, três conceitos básicos que farão parte de toda a discus-são 
durante o Curso, sendo eles: o mercado, a oferta e a demanda. O ob-jetivo 
é promover o entendimento e o alinhamento sobre esses conceitos, 
trazendo aspectos essenciais para a discussão sobre segmentação. Assim, 
a seção 6 trata do conteúdo referente à segmentação do turismo, com o 
olhar voltado para suas duas formas principais de se segmentar: pela de-manda 
e pela oferta. O aluno será levado a refletir sobre os aspectos que
31 
Conceitos básicos 
influenciam a tomada de decisão sobre o que ofertar e para quem ofertar 
seu produto turístico. 
Na seção 7, são abordados conceitos importantes sobre roteirização tu-rística, 
já que a elaboração dos produtos turísticos segmentados envolve, 
muitas vezes, um roteiro ou uma rota numa mesma região turística. Na 
seção 8, discutimos a questão da sustentabilidade e a relação com a seg-mentação, 
principalmente, do ponto de vista da oferta turística. Por fim, 
na seção 9, fazemos uma análise dos principais aspectos da Lei do Tu-rismo 
nº 11.771/08 que envolvem diretamente a prestação de serviços 
turísticos e que o aluno deve atentar para essa legislação. Seja bem vindo 
ao Curso de Segmentação do Turismo!
32 
2. Histórico das políticas de turismo e do 
programa de regionalização 
2.1 A política nacional de turismo 
2.1.1 O modelo de gestão descentralizada1 
O Plano Nacional de Turismo concebeu e o Ministério do Turismo im-plementou 
um modelo de gestão pública descentralizada e participativa. 
Essa iniciativa integrou diversas instâncias da gestão pública e da iniciativa 
privada, por meio da definição de diretrizes gerais para o desenvolvimen-to 
da atividade, nas diversas escalas territoriais e de gestão do País e da 
criação de ambientes de reflexão e discussão. 
O modelo propôs a constituição de um sistema nacional de gestão do tu-rismo 
no País composto, em nível nacional, por um núcleo formado pelo 
Ministério do Turismo, Conselho Nacional de Turismo2 e Fórum Nacio-nal 
de Secretários e Dirigentes Estaduais de Turismo3. Em âmbito estadu-al, 
os Órgãos Oficiais de Turismo, apoiados pelos Fóruns ou Conselhos 
Estaduais de Turismo4 complementam a rede de gestão descentralizada. 
1 Descentralização significa fortalecer os espaços de participação, a desconcentração física e 
política das responsabilidades na gestão dos processos, e a autonomia no planejamento. O 
modelo de gestão do Programa de Regionalização do Turismo – Roteiros do Brasil foi conce-bido 
com ênfase na ampliação da participação dos agentes dos processos, de descentraliza-ção, 
de planejamento, implementação, avaliação do desenvolvimento da atividade turística 
e estímulo à participação dos agentes locais das regiões e municípios (BRASIL, Ministério do 
Turismo. Programa de Regionalização do Turismo – Roteiros do Brasil: Introdução à Regio-nalização 
do Turismo. Brasília, 2007, p. 34). 
2 Conselho Nacional de Turismo – órgão colegiado de assessoramento superior, estruturado 
em Câmaras Temáticas, integrante da estrutura básica do Ministério do Turismo, que tem 
como atribuição, dentre outras, a proposição de ações, objetivando a democratização da ati-vidade 
turística para a geração de emprego, renda e a redução das desigualdades regionais 
(BRASIL, Ministério do Turismo. Programa de Regionalização do Turismo – Roteiros do Brasil: 
Formação de Redes. Brasília, 2007, p. 54). 
3 Fórum Nacional dos Secretários e Dirigentes Estaduais de Turismo - colegiado formado 
pelos Secretários de Estado de Turismo ou Presidentes de Órgão Estaduais de Turismo que 
se reúnem, de forma voluntária e informal, para deliberar sobre os temas relevantes do tu-rismo 
nacional, incorporando as demandas estaduais, regionais e nacionais, trazendo para 
o debate o pensamento e a ação do executivo estadual e dos Conselhos e Fóruns Estaduais 
na gestão do turismo, constituindo-se num bloco de expressão técnica e política. Atua, junto 
com o Conselho Nacional do Turismo, como órgão de assessoramento ao Ministério do Tu-rismo, 
na elaboração e implantação do Plano Nacional do Turismo e na discussão dos prin-cipais 
programas e projetos do turismo brasileiro (BRASIL, Ministério do Turismo. Programa 
de Regionalização do Turismo – Roteiros do Brasil: Formação de Redes. Brasília, 2007, p. 54). 
4 Fórum ou Conselho Estadual de Turismo - entidade de caráter propositivo, consultivo e
33 
Conceitos básicos 
No nível intermediário da gestão descentralizada, encontram-se as ins-tâncias 
de representação das cinco macrorregiões brasileiras (Norte, Nor-deste, 
Centro-Oeste, Sul e Sudeste) que discutem e dispõem sobre os te-mas 
e questões relacionados ao desenvolvimento da atividade, em área de 
abrangência que extrapola os limites dos respectivos territórios estaduais. 
Em âmbito local, os municípios, por meio de seus órgãos municipais de 
turismo, são incentivados a criar um Colegiado Local (conselho, fórum ou 
comitê municipal de turismo) e a organizarem-se em Instâncias de Gover-nança 
Regionais5, com representações do setor público, privado e sociedade 
civil organizada, possibilitando a criação de ambientes de discussão e refle-xão 
adequados às respectivas escalas territoriais, complementando, assim, o 
sistema nacional de gestão do turismo, conforme ilustração a seguir: 
Sistema Nacional de Gestão do Turismo 
Figura 1.1. Fonte: Ministério do Turismo, 2004. 
mobilizador que visa a integração de todas as instituições que compõem a cadeia produtiva 
do turismo, em cada Unidade da Federação (UF). Dentre outras funções, é responsável por 
apoiar o Órgão Oficial de Turismo das UFs na coordenação do processo de regionalização do 
turismo, em âmbito Estadual (BRASIL, Ministério do Turismo. Programa de Regionalização 
do Turismo – Roteiros do Brasil: Formação de Redes. Brasília, 2007, p. 54). 
5 Instância de Governança Regional e Local – organização representativa dos poderes pú-blico 
e privado, da sociedade e dos municípios componentes das regiões turísticas, com o 
papel de coordenar, acompanhar e gerir o processo de regionalização do turismo na região 
turística. Pode ser um Conselho, um Fórum, uma Associação, um Comitê etc. Cf. BRASIL, Mi-nistério 
do Turismo. Programa de Regionalização do Turismo – Roteiros do Brasil: Módulo 
Operacional 3: Institucionalização da Instância de Governança Regional. Brasília, 2007, p. 16).
34 
Assim constituído, o modelo de gestão descentralizada do turismo viabi-liza 
os canais de interlocução entre as diversas esferas da gestão pública e as 
diferentes escalas de representação da iniciativa privada e do terceiro setor. 
Desse modo, possibilita a implementação dos programas e ações propostos 
pelo Plano Nacional de Turismo, de forma articulada e sinérgica com o pla-nejamento 
e gestão do turismo, no âmbito das Unidades da Federação, das 
macrorregiões, das regiões turísticas e dos municípios do País. 
2.1.2 Processo de regionalização do turismo 
A transição do processo de municipalização para a regionalização do tu-rismo 
permitiu uma nova configuração na política nacional do turismo e 
possibilitou uma maior integração entre as esferas municipal e regional, ou 
seja, abriu espaço para cada município interagir, complementar e comparti-lhar 
propostas com outros municípios que compõem uma região turística. 
A partir daí, os municípios deixam de atuar isoladamente e passam a tra-balhar 
de forma integrada e cooperada, assimilando a noção de território. 
Com o lançamento do Plano Nacional de Turismo 2007/2010 – Uma Via-gem 
de Inclusão (PNT), em junho de 2007, o Programa de Regionalização 
do Turismo se consolida como estruturante e transversal. O novo PNT é 
composto por oito macroprogramas, sendo que um deles é o Macroprogra-ma 
de Regionalização do Turismo que norteia todos os outros macroprogra-mas, 
programas e ações do Plano. Ou seja, a regionalização do turismo 
ganha status dentro do PNT e se estabelece como um instrumento que con-tribui 
para o aperfeiçoamento da gestão das regiões turísticas e o alcance 
de todas as metas estabelecidas para o turismo brasileiro, até o ano de 2010. 
Dos objetivos e estratégias dos Macroprogramas do PNT 2007- 
2010 emanam diretrizes e programas que, articulados, devem 
satisfazer as demandas nacionais para a consolidação do turis-mo 
no País. Dessa forma, as seguintes metas foram estipuladas 
para o turismo no Brasil, até 2010: 
1. promover a realização de 217 milhões de viagens no merca-do 
interno; 
2. criar 1,7 milhão de novos empregos e ocupações; 
3. estruturar 65 destinos turísticos com padrão de qualidade 
internacional; 
4. gerar 7,7 bilhões de dólares em divisas.
35 
Conceitos básicos 
Para alcançar essas metas, o PNT 2007-2010 foi estruturado a partir de 
oito Macroprogramas: 
•• Macroprograma 1 – Planejamento e Gestão; 
•• Macroprograma 2 – Informação e Estudos Turísticos; 
•• Macroprograma 3 – Logística de Transportes; 
•• Macroprograma 4 – Regionalização do Turismo; 
•• Macroprograma 5 – Fomento à Iniciativa privada; 
•• Macroprograma 6 – Infraestrutura Pública; 
•• Macroprograma 7 – Qualificação dos Equipamentos e Serviços 
Turísticos; 
•• Macroprograma 8 – Promoção e Apoio à Comercialização. 
Figura 1.2. Fonte: Ministério do Turismo, PNT 2007-2010, p. 58. 
Nesse contexto, o Macroprograma de Regionalização do Turismo tem 
por objetivos até 2010: 
•• promover o desenvolvimento e a desconcentração da atividade tu-rística; 
•• apoiar o planejamento, a estruturação e o desenvolvimento das re-giões 
turísticas; 
•• aumentar e diversificar produtos turísticos de qualidade, contem-plando 
a pluralidade cultural e a diferença regional do País;
36 
•• possibilitar a inserção de novos destinos e roteiros turísticos para 
comercialização; 
•• fomentar a produção associada ao turismo, agregando valor à 
oferta turística e potencializando a competitividade dos produtos 
turísticos; 
•• potencializar os benefícios da atividade para as comunidades locais; 
•• Integrar e dinamizar os arranjos produtivos do turismo; 
•• aumentar o tempo de permanência do turista nos destinos e rotei-ros 
turísticos; 
•• dinamizar as economias regionais. 
É importante ressaltar que o Macroprograma de Regionalização do Tu-rismo 
é composto por quatro Programas, no âmbito do PNT 2007-2010. 
São eles: 
Programas do Macroprograma 4 
Figura 1.3. Fonte: Ministério do Turismo, PNT 2007/2010, p. 67. 
•• Programa de Planejamento e Gestão da Regionalização – con-templa 
desde atividades de articulação, sensibilização e mobiliza-ção, 
até a elaboração de planos estratégicos das regiões turísticas. 
Tem efetiva atuação por meio da institucionalização de Instâncias 
de Governança Regionais, na formação de redes e na monitoria e 
avaliação do processo de regionalização.
37 
Conceitos básicos 
•• Programa de Apoio ao Desenvolvimento Regional do Turismo – 
integra os Programas Regionais de Desenvolvimento do Turismo – 
PRODETUR. Visa assegurar o desenvolvimento sustentável e inte-grado, 
melhorar a qualidade de vida da população local, aumentar 
as receitas do setor e melhorar a capacidade de gestão da atividade 
em áreas de expansão e de potencial turísticos. 
•• Programa de Estruturação da Produção Associada ao Turismo 
– objetiva a identificação dos produtos associados ao turismo, arte-sanal, 
industrial, comercial e de serviços, como forma de ampliação 
e diversificação da oferta. Propõe meios de alavancar as oportunida-des 
e superar os desafios para incorporar esses produtos e adequá-los 
ao mercado e ao processo de comercialização do turismo. 
•• Programa de Estruturação dos Segmentos Turísticos – propõe o 
ordenamento e a consolidação de cada segmento, a articulação e 
o fortalecimento de suas instâncias representativas e a padroni-zação 
de referência conceitual, que juntamente com a estrutura-ção 
da produção associada ao turismo configuram a base para a 
construção de roteiros turísticos. 
Conforme o Plano Nacional de Turismo 2007-2010, o Programa 
de Estruturação dos Segmentos Turísticos é norteado por duas 
linhas estratégicas: segmentação da oferta e da demanda 
turística e estruturação de roteiros turísticos. Este Programa 
contribui, entre outros, para promover a ampliação e diversifi-cação 
do consumo do produto turístico brasileiro, incentivan-do 
o aumento da taxa de permanência e do gasto médio do 
turista nacional e internacional. 
O que se pretende é apoiar o ordenamento e a consolidação dos segmentos 
turísticos, por meio da articulação e o fortalecimento de suas instâncias re-presentativas 
e a padronização de referência conceitual, de modo a dar iden-tidade 
a produtos turísticos, minimizar os efeitos da sazonalidade e aumen-tar 
e diversificar a oferta turística no mercado doméstico e internacional. 
Os principais segmentos de oferta trabalhados pelo Programa são: Turis-mo 
Cultural; Turismo Rural; Ecoturismo; Turismo de Aventura; Turismo 
Náutico; Turismo de Sol e Praia; Turismo de Negócios e Eventos; Turis-mo 
de Pesca; Turismo de Estudos e Intercâmbio; Turismo de Esportes e 
Turismo de Saúde. É válido destacar, que nesse processo, insere-se trans-
38 
versalmente o Turismo Social6, como forma inclusiva de conduzir e pra-ticar 
a atividade turística com vistas à melhor distribuição de benefícios. 
O aprofundamento sobre esses segmentos, com exceção dos três últimos, 
serão objeto de estudo no Módulo II deste Curso. 
A articulação interinstitucional e intersetorial, a capacitação, a qualifica-ção 
dos serviços turísticos e o ordenamento, normatização e regulação 
são diretrizes que nortearão a implementação do Programa de Estrutura-ção 
dos Segmentos, com vistas à agregação de valor e competitividade aos 
produtos turísticos brasileiros. 
Dentre as ações operacionais, o Programa prevê o fortalecimento institu-cional, 
a formação de redes, a estruturação, diversificação e qualificação da 
oferta turística, a realização de pesquisas e estudos de demanda, a promo-ção 
e apoio à comercialização e a disseminação contínua do conhecimento. 
Este Curso é uma das estratégias de disseminação de conhe-cimento 
do Programa de Estruturação dos Segmentos Turísti-cos 
que, entre outros, tem por objetivo oferecer aos gestores 
públicos e, principalmente, à iniciativa privada subsídios para 
a utilização da segmentação como estratégia na elaboração 
de produtos turísticos, por meio da valorização e caracteriza-ção 
dos diversos elementos que conferem identidade à ofer-ta 
turística brasileira. Estimular a inovação nos produtos seg-mentados 
para incrementar os níveis de demanda do destino 
turístico e promover a criação de novos negócios e produtos, 
também são objetivos do Curso. 
2.1.3 O mapa da regionalização do turismo – Roteiros do Brasil 
O modelo de estruturação do turismo de forma regionalizada não era no-vidade 
no País, embora não fosse uma política pública do Governo Fede-ral 
antes da elaboração do PNT 2003-2007. A regionalização já existia em 
alguns estados brasileiros, como o Rio Grande do Sul, o Ceará, a Bahia, 
Minas Gerais e São Paulo, por exemplo, com a criação de circuitos ou pó-los 
turísticos. Mais do que diretriz da Organização Mundial do Turismo - 
OMT, a regionalização partiu da observação do fenômeno que vinha ocor-rendo 
em alguns dos Estados brasileiros, onde o fluxo de visitantes não era 
6 Turismo Social – é a forma de conduzir e praticar a atividade turística, promovendo a igual-dade 
de oportunidades, a equidades, a solidariedade e o exercício da cidadania na perspec-tiva 
da inclusão (BRASIL, Ministério do Turismo. Segmentação do Turismo: Marcos Concei-tuais. 
Brasília, 2005, p. 5).
39 
Conceitos básicos 
direcionado para um ou outro município, somente, mas para uma região. 
Diante disso, para iniciar a implementação do Programa de Regionaliza-ção 
do Turismo, foi necessário um mapeamento do Território Nacional. 
Em 2004, o Ministério do Turismo, por meio de Oficinas de Planejamen-to 
e Definição de Estratégias, identificou as regiões turísticas brasileiras, 
compondo o 1º Mapa da Regionalização do Turismo – Roteiros do Brasil. 
Atualmente, o Mapa da Regionalização do Turismo está sua 3ª Edição e 
é formado por 276 regiões e 3.635 municípios, conforme figura a seguir: 
Figura 1.4. Mapa: Regiões Turísticas do Brasil. Fonte: Ministério do Turismo, 
2009. 
Você pode acessar a relação e o mapa das regiões turísticas do Brasil na 
Biblioteca Virtual do Curso e também no Portal do Ministério do Turismo 
em www.turismo.gov.br. 
2.1.3.1 Destinos indutores de desenvolvimento turístico regional 
A partir do Mapa da Regionalização do Turismo, o Programa de Regiona-lização 
do Turismo – Roteiros do Brasil propôs a estruturação de roteiros 
turísticos intermunicipais nas regiões turísticas brasileiras, com base nos 
princípios da cooperação, integração e sustentabilidade ambiental, econô-mica, 
sociocultural e político-institucional.
40 
Em 2007, quando do lançamento do Plano Nacional do Turismo 2007- 
2010 – Uma Viagem de Inclusão, foram selecionados 65 destinos com 
capacidade de induzir o desenvolvimento regional dentro dos roteiros 
turísticos priorizados pelo Programa de Regionalização do Turismo. Atu-almente, 
o Ministério do Turismo prioriza 81 roteiros turísticos para ob-tenção 
de padrão de qualidade internacional. 
A relação e o mapa dos 65 destinos indutores de desenvolvimento tu-rístico 
regional, assim como a listagem dos 81 roteiros turísticos priori-zados 
estão disponíveis no ambiente virtual deste curso e também no 
portal do Ministério do Turismo: www.turismo.gov.br. 
Isso significa que esses destinos, assim como as regiões e os roteiros turís-ticos 
onde eles estão inseridos, são, atualmente, priorizados para receber 
investimentos técnicos e financeiros do MTur e são foco de articulações e 
busca de investimentos com outros ministérios e instituições. 
Os destinos indutores têm a responsabilidade de propagar o desenvolvi-mento 
nos roteiros dos quais fazem parte e, consequentemente, nas re-giões 
turísticas que esses roteiros perpassam. Suas experiências e práticas 
exitosas deverão ser multiplicadas para outros destinos e roteiros que in-tegram 
o Mapa da Regionalização do Turismo do País. 
Assim, para o Programa de Regionalização do Turismo, os destinos indu-tores 
de desenvolvimento turístico regional são: 
[...] aqueles que possuem infra-estrutura básica e turística e atrativos 
qualificados, que se caracterizam como núcleo receptor e/ou distribui-dor 
de fluxos turísticos, isto é, são aqueles capazes de atrair e/ou dis-tribuir 
significativo número de turistas para seu entorno e dinamizar a 
economia do território em que está inserido. 
A seguir, o Mapa dos 65 Destinos indutores do Desenvolvimento Turísti-co 
Regional:
41 
Conceitos básicos 
Figura 1.4.1. Mapa dos 65 Destinos Turísticos 
2.2 A região turística e os produtos turísticos7 
É válido lembrar que, na regionalização, o espaço territorial é concebido 
como agente de transformação social, deixando de ser visto meramente 
como um espaço físico. Assim, chegar à idéia de região significa mudar o 
modo de pensar. Significa passar a olhar o território não apenas por suas 
características históricas, ambientais e culturais locais, mas principalmen-te, 
enxergar esses aspectos em inter-relações complexas e interdependen-tes 
com outros locais, em redes de cooperação harmoniosa e de esforço 
coordenado. 
Em outras palavras: regionalizar, conforme as Diretrizes Políticas do Pro-grama 
de Regionalização (2004, p.11) é transformar a ação centrada na uni-dade 
municipal em uma política pública mobilizadora, capaz de provocar 
mudanças, sistematizar o planejamento e coordenar o processo de desen- 
7 BRASIL, Ministério do Turismo. Programa de Regionalização do Turismo – Roteiros do 
Brasil: Introdução à Regionalização do Turismo. Brasília, 2007.
42 
volvimento local, regional, estadual e nacional de forma articulada e com-partilhada. 
Para implementar esse modelo, é necessária a organização de 
um espaço geográfico em regiões, para fins de planejamento, gestão, pro-moção 
e comercialização integrada e compartilhada da atividade turística. 
Realizada a articulação regional, é momento de partir para uma outra eta-pa: 
a roteirização turística. A elaboração dos roteiros turísticos é papel da 
iniciativa privada, contudo, deve ser induzida pelos gestores locais e regio-nais. 
O procedimento adequado é: considerada a região, o planejamento 
deve voltar-se para a roteirização turística. 
Roteirizar é uma forma de organizar e integrar a oferta turística do País, 
gerando produtos rentáveis e comercialmente viáveis. A roteirização é 
voltada para a construção de parcerias e promove a integração, o com-prometimento, 
o adensamento de negócios, o resgate e a preservação dos 
valores socioculturais e ambientais da região8. 
A criação e a consolidação de novos roteiros possibilitam o aumento das 
taxas de visitação, de permanência e gasto médio do turista nos destinos 
brasileiros, tendo como consequência imediata a geração e a ampliação de 
postos de trabalho e, como consequências de médio e longo prazos, a pro-moção 
da inclusão social, uma melhor distribuição de renda e a redução 
das desigualdades regionais e sociais9. 
Uma região será mais ou menos atraente turisticamente de acordo com 
seus atributos endógenos e exógenos, ou seja, internos e externos, das 
necessidades, do perfil e da motivação daqueles que procuram por bens 
e serviços turísticos. É também essencial que a informação acerca da re-gião 
esteja disponível ao público-alvo e seja por ele apreendida, de forma 
a despertar o desejo de se deslocar até o atrativo. Outro fator importante 
é o acesso disponível à região, que dependerá das diferentes posições ge-ográficas 
de cada segmento interessado em conhecer a região objeto de 
seu interesse. Também devem ser considerados os canais de distribuição 
trabalhados. 
Neste contexto, faz-se necessário esclarecer algumas peculiaridades acerca 
dos conceitos adotados pelo Programa de Regionalização do Turismo, 
conforme é apresentado a seguir. 
8 BRASIL, Ministério do Turismo. Programa de Regionalização do Turismo – Roteiros do 
Brasil: Módulo Operacional 7 – Roteirização Turística. Brasília, 2005. 
9 BRASIL, Ministério do Turismo. Programa de Regionalização do Turismo – Roteiros do 
Brasil: Módulo Operacional 7 – Roteirização Turística. Brasília, 2005.
43 
Conceitos básicos 
Considera-se que: 
Região turística é o “espaço geográfico que apresenta caracte-rísticas 
e potencialidades similares e complementares, capazes 
de serem articuladas e que definem um território.” (MTur, 2004). 
A região turística ultrapassa os limites geopolíticos preestabelecidos no 
País, isto é, pode ser constituída por municípios de um ou mais estados ou 
de um ou mais países. Ressalta-se, também, que uma região turística pode 
conter uma ou várias rotas e um ou vários roteiros. 
Uma dúvida que pode surgir: todos os municípios de uma região podem 
ser considerados turísticos? Não. Nem todos os municípios de uma re-gião 
são, necessariamente, turísticos, ou seja, nem todos são dotados de 
potencial relevante para o turismo. Há municípios que apresentam, pre-dominantemente, 
algum outro tipo de atividade econômica e é nessa ati-vidade 
econômica que deve ser focado o seu desenvolvimento. O que se 
propõe no Programa de Regionalização do Turismo – Roteiros do Brasil 
é que esses municípios participem do planejamento regional e busquem 
sua agregação no processo de desenvolvimento do turismo, por meio de 
suas peculiaridades. 
Podemos citar, por exemplo, um município que se desenvolve por meio da 
agropecuária. Se esse município fornecer leite, queijo, carne, couro etc., 
poderá integrar-se à rede de desenvolvimento regional, transformando-se 
em uma unidade de apoio ao município vizinho, que tem como atividade 
econômica predominante o turismo. 
Quanto à definição de rota e de roteiro turístico, segundo o MTur: 
Roteiro turístico é um itinerário caracterizado por um ou mais elemen-tos 
que lhe conferem identidade, definido e estruturado para fins de pla-nejamento, 
gestão, promoção e comercialização turística e rota turística 
é um percurso continuado e delimitado cuja identidade é reforçada ou 
atribuída pela utilização turística. 
Em outras palavras: a rota é um itinerário com contexto na história, 
ou seja, o turismo se utiliza da história como atrativo para fins de pro-moção 
e comercialização turística como, por exemplo, Estrada Real/ 
MG, ou a Rota dos Tropeiros/PR, onde o turista percorre o mesmo 
caminho trilhado por alguns personagens de uma determinada época. 
Na rota, existe uma sequência na ordem dos destinos a serem visitados 
e há sempre um ponto inicial e um ponto final. É importante ressaltar,
44 
também, que uma rota pode contemplar vários roteiros e passar por 
várias regiões turísticas. 
E o roteiro turístico? O roteiro turístico é mais flexível, pois não exige 
uma sequência de visitação. Não tem obrigatoriamente um ponto inicial 
e um final. O turista começa a visitação de qualquer um dos destinos. Um 
roteiro turístico pode passar por uma ou várias regiões e uma ou várias 
rotas – e ele é eminentemente temático. 
Tanto a rota turística como o roteiro turístico são elaborados para fins de 
promoção e comercialização. Assim, podemos deduzir, de acordo com o 
que se explicitou até aqui, que: 
Região turística é a base para planejamento e ordenamento 
da oferta turística existente e que as rotas, roteiros e destinos 
podem constituir um produto turístico, que deve ser promovi-do 
e comercializado. 
A seguir, na ilustração, pode-se perceber a diferença entre região, rota e ro-teiro 
turístico, conforme as definições adotadas pelo Ministério do Turismo: 
Região, rota e roteiro turístico 
Figura 1.5. Fonte: Ministério do Turismo, 2007. 
O processo de roteirização é, portanto, uma forma de ordenar um con-junto 
de atrativos turísticos de temática específica para promoção e co-mercialização 
no mercado, tornando-o opção diferenciada de produto 
turístico. Desta maneira, a roteirização, em sua concepção e método, é
45 
Conceitos básicos 
entendida como um processo mercadológico direcionado a um produto 
específico – o roteiro turístico, enfatizando a tematização que assegura a 
identidade única do roteiro10. 
Diante do exposto, é importante entender que a segmentação constitui-se 
em uma estratégia para a estruturação de produtos e consolidação de 
roteiros turísticos e destinos, a partir de elementos de identidade de cada 
região11. 
Assim, a fim de entendermos melhor essa estratégia, e como colocá-la em 
prática, passamos agora à análise do mercado turístico e dos fatores que 
influenciam na definição de oferta e demanda. 
10 BRASIL, Ministério do Turismo. Rede de Cooperação Técnica para a Roteirização – 2ª 
edição: Manual de Orientações Metodológicas, Brasília, 2009. 
11 BRASIL, Ministério do Turismo. Plano Nacional do Turismo - 2007-2010: Uma Viagem de 
inclusão. Brasília, 2007.
46 
3. O mercado turístico 
Para compreender o que é mercado turístico e como proceder sua análise, 
deve-se, inicialmente, entender o que é mercado, suas nuances, compor-tamentos 
variáveis e sazonalidades. 
É normal que a abordagem do mercado seja relativa a determinados seg-mentos 
da oferta (o tipo de turismo ou experiência a ser oferecida) e da de-manda 
(perfil dos turistas potenciais que consumirão aquela experiência). 
Quando se fala em mercado turístico já trazemos a noção de segmentação 
da oferta ou da demanda, pois é improvável que todos os consumidores 
tenham as mesmas preferências ou se disponham a pagar sempre por ape-nas 
um tipo de experiência turística. 
Segmentar a demanda (de acordo com o tipo/perfil de turistas) é definir 
a parcela das pessoas que compartilham as mesmas características, neces-sidades 
e expectativas. Segmentar a oferta (tipos de turismo/experiência 
– Aventura, Sol e Praia etc) é definir uma oferta turística que tenha uma 
identidade comum, baseada no tipo de experiência e que atenda às expec-tativas 
do segmento de demanda que queremos atrair. 
Os conceitos que serão abordados, a seguir, devem ajudar a perceber o 
mercado turístico de forma mais ampla e aprofundada, além de indicar 
formas de se analisar corretamente o mercado no qual temos interesse 
em participar. 
3.1 Conceituação de mercado 
Mercado é o lugar onde pessoas trocam produtos e serviços com outros, 
considerando sempre a disponibilidade da oferta existente e a procura pelo 
bem ou serviço oferecido. O processo de troca e a existência do mercado 
estão associados a cinco condições essenciais (KOTLER; KELLER, 2006): 
•• Que existam pelo menos duas partes; 
•• Que todas as partes possuam algo que possa ter valor para as outras 
partes; 
•• Que todas as partes tenham condição de comunicação e entrega; 
•• Que todas as partes estejam livres para aceitar ou recusar a troca; 
•• Que todas as partes acreditem ser proveitoso participar desta ne-gociação.
47 
Conceitos básicos 
A existência do mercado está associada a três premissas básicas (DIAS, 2005): 
•• Que haja uma necessidade (a busca por determinado tipo de pro-duto 
ou serviço); 
•• Que exista um desejo de satisfazê-la (por meio da oferta de pro-dutos 
ou serviços); 
•• E que haja capacidade de compra (por meio da disponibilidade de 
moeda de troca ou crédito para processar a transação). 
O fluxo de pessoas em busca de novas vivências, experiências, e conheci-mentos 
continua a crescer, incentivando o desenvolvimento do turismo 
em diversas regiões. As pessoas não conseguem produzir tudo que dese-jam 
consumir, e no mercado turístico esta relação não poderia ser diferen-te. 
Cada região apresenta particularidades, gerando produtos que não são 
encontrados em outros lugares, e sempre existem pessoas, em diferentes 
regiões, interessadas nestes produtos (DIAS, 2005). 
Como exemplo, pode-se citar a experiência de vivenciar praias de águas 
mornas e areias brancas. Estas não poderão ser encontradas em Minas Ge-rais, 
mas os moradores daquela região demandam por esta experiência. 
Assim, eles buscarão esta oferta em outros mercados que podem satisfa-zer 
seus desejos, seja no Nordeste do Brasil ou nas praias do Caribe. 
Para entender o mercado, devemos, primeiramente, entender as pessoas 
que compõem este mercado, e devemos lembrar que as pessoas pensam e 
agem de forma diferente, dependendo de suas motivações ou experiências 
anteriores. 
Para Chias (2007), a heterogeneidade das pessoas que compõem a de-manda 
é um dos fatores que movimentam o mercado turístico, e sempre 
abre portas para novas oportunidades de negócios. Isso ocorre, pois cada 
pessoa tem demandas próprias e muitas vezes, diferentes das demandas 
de seus amigos, parentes ou grupos de convívio. Estas demandas estão 
sempre se atualizando e sendo modificadas, em função da diversidade de 
ofertas de produtos turísticos e de novas experiências que são vivenciadas 
pelos visitantes. 
Então, analisar o mercado não é apenas entender a demanda 
dos turistas atuais e seus comportamentos de consumo, mas 
também entender as modificações e tendências que estão 
ocorrendo nos padrões de consumo.
48 
3.2 Análise do mercado turístico 
Apresenta-se, a seguir, os principais aspectos envolvidos na análise do 
mercado turístico, considerando todos os atores envolvidos na interação 
que compõe um mercado e as modificações, que acontecem de forma 
frequente, no processo de atualização desta relação. 
De acordo com a OMT12 (2001 apud MTur 2007, p.15), “a natureza da 
atividade turística é um conjunto complexo de inter-relações de diferentes 
fatores que devem ser considerados conjuntamente sob uma ótica siste-mática, 
ou seja, um conjunto de elementos inter-relacionados que evo-luem 
de forma dinâmica”. Existem quatro elementos básicos que com-põem 
o mercado Turístico, segundo o Programa de Regionalização do 
Turismo – Roteiros do Brasil (MTur 2007, p. 15)13: 
•• Demanda: formada por um conjunto de consumidores, ou poten-ciais 
consumidores, de bens e serviços turísticos; 
•• Oferta: composta pelo conjunto de produtos, serviços e organiza-ções 
envolvidas ativamente na experiência turística; 
•• Espaço geográfico: base física na qual tem lugar a conjunção ou 
o encontro entre a oferta e a demanda, e em que se situa a popu-lação 
residente (que se não é em si mesma um elemento turístico, 
é considerada um importante fator de coesão ou desagregação no 
planejamento turístico); 
•• Operadores de mercado: empresas e instituições cuja principal 
função é facilitar a inter-relação entre a demanda e a oferta. São as 
operadoras e agências de turismo, empresas de transporte regular, 
órgãos públicos e privados que organizam ou promovem o turismo. 
Nesse sentido, o mercado turístico pode ser entendido como “o encontro 
e a relação entre a oferta de produtos e serviços turísticos e a demanda, 
individual ou coletiva, interessada e motivada pelo consumo e uso des-tes 
produtos e serviços” (MTur 2007, p. 16). 
O mercado não deve ser visto apenas como a oferta de um destino e a 
demanda por ele, mas também pelas outras ofertas concorrentes. Assim, 
12 BRASIL, Ministério do Turismo. Programa de Regionalização do Turismo – Roteiros do 
Brasil: Módulo Operacional 8 – Promoção e Apoio à Comercialização. Brasília, 2007. 
13 BRASIL, Ministério do Turismo. Programa de Regionalização do Turismo – Roteiros do 
Brasil: Módulo Operacional 8 – Promoção e Apoio à Comercialização, Brasília, 2007.
49 
Conceitos básicos 
as praias do Caribe oferecem os mesmos benefícios que as praias do Nor-deste 
do Brasil, para as demandas de alguns potenciais clientes. 
E se o turista decidir não ir à praia com a família nestas férias, e decidir 
visitar algum destino cultural ou com maior contato com a natureza? O 
mercado é assim, composto de ofertas diversas que lutam para atrair os tu-ristas 
e que concorrerão entre si para aumentar a visitação em suas regiões. 
Analisar a relação dos produtos turísticos com o mercado no qual ele está 
inserido, é etapa essencial para um melhor posicionamento. O mercado é 
composto de cinco forças ou grupos de participantes, que podem influen-ciar 
diretamente no desempenho de sua oferta. Assim, a análise do merca-do 
turístico não deve se basear apenas na oferta existente (a sua e a de seus 
concorrentes) e na demanda por estes produtos, mas também no conjunto 
de atores que compõem a totalidade do mercado, destacados a seguir. 
Para realizar um melhor entendimento do mercado, devem ser considera-das 
na análise todas as forças que influenciam no desempenho do mercado 
e na competitividade dos atores envolvidos, e são elas (PORTER, 1986): 
•• Rivalidade existente no setor: os destinos ou produtos turísticos 
que concorrem diretamente com o seu destino ou produto e já par-ticipam 
deste mercado; 
As praias da Bahia, por exemplo, concorrem diretamente com 
as praias do Ceará pelo fluxo de visitantes do Sudeste do Brasil. 
•• Ameaça de novos concorrentes: os destinos ou empresas que ain-da 
não concorrem diretamente, mas que estão se estruturando e 
passarão a ser concorrentes a curto, médio ou longo prazo; 
As localidades do Brasil que possuem atividades de aventura 
não tão conhecidas, estão iniciando melhorias e trabalhos de 
divulgação para atrair os visitantes que iriam ao Rio de Janeiro 
ou a Foz do Iguaçu. 
•• Ameaça dos produtos substitutos: deve-se entender como os pro-dutos 
diferentes dos oferecidos por uma empresa A, por exemplo, 
podem conquistar os clientes e reduzir a venda dos produtos turís-ticos 
de uma empresa B. As pessoas podem desenvolver interesses 
em produtos diferentes dos oferecidos por sua localidade, e passar 
a reduzir a visitação ou compra de seus produtos turísticos. O con-ceito 
de produto substituto em análise estratégica significa, exata-
50 
mente, aqueles produtos que podem não ter nenhuma relação com 
o produto concorrente (em questão), mas que podem reduzir seu 
consumo, por competir indiretamente com ele; 
Fatores como novelas, ou eventos criados, podem influenciar 
o consumo e fazer com que os visitantes tenham interesse em 
conhecer o Pantanal, por exemplo, e não mais apenas os ape-los 
históricos de sua cidade. A utilização de transporte aéreo 
pode reduzir o número de viagens de ônibus e também, re-duzir 
o consumo nos restaurante na estrada, pois as pessoas 
não passam mais pelas estradas por não viajarem de ônibus. 
Num outro exemplo, a máquina fotográfica digital é o produto 
substituto que reduziu o volume de atividade das empresas 
que oferecem serviços de revelação. Neste caso, o substituto 
não são outras empresas de revelação de fotografia, mas sim, 
produtos diferentes que reduzem o consumo do produto ofer-tado 
por sua empresa. 
•• Aumento do poder de barganha dos compradores: deve ser anali-sada 
a influência que os compradores exercem na lucratividade do 
turismo em uma localidade; 
Se existe grande parcela das vendas dos produtos turísticos de 
um destino concentrada em poucos operadores de turismo, 
estes terão maior força para reduzir os preços e a lucratividade 
das empresas fornecedoras dos serviços naquele destino. 
•• Aumento do poder de barganha dos fornecedores: O turismo 
em uma região pode deixar de ser interessante se os fornecedores 
(equipamentos de alimentação e hospedagem, como exemplo) pu-derem 
elevar os preços e/ou se não houver substitutos para estes 
fornecedores. 
Vamos imaginar uma localidade onde existem diversos hotéis 
de pequeno porte. O poder de barganha de cada hotel, sepa-radamente, 
perante uma grande operadora é pequeno, mas 
caso os hotéis se organizem e trabalhem em conjunto, podem 
conseguir parcerias mais vantajosas, com preços mais interes-santes 
e um melhor desempenho no índice de ocupação hote-leira. 
Porém, outras alternativas de hospedagem, como casas 
de veraneio ou casa de parentes podem reduzir o poder de 
barganha destes fornecedores (os hotéis).
51 
Conceitos básicos 
Pode-se perceber que a análise de mercado deve consistir em uma visão 
abrangente dos movimentos que estão ocorrendo no turismo, não só da 
região de oferta de um produto turístico, dos equipamentos turísticos e 
serviços complementares que contribuem para o desenvolvimento do po-tencial 
de visitação, mas também de todas as localidades concorrentes. 
É preciso considerar ainda, como parte do mercado, os diferentes atores, 
com diferentes interesses. Para uma visão mais profunda e abrangente do 
funcionamento do mercado, todos eles devem ser considerados na aná-lise, 
juntamente com as tendências de consumo e demandas dos turistas 
que se pretende atrair. 
A análise de mercado deve considerar, portanto, não só os participantes 
de um mercado, mas todos os fatores que exercem influências sobre ele. 
Assim, questões macroambientais devem ser verificadas para uma análise 
minuciosa, fazendo-se necessário analisar questões políticas, sociais, eco-nômicas 
e culturais para entender os movimentos de mercado. 
Além disso, não se deve apenas analisar a realidade atual. É necessário, 
também, entender os modismos e tendências, para que o direcionamento 
das ações de mercado não se torne obsoleto em curto prazo. 
O modismo influencia no desempenho do turismo, e sendo uma intenção 
de compra de curta duração, deverá ser aproveitado com reações rápidas 
à mudança de comportamento dos consumidores (KOTLER; KELLER, 
2006). Para aproveitar estes modismos, quem planeja as ações de mercado 
deve ficar atento a estas modificações. Um exemplo disso é o impacto que 
filmes ou novelas causam no interesse de compra dos consumidores. Um 
destino pode virar “moda” e passar a ser mais visitado em função de estí-mulos 
imprevistos causados por um meio de mídia de massa. 
Já as tendências são definidas por estes autores como uma sequência de 
eventos com força e durabilidade e que podem revelar como será o fu-turo 
do consumo e quais oportunidades podem ser aproveitadas. 
Um exemplo de tendência é o envelhecimento da população. A sucessão 
de fatos demonstra que isto não é uma modificação momentânea, e que 
surgirão novas oportunidades de negócios voltadas para a parcela mais 
idosa da população. Outros exemplos de tendência que podem influenciar 
no perfil de consumo turístico são as modificações nas taxas de natalidade 
(as pessoas estão tendo menos filhos), o maior grau de instrução da po-pulação, 
o retardamento da aposentadoria, o aumento da renda da classe
52 
C no Brasil, dentre outros fatores de extrema importância para o entendi-mento 
das mudanças ocorridas no perfil dos turistas. 
O mercado é vivo e está em constante mudança. Os turistas 
mudam seus interesses e exigências, alguns fornecedores me-lhoram, 
outros saem da atividade, o processo de comercializa-ção 
ganha ou perde parceiros. Logo, a percepção do mercado 
também deve ser constantemente atualizada, junto com as 
modificações ocorridas em todo o cenário de negócios.
53 
Conceitos básicos 
4. A oferta e os produtos turísticos 
A oferta é um fator de extrema importância para definir o posicionamento 
que uma localidade ou região terá para o perfil de turista que deseja atrair. 
A disponibilidade e a variedade de produtos turísticos também são fatores 
de atratividade de turistas para a localidade. 
Neste tópico, vamos entender quais são os fatores que compõem esta 
oferta e como utilizá-los para o público desejado. 
4.1 Entendendo o que é produto 
Antes de definir produtos turísticos, é necessária uma análise para que se 
possa entender o conceito de produto. 
Muitas pessoas têm a ideia de que produto é apenas um bem tangível e 
material para ser comercializado. O conceito de produto vai além, e foge 
da abordagem física, devendo ser percebido como um benefício a ser ofe-recido 
para seu cliente. 
Produto pode ser definido como tudo que pode ser oferecido a um 
mercado para satisfazer uma necessidade ou desejo dos consumido-res 
(KOTLER; KELLER, 2006). Assim, o produto deve ser visto como a 
solução para o problema dos clientes, e esta solução pode vir por meio de 
bens físicos, serviços, experiências, eventos, pessoas, organizações, infor-mações 
ou ideias. 
Para entender o conceito de solução, analisemos a seguinte situação: O 
cliente que entra em uma loja de material de construção e compra uma 
furadeira, está, na verdade, interessado nos furos (solução), e não na má-quina 
(bem físico). Esta solução poderia ser oferecida de outra forma, 
como por exemplo, a contratação de um profissional que pudesse fazer 
os furos para o cliente. Neste caso, a furadeira não seria mais necessária. 
Serviço é entendido como atividade econômica que cria valor e fornece 
benefícios para clientes, em tempos e lugares específicos, como decorrên-cia 
da realização de uma mudança desejada pelo destinatário do serviço 
(LOVELOCK; WRIGHT, 2001). 
Um outro exemplo dessa situação é o caso de um turista que deseja visitar 
os Lençóis Maranhenses. Ao fechar um acordo com uma empresa para
54 
transporte em carros Off Road, de São Luis até a região dos Lençóis, o 
turista não está pagando pela vaga no assento do carro, mas sim pela ex-periência 
de conhecer o lugar desejado. Neste caso, o produto (ou serviço) 
que o cliente estaria interessado seria o direito de estar no local desejado, 
na hora esperada, da forma mais confortável ou rápida possível. 
Para compor o produto, é preciso pensar em quais benefícios o cliente 
espera e como transformar as possíveis soluções em oferta de produtos. 
Estes benefícios serão atendidos de acordo com o nível de especialização 
e adequação do produto oferecido (KOTLER; KELLER, 2006). A seguir, 
pode-se verificar a classificação dos níveis de produtos a serem oferecidos 
para os clientes, relacionando-a com a prestação de serviços, ao hóspede, 
de um hotel: 
•• Benefício Central do Produto: é o serviço ou benefício fundamen-tal 
que o cliente busca. Um hóspede está realmente pagando pelo 
descanso e não pelo quarto em si. 
•• Produto Básico: transformar a necessidade do cliente em uma ofer-ta 
de produto. Assim, se oferece cama, banheiro, toalhas e outros 
para representar o benefício central do produto (descanso). 
•• Produto Esperado: são as características já esperadas pelo turista 
para aquele tipo de produto. Alguns hóspedes já esperam ar condicio-nado 
no quarto, camas arrumadas, lâmpadas que funcionem, lençóis 
e toalhas limpos e outros atributos. Como isso não é diferencial para 
este determinado hóspede, ele poderia escolher com base em outros 
atributos, como serviço de internet e TV a cabo gratuitos ou o preço 
mais barato para hotéis com estas mesmas características. 
•• Produto Ampliado: é a composição de solução que excede a ex-pectativa 
do cliente. No caso do hotel, o atendimento personaliza-do, 
jantar ou bebida de boas-vindas ou a boa localização podem ser 
diferenciais oferecidos para o cliente. É neste nível que acontece a 
distinção entre os produtos e, neste caso, por perceber valor adicio-nal 
no produto, os clientes podem estar dispostos a pagar mais caro. 
•• Produto Potencial: considera todas as transformações e amplia-ções 
as quais o produto deve ser submetido no futuro. Neste aspec-to, 
a oferta de produto e serviço ao hóspede não é de acordo apenas 
como ele espera ser tratado hoje, mas com a oferta de valores adi-cionais 
que o cliente pode vir a demandar.
55 
Conceitos básicos 
Um outro exemplo para este conceito pode ser analisado a seguir. 
O que leva um consumidor a pagar R$ 300,00 por um modelo de cal-ça 
jeans de uma marca famosa, quando existem calças disponíveis por 
R$ 30,00? Ao se analisar a situação em relação aos níveis de produto e a 
percepção de valor para os clientes é possível identificar: 
•• Benefício central: vestir-se; 
•• Produto básico: calça jeans; 
•• Produto esperado: tamanho adequado e modelo de preferência; 
•• Produto ampliado: aceitação social e status; 
•• Produto Potencial: atendimento impecável na venda e pós-venda, 
com serviços e consultorias de moda e estilo. 
A percepção de benefício para os dois produtos é diferente. Note que 
a calça de R$ 30,00, sem marca famosa, não atinge todos os benefícios 
esperados pelo cliente, atingindo apenas o nível de produto esperado. A 
percepção de valor do produto é menor e por isso, o preço que se espera 
pagar também será. O cliente perceberá todos os níveis de benefícios para 
o produto de uma marca ou loja famosa e estará, por conta disso, disposto 
a realizar um desembolso maior. 
Percebe-se que o produto se distancia da oferta física e se aproxima, cada 
vez mais, da percepção de valor pelo cliente, por meio do benefício ou 
solução obtida com a compra realizada. Já que os produtos estão relacio-nados 
com a percepção dos clientes, e cada cliente tem uma percepção 
diferente do outro, nem todos os produtos ou serviços terão o mesmo 
valor percebido por todos os clientes. Essa é a importância que a seg-mentação 
tem para a elaboração de uma estratégia eficaz. 
A segmentação está presente em todos os mercados, incluin-do 
o mercado do turismo. Os produtos devem ser oferecidos 
de forma a atender as necessidades e demandas específicas 
de cada cliente, pois o mesmo produto pode atender as de-mandas 
de um perfil de cliente e ser inadequado para outros 
segmentos. 
Na próxima seção, estas abordagens de produto são aplicadas para o mer-cado 
turístico.
56 
4.2 Compondo o produto turístico 
Quando se analisa o mercado turístico, percebe-se que também existe um 
setor produtivo. A produção no turismo é feita por uma cadeia de setores 
produtivos que se agrupam para formar e oferecer os produtos turísticos. 
Embora a criação e oferta dos produtos turísticos sejam feitas de formas 
diferentes dos produtos/bens industriais, alguns aspectos da contextuali-zação 
são comuns aos dois, como o benefício e solução esperados pelos 
clientes e a percepção de valor a ser pago. 
No âmbito do Programa de Regionalização do Turismo – Roteiros do 
Brasil, o Ministério do Turismo passou a entender por produto turístico 
“o conjunto de atrativos, equipamentos e serviços turísticos acresci-dos 
de facilidades, localizados em um ou mais municípios, ofertado 
de forma organizada por um determinado preço” (MTur, 2007, p. 17). 
A elaboração dos produtos turísticos deve estar intrinsecamente relacio-nada 
à demanda desejada. Dessa forma, a combinação de bens e serviços, 
de recursos e infraestrutura deve estar ordenada e disponível ao consumo 
de forma que ofereça vantagens ao cliente, satisfazendo suas necessidades 
e expectativas (BALANZÁ; NADAL, 2003). 
Para satisfazer os consumidores, os produtos podem sofrer adequações 
conforme as exigências dos diversos segmentos de mercado, evitando 
uma oferta padronizada para todos os turistas. 
O produto turístico é formado por seis componentes (IGNARRA, 1999): 
•• Recursos: naturais (clima, solo, paisagens, fauna, flora e outros) 
e culturais (patrimônio arquitetônico, cultura local, gastronomia, 
artesanato e outros); 
•• Bens e Serviços: produtos alimentícios, materiais esportivos, servi-ços 
receptivos, atrações etc; 
•• Infraestrutura e equipamentos: estradas, Hotéis, pousadas, restau-rantes 
etc.; 
•• Gestão: a forma como o produto é gerido e ofertado; 
•• Imagem da marca: como este produto é percebido pelos consumi-dores;
57 
Conceitos básicos 
•• Preço: o valor a ser pago deve ser condizente com os benefícios 
oferecidos. 
Por isso, não se pode pensar em produtos turísticos de uma forma indi-vidual, 
mas sim como o conjunto de experiências relacionadas à viagem 
(de deslocamento, alimentação, hospedagem e de outros fatores) vividas 
pelos turistas antes, durante e depois de sua realização. 
Um exemplo para este conceito pode ser analisado a seguir: 
A Floresta Amazônica por si só não é produto turístico (embora faça par-te 
da oferta turística dos Estados que compõem a Amazonia Legal), mas 
para se tornar um produto deve combinar os diversos fatores que tornam 
possível sua visitação, como exemplificado a seguir: 
•• O transporte aéreo para levar o turista a Manaus; 
•• O transporte fluvial que possibilita o deslocamento durante a visita-ção 
aos vários pontos da floresta; 
•• O guia de turismo que acompanha, orienta e transmite informações 
que farão o turista perceber os mistérios da floresta e ter uma vivên-cia 
inesquecível; 
•• Os serviços de um receptivo que organiza todas as atividades duran-te 
a visita do turista; 
•• Os hotéis que proporcionam a hospedagem durante o período de 
estada; 
•• Os restaurantes que fornecem a alimentação e/ou experiências gas-tronômicas 
diferenciadas; 
•• A produção associada ao turismo, como as apresentações cultu-rais 
e o artesanato local que oferecem momentos de compra ou 
agradáveis experiências e novos conhecimentos para o turista. 
A combinação destes elementos é que possibilita a experiência ao turista, 
e a falta, ou o serviço de baixa qualidade de um ou mais destes, pode com-prometer 
o sentimento positivo da experiência de estar na floresta Ama-zônica, 
e consequentemente, gerar uma avaliação negativa do produto. 
Assim, o produto não é apenas o que oferecemos, mas a expe-riência 
que ele pode gerar para o turista, e estas experiências 
serão diferentes para diferentes pessoas.
58 
Considerando esta interação entre os componentes, o produto turístico 
possui características específicas14 (adaptado de MTur, 2007, p. 17): 
•• É intangível: por ser um bem de consumo abstrato e intangível, o 
turista não pode tocar ou armazenar o produto, bem como trans-portá- 
lo em uma mala, ele vive a experiência e a guarda na memó-ria; 
•• É estático: pois não é possível mudar a localização de uma atração 
turística; 
•• É perecível: pois se a visitação, ou hospedagem não acontecer no 
período esperado, o prejuízo não pode ser recuperado. A venda per-dida 
não poderá mais ser feita; 
•• É limitado: a produção de serviços é limitada à determinada quan-tidade, 
em um determinado tempo e espaço; 
•• É sazonal: concentra-se em algumas épocas e locais específicos, o 
que acaba por induzir a criação de produtos diferenciados para se-rem 
vendidos ao longo de todo o ano; 
•• É sistêmico: todos os produtos e serviços de uma atração turística 
estão interligados. Como o turista necessita de produtos e serviços 
variados, a ausência de um deles poderá inviabilizar ou dificultar a 
experiência vivida pelo turista; 
•• É variável em seu valor percebido: a avaliação feita pelo turista 
será de acordo com a qualidade da experiência vivida por ele, que 
pode ser diferente da experiência de outros na mesma viagem; 
•• É simultâneo: o turista consome o produto ao mesmo tempo em 
que o serviço é prestado. 
•• É difícil de controlar: uma vez que o turista avalia os serviços pres-tados 
posteriormente à sua experiência, torna-se mais difícil o con-trole 
da qualidade do produto turístico. 
Dessa forma, o produto para o turista passa a ser a experiência da viagem 
de forma mais abrangente, considerando a qualidade da hospedagem, as 
experiências gastronômicas vivenciadas, o transporte até a localidade, a 
locomoção interna, o atendimento recebido, os presentes e lembranças 
comprados e tudo que seja relativo à sua permanência. 
14 BRASIL, Ministério do Turismo. Programa de Regionalização do Turismo – Roteiros do 
Brasil: Módulo Operacional 8 – Promoção e Apoio à Comercialização, Brasília, 2007.
59 
Conceitos básicos 
Definir um produto turístico é criar a combinação entre os atra-tivos 
disponíveis em uma localidade com os equipamentos, 
serviços, e infraestrutura para disponibilizar para o visitante 
uma experiência de visitação prazerosa por um preço compe-titivo. 
Para criar um produto turístico segmentado, deve-se considerar: 
•• A vocação do destino: identificar os atrativos de maior potencial e 
as condições para criar atividades relacionadas com as características 
do segmento a ser trabalhado, que gerem uma identidade do destino; 
•• A imagem do destino: é necessário definir a identidade do destino 
e identificar como os turistas a percebem e qual o valor atribuído; 
•• O perfil do turista que se deseja atrair: qual o segmento de deman-da 
que se deseja atrair para a localidade; 
•• As preferências da demanda: quais as necessidades e expectativas 
destes turistas sobre o destino. 
É necessário, portanto, que o produto turístico atenda às ne-cessidades 
e demandas do público-alvo, que seja viável para 
comercialização, que seja sustentável para a localidade e que 
gere lucratividade para as empresas que trabalharam para 
ofertá-lo. 
4.3 A oferta turística 
Oferta turística é o conjunto de atrativos turísticos, serviços 
e equipamentos e toda infraestrutura de apoio ao turismo de 
um determinado destino turístico, utilizados em atividades de-signadas 
turísticas (MTur 2007, p. 65). 
Entendendo a oferta turística como tudo o que é oferecido para os visitan-tes, 
é possível identificar quatro categorias que a compõem e que juntas 
oferecem diferencial da localidade ou região (GOELDNER et al., 2002): 
•• Recursos e Ambientes naturais: clima, flora, fauna, relevo, praias e 
outros atrativos, existentes na região; 
•• O Ambiente Construído: neste tópico, estão relacionados à infra-estrutura 
(fornecimento de água, luz elétrica, estradas, redes de co-
60 
municação e outros) e à superestrutura, construções voltadas para 
dar suporte aos turistas (aeroportos, hotéis, restaurantes, museus, 
produção associada ao turismo e outros); 
•• Transporte: é a disponibilidade de transporte para o visitante da 
origem até o destino e dentro do próprio destino, incluindo aviões e 
vôos, taxis, trens, navios e outros meios que possibilitem a visitação; 
•• Hospitalidade e Recursos Culturais: são temas relacionados à cul-tura 
local do destino, como línguas, religião, costumes e compor-tamentos 
de trabalho e lazer, a cortesia, amizade e a vontade de 
receber bem dos moradores daquela localidade. 
Logo, a oferta turística é tudo aquilo que faz parte do consumo do turista, 
podendo ser bens, serviços públicos e privados, recursos naturais e cultu-rais, 
eventos, atividades recreativas, dentre outros (DIAS, 2005). 
Para entender o que se deve oferecer e como compor a oferta turística, é 
preciso, antes, abordar o conceito de consumo turístico. O consumo tu-rístico, 
segundo Dias (2005), pode ser definido como a aquisição de bens 
e serviços com objetivo de satisfazer às necessidades que motivaram a 
viagem do turista. 
O consumo é referente a todos os gastos feitos para a preparação (vacina-ção, 
passaporte, aquisição de malas), para a realização (visitação, hospe-dagem, 
alimentação e outros serviços) ou mesmo posteriores à viagem 
(souvenir, excesso de bagagem, revelação de fotos etc). O consumo dos 
visitantes não se restringe apenas às atividades ligadas diretamente à via-gem, 
mas também a toda atividade de suporte para fazer da viagem uma 
experiência agradável. Assim, se o visitante não encontra na oferta turísti-ca 
todos os recursos para atender suas necessidades e desejos, pode haver 
frustração em relação ao destino. 
Como visto, a oferta turística é tudo que está disponível para o turista, 
sendo composta dos diversos produtos turísticos de uma localidade, de-vendo 
estar organizada para ser oferecida e gerar experiências positivas 
para um visitante com demandas específicas. 
Não é adequado que uma localidade dependa de um único produto, princi-palmente, 
se ele for sazonal (o turismo de sol e praia, por exemplo, aumenta 
seu fluxo no período de verão), mas sim oferecer um cardápio de produtos, 
tais como eventos locais vinculados a datas comemorativas, que possam 
atender os visitantes em diferentes períodos do ano (IGNARRA, 1999).
61 
Conceitos básicos 
Devemos, então, fazer uma análise aprofundada da oferta turística de 
uma região, cidade, ou localidade para que possamos entender as possibi-lidades 
de composição de diferentes produtos para os diferentes perfis de 
visitantes que desejamos atender. 
Vamos ver o exemplo do Estado de São Paulo. A oferta deste Estado é bas-tante 
diversificada, e podemos encontrar centros de convenções e parques 
de exposição de feiras, assim como fazendas de café e clubes de campo. 
Porém, para atingir o melhor resultado, a oferta deve ser organizada e 
segmentada para atender diferentes perfis de visitantes. 
Pode-se afirmar que a cidade de São Paulo é um centro comercial, e as 
áreas de exposições, juntamente com restaurantes, nas proximidades, e 
meios de hospedagem para pernoite dos visitantes, podem ser interessan-tes 
para turistas de negócios e eventos. 
Porém esta mesma composição poderia não ser adequada para os turistas 
de lazer e descanso, interessados em contato com a natureza. Para estes, 
pode ser oferecida outra composição, com base em visitas as fazendas e 
hospedagem em hotéis de campo. 
Note que a oferta turística do Estado possibilita diferentes combinações 
direcionadas para visitantes com interesse distintos. É desta forma que 
a oferta turística, combinando os produtos turísticos segmentados, pode 
atender diferentes expectativas dos turistas deste Estado.
62 
5. A demanda turística 
Demanda turística é o conjunto de turistas, que de forma individual ou 
coletiva, estão motivados a consumir uma série de produtos ou serviço tu-rísticos 
com o objetivo de cobrir suas necessidades de descanso, recreação, 
entretenimento e cultura em seu período de férias (DIAS, 2005). 
A demanda turística é, então, o número de pessoas que viaja (demanda 
real) e que deseja viajar (demanda potencial) para locais diferentes do local 
de trabalho e residência habitual, para desfrutar dos produtos e serviços 
turísticos e vivenciar uma experiência turística. 
A demanda real é o número de pessoas que efetivamente viajam para 
um destino ou localidade, enquanto a demanda potencial é composta 
de todos que têm perfil para consumir os produtos turísticos do destino, 
porém não viajam por motivos diversos (falta de tempo, falta de disponi-bilidade 
financeira, falta de conhecimento do destino etc). 
Nem todos os viajantes atribuem o mesmo conceito de valor para uma 
viagem, portanto, alguns podem optar pela troca do carro, ou de uma te-levisão 
nova, dependendo de sua avaliação pessoal sobre o valor agregado 
da viagem. Este conceito se aplica à demanda potencial, pois o indivíduo 
ou família pode estar caracterizado economicamente como público-alvo, 
mas não tem interesse em viajar para este destino (as formas de atuação 
para atrair os potenciais clientes serão aprofundadas no módulo III deste 
Curso). 
Para se fazer a análise da demanda turística, precisamos entender quais 
fatores que influenciam, aumentando ou reduzindo, o fluxo de pessoas 
nos destinos turísticos. Existem vários fatores que influenciam a deman-da, 
sendo alguns dos principais os seguintes (DIAS, 2005; MTur 2005): 
•• Disponibilidade de tempo dos turistas: devemos considerar qual 
o tempo livre que eles têm para realizar a visita: férias, finais de se-mana, 
feriados. Temos que entender a disponibilidade dos visitantes 
para compor os produtos turísticos adequados às possibilidades de 
viagem destes clientes. Assim, pode se tornar inviável montar paco-tes 
de cinco dias para visitantes que só possuem disponibilidade de 
finais de semana para realizar seus passeios. 
•• Disponibilidade Econômica: muitas vezes, deve existir aumento 
da disponibilidade de renda do público para que possam ser realiza-
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Segmentação do Turismo: conceitos básicos e apoio à comercialização

  • 1.
  • 2. Programa de qualificação a distância para o desenvolvimento do Turismo Curso de Segmentação do Turismo: Conceitos básicos Apoio à comercialização de produtos Florianópolis, 2009 Venda Proibida
  • 3. B823e Brasil. Ministério do Turismo. Secretaria de Políticas de Turismo Conceitos básicos e apoio à comercialização de produtos segmentados / Ministério do Turismo. – [Brasília] : o Ministério : Florianópolis : SEAD/UFSC, 2009. 208 p. Programa de Qualificação a Distância para o Desenvolvimento do Turismo: Curso de Segmentação do Turismo Inclui bibliografia ISBN: 978-85-7426-092-1 1. Segmentação. 2. Segmento de oferta. 3. Segmento de demanda. 4. Comercialização do produto segmentado. I. Universidade Federal de Santa Catarina. Secretaria de Educação a Distância. II. Título. CDU: 380.8 Catalogação na publicação por: Onélia Silva Guimarães CRB-14/071
  • 4. Governo Federal PRESIDENTE DA REPÚBLICA Luiz Inácio Lula da Silva VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA José Alencar Gomes da Silva Ministério do Turismo MINISTRO DE ESTADO DO TURISMO Luiz Eduardo Pereira Barretto Filho SECRETÁRIO NACIONAL DE POLÍTICAS DE TURISMO Airton Pereira DIRETOR DO DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAÇÃO, ARTICULAÇÃO E ORDENAMENTO TURÍSTICO Ricardo Martini Moesch COORDENADORA-GERAL DE SEGMENTAÇÃO DO TURISMO Rosiane Rockenbach SECRETÁRIO NACIONAL DE PROGRAMAS DE DESENVOLVIMENTO DO TURISMO Frederico Silva da Costa DIRETORA DE QUALIFICAÇÃO, CERTIFICAÇÃO E DE PRODUÇÃO ASSOCIADA AO TURISMO Regina Cavalcante COORDENADORA-GERAL DE PROJETOS DE ESTRUTURAÇÃO DO TURISMO EM ÁREAS PRIORIZADAS Katia Terezinha Patrício da Silva Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) REITOR Prof. Alvaro Toubes Prata VICE-REITOR Prof. Carlos Alberto Justo da Silva Secretaria de Educação a Distância (SEaD) COORDENAÇÃO GERAL Prof. Cícero Ricardo França Barboza COORDENAÇÃO FINANCEIRA Prof. Vladimir Arthur Fey Fundação de Amparo à Pesquisa e Extensão Universitária (FAPEU) DIRETORIA EXECUTIVA Prof. Pedro da Costa Araújo - Superintendente Geral Prof. Cleo Nunes de Souza - Diretor Geral Prof. Gilberto Vieira Ângelo - Diretor Administrativo Profa. Elizabete Simão Flausino - Diretora Financeira
  • 5. Equipe técnica - Conteúdo COORDENAÇÃO GERAL Rosiane Rockenbach Wilken Souto COORDENAÇÃO TÉCNICA Priscilla Grintzos Responsabilidade Técnica pelo Conteúdo Conceitos Básicos EQUIPE TÉCNICA Alice Souto Maior CONSULTORIA Steven Albuquerque COLABORADORES Ana Lúcia Félix de Souza Anna Paola Alleone Luksevicius Montenegro Bruno Wendling Helenize Fernandes Ítalo Mendes Paula Regina da Silva Rodrigo Ramiro Sáskia Lima Responsabilidade Técnica pelo Conteúdo Apoio à comercialização de produtos segmentados EQUIPE TÉCNICA Alice Souto Maior Fabiana Oliveira CONSULTORIA Steven Albuquerque COLABORADORES Ana Lúcia Félix de Souza Anna Paola Alleone Luksevicius Montenegro Bruno Wendling Francesca Tomaselli Ítalo Mendes Laura Marques Márcia Godinho Michelle Ximenes Paula Regina da Silva Jurema Monteiro Rodrigo Ramiro Sáskia Lima
  • 6. Equipe Técnica SEaD/UFSC/FAPEU PLANEJAMENTO EDUCACIONAL E SUPERVISÃO DE LINGUAGEM Ana Luzia Dias Pereira DESIGN INSTRUCIONAL Agnes Sanfelici Débora Inácio Nascimento Maria Herminia Schenkel DESIGN GRÁFICO Juliana Cristina Carboni Marcio Augusto Furtado da Silva Max Vartuli REVISÃO TEXTUAL Rosângela Santos de Souza SUPERVISÃO EDUCACIONAL Karine Pereira Goss VIDEOAULA E TELECONFERÊNCIAS Áureo Moraes Dauro Veras Delmar dos Santos Gularte João Gabriel Lucchese Zanatta Jonatan Jumes Julia dos Santos Damásio Mauro Flores PORTAL DE CURSO E AMBIENTE VIRTUAL DE ENSINO E APRENDIZAGEM Tecnologia da Informação Apoio Pedagógico Maicon Barzotto Amanda Machado Chraim Murillo Lagranha Flores Ana Maria Elias Rodrigues Rosemeri Maria Pereira Juliana Schumacker Lessa Karin Rodrigues Moritz Suporte Técnico Serviços Administrativos e Monitoria Akhnaton Nunes Rebelo Dilton Ferreira Júnior Rafael Michels Motta Camila Napoleão Rafael Santos Barboza Francielly Moreira Tierri Wilton José Pimentel Filho Newton Knabben Filho Secretária Elisabete Bonatto
  • 8. É com grande satisfação que o Ministério do Turismo oferece o terceiro curso do Programa de Quali-ficação a Distância para o Desenvolvimento do Turismo, dessa vez integrado às ações do Programa de Estruturação de Segmentos Turísticos, contemplado no Plano Nacional de Turismo 2007-2010: uma viagem de inclusão. O curso apresenta a Segmentação como estratégia de mercado para a inovação de produtos turísticos por meio da valorização e caracterização dos diversos elementos que conferem identidade à oferta tu-rística brasileira bem como trata de variáveis e peculiaridades da demanda. O turismo é considerado um dos principais impulsionadores da economia moderna e uma das atividades humanas mais dinâmicas da última década. O aumento do tempo livre, a redução do custo do transporte aéreo, a facilidade de viajar fazem com que as pessoas usufruam cada vez mais desta atividade. Além de movimentar bilhões de dólares, o turismo proporciona oportunidades integradas no campo social, políti-co, cultural e ambiental, contribuindo para a redução das desigualdades regionais e distribuição de renda. O que se percebe, atualmente, é que com os avanços tecnológicos, principalmente no campo da infor-mação, o turista está mais exigente, bem-informado e autônomo, em busca de experiências marcantes e da realização de desejos e sonhos, valorizando ainda mais o conhecimento e a cultura. A segmentação, como forma de organizar o turismo para fins de planejamento, gestão, promoção e comercialização, pode ser uma estratégia de inovação de produtos e serviços, propiciando experiências únicas aos con-sumidores. Para tanto, torna-se essencial a constante busca pela qualidade e o aperfeiçoamento dos serviços e produtos a serem ofertados ao mercado consumidor. É por isso que o Ministério do Turismo atua como indutor da promoção da qualidade e da diver-sificação dos produtos turísticos, por meio do Programa de Qualificação Profissional e Empresa-rial do Turismo com base nas demandas do setor privado e dos diversos atores envolvidos com o desenvolvimento do turismo brasileiro, visando sempre aumentar a satisfação do turista. Assim, o Curso de Segmentação do Turismo a distância tem por objetivo, além da disseminação de conhecimento, fornecer subsídios para que a iniciativa privada, gestores públicos e demais atores envol-vidos diretamente com a atividade turística atuem conjuntamente na formatação de produtos turísticos segmentados. O objetivo é claro: aumentar os índices de competitividade dos destinos turísticos brasi-leiros no mercado nacional e internacional. Acreditamos que a realização dos cursos do Programa de Qualificação a Distância para o Desenvol-vimento do Turismo, em parceria com a Universidade Federal de Santa Catariana, consiste em uma iniciativa inovadora e exitosa, a medida que contribui para difusão das diretrizes políticas e operacionais necessárias para a gestão e implementação de ações para o desenvolvimento e diversificação da oferta turística em cada região do País . Esperamos que todos aproveitem ao máximo a oportunidade, pois a disseminação do conhecimento sobre segmentação do turismo é passo fundamental para estruturação, promoção e consolidação de produtos e destinos de excelência! Bem vindos ao curso de Segmentação do Turismo. Luiz Eduardo Pereira Barretto Filho Ministro de Estado do Turismo
  • 9. Universidade Federal de Santa Catarina
  • 10. O conhecido adágio “O Brasil é o país do futuro” – com seu irônico complemento implícito, “e sempre será” – poderia fazer sentido há algum tempo se aplicado ao turismo. Nos anos mais re-centes, já não faz mais. País de extraordinária diversidade biológica, paisagística, cultural e histó-rica, o gigante da América do Sul costumava ficar em segundo plano nas principais rotas turísticas internacionais. Este quadro de subutilização do potencial está se transformando rapidamente, graças a uma série de iniciativas articuladas de profissionalização da atividade, envolvendo parce-rias entre o setor público e o privado. Afinal, turismo não se faz só com belas paisagens. Um conjunto de ingredientes é vital para fazer com que a atividade dinamize a geração de emprego e renda: boa infraestrutura de transporte, hos-pedagem, saneamento, comunicação e segurança; divulgação adequada; e tão importante quanto os demais, o comprometimento com a educação, em especial a qualificação permanente dos pro-fissionais do setor. Tais investimentos são significativos, é certo, mas se justificam diante do grande retorno social da atividade. Em 2007, o número de desembarques turísticos no mundo atingiu 898 milhões, 6% a mais em relação ao ano anterior, estima a Organização Mundial de Turismo (UNWTO). Foi o quarto ano consecutivo de crescimento da atividade, que desde 1950 avança em média 6,5% ao ano. No Bra-sil, em 2007, desembarcaram 5 milhões de passageiros estrangeiros – Argentina, Estados Unidos e Portugal lideram o ranking de países emissores. Os gastos de turistas estrangeiros em visita ao País alcançaram o recorde de US$ 4,953 bilhões, um incremento de 14,76% em relação a 2006. Transformar a atividade em instrumento eficaz de inclusão social é uma das principais metas do Programa de Qualificação a Distância para o Desenvolvimento do Turismo, promovido pelo Ministério do Turismo em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Pela primeira vez no País, uma política de turismo enfatiza essa preocupação e dá a devida importân-cia também ao turismo interno. Mais que isso, dispõe de instrumentos legais e fiscais para que a inclusão não fique apenas na retórica. Por meio de quatro Cursos de Extensão Universitária, gratuitos e realizados a distância, o Pro-grama oferta 9 mil vagas para gestores de turismo em todo o território nacional. O rol de beneficiados com o Programa inclui os estudantes e aposentados, que poderão conhecer o Brasil a preços razoáveis; os trabalhadores do setor, que terão melhor qualificação profissional; os desempregados, que ganharão novas opções de trabalho; o setor turístico, que terá a possibi-lidade de gerar mais renda, e o governo, que terá ampliada a arrecadação de tributos. Assim, a UFSC, por meio da Secretaria de Educação a Distância (SEaD), cumpre o seu papel de levar rele-vantes atividades de ensino e aprendizagem para além dos limites das suas salas de aula. O País do futuro está sendo construído agora, com trabalho e competência. Boa viagem! Alvaro Toubes Prata Reitor da Universidade Federal de Santa Catarina
  • 12. Caro Aluno, Você está iniciando o curso Segmentação do Turismo, promovido pelo Ministério do Turismo, realizado pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Extensão Universitária (FAPEU) com o apoio da Secretaria de Educação a Distância (SEaD) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). O Curso será realizado em 7 semanas, contabilizando o total de 90 ho-ras- aula, sendo 10 horas/aula de Ambientação Virtual e 80 horas/aula de conteúdo. Durante este período, você contará com o apoio de uma equi-pe especializada para assisti-lo: o Sistema de Apoio ao Aluno a Distância, formado por Monitores e Tutores. Para iniciar seu estudo, você recebeu um kit didático composto por um livro e uma videoaula em DVD. Além desse kit, encontram-se à sua dis-posição outros recursos educacionais também muito importantes para o desenvolvimento do estudo à distância. São eles: •• Teleconferência •• Fóruns •• Lição Virtual •• Enquetes •• Biblioteca Virtual •• Biblioteca Participativa •• Banco de Boas Práticas, Banco de Roteiros e Banco de Plano de Negócios Vale ressaltar que todos esses recursos estarão disponíveis no Ambiente Virtual de Ensino e Aprendizagem (AVEA). O AVEA é o Ambiente Virtual em que serão desenvolvidas todas as atividades didático-pedagógicas pro-gramadas para este Curso. Assistindo o vídeo do estudante, que está disponibilizado no AVEA, você terá orientações básicas sobre como estudar a distância utilizando ade-quadamente todos os recursos didático-pedagógicos (Bancos, Oficinas e Lições Virtuais, Fóruns, Enquetes etc.) disponíveis neste Curso. Preste
  • 13. atenção às dicas para interagir na teleconferência, no AVEA e com o nosso sistema de apoio ao estudante a distância. É muito importante que você participe das atividades didático-pedagógicas programadas para essas 7 se-manas de Aula. Fique atento à programação do Curso. Aulas/Carga-horária Temática Atividades Semana 1 Ambientação Virtual 10h/a Orientação metodológica Apresentação do Curso Fórum de Relevância Social da Temática Fórum de Expectativas em relação ao Curso Construção do Perfil do aluno Teleconferência de abertura do Curso Semana 2 Módulo I 10h/a Conceitos Básicos Histórico das políticas de turismo e do Programa de Regionalização, Bases Conceituais ( o que é mercado, oferta e demanda, produto turístico, o que é segmentação, por que e como segmentar, sustentabilidade, etc.) Fóruns de Conteúdo Enquetes Abertura do Banco de Boas Práticas, do Banco de Roteiros e do Banco de Plano de Negócios Semana 3 Módulo I 10h/a Conceitos Básicos Roteirização Turística (conceituação, definição de região, rota e roteiro, metodologias aplicáveis aos segmentos); Aspectos Legais (Lei Geral de Turismo – relacionada à segmentação: cadastramento, fiscalização, documentos obrigatórios). Semana 4 Módulo II 15h/a Estruturação dos produtos segmentados do turismo Ecoturismo Turismo Cultural Turismo de Estudos e Intercâmbio Turismo de Pesca Turismo Náutico Enquetes Dúvidas frequentes Fóruns de Conteúdo por segmento Semana 5 Módulo II 15h/a Estruturação dos produtos segmentados do turismo Turismo de Aventura Turismo de Sol e Praia Turismo de Negócios e Eventos Turismo Rural
  • 14. Semana 6 Módulo III 15h/a Apoio à comercialização de produtos segmentados O mercado turístico Dados e pesquisas Política de preços: construção do tarifário e comissionamento. Formas. Instrumentos de promoção (marketing, publicidade e propaganda, material promocional) do produto turístico Formas, instrumentos de comercialização e canais de distribuição do produto turístico Estratégias de apoio à comercialização (fam tour, press trips, etc) Lição Virtual (exercícios de Fixação) Dúvidas Frequentes Encerramento dos Bancos de Boas Práticas, do Banco de Roteiros e do Banco de Planos de Negócios, Avaliação do Curso Módulo III 15h/a Apoio à comercialização de produtos segmentados Semana 7 Teleconferência de Encerramento Todas as atividades didático-pedagógicas serão apresentadas na primeira semana de aula, durante a Ambientação Virtual. Portanto, não deixe de participar ativamente dessas atividades! E se você tiver qualquer dúvida, por favor, entre em contato imediatamen-te com o nosso Sistema de Apoio! Atividades didático-pedagógicas No decorrer do Curso, como é possível verificar através da programa-ção do mesmo, estão previstas inúmeras atividades didático-pedagógicas como: Fóruns, Lição Virtual, Enquetes, Banco de Boas Práticas, Banco de Roteiros e Banco de Planos e Negócios. Fóruns Os fóruns são espaços de comunicação onde você pode trocar idéias sobre questões específicas sugeridas no Curso. Não esqueça de que você está inserido em um ambiente virtual e tudo o que você postar poderá ser lido por seus professores, tutores e colegas. Neste Curso serão abertos onze fóruns de conteúdo referentes aos Con-ceitos Básicos, Estruturação do produto turístico e Apoio à comercializa-ção de produtos segmentados. Não deixe de participar dessa atividade, sua contribuição é fundamental para o desenvolvimento e aprofundamento das questões referentes à segmentação do turismo.
  • 15. Lição virtual A Lição Virtual é uma atividade que visa complementar seus estu-dos. Ela consiste em exercícios de escolha simples, múltipla escolha, completar lacunas, todos relacionados diretamente ao conteúdo que você está estudando e à videoaula. São exercícios especialmente pre-parados com o objetivo de propiciar reflexões em torno dos temas abordados no Curso. Lembramos que não se trata de uma atividade obrigatória, mas sua participação efetiva é fundamental! Enquetes A Enquete é mais um recurso educacional que será utilizado nesse Curso com o propósito de promover o debate e ampliar o conhecimento sobre questões relacionadas aos temas desenvolvidos. É uma pesquisa baseada em opiniões ou em um tipo de investigação educacionalmente direciona-da, isto é, através da enquete busca-se conhecer como o conhecimento é obtido, qual a visão de certas questões, etc. Banco de boas práticas O Banco de Boas Práticas é um espaço criado para que você possa compartilhar com seus colegas de todas as partes do território nacio-nal, experiências concretas sobre a estruturação do produto turístico e a comercialização dos produtos segmentados. Este Banco trata-se de um ambiente colaborativo em que é possível compartilhar casos de sucesso, servindo como mais uma alternativa de fonte de pesquisa. Dê sua contribuição para a ampliação de espaços abertos para o conheci-mento e a pesquisa. Participe! Banco de roteiros O Banco de Roteiros foi especialmente criado para que você possa apre-sentar suas propostas de roteirização turística. O objetivo desse Banco é criar um ambiente de pesquisa para a criação de roteiros que desenvolvam estratégias que agreguem valores do cidadão, de sua cultura, de sua pro-dução de saberes, propiciando uma atividade turística sustentável. Não deixe de participar dessa atividade!
  • 16. Banco de planos de negócios O Banco de Planos de Negócios trata-se de um espaço de pesquisa destina-do à criação de propostas e estratégias de negócios para comercialização de um produto turístico. Nesse banco você terá a oportunidade de expor um sucinto Plano de Negócios. Aproveite essa oportunidade de ampliar e expandir conhecimentos! Biblioteca virtual e participativa As Bibliotecas Virtual e Participativa são dois espaços de extrema impor-tância no seu Ambiente Virtual de Ensino e Aprendizagem. Com elas você pode otimizar o seu tempo, assim como sua pesquisa. Visite mais este espaço do AVEA, pois através dele você poderá fazer lei-turas complementares, com acesso a livros, teses e outros materiais dire-tamente relacionados ao tema desse Curso. Biblioteca virtual É o espaço onde são publicadas leituras complementares às principais temáticas abordadas neste Curso: textos, artigos científicos, excertos de livros, teses, dissertações, apresentações, entrevistas etc, todos indicados pelo Ministério do Turismo. Visite sempre este espaço para aprofundar seus conhecimentos sobre as temáticas que mais lhe interessam! Biblioteca participativa É um espaço virtual colaborativo construído ao longo do Curso a partir da colaboração de todos os alunos que queiram publicar leituras comple-mentares diretamente relacionadas aos temas desenvolvidos no Curso. Se você pretende publicar algum material nesse espaço, envie-o ao seu tutor com a devida referência bibliográfica completa (autor, fonte, paginação, data de publicação). Nesse espaço você pode compartilhar materiais de sua autoria com os seus colegas.
  • 17. Entenda a iconografia contida no livro O Livro constitui a base do Curso, pois aborda os principais conteúdos que serão aprofundados no AVEA, na Videoaula e na Teleconferência des-te Curso. Para uma melhor assimilação do conteúdo, sugerimos que você: •• utilize o material impresso de maneira integrada com os demais recursos didáticos, como o Ambiente Virtual de Ensino e Aprendi-zagem e a Videoaula; •• sublinhe todas as passagens que você achar importante e elabore seus próprios resumos; •• tenha o hábito de fazer esquemas e anotações ao longo do texto; •• anote as dúvidas que surgirem durante a leitura para esclarecê-las com seus colegas e professores quando você participar dos Fóruns de Con-teúdo, dos Blogs, do Banco de Boas Práticas, das Teleconferências etc; •• preste atenção no modo como seu livro está estruturado. Ele sinali-za informações relevantes, como representado a seguir. Vários ícones sinalizam a integração do material impresso com outros re-cursos pedagógicos e fontes de informação no Ambiente Virtual de Ensi-no e Aprendizagem, o AVEA, ou em referências bibliográficas. Vamos ver o que significam. Informação complementar disponível na internet. Material disponível na Biblioteca Virtual. Legislação disponível na Biblioteca Virtual. Leituras Complementares indicadas pelos autores i Glossário As palavras que aparecem coloridas no corpo do texto fazem parte do glossário, encontrado no final do livro.
  • 18. Lembre-se: Estudar a distância demanda iniciativa e autonomia. Você defi ne o seu ritmo! Mas para obter bom aproveitamento é fundamental ter uma postura refl exiva, cooperativa e discipli-nada. Participe das propostas sugeridas! Questione, dê sua opi-nião, troque informações com seus colegas e professores! Acesso ao Portal do curso O portal do curso de Segmentação do Turismo pode ser acessado pelo endereço www.turismo.gov.br/ead , referente ao Programa de Qualifi - cação a Distância para o Desenvolvimento do Turismo. Você pode acessar o endereço do portal do Curso por meio do site da SEaD www.sead.ufsc.br.
  • 19. O Portal do Curso é uma plataforma de acesso livre, aberta ao público em geral. Nele você encontrará informações atualizadas referentes ao Cur-so, como notícias, atividades, data e horário da Teleconferência, com a possibilidade de assisti-la e, também, informes do Ministério do Turismo. Através do Portal você pode acessar o AVEA, indicando seu login e senha de acordo com as instruções a seguir. Acesso ao ambiente virtual de ensino e aprendizagem (AVEA) do curso O AVEA é uma plataforma virtual de acesso restrito aos participantes des-te curso, professores, equipe técnica do MTur, tutores e monitores. Para acessar o AVEA, não esqueça do seu login e da sua senha, enviados a você por e-mail durante o período de matrícula.
  • 20. Como acessar o AVEA No Portal do Curso, digite seu login e sua senha no espaço reservado para tal. Pronto! A nova tela que irá aparecer é o AVEA. Caso você tenha algum problema para acessar o AVEA, entre imediata-mente em contato com a nossa Monitoria.
  • 21. AVEA é uma plataforma virtual de acesso restrito aos participantes deste curso, aos professores, à equipe técnica e administrativa e aos parceiros institucionais. Para acessar o AVEA, não esqueça do seu login e da sua senha, enviados a você por e-mail durante o período de matrícula. Sistema de apoio ao estudante a distância O Sistema de Apoio ao Estudante a Distância está organizado para re-alizar o acompanhamento e a avaliação do seu processo de estudo e de aprendizagem. Ele é formado por monitores e tutores, que irão lhe ofe-recer os subsídios necessários para um melhor aproveitamento do Curso. Horário de atendimento (segunda à sexta-feira) Manhã: 08h00min às 12h00min Tarde: 14h00min às 18h00min Monitoria Entre em contato com a monitoria caso ocorra alguma das seguintes situações: •• mudança de endereço postal ou e-mail. Até o momento de rece-ber o seu certificado, é fundamental que seus dados estejam sempre atualizados; •• dificuldade em acessar o AVEA, em função de problemas com lo-gins e/ou senhas; •• erro nas informações (nome completo e/ou endereço) que cons-tam na etiqueta da embalagem deste kit; •• não recebimento do kit completo do Módulo (um livro e um DVD). Tutoria Os tutores estarão à sua disposição para orientá-lo a respeito dos procedi-mentos para a utilização do AVEA e a realização das atividades propostas, inclusive a avaliação individual. Eles manterão uma comunicação dinâmica com você via e-mail, motivan-do- o a participar das atividades propostas.
  • 22. Certificação A avaliação, como prática educativa, deve ser compreendida como um processo contínuo e que tem como objetivo o acompanhamento sistemá-tico das atividades desenvolvidas pelos alunos. Por esse motivo, para o processo avaliativo deste Curso estaremos levando em conta sua participação nas atividades como Fóruns, Enquetes, Exercí-cios Complementares e para favorecer a troca de experiências e o diálogo entre os pares a sua contribuição nos Bancos (Boas Práticas, Negócios e Roteiros) que se encontram no AVEA. Participe das atividades propostas, pois elas serão requisitos básicos para a sua Certificação. Contatos Secretaria de Educação a Distância Universidade Federal de Santa Catarina Rua Dom Joaquim, 757 Centro CEP 88015-310 Florianópolis – SC Telefone – (48) 3952-1900 Fax: (0xx48) 39521945 e 3952-1904 E-mail: turismo@sead.ufsc.br
  • 24. Conceitos básicos 1. Introdução................................................................................ 30 2. Histórico das políticas de turismo e do programa de regionalização.............................................................................. 32 2.1 A Política Nacional de Turismo.................................................................................. 32 2.2 A região turística e os produtos turísticos............................................................. 41 3. O mercado turístico................................................................ 46 3.1 Conceituação de mercado.......................................................................................... 46 3.2 Análise do mercado turístico..................................................................................... 48 4. A oferta e os produtos turísticos.......................................... 53 4.1 Entendendo o que é produto.................................................................................... 53 4.2 Compondo o produto turístico................................................................................. 56 4.3 A oferta turística............................................................................................................. 59 5. A demanda turística................................................................ 62 6. Segmentação turística........................................................... 67 6.1 Segmentação da demanda........................................................................................ 69 6.2 Segmentação da oferta................................................................................................ 79 7. A segmentação e a sustentabilidade do Turismo............. 88 8. Aspectos legais da segmentação do Turismo.................... 91 Apoio à comercialização de produtos segmentados 1. Introdução................................................................................ 96 2. Competitividade no mercado turístico............................... 98
  • 25. 3. Pesquisa de mercado e o uso da informação...................102 3.1 A importância do diagnóstico para a segmentação.......................................103 3.2 Exemplo de uso das informações disponíveis para a tomada de decisões.....................................................................................................................104 3.3 O turismo doméstico no brasil................................................................................109 4. Definindo as estratégias de produto.................................113 5. Estratégias e política de preço............................................116 5.1 Construção de preço dos produtos turísticos ...................................................117 5.2 Composição das tarifas dos equipamentos........................................................118 5.3 Diferentes posicionamentos de preço..................................................................120 5.4 Sugestões para composição de tarifas.................................................................126 6. Estratégias para o gerenciamento da distribuição ........128 6.1 Conceitos básicos de canais de distribuição e comercialização.................128 6.2 Canais de distribuição em turismo........................................................................131 6.3 Sugestões para escolha dos canais de distribuição.........................................143 7. A comunicação integrada de marketing no mercado turístico......................................................................145 7.1 Propaganda ...................................................................................................................148 7.2 Promoção de vendas..................................................................................................155 7.3 Eventos e experiências...............................................................................................156 7.4 Relações públicas e assessoria de imprensa .....................................................158 7.5 Marketing direto............................................................................................................160 7.6 Vendas pessoais............................................................................................................161 7.7 Uso da internet como canal de divulgação do produto turístico................163 8. Elaboração de roteiro integrado .......................................166 9. Desenvolvimento do plano de marketing e comercialização.........................................................................186 9.1 Características e história do destino ou território............................................188
  • 26. 9.2 Análise do ambiente externo...................................................................................189 9.3 Análise do ambiente interno...................................................................................189 9.4 Definição do produto e segmento de oferta.....................................................190 9.5 Definição dos segmentos de demanda...............................................................191 9.6 Estratégias de comercialização...............................................................................192 9.7 Previsão de despesas..................................................................................................194 9.8 Plano de contingência ...............................................................................................194 9.9 Implantação, controle e acompanhamento ......................................................195 Conclusão ...................................................................................196 Glossário......................................................................................199 Referências bibliográficas........................................................205
  • 27. Siglas A&B – Alimentos e Bebidas CNPJ – Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica FGV – Fundação Getúlio Vargas IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística MTur – Ministério do Turismo OMT – Organização Mundial do Turismo ONG – Organização Não-Governamental PNT – Plano Nacional de Turismo SEBRAE – Serviço de Apoio às Micro e Pequenas empresas UF – Unidade Federativa.
  • 28.
  • 30.
  • 31. 30 1. Introdução A permanente busca de novos produtos turísticos pelos consumidores tem levado a mudanças nas estratégias de planejamento, gestão e promo-ção do turismo, privilegiando a oferta segmentada de produtos turísticos. Este novo comportamento de compra tem exigido, cada vez mais, a cria-ção e oferta de produtos direcionados para demandas específicas, visando oferecer diferentes experiências para os visitantes. Diante disso, a segmentação da oferta turística passa a ser importante critério no processo de elaboração de uma estratégia para desenvolver o turismo em uma localidade, atraindo e agradando os diferentes perfis de visitantes. Percebemos, assim, a necessidade de criar estratégias para o desenvol-vimento do turismo por meio do planejamento e organização da oferta existente, valorizando os diversos elementos de uma região que propor-cionam identidade à oferta turística. Este curso tem como finalidade capacitar e atualizar os gestores de turis-mo e empresários do setor para atuar de forma competitiva, oferecendo subsídios para a estruturação, diversificação e qualificação da oferta turís-tica brasileira com foco em segmentos. O que pretendemos é poder ajudar os participantes no entendimento das principais questões que envolvem a produção segmentada de serviços tu-rísticos, bem como da comercialização dessa produção, atendendo às exi-gências cada vez mais específicas dos turistas. Dessa forma, iniciamos este Curso com o Módulo I, que contempla, pri-meiramente, um breve contexto das políticas nacionais de turismo, execu-tadas pelo Ministério do Turismo, com o objetivo de apresentar ao aluno em que momento a questão da Segmentação se insere e sua relevância neste contexto. Após essa contextualização, passamos, então, a trabalhar nas seções 3, 4 e 5, três conceitos básicos que farão parte de toda a discus-são durante o Curso, sendo eles: o mercado, a oferta e a demanda. O ob-jetivo é promover o entendimento e o alinhamento sobre esses conceitos, trazendo aspectos essenciais para a discussão sobre segmentação. Assim, a seção 6 trata do conteúdo referente à segmentação do turismo, com o olhar voltado para suas duas formas principais de se segmentar: pela de-manda e pela oferta. O aluno será levado a refletir sobre os aspectos que
  • 32. 31 Conceitos básicos influenciam a tomada de decisão sobre o que ofertar e para quem ofertar seu produto turístico. Na seção 7, são abordados conceitos importantes sobre roteirização tu-rística, já que a elaboração dos produtos turísticos segmentados envolve, muitas vezes, um roteiro ou uma rota numa mesma região turística. Na seção 8, discutimos a questão da sustentabilidade e a relação com a seg-mentação, principalmente, do ponto de vista da oferta turística. Por fim, na seção 9, fazemos uma análise dos principais aspectos da Lei do Tu-rismo nº 11.771/08 que envolvem diretamente a prestação de serviços turísticos e que o aluno deve atentar para essa legislação. Seja bem vindo ao Curso de Segmentação do Turismo!
  • 33. 32 2. Histórico das políticas de turismo e do programa de regionalização 2.1 A política nacional de turismo 2.1.1 O modelo de gestão descentralizada1 O Plano Nacional de Turismo concebeu e o Ministério do Turismo im-plementou um modelo de gestão pública descentralizada e participativa. Essa iniciativa integrou diversas instâncias da gestão pública e da iniciativa privada, por meio da definição de diretrizes gerais para o desenvolvimen-to da atividade, nas diversas escalas territoriais e de gestão do País e da criação de ambientes de reflexão e discussão. O modelo propôs a constituição de um sistema nacional de gestão do tu-rismo no País composto, em nível nacional, por um núcleo formado pelo Ministério do Turismo, Conselho Nacional de Turismo2 e Fórum Nacio-nal de Secretários e Dirigentes Estaduais de Turismo3. Em âmbito estadu-al, os Órgãos Oficiais de Turismo, apoiados pelos Fóruns ou Conselhos Estaduais de Turismo4 complementam a rede de gestão descentralizada. 1 Descentralização significa fortalecer os espaços de participação, a desconcentração física e política das responsabilidades na gestão dos processos, e a autonomia no planejamento. O modelo de gestão do Programa de Regionalização do Turismo – Roteiros do Brasil foi conce-bido com ênfase na ampliação da participação dos agentes dos processos, de descentraliza-ção, de planejamento, implementação, avaliação do desenvolvimento da atividade turística e estímulo à participação dos agentes locais das regiões e municípios (BRASIL, Ministério do Turismo. Programa de Regionalização do Turismo – Roteiros do Brasil: Introdução à Regio-nalização do Turismo. Brasília, 2007, p. 34). 2 Conselho Nacional de Turismo – órgão colegiado de assessoramento superior, estruturado em Câmaras Temáticas, integrante da estrutura básica do Ministério do Turismo, que tem como atribuição, dentre outras, a proposição de ações, objetivando a democratização da ati-vidade turística para a geração de emprego, renda e a redução das desigualdades regionais (BRASIL, Ministério do Turismo. Programa de Regionalização do Turismo – Roteiros do Brasil: Formação de Redes. Brasília, 2007, p. 54). 3 Fórum Nacional dos Secretários e Dirigentes Estaduais de Turismo - colegiado formado pelos Secretários de Estado de Turismo ou Presidentes de Órgão Estaduais de Turismo que se reúnem, de forma voluntária e informal, para deliberar sobre os temas relevantes do tu-rismo nacional, incorporando as demandas estaduais, regionais e nacionais, trazendo para o debate o pensamento e a ação do executivo estadual e dos Conselhos e Fóruns Estaduais na gestão do turismo, constituindo-se num bloco de expressão técnica e política. Atua, junto com o Conselho Nacional do Turismo, como órgão de assessoramento ao Ministério do Tu-rismo, na elaboração e implantação do Plano Nacional do Turismo e na discussão dos prin-cipais programas e projetos do turismo brasileiro (BRASIL, Ministério do Turismo. Programa de Regionalização do Turismo – Roteiros do Brasil: Formação de Redes. Brasília, 2007, p. 54). 4 Fórum ou Conselho Estadual de Turismo - entidade de caráter propositivo, consultivo e
  • 34. 33 Conceitos básicos No nível intermediário da gestão descentralizada, encontram-se as ins-tâncias de representação das cinco macrorregiões brasileiras (Norte, Nor-deste, Centro-Oeste, Sul e Sudeste) que discutem e dispõem sobre os te-mas e questões relacionados ao desenvolvimento da atividade, em área de abrangência que extrapola os limites dos respectivos territórios estaduais. Em âmbito local, os municípios, por meio de seus órgãos municipais de turismo, são incentivados a criar um Colegiado Local (conselho, fórum ou comitê municipal de turismo) e a organizarem-se em Instâncias de Gover-nança Regionais5, com representações do setor público, privado e sociedade civil organizada, possibilitando a criação de ambientes de discussão e refle-xão adequados às respectivas escalas territoriais, complementando, assim, o sistema nacional de gestão do turismo, conforme ilustração a seguir: Sistema Nacional de Gestão do Turismo Figura 1.1. Fonte: Ministério do Turismo, 2004. mobilizador que visa a integração de todas as instituições que compõem a cadeia produtiva do turismo, em cada Unidade da Federação (UF). Dentre outras funções, é responsável por apoiar o Órgão Oficial de Turismo das UFs na coordenação do processo de regionalização do turismo, em âmbito Estadual (BRASIL, Ministério do Turismo. Programa de Regionalização do Turismo – Roteiros do Brasil: Formação de Redes. Brasília, 2007, p. 54). 5 Instância de Governança Regional e Local – organização representativa dos poderes pú-blico e privado, da sociedade e dos municípios componentes das regiões turísticas, com o papel de coordenar, acompanhar e gerir o processo de regionalização do turismo na região turística. Pode ser um Conselho, um Fórum, uma Associação, um Comitê etc. Cf. BRASIL, Mi-nistério do Turismo. Programa de Regionalização do Turismo – Roteiros do Brasil: Módulo Operacional 3: Institucionalização da Instância de Governança Regional. Brasília, 2007, p. 16).
  • 35. 34 Assim constituído, o modelo de gestão descentralizada do turismo viabi-liza os canais de interlocução entre as diversas esferas da gestão pública e as diferentes escalas de representação da iniciativa privada e do terceiro setor. Desse modo, possibilita a implementação dos programas e ações propostos pelo Plano Nacional de Turismo, de forma articulada e sinérgica com o pla-nejamento e gestão do turismo, no âmbito das Unidades da Federação, das macrorregiões, das regiões turísticas e dos municípios do País. 2.1.2 Processo de regionalização do turismo A transição do processo de municipalização para a regionalização do tu-rismo permitiu uma nova configuração na política nacional do turismo e possibilitou uma maior integração entre as esferas municipal e regional, ou seja, abriu espaço para cada município interagir, complementar e comparti-lhar propostas com outros municípios que compõem uma região turística. A partir daí, os municípios deixam de atuar isoladamente e passam a tra-balhar de forma integrada e cooperada, assimilando a noção de território. Com o lançamento do Plano Nacional de Turismo 2007/2010 – Uma Via-gem de Inclusão (PNT), em junho de 2007, o Programa de Regionalização do Turismo se consolida como estruturante e transversal. O novo PNT é composto por oito macroprogramas, sendo que um deles é o Macroprogra-ma de Regionalização do Turismo que norteia todos os outros macroprogra-mas, programas e ações do Plano. Ou seja, a regionalização do turismo ganha status dentro do PNT e se estabelece como um instrumento que con-tribui para o aperfeiçoamento da gestão das regiões turísticas e o alcance de todas as metas estabelecidas para o turismo brasileiro, até o ano de 2010. Dos objetivos e estratégias dos Macroprogramas do PNT 2007- 2010 emanam diretrizes e programas que, articulados, devem satisfazer as demandas nacionais para a consolidação do turis-mo no País. Dessa forma, as seguintes metas foram estipuladas para o turismo no Brasil, até 2010: 1. promover a realização de 217 milhões de viagens no merca-do interno; 2. criar 1,7 milhão de novos empregos e ocupações; 3. estruturar 65 destinos turísticos com padrão de qualidade internacional; 4. gerar 7,7 bilhões de dólares em divisas.
  • 36. 35 Conceitos básicos Para alcançar essas metas, o PNT 2007-2010 foi estruturado a partir de oito Macroprogramas: •• Macroprograma 1 – Planejamento e Gestão; •• Macroprograma 2 – Informação e Estudos Turísticos; •• Macroprograma 3 – Logística de Transportes; •• Macroprograma 4 – Regionalização do Turismo; •• Macroprograma 5 – Fomento à Iniciativa privada; •• Macroprograma 6 – Infraestrutura Pública; •• Macroprograma 7 – Qualificação dos Equipamentos e Serviços Turísticos; •• Macroprograma 8 – Promoção e Apoio à Comercialização. Figura 1.2. Fonte: Ministério do Turismo, PNT 2007-2010, p. 58. Nesse contexto, o Macroprograma de Regionalização do Turismo tem por objetivos até 2010: •• promover o desenvolvimento e a desconcentração da atividade tu-rística; •• apoiar o planejamento, a estruturação e o desenvolvimento das re-giões turísticas; •• aumentar e diversificar produtos turísticos de qualidade, contem-plando a pluralidade cultural e a diferença regional do País;
  • 37. 36 •• possibilitar a inserção de novos destinos e roteiros turísticos para comercialização; •• fomentar a produção associada ao turismo, agregando valor à oferta turística e potencializando a competitividade dos produtos turísticos; •• potencializar os benefícios da atividade para as comunidades locais; •• Integrar e dinamizar os arranjos produtivos do turismo; •• aumentar o tempo de permanência do turista nos destinos e rotei-ros turísticos; •• dinamizar as economias regionais. É importante ressaltar que o Macroprograma de Regionalização do Tu-rismo é composto por quatro Programas, no âmbito do PNT 2007-2010. São eles: Programas do Macroprograma 4 Figura 1.3. Fonte: Ministério do Turismo, PNT 2007/2010, p. 67. •• Programa de Planejamento e Gestão da Regionalização – con-templa desde atividades de articulação, sensibilização e mobiliza-ção, até a elaboração de planos estratégicos das regiões turísticas. Tem efetiva atuação por meio da institucionalização de Instâncias de Governança Regionais, na formação de redes e na monitoria e avaliação do processo de regionalização.
  • 38. 37 Conceitos básicos •• Programa de Apoio ao Desenvolvimento Regional do Turismo – integra os Programas Regionais de Desenvolvimento do Turismo – PRODETUR. Visa assegurar o desenvolvimento sustentável e inte-grado, melhorar a qualidade de vida da população local, aumentar as receitas do setor e melhorar a capacidade de gestão da atividade em áreas de expansão e de potencial turísticos. •• Programa de Estruturação da Produção Associada ao Turismo – objetiva a identificação dos produtos associados ao turismo, arte-sanal, industrial, comercial e de serviços, como forma de ampliação e diversificação da oferta. Propõe meios de alavancar as oportunida-des e superar os desafios para incorporar esses produtos e adequá-los ao mercado e ao processo de comercialização do turismo. •• Programa de Estruturação dos Segmentos Turísticos – propõe o ordenamento e a consolidação de cada segmento, a articulação e o fortalecimento de suas instâncias representativas e a padroni-zação de referência conceitual, que juntamente com a estrutura-ção da produção associada ao turismo configuram a base para a construção de roteiros turísticos. Conforme o Plano Nacional de Turismo 2007-2010, o Programa de Estruturação dos Segmentos Turísticos é norteado por duas linhas estratégicas: segmentação da oferta e da demanda turística e estruturação de roteiros turísticos. Este Programa contribui, entre outros, para promover a ampliação e diversifi-cação do consumo do produto turístico brasileiro, incentivan-do o aumento da taxa de permanência e do gasto médio do turista nacional e internacional. O que se pretende é apoiar o ordenamento e a consolidação dos segmentos turísticos, por meio da articulação e o fortalecimento de suas instâncias re-presentativas e a padronização de referência conceitual, de modo a dar iden-tidade a produtos turísticos, minimizar os efeitos da sazonalidade e aumen-tar e diversificar a oferta turística no mercado doméstico e internacional. Os principais segmentos de oferta trabalhados pelo Programa são: Turis-mo Cultural; Turismo Rural; Ecoturismo; Turismo de Aventura; Turismo Náutico; Turismo de Sol e Praia; Turismo de Negócios e Eventos; Turis-mo de Pesca; Turismo de Estudos e Intercâmbio; Turismo de Esportes e Turismo de Saúde. É válido destacar, que nesse processo, insere-se trans-
  • 39. 38 versalmente o Turismo Social6, como forma inclusiva de conduzir e pra-ticar a atividade turística com vistas à melhor distribuição de benefícios. O aprofundamento sobre esses segmentos, com exceção dos três últimos, serão objeto de estudo no Módulo II deste Curso. A articulação interinstitucional e intersetorial, a capacitação, a qualifica-ção dos serviços turísticos e o ordenamento, normatização e regulação são diretrizes que nortearão a implementação do Programa de Estrutura-ção dos Segmentos, com vistas à agregação de valor e competitividade aos produtos turísticos brasileiros. Dentre as ações operacionais, o Programa prevê o fortalecimento institu-cional, a formação de redes, a estruturação, diversificação e qualificação da oferta turística, a realização de pesquisas e estudos de demanda, a promo-ção e apoio à comercialização e a disseminação contínua do conhecimento. Este Curso é uma das estratégias de disseminação de conhe-cimento do Programa de Estruturação dos Segmentos Turísti-cos que, entre outros, tem por objetivo oferecer aos gestores públicos e, principalmente, à iniciativa privada subsídios para a utilização da segmentação como estratégia na elaboração de produtos turísticos, por meio da valorização e caracteriza-ção dos diversos elementos que conferem identidade à ofer-ta turística brasileira. Estimular a inovação nos produtos seg-mentados para incrementar os níveis de demanda do destino turístico e promover a criação de novos negócios e produtos, também são objetivos do Curso. 2.1.3 O mapa da regionalização do turismo – Roteiros do Brasil O modelo de estruturação do turismo de forma regionalizada não era no-vidade no País, embora não fosse uma política pública do Governo Fede-ral antes da elaboração do PNT 2003-2007. A regionalização já existia em alguns estados brasileiros, como o Rio Grande do Sul, o Ceará, a Bahia, Minas Gerais e São Paulo, por exemplo, com a criação de circuitos ou pó-los turísticos. Mais do que diretriz da Organização Mundial do Turismo - OMT, a regionalização partiu da observação do fenômeno que vinha ocor-rendo em alguns dos Estados brasileiros, onde o fluxo de visitantes não era 6 Turismo Social – é a forma de conduzir e praticar a atividade turística, promovendo a igual-dade de oportunidades, a equidades, a solidariedade e o exercício da cidadania na perspec-tiva da inclusão (BRASIL, Ministério do Turismo. Segmentação do Turismo: Marcos Concei-tuais. Brasília, 2005, p. 5).
  • 40. 39 Conceitos básicos direcionado para um ou outro município, somente, mas para uma região. Diante disso, para iniciar a implementação do Programa de Regionaliza-ção do Turismo, foi necessário um mapeamento do Território Nacional. Em 2004, o Ministério do Turismo, por meio de Oficinas de Planejamen-to e Definição de Estratégias, identificou as regiões turísticas brasileiras, compondo o 1º Mapa da Regionalização do Turismo – Roteiros do Brasil. Atualmente, o Mapa da Regionalização do Turismo está sua 3ª Edição e é formado por 276 regiões e 3.635 municípios, conforme figura a seguir: Figura 1.4. Mapa: Regiões Turísticas do Brasil. Fonte: Ministério do Turismo, 2009. Você pode acessar a relação e o mapa das regiões turísticas do Brasil na Biblioteca Virtual do Curso e também no Portal do Ministério do Turismo em www.turismo.gov.br. 2.1.3.1 Destinos indutores de desenvolvimento turístico regional A partir do Mapa da Regionalização do Turismo, o Programa de Regiona-lização do Turismo – Roteiros do Brasil propôs a estruturação de roteiros turísticos intermunicipais nas regiões turísticas brasileiras, com base nos princípios da cooperação, integração e sustentabilidade ambiental, econô-mica, sociocultural e político-institucional.
  • 41. 40 Em 2007, quando do lançamento do Plano Nacional do Turismo 2007- 2010 – Uma Viagem de Inclusão, foram selecionados 65 destinos com capacidade de induzir o desenvolvimento regional dentro dos roteiros turísticos priorizados pelo Programa de Regionalização do Turismo. Atu-almente, o Ministério do Turismo prioriza 81 roteiros turísticos para ob-tenção de padrão de qualidade internacional. A relação e o mapa dos 65 destinos indutores de desenvolvimento tu-rístico regional, assim como a listagem dos 81 roteiros turísticos priori-zados estão disponíveis no ambiente virtual deste curso e também no portal do Ministério do Turismo: www.turismo.gov.br. Isso significa que esses destinos, assim como as regiões e os roteiros turís-ticos onde eles estão inseridos, são, atualmente, priorizados para receber investimentos técnicos e financeiros do MTur e são foco de articulações e busca de investimentos com outros ministérios e instituições. Os destinos indutores têm a responsabilidade de propagar o desenvolvi-mento nos roteiros dos quais fazem parte e, consequentemente, nas re-giões turísticas que esses roteiros perpassam. Suas experiências e práticas exitosas deverão ser multiplicadas para outros destinos e roteiros que in-tegram o Mapa da Regionalização do Turismo do País. Assim, para o Programa de Regionalização do Turismo, os destinos indu-tores de desenvolvimento turístico regional são: [...] aqueles que possuem infra-estrutura básica e turística e atrativos qualificados, que se caracterizam como núcleo receptor e/ou distribui-dor de fluxos turísticos, isto é, são aqueles capazes de atrair e/ou dis-tribuir significativo número de turistas para seu entorno e dinamizar a economia do território em que está inserido. A seguir, o Mapa dos 65 Destinos indutores do Desenvolvimento Turísti-co Regional:
  • 42. 41 Conceitos básicos Figura 1.4.1. Mapa dos 65 Destinos Turísticos 2.2 A região turística e os produtos turísticos7 É válido lembrar que, na regionalização, o espaço territorial é concebido como agente de transformação social, deixando de ser visto meramente como um espaço físico. Assim, chegar à idéia de região significa mudar o modo de pensar. Significa passar a olhar o território não apenas por suas características históricas, ambientais e culturais locais, mas principalmen-te, enxergar esses aspectos em inter-relações complexas e interdependen-tes com outros locais, em redes de cooperação harmoniosa e de esforço coordenado. Em outras palavras: regionalizar, conforme as Diretrizes Políticas do Pro-grama de Regionalização (2004, p.11) é transformar a ação centrada na uni-dade municipal em uma política pública mobilizadora, capaz de provocar mudanças, sistematizar o planejamento e coordenar o processo de desen- 7 BRASIL, Ministério do Turismo. Programa de Regionalização do Turismo – Roteiros do Brasil: Introdução à Regionalização do Turismo. Brasília, 2007.
  • 43. 42 volvimento local, regional, estadual e nacional de forma articulada e com-partilhada. Para implementar esse modelo, é necessária a organização de um espaço geográfico em regiões, para fins de planejamento, gestão, pro-moção e comercialização integrada e compartilhada da atividade turística. Realizada a articulação regional, é momento de partir para uma outra eta-pa: a roteirização turística. A elaboração dos roteiros turísticos é papel da iniciativa privada, contudo, deve ser induzida pelos gestores locais e regio-nais. O procedimento adequado é: considerada a região, o planejamento deve voltar-se para a roteirização turística. Roteirizar é uma forma de organizar e integrar a oferta turística do País, gerando produtos rentáveis e comercialmente viáveis. A roteirização é voltada para a construção de parcerias e promove a integração, o com-prometimento, o adensamento de negócios, o resgate e a preservação dos valores socioculturais e ambientais da região8. A criação e a consolidação de novos roteiros possibilitam o aumento das taxas de visitação, de permanência e gasto médio do turista nos destinos brasileiros, tendo como consequência imediata a geração e a ampliação de postos de trabalho e, como consequências de médio e longo prazos, a pro-moção da inclusão social, uma melhor distribuição de renda e a redução das desigualdades regionais e sociais9. Uma região será mais ou menos atraente turisticamente de acordo com seus atributos endógenos e exógenos, ou seja, internos e externos, das necessidades, do perfil e da motivação daqueles que procuram por bens e serviços turísticos. É também essencial que a informação acerca da re-gião esteja disponível ao público-alvo e seja por ele apreendida, de forma a despertar o desejo de se deslocar até o atrativo. Outro fator importante é o acesso disponível à região, que dependerá das diferentes posições ge-ográficas de cada segmento interessado em conhecer a região objeto de seu interesse. Também devem ser considerados os canais de distribuição trabalhados. Neste contexto, faz-se necessário esclarecer algumas peculiaridades acerca dos conceitos adotados pelo Programa de Regionalização do Turismo, conforme é apresentado a seguir. 8 BRASIL, Ministério do Turismo. Programa de Regionalização do Turismo – Roteiros do Brasil: Módulo Operacional 7 – Roteirização Turística. Brasília, 2005. 9 BRASIL, Ministério do Turismo. Programa de Regionalização do Turismo – Roteiros do Brasil: Módulo Operacional 7 – Roteirização Turística. Brasília, 2005.
  • 44. 43 Conceitos básicos Considera-se que: Região turística é o “espaço geográfico que apresenta caracte-rísticas e potencialidades similares e complementares, capazes de serem articuladas e que definem um território.” (MTur, 2004). A região turística ultrapassa os limites geopolíticos preestabelecidos no País, isto é, pode ser constituída por municípios de um ou mais estados ou de um ou mais países. Ressalta-se, também, que uma região turística pode conter uma ou várias rotas e um ou vários roteiros. Uma dúvida que pode surgir: todos os municípios de uma região podem ser considerados turísticos? Não. Nem todos os municípios de uma re-gião são, necessariamente, turísticos, ou seja, nem todos são dotados de potencial relevante para o turismo. Há municípios que apresentam, pre-dominantemente, algum outro tipo de atividade econômica e é nessa ati-vidade econômica que deve ser focado o seu desenvolvimento. O que se propõe no Programa de Regionalização do Turismo – Roteiros do Brasil é que esses municípios participem do planejamento regional e busquem sua agregação no processo de desenvolvimento do turismo, por meio de suas peculiaridades. Podemos citar, por exemplo, um município que se desenvolve por meio da agropecuária. Se esse município fornecer leite, queijo, carne, couro etc., poderá integrar-se à rede de desenvolvimento regional, transformando-se em uma unidade de apoio ao município vizinho, que tem como atividade econômica predominante o turismo. Quanto à definição de rota e de roteiro turístico, segundo o MTur: Roteiro turístico é um itinerário caracterizado por um ou mais elemen-tos que lhe conferem identidade, definido e estruturado para fins de pla-nejamento, gestão, promoção e comercialização turística e rota turística é um percurso continuado e delimitado cuja identidade é reforçada ou atribuída pela utilização turística. Em outras palavras: a rota é um itinerário com contexto na história, ou seja, o turismo se utiliza da história como atrativo para fins de pro-moção e comercialização turística como, por exemplo, Estrada Real/ MG, ou a Rota dos Tropeiros/PR, onde o turista percorre o mesmo caminho trilhado por alguns personagens de uma determinada época. Na rota, existe uma sequência na ordem dos destinos a serem visitados e há sempre um ponto inicial e um ponto final. É importante ressaltar,
  • 45. 44 também, que uma rota pode contemplar vários roteiros e passar por várias regiões turísticas. E o roteiro turístico? O roteiro turístico é mais flexível, pois não exige uma sequência de visitação. Não tem obrigatoriamente um ponto inicial e um final. O turista começa a visitação de qualquer um dos destinos. Um roteiro turístico pode passar por uma ou várias regiões e uma ou várias rotas – e ele é eminentemente temático. Tanto a rota turística como o roteiro turístico são elaborados para fins de promoção e comercialização. Assim, podemos deduzir, de acordo com o que se explicitou até aqui, que: Região turística é a base para planejamento e ordenamento da oferta turística existente e que as rotas, roteiros e destinos podem constituir um produto turístico, que deve ser promovi-do e comercializado. A seguir, na ilustração, pode-se perceber a diferença entre região, rota e ro-teiro turístico, conforme as definições adotadas pelo Ministério do Turismo: Região, rota e roteiro turístico Figura 1.5. Fonte: Ministério do Turismo, 2007. O processo de roteirização é, portanto, uma forma de ordenar um con-junto de atrativos turísticos de temática específica para promoção e co-mercialização no mercado, tornando-o opção diferenciada de produto turístico. Desta maneira, a roteirização, em sua concepção e método, é
  • 46. 45 Conceitos básicos entendida como um processo mercadológico direcionado a um produto específico – o roteiro turístico, enfatizando a tematização que assegura a identidade única do roteiro10. Diante do exposto, é importante entender que a segmentação constitui-se em uma estratégia para a estruturação de produtos e consolidação de roteiros turísticos e destinos, a partir de elementos de identidade de cada região11. Assim, a fim de entendermos melhor essa estratégia, e como colocá-la em prática, passamos agora à análise do mercado turístico e dos fatores que influenciam na definição de oferta e demanda. 10 BRASIL, Ministério do Turismo. Rede de Cooperação Técnica para a Roteirização – 2ª edição: Manual de Orientações Metodológicas, Brasília, 2009. 11 BRASIL, Ministério do Turismo. Plano Nacional do Turismo - 2007-2010: Uma Viagem de inclusão. Brasília, 2007.
  • 47. 46 3. O mercado turístico Para compreender o que é mercado turístico e como proceder sua análise, deve-se, inicialmente, entender o que é mercado, suas nuances, compor-tamentos variáveis e sazonalidades. É normal que a abordagem do mercado seja relativa a determinados seg-mentos da oferta (o tipo de turismo ou experiência a ser oferecida) e da de-manda (perfil dos turistas potenciais que consumirão aquela experiência). Quando se fala em mercado turístico já trazemos a noção de segmentação da oferta ou da demanda, pois é improvável que todos os consumidores tenham as mesmas preferências ou se disponham a pagar sempre por ape-nas um tipo de experiência turística. Segmentar a demanda (de acordo com o tipo/perfil de turistas) é definir a parcela das pessoas que compartilham as mesmas características, neces-sidades e expectativas. Segmentar a oferta (tipos de turismo/experiência – Aventura, Sol e Praia etc) é definir uma oferta turística que tenha uma identidade comum, baseada no tipo de experiência e que atenda às expec-tativas do segmento de demanda que queremos atrair. Os conceitos que serão abordados, a seguir, devem ajudar a perceber o mercado turístico de forma mais ampla e aprofundada, além de indicar formas de se analisar corretamente o mercado no qual temos interesse em participar. 3.1 Conceituação de mercado Mercado é o lugar onde pessoas trocam produtos e serviços com outros, considerando sempre a disponibilidade da oferta existente e a procura pelo bem ou serviço oferecido. O processo de troca e a existência do mercado estão associados a cinco condições essenciais (KOTLER; KELLER, 2006): •• Que existam pelo menos duas partes; •• Que todas as partes possuam algo que possa ter valor para as outras partes; •• Que todas as partes tenham condição de comunicação e entrega; •• Que todas as partes estejam livres para aceitar ou recusar a troca; •• Que todas as partes acreditem ser proveitoso participar desta ne-gociação.
  • 48. 47 Conceitos básicos A existência do mercado está associada a três premissas básicas (DIAS, 2005): •• Que haja uma necessidade (a busca por determinado tipo de pro-duto ou serviço); •• Que exista um desejo de satisfazê-la (por meio da oferta de pro-dutos ou serviços); •• E que haja capacidade de compra (por meio da disponibilidade de moeda de troca ou crédito para processar a transação). O fluxo de pessoas em busca de novas vivências, experiências, e conheci-mentos continua a crescer, incentivando o desenvolvimento do turismo em diversas regiões. As pessoas não conseguem produzir tudo que dese-jam consumir, e no mercado turístico esta relação não poderia ser diferen-te. Cada região apresenta particularidades, gerando produtos que não são encontrados em outros lugares, e sempre existem pessoas, em diferentes regiões, interessadas nestes produtos (DIAS, 2005). Como exemplo, pode-se citar a experiência de vivenciar praias de águas mornas e areias brancas. Estas não poderão ser encontradas em Minas Ge-rais, mas os moradores daquela região demandam por esta experiência. Assim, eles buscarão esta oferta em outros mercados que podem satisfa-zer seus desejos, seja no Nordeste do Brasil ou nas praias do Caribe. Para entender o mercado, devemos, primeiramente, entender as pessoas que compõem este mercado, e devemos lembrar que as pessoas pensam e agem de forma diferente, dependendo de suas motivações ou experiências anteriores. Para Chias (2007), a heterogeneidade das pessoas que compõem a de-manda é um dos fatores que movimentam o mercado turístico, e sempre abre portas para novas oportunidades de negócios. Isso ocorre, pois cada pessoa tem demandas próprias e muitas vezes, diferentes das demandas de seus amigos, parentes ou grupos de convívio. Estas demandas estão sempre se atualizando e sendo modificadas, em função da diversidade de ofertas de produtos turísticos e de novas experiências que são vivenciadas pelos visitantes. Então, analisar o mercado não é apenas entender a demanda dos turistas atuais e seus comportamentos de consumo, mas também entender as modificações e tendências que estão ocorrendo nos padrões de consumo.
  • 49. 48 3.2 Análise do mercado turístico Apresenta-se, a seguir, os principais aspectos envolvidos na análise do mercado turístico, considerando todos os atores envolvidos na interação que compõe um mercado e as modificações, que acontecem de forma frequente, no processo de atualização desta relação. De acordo com a OMT12 (2001 apud MTur 2007, p.15), “a natureza da atividade turística é um conjunto complexo de inter-relações de diferentes fatores que devem ser considerados conjuntamente sob uma ótica siste-mática, ou seja, um conjunto de elementos inter-relacionados que evo-luem de forma dinâmica”. Existem quatro elementos básicos que com-põem o mercado Turístico, segundo o Programa de Regionalização do Turismo – Roteiros do Brasil (MTur 2007, p. 15)13: •• Demanda: formada por um conjunto de consumidores, ou poten-ciais consumidores, de bens e serviços turísticos; •• Oferta: composta pelo conjunto de produtos, serviços e organiza-ções envolvidas ativamente na experiência turística; •• Espaço geográfico: base física na qual tem lugar a conjunção ou o encontro entre a oferta e a demanda, e em que se situa a popu-lação residente (que se não é em si mesma um elemento turístico, é considerada um importante fator de coesão ou desagregação no planejamento turístico); •• Operadores de mercado: empresas e instituições cuja principal função é facilitar a inter-relação entre a demanda e a oferta. São as operadoras e agências de turismo, empresas de transporte regular, órgãos públicos e privados que organizam ou promovem o turismo. Nesse sentido, o mercado turístico pode ser entendido como “o encontro e a relação entre a oferta de produtos e serviços turísticos e a demanda, individual ou coletiva, interessada e motivada pelo consumo e uso des-tes produtos e serviços” (MTur 2007, p. 16). O mercado não deve ser visto apenas como a oferta de um destino e a demanda por ele, mas também pelas outras ofertas concorrentes. Assim, 12 BRASIL, Ministério do Turismo. Programa de Regionalização do Turismo – Roteiros do Brasil: Módulo Operacional 8 – Promoção e Apoio à Comercialização. Brasília, 2007. 13 BRASIL, Ministério do Turismo. Programa de Regionalização do Turismo – Roteiros do Brasil: Módulo Operacional 8 – Promoção e Apoio à Comercialização, Brasília, 2007.
  • 50. 49 Conceitos básicos as praias do Caribe oferecem os mesmos benefícios que as praias do Nor-deste do Brasil, para as demandas de alguns potenciais clientes. E se o turista decidir não ir à praia com a família nestas férias, e decidir visitar algum destino cultural ou com maior contato com a natureza? O mercado é assim, composto de ofertas diversas que lutam para atrair os tu-ristas e que concorrerão entre si para aumentar a visitação em suas regiões. Analisar a relação dos produtos turísticos com o mercado no qual ele está inserido, é etapa essencial para um melhor posicionamento. O mercado é composto de cinco forças ou grupos de participantes, que podem influen-ciar diretamente no desempenho de sua oferta. Assim, a análise do merca-do turístico não deve se basear apenas na oferta existente (a sua e a de seus concorrentes) e na demanda por estes produtos, mas também no conjunto de atores que compõem a totalidade do mercado, destacados a seguir. Para realizar um melhor entendimento do mercado, devem ser considera-das na análise todas as forças que influenciam no desempenho do mercado e na competitividade dos atores envolvidos, e são elas (PORTER, 1986): •• Rivalidade existente no setor: os destinos ou produtos turísticos que concorrem diretamente com o seu destino ou produto e já par-ticipam deste mercado; As praias da Bahia, por exemplo, concorrem diretamente com as praias do Ceará pelo fluxo de visitantes do Sudeste do Brasil. •• Ameaça de novos concorrentes: os destinos ou empresas que ain-da não concorrem diretamente, mas que estão se estruturando e passarão a ser concorrentes a curto, médio ou longo prazo; As localidades do Brasil que possuem atividades de aventura não tão conhecidas, estão iniciando melhorias e trabalhos de divulgação para atrair os visitantes que iriam ao Rio de Janeiro ou a Foz do Iguaçu. •• Ameaça dos produtos substitutos: deve-se entender como os pro-dutos diferentes dos oferecidos por uma empresa A, por exemplo, podem conquistar os clientes e reduzir a venda dos produtos turís-ticos de uma empresa B. As pessoas podem desenvolver interesses em produtos diferentes dos oferecidos por sua localidade, e passar a reduzir a visitação ou compra de seus produtos turísticos. O con-ceito de produto substituto em análise estratégica significa, exata-
  • 51. 50 mente, aqueles produtos que podem não ter nenhuma relação com o produto concorrente (em questão), mas que podem reduzir seu consumo, por competir indiretamente com ele; Fatores como novelas, ou eventos criados, podem influenciar o consumo e fazer com que os visitantes tenham interesse em conhecer o Pantanal, por exemplo, e não mais apenas os ape-los históricos de sua cidade. A utilização de transporte aéreo pode reduzir o número de viagens de ônibus e também, re-duzir o consumo nos restaurante na estrada, pois as pessoas não passam mais pelas estradas por não viajarem de ônibus. Num outro exemplo, a máquina fotográfica digital é o produto substituto que reduziu o volume de atividade das empresas que oferecem serviços de revelação. Neste caso, o substituto não são outras empresas de revelação de fotografia, mas sim, produtos diferentes que reduzem o consumo do produto ofer-tado por sua empresa. •• Aumento do poder de barganha dos compradores: deve ser anali-sada a influência que os compradores exercem na lucratividade do turismo em uma localidade; Se existe grande parcela das vendas dos produtos turísticos de um destino concentrada em poucos operadores de turismo, estes terão maior força para reduzir os preços e a lucratividade das empresas fornecedoras dos serviços naquele destino. •• Aumento do poder de barganha dos fornecedores: O turismo em uma região pode deixar de ser interessante se os fornecedores (equipamentos de alimentação e hospedagem, como exemplo) pu-derem elevar os preços e/ou se não houver substitutos para estes fornecedores. Vamos imaginar uma localidade onde existem diversos hotéis de pequeno porte. O poder de barganha de cada hotel, sepa-radamente, perante uma grande operadora é pequeno, mas caso os hotéis se organizem e trabalhem em conjunto, podem conseguir parcerias mais vantajosas, com preços mais interes-santes e um melhor desempenho no índice de ocupação hote-leira. Porém, outras alternativas de hospedagem, como casas de veraneio ou casa de parentes podem reduzir o poder de barganha destes fornecedores (os hotéis).
  • 52. 51 Conceitos básicos Pode-se perceber que a análise de mercado deve consistir em uma visão abrangente dos movimentos que estão ocorrendo no turismo, não só da região de oferta de um produto turístico, dos equipamentos turísticos e serviços complementares que contribuem para o desenvolvimento do po-tencial de visitação, mas também de todas as localidades concorrentes. É preciso considerar ainda, como parte do mercado, os diferentes atores, com diferentes interesses. Para uma visão mais profunda e abrangente do funcionamento do mercado, todos eles devem ser considerados na aná-lise, juntamente com as tendências de consumo e demandas dos turistas que se pretende atrair. A análise de mercado deve considerar, portanto, não só os participantes de um mercado, mas todos os fatores que exercem influências sobre ele. Assim, questões macroambientais devem ser verificadas para uma análise minuciosa, fazendo-se necessário analisar questões políticas, sociais, eco-nômicas e culturais para entender os movimentos de mercado. Além disso, não se deve apenas analisar a realidade atual. É necessário, também, entender os modismos e tendências, para que o direcionamento das ações de mercado não se torne obsoleto em curto prazo. O modismo influencia no desempenho do turismo, e sendo uma intenção de compra de curta duração, deverá ser aproveitado com reações rápidas à mudança de comportamento dos consumidores (KOTLER; KELLER, 2006). Para aproveitar estes modismos, quem planeja as ações de mercado deve ficar atento a estas modificações. Um exemplo disso é o impacto que filmes ou novelas causam no interesse de compra dos consumidores. Um destino pode virar “moda” e passar a ser mais visitado em função de estí-mulos imprevistos causados por um meio de mídia de massa. Já as tendências são definidas por estes autores como uma sequência de eventos com força e durabilidade e que podem revelar como será o fu-turo do consumo e quais oportunidades podem ser aproveitadas. Um exemplo de tendência é o envelhecimento da população. A sucessão de fatos demonstra que isto não é uma modificação momentânea, e que surgirão novas oportunidades de negócios voltadas para a parcela mais idosa da população. Outros exemplos de tendência que podem influenciar no perfil de consumo turístico são as modificações nas taxas de natalidade (as pessoas estão tendo menos filhos), o maior grau de instrução da po-pulação, o retardamento da aposentadoria, o aumento da renda da classe
  • 53. 52 C no Brasil, dentre outros fatores de extrema importância para o entendi-mento das mudanças ocorridas no perfil dos turistas. O mercado é vivo e está em constante mudança. Os turistas mudam seus interesses e exigências, alguns fornecedores me-lhoram, outros saem da atividade, o processo de comercializa-ção ganha ou perde parceiros. Logo, a percepção do mercado também deve ser constantemente atualizada, junto com as modificações ocorridas em todo o cenário de negócios.
  • 54. 53 Conceitos básicos 4. A oferta e os produtos turísticos A oferta é um fator de extrema importância para definir o posicionamento que uma localidade ou região terá para o perfil de turista que deseja atrair. A disponibilidade e a variedade de produtos turísticos também são fatores de atratividade de turistas para a localidade. Neste tópico, vamos entender quais são os fatores que compõem esta oferta e como utilizá-los para o público desejado. 4.1 Entendendo o que é produto Antes de definir produtos turísticos, é necessária uma análise para que se possa entender o conceito de produto. Muitas pessoas têm a ideia de que produto é apenas um bem tangível e material para ser comercializado. O conceito de produto vai além, e foge da abordagem física, devendo ser percebido como um benefício a ser ofe-recido para seu cliente. Produto pode ser definido como tudo que pode ser oferecido a um mercado para satisfazer uma necessidade ou desejo dos consumido-res (KOTLER; KELLER, 2006). Assim, o produto deve ser visto como a solução para o problema dos clientes, e esta solução pode vir por meio de bens físicos, serviços, experiências, eventos, pessoas, organizações, infor-mações ou ideias. Para entender o conceito de solução, analisemos a seguinte situação: O cliente que entra em uma loja de material de construção e compra uma furadeira, está, na verdade, interessado nos furos (solução), e não na má-quina (bem físico). Esta solução poderia ser oferecida de outra forma, como por exemplo, a contratação de um profissional que pudesse fazer os furos para o cliente. Neste caso, a furadeira não seria mais necessária. Serviço é entendido como atividade econômica que cria valor e fornece benefícios para clientes, em tempos e lugares específicos, como decorrên-cia da realização de uma mudança desejada pelo destinatário do serviço (LOVELOCK; WRIGHT, 2001). Um outro exemplo dessa situação é o caso de um turista que deseja visitar os Lençóis Maranhenses. Ao fechar um acordo com uma empresa para
  • 55. 54 transporte em carros Off Road, de São Luis até a região dos Lençóis, o turista não está pagando pela vaga no assento do carro, mas sim pela ex-periência de conhecer o lugar desejado. Neste caso, o produto (ou serviço) que o cliente estaria interessado seria o direito de estar no local desejado, na hora esperada, da forma mais confortável ou rápida possível. Para compor o produto, é preciso pensar em quais benefícios o cliente espera e como transformar as possíveis soluções em oferta de produtos. Estes benefícios serão atendidos de acordo com o nível de especialização e adequação do produto oferecido (KOTLER; KELLER, 2006). A seguir, pode-se verificar a classificação dos níveis de produtos a serem oferecidos para os clientes, relacionando-a com a prestação de serviços, ao hóspede, de um hotel: •• Benefício Central do Produto: é o serviço ou benefício fundamen-tal que o cliente busca. Um hóspede está realmente pagando pelo descanso e não pelo quarto em si. •• Produto Básico: transformar a necessidade do cliente em uma ofer-ta de produto. Assim, se oferece cama, banheiro, toalhas e outros para representar o benefício central do produto (descanso). •• Produto Esperado: são as características já esperadas pelo turista para aquele tipo de produto. Alguns hóspedes já esperam ar condicio-nado no quarto, camas arrumadas, lâmpadas que funcionem, lençóis e toalhas limpos e outros atributos. Como isso não é diferencial para este determinado hóspede, ele poderia escolher com base em outros atributos, como serviço de internet e TV a cabo gratuitos ou o preço mais barato para hotéis com estas mesmas características. •• Produto Ampliado: é a composição de solução que excede a ex-pectativa do cliente. No caso do hotel, o atendimento personaliza-do, jantar ou bebida de boas-vindas ou a boa localização podem ser diferenciais oferecidos para o cliente. É neste nível que acontece a distinção entre os produtos e, neste caso, por perceber valor adicio-nal no produto, os clientes podem estar dispostos a pagar mais caro. •• Produto Potencial: considera todas as transformações e amplia-ções as quais o produto deve ser submetido no futuro. Neste aspec-to, a oferta de produto e serviço ao hóspede não é de acordo apenas como ele espera ser tratado hoje, mas com a oferta de valores adi-cionais que o cliente pode vir a demandar.
  • 56. 55 Conceitos básicos Um outro exemplo para este conceito pode ser analisado a seguir. O que leva um consumidor a pagar R$ 300,00 por um modelo de cal-ça jeans de uma marca famosa, quando existem calças disponíveis por R$ 30,00? Ao se analisar a situação em relação aos níveis de produto e a percepção de valor para os clientes é possível identificar: •• Benefício central: vestir-se; •• Produto básico: calça jeans; •• Produto esperado: tamanho adequado e modelo de preferência; •• Produto ampliado: aceitação social e status; •• Produto Potencial: atendimento impecável na venda e pós-venda, com serviços e consultorias de moda e estilo. A percepção de benefício para os dois produtos é diferente. Note que a calça de R$ 30,00, sem marca famosa, não atinge todos os benefícios esperados pelo cliente, atingindo apenas o nível de produto esperado. A percepção de valor do produto é menor e por isso, o preço que se espera pagar também será. O cliente perceberá todos os níveis de benefícios para o produto de uma marca ou loja famosa e estará, por conta disso, disposto a realizar um desembolso maior. Percebe-se que o produto se distancia da oferta física e se aproxima, cada vez mais, da percepção de valor pelo cliente, por meio do benefício ou solução obtida com a compra realizada. Já que os produtos estão relacio-nados com a percepção dos clientes, e cada cliente tem uma percepção diferente do outro, nem todos os produtos ou serviços terão o mesmo valor percebido por todos os clientes. Essa é a importância que a seg-mentação tem para a elaboração de uma estratégia eficaz. A segmentação está presente em todos os mercados, incluin-do o mercado do turismo. Os produtos devem ser oferecidos de forma a atender as necessidades e demandas específicas de cada cliente, pois o mesmo produto pode atender as de-mandas de um perfil de cliente e ser inadequado para outros segmentos. Na próxima seção, estas abordagens de produto são aplicadas para o mer-cado turístico.
  • 57. 56 4.2 Compondo o produto turístico Quando se analisa o mercado turístico, percebe-se que também existe um setor produtivo. A produção no turismo é feita por uma cadeia de setores produtivos que se agrupam para formar e oferecer os produtos turísticos. Embora a criação e oferta dos produtos turísticos sejam feitas de formas diferentes dos produtos/bens industriais, alguns aspectos da contextuali-zação são comuns aos dois, como o benefício e solução esperados pelos clientes e a percepção de valor a ser pago. No âmbito do Programa de Regionalização do Turismo – Roteiros do Brasil, o Ministério do Turismo passou a entender por produto turístico “o conjunto de atrativos, equipamentos e serviços turísticos acresci-dos de facilidades, localizados em um ou mais municípios, ofertado de forma organizada por um determinado preço” (MTur, 2007, p. 17). A elaboração dos produtos turísticos deve estar intrinsecamente relacio-nada à demanda desejada. Dessa forma, a combinação de bens e serviços, de recursos e infraestrutura deve estar ordenada e disponível ao consumo de forma que ofereça vantagens ao cliente, satisfazendo suas necessidades e expectativas (BALANZÁ; NADAL, 2003). Para satisfazer os consumidores, os produtos podem sofrer adequações conforme as exigências dos diversos segmentos de mercado, evitando uma oferta padronizada para todos os turistas. O produto turístico é formado por seis componentes (IGNARRA, 1999): •• Recursos: naturais (clima, solo, paisagens, fauna, flora e outros) e culturais (patrimônio arquitetônico, cultura local, gastronomia, artesanato e outros); •• Bens e Serviços: produtos alimentícios, materiais esportivos, servi-ços receptivos, atrações etc; •• Infraestrutura e equipamentos: estradas, Hotéis, pousadas, restau-rantes etc.; •• Gestão: a forma como o produto é gerido e ofertado; •• Imagem da marca: como este produto é percebido pelos consumi-dores;
  • 58. 57 Conceitos básicos •• Preço: o valor a ser pago deve ser condizente com os benefícios oferecidos. Por isso, não se pode pensar em produtos turísticos de uma forma indi-vidual, mas sim como o conjunto de experiências relacionadas à viagem (de deslocamento, alimentação, hospedagem e de outros fatores) vividas pelos turistas antes, durante e depois de sua realização. Um exemplo para este conceito pode ser analisado a seguir: A Floresta Amazônica por si só não é produto turístico (embora faça par-te da oferta turística dos Estados que compõem a Amazonia Legal), mas para se tornar um produto deve combinar os diversos fatores que tornam possível sua visitação, como exemplificado a seguir: •• O transporte aéreo para levar o turista a Manaus; •• O transporte fluvial que possibilita o deslocamento durante a visita-ção aos vários pontos da floresta; •• O guia de turismo que acompanha, orienta e transmite informações que farão o turista perceber os mistérios da floresta e ter uma vivên-cia inesquecível; •• Os serviços de um receptivo que organiza todas as atividades duran-te a visita do turista; •• Os hotéis que proporcionam a hospedagem durante o período de estada; •• Os restaurantes que fornecem a alimentação e/ou experiências gas-tronômicas diferenciadas; •• A produção associada ao turismo, como as apresentações cultu-rais e o artesanato local que oferecem momentos de compra ou agradáveis experiências e novos conhecimentos para o turista. A combinação destes elementos é que possibilita a experiência ao turista, e a falta, ou o serviço de baixa qualidade de um ou mais destes, pode com-prometer o sentimento positivo da experiência de estar na floresta Ama-zônica, e consequentemente, gerar uma avaliação negativa do produto. Assim, o produto não é apenas o que oferecemos, mas a expe-riência que ele pode gerar para o turista, e estas experiências serão diferentes para diferentes pessoas.
  • 59. 58 Considerando esta interação entre os componentes, o produto turístico possui características específicas14 (adaptado de MTur, 2007, p. 17): •• É intangível: por ser um bem de consumo abstrato e intangível, o turista não pode tocar ou armazenar o produto, bem como trans-portá- lo em uma mala, ele vive a experiência e a guarda na memó-ria; •• É estático: pois não é possível mudar a localização de uma atração turística; •• É perecível: pois se a visitação, ou hospedagem não acontecer no período esperado, o prejuízo não pode ser recuperado. A venda per-dida não poderá mais ser feita; •• É limitado: a produção de serviços é limitada à determinada quan-tidade, em um determinado tempo e espaço; •• É sazonal: concentra-se em algumas épocas e locais específicos, o que acaba por induzir a criação de produtos diferenciados para se-rem vendidos ao longo de todo o ano; •• É sistêmico: todos os produtos e serviços de uma atração turística estão interligados. Como o turista necessita de produtos e serviços variados, a ausência de um deles poderá inviabilizar ou dificultar a experiência vivida pelo turista; •• É variável em seu valor percebido: a avaliação feita pelo turista será de acordo com a qualidade da experiência vivida por ele, que pode ser diferente da experiência de outros na mesma viagem; •• É simultâneo: o turista consome o produto ao mesmo tempo em que o serviço é prestado. •• É difícil de controlar: uma vez que o turista avalia os serviços pres-tados posteriormente à sua experiência, torna-se mais difícil o con-trole da qualidade do produto turístico. Dessa forma, o produto para o turista passa a ser a experiência da viagem de forma mais abrangente, considerando a qualidade da hospedagem, as experiências gastronômicas vivenciadas, o transporte até a localidade, a locomoção interna, o atendimento recebido, os presentes e lembranças comprados e tudo que seja relativo à sua permanência. 14 BRASIL, Ministério do Turismo. Programa de Regionalização do Turismo – Roteiros do Brasil: Módulo Operacional 8 – Promoção e Apoio à Comercialização, Brasília, 2007.
  • 60. 59 Conceitos básicos Definir um produto turístico é criar a combinação entre os atra-tivos disponíveis em uma localidade com os equipamentos, serviços, e infraestrutura para disponibilizar para o visitante uma experiência de visitação prazerosa por um preço compe-titivo. Para criar um produto turístico segmentado, deve-se considerar: •• A vocação do destino: identificar os atrativos de maior potencial e as condições para criar atividades relacionadas com as características do segmento a ser trabalhado, que gerem uma identidade do destino; •• A imagem do destino: é necessário definir a identidade do destino e identificar como os turistas a percebem e qual o valor atribuído; •• O perfil do turista que se deseja atrair: qual o segmento de deman-da que se deseja atrair para a localidade; •• As preferências da demanda: quais as necessidades e expectativas destes turistas sobre o destino. É necessário, portanto, que o produto turístico atenda às ne-cessidades e demandas do público-alvo, que seja viável para comercialização, que seja sustentável para a localidade e que gere lucratividade para as empresas que trabalharam para ofertá-lo. 4.3 A oferta turística Oferta turística é o conjunto de atrativos turísticos, serviços e equipamentos e toda infraestrutura de apoio ao turismo de um determinado destino turístico, utilizados em atividades de-signadas turísticas (MTur 2007, p. 65). Entendendo a oferta turística como tudo o que é oferecido para os visitan-tes, é possível identificar quatro categorias que a compõem e que juntas oferecem diferencial da localidade ou região (GOELDNER et al., 2002): •• Recursos e Ambientes naturais: clima, flora, fauna, relevo, praias e outros atrativos, existentes na região; •• O Ambiente Construído: neste tópico, estão relacionados à infra-estrutura (fornecimento de água, luz elétrica, estradas, redes de co-
  • 61. 60 municação e outros) e à superestrutura, construções voltadas para dar suporte aos turistas (aeroportos, hotéis, restaurantes, museus, produção associada ao turismo e outros); •• Transporte: é a disponibilidade de transporte para o visitante da origem até o destino e dentro do próprio destino, incluindo aviões e vôos, taxis, trens, navios e outros meios que possibilitem a visitação; •• Hospitalidade e Recursos Culturais: são temas relacionados à cul-tura local do destino, como línguas, religião, costumes e compor-tamentos de trabalho e lazer, a cortesia, amizade e a vontade de receber bem dos moradores daquela localidade. Logo, a oferta turística é tudo aquilo que faz parte do consumo do turista, podendo ser bens, serviços públicos e privados, recursos naturais e cultu-rais, eventos, atividades recreativas, dentre outros (DIAS, 2005). Para entender o que se deve oferecer e como compor a oferta turística, é preciso, antes, abordar o conceito de consumo turístico. O consumo tu-rístico, segundo Dias (2005), pode ser definido como a aquisição de bens e serviços com objetivo de satisfazer às necessidades que motivaram a viagem do turista. O consumo é referente a todos os gastos feitos para a preparação (vacina-ção, passaporte, aquisição de malas), para a realização (visitação, hospe-dagem, alimentação e outros serviços) ou mesmo posteriores à viagem (souvenir, excesso de bagagem, revelação de fotos etc). O consumo dos visitantes não se restringe apenas às atividades ligadas diretamente à via-gem, mas também a toda atividade de suporte para fazer da viagem uma experiência agradável. Assim, se o visitante não encontra na oferta turísti-ca todos os recursos para atender suas necessidades e desejos, pode haver frustração em relação ao destino. Como visto, a oferta turística é tudo que está disponível para o turista, sendo composta dos diversos produtos turísticos de uma localidade, de-vendo estar organizada para ser oferecida e gerar experiências positivas para um visitante com demandas específicas. Não é adequado que uma localidade dependa de um único produto, princi-palmente, se ele for sazonal (o turismo de sol e praia, por exemplo, aumenta seu fluxo no período de verão), mas sim oferecer um cardápio de produtos, tais como eventos locais vinculados a datas comemorativas, que possam atender os visitantes em diferentes períodos do ano (IGNARRA, 1999).
  • 62. 61 Conceitos básicos Devemos, então, fazer uma análise aprofundada da oferta turística de uma região, cidade, ou localidade para que possamos entender as possibi-lidades de composição de diferentes produtos para os diferentes perfis de visitantes que desejamos atender. Vamos ver o exemplo do Estado de São Paulo. A oferta deste Estado é bas-tante diversificada, e podemos encontrar centros de convenções e parques de exposição de feiras, assim como fazendas de café e clubes de campo. Porém, para atingir o melhor resultado, a oferta deve ser organizada e segmentada para atender diferentes perfis de visitantes. Pode-se afirmar que a cidade de São Paulo é um centro comercial, e as áreas de exposições, juntamente com restaurantes, nas proximidades, e meios de hospedagem para pernoite dos visitantes, podem ser interessan-tes para turistas de negócios e eventos. Porém esta mesma composição poderia não ser adequada para os turistas de lazer e descanso, interessados em contato com a natureza. Para estes, pode ser oferecida outra composição, com base em visitas as fazendas e hospedagem em hotéis de campo. Note que a oferta turística do Estado possibilita diferentes combinações direcionadas para visitantes com interesse distintos. É desta forma que a oferta turística, combinando os produtos turísticos segmentados, pode atender diferentes expectativas dos turistas deste Estado.
  • 63. 62 5. A demanda turística Demanda turística é o conjunto de turistas, que de forma individual ou coletiva, estão motivados a consumir uma série de produtos ou serviço tu-rísticos com o objetivo de cobrir suas necessidades de descanso, recreação, entretenimento e cultura em seu período de férias (DIAS, 2005). A demanda turística é, então, o número de pessoas que viaja (demanda real) e que deseja viajar (demanda potencial) para locais diferentes do local de trabalho e residência habitual, para desfrutar dos produtos e serviços turísticos e vivenciar uma experiência turística. A demanda real é o número de pessoas que efetivamente viajam para um destino ou localidade, enquanto a demanda potencial é composta de todos que têm perfil para consumir os produtos turísticos do destino, porém não viajam por motivos diversos (falta de tempo, falta de disponi-bilidade financeira, falta de conhecimento do destino etc). Nem todos os viajantes atribuem o mesmo conceito de valor para uma viagem, portanto, alguns podem optar pela troca do carro, ou de uma te-levisão nova, dependendo de sua avaliação pessoal sobre o valor agregado da viagem. Este conceito se aplica à demanda potencial, pois o indivíduo ou família pode estar caracterizado economicamente como público-alvo, mas não tem interesse em viajar para este destino (as formas de atuação para atrair os potenciais clientes serão aprofundadas no módulo III deste Curso). Para se fazer a análise da demanda turística, precisamos entender quais fatores que influenciam, aumentando ou reduzindo, o fluxo de pessoas nos destinos turísticos. Existem vários fatores que influenciam a deman-da, sendo alguns dos principais os seguintes (DIAS, 2005; MTur 2005): •• Disponibilidade de tempo dos turistas: devemos considerar qual o tempo livre que eles têm para realizar a visita: férias, finais de se-mana, feriados. Temos que entender a disponibilidade dos visitantes para compor os produtos turísticos adequados às possibilidades de viagem destes clientes. Assim, pode se tornar inviável montar paco-tes de cinco dias para visitantes que só possuem disponibilidade de finais de semana para realizar seus passeios. •• Disponibilidade Econômica: muitas vezes, deve existir aumento da disponibilidade de renda do público para que possam ser realiza-