SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 19
Baixar para ler offline
FACULDADE ASSIS GURGACZ
CURSO DE AGRONOMIA
MMÁÁQQUUIINNAASS EE MMEECCAANNIIZZAAÇÇÃÃOO AAGGRRÍÍCCOOLLAASS
MMááqquuiinnaass ee iimmpplleemmeennttooss ppaarraa pprreeppaarroo ddoo ssoolloo
Prof. Dr. Suedêmio de Lima Silva
Cascavel – PR
2005
ÍNDICE
1 preparo periódico do solo .......................................................................................................1
1.1 Introdução........................................................................................................................1
1.2 Implementos utilizados....................................................................................................1
2 Máquinas para preparo do solo ..............................................................................................1
2.1 Arados .............................................................................................................................2
2.1.1 Classificação dos arados........................................................................................2
2.2 Arados de aivecas...........................................................................................................2
2.2.1 Tipos de arados de aivecas tração mecânica........................................................2
2.2.2 Partes constituintes.................................................................................................3
2.2.3 Vantagens e desvantagens ....................................................................................4
2.2.4 Regulagem dos arados de aivecas ........................................................................4
2.2.5 Potência necessária para tracionar........................................................................4
2.2.6 Valores de utilização de energia total dos arados de aiveca em solo franco........5
2.3 Arados de discos.............................................................................................................5
2.3.1 Componentes dos arados de discos ......................................................................5
2.3.2 Características dos Arados de Discos....................................................................6
2.3.3 Regulagens nos Arados de Discos.........................................................................7
2.3.4 Potência Necessária para Tracionar ......................................................................7
2.3.5 Rendimento dos Arados..........................................................................................8
2.3.6 Sistemas para o Terreno Plano ..............................................................................8
3 Preparo periódico secundário.................................................................................................8
3.1 Classificação das grades................................................................................................8
3.1.1 Quanto a fonte de potência:....................................................................................8
3.1.2 Quanto a forma de acoplamento ............................................................................8
3.1.3 Quanto à configuração geométrica do órgão ativo: ...............................................9
3.1.4 Quanto à ação exercida sobre o solo:....................................................................9
3.1.5 Quanto ao tipo de órgão ativo:................................................................................9
3.1.6 Ações Exercidas Sobre o Solo ...............................................................................9
3.2 Grades de Discos............................................................................................................9
3.2.1 Grades de Discos quanto à ação exercida sobre o solo........................................9
3.2.1.1 Grade de Simples Ação ......................................................................................9
3.2.1.2 Grade de Dupla Ação em Tandem ...................................................................10
3.2.1.3 Grade de Dupla Ação Deslocada (de 2 secções)............................................10
3.2.2 Discos....................................................................................................................11
3.2.3 Regulagem das Grades de Discos .......................................................................11
3.2.3.1 Regulagem da Grade Simples Ação ................................................................11
3.2.3.2 Regulagem da Grade em Tandem ...................................................................12
3.2.3.3 Regulagem da Grade Off-set............................................................................12
3.2.4 Potência Necessária para Tracionar ....................................................................13
3.3 Subsolador ....................................................................................................................13
3.3.1 Características dos Subsoladores........................................................................14
3.3.2 Tipos de Hastes ....................................................................................................14
3.4 Escarificadores..............................................................................................................14
3.4.1 Efeito Sobre o Solo ...............................................................................................15
3.4.2 Características dos Escarificadores .....................................................................15
3.4.3 Forças que Atuam nos Escarificadores................................................................15
3.4.4 Potência Necessária para Tracionar ....................................................................16
3.4.5 Regulagem ............................................................................................................16
4 Bibliografia consultada..........................................................................................................17
1
1 PREPARO PERIÓDICO DO SOLO
1.1 Introdução
Uma das formas de maior utilização da mecanização é no preparo do solo, que tem
como objetivo oferecer ambiente adequado para o crescimento e desenvolvimento das plantas,
permitindo produção econômica e evitando a degradação do solo. É definido como a
manipulação física, química ou biológica do solo para otimizar as condições para a germinação
e emergência das sementes, assim como o estabelecimento das plântulas.
A escolha de determinado sistema de preparo deve levar em consideração as respostas
da cultura e do solo, visando diminuir perdas do solo por erosão, controle de plantas invasoras,
capacidade de retenção e movimentação de água e também a recuperação física do solo.
O preparo periódico do solo diz respeito a diversas operações agrícolas de mobilização
do solo, realizadas antes da implantação periódica de culturas. Esse tipo de preparo pode ser
feito em 3 sistemas principais:
- convencional (aração, gradeações em toda a área a ser cultivada);
- cultivo mínimo (onde as operações mecanizadas são reduzidas ao mínimo necessário);
- plantio direto (onde a mobilização do terreno só ocorre localizadamente, ou seja, apenas na
fileira de semeadura).
Desde os mais remotos tempos, essas operações têm sido realizadas com a finalidade
de oferecer às sementes que serão colocadas no solo as condições que teoricamente seriam
as melhores para o seu desenvolvimento. Não se deve esquecer, todavia, que as modernas
técnicas de semeadura direta têm demonstrado que, para determinadas condições de solo,
clima e culturas, são possíveis se obter uma produtividade tão boa ou, em alguns casos, até
melhor que com os métodos tradicionais de preparo do solo e semeadura.
De qualquer forma, o preparo periódico do solo continuará a ser feito para as culturas
ou condições onde não existe a possibilidade de utilização de técnicas de semeadura direta.
O preparo do solo compreende um conjunto de técnicas que, quando usadas
racionalmente, podem permitir uma alta produtividade das culturas a baixo custo.
Irracionalmente utilizadas, as técnicas de preparo podem levar à destruição do solo em poucos
anos de uso intensivo ou conduzir à degradação física, biológica ou química em forma
paulatina, diminuindo, em maior ou menor grau, seu potencial produtivo.
A agricultura atual depende da tecnologia disponível no mercado, para atingir bons
resultados produtivos e econômicos. Neste processo, a escolha dos implementos a serem
utilizados é da maior importância.
Máquinas e implementos utilizados, na medida do possível, devem exigir o mínimo
esforço, com máximo rendimento das operações. Isto é influenciado pela escolha do
equipamento apropriado, seu projeto, regulagem, manutenção, trabalho dentro da faixa
apropriada de umidade, velocidade compatível com a operação e profundidade e largura de
trabalho que otimizem a operação.
1.2 Implementos utilizados
O preparo periódico do solo é dividido em:
a) Preparo periódico primário, que tem como objetivo uma movimentação profunda do solo,
utilizando implementos conhecidos como arados;
b) Preparo periódico secundário, cuja finalidade é complementar o serviço realizado pelos
arados sendo utilizados implementos denominados grades;
c) Preparo periódico corretivo, operações que são realizadas quando há necessidade,
tais como correção de acidez, capina, subsolagem.
2 MÁQUINAS PARA PREPARO DO SOLO
Existem vários tipos de máquinas para mobilização do solo, sendo estas diferenciadas,
basicamente, em função de seus efeitos no corpo do solo após serem utilizadas. Há quatro
maneiras típicas de mobilização tendo em vista os objetivos de preparo periódico do solo:
2
- a mobilização por inversão de camadas, que é típica dos arados de aivecas ou discos;
- a mobilização por deslocamento lateral-horizontal, típica das grades de discos e de dentes;
- a mobilização por desagregação sub-superficial, típica de subsolador, escarificador; e,
- a mobilização por revolvimento rotativa, típica das máquinas que possuem um rotor com
facas ou pás, acionado pela tomada de potência dos tratores (enxada rotativa).
2.1 Arados
O mercado de máquinas e implementos agrícolas oferece dois tipos de arados sendo
arados de aivecas e arados de discos. Embora a função de ambos seja similar, ou seja,
inversão de solo, apresenta características distintas que influem na qualidade do trabalho
realizado; na demanda energética para tracionamento, entre outros fatores que serão citados a
posteriore.
A aração consiste no corte, elevação e posterior inversão de uma fatia de solo
denominado leiva. Visa-se com essa operação os seguintes objetivos:
a) Revolver o solo, expondo suas camadas internas ao ar, aos raios solares de forma a torná-
lo um leito adequado para a germinação das sementes e desenvolvimento das culturas.
b) Incorporar restos de cultura, esterco e corretivos visando manter ou melhorar a fertilidade do
solo.
c) Enterrio da cobertura vegetal, controlando ervas daninhas ou incorporando adubos verdes.
d) Criar ou manter condições do solo que resultem num mínimo de operações e de solicitação
de potência, para a instalação e condução das culturas.
2.1.1 Classificação dos arados
a) Quanto ao acoplamento à fonte de potência:
- arrasto
- semi-montado
- montado
b) Quanto à movimentação do órgão ativo
- fixo
- reversíveis
c) Quanto ao número de órgãos ativos
- monocorpo
- corpos múltiplos
d) Quanto ao tipo de órgão ativo
- discos
- aivecas
e) Quanto à tração
- mecânica
- animal
2.2 Arados de aivecas
Os arados de aivecas foram os implementos mais difundidos em nosso país devido à
utilização da tração animal nas diversas regiões. No sistema convencional de preparo do solo,
tem como principal característica um melhor revolvimento da camada de solo, fazendo uma
inversão completa da leiva, possibilitando um melhor arejamento, um melhor controle de ervas
daninhas e maior incorporação dos restos vegetais.
2.2.1 Tipos de arados de aivecas tração mecânica
- Montados: são apropriados ao sistema de levantamento hidráulico de 3 pontos do trator;
- Semi-montados: são aqueles que se apóiam nos dois braços inferiores do sistema de
levantamento hidráulico do trator;
3
- Arrasto: tracionados pela barra de tração. Possuem a roda guia dianteira e a roda guia
traseira ou roda de sulco. São utilizados para grandes extensões.
2.2.2 Partes constituintes
- Apo ou chassi: peça ou viga longitudinal que serve de suporte aos demais componentes do
arado;
- Coluna – elemento de fixação da aiveca ao apo;
- Corpo – é constituído pela aiveca, relha, rastro e suporte;
- Sega circular – é um disco com bordos cortantes que faz o corte vertical do solo.
Figura 1 – Arado de aivecas montado fixo. 1 – coluna; 2 – chassi; 3 – relha; 4 – aiveca; 5 –
rastro; 6 – sega circular; 7 – acoplamento ao engate de três pontos.
(a) (b)
Figura 2 – a) Arado de Aiveca (Fonte AAH) b)Arado de Aiveca no Campo (Fonte - .Baldan)
A relha tem por função cortar o solo e iniciar o levantamento da secção cortada.
A aiveca, juntamente com a relha, forma a superfície encarregada de elevar e inverter a
fatia de solo cortada pelo gume e pela ponta da relha.
Rastro - apoio do arado ao solo, na parte inferior lateral para dar estabilidade.
Suporte – elemento que serve de fixação para a aiveca.
Coluna ou haste – órgão de ligação entre a aiveca e o apo do chassi.
Tipos de aivecas:
- Lisas: indicado para solos normais
4
- Recortadas: para solos pegajosos
2.2.3 Vantagens e desvantagens
Em caso de solos muito secos ou compactados, a sua penetração é melhor do que o
arado de discos, atingindo uma profundidade de 20 a 25cm. Apresenta melhor desempenho
em terrenos planos, principalmente em várzeas drenadas, rompendo as camadas
compactadas, e melhorando a infiltração de água. Elimina, de forma eficiente, as plantas
invasoras, trabalhando neste caso, melhor que o arado de discos.
Como inconvenientes, entre outros, podemos citar que deixa a terra sem resíduos
vegetais, aumentando o risco de erosão. A regulagem é mais complicada do que o arado
de discos, dificultando o trabalho do agricultor.
Este tipo de arado não é eficiente em solos muito argilosos, que ultrapassem 30% no
teor de argila, fazendo com que o solo grude na aiveca. Nos solos arenosos ou com um baixo
teor de argila, o arado fica limpo e pode fazer um bom trabalho.
Como no arado de discos, o de aiveca joga a terra para um dos lados, provocando um
acúmulo de terra nos terraços, que pode ser contornado com a alternância da posição das
leivas.
É um implemento muito versátil, de custo reduzido e que pode resolver os problemas
do agricultor, dependendo da área a ser cultivada e das características do terreno e do solo.
2.2.4 Regulagem dos arados de aivecas
Tem como função assegurar que executem a operação com a melhor qualidade
possível, utilizando apenas a quantidade necessária de energia.
As forças verticais e transversais devem ficar em equilíbrio, de forma que apenas a
força de arraste seja necessária a operação.
A aiveca deve possuir folga entre o corpo da aiveca e o solo (sucção vertical) de 5 a 13
mm. Esta sucção auxilia ao arado penetrar no solo.
A aiveca deve também possuir folga entre o rasto e a lateral (parede do sulco) de 5 a 13
mm, dependendo do tipo de aiveca e de presença ou não de roda guia. Esta sucção faz com
que o rasto mantenha-se constantemente em contato com a parede do sulco, absorvendo os
esforços laterais.
Antes de iniciarem-se as regulagens nos arados, deve-se adequar o trator às
características operacionais do implemento, ou seja, determinar a quantidade necessária de
lastro para execução da operação, bem como a bitola entre as rodas.
As regulagens referentes ao arado são enunciadas na seqüência.
a) Centralização → Consiste em fazer com que o centro de resistência do arado coincida
com o eixo de simetria do trator. Este procedimento evita tração deslocada.
b) Nivelamento longitudinal e transversal → Para que as aivecas cortem a uma mesma
profundidade de trabalho.
c) Largura de corte → Ela é feita na barra transversal.
Obs.: Necessário saber previamente se o trator tem potência suficiente para tracionar o
implemento.
2.2.5 Potência necessária para tracionar
A tração necessária para mover um arado depende das dimensões do arado, bem
como da profundidade de trabalho. Em engenharia agrícola, utiliza-se o termo tração unitária,
como uma medida da tração, considerada independente tanto da largura quanto da
profundidade. A tração unitária se define como força por área de seção transversal da ação do
arado.
O tipo de solo é um fator importante que contribui da mesma forma que sua velocidade
de trabalho. Pode-se predizer a tração unitária da seguinte forma:
2
v.bap +=
5
em que
p = tração unitária
2
cm.N −
v = velocidade
1
h.km −
a e b = coeficientes que dependem do tipo de solo
O aumento de 1% no conteúdo de umidade do solo pode diminuir a tração em 10%. Um
aumento de 0,1 g.cm-3
na densidade aparente pode aumentar a tração em 10%.
argila siltosa -
2
v.049,07p +=
silte arenoso -
2
v.032,03p +=
franco arenoso -
2
v.013,08,2p +=
2.2.6 Valores de utilização de energia total dos arados de aiveca em solo franco
De toda energia disponível para tracionar o arado, 46% se perde em:
a) Resistência ao rolamento – 4%
b) Fricção solo/rasto – 17%
c) Fricção solo/aiveca e relha – 25%
Os 54% restante de energia total, são utilizados em trabalho útil, da seguinte forma:
a)Corte do sulco com a relha – 20%
b)Empuxe e aceleração – 11%
c)Ruptura, deformação e fricção solo/solo – 23%
O aproveitamento energético pode ser calculado da seguinte forma:
55,0.a.5,0
total.trabalho
útil.trabalho
==η
2.3 Arados de discos
É o resultado de uma transformação gradual do arado de aivecas. Com sua construção,
procurou-se obter maior capacidade e eficiência nas operações de preparo do solo na
agricultura.
A relha e o rastro foram substituídos por uma calota esférica, que tem como vantagem
trabalhar com movimento de rotação que os tornam menos susceptíveis a impactos ao
encontrar um obstáculo qualquer, pois rola sobre o mesmo, diminuindo a influência deste
impacto sobre sua estrutura.
2.3.1 Componentes dos arados de discos
Figura 3 – Constituição do arado. 1 – Chassi ou apo; 2 – Torre de engate; 3 – Limpador; 4 –
Disco liso; 5 – Roda guia.
- Chassi: forma a estrutura do arado e é composto de:
6
• Apo: barra ou tubo onde são fixadas as colunas
• Barra transversal ou eixo transversal: suporta as cavilhas
• Torre ou mastro: contém o orifício do terceiro ponto
- Coluna: elemento de fixação do disco ao apo; pode ser móvel para permitir a variação do
ângulo horizontal dos discos;
- Discos: são os componentes ativos dos arados, possuindo borda afiada e formato de uma
calota esférica. Em contato com o solo geram movimento rotativo. Corta, eleva e movimenta
o solo lateralmente, formando a leiva;
- Roda-guia ou roda estabilizadora: é responsável por absorver os esforços laterais. Dá
estabilidade ao arado, funcionando como um leme;
- Limpadores: mantém os discos limpos e controla o desvio da leiva;
- Mola da roda-guia: de acordo com a tensão da mola faz a regulagem da profundidade de
aração.
2.3.2 Características dos Arados de Discos
Figura 4 - Arado no campo (Fonte: Marchesan(Tatu))
Os órgãos ativos, ou seja, que executam a operação de corte e tombamento da leiva
são os próprios discos. No caso dos arados montados, em geral, existe uma roda traseira que
é responsável por absorver os esforços laterais, bem como regular a profundidade de trabalho.
Os arados montados reversíveis têm a peculiaridade de girarem os discos de forma que
se pode arar tombando a terra a direita ou a esquerda. Nesse caso a roda guia não se
encontra inclinada, sendo que se encontra perpendicular ao terreno.
Os implementos montados apresentam a característica de possuir maior independência
e versatilidade, pois são acoplados ao engate de três pontos dos tratores. Por possuírem um
centro de gravidade mais próxima das rodas motoras (traseiras), promovem uma maior
transferência e versatilidade, pois são acoplados ao engate mais próximo das rodas motoras
(traseiras), promovem uma maior transferência de peso para as mesmas, melhorando as
características de tração.
Os arados de discos podem ter discos lisos ou recortados. São mais comuns e
recomendados para a maioria das situações os arados de discos lisos. Os discos recortados
são indicados para terrenos muito sujos, em palhadas de milho ou arroz, em canaviais etc.;
quando a necessidade de um trabalho ais eficaz de picagem. Os discos recortados são mias
eficientes nesse caso, pois picam melhor.
A massa dos arados de discos oscila entre os seguintes valores:
7
-
arrastados: 300 – 1000 kg . discos-1
- - semi-montados: 200-300 kg . disco-1
- - montados: 120-175 kg . disco-1
2.3.3 Regulagens dos Arados de Discos
As principais regulagens para a operação dos arados de discos montados a serem
consideradas serão: bitola do trator, acoplamento, alinhamento do cento de resistência,
nivelamento e largura de corte do arado, profundidade de aração, roda-guia e ângulo dos
discos.
Com exceção do ângulo dos discos, as demais regulagens são as mesmas dos arados
de aivecas montados.
As regulagens dos ângulos dos discos é feita alterando-se o ângulo horizontal e o
ângulo vertical. A regulagem do ângulo horizontal possibilita alterar a largura de corte do disco.
A regulagem do ângulo vertical, por sua vez, possibilita alterar a profundidade de corte do
disco.
O ângulo horizontal influi na largura do corte e capacidade de revolvimento do solo. O
ângulo horizontal pode variar de 42 a 55o
de acordo com o tipo de solo que se pretende
preparar:
-
solos argilosos – 42o
- - solos médios – 45o
- - solos arenosos – 55o
O ângulo vertical dos discos pode variar de 15º
a 22º
. Isso influi na capacidade de penetração
dos discos nos solos.
-
solos argilosos – 15º
- - solos médios – 18º
- - solos arenosos – 25º
A largura do arado pode ser modificada de tal modo a se obter uma maior capacidade
operacional do implemento. A variação da largura de corte será possível quando a resistência
oferecida pelo arado for compatível com a potência do trator.
Pode-se alterar a largura de corte pela alteração da posição da “barra porta cavilhas”
(barra transversal).
A regulagem da roda guia é feita variando os ângulos horizontal e vertical, bem como
ajustando a tensão na mola que atua sobre o suporte de roda guia. Para seu perfeito
funcionamento a roda guia deve trabalhar no fundo do sulco.
Geralmente os arados possuem no eixo da roda guia alguns números como referência
para que se faça a sua regulagem, esses números tem concordância com as referências para
regulagem da barra transversal.
A regulagem da tensão da mola possibilita regular a profundidade de aração,
principalmente em solos leves ou pesados. Aumentando a tensão da mola, o arado tende a
aprofundar menos no solo.
2.3.4 Potência Necessária para Tracionar
Da mesma forma que nos arados de aivecas, a potência necessária para tracioná-las de
depende do tipo de solo e da velocidade de avanço do conjunto;
- solo argiloso
2
v.032,02,5p +=
- solo franco
2
v.045,04,2p +=
em que:
p = força por unidade de área (N.cm-2
)
v = velocidade do arado (km/h)
8
2.3.5 Rendimento dos Arados
Sendo F a força de tração necessária para arrastar o arado (N) e (v) a velocidade (m/s),
a potência requerida é dada por:
( )kW
1000
v.F
N =
Em geral, o rendimento teórico se calcula por:
1
h.hav.A.36,0S −
=
em que:
A = largura de corte (m)
A capacidade media de trabalho de um arado monosulco é de 7 a 12 h.ha-1
,
necessitando de 7 a 10 kW por cada corpo de arado.
2.3.6 Sistemas para o Terreno Plano
Variam com o tipo e manejo de máquina e dos implementos utilizados:
a) Com arado reversível: As leivas são tombadas em uma só direção. No ano seguinte as
leivas são tombadas no sentido oposto, para não formar depressões ao longo das
extremidades laterais da área trabalhada.
b) Com arado fixo: Os arados fixos tombam a leiva somente para a direita. Para contornar
este inconveniente, para preparar o solo com este implemento foram desenvolvidos dois
sistemas de aração, um em que se levanta o arado e outro em que não se levanta o arado,
ao virar nas cabeceiras da área a ser trabalhada.
3 PREPARO PERIÓDICO SECUNDÁRIO
O preparo periódico secundário tem como finalidade complementar a operação
realizadas pelos arados, ou seja, complementar a operação de preparo periódico primário,
embora elas possam ser utilizadas antes ou até mesmo em substituição aos arados em
algumas situações. Essa operação é realizada pelos implementos denominados grades.
As outras operações que as grades podem ser utilizadas são:
- Enterrio de restos vegetais;
- Desmatamento
- Destorroamento
- Recobrimento de sementes miúdas distribuídas por meio centrífugo
- Manutenção;
- Incorporação de fertilizantes ou defensivos; e,
- Eliminação de ervas daninhas recém germinadas.
3.1 Classificação das grades
3.1.1 Quanto à fonte de potência:
- Tração animal
- Tratorizadas
3.1.2 Quanto a forma de acoplamento
- Montada;
- Semi - montada; e,
- Tracionada pela barra.
9
3.1.3 Quanto à configuração geométrica do órgão ativo:
- Grade de discos (mais representativa no mercado);
- Grade de molas; e,
- Grade de dentes.
3.1.4 Quanto à ação exercida sobre o solo:
- Simples ação; e,
- Dupla ação
- Tandem (grade em X)
- Off set (grade deslocada ou grade rome)
3.1.5 Quanto ao tipo de órgão ativo:
- disco;
- dente; e,
- mola
3.1.6 Ações Exercidas Sobre o Solo
a) Seccionamento: devido ao afiamento dos discos, ao rola produzem uma ação cortante
sobre os torrões do solo.
b) Pulverização: se origina pela pressão que exercem os discos contra o solo, seja no sentido
longitudinal ou vertical.
c) Tombamento: conseqüência da forma esférica dos discos, o pequeno prisma de terra
cortado do avançar sobre a superfície de trabalho descreve uma trajetória que conclui um
tombamento.
d) Nivelamento: a passada da grade tende a deixar um microrelevo mais uniforme que se
favorece com o aumento de velocidade de trabalho.
3.2 Grades de Discos
Como complemento do trabalho do arado, a grade de disco constitui uma das mais
importantes máquinas de preparo do solo. Nestas, os discos são montados num eixo comum,
espaçados por carretéis, denominados secção ou corpo da grade.
De acordo com o número e a disposição das secções distinguem-se os seguintes tipos
básicos:
a) grade de simples ação;
b) grade de dupla ação:
- tandem;
- deslocada (“off set”)
- deslocada de duas secções
- deslocada de seis secções.
3.2.1 Grades de Discos quanto à ação exercida sobre o solo
3.2.1.1 Grade de Simples Ação
Apresenta dois corpos, dispostos em linha, porém opostos quanto à direção de trabalho.
10
Figura 5 - Grade Simples Ação (Fonte: Balastreire)
3.2.1.2 Grade de Dupla Ação em Tandem
Apresentam quatro corpos dispostos em linha, dois frontais e dois posteriores. Os
corpos dianteiros apresentam a mesma disposição das grades de simples ação, isto é, as faces
dos discos voltadas para fora. Os corpos posteriores, ao contrário, agem de maneira que o solo
é atirado par dentro. Assim o solo é mobilizado duas vezes, primeiro para fora (pelos corpos
frontais) e depois para dentro (pelos corpos posteriores), e por isso são chamados de dupla
ação.
Figura 6 - Grade Dupla Ação – Tandem ( Fonte Baldan)
3.2.1.3 Grade de Dupla Ação Deslocada (de 2 secções)
Estas grades, também denominadas “V”, ou grades “off set” apresentam dois corpos,
um atrás do outro, cujos eixos, quando em posição de trabalho, deslocam-se formando um “V”,
perpendicularmente a direção de deslocamento.
Figura 7 - Grade tipo off-set (Fonte: Baldan)
A grade do tipo “rome”, designação proveniente do seu primeiro fabricante, é grande e
pesada, geralmente de discos recortados, empregada no preparo do solo, substituindo o arado.
Sua capacidade de trabalho está relacionada ao seu rendimento em termos de há.dia-1
e com a
intensidade de mobilização do solo, executando um enérgico revolvimento e incorporação dos
11
materiais de cobertura, substituindo, sob determinadas condições, a aração e a gradagem
convencionais.
3.2.2 Discos
As maiorias das grades possuem discos com 16 a 24 polegadas de diâmetro,
espaçamento de 6 a 10 polegadas, uns do outros. Os de maior diâmetro e espaçamento, são
aconselháveis para terrenos onde o material de cobertura, além de volumoso, é de difícil
cisalhamento, sendo utilizados nas grades mais leves, de dupla ação deslocada ou nas se
simples ação, é preferível discos menores, com pequeno espaçamento, provendo uma
mobilização do solo entre os discos.
Os discos de grades possuem bordas lisas ou recortadas. As bordas recortadas, além
de possuírem maior capacidade de penetração do disco, são indicadas para maior capacidade
de penetração do enterrio de restos de culturas, uma vez que o disco recortado prende o
material através do recorte, facilitando essa operação. O centro dos discos possui um furo
redondo que se encaixa no eixo ,com uma folga para permitir a montagem e desmontagem das
secções com facilidade. Devido a essa folga e ao fato de toda secção possuir movimento de
rotação, deve-se verificar sempre o aperto no eixo, para evitar que os discos se soltem e
produzam desgaste excessivo no eixo ou no disco, inutilizando esses componentes.
Os discos recortados embora possuam maior capacidade de penetração, tem maior
tendência para quebrar, além de serem mais caros.
Figura 8 - Discos Lisos e Recortados – a) Discos côncavos e cônicos, b) Discos planos e
ondulados (Fonte: Tatu)
3.2.3 Regulagem das Grades de Discos
Uma vez que o peso da grade, diâmetro, espaçamento e concavidade dos discos já
estão praticamente estabelecidos pelo fabricante, a principal regulagem a ser feita é o angulo
das seções das grades o qual influencia na profundidade de trabalho.
Alguns requisitos devem ser considerados para uma boa regulagem das grades tandem
ou dupla ação e off-set:
- Cada disco da seção traseira deverá trabalhar exatamente entre os dois discos da seção
dianteira
- Os discos das duas seções devem girar com mesma velocidade
3.2.3.1 Regulagem da Grade Simples Ação
Na regulagem das grades de simples ação, uma vez que o peso da grade, diâmetro,
espaçamento e concavidade dos discos já estão praticamente estabelecidos pelo fabricante, a
principal regulagem a ser feita pelo operador é o ângulo formado pelas secções da grade.
Quanto maior o ângulo horizontal da secção, medido a partir de um plano perpendicular a
direção de deslocamento, maior a profundidade de trabalho dos discos. Quando o ângulo
horizontalmente da secção é zero, os discos rodam em planos paralelos à direção de
deslocamento e praticamente movimentam o solo.
No caso das grades montadas, deve-se fazer o movimento longitudinal e transversal da
grade, de forma que ambas as secções penetrem a uma mesma profundidade.
12
O nivelamento longitudinal é obtido através do braço do terceiro ponto do sistema
hidráulico de levantamento do trator e o transversal através do braço inferior direito, da mesma
forma que já discutida para grades montadas.
3.2.3.2 Regulagem da Grade em Tandem
Nas grades de dupla ação, também a principal regulagem a ser efetuada antes da
operação é a seleção e fixação do ângulo horizontal das secções. Normalmente, nestas
grades, o ângulo das duas secções dianteiras é regulado independentemente do ângulo das
secções traseiras (grades tandem). A variação do ângulo é feita mudando-se a posição da
secção no chassi e travando-se na posição desejada com o pino de trava.
Figura 9 - Regulagem da Grade em Tandem (Fonte: Fernandes,2001)
Grades de discos em X – A folga entre os dois conjuntos dianteiros deve ser de 0,01m.
Entre os conjuntos traseiros a folga deve ser de 0,35 a 0,40m nas grades de 22 discos e de
0,40 a 0,45m nos modelos com 26 e 30 discos. Deve-se seguir rigorosamente a indicação do
fabricante.
3.2.3.3 Regulagem da Grade Off-set
Na regulagem das grades “off-set” de arrasto, o ângulo de tração em uma grade típica é
regulado através da posição da barra de tração.
Figura 10 - Regulagem do ângulo de tração da grade off-set. 1 – Chassi, 2 – Barra Transversal,
3 – Parafuso para seleção do ângulo, 4 – Chapa de Regulagem (Fonte: Agritillage –
Baldan)
Deve-se ter o cuidado de realizar curvas durante as manobras, do lado do vértice das
seções (esquerda).
No caso de grades com comando hidráulico, isto não precisa se levado em
consideração.
13
A grade off-set possibilita o seu deslocamento, em relação à linha de centro de tração
do trator, o que permite, no caso de culturas perenes, passar-se com a grade sob a copa das
árvores.
O deslocamento é obtido alterando-se a posição da barra de tração sobre a barra
transversal fincando-se o parafuso no orifício central, obtém-se a regulagem para trabalhos
normais. Se o parafuso for deslocado para a direita, o ângulo de tração aumenta e para a
esquerda diminui.
O deslocamento lateral da grade é feito através do deslocamento do ponto de fixação a
barra de tração no chassi, como ilustra a Figura 11. Deslocando-se a barra para a direita, a
grade fica deslocada a esquerda e vice-versa.
A profundidade de trabalho pode ser regulada através da altura de acoplamento da
barra de tração e pelo ângulo formado pelas seções.
O deslocamento da barra de tração de grade acarreta uma maior profundidade de corte
da grade, devido aos maiores valores dos ângulos horizontais dos discos da seção dianteira.
Em algumas grades a regulagem do ângulo das secções é feita através de um cilindro
hidráulico, que recebe o óleo sob pressão a partir do circuito hidráulico do trator, e de
mangueiras flexíveis.
Quando as grades possuem apenas o sistema mecânico de regulagem do ângulo
horizontal da secção, com o pino de trava solto, desloca-se o trator para a frente para aumentar
o ângulo entre as secções e para trás para diminuí-lo.
Já a profundidade de trabalho pode ser alterada com a colocação ou retirada de lastro,
colocados em bandejas existentes no chassi da grade para esse fim.
3.2.4 Potência Necessária para Tracionar
- solo argiloso → p = 14,7.m
- solo franco argiloso → p = 11,7.m
- solo franco arenoso → p = 7,8.m
em que
p = força de tração (N)
m = massa da grade (kg)
Cálculo para qualquer velocidade e para profundidades típicas de trabalho.
Estima-se que em condições médias de trabalho, se necessita para cada disco ao redor de
2kW, chegando em terrenos muito resistentes a 2,5kW.
3.3 Subsolador
São implementos utilizados para romper a camada compactada do solo,
permitindo a infiltração e uma maior capacidade de retenção de água no solo, dentre outras
coisas.
Os subsoladores são utilizados nos seguintes casos:
- Para romper camadas compactadas em profundidade devido ao tráfego repetido de
máquinas, trabalhando a uma mesma profundidade, ou pela compactação devido ao tráfego
de tratores;
- Quando se deseja uma melhor circulação de água necessário em terrenos que tendem a
acumular água;
- Quando junto ao subsolador se aplicam fertilizantes em profundidade.
14
Figura 11 - Subsolador (Fonte: Marchesan (Tatu))
3.3.1 Características dos Subsoladores
Os subsoladores são constituídos basicamente de uma barra porta ferramentas, hastes,
ponta e roda de controle de profundidade.
3.3.2 Tipos de Hastes
- Reta: ângulo igual a 90o
→ exige maior força de tração
- Reta com porteira inclinada
- Curva: ângulo igual a 45o
→ possui maior desempenho de penetração e exige menor força
de extração
- Parabólica: ângulo igual a 15 – 25o
→ possui melhor desempenho a penetração no solo.
Como acessórios pode-se utilizar um disco cortador, em terrenos sujos ou recém
desbravados, auxiliando o corte do material mais próximo a superfície como as raízes evitando
o embuchamento.
Ou ainda, um torpedo, utilizado em terrenos úmidos típicos das várzeas sujeitas a
alagamento, para promover uma maior drenagem do solo.
3.4 Escarificadores
São implementos usados para quebrar o adensamento superficial do solo. Atualmente
tem sido difundido o seu uso para o preparo de solo em substituição do sistema convencional
(preparo vertical), principalmente entre o intervalo entre a culturas sucessivas, como nas
rotações de culturas. São também muito usados na reforma de pastagens onde há
necessidade de descompactar o solo superficialmente devido ao pisoteio excessivo provocado
pelos animais.
Se trata de um equipamento de preparo do solo cujas ferramentas de trabalho são
dentes montados sobre braços flexíveis ou rígidos.
15
Figura 12 - Escarificador (Fonte Semeato)
3.4.1 Efeito Sobre o Solo
Os escarificadores fragmentam o solo com formação de grandes fissuras e terra fina,
sem inversão do solo. O perfil do solo trabalhado além de dispor de um espaço poroso
suficiente como para armazenamento de água, não apresenta a descontinuidade estrutural
pela formação de uma soleira deixada pelos arados.
Quando um dente rompe o solo trabalhando a uma profundidade p, a área afetada,
assim como a resistência oferecida são funções das variáveis mecânicas do solo.
3.4.2 Características dos Escarificadores
Como mencionado anteriormente, existem dois tipos se hastes, flexíveis e rígidas,
diferenciando-se basicamente em que os primeiras trabalham a profundidades de no máximo
22 cm a velocidade pode chegar até 10 km/h, enquanto que as hastes rígidas trabalham a 25-
35 cm de profundidade e a velocidade podendo chegar até 6 km/h.
As hastes flexíveis têm forma de arco circular, montados no chassi mediante uma
articulação unida a uma mola cuja finalidade é absorver os impactos e variações de carga que
são geradas no solo. Além disso, se gera uma vibração sobre a haste, no sentido longitudinal,
que melhora notavelmente o efeito pulverizador.
Tem a desvantagem de não manter a uniformidade de corte.
As hastes rígidas se caracterizam por serem um dente robusto fortemente fixado ao
chassi. Se utilizam em terrenos pesados e compactados deixando o solo mais destorroado que
as hastes flexíveis. O ângulo de ataque é de 20 – 22o
, com a qual se reduz o esforço de tração,
porém tem inconveniente de que se dificulta a penetração em terrenos secos.
O chassi consta normalmente de 2 ou 3 barras porta ferramentas, as quais se
distribuem as hastes de tal forma que se projetados sobre um plano perpendicular a direção de
avanço se encontrem todos eles com uma separação igual.
3.4.3 Forças que Atuam nos Escarificadores
Nos escarificadores, por serem equipamentos cujas ferramentas efetuam sobre o solo
um trabalho simétrico a componente transversal da resultante de forças que atuam sobre cada
haste se pode considerar como nula. Pode-se dizer que somente existem componentes
horizontais e verticais.
16
Ambas vêm condicionadas pelos mesmos fatores que nos casos dos arados. A
diferença é que nestes equipamentos as componentes de força crescem de forma linear com a
velocidade. Porém estas forças crescem com o quadrado da profundidade de trabalho.
Segundo ASAE, a componente horizontal de reação do solo, para hastes separadas de 30 cm
adquire os seguintes valores quando a profundidade de trabalho é de 8,3 cm.
3.4.4 Potência Necessária para Tracionar
Solo franco → v.2,49520F 3,8 +=
Solo franco argiloso → v.1,48480F 3,8 +=
Solo argiloso → v.1,36527F 3,8 +=
A uma profundidade p qualquer:
2
3,8p
3,8
p
.FF 





=
em que
F = N.hastes-1
v = km.h-1
p = cm
3.4.5 Regulagem
A profundidade regula-se utilizando rodas de apoio ou SLH (Sistema de Levante
hidráulico).
Espaçamento entre hastes
a) Ponteira estreita: 1,25 * profundidade da haste
b) Ponteira alada: 1,5 a 2,0 * profundidade da haste
17
4 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
BALASTREIRE. L. A. Máquinas agrícolas São Paulo.: Manole, 1987. 310p.
BERNACKI, H. ; HAMAN, J.; KANAFOJKI, C.Z. Agricultural machines, theory and construction.
Washington: U.S. Department of Agriculture and the National Science Foundation, 1972.
451p.
CAÑAVATE, O Las maquinas agrícolas y su aplicacion. Madri: Mundi Perenssa, 1984. 492 p.
Mialhe, L. G. (1980) Máquinas Motoras na Agricultura. Ed. Univ. de São Paulo

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

08.3 preparo periodico - arados de aivecas, subsolador e escarificador
08.3   preparo periodico - arados de aivecas, subsolador e escarificador08.3   preparo periodico - arados de aivecas, subsolador e escarificador
08.3 preparo periodico - arados de aivecas, subsolador e escarificadorRomulo Vinicius Tio Rominho
 
Manejo de plantio do algodão.
Manejo de plantio do algodão.Manejo de plantio do algodão.
Manejo de plantio do algodão.Geagra UFG
 
Preparação do Solo e Aplicação
Preparação do Solo e AplicaçãoPreparação do Solo e Aplicação
Preparação do Solo e AplicaçãoGeagra UFG
 
Plantas Daninhas na cultura do Algodoeiro
Plantas Daninhas na cultura do AlgodoeiroPlantas Daninhas na cultura do Algodoeiro
Plantas Daninhas na cultura do AlgodoeiroGeagra UFG
 
AULA 1 Produção de mudas.ppt
AULA 1 Produção de mudas.pptAULA 1 Produção de mudas.ppt
AULA 1 Produção de mudas.pptUFV
 
Cultivo da-mangueira-sistema-de-producao
Cultivo da-mangueira-sistema-de-producaoCultivo da-mangueira-sistema-de-producao
Cultivo da-mangueira-sistema-de-producaowehelbio
 
Colheita - Milho
Colheita - MilhoColheita - Milho
Colheita - MilhoGeagra UFG
 
Tecnologia de aplicação de insumos líquidos (Grupo 1)
Tecnologia de aplicação de insumos líquidos (Grupo 1)Tecnologia de aplicação de insumos líquidos (Grupo 1)
Tecnologia de aplicação de insumos líquidos (Grupo 1)André Andrade
 
Questões pós-colheita/ Armazenagem de grãos
Questões pós-colheita/ Armazenagem de grãosQuestões pós-colheita/ Armazenagem de grãos
Questões pós-colheita/ Armazenagem de grãosAndré Fontana Weber
 
Fenologia e Fisiologia do sorgo e milheto
Fenologia e Fisiologia do sorgo e milheto Fenologia e Fisiologia do sorgo e milheto
Fenologia e Fisiologia do sorgo e milheto Geagra UFG
 
aula 6 - sisemas de preparo do solo.pdf
aula 6 - sisemas de preparo do solo.pdfaula 6 - sisemas de preparo do solo.pdf
aula 6 - sisemas de preparo do solo.pdfJanielly Costa
 
NUTRIÇÃO E ADUBAÇÃO DE SORGO E MILHETO.pptx
NUTRIÇÃO E ADUBAÇÃO DE SORGO E MILHETO.pptxNUTRIÇÃO E ADUBAÇÃO DE SORGO E MILHETO.pptx
NUTRIÇÃO E ADUBAÇÃO DE SORGO E MILHETO.pptxGeagra UFG
 
Desbaste em Floresta Plantada
Desbaste em Floresta PlantadaDesbaste em Floresta Plantada
Desbaste em Floresta PlantadaCassio Augusto
 
Plantas daninhas e seu controle
Plantas daninhas e seu controlePlantas daninhas e seu controle
Plantas daninhas e seu controleGeagra UFG
 

Mais procurados (20)

Manejo de Irrigação
Manejo de IrrigaçãoManejo de Irrigação
Manejo de Irrigação
 
08.3 preparo periodico - arados de aivecas, subsolador e escarificador
08.3   preparo periodico - arados de aivecas, subsolador e escarificador08.3   preparo periodico - arados de aivecas, subsolador e escarificador
08.3 preparo periodico - arados de aivecas, subsolador e escarificador
 
Manejo de plantio do algodão.
Manejo de plantio do algodão.Manejo de plantio do algodão.
Manejo de plantio do algodão.
 
Preparação do Solo e Aplicação
Preparação do Solo e AplicaçãoPreparação do Solo e Aplicação
Preparação do Solo e Aplicação
 
Plantas Daninhas na cultura do Algodoeiro
Plantas Daninhas na cultura do AlgodoeiroPlantas Daninhas na cultura do Algodoeiro
Plantas Daninhas na cultura do Algodoeiro
 
Tratos culturais
Tratos culturaisTratos culturais
Tratos culturais
 
Técnicas de Poda
Técnicas de PodaTécnicas de Poda
Técnicas de Poda
 
Aula 05 matéria orgânica do solo
Aula 05  matéria orgânica do soloAula 05  matéria orgânica do solo
Aula 05 matéria orgânica do solo
 
Aula 7 olericultura
Aula 7 olericulturaAula 7 olericultura
Aula 7 olericultura
 
AULA 1 Produção de mudas.ppt
AULA 1 Produção de mudas.pptAULA 1 Produção de mudas.ppt
AULA 1 Produção de mudas.ppt
 
Cultivo da-mangueira-sistema-de-producao
Cultivo da-mangueira-sistema-de-producaoCultivo da-mangueira-sistema-de-producao
Cultivo da-mangueira-sistema-de-producao
 
Aula de construções
Aula de construçõesAula de construções
Aula de construções
 
Colheita - Milho
Colheita - MilhoColheita - Milho
Colheita - Milho
 
Tecnologia de aplicação de insumos líquidos (Grupo 1)
Tecnologia de aplicação de insumos líquidos (Grupo 1)Tecnologia de aplicação de insumos líquidos (Grupo 1)
Tecnologia de aplicação de insumos líquidos (Grupo 1)
 
Questões pós-colheita/ Armazenagem de grãos
Questões pós-colheita/ Armazenagem de grãosQuestões pós-colheita/ Armazenagem de grãos
Questões pós-colheita/ Armazenagem de grãos
 
Fenologia e Fisiologia do sorgo e milheto
Fenologia e Fisiologia do sorgo e milheto Fenologia e Fisiologia do sorgo e milheto
Fenologia e Fisiologia do sorgo e milheto
 
aula 6 - sisemas de preparo do solo.pdf
aula 6 - sisemas de preparo do solo.pdfaula 6 - sisemas de preparo do solo.pdf
aula 6 - sisemas de preparo do solo.pdf
 
NUTRIÇÃO E ADUBAÇÃO DE SORGO E MILHETO.pptx
NUTRIÇÃO E ADUBAÇÃO DE SORGO E MILHETO.pptxNUTRIÇÃO E ADUBAÇÃO DE SORGO E MILHETO.pptx
NUTRIÇÃO E ADUBAÇÃO DE SORGO E MILHETO.pptx
 
Desbaste em Floresta Plantada
Desbaste em Floresta PlantadaDesbaste em Floresta Plantada
Desbaste em Floresta Plantada
 
Plantas daninhas e seu controle
Plantas daninhas e seu controlePlantas daninhas e seu controle
Plantas daninhas e seu controle
 

Destaque

Aula 1.1 classificação dos tratores agrícolas
Aula 1.1   classificação dos tratores agrícolasAula 1.1   classificação dos tratores agrícolas
Aula 1.1 classificação dos tratores agrícolasPaski333
 
Apostila fruticultura irrigada
Apostila fruticultura irrigadaApostila fruticultura irrigada
Apostila fruticultura irrigadaGabriel Pinto
 
2 introducao ao estudo dos tratores agricolas
2 introducao ao estudo dos tratores agricolas2 introducao ao estudo dos tratores agricolas
2 introducao ao estudo dos tratores agricolasUSP / ESALQ
 
Sistema hidráulico dos tratores agrícolas 2011
Sistema hidráulico dos tratores agrícolas 2011Sistema hidráulico dos tratores agrícolas 2011
Sistema hidráulico dos tratores agrícolas 2011Universidade de São Paulo
 
Aula 1 tratores agrícolas
Aula 1   tratores agrícolasAula 1   tratores agrícolas
Aula 1 tratores agrícolasPaski333
 
Mecanização Agrícola - Entraves e Consequências
Mecanização Agrícola - Entraves e ConsequênciasMecanização Agrícola - Entraves e Consequências
Mecanização Agrícola - Entraves e ConsequênciasBruno Anacleto
 
Apostila agricultura-geral-2012
Apostila agricultura-geral-2012Apostila agricultura-geral-2012
Apostila agricultura-geral-2012Lúcio Déo
 
Manual trator valtra bh 180
Manual trator valtra bh 180Manual trator valtra bh 180
Manual trator valtra bh 180Cesar Braga
 
50 sobremesas práticas e deliciosas
50 sobremesas práticas e deliciosas50 sobremesas práticas e deliciosas
50 sobremesas práticas e deliciosasSan Lim
 
Apostila máquinas tratores
Apostila máquinas tratoresApostila máquinas tratores
Apostila máquinas tratoresJoão Junior
 
Mecânicas dos Solos (exercícios)
Mecânicas dos Solos (exercícios)Mecânicas dos Solos (exercícios)
Mecânicas dos Solos (exercícios)Danilo Max
 

Destaque (20)

Apostila de máquinas e mecanização agricola
Apostila de máquinas e mecanização agricolaApostila de máquinas e mecanização agricola
Apostila de máquinas e mecanização agricola
 
Aula 1.1 classificação dos tratores agrícolas
Aula 1.1   classificação dos tratores agrícolasAula 1.1   classificação dos tratores agrícolas
Aula 1.1 classificação dos tratores agrícolas
 
02 tipos de maquinas e implementos
02  tipos de maquinas e implementos02  tipos de maquinas e implementos
02 tipos de maquinas e implementos
 
Apostila fruticultura irrigada
Apostila fruticultura irrigadaApostila fruticultura irrigada
Apostila fruticultura irrigada
 
Apostila aração
Apostila araçãoApostila aração
Apostila aração
 
Apostila gradagem
Apostila gradagemApostila gradagem
Apostila gradagem
 
2 introducao ao estudo dos tratores agricolas
2 introducao ao estudo dos tratores agricolas2 introducao ao estudo dos tratores agricolas
2 introducao ao estudo dos tratores agricolas
 
Sistema hidráulico dos tratores agrícolas 2011
Sistema hidráulico dos tratores agrícolas 2011Sistema hidráulico dos tratores agrícolas 2011
Sistema hidráulico dos tratores agrícolas 2011
 
Aula 1 tratores agrícolas
Aula 1   tratores agrícolasAula 1   tratores agrícolas
Aula 1 tratores agrícolas
 
Mecanização Agrícola - Entraves e Consequências
Mecanização Agrícola - Entraves e ConsequênciasMecanização Agrícola - Entraves e Consequências
Mecanização Agrícola - Entraves e Consequências
 
Apostila agricultura-geral-2012
Apostila agricultura-geral-2012Apostila agricultura-geral-2012
Apostila agricultura-geral-2012
 
Seleção de máquina agricola
Seleção de máquina agricolaSeleção de máquina agricola
Seleção de máquina agricola
 
1.histórico e importância
1.histórico e importância1.histórico e importância
1.histórico e importância
 
Manual trator valtra bh 180
Manual trator valtra bh 180Manual trator valtra bh 180
Manual trator valtra bh 180
 
Aula 01 solos-funções
Aula 01 solos-funçõesAula 01 solos-funções
Aula 01 solos-funções
 
50 sobremesas práticas e deliciosas
50 sobremesas práticas e deliciosas50 sobremesas práticas e deliciosas
50 sobremesas práticas e deliciosas
 
calagem teorica
calagem teoricacalagem teorica
calagem teorica
 
trator agrícola
trator agrícolatrator agrícola
trator agrícola
 
Apostila máquinas tratores
Apostila máquinas tratoresApostila máquinas tratores
Apostila máquinas tratores
 
Mecânicas dos Solos (exercícios)
Mecânicas dos Solos (exercícios)Mecânicas dos Solos (exercícios)
Mecânicas dos Solos (exercícios)
 

Semelhante a Apostila implementos preparo de solo

Apostila de máquinas agrícolas
Apostila de máquinas agrícolasApostila de máquinas agrícolas
Apostila de máquinas agrícolasRodrigo Ribas
 
Manual osmose smart - rev01 03 - condutivímetro honest
Manual   osmose smart -  rev01 03  - condutivímetro honestManual   osmose smart -  rev01 03  - condutivímetro honest
Manual osmose smart - rev01 03 - condutivímetro honestCamila Pedrini Pereira
 
Andef manual tecnologia_de_aplicacao_web
Andef manual tecnologia_de_aplicacao_webAndef manual tecnologia_de_aplicacao_web
Andef manual tecnologia_de_aplicacao_webPortal Canal Rural
 
Manual de Tecnologia de Aplicação
Manual de Tecnologia de Aplicação Manual de Tecnologia de Aplicação
Manual de Tecnologia de Aplicação Portal Canal Rural
 
Apostilaspetrobras instrumentacaobsica-131017203534-phpapp02
Apostilaspetrobras instrumentacaobsica-131017203534-phpapp02Apostilaspetrobras instrumentacaobsica-131017203534-phpapp02
Apostilaspetrobras instrumentacaobsica-131017203534-phpapp02AIRTON JUNIOR GERMANO
 
Administração de Sistema Unix
Administração de Sistema UnixAdministração de Sistema Unix
Administração de Sistema Unixelliando dias
 
Operacoes unitarias petrobras
Operacoes unitarias   petrobrasOperacoes unitarias   petrobras
Operacoes unitarias petrobrasGiselle EAlex
 
Apostilas petrobras operacoes unitárias
Apostilas petrobras   operacoes unitáriasApostilas petrobras   operacoes unitárias
Apostilas petrobras operacoes unitáriasSayonara Silva
 
Ludka, M. 2012. Avaliação da Efetividade do Manejo de Unidades de Conservação...
Ludka, M. 2012. Avaliação da Efetividade do Manejo de Unidades de Conservação...Ludka, M. 2012. Avaliação da Efetividade do Manejo de Unidades de Conservação...
Ludka, M. 2012. Avaliação da Efetividade do Manejo de Unidades de Conservação...maibous
 
Leitura - Manual Tecnologia de Aplicacao.pdf
Leitura - Manual Tecnologia de Aplicacao.pdfLeitura - Manual Tecnologia de Aplicacao.pdf
Leitura - Manual Tecnologia de Aplicacao.pdfCleitonAraujoDomingo
 
Manual ar condicionado
Manual ar condicionadoManual ar condicionado
Manual ar condicionadoalencarac
 
Lucas miranda
Lucas mirandaLucas miranda
Lucas mirandagica15
 
Projeto de competencia 3º fase adm
Projeto de competencia 3º fase admProjeto de competencia 3º fase adm
Projeto de competencia 3º fase admmayarapdesouza
 

Semelhante a Apostila implementos preparo de solo (20)

Apostila de máquinas agrícolas
Apostila de máquinas agrícolasApostila de máquinas agrícolas
Apostila de máquinas agrícolas
 
thesis.compressed
thesis.compressedthesis.compressed
thesis.compressed
 
Operacoes unitarias
Operacoes unitariasOperacoes unitarias
Operacoes unitarias
 
Manual osmose smart - rev01 03 - condutivímetro honest
Manual   osmose smart -  rev01 03  - condutivímetro honestManual   osmose smart -  rev01 03  - condutivímetro honest
Manual osmose smart - rev01 03 - condutivímetro honest
 
Andef manual tecnologia_de_aplicacao_web
Andef manual tecnologia_de_aplicacao_webAndef manual tecnologia_de_aplicacao_web
Andef manual tecnologia_de_aplicacao_web
 
Manual de Tecnologia de Aplicação
Manual de Tecnologia de Aplicação Manual de Tecnologia de Aplicação
Manual de Tecnologia de Aplicação
 
Apostilaspetrobras instrumentacaobsica-131017203534-phpapp02
Apostilaspetrobras instrumentacaobsica-131017203534-phpapp02Apostilaspetrobras instrumentacaobsica-131017203534-phpapp02
Apostilaspetrobras instrumentacaobsica-131017203534-phpapp02
 
Administração de Sistema Unix
Administração de Sistema UnixAdministração de Sistema Unix
Administração de Sistema Unix
 
Apostila c
Apostila cApostila c
Apostila c
 
Operacoes unitarias petrobras
Operacoes unitarias   petrobrasOperacoes unitarias   petrobras
Operacoes unitarias petrobras
 
Apostilas petrobras operacoes unitárias
Apostilas petrobras   operacoes unitáriasApostilas petrobras   operacoes unitárias
Apostilas petrobras operacoes unitárias
 
Ludka, M. 2012. Avaliação da Efetividade do Manejo de Unidades de Conservação...
Ludka, M. 2012. Avaliação da Efetividade do Manejo de Unidades de Conservação...Ludka, M. 2012. Avaliação da Efetividade do Manejo de Unidades de Conservação...
Ludka, M. 2012. Avaliação da Efetividade do Manejo de Unidades de Conservação...
 
Leitura - Manual Tecnologia de Aplicacao.pdf
Leitura - Manual Tecnologia de Aplicacao.pdfLeitura - Manual Tecnologia de Aplicacao.pdf
Leitura - Manual Tecnologia de Aplicacao.pdf
 
Guia de estudo 101 completo
Guia de estudo 101   completoGuia de estudo 101   completo
Guia de estudo 101 completo
 
Trabalho
TrabalhoTrabalho
Trabalho
 
Manual ar condicionado
Manual ar condicionadoManual ar condicionado
Manual ar condicionado
 
Apostila pascal
Apostila pascalApostila pascal
Apostila pascal
 
Lucas miranda
Lucas mirandaLucas miranda
Lucas miranda
 
Master
MasterMaster
Master
 
Projeto de competencia 3º fase adm
Projeto de competencia 3º fase admProjeto de competencia 3º fase adm
Projeto de competencia 3º fase adm
 

Mais de Luiz Oliveira

Atributos químicos do solo fertirrigado com substâncias húmicas em bananeira ...
Atributos químicos do solo fertirrigado com substâncias húmicas em bananeira ...Atributos químicos do solo fertirrigado com substâncias húmicas em bananeira ...
Atributos químicos do solo fertirrigado com substâncias húmicas em bananeira ...Luiz Oliveira
 
Caracterização físico-química dos estádios de maturação da manga 'Tommy Atkins'
Caracterização físico-química dos estádios de maturação da manga 'Tommy Atkins' Caracterização físico-química dos estádios de maturação da manga 'Tommy Atkins'
Caracterização físico-química dos estádios de maturação da manga 'Tommy Atkins' Luiz Oliveira
 
Apostila de administração rural
Apostila de administração ruralApostila de administração rural
Apostila de administração ruralLuiz Oliveira
 
Apostila de associativismo e cooperativismo
Apostila de associativismo e cooperativismoApostila de associativismo e cooperativismo
Apostila de associativismo e cooperativismoLuiz Oliveira
 
Apostila agricultura geral
Apostila agricultura geralApostila agricultura geral
Apostila agricultura geralLuiz Oliveira
 
Apostila conservação de nascentes
Apostila conservação de nascentesApostila conservação de nascentes
Apostila conservação de nascentesLuiz Oliveira
 
Apostila de irrigação completa
Apostila de irrigação completaApostila de irrigação completa
Apostila de irrigação completaLuiz Oliveira
 
Apostila de agronomia
Apostila de agronomiaApostila de agronomia
Apostila de agronomiaLuiz Oliveira
 
Apostila de fitopatologia
Apostila de fitopatologiaApostila de fitopatologia
Apostila de fitopatologiaLuiz Oliveira
 

Mais de Luiz Oliveira (10)

Atributos químicos do solo fertirrigado com substâncias húmicas em bananeira ...
Atributos químicos do solo fertirrigado com substâncias húmicas em bananeira ...Atributos químicos do solo fertirrigado com substâncias húmicas em bananeira ...
Atributos químicos do solo fertirrigado com substâncias húmicas em bananeira ...
 
Caracterização físico-química dos estádios de maturação da manga 'Tommy Atkins'
Caracterização físico-química dos estádios de maturação da manga 'Tommy Atkins' Caracterização físico-química dos estádios de maturação da manga 'Tommy Atkins'
Caracterização físico-química dos estádios de maturação da manga 'Tommy Atkins'
 
Apostila de administração rural
Apostila de administração ruralApostila de administração rural
Apostila de administração rural
 
Apostila de associativismo e cooperativismo
Apostila de associativismo e cooperativismoApostila de associativismo e cooperativismo
Apostila de associativismo e cooperativismo
 
Apostila agricultura geral
Apostila agricultura geralApostila agricultura geral
Apostila agricultura geral
 
Anais sepip 2015
Anais sepip 2015Anais sepip 2015
Anais sepip 2015
 
Apostila conservação de nascentes
Apostila conservação de nascentesApostila conservação de nascentes
Apostila conservação de nascentes
 
Apostila de irrigação completa
Apostila de irrigação completaApostila de irrigação completa
Apostila de irrigação completa
 
Apostila de agronomia
Apostila de agronomiaApostila de agronomia
Apostila de agronomia
 
Apostila de fitopatologia
Apostila de fitopatologiaApostila de fitopatologia
Apostila de fitopatologia
 

Último

Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxSlides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxOsnilReis1
 
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Centro Jacques Delors
 
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdf
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdfBRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdf
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdfHenrique Pontes
 
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfWilliam J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfAdrianaCunha84
 
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Mary Alvarenga
 
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chaveAula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chaveaulasgege
 
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptx
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptxA experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptx
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptxfabiolalopesmartins1
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinhaMary Alvarenga
 
Aula - 1º Ano - Émile Durkheim - Um dos clássicos da sociologia
Aula - 1º Ano - Émile Durkheim - Um dos clássicos da sociologiaAula - 1º Ano - Émile Durkheim - Um dos clássicos da sociologia
Aula - 1º Ano - Émile Durkheim - Um dos clássicos da sociologiaaulasgege
 
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfSimulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfEditoraEnovus
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesMary Alvarenga
 
Regência Nominal e Verbal português .pdf
Regência Nominal e Verbal português .pdfRegência Nominal e Verbal português .pdf
Regência Nominal e Verbal português .pdfmirandadudu08
 
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?Rosalina Simão Nunes
 
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasHabilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasCassio Meira Jr.
 
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasPrograma de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasCassio Meira Jr.
 
Guia completo da Previdênci a - Reforma .pdf
Guia completo da Previdênci a - Reforma .pdfGuia completo da Previdênci a - Reforma .pdf
Guia completo da Previdênci a - Reforma .pdfEyshilaKelly1
 
Prova uniasselvi tecnologias da Informação.pdf
Prova uniasselvi tecnologias da Informação.pdfProva uniasselvi tecnologias da Informação.pdf
Prova uniasselvi tecnologias da Informação.pdfArthurRomanof1
 
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdfJorge Andrade
 
Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.
Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.
Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.Susana Stoffel
 

Último (20)

Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxSlides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
 
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
 
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
 
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdf
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdfBRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdf
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdf
 
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfWilliam J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
 
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
 
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chaveAula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
 
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptx
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptxA experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptx
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptx
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinha
 
Aula - 1º Ano - Émile Durkheim - Um dos clássicos da sociologia
Aula - 1º Ano - Émile Durkheim - Um dos clássicos da sociologiaAula - 1º Ano - Émile Durkheim - Um dos clássicos da sociologia
Aula - 1º Ano - Émile Durkheim - Um dos clássicos da sociologia
 
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfSimulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
 
Regência Nominal e Verbal português .pdf
Regência Nominal e Verbal português .pdfRegência Nominal e Verbal português .pdf
Regência Nominal e Verbal português .pdf
 
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
 
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasHabilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
 
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasPrograma de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
 
Guia completo da Previdênci a - Reforma .pdf
Guia completo da Previdênci a - Reforma .pdfGuia completo da Previdênci a - Reforma .pdf
Guia completo da Previdênci a - Reforma .pdf
 
Prova uniasselvi tecnologias da Informação.pdf
Prova uniasselvi tecnologias da Informação.pdfProva uniasselvi tecnologias da Informação.pdf
Prova uniasselvi tecnologias da Informação.pdf
 
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
 
Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.
Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.
Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.
 

Apostila implementos preparo de solo

  • 1. FACULDADE ASSIS GURGACZ CURSO DE AGRONOMIA MMÁÁQQUUIINNAASS EE MMEECCAANNIIZZAAÇÇÃÃOO AAGGRRÍÍCCOOLLAASS MMááqquuiinnaass ee iimmpplleemmeennttooss ppaarraa pprreeppaarroo ddoo ssoolloo Prof. Dr. Suedêmio de Lima Silva Cascavel – PR 2005
  • 2. ÍNDICE 1 preparo periódico do solo .......................................................................................................1 1.1 Introdução........................................................................................................................1 1.2 Implementos utilizados....................................................................................................1 2 Máquinas para preparo do solo ..............................................................................................1 2.1 Arados .............................................................................................................................2 2.1.1 Classificação dos arados........................................................................................2 2.2 Arados de aivecas...........................................................................................................2 2.2.1 Tipos de arados de aivecas tração mecânica........................................................2 2.2.2 Partes constituintes.................................................................................................3 2.2.3 Vantagens e desvantagens ....................................................................................4 2.2.4 Regulagem dos arados de aivecas ........................................................................4 2.2.5 Potência necessária para tracionar........................................................................4 2.2.6 Valores de utilização de energia total dos arados de aiveca em solo franco........5 2.3 Arados de discos.............................................................................................................5 2.3.1 Componentes dos arados de discos ......................................................................5 2.3.2 Características dos Arados de Discos....................................................................6 2.3.3 Regulagens nos Arados de Discos.........................................................................7 2.3.4 Potência Necessária para Tracionar ......................................................................7 2.3.5 Rendimento dos Arados..........................................................................................8 2.3.6 Sistemas para o Terreno Plano ..............................................................................8 3 Preparo periódico secundário.................................................................................................8 3.1 Classificação das grades................................................................................................8 3.1.1 Quanto a fonte de potência:....................................................................................8 3.1.2 Quanto a forma de acoplamento ............................................................................8 3.1.3 Quanto à configuração geométrica do órgão ativo: ...............................................9 3.1.4 Quanto à ação exercida sobre o solo:....................................................................9 3.1.5 Quanto ao tipo de órgão ativo:................................................................................9 3.1.6 Ações Exercidas Sobre o Solo ...............................................................................9 3.2 Grades de Discos............................................................................................................9 3.2.1 Grades de Discos quanto à ação exercida sobre o solo........................................9 3.2.1.1 Grade de Simples Ação ......................................................................................9 3.2.1.2 Grade de Dupla Ação em Tandem ...................................................................10 3.2.1.3 Grade de Dupla Ação Deslocada (de 2 secções)............................................10 3.2.2 Discos....................................................................................................................11 3.2.3 Regulagem das Grades de Discos .......................................................................11 3.2.3.1 Regulagem da Grade Simples Ação ................................................................11 3.2.3.2 Regulagem da Grade em Tandem ...................................................................12 3.2.3.3 Regulagem da Grade Off-set............................................................................12 3.2.4 Potência Necessária para Tracionar ....................................................................13 3.3 Subsolador ....................................................................................................................13 3.3.1 Características dos Subsoladores........................................................................14 3.3.2 Tipos de Hastes ....................................................................................................14 3.4 Escarificadores..............................................................................................................14 3.4.1 Efeito Sobre o Solo ...............................................................................................15 3.4.2 Características dos Escarificadores .....................................................................15 3.4.3 Forças que Atuam nos Escarificadores................................................................15 3.4.4 Potência Necessária para Tracionar ....................................................................16 3.4.5 Regulagem ............................................................................................................16 4 Bibliografia consultada..........................................................................................................17
  • 3. 1 1 PREPARO PERIÓDICO DO SOLO 1.1 Introdução Uma das formas de maior utilização da mecanização é no preparo do solo, que tem como objetivo oferecer ambiente adequado para o crescimento e desenvolvimento das plantas, permitindo produção econômica e evitando a degradação do solo. É definido como a manipulação física, química ou biológica do solo para otimizar as condições para a germinação e emergência das sementes, assim como o estabelecimento das plântulas. A escolha de determinado sistema de preparo deve levar em consideração as respostas da cultura e do solo, visando diminuir perdas do solo por erosão, controle de plantas invasoras, capacidade de retenção e movimentação de água e também a recuperação física do solo. O preparo periódico do solo diz respeito a diversas operações agrícolas de mobilização do solo, realizadas antes da implantação periódica de culturas. Esse tipo de preparo pode ser feito em 3 sistemas principais: - convencional (aração, gradeações em toda a área a ser cultivada); - cultivo mínimo (onde as operações mecanizadas são reduzidas ao mínimo necessário); - plantio direto (onde a mobilização do terreno só ocorre localizadamente, ou seja, apenas na fileira de semeadura). Desde os mais remotos tempos, essas operações têm sido realizadas com a finalidade de oferecer às sementes que serão colocadas no solo as condições que teoricamente seriam as melhores para o seu desenvolvimento. Não se deve esquecer, todavia, que as modernas técnicas de semeadura direta têm demonstrado que, para determinadas condições de solo, clima e culturas, são possíveis se obter uma produtividade tão boa ou, em alguns casos, até melhor que com os métodos tradicionais de preparo do solo e semeadura. De qualquer forma, o preparo periódico do solo continuará a ser feito para as culturas ou condições onde não existe a possibilidade de utilização de técnicas de semeadura direta. O preparo do solo compreende um conjunto de técnicas que, quando usadas racionalmente, podem permitir uma alta produtividade das culturas a baixo custo. Irracionalmente utilizadas, as técnicas de preparo podem levar à destruição do solo em poucos anos de uso intensivo ou conduzir à degradação física, biológica ou química em forma paulatina, diminuindo, em maior ou menor grau, seu potencial produtivo. A agricultura atual depende da tecnologia disponível no mercado, para atingir bons resultados produtivos e econômicos. Neste processo, a escolha dos implementos a serem utilizados é da maior importância. Máquinas e implementos utilizados, na medida do possível, devem exigir o mínimo esforço, com máximo rendimento das operações. Isto é influenciado pela escolha do equipamento apropriado, seu projeto, regulagem, manutenção, trabalho dentro da faixa apropriada de umidade, velocidade compatível com a operação e profundidade e largura de trabalho que otimizem a operação. 1.2 Implementos utilizados O preparo periódico do solo é dividido em: a) Preparo periódico primário, que tem como objetivo uma movimentação profunda do solo, utilizando implementos conhecidos como arados; b) Preparo periódico secundário, cuja finalidade é complementar o serviço realizado pelos arados sendo utilizados implementos denominados grades; c) Preparo periódico corretivo, operações que são realizadas quando há necessidade, tais como correção de acidez, capina, subsolagem. 2 MÁQUINAS PARA PREPARO DO SOLO Existem vários tipos de máquinas para mobilização do solo, sendo estas diferenciadas, basicamente, em função de seus efeitos no corpo do solo após serem utilizadas. Há quatro maneiras típicas de mobilização tendo em vista os objetivos de preparo periódico do solo:
  • 4. 2 - a mobilização por inversão de camadas, que é típica dos arados de aivecas ou discos; - a mobilização por deslocamento lateral-horizontal, típica das grades de discos e de dentes; - a mobilização por desagregação sub-superficial, típica de subsolador, escarificador; e, - a mobilização por revolvimento rotativa, típica das máquinas que possuem um rotor com facas ou pás, acionado pela tomada de potência dos tratores (enxada rotativa). 2.1 Arados O mercado de máquinas e implementos agrícolas oferece dois tipos de arados sendo arados de aivecas e arados de discos. Embora a função de ambos seja similar, ou seja, inversão de solo, apresenta características distintas que influem na qualidade do trabalho realizado; na demanda energética para tracionamento, entre outros fatores que serão citados a posteriore. A aração consiste no corte, elevação e posterior inversão de uma fatia de solo denominado leiva. Visa-se com essa operação os seguintes objetivos: a) Revolver o solo, expondo suas camadas internas ao ar, aos raios solares de forma a torná- lo um leito adequado para a germinação das sementes e desenvolvimento das culturas. b) Incorporar restos de cultura, esterco e corretivos visando manter ou melhorar a fertilidade do solo. c) Enterrio da cobertura vegetal, controlando ervas daninhas ou incorporando adubos verdes. d) Criar ou manter condições do solo que resultem num mínimo de operações e de solicitação de potência, para a instalação e condução das culturas. 2.1.1 Classificação dos arados a) Quanto ao acoplamento à fonte de potência: - arrasto - semi-montado - montado b) Quanto à movimentação do órgão ativo - fixo - reversíveis c) Quanto ao número de órgãos ativos - monocorpo - corpos múltiplos d) Quanto ao tipo de órgão ativo - discos - aivecas e) Quanto à tração - mecânica - animal 2.2 Arados de aivecas Os arados de aivecas foram os implementos mais difundidos em nosso país devido à utilização da tração animal nas diversas regiões. No sistema convencional de preparo do solo, tem como principal característica um melhor revolvimento da camada de solo, fazendo uma inversão completa da leiva, possibilitando um melhor arejamento, um melhor controle de ervas daninhas e maior incorporação dos restos vegetais. 2.2.1 Tipos de arados de aivecas tração mecânica - Montados: são apropriados ao sistema de levantamento hidráulico de 3 pontos do trator; - Semi-montados: são aqueles que se apóiam nos dois braços inferiores do sistema de levantamento hidráulico do trator;
  • 5. 3 - Arrasto: tracionados pela barra de tração. Possuem a roda guia dianteira e a roda guia traseira ou roda de sulco. São utilizados para grandes extensões. 2.2.2 Partes constituintes - Apo ou chassi: peça ou viga longitudinal que serve de suporte aos demais componentes do arado; - Coluna – elemento de fixação da aiveca ao apo; - Corpo – é constituído pela aiveca, relha, rastro e suporte; - Sega circular – é um disco com bordos cortantes que faz o corte vertical do solo. Figura 1 – Arado de aivecas montado fixo. 1 – coluna; 2 – chassi; 3 – relha; 4 – aiveca; 5 – rastro; 6 – sega circular; 7 – acoplamento ao engate de três pontos. (a) (b) Figura 2 – a) Arado de Aiveca (Fonte AAH) b)Arado de Aiveca no Campo (Fonte - .Baldan) A relha tem por função cortar o solo e iniciar o levantamento da secção cortada. A aiveca, juntamente com a relha, forma a superfície encarregada de elevar e inverter a fatia de solo cortada pelo gume e pela ponta da relha. Rastro - apoio do arado ao solo, na parte inferior lateral para dar estabilidade. Suporte – elemento que serve de fixação para a aiveca. Coluna ou haste – órgão de ligação entre a aiveca e o apo do chassi. Tipos de aivecas: - Lisas: indicado para solos normais
  • 6. 4 - Recortadas: para solos pegajosos 2.2.3 Vantagens e desvantagens Em caso de solos muito secos ou compactados, a sua penetração é melhor do que o arado de discos, atingindo uma profundidade de 20 a 25cm. Apresenta melhor desempenho em terrenos planos, principalmente em várzeas drenadas, rompendo as camadas compactadas, e melhorando a infiltração de água. Elimina, de forma eficiente, as plantas invasoras, trabalhando neste caso, melhor que o arado de discos. Como inconvenientes, entre outros, podemos citar que deixa a terra sem resíduos vegetais, aumentando o risco de erosão. A regulagem é mais complicada do que o arado de discos, dificultando o trabalho do agricultor. Este tipo de arado não é eficiente em solos muito argilosos, que ultrapassem 30% no teor de argila, fazendo com que o solo grude na aiveca. Nos solos arenosos ou com um baixo teor de argila, o arado fica limpo e pode fazer um bom trabalho. Como no arado de discos, o de aiveca joga a terra para um dos lados, provocando um acúmulo de terra nos terraços, que pode ser contornado com a alternância da posição das leivas. É um implemento muito versátil, de custo reduzido e que pode resolver os problemas do agricultor, dependendo da área a ser cultivada e das características do terreno e do solo. 2.2.4 Regulagem dos arados de aivecas Tem como função assegurar que executem a operação com a melhor qualidade possível, utilizando apenas a quantidade necessária de energia. As forças verticais e transversais devem ficar em equilíbrio, de forma que apenas a força de arraste seja necessária a operação. A aiveca deve possuir folga entre o corpo da aiveca e o solo (sucção vertical) de 5 a 13 mm. Esta sucção auxilia ao arado penetrar no solo. A aiveca deve também possuir folga entre o rasto e a lateral (parede do sulco) de 5 a 13 mm, dependendo do tipo de aiveca e de presença ou não de roda guia. Esta sucção faz com que o rasto mantenha-se constantemente em contato com a parede do sulco, absorvendo os esforços laterais. Antes de iniciarem-se as regulagens nos arados, deve-se adequar o trator às características operacionais do implemento, ou seja, determinar a quantidade necessária de lastro para execução da operação, bem como a bitola entre as rodas. As regulagens referentes ao arado são enunciadas na seqüência. a) Centralização → Consiste em fazer com que o centro de resistência do arado coincida com o eixo de simetria do trator. Este procedimento evita tração deslocada. b) Nivelamento longitudinal e transversal → Para que as aivecas cortem a uma mesma profundidade de trabalho. c) Largura de corte → Ela é feita na barra transversal. Obs.: Necessário saber previamente se o trator tem potência suficiente para tracionar o implemento. 2.2.5 Potência necessária para tracionar A tração necessária para mover um arado depende das dimensões do arado, bem como da profundidade de trabalho. Em engenharia agrícola, utiliza-se o termo tração unitária, como uma medida da tração, considerada independente tanto da largura quanto da profundidade. A tração unitária se define como força por área de seção transversal da ação do arado. O tipo de solo é um fator importante que contribui da mesma forma que sua velocidade de trabalho. Pode-se predizer a tração unitária da seguinte forma: 2 v.bap +=
  • 7. 5 em que p = tração unitária 2 cm.N − v = velocidade 1 h.km − a e b = coeficientes que dependem do tipo de solo O aumento de 1% no conteúdo de umidade do solo pode diminuir a tração em 10%. Um aumento de 0,1 g.cm-3 na densidade aparente pode aumentar a tração em 10%. argila siltosa - 2 v.049,07p += silte arenoso - 2 v.032,03p += franco arenoso - 2 v.013,08,2p += 2.2.6 Valores de utilização de energia total dos arados de aiveca em solo franco De toda energia disponível para tracionar o arado, 46% se perde em: a) Resistência ao rolamento – 4% b) Fricção solo/rasto – 17% c) Fricção solo/aiveca e relha – 25% Os 54% restante de energia total, são utilizados em trabalho útil, da seguinte forma: a)Corte do sulco com a relha – 20% b)Empuxe e aceleração – 11% c)Ruptura, deformação e fricção solo/solo – 23% O aproveitamento energético pode ser calculado da seguinte forma: 55,0.a.5,0 total.trabalho útil.trabalho ==η 2.3 Arados de discos É o resultado de uma transformação gradual do arado de aivecas. Com sua construção, procurou-se obter maior capacidade e eficiência nas operações de preparo do solo na agricultura. A relha e o rastro foram substituídos por uma calota esférica, que tem como vantagem trabalhar com movimento de rotação que os tornam menos susceptíveis a impactos ao encontrar um obstáculo qualquer, pois rola sobre o mesmo, diminuindo a influência deste impacto sobre sua estrutura. 2.3.1 Componentes dos arados de discos Figura 3 – Constituição do arado. 1 – Chassi ou apo; 2 – Torre de engate; 3 – Limpador; 4 – Disco liso; 5 – Roda guia. - Chassi: forma a estrutura do arado e é composto de:
  • 8. 6 • Apo: barra ou tubo onde são fixadas as colunas • Barra transversal ou eixo transversal: suporta as cavilhas • Torre ou mastro: contém o orifício do terceiro ponto - Coluna: elemento de fixação do disco ao apo; pode ser móvel para permitir a variação do ângulo horizontal dos discos; - Discos: são os componentes ativos dos arados, possuindo borda afiada e formato de uma calota esférica. Em contato com o solo geram movimento rotativo. Corta, eleva e movimenta o solo lateralmente, formando a leiva; - Roda-guia ou roda estabilizadora: é responsável por absorver os esforços laterais. Dá estabilidade ao arado, funcionando como um leme; - Limpadores: mantém os discos limpos e controla o desvio da leiva; - Mola da roda-guia: de acordo com a tensão da mola faz a regulagem da profundidade de aração. 2.3.2 Características dos Arados de Discos Figura 4 - Arado no campo (Fonte: Marchesan(Tatu)) Os órgãos ativos, ou seja, que executam a operação de corte e tombamento da leiva são os próprios discos. No caso dos arados montados, em geral, existe uma roda traseira que é responsável por absorver os esforços laterais, bem como regular a profundidade de trabalho. Os arados montados reversíveis têm a peculiaridade de girarem os discos de forma que se pode arar tombando a terra a direita ou a esquerda. Nesse caso a roda guia não se encontra inclinada, sendo que se encontra perpendicular ao terreno. Os implementos montados apresentam a característica de possuir maior independência e versatilidade, pois são acoplados ao engate de três pontos dos tratores. Por possuírem um centro de gravidade mais próxima das rodas motoras (traseiras), promovem uma maior transferência e versatilidade, pois são acoplados ao engate mais próximo das rodas motoras (traseiras), promovem uma maior transferência de peso para as mesmas, melhorando as características de tração. Os arados de discos podem ter discos lisos ou recortados. São mais comuns e recomendados para a maioria das situações os arados de discos lisos. Os discos recortados são indicados para terrenos muito sujos, em palhadas de milho ou arroz, em canaviais etc.; quando a necessidade de um trabalho ais eficaz de picagem. Os discos recortados são mias eficientes nesse caso, pois picam melhor. A massa dos arados de discos oscila entre os seguintes valores:
  • 9. 7 - arrastados: 300 – 1000 kg . discos-1 - - semi-montados: 200-300 kg . disco-1 - - montados: 120-175 kg . disco-1 2.3.3 Regulagens dos Arados de Discos As principais regulagens para a operação dos arados de discos montados a serem consideradas serão: bitola do trator, acoplamento, alinhamento do cento de resistência, nivelamento e largura de corte do arado, profundidade de aração, roda-guia e ângulo dos discos. Com exceção do ângulo dos discos, as demais regulagens são as mesmas dos arados de aivecas montados. As regulagens dos ângulos dos discos é feita alterando-se o ângulo horizontal e o ângulo vertical. A regulagem do ângulo horizontal possibilita alterar a largura de corte do disco. A regulagem do ângulo vertical, por sua vez, possibilita alterar a profundidade de corte do disco. O ângulo horizontal influi na largura do corte e capacidade de revolvimento do solo. O ângulo horizontal pode variar de 42 a 55o de acordo com o tipo de solo que se pretende preparar: - solos argilosos – 42o - - solos médios – 45o - - solos arenosos – 55o O ângulo vertical dos discos pode variar de 15º a 22º . Isso influi na capacidade de penetração dos discos nos solos. - solos argilosos – 15º - - solos médios – 18º - - solos arenosos – 25º A largura do arado pode ser modificada de tal modo a se obter uma maior capacidade operacional do implemento. A variação da largura de corte será possível quando a resistência oferecida pelo arado for compatível com a potência do trator. Pode-se alterar a largura de corte pela alteração da posição da “barra porta cavilhas” (barra transversal). A regulagem da roda guia é feita variando os ângulos horizontal e vertical, bem como ajustando a tensão na mola que atua sobre o suporte de roda guia. Para seu perfeito funcionamento a roda guia deve trabalhar no fundo do sulco. Geralmente os arados possuem no eixo da roda guia alguns números como referência para que se faça a sua regulagem, esses números tem concordância com as referências para regulagem da barra transversal. A regulagem da tensão da mola possibilita regular a profundidade de aração, principalmente em solos leves ou pesados. Aumentando a tensão da mola, o arado tende a aprofundar menos no solo. 2.3.4 Potência Necessária para Tracionar Da mesma forma que nos arados de aivecas, a potência necessária para tracioná-las de depende do tipo de solo e da velocidade de avanço do conjunto; - solo argiloso 2 v.032,02,5p += - solo franco 2 v.045,04,2p += em que: p = força por unidade de área (N.cm-2 ) v = velocidade do arado (km/h)
  • 10. 8 2.3.5 Rendimento dos Arados Sendo F a força de tração necessária para arrastar o arado (N) e (v) a velocidade (m/s), a potência requerida é dada por: ( )kW 1000 v.F N = Em geral, o rendimento teórico se calcula por: 1 h.hav.A.36,0S − = em que: A = largura de corte (m) A capacidade media de trabalho de um arado monosulco é de 7 a 12 h.ha-1 , necessitando de 7 a 10 kW por cada corpo de arado. 2.3.6 Sistemas para o Terreno Plano Variam com o tipo e manejo de máquina e dos implementos utilizados: a) Com arado reversível: As leivas são tombadas em uma só direção. No ano seguinte as leivas são tombadas no sentido oposto, para não formar depressões ao longo das extremidades laterais da área trabalhada. b) Com arado fixo: Os arados fixos tombam a leiva somente para a direita. Para contornar este inconveniente, para preparar o solo com este implemento foram desenvolvidos dois sistemas de aração, um em que se levanta o arado e outro em que não se levanta o arado, ao virar nas cabeceiras da área a ser trabalhada. 3 PREPARO PERIÓDICO SECUNDÁRIO O preparo periódico secundário tem como finalidade complementar a operação realizadas pelos arados, ou seja, complementar a operação de preparo periódico primário, embora elas possam ser utilizadas antes ou até mesmo em substituição aos arados em algumas situações. Essa operação é realizada pelos implementos denominados grades. As outras operações que as grades podem ser utilizadas são: - Enterrio de restos vegetais; - Desmatamento - Destorroamento - Recobrimento de sementes miúdas distribuídas por meio centrífugo - Manutenção; - Incorporação de fertilizantes ou defensivos; e, - Eliminação de ervas daninhas recém germinadas. 3.1 Classificação das grades 3.1.1 Quanto à fonte de potência: - Tração animal - Tratorizadas 3.1.2 Quanto a forma de acoplamento - Montada; - Semi - montada; e, - Tracionada pela barra.
  • 11. 9 3.1.3 Quanto à configuração geométrica do órgão ativo: - Grade de discos (mais representativa no mercado); - Grade de molas; e, - Grade de dentes. 3.1.4 Quanto à ação exercida sobre o solo: - Simples ação; e, - Dupla ação - Tandem (grade em X) - Off set (grade deslocada ou grade rome) 3.1.5 Quanto ao tipo de órgão ativo: - disco; - dente; e, - mola 3.1.6 Ações Exercidas Sobre o Solo a) Seccionamento: devido ao afiamento dos discos, ao rola produzem uma ação cortante sobre os torrões do solo. b) Pulverização: se origina pela pressão que exercem os discos contra o solo, seja no sentido longitudinal ou vertical. c) Tombamento: conseqüência da forma esférica dos discos, o pequeno prisma de terra cortado do avançar sobre a superfície de trabalho descreve uma trajetória que conclui um tombamento. d) Nivelamento: a passada da grade tende a deixar um microrelevo mais uniforme que se favorece com o aumento de velocidade de trabalho. 3.2 Grades de Discos Como complemento do trabalho do arado, a grade de disco constitui uma das mais importantes máquinas de preparo do solo. Nestas, os discos são montados num eixo comum, espaçados por carretéis, denominados secção ou corpo da grade. De acordo com o número e a disposição das secções distinguem-se os seguintes tipos básicos: a) grade de simples ação; b) grade de dupla ação: - tandem; - deslocada (“off set”) - deslocada de duas secções - deslocada de seis secções. 3.2.1 Grades de Discos quanto à ação exercida sobre o solo 3.2.1.1 Grade de Simples Ação Apresenta dois corpos, dispostos em linha, porém opostos quanto à direção de trabalho.
  • 12. 10 Figura 5 - Grade Simples Ação (Fonte: Balastreire) 3.2.1.2 Grade de Dupla Ação em Tandem Apresentam quatro corpos dispostos em linha, dois frontais e dois posteriores. Os corpos dianteiros apresentam a mesma disposição das grades de simples ação, isto é, as faces dos discos voltadas para fora. Os corpos posteriores, ao contrário, agem de maneira que o solo é atirado par dentro. Assim o solo é mobilizado duas vezes, primeiro para fora (pelos corpos frontais) e depois para dentro (pelos corpos posteriores), e por isso são chamados de dupla ação. Figura 6 - Grade Dupla Ação – Tandem ( Fonte Baldan) 3.2.1.3 Grade de Dupla Ação Deslocada (de 2 secções) Estas grades, também denominadas “V”, ou grades “off set” apresentam dois corpos, um atrás do outro, cujos eixos, quando em posição de trabalho, deslocam-se formando um “V”, perpendicularmente a direção de deslocamento. Figura 7 - Grade tipo off-set (Fonte: Baldan) A grade do tipo “rome”, designação proveniente do seu primeiro fabricante, é grande e pesada, geralmente de discos recortados, empregada no preparo do solo, substituindo o arado. Sua capacidade de trabalho está relacionada ao seu rendimento em termos de há.dia-1 e com a intensidade de mobilização do solo, executando um enérgico revolvimento e incorporação dos
  • 13. 11 materiais de cobertura, substituindo, sob determinadas condições, a aração e a gradagem convencionais. 3.2.2 Discos As maiorias das grades possuem discos com 16 a 24 polegadas de diâmetro, espaçamento de 6 a 10 polegadas, uns do outros. Os de maior diâmetro e espaçamento, são aconselháveis para terrenos onde o material de cobertura, além de volumoso, é de difícil cisalhamento, sendo utilizados nas grades mais leves, de dupla ação deslocada ou nas se simples ação, é preferível discos menores, com pequeno espaçamento, provendo uma mobilização do solo entre os discos. Os discos de grades possuem bordas lisas ou recortadas. As bordas recortadas, além de possuírem maior capacidade de penetração do disco, são indicadas para maior capacidade de penetração do enterrio de restos de culturas, uma vez que o disco recortado prende o material através do recorte, facilitando essa operação. O centro dos discos possui um furo redondo que se encaixa no eixo ,com uma folga para permitir a montagem e desmontagem das secções com facilidade. Devido a essa folga e ao fato de toda secção possuir movimento de rotação, deve-se verificar sempre o aperto no eixo, para evitar que os discos se soltem e produzam desgaste excessivo no eixo ou no disco, inutilizando esses componentes. Os discos recortados embora possuam maior capacidade de penetração, tem maior tendência para quebrar, além de serem mais caros. Figura 8 - Discos Lisos e Recortados – a) Discos côncavos e cônicos, b) Discos planos e ondulados (Fonte: Tatu) 3.2.3 Regulagem das Grades de Discos Uma vez que o peso da grade, diâmetro, espaçamento e concavidade dos discos já estão praticamente estabelecidos pelo fabricante, a principal regulagem a ser feita é o angulo das seções das grades o qual influencia na profundidade de trabalho. Alguns requisitos devem ser considerados para uma boa regulagem das grades tandem ou dupla ação e off-set: - Cada disco da seção traseira deverá trabalhar exatamente entre os dois discos da seção dianteira - Os discos das duas seções devem girar com mesma velocidade 3.2.3.1 Regulagem da Grade Simples Ação Na regulagem das grades de simples ação, uma vez que o peso da grade, diâmetro, espaçamento e concavidade dos discos já estão praticamente estabelecidos pelo fabricante, a principal regulagem a ser feita pelo operador é o ângulo formado pelas secções da grade. Quanto maior o ângulo horizontal da secção, medido a partir de um plano perpendicular a direção de deslocamento, maior a profundidade de trabalho dos discos. Quando o ângulo horizontalmente da secção é zero, os discos rodam em planos paralelos à direção de deslocamento e praticamente movimentam o solo. No caso das grades montadas, deve-se fazer o movimento longitudinal e transversal da grade, de forma que ambas as secções penetrem a uma mesma profundidade.
  • 14. 12 O nivelamento longitudinal é obtido através do braço do terceiro ponto do sistema hidráulico de levantamento do trator e o transversal através do braço inferior direito, da mesma forma que já discutida para grades montadas. 3.2.3.2 Regulagem da Grade em Tandem Nas grades de dupla ação, também a principal regulagem a ser efetuada antes da operação é a seleção e fixação do ângulo horizontal das secções. Normalmente, nestas grades, o ângulo das duas secções dianteiras é regulado independentemente do ângulo das secções traseiras (grades tandem). A variação do ângulo é feita mudando-se a posição da secção no chassi e travando-se na posição desejada com o pino de trava. Figura 9 - Regulagem da Grade em Tandem (Fonte: Fernandes,2001) Grades de discos em X – A folga entre os dois conjuntos dianteiros deve ser de 0,01m. Entre os conjuntos traseiros a folga deve ser de 0,35 a 0,40m nas grades de 22 discos e de 0,40 a 0,45m nos modelos com 26 e 30 discos. Deve-se seguir rigorosamente a indicação do fabricante. 3.2.3.3 Regulagem da Grade Off-set Na regulagem das grades “off-set” de arrasto, o ângulo de tração em uma grade típica é regulado através da posição da barra de tração. Figura 10 - Regulagem do ângulo de tração da grade off-set. 1 – Chassi, 2 – Barra Transversal, 3 – Parafuso para seleção do ângulo, 4 – Chapa de Regulagem (Fonte: Agritillage – Baldan) Deve-se ter o cuidado de realizar curvas durante as manobras, do lado do vértice das seções (esquerda). No caso de grades com comando hidráulico, isto não precisa se levado em consideração.
  • 15. 13 A grade off-set possibilita o seu deslocamento, em relação à linha de centro de tração do trator, o que permite, no caso de culturas perenes, passar-se com a grade sob a copa das árvores. O deslocamento é obtido alterando-se a posição da barra de tração sobre a barra transversal fincando-se o parafuso no orifício central, obtém-se a regulagem para trabalhos normais. Se o parafuso for deslocado para a direita, o ângulo de tração aumenta e para a esquerda diminui. O deslocamento lateral da grade é feito através do deslocamento do ponto de fixação a barra de tração no chassi, como ilustra a Figura 11. Deslocando-se a barra para a direita, a grade fica deslocada a esquerda e vice-versa. A profundidade de trabalho pode ser regulada através da altura de acoplamento da barra de tração e pelo ângulo formado pelas seções. O deslocamento da barra de tração de grade acarreta uma maior profundidade de corte da grade, devido aos maiores valores dos ângulos horizontais dos discos da seção dianteira. Em algumas grades a regulagem do ângulo das secções é feita através de um cilindro hidráulico, que recebe o óleo sob pressão a partir do circuito hidráulico do trator, e de mangueiras flexíveis. Quando as grades possuem apenas o sistema mecânico de regulagem do ângulo horizontal da secção, com o pino de trava solto, desloca-se o trator para a frente para aumentar o ângulo entre as secções e para trás para diminuí-lo. Já a profundidade de trabalho pode ser alterada com a colocação ou retirada de lastro, colocados em bandejas existentes no chassi da grade para esse fim. 3.2.4 Potência Necessária para Tracionar - solo argiloso → p = 14,7.m - solo franco argiloso → p = 11,7.m - solo franco arenoso → p = 7,8.m em que p = força de tração (N) m = massa da grade (kg) Cálculo para qualquer velocidade e para profundidades típicas de trabalho. Estima-se que em condições médias de trabalho, se necessita para cada disco ao redor de 2kW, chegando em terrenos muito resistentes a 2,5kW. 3.3 Subsolador São implementos utilizados para romper a camada compactada do solo, permitindo a infiltração e uma maior capacidade de retenção de água no solo, dentre outras coisas. Os subsoladores são utilizados nos seguintes casos: - Para romper camadas compactadas em profundidade devido ao tráfego repetido de máquinas, trabalhando a uma mesma profundidade, ou pela compactação devido ao tráfego de tratores; - Quando se deseja uma melhor circulação de água necessário em terrenos que tendem a acumular água; - Quando junto ao subsolador se aplicam fertilizantes em profundidade.
  • 16. 14 Figura 11 - Subsolador (Fonte: Marchesan (Tatu)) 3.3.1 Características dos Subsoladores Os subsoladores são constituídos basicamente de uma barra porta ferramentas, hastes, ponta e roda de controle de profundidade. 3.3.2 Tipos de Hastes - Reta: ângulo igual a 90o → exige maior força de tração - Reta com porteira inclinada - Curva: ângulo igual a 45o → possui maior desempenho de penetração e exige menor força de extração - Parabólica: ângulo igual a 15 – 25o → possui melhor desempenho a penetração no solo. Como acessórios pode-se utilizar um disco cortador, em terrenos sujos ou recém desbravados, auxiliando o corte do material mais próximo a superfície como as raízes evitando o embuchamento. Ou ainda, um torpedo, utilizado em terrenos úmidos típicos das várzeas sujeitas a alagamento, para promover uma maior drenagem do solo. 3.4 Escarificadores São implementos usados para quebrar o adensamento superficial do solo. Atualmente tem sido difundido o seu uso para o preparo de solo em substituição do sistema convencional (preparo vertical), principalmente entre o intervalo entre a culturas sucessivas, como nas rotações de culturas. São também muito usados na reforma de pastagens onde há necessidade de descompactar o solo superficialmente devido ao pisoteio excessivo provocado pelos animais. Se trata de um equipamento de preparo do solo cujas ferramentas de trabalho são dentes montados sobre braços flexíveis ou rígidos.
  • 17. 15 Figura 12 - Escarificador (Fonte Semeato) 3.4.1 Efeito Sobre o Solo Os escarificadores fragmentam o solo com formação de grandes fissuras e terra fina, sem inversão do solo. O perfil do solo trabalhado além de dispor de um espaço poroso suficiente como para armazenamento de água, não apresenta a descontinuidade estrutural pela formação de uma soleira deixada pelos arados. Quando um dente rompe o solo trabalhando a uma profundidade p, a área afetada, assim como a resistência oferecida são funções das variáveis mecânicas do solo. 3.4.2 Características dos Escarificadores Como mencionado anteriormente, existem dois tipos se hastes, flexíveis e rígidas, diferenciando-se basicamente em que os primeiras trabalham a profundidades de no máximo 22 cm a velocidade pode chegar até 10 km/h, enquanto que as hastes rígidas trabalham a 25- 35 cm de profundidade e a velocidade podendo chegar até 6 km/h. As hastes flexíveis têm forma de arco circular, montados no chassi mediante uma articulação unida a uma mola cuja finalidade é absorver os impactos e variações de carga que são geradas no solo. Além disso, se gera uma vibração sobre a haste, no sentido longitudinal, que melhora notavelmente o efeito pulverizador. Tem a desvantagem de não manter a uniformidade de corte. As hastes rígidas se caracterizam por serem um dente robusto fortemente fixado ao chassi. Se utilizam em terrenos pesados e compactados deixando o solo mais destorroado que as hastes flexíveis. O ângulo de ataque é de 20 – 22o , com a qual se reduz o esforço de tração, porém tem inconveniente de que se dificulta a penetração em terrenos secos. O chassi consta normalmente de 2 ou 3 barras porta ferramentas, as quais se distribuem as hastes de tal forma que se projetados sobre um plano perpendicular a direção de avanço se encontrem todos eles com uma separação igual. 3.4.3 Forças que Atuam nos Escarificadores Nos escarificadores, por serem equipamentos cujas ferramentas efetuam sobre o solo um trabalho simétrico a componente transversal da resultante de forças que atuam sobre cada haste se pode considerar como nula. Pode-se dizer que somente existem componentes horizontais e verticais.
  • 18. 16 Ambas vêm condicionadas pelos mesmos fatores que nos casos dos arados. A diferença é que nestes equipamentos as componentes de força crescem de forma linear com a velocidade. Porém estas forças crescem com o quadrado da profundidade de trabalho. Segundo ASAE, a componente horizontal de reação do solo, para hastes separadas de 30 cm adquire os seguintes valores quando a profundidade de trabalho é de 8,3 cm. 3.4.4 Potência Necessária para Tracionar Solo franco → v.2,49520F 3,8 += Solo franco argiloso → v.1,48480F 3,8 += Solo argiloso → v.1,36527F 3,8 += A uma profundidade p qualquer: 2 3,8p 3,8 p .FF       = em que F = N.hastes-1 v = km.h-1 p = cm 3.4.5 Regulagem A profundidade regula-se utilizando rodas de apoio ou SLH (Sistema de Levante hidráulico). Espaçamento entre hastes a) Ponteira estreita: 1,25 * profundidade da haste b) Ponteira alada: 1,5 a 2,0 * profundidade da haste
  • 19. 17 4 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA BALASTREIRE. L. A. Máquinas agrícolas São Paulo.: Manole, 1987. 310p. BERNACKI, H. ; HAMAN, J.; KANAFOJKI, C.Z. Agricultural machines, theory and construction. Washington: U.S. Department of Agriculture and the National Science Foundation, 1972. 451p. CAÑAVATE, O Las maquinas agrícolas y su aplicacion. Madri: Mundi Perenssa, 1984. 492 p. Mialhe, L. G. (1980) Máquinas Motoras na Agricultura. Ed. Univ. de São Paulo