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2017
Medidas e Avaliação em
Educação Física
Profa. Beatriz Dittrich Schimitt
Profa. Giandra Anceski Bataglion
Copyright © UNIASSELVI 2017
Elaboração:
Profa. Beatriz Dittrich Schimitt
Profa. Giandra Anceski Bataglion
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
UNIASSELVI – Indaial.
613.707
S335m Schimitt; Beatriz Dittrich
Medidas e avaliação em educação física / Beatriz Dittrich
Schimitt; Bataglion, Giandra Anceski: UNIASSELVI, 2017.
201 p. : il.
ISBN 978-85-515-0069-9
1.Educação Física – Estudo e Ensino.
I. Centro Universitário Leonardo da Vinci.
III
Apresentação
Prezado acadêmico!
Este livro didático foi desenvolvido pelas professoras Beatriz Dittrich
Schmitt e Giandra Anceski Bataglion. A professora Beatriz possui graduação
nocursodeLicenciaturaemEducaçãoFísica,obtidapelaUniversidadeFederal
de Santa Catarina, mestrado na área da Educação Física, pela Universidade
Federal do Triângulo Mineiro e atualmente cursa doutorado em Ciências do
Movimento Humano pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. A
professora Giandra possui graduação no curso de Licenciatura em Educação
Física e mestrado em Educação Física, ambos pela Universidade Federal de
Santa Catarina.
Didaticamente, este livro será organizado em três unidades que
atendem à ementa da disciplina, que preconiza que sejam apresentados
conceitos básicos sobre fundamentos antropométricos e morfológicos para
avaliação visando à melhoria do condicionamento físico, do rendimento e da
qualidade de vida.
Ao término dos estudos, espera-se que o acadêmico compreenda a
importância das medidas e avaliações para a Educação Física, reconheça quais
são as principais técnicas, instrumentos e testes físicos que são frequentemente
utilizados pelos profissionais da área e estejam aptos a aplicá-las em sua
atuação profissional.
Para tanto, na Unidade 1, você aprenderá aspectos históricos e
conceitos essenciais relacionados às medidas e avaliações, bem como sua
aplicação prática.
Na Unidade 2, o enfoque serão as técnicas e instrumentos utilizados
no âmbito das medidas e avaliações na Educação Física, sobretudo, acerca das
medidas antropométricas e medidas de composição corporal.
Por fim, a Unidade 3 contempla assuntos relacionados aos testes de
aptidão física relacionadas à saúde e ao desempenho atlético. Para tanto, serão
abordados componentes como a força, a resistência, a velocidade, a potência,
a flexibilidade, a agilidade, o equilíbrio e a coordenação.
Bons estudos!
Profa
. Beatriz Dittrich Schimitt
Profa
. Giandra Anceski Bataglion
IV
UNI
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades
em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o
material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato
mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagramação
no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir
a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente,
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador.
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto
em questão.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de
Desempenho de Estudantes – ENADE.
Bons estudos!
Olá acadêmico! Para melhorar a qualidade dos
materiais ofertados a você e dinamizar ainda
mais os seus estudos, a Uniasselvi disponibiliza
materiais que possuem o código QR Code, que
é um código que permite que você acesse um
conteúdo interativo relacionado ao tema que
você está estudando. Para utilizar essa ferramenta,
acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor
de QR Code. Depois, é só aproveitar mais essa
facilidade para aprimorar seus estudos!
UNI
V
VI
VII
Sumário
UNIDADE 1 - CINEANTROPOMETRIA............................................................................................ 1
TÓPICO 1 – INTRODUÇÃO ÀS MEDIDAS E AVALIAÇÕES....................................................... 3
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 3
2 CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA............................................................................................. 3
3 DEFINIÇÕES: ANTROPOMETRIA E CINEANTROPOMETRIA.............................................. 5
4 APLICAÇÕES PRÁTICAS................................................................................................................... 7
4.1 APLICAÇÕES PRÁTICAS ANTIGAS........................................................................................... 7
4.2 APLICAÇÕES PRÁTICAS MODERNAS...................................................................................... 8
5 OBJETIVOS DAS MEDIDAS E AVALIAÇÕES NA EDUCAÇÃO FÍSICA............................... 12
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 15
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 17
TÓPICO 2 – CONCEITOS BÁSICOS: TESTAR, MEDIR E AVALIAR.......................................... 21
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 21
2 CONCEITOS BÁSICOS: TESTAR, MEDIR E AVALIAR.............................................................. 21
2.1 TESTAR.............................................................................................................................................. 22
2.2 MEDIR................................................................................................................................................ 22
2.3 AVALIAR.
........................................................................................................................................... 23
3 TIPOS DE TESTES................................................................................................................................ 25
4 TIPOS DE MEDIDAS........................................................................................................................... 26
5 TIPOS DE AVALIAÇÃO...................................................................................................................... 27
5.1 VALORES DE REFERÊNCIA PARA AVALIAÇÃO.
.................................................................... 28
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 31
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 33
TÓPICO 3 – SELEÇÃO DOS INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO.............................................. 37
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 37
2 QUALIDADE DO TESTE.................................................................................................................... 38
2.1 PRINCIPAIS TIPOS DE VALIDADE.
............................................................................................. 40
2.1.1 Validade face ou lógica........................................................................................................... 42
2.1.2 Validade de conteúdo.
............................................................................................................. 42
2.1.3 Validade de constructo.
........................................................................................................... 43
2.1.4 Validade concorrente.
.............................................................................................................. 43
2.1.5 Validade preditiva................................................................................................................... 43
2.1.6 Recursos estatísticos................................................................................................................ 43
2.2 PRINCIPAIS TIPOS DE REPRODUTIBILIDADE: CONSISTÊNCIA DAS MEDIDAS.......... 44
2.2.1 Teste-reteste.............................................................................................................................. 44
2.2.2 Instrumentos paralelos........................................................................................................... 44
2.2.3 Divisão do instrumento.......................................................................................................... 45
2.3 Erros de medida................................................................................................................................ 45
3 ASPECTOS PRÁTICOS........................................................................................................................ 48
4 ASPECTOS PEDAGÓGICOS............................................................................................................. 49
5 UTILIZAÇÃO DOS RESULTADOS.................................................................................................. 50
VIII
6 OUTROS ASPECTOS RELEVANTES............................................................................................... 50
7 VISÃO GERAL....................................................................................................................................... 51
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 53
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 54
UNIDADE 2 - TÉCNICAS E INSTRUMENTOS................................................................................ 63
TÓPICO 1 – ALTURAS E MASSA CORPORAL................................................................................ 65
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 65
2 ALTURAS................................................................................................................................................ 67
2.1 INSTRUMENTO............................................................................................................................... 69
2.2 ESTATURA........................................................................................................................................ 69
2.3 ALTURA TRONCO-CEFÁLICA............................................................................................. 71
3 MASSA CORPORAL............................................................................................................................ 72
3.1 INSTRUMENTO............................................................................................................................... 72
3.2 TÉCNICAS DE MENSURAÇÃO.................................................................................................... 73
3.3 PROCEDIMENTO............................................................................................................................ 74
4 ÍNDICE DE MASSA CORPORAL..................................................................................................... 74
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 76
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 77
TÓPICO 2 – DIÂMETROS, COMPRIMENTOS, PERÍMETROS
E DOBRAS CUTÂNEAS.................................................................................................. 79
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 79
2 DIÂMETROS.......................................................................................................................................... 80
2.1 INSTRUMENTO............................................................................................................................... 81
2.2 BIACROMIAL................................................................................................................................... 83
2.3 BICRISTA-ILÍACA............................................................................................................................ 84
2.4 BIEPICONDILAR DO FÊMUR....................................................................................................... 85
2.5 BIMALEOLAR.................................................................................................................................. 85
2.6 BIEPICONDILAR DO ÚMERO...................................................................................................... 86
2.7 BIESTILOIDE..................................................................................................................................... 87
3 COMPRIMENTOS................................................................................................................................ 88
3.1 INSTRUMENTOS............................................................................................................................. 89
3.2 MEMBROS INFERIORES................................................................................................................ 90
3.3 COXA.
................................................................................................................................................. 91
3.4 PERNA............................................................................................................................................... 92
3.5 MEMBROS SUPERIORES.
............................................................................................................... 92
3.6 BRAÇO............................................................................................................................................... 93
3.7 ANTEBRAÇO.................................................................................................................................... 94
4 PERÍMETROS ....................................................................................................................................... 95
4.1 INSTRUMENTOS............................................................................................................................. 97
4.2 COXA.
................................................................................................................................................. 97
4.3 PERNA............................................................................................................................................... 98
4.4 BRAÇO............................................................................................................................................... 99
4.5 ANTEBRAÇO.................................................................................................................................... 100
4.6 CINTURA.
.......................................................................................................................................... 101
4.7 QUADRIL.......................................................................................................................................... 102
5 DOBRAS CUTÂNEAS.......................................................................................................................... 103
5.1 INSTRUMENTOS............................................................................................................................. 105
5.2 DOBRA TRICIPITAL........................................................................................................................ 105
5.3 DOBRA SUBESCAPULAR.............................................................................................................. 106
5.4 DOBRA SUPRAILÍACA.................................................................................................................. 107
IX
5.5 DOBRA ABDOMINAL.................................................................................................................... 108
5.6 AXILAR MÉDIA............................................................................................................................... 109
5.7 COXA MÉDIA................................................................................................................................... 110
5.8 PANTURRILHA MEDIAL.............................................................................................................. 111
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 112
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 114
TÓPICO 3 – COMPOSIÇÃO CORPORAL.......................................................................................... 117
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 117
2 MODELOS DE ANÁLISE.................................................................................................................... 118
3 FRACIONAMENTO DO PESO CORPORAL.................................................................................. 119
4 TÉCNICAS DE MEDIDA DA COMPOSIÇÃO CORPORAL....................................................... 121
4.1 TÉCNICAS INDIRETAS.................................................................................................................. 122
4.2 TÉCNICAS DUPLAMENTE INDIRETAS.
.................................................................................... 124
4.3 APLICAÇÃO DE MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS................................................................. 125
4.3.1 Análise do perímetro da cintura............................................................................................ 125
4.3.2 Razão cintura/quadril............................................................................................................. 126
4.3.3 Índice de conicidade.
............................................................................................................... 127
5 EQUAÇÕES PREDITIVAS.................................................................................................................. 127
5.1 DENSIDADE CORPORAL.............................................................................................................. 128
5.2 GORDURA RELATIVA.................................................................................................................... 129
5.3 GORDURA ABSOLUTA.................................................................................................................. 130
5.4 MASSA MAGRA.............................................................................................................................. 130
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 131
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 133
UNIDADE 3 - TESTES FÍSICOS........................................................................................................... 141
TÓPICO 1 – INTRODUÇÃO À APTIDÃO FÍSICA.......................................................................... 143
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 143
2 CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DOS TESTES FÍSICOS.................................................. 146
3 A IMPORTÂNCIA E OS OBJETIVOS DA AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA................... 149
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 151
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 153
TÓPICO 2 – DEFINIÇÃO DAS CAPACIDADES MOTORAS RELACIONA DAS AOS
COMPONENTES DA APTIDÃO FÍSICA........................................................................................... 157
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 157
2 CONCEITOS BÁSICOS....................................................................................................................... 159
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 164
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 165
TÓPICO 3 – DESCRIÇÃO DOS TESTES FÍSICOS........................................................................... 169
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 169
2 DESCRIÇÃO DE TESTES FÍSICOS.................................................................................................. 171
2.1 TESTES DE RESISTÊNCIA CARDIORRESPIRATÓRIA .
........................................................... 171
2.2 TESTES DE FORÇA/RESISTÊNCIA.............................................................................................. 173
2.3 TESTES DE FLEXIBILIDADE......................................................................................................... 177
2.4 TESTES DE VELOCIDADE............................................................................................................. 182
2.5 TESTES DE POTÊNCIA................................................................................................................... 185
2.6 TESTES DE AGILIDADE................................................................................................................. 187
2.7 TESTES DE EQUILÍBRIO................................................................................................................ 188
X
3 RESULTADOS DOS TESTES FÍSICOS............................................................................................ 190
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 193
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 195
REFERÊNCIAS.......................................................................................................................................... 199
1
UNIDADE 1
CINEANTROPOMETRIA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo dessa unidade, você será capaz de:
• conhecer aspectos históricos sobre as medidas e avaliações;
• conceituar o que é antropometria e cineantropometria;
• reconhecer a importância do planejamento;
• compreender as principais fases do planejamento;
• conhecer os objetivos das medidas e avaliações na educação física;
• definir o que é testar, medir e avaliar;
• diferenciar e conceituar os diferentes tipos de avaliação (diagnóstica, for-
mativa, somativa);
• estudar os valores de referência para avaliação (baseado por norma ou por
critério);
• aprender como selecionar os instrumentos de avaliação;
• reconhecer a qualidade do teste (validade, reprodutibilidade e objetivida-
de), aspectos práticos (viabilidade e a economia), aspectos pedagógicos
(facilidade de entendimento e motivação) e a utilização dos resultados (es-
pecificidade e prescrição);
• estudar os tipos de validade: validade face ou de lógica, validade de con-
teúdo, validade de constructo, validade concorrente e validade preditiva;
• estudar a consistência das medidas: teste-reteste, instrumentos paralelos,
divisão do instrumento.
• estudar os diferentes tipos de erros de medida.
PLANO DE ESTUDOS
Essa unidade está dividida em três tópicos. No final de cada um
deles você encontrará atividades que reforçarão o seu aprendizado.
TÓPICO 1 – INTRODUÇÃO ÀS MEDIDAS E AVALIAÇÕES
TÓPICO 2 – CONCEITOS BÁSICOS: TESTAR, MEDIR E AVALIAR
TÓPICO 3 – SELEÇÃO DOS INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
INTRODUÇÃO ÀS MEDIDAS E AVALIAÇÕES
1 INTRODUÇÃO
Na área da Educação Física, os professores podem atuar em diferentes
campos, sendo alguns deles na educação física escolar, no treinamento esportivo,
nasacademiasenosclubescomasmaisvariadasmodalidadesesportivas(DANTAS,
2009; OLIVEIRA, 2011). Além dessas modalidades, ainda há a possibilidade
de atuação como personal trainer, com arbitragem e com pesquisas científicas.
Independentemente do contexto em que o profissional opte por trabalhar, há
especificidades que são comuns a todos.
Em todos esses contextos de atuação, os profissionais da área devem se valer
de estratégias para averiguar se a proposta de trabalho está atingindo os objetivos
a que se propõem. Neste sentido, para auxiliar os profissionais em sua atuação
profissional, surgem as técnicas de medidas e avaliações. Essas técnicas de medir
e avaliar são historicamente antigas e, cada vez mais, têm sofrido aperfeiçoamento
teórico. Esse aprofundamento teórico deu origem a dois termos distintos
relacionados às medidas e avaliações: a antropometria e a cineantropometria. Essa
prática tão antiga continua sendo frequentemente utilizada pelos profissionais.
AolongodoTópico1seráapresentadaumabrevecontextualizaçãohistórica
sobre as medidas e avaliações, em seguida, a definição de dois termos essenciais
para o estudo das medidas e avaliações: antropometria e cineantropometria. E,
além disso, serão enfatizadas as diversas possibilidades de atuação prática em
medidas e avaliações, tanto nas sociedades antigas como nas sociedades modernas,
e também serão identificados os objetivos relacionados às medidas e avaliações de
forma generalizada.
2 CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA
Aspectos relacionados às medidas e avaliações são historicamente antigos,
ainda que com o passar dos anos as formas e os critérios de avaliação tenham
se modernizado. Os registros históricos indicam que é antiga a preocupação do
homem em mensurar seu corpo (FRANÇA; VÍVOLO, 1998). Essa necessidade
surgiu desde os primórdios da humanidade, quando o ser humano lutava por sua
sobrevivência.
UNIDADE 1 | CINEANTOPOMETRIA
4
Para Velho et al. (1993), na Pré-história os homens primitivos apresentavam
características corporais que os auxiliavam na sobrevivência, sobretudo baseadas
no ataque e na defesa. Apesar disso, não há evidências que indiquem a existência
de métodos de treinamento ou indícios de que o homem percebia “proporções” ou
características corporais que lhe garantiam a sobrevivência.
Na Antiguidade, na Grécia, a educação da juventude se relacionava com a
preparação física e, assim, a robustez e o endurecimento do corpo eram o propósito
de preparação para guerras e conquistas (MARTINS; WALTORTT, 2009). Para os
autores Martins e Waltortt (2009), já é possível perceber que nesse período havia
uma preocupação com as formas e as proporções corporais a fim de possibilitar
vencer guerras e conquistas.
Os egípcios, por exemplo, forneceram dados antropométricos curiosos,
relacionados à proporção entre a parte e todo o corpo. Na antiguidade clássica
há referências que ressaltavam qual era o tipo ideal para o atleta olímpico. E, com
o passar dos anos, novos estudos foram desenvolvidos e deixaram em evidência
a importância da antropométrica para a atividade humana (FRANÇA; VÍVOLO,
1998).
Para Martins e Waltortt (2009), inicialmente, os seres humanos elaboram
formas de atribuir medidas aos segmentos corporais a fim de estabelecer padrões
de proporcionalidade necessários às manifestações da arte em esculturas, desenhos
e pinturas. As medidas dos segmentos corporais passaram a ser vistas como um
meio importante e necessário ao entendimento das diferentes características do
homem, em suas diversas apresentações raciais. Foi-se percebendo que o homem
realmente se diferencia entre si, enquanto indivíduo e enquanto agrupamento
humano (raças, etnias, culturas), a partir da instituição da necessidade científica
de mensurar e estudar os segmentos corporais (MARTINS; WALTORTT, 2009).
As antigas civilizações da Índia, Grécia e Egito foram as pioneiras no uso
das dimensões corporais como primeiro padrão de medida, quando então se
tentava estabelecer o perfil das proporções do corpo humano (PETROSKI, 1995
apud MARTINS; WALTORTT, 2009). De acordo com Michels (2000), nos livros
sagrados do Velho Testamento, no Talmude Babilônico e no Midrashin já havia
referências à forma, proporções e estaturas do corpo humano.
Existem alguns registros históricos que sugerem alguns períodos iniciais
que impulsionaram as medidas e avaliações.
QUADRO 1 – MARCOS HISTÓRICOS RELACIONADOS ÀS MEDIDAS E AVALIAÇÕES
Tipo de medida Período
Medidas antropométricas 1860 a 1890
Medidas de força 1880 a 1910
Medidas cardiovasculares 1900 a 1925
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO ÀS MEDIDAS E AVALIAÇÕES
5
FONTE: As autoras
Como foi visto, a preocupação dos homens mensurarem o corpo é
antiga. Contudo, pode-se dizer que a antropometria e a cineantropometria
foram sistematizadas há pouco tempo. E desde as utilizações iniciais de formas
e proporcionalidades do corpo humano, ocorreram inúmeros avanços não só nas
técnicas utilizadas para mensurar, mas também nos instrumentos criados para
efetuar as mensurações do corpo humano.
3 DEFINIÇÕES: ANTROPOMETRIA E CINEANTROPOMETRIA
Nesse cenário, nos deparamos com duas terminologias distintas. Há
a antropometria e há a cineantropometria. A palavra “antropometria” possui
origem grega. Assim, anthropo identifica “homem” e metry significa “medida”.
A antropometria consiste na avaliação das dimensões físicas e da composição
global do corpo humano. Velho et al. (1993) complementam que a antropometria
serve para determinação objetiva dos aspectos referentes ao desenvolvimento do
corpo humano, assim como para determinar as relações existentes entre físico e
performance. Há outras definições da palavra, que serão apresentadas a seguir para
melhor compreensão do que é antropometria. Para Michels (2000), a antropometria
pode ser definida como a parte da antropologia que estuda as proporções e medidas
do corpo humano. E para Martins e Waltortt (2009), a antropometria destina-se à
medição dos segmentos corporais (MARTINS; WALTORTT, 2009).
E a palavra “cineantropometria”, também de origem grega, deriva de kines,
que significa “movimento”, anthropo, que significa homem, e metry, que significa
“medida”. Esse termo possui maior amplitude conceitual e, por isso, sugere o uso
da medida no estudo do tamanho, da forma, da proporcionalidade, da composição,
da maturação e da função geral do corpo humano. A cineantropometria nos auxilia
a entender o movimento humano no contexto de crescimento, de atividade física,
exercício físico, desempenho e nutrição.
Medidas de habilidade motora 1900 a 1920
Medidas sociais 1920
Medidas de habilidade esportiva específica 1920
Período da avaliação 1920
Período do conhecimento 1940
Conceito de aptidão física 1940
UNIDADE 1 | CINEANTOPOMETRIA
6
Salienta-se que a antropometria é fundamental, mas a cineantropometria
é mais abrangente e atual (MARTINS; WALTORTT, 2009). Assim, apresenta-se
no Quadro 3 a importância dessas duas áreas de estudos. No referido quadro, as
palavras grifadas em negrito representam a contribuição da antropometria para a
cineantropometria.
QUADRO 2 – A IMPORTÂNCIA DA ANTROPOMETRIA E DA CINEANTROPOMETRIA
Identificação Especificação Aplicação Relevância
Cineantropometria
Para o estudo do
homem:
Para ajudar o
entendimento:
Com aplicações
para:
Mensuração
do movimento
humano
Tamanho *
Forma *
Proporção *
Composição *
Maturação
Função
Crescimento
Exercício
Performance
Estado nutricional
Educação
Medicina
Governo
Trabalho
Esportes
LEGENDA: * – representam a contribuição da antropometria para a cineantropometria.
FONTE: Roos e Marfell-Jones (1991) apud Martins e Waltortt (2009)
Os estudos dos aspectos físicos e morfológicos dos seres humanos são
conteúdos de interesse da Educação Física, das ciências do esporte, da antropologia
física, da biologia humana, da gerontologia, da ergonometria (MARTINS;
WALTORTT, 2009). Então, pode-se dizer que todas essas áreas contribuíram para
o aperfeiçoamento da antropometria e cineantropometria.
UNI
UNI
A antropometria detém importância nos estudos do homem, e a partir dela é que
se pode diversificar e complementar os estudos através da história. Os estudos da composição
corporal são possíveis a partir de técnicas de medidas advindas da antropometria (MARTINS;
WALTORTT, 2009).
Atualmente, a cineantropometria é uma disciplina que compõe a grade curricular
de muitos cursos de Educação Física no Brasil. Essa disciplina surgiu com o intuito de substituir
as disciplinas denominadas de “antropometria” e “biometria”.
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO ÀS MEDIDAS E AVALIAÇÕES
7
4 APLICAÇÕES PRÁTICAS
Em razão de as medidas e avaliações serem um recurso utilizado desde
as sociedades mais antigas, é possível compreender que com o passar dos anos
ocorreram diversos aperfeiçoamentos no que concerne às técnicas de medidas e suas
aplicações práticas até as sociedades modernas. Por essa razão, serão apresentados
alguns exemplos que ilustram aplicações práticas das medidas e avaliações tanto nas
sociedades antigas como nas sociedades modernas.
4.1 APLICAÇÕES PRÁTICAS ANTIGAS
Nas sociedades antigas, os dados antropométricos foram muito utilizados.
Como já foi mencionado anteriormente, as proporções humanas eram utilizadas nas
obras de arte (esculturas, desenhos e pinturas). Além disso, também eram utilizadas
para a confecção de ferramentas e outros utensílios que auxiliassem na realização
das atividades dos trabalhadores.
Outro exemplo que revela o uso das medidas e avaliações foi durante a
escravidão. Os compradores de escravos poderiam avaliar a estatura, o peso, entre
outras características para definir qual escravo seria comprado. Essa mesma lógica
poderia ser aplicada aos gladiadores, que, muitas vezes, eram comprados como
escravos.
Contudo, a forma de utilização mais importante relacionada às medidas
e avaliações é a utilização do corpo humano como referência de medidas.
Frequentemente, as sociedades antigas mediam distâncias utilizando os dedos
polegares, ou a palma da mão ou as plantas dos pés. Essas unidades de medida eram
denominadas de polegadas, de palmos e de pés, respectivamente.
Faz-se necessário explicar que a medida denominada polegada se refere ao
comprimento do dedo médio. A medida denominada palmos se refere à distância
da extremidade do polegar até a extremidade do dedo mínimo com a palma da mão
aberta. E a medida denominada pés se refere ao comprimento da palma do pé.
Para a realização dessas três medidas mencionadas (polegadas, palmos e
pés) não era necessário instrumento específico, bastava o indivíduo fazer uso de
seus segmentos corporais.
Um exemplo: a unidade de medida polegadas foi frequentemente utilizada
pelos egípcios, entre os séculos XXXV e XXII a.C. Estimava-se que a estatura de
um ser humano “ideal” deveria corresponder a 19 vezes a medida da polegada.
Já para os gregos, estimava-se que a estatura de um ser humano “ideal” deveria
corresponder a oito vezes a altura da cabeça do indivíduo. Essas estimativas foram
elaboradas a partir de métodos de observação.
UNIDADE 1 | CINEANTOPOMETRIA
8
Outro exemplo da utilização da unidade de medida com base em segmentos
corporais foi para efetuar as medidas de um terreno. Para estabelecer as medidas de
largura e de comprimento de um terreno era possível contabilizar a quantidade de
pés necessários para percorrer as extremas do terreno. Assim, um terreno poderia
medir 405 pés de largura por 300 pés de comprimento.
Essas medidas eram muito utilizadas e, de certa forma, é possível utilizá-
las ainda na atualidade, apesar de não ser uma prática comum no Brasil. É sabido
que as unidades de medida evoluíram ao longo dos anos e, por conseguinte,
instrumentos de medida foram criados para auxiliar nas medições. Na atualidade,
os brasileiros utilizam unidades de medidas baseadas em centímetros (cm), metros
(m) e quilômetros (km). As medidas em centímetros, metros e quilômetros podem
facilmente ser transformadas em polegadas, palmos e pés, por meio do uso de um
sistema equivalente. Apresentam-se na Figura 1 as unidades de medidas polegada,
palmo e pé com os valores atribuídos em centímetros.
FIGURA 1 – SISTEMA DE UNIDADE DE MEDIDAS: POLEGADA, PALMO E PÉ EM
CENTÍMETROS
Unidade de medida Centímetros (cm)
1 polegada 1,54
1 palmo 22,86
1 pé 30,48
Nos dias atuais, o tamanho da tela de uma televisão, por exemplo, continua
sendo medido com base nas polegadas. Assim, há aparelhos televisores com
tamanhos diversificados, sendo: 14, 32, 49 ou 85 polegadas.
4.2 APLICAÇÕES PRÁTICAS MODERNAS
Nas sociedades modernas, os dados antropométricos continuam sendo
muito utilizados. Às vezes, pode lhe parecer que os termos antropometria ou
cineantropometria designam um conteúdo novo, com o qual você talvez não se
tenha deparado antes. Contudo, vale ressaltar que possivelmente o termo lhe seja
uma novidade, mas certamente você conhece muitos contextos que fazem uso
frequente do conhecimento da antropometria ou cineantropometria.
UNI
Alguns países continuam utilizando as unidades de medida polegadas e pés. As
polegadas ainda são utilizadas pelas nações anglófonas. E os pés são medidas utilizadas pelo
Reino Unido e Estados Unidos da América.
FONTE: As autoras
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO ÀS MEDIDAS E AVALIAÇÕES
9
Na sequência, veremos alguns exemplos onde são aplicadas as medidas
e avaliações. Na Figura 2 apresenta-se o panorama geral dos exemplos que serão
abordados neste subtópico.
FIGURA 2 – PANORAMA GERAL DAS APLICAÇÕES PRÁTICAS MODERNAS DAS
MEDIDAS E AVALIAÇÕES
FONTE: As autoras
→ Indústria automobilística:
As empresas que planejam o design interno dos automóveis fazem uso das
medidas. Muitos dos automóveis são idealizados por uma empresa e posteriormente
são fabricados em lojas localizadas em diferentes países. Ou seja, os automóveis são
vendidos em países distintos e, assim, os compradores dos automóveis possuem
diversas nacionalidades e características corporais diferentes.
Por exemplo, atualmente os carros possuem ajustes de elevação de bancos,
de volantes, dos cintos de segurança; além de inclinação dos espelhos e retrovisores.
Todos esses aspectos foram pensados em proporcionar que os motoristas e
passageiros estejam confortáveis e seguros no momento da condução do veículo.
→ Indústria da beleza:
A indústria da beleza também se utiliza das medidas com a finalidade de
lançaredefinirpadrões.Parailustrar,recorre-seaocasodostradicionaisconcursosde
beleza, que medem altura, peso, circunferência de quadril e de cintura das candidatas
a Miss Universo ou Miss Brasil. Outra vertente dos concursos de beleza, essa tendo
sua prática mais atual, são os concursos de beleza Plus Size, que privilegiam corpos
de candidatas que não atendem à “ditadura” da beleza, são, portanto, corpos com
características corporais contrárias à magreza. Os estereótipos das candidatas nos
dois contextos de concursos de beleza são diferentes. No primeiro, de forma geral
são contempladas candidatas preferencialmente com pernas longas, cintura fina e
reduzido peso corporal e percentual de gordura. Já no segundo, são candidatas que
apresentam cintura não tão fina e peso corporal e percentual de gordura aumentado.
Atenta-se ao fato de que ao longo dos anos os padrões de beleza se modificam
com as alterações da sociedade. Na Grécia antiga, devido aos ideais heroicos da época
e ao culto aos deuses, os padrões de beleza cultuavam o corpo belo, forte e esbelto
(inspirado nos atletas olímpicos). Já na Idade Média era considerada bela e saudável
UNIDADE 1 | CINEANTOPOMETRIA
10
a mulher que possuía quadris largos, em sinal de que apresentaria facilidade durante
o parto de seus filhos.
→ Indústria da moda:
Frequentemente, as indústrias de roupas fazem uso dessas medidas
antropométricasdapopulação.Afinal,naconfecçãoderoupasecalçadosénecessário
reconhecer os tamanhos (peso, altura, comprimentos dos segmentos corporais) dos
possíveis consumidores desses produtos, de modo que lhes sirvam ao corpo. Por
exemplo, a média de estatura da população chinesa é diferente da média brasileira e,
por isso, quando as roupas dos brasileiros são importadas da China, é comum haver
alterações no tamanho. Assim, se o indivíduo utiliza roupas de tamanho “Médio”
fabricadas no Brasil, é possível que utilize tamanho “Grande” das roupas fabricadas
na China. Mas é importante mencionar que no próprio Brasil pode haver diferenças
no tamanho das roupas, a depender dos valores de referência adotados pela empresa
fabricante.
Isso ocorre porque, geralmente, os valores de referência utilizados são
a média da população geral. É possível exemplificar esse fato ilustrando que a
média da população chinesa apresenta manequins menores do que a população
americana ou alemã. Isso explica porque, quando algumas pessoas viajam do Brasil
para os Estados Unidos da América, percebem que há diferenças nos tamanhos das
roupas e dos calçados. Para exemplificar essa questão dos valores de referências, na
Figura 3 são apresentados dados sobre o estado nutricional relacionado ao perfil
antropométrico da população brasileira de mulheres idosas em cada região do país.
FIGURA 3 – PERFIL DO ESTADO NUTRICIONAL DE MULHERES IDOSAS BRASILEIRAS EM CADA
REGIÃO DO PAÍS
Regiões Número Estado Nutricional (%)**
Magreza Adequado Sobrepeso I Sobrepeso II e III
Norte 266 9,6 43,9 33,4 13,1
Nordeste 654 11,9 50,7 26,5 10,9
Urbano 373 8,4 48,7 28,5 14,4
Rural 281 17,6 54 23,1 5,3
Sudeste 550 6,5 37,3 34,3 21,9
Urbano 292 5,7 35,2 35,8 23,3
Rural 258 11,2 50,8 24,5 13,5
Sul 488 6,1 35,5 35,1 23,3
Urbano 273 6,4 34,4 36,0 23,2
Rural 215 5,3 38,7 32,3 23,7
Centro-Oeste 291 11,6 42,6 34,4 11,4
Urbano 169 9,3 41,7 37 12,0
Rural 122 18,6 45,6 26,4 9,4
Brasil 2.249 8,4 41,4 32,0 18,2
Urbano 1.373 6,8 38,9 34,0 20,3
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO ÀS MEDIDAS E AVALIAÇÕES
11
FONTE: Tavares; Anjos (1999)
As profissões de alfaiate e costureira mostram com reverência a aplicação
prática das medidas. Para confeccionar uma roupa para um indivíduo é preciso
mensurar seus segmentos corporais. No caso da confecção de ternos, é necessário
mensurar o comprimento e o diâmetro dos membros superiores, bem como aferir
a circunferência da cintura, o comprimento e o diâmetro dos membros inferiores.
→ Produção de móveis:
A mesma lógica se repete na indústria dos móveis. Em móveis comprados
em lojas populares que não confeccionam a mobília sob medida, é comum
constatar que pessoas com estatura elevada sofrem prejuízos posturais com a
altura das pias de cozinha, que tendem a ser baixas. Assim, para realizar tarefas
básicas para limpeza da residência, esses indivíduos se sujeitam à má postura
para se ajustarem à altura da pia. Ou ainda, no caso de indivíduos com nanismo,
eles precisam adaptar a residência para atender às suas necessidades diárias com
base na estatura. Neste caso, os móveis prontos, muitas vezes, adotam valores de
referência que não lhes atenderão.
→ Equipamentos eletrônicos:
As aplicações práticas das medidas em equipamentos eletrônicos também
são evidentes. As empresas que planejam o design externo dos telefones celulares
e tablets os fabricam com opções de tamanho e teclados diferentes. Com isso, além
de atender aos interesses estéticos dos compradores desses produtos, permitam
que tenham opções de tamanhos menores ou maiores, que melhor se ajustem ao
tamanho de suas mãos e dedos.
→ Ciências da saúde:
É notável a aplicação prática das medidas e das avaliações na área de
conhecimento das ciências da saúde. Em especial, na medicina e na educação física.
Rotineiramente, os médicos utilizam as medidas e as avaliações para
acompanhar o crescimento da barriga das gestantes, para acompanhar o
desenvolvimento do bebê desde a barriga da mãe até os primeiros anos de vida.
Já a educação física, foco de interesse principal para nós, ao longo dos anos
tem se apropriado das medidas e avaliações de modo que sua aplicação se tornou
fundamental não só no contexto escolar, mas também no esporte de participação
e esporte de alto rendimento, portanto, é fundamental aos profissionais da área
reunir informações sobre medidas e avaliações.
Rural 876 13,7 50,0 25,3 11,0
* IMC - Kg/m²
** Magreza (todas as formas - IMC < 18,5); adequado (18,5 < IMC < 25,0); sobrepeso
I (25,0 < IMC < 30,0); sobrepeso II e III (IMC > 30,0)
UNIDADE 1 | CINEANTOPOMETRIA
12
Nota-se que a aplicação prática das medidas e das avaliações na educação
física é abrangente. Assim, na educação física escolar utilizam-se as medidas e
as avaliações para acompanhar os processos de crescimento e desenvolvimento
dos alunos. Tanto nas escolas como nos clubes é possível utilizar as medidas e
as avaliações para identificar possíveis talentos em determinadas modalidades
esportivas, como o atletismo e a natação, pois há um ideal de corpo atlético de
forma geral.
Já no atletismo almejam-se atletas com pernas longas para corredores e, na
natação, atletas de estatura alta e envergadura elevada são requisitos desejáveis
para a otimização do desempenho na água. Já para os atletas de rugby, as exigências
são diversificadas, pois procuram-se atletas velozes e outros atletas fortes de modo
a cumprir as diferentes funções da modalidade. Destaca-se que essa lógica não se
repete nas modalidades esportivas adaptadas para pessoas com deficiências.
Nas academias, muitos aparelhos possuem regulagens que podem ser
ajustadas conforme a altura, a envergadura, o comprimento de membros superiores
e inferiores dos alunos matriculados. Esses ajustes são feitos para garantir maior
conforto e segurança durante a execução do exercício físico realizado nos aparelhos.
Emalgunsesportes,comonocasodaslutas,épossívelutilizarcaracterísticas
antropométricas (peso) para inserir os lutadores nas categorias da modalidade
(exemplos de algumas categorias: mosca, galo, pena, leve, médio, meio pesado,
pesado, entre outras).
Além desses, há equipamentos esportivos que podem melhorar a
performance do atleta. Isso é observado nas modalidades esportivas convencionais
e nas modalidades de esportes adaptados para pessoas com deficiência. Para
ilustrar exemplos de equipamentos esportivos que podem melhorar o desempenho
esportivo, citam-se os ajustes possíveis às bicicletas (como a altura do banco), o
tamanho da vara utilizada nos saltos do atletismo (salto com vara), a evolução das
roupas utilizadas na natação. Além dessas, ressaltam-se as chuteiras e tênis, que
tendem a efetuar ajustes conforme o tipo de pisada do indivíduo (pisada pronada,
supinada ou normal), e o tamanho e o peso da bola que, em algumas modalidades,
se diferenciam para homens e mulheres. No que se refere às diferenciações entre
homens e mulheres no esporte, destaca-se que há outros, como o tamanho da
quadra, o tamanho do gol e a altura da rede.
5 OBJETIVOS DAS MEDIDAS E AVALIAÇÕES NA EDUCAÇÃO
FÍSICA
O planejamento é uma exigência que, no dia a dia, se impõe em todas as
atividades humanas. Consiste na previsão inteligente e bem calculada de todas as
etapas do trabalho, de modo a tornar as medidas e avaliações seguras, econômicas
e eficientes (CARVALHO, 1984; NÉRECI, 1989; NÉRECI, 1993).
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO ÀS MEDIDAS E AVALIAÇÕES
13
Existem algumas questões gerais que podem ser inseridas no planejamento,
a saber:
→ O que deve ser verificado e avaliado?
→ Para que serão utilizadas essas informações?
→ Quais meios de avaliação estão à disposição?
→ Quais são os meios mais econômicos?
→ Será necessário auxílio externo?
→ Como será feita a análise dos resultados?
Todas essas questões são válidas para reforçar a importância de um bom
planejamento. Além disso, os objetivos também se relacionam diretamente com
o planejamento. Entre eles destaca-se o interesse em conduzir os alunos para os
objetivos desejados e planejar as atividades conforme as características dos alunos
(NÉRECI, 1993).
Há duas fases iniciais importantes para a realização do planejamento, a
saber: conhecer o público-alvo e estabelecer os objetivos (Figura 4).
FIGURA 4 – FASES INICIAIS IMPORTANTES PARA A REALIZAÇÃO DO
PLANEJAMENTO
FONTE: As autoras
Para a elaboração do planejamento, primeiramente deve-se conhecer o
público-alvo com quem se trabalhará. É sabido que a educação física é uma ampla
área de atuação e, assim, os alunos podem estar inseridos na escola, nas academias,
nos clubes, nos locais de trabalho (ginástica laboral), nos ginásios, nas colônias
de férias, nos hotéis, entre outros. O atendimento poderá ser individualizado ou
coletivo. Essas informações serão necessárias para o planejamento do plano de
trabalho na educação física.
Para estabelecer os objetivos das medidas e avaliação na educação física,
deve-se considerar os seguintes elementos:
→ Acompanhar o processo de crescimento e desenvolvimento dos alunos.
→ Avaliar o estado dos indivíduos ao iniciar um programa de exercícios.
→ Detectar limitações físicas, fraquezas ou deficiências.
→ Auxiliar o indivíduo na escolha de uma atividade física que, além de motivá-lo,
possa desenvolver aptidões.
FASES DO PLANEJAMENTO
FONTE: As autoras
CONHECER O
PÚBLICO-ALVO
ESTABELECER
OBJETIVOS
UNIDADE 1 | CINEANTOPOMETRIA
14
Além disso, os objetivos das medidas e avaliação permitem ao profissional
unir os estudantes em grupos de instrução ou de treinamentos de acordo com suas
habilidades, a fim de localizar e nivelar a turma. Também servem para estimular
e motivar os alunos que podem receber a avaliação de seu desempenho. E, ainda,
justificar as ações realizadas durante o programa de treinamento. Os objetivos das
medidas e da avaliação também são importantes para evitar lesões do aluno/atleta,
ao escolher corretamente qual será a atividade a ser executada, bem como ajustar
corretamente os aparelhos utilizados, evitando prejuízos à saúde do indivíduo.
Um exemplo fácil de perceber é ajustar a altura do banco da bicicleta de modo que
se vise evitar a lesão no joelho.
→ Acompanhar o progresso do indivíduo.
→ Desenvolver programas de promoção da saúde na escola.
→ Selecionar talentos para integrar equipes de competição.
→ Estabelecer e reajustar programa de treinamento.
→ Desenvolver pesquisas na área da educação física.
UNI
Ter clareza dos objetivos é extremamente importante durante todo o processo
de medidas e avaliações. Se os profissionais têm claro quais são seus objetivos, torna-se
possível elaborar estratégias para alcançá-los de fato.
15
Nesse tópico você viu que:
• O interesse dos seres humanos por medidas antropométricas é antigo, mas ao
longo dos anos se modernizou.
• O termo “antropometria” (origem grega) quer dizer: anthropo identifica
“homem” e metry significa “medida”.
• O termo “cineantropometria” (origem grega) quer dizer: kines significa
“movimento”, anthropo significa homem e metry significa “medida”.
• Inicialmente, as medidas antropométricas eram utilizadas em esculturas,
desenhos e pinturas, de modo a representar as características dos seres humanos.
• A partir dos dados antropométricos foi possível constatar que as características
de um indivíduo variam quando comparadas com ele mesmo ou com indivíduos
de outros sexos, raças, etnias e culturas.
• Percebeu-se que há inúmeras possibilidades de aplicações práticas relacionadas
às medidas e avaliações.
• Atualmente, os dados antropométricos são muito utilizados pelas sociedades
modernas, por exemplo, a indústria da moda na produção de roupas e calçados.
• Geralmente, os valores de referência utilizados pela indústria da moda
são a média da população geral. Acrescenta-se que cada população (etnia,
nacionalidade etc) possui suas próprias medidas.
• Assimilar a aplicação prática das medidas e das avaliações.
• A educação física utiliza as medidas e avaliações nos seus variados contextos
(esporte na escola, esporte de participação e esporte de alto rendimento) e nas
atividades físicas em geral.
• Os profissionais devem se valer de planejamento a fim de tornar as medidas e
avaliações seguras, econômicas e eficientes.
• As duas fases iniciais importantes para a realização do planejamento são:
conhecer o público-alvo e estabelecer os objetivos desejados.
• Conhecer o público-alvo com quem se trabalhará implica identificar o contexto
em que se atua (escola, academia etc.) e reconhecer as características peculiares
dos alunos.
RESUMO DO TÓPICO 1
16
● Os objetivos das medidas e avaliação são: acompanhar o processo de
crescimento e desenvolvimento dos alunos; avaliar o estado do indivíduo
ao iniciar um programa de exercícios; detectar limitações físicas; auxiliar o
indivíduo na escolha de uma atividade física que, além de motivá-lo, possa
desenvolver aptidões; acompanhar o progresso do indivíduo; desenvolver
programas de promoção da saúde na escola; selecionar talentos para integrar
equipes de competição; estabelecer e reajustar programa de treinamento;
desenvolver pesquisas na educação física.
17
1 A educação física é uma área com ampla possibilidade de atuação
profissional. Isso quer dizer que há inúmeros campos de atuação que podem
ser ocupados. Neste sentido, cite três campos:
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________.
2 Considerando o papel das técnicas de medidas e avaliações no campo
profissional da educação física, explique com suas palavras qual é a importância
das técnicas de medidas e avaliações para os profissionais.
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
3 Leia atentamente as frases a seguir e marque V para aquelas que forem
Verdadeiras e F para as Falsas.
( ) As técnicas de medidas e avaliação iniciaram somente durante a Primeira
Guerra Mundial, a fim de fornecer melhorias e ajustes nos equipamentos dos
soldados. Assim, todas as técnicas de medidas e avaliação são recentes.
( ) Ao longo de muitos anos, as técnicas de medidas e avaliação foram
aperfeiçoadas.
( ) Há dois conceitos fortemente atrelados às medidas e avaliações, que são:
antropometria e cineantropometria.
( ) As técnicas de medidas e avaliações auxiliam os profissionais da educação
física a verificar se o plano de trabalho está atingindo os resultados esperados
pelos alunos.
Na sequência, assinale a alternativa correta:
a) ( ) F – V – V – V.
b) ( ) V – V – F – F.
c) ( ) V – F – V – F.
d) ( ) F – V – F – V.
e) ( ) F – F – F – V.
4 No que se refere à história das medidas e avaliações, reconhece-se que são
historicamente antigas, apesar de terem se modernizado ao longo dos anos.
Leia atentamente as assertivas a seguir e assinale a alternativa correta.
AUTOATIVIDADE
18
a) ( ) Os registros históricos não revelam a preocupação do homem em
mensurar seu corpo.
b) ( ) Os gregos forneceram dados antropométricos curiosos sobre a
proporcionalidade entre o corpo todo e suas partes.
c) ( ) Há registros que revelam que as medidas e avaliações eram usadas para
caracterizar qual era o tipo ideal para o atleta olímpico.
d) ( ) Atualmente, ainda não se tem certezas sobre a importância da
antropometria para a atividade humana.
e) ( ) As medidas e avaliações foram utilizadas pelas sociedades antigas,
apesar de não serem mais utilizadas pelas sociedades modernas.
5 O planejamento é uma prática presente em todas as atividades humanas. A
definição de objetivos se insere no planejamento do plano de trabalho. No que
concerne ao planejamento e aos objetivos, assinale a alternativa correta:
a) ( ) Cabe aos objetivos do planejamento detectar limitações físicas e
selecionar talentos para integrar equipes de competição.
b) ( ) O planejamento não almeja conduzir os alunos para os objetivos
desejados e planejar as atividades conforme as características dos alunos.
c) ( ) As fases iniciais importantes para o planejamento são: conhecer o público-
alvo e conhecer os materiais disponíveis.
d) ( ) Avaliar o estado dos indivíduos ao iniciar um programa de exercícios
e acompanhar o processo de crescimento e desenvolvimento dos alunos
deixaram de ser objetivos das medidas e avaliações na Educação Física.
e) ( ) O planejamento é insuficiente para tornar as medidas e avaliações
seguras, econômicas e eficientes.
6 Tendo em vista as diversas aplicações práticas das medidas e avaliações,
cite pelo menos um exemplo onde as medidas e avaliações são utilizadas nas
sociedades modernas, e explique-as.
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
7 A educação física se apropria das medidas e avaliações de modo que sua
aplicação se tornou fundamental nas escolas, nos clubes e nas academias.
No que tange às aplicações práticas das medidas e das avaliações na área
de conhecimento da educação física, assinale a alternativa representa uma
aplicação prática incabível para os professores e profissionais da educação
física.
a) ( ) Acompanhar o crescimento da barriga de gestantes durante as aulas de
educação física.
b) ( ) Acompanhar os processos de crescimento e desenvolvimento dos
alunos durante as aulas de educação física.
19
c) ( ) Diagnosticar possíveis talentos esportivos a partir do desempenho e
características que alguns alunos expressam nas aulas de educação física.
d) ( ) Regular a altura do banco de um aparelho disponível na academia
para obter maior conforto e segurança durante a execução do exercício físico
sistematizado.
e) ( ) Desenvolver e aperfeiçoar equipamentos esportivos que otimizem a
performance do atleta.
20
21
TÓPICO 2
CONCEITOS BÁSICOS:
TESTAR, MEDIR E AVALIAR
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
A educação física é uma área do conhecimento que se preocupa em avaliar
os indivíduos de modo a auxiliá-los na prática de atividades físicas. Durante um
programa de intervenções ocorrerão modificações no corpo do aluno e caberá
aos professores acompanhar esse processo por meio de medidas e avaliações.
Portanto, os profissionais precisam tomar inúmeras decisões sobre a prescrição e
orientação da prática de exercícios físicos, contudo, decidir o que e como avaliar
exige conhecimentos e habilidades específicas cada vez mais complexas (GUEDES;
GUEDES, 2006).
Torna-se necessário, inicialmente, esclarecer alguns conceitos elementares
relacionados às medidas e às avaliações. Assim, ao longo deste tópico serão
explicados os significados dos termos: testar, medir e avaliar. E, ainda, apresenta-se
a diferença entre esses conceitos, que, muitas vezes, são erroneamente entendidos
como sinônimos. Todas essas são terminologias importantes para a compreensão
dos conteúdos de medidas e avaliações na área da educação física.
Além de testar, medir e avaliar, também cabe aos professores de educação
física classificar os escores obtidos pelos alunos durante o processo de avaliação.
Esse sistema de classificação é útil para verificar se o avaliado atinge os resultados
esperados “normais”. A ideia de normalidade é ambígua e se relaciona com
parâmetros de avaliação por norma ou critérios. Normalidade pode significar se o
indivíduo obtém os resultados considerados desejados ou ideais (ou se está abaixo
desse nível) e pode significar que “normal” são os resultados apresentados pela
maioria da população. De qualquer forma, o profissional deverá considerar qual
tipo de avaliação (norma ou critérios) utilizará durante o programa de intervenções
que coordena.
2 CONCEITOS BÁSICOS: TESTAR, MEDIR E AVALIAR
Após o entendimento em torno das possibilidades que emergem com as
medidas e as avaliações, é válido adentrar em conceitos essenciais. É imprescindível
estudar os termos: testar, medir e avaliar.
UNIDADE 1 | CINEANTOPOMETRIA
22
FIGURA 5 - CONCEITOS ESSENCIAIS PARA OS ESTUDOS DAS MEDIDAS E AVALIAÇÕES
FONTE: Adaptado de Guedes e Guedes (2006)
Na sequência, vamos entender o significado de cada um desses termos.
2.1 TESTAR
Significa verificar o desempenho do indivíduo mediante situações
previamente organizadas e padronizadas. Essas situações padronizadas são
denominadas de testes (GUEDES; GUEDES, 2006).
O teste é um instrumento, procedimento ou técnica usada para se obter
uma informação (medidas). É por meio dos testes que são determinados os valores
numéricos das medidas. Os testes podem ocorrer por meio de escrita, observação
ou performance. Alguns exemplos de testes são: teste de estatura, prova para
verificar o conhecimento, teste de Cooper, testes de sentar e alcançar, entre outros
de não menor importância.
2.2 MEDIR
Significa descrever fenômenos do ponto de vista quantitativo (GUEDES;
GUEDES, 2006). Assim, é o processo utilizado para coletar informações obtidas
por um teste tomando-se por referência um sistema convencional de unidades.
As medidas são o resultado obtido através da coleta realizada por um
instrumento, procedimento ou técnica atribuindo-se a ela um valor numérico,
e devem ser precisas e objetivas. Alguns exemplos de medidas são: a medida
em centímetros da estatura do indivíduo, a nota da prova usada para medir o
conhecimento ou o percurso realizado pelo aluno no teste de Cooper.
TÓPICO 2 | CONCEITOS BÁSICOS: TESTAR, MEDIR E AVALIAR
23
2.3 AVALIAR
Significa interpretar dados quantitativos e qualitativos a fim de obter
parecer ou julgamento de valores com bases em referenciais previamente definidos
(GUEDES; GUEDES, 2006). Acrescenta-se que a avaliação determina a importância
ou o valor da informação coletada. Refere-se a um processo pelo qual se pode
interpretar os valores de um grupo ou do próprio sujeito (GUEDES; GUEDES,
2006).
A avaliação é o ponto de partida para saber o que deve ser trabalhado e,
além disso, julga quanto foi eficiente o sistema de trabalho usado, classifica os
testados, reflete o progresso, indica se os objetivos são ou não atingidos, indica se
o sistema de ensino está sendo satisfatório. Por essa razão, diz-se que a avaliação
deve refletir as metas e os objetivos do profissional e geralmente faz comparação
com algum padrão (GUEDES; GUEDES, 2006). Destaca-se que a avaliação é um
processo essencial na prática docente, pois fornece elementos fundamentais para o
desenvolvimento de uma ação pedagógica qualificada, que permite uma reflexão
contínua de suas ações, no que se refere à escolha de competências, objetivos,
conteúdos e procedimentos (DARIDO; SOUZA JÚNIOR, 2007).
Para exemplificar de maneira visual a aplicação desses exemplos, apresenta-
se o Quadro 3. Foi criada uma situação hipotética de testes de flexibilidade
aplicados a dois indivíduos (sexo masculino) diferentes que se matricularam
em uma mesma academia. Assim, cuidadosamente instruídos, os professores de
educação física que atuam na academia realizaram o pré-teste no primeiro dia que
os alunos compareceram e, após dois meses, executaram o pós-teste. Em seguida,
fez-se uma avaliação observacional comparativa entre as medidas obtidas no pré-
teste e no pós-teste.
IMPORTANTE
Esses três termos (testar, medir e avaliar) se diferem, embora às vezes, sejam
erroneamente tratados como sinônimos. Fique atento para não confundi-los!
ATENCAO
A principal diferença entre medida e avaliação é que a medida abrange o aspecto
quantitativo e a avaliação abrange o aspecto qualitativo.
UNIDADE 1 | CINEANTOPOMETRIA
24
QUADRO 3 – APLICAÇÃO PRÁTICA DOS CONCEITOS: TESTAR, MEDIR E AVALIAR
Avaliados
Medida
Avaliação
Pré-teste Pós-teste
Indivíduo A 21 cm 24 cm Pré-teste < Pós-teste
Indivíduo B 15 cm 13 cm Pré-teste > Pós-teste
Indivíduo C 17 cm 19 cm Pré-teste < Pós-teste
Indivíduo D 19 cm 18 cm Pré-teste > Pós-teste
Legenda: cm – centímetros
FONTE: Elaborado pelas autoras
Com base no Quadro 3, acima representado, é possível identificar qual
desses indivíduos possui o melhor e o pior escore obtido no teste de flexibilidade no
pré-teste e no pós-teste. Assim, agora, vamos exercitar a habilidade de observação
dos resultados a fim de executar uma avaliação observacional comparativa entre
os indivíduos A, B, C e D.
→ Pré-teste – Melhor escore obtido no teste de flexibilidade: Indivíduo A = 21
centímetros.
→ Pré-teste – Pior escore obtido no teste de flexibilidade: Indivíduo B = 15
centímetros.
→ Pós-teste – Melhor escore obtido no teste de flexibilidade: Indivíduo A = 24
centímetros.
→ Pós-teste – Pior escore obtido no teste de flexibilidade: Indivíduo B = 13
centímetros.
Outra comparação possível de realizar é avaliar os escores do mesmo
indivíduo obtidos na situação de pré-teste e de pós-teste. Assim, será possível
identificar qual dos indivíduos conseguiu expressivas melhoras no teste de
flexibilidade durante os dois meses de academia. E, ainda, qual dos indivíduos
apresentou piora no resultado do teste de flexibilidade durante os dois meses de
academia.
→ Indivíduo A: 21 centímetros (pré-teste) → 24 centímetros (pós-teste) → Melhorou 3
centímetros.
→ Indivíduo B: 15 centímetros (pré-teste) → 13 centímetros (pós-teste) → Piorou 2
centímetros.
→ Indivíduo C: 17 centímetros (pré-teste) → 19 centímetros (pós-teste) → Melhorou 2
centímetros.
→ Indivíduo D: 19 centímetros (pré-teste) → 18 centímetros (pós-teste) → Piorou 1
centímetro.
Aquele que apresentou mais melhoras expressivas no teste de flexibilidade
durante os dois meses de academia foi o Indivíduo A.
Aquele que apresentou acentuada piora no resultado do teste de
flexibilidade durante os dois meses de academia foi o Indivíduo B.
TÓPICO 2 | CONCEITOS BÁSICOS: TESTAR, MEDIR E AVALIAR
25
3 TIPOS DE TESTES
Entre os tipos de testes diferentes, enquadram-se os testes de campo e os
testes de laboratório, conforme se apresenta na Figura 6.
FIGURA 6 – TIPOS DE TESTES
FONTE: Elaborado pelas autoras
De maneira geral, os testes de laboratório utilizam não só equipamentos
especializados, mas também avaliadores especializados. Geralmente, são testes
com custo mais elevado e avaliam menor quantidade de indivíduos por vez.
Em contrapartida, os testes de campo se caracterizam pela fácil aplicação,
bem como os equipamentos e avaliadores não carecem de elevado grau de
especialização. Logo, tornam-se testes com custo reduzido. Frequentemente, os
testes de campo podem ser aplicados simultaneamente em grupos de indivíduos.
A depender dos objetivos, dos equipamentos, dos atributos e das variáveis
a serem testados, dos locais e do valor financeiro disponível para aplicação dos
testes, os profissionais poderão optar pelo uso de testes de campo ou testes de
laboratório.
Para melhor compreensão, apresenta-se na Figura 7 um exemplo de um
teste sendo realizado no contexto laboratorial.
IMPORTANTE
Ao longo do livro Medidas e avaliação em educação física, além da realização da
avaliação observacional, os acadêmicos receberão os recursos necessários para classificarem
os resultados obtidos nos testes em: bom, excelente, médio, regular, fraco. A depender do teste
aplicado e dos valores de referência existentes para o teste em questão.
UNIDADE 1 | CINEANTOPOMETRIA
26
FIGURA 7 – EXEMPLO DE UM TESTE DE LABORATÓRIO
Fonte: Guedes e Guedes (2006, p. 372).
4 TIPOS DE MEDIDAS
Há diferentes tipos de medidas em educação física, que podem ser
divididas em dois grandes grupos. No primeiro grupo enquadram-se as medidas
antropométricas: massa, estatura, perímetros corporais, diâmetros ósseos e
dobras cutâneas. No segundo, enquadram-se as medidas de composição corporal:
utilização da espessura de dobras cutâneas, somatória de dobras cutâneas e
equações preditivas de gordura corporal. Apresenta-se na Figura 8 o panorama
geral sobre os tipos de medidas.
IMPORTANTE
Tanto os testes de campo como os testes de laboratório possuem suas
vantagens e desvantagens.
TÓPICO 2 | CONCEITOS BÁSICOS: TESTAR, MEDIR E AVALIAR
27
FIGURA 8 – PANORAMA GERAL DOS TIPOS DE MEDIDAS
FONTE: As autoras
É válido esclarecer que os tipos de medidas serão abordados com maior
aprofundamento no decorrer do Livro Didático da disciplina de Medidas e
Avaliações na Educação Física.
5 TIPOS DE AVALIAÇÃO
Na educação física, avaliar a condição física do indivíduo é fundamental.
Por exemplo, pode ser útil para avaliar a evolução das capacidades físicas após um
programa de intervenção. Nessa perspectiva, há três diferentes tipos de avaliação,
conforme apresentado no Quadro 4. Cada um desses tipos de avaliação possui suas
particularidades. E caberá ao professor escolher qual tipo de avaliação utilizará. É
válido ressaltar que, caso seja do interesse do professor, é possível utilizar os tipos
de avaliação de forma combinada, sem ter que escolher entre uma avaliação ou
outra.
QUADRO 4 – TIPOS DE AVALIAÇÃO: DIAGNÓSTICA, FORMATIVA E SOMATIVA
Tipo de Avaliação Descrição
Diagnóstica
É a análise dos pontos fortes e fracos do indivíduo ou grupo de
indivíduos, em relação a uma determinada característica (geralmente
utilizada para avaliar as condições iniciais do indivíduo).
Formativa
É o tipo de avaliação feito continuamente ao longo do processo de
ensino-aprendizagem (avalia o progresso). A partir da avaliação
formativa é possível redirecionar as estratégias e as ações.
UNIDADE 1 | CINEANTOPOMETRIA
28
Somativa
É a soma de todas as avaliações realizadas no fim de cada unidade do
planejamento, com o objetivo de obter um quadro geral da evolução
do indivíduo.
FONTE: Adaptado de Rojas e Barros (2003)
5.1 VALORES DE REFERÊNCIA PARA AVALIAÇÃO
Na rotina dos profissionais da educação física, os processos de avaliação
estão presentes. Com frequência, os profissionais enfrentam inúmeros dilemas
que se fazem presentes diariamente, sobretudo nos programas de avaliação. Por
isso, precisam tomar decisões de modo a verificar se o aluno avaliado apresenta
os ‘resultados’ considerados “normais”. Contudo, determinar o que é “normal”
ou não é uma tarefa difícil. A palavra “normal” pode possuir dois significados,
distintos:
→O termo “normal” pode significar a associação dos resultados obtidos com
escores de corte considerados desejados ou ideais. Acrescenta-se que os escores
de corte devem ser previamente estabelecidos e devem ser considerados como
meta a ser alcançada. Neste sentido, o termo oposto de “normal” é rotulado
como “subnormal”.
→E o termo “normal” também pode ser equivalente ao que comumente ocorre.
Assim, para se definir o que é “normal” se utilizam parâmetros baseados no que
ocorre na maioria dos indivíduos de determinado grupo. Neste caso, o termo
oposto de “normal” é rotulado como “anormal”.
De qualquer forma, o processo de avaliação consiste em comparar o
resultado da medida obtida com um valor de referência previamente estabelecido.
Esses valores podem ser obtidos por meio de avaliação por norma ou avaliação
por critério. A Figura 9 apresenta a explicação acerca de avaliação de acordo com
norma ou critério.
FIGURA 9 – REFERÊNCIAS DE AVALIAÇÃO DE ACORDO COM NORMA OU CRITÉRIO
FONTE: Adaptado de Rojas e Barros (2003)
Avaliação por
norma
Avaliação por
critério
Referência de avaliação que expressa o comportamento
(distribuição) normal da variável sob análise na população.
Geralmente é um valor arbitrário que representa um padrão
mínimo de desempenho.
TÓPICO 2 | CONCEITOS BÁSICOS: TESTAR, MEDIR E AVALIAR
29
Em outras palavras, pode-se dizer que na avaliação referenciada por norma,
os escores são interpretados mediante comparações com certa norma, modelo
recomendado quando se deseja comparar os resultados obtidos pelos indivíduos
avaliados com grupos normativos (essas normas podem ser regionais, nacionais ou
internacionais). Um exemplo clássico da avaliação por norma é comparar medidas
de massa e estatura corporal de uma criança com base nos valores constantes nas
curvas de crescimento Assim, é possível indicar qual é a situação da criança em
relação ao crescimento esperado para sua idade e sexo (classificar se a criança
atinge valores de referência “normal” ou “subnormal”).
Enquanto na avaliação referenciada por critério, os escores apresentados
pelos avaliados são julgados comparativamente em níveis de corte explicitamente
definidos (GUEDES; GUEDES, 2006). Além disso, pode-se extrair um julgamento
baseado no “sucesso” ou “fracasso” no desempenho do indivíduo. Esse
pressuposto se baseia na comparação da medida observada em relação a um
valor que representa um limite mínimo de desempenho. Por exemplo, comparar
o desempenho de um atleta de salto em altura como índice para participar em um
campeonato. Se o atleta saltar maior ou igual ao critério do índice, então está apto
a ir para o campeonato.
IMPORTANTE
A avaliação por norma se relaciona com o conceito de normalidade oriundo
da associação entre os resultados obtidos e os escores de corte considerados desejados ou
ideais (classifica os indivíduos em “normal” e “subnormal”).
A avaliação por critério se relaciona com o conceito de normalidade oriundo daquilo que
ocorre na maioria dos indivíduos (classifica os indivíduos em “normal” e “anormal”).
FONTE: Guedes e Guedes (2006)
ATENCAO
O professor deve planejar previamente qual o tipo de avaliação deseja utilizar em
seu programa de intervenções. Geralmente, as avaliações com referência a normas são utilizadas
para estimar a posição dos indivíduos avaliados em relação a outros sujeitos de idênticas
características. E as avaliações com referência a critérios geralmente são utilizadas para verificar
se os indivíduos avaliados alcançam níveis específicos de competência sem consideração que
outros tenham atingido o mesmo nível de proficiência (GUEDES; GUEDES, 2006).
UNIDADE 1 | CINEANTOPOMETRIA
30
Apresentam-se no Quadro 5 as peculiaridades da avaliação referenciada
por norma e por critério.
QUADRO 5 – CARACTERÍSTICAS DA AVALIAÇÃO REFERENCIADA POR NORMA E POR CRITÉRIO
Avaliação por Norma Avaliação por Critério
Objetivo
Situar os avaliados em relação
a grupos específicos.
Verificar a posição dos
avaliados em relação aos níveis
específicos de proficiência.
Análise das
informações
Comparação dos escores com
os apresentados por outros
avaliados.
Comparação de escores
com características ou
comportamentos previamente
definidos.
Sistemas de
referência
Tabelas estatísticas (percentis,
média, desvio-padrão)
idealizadas com base em
escores apresentados por
sujeitos pertencentes a grupos
específicos.
Pontos de corte que
traduzem características ou
comportamentos específicos.
Desvantagens
Posição favorável em relação
a um grupo não garante níveis
adequados de um atributo e
necessidade de averiguar a
origem das tabelas normativas.
Pontos de corte que
traduzem características ou
comportamentos específicos.
Falta de motivação e perda de
interesse.
FONTE: Adaptado de Guedes e Guedes (2006)
UNI
A tomada de decisão a ser feita pelos professores depende da perspectiva de
referência.
31
RESUMO DO TÓPICO 2
Nesse tópico você viu que:
• Há três termos frequentemente utilizados pelos professores de Educação Física,
que são: testar, medir e avaliar. É imprescindível compreender cada um deles
individualmente.
• Os termos testar, medir e avaliar não são sinônimos e constantemente são
confundidos.
• Testar significa verificar o desempenho do indivíduo mediante “testes”
organizados previamente. Esses testes fornecem valores numéricos das medidas
aos profissionais.
• Medir significa descrever os valores numéricos (quantitativos) obtidos por meio
dos “testes”. Esses valores (medidas) devem ser precisos e objetivos.
• Avaliar significa interpretar os dados quantitativos e/ou qualitativos obtidos
por meio dos “testes” baseados em sistemas de referenciais previamente definidos.
• Há testes de campo e testes de laboratório, cada um com suas especificidades.
• Há três diferentes tipos de avaliação, sendo: avaliação diagnóstica, formativa e
somativa.
• A avaliação diagnóstica avalia condições iniciais do indivíduo.
• A avaliação formativa avalia o progresso do indivíduo.
• Cabe ao profissional optar por qual ou quais tipos de avaliação desejará utilizar.
• A avaliação somativa é o conjunto de todas as avaliações realizadas ao fim de
cada unidade do planejamento.
• A ideia de normalidade pode possuir significados diferentes. Pode se relacionar
com os pontos de corte (classifica o avaliado em “normal” ou “subnormal”) ou se
relacionar com valores que ocorrem na maioria dos avaliados (classifica o avaliado
em “normal” ou “anormal”).
• As avaliações podem ser referenciadas por normas ou por critérios e cada uma
possui suas características próprias. É importante os professores de educação
física conhecê-las e, assim, escolher qual tipo de avaliação desejarão utilizar em
seus programas de intervenção.
32
• A avaliação por norma é referência de avaliação que expressa o comportamento
(distribuição) normal da variável sob a análise na população.
• Avaliação por critério geralmente é um valor arbitrário que representa um
padrão mínimo de desempenho.
33
1 Hátrêstermosessenciaisparaacompreensãodasmedidaseparaasavaliações.
Cite quais são esses três termos. Na sequência, explique cada um deles.
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
2 A compreensão de conceitos é importante para entender de forma clara as
diferenças entre testar, medir e avaliar. Apesar de essas palavras possuírem
significados diferentes, muitas vezes são utilizadas como sinônimos umas
das outras. A partir dos conceitos de testar, medir e avaliar, correlacione as
informações da Coluna 1 com aquelas da Coluna 2.
AUTOATIVIDADE
Coluna 1 Coluna 2
(a) Testar
( ) Descrever fenômenos do ponto de vista
quantitativo.
(b) Medir
( ) Interpretar dados quantitativos e qualitativos
para obter parecer ou julgamento de valores com
boas referências previamente definidas.
(c) Avaliar
( ) Verificar desempenho mediante situações
previamente organizadas e padronizadas,
denominadas “testes”.
Na sequência, assinale a alternativa que exprime a sequência correta.
a) ( ) a, c, b.
b) ( ) b, a, c.
c) ( ) c, a, b.
d) ( ) c, b, a.
e) ( ) b, c, a.
3 No que concerne às definições de TESTAR, leia atentamente as frases a
seguir e marque V para aquelas que forem Verdadeiras e F para aquelas que
forem Falsas.
( ) É possível, por meio do teste, verificar o desempenho do indivíduo mediante
situações previamente organizadas e padronizadas.
( ) Essas situações padronizadas são denominadas de medidas.
( ) O teste é um instrumento, procedimento ou técnica usada para se obter uma
medida.
( ) Os testes não viabilizam determinar os valores numéricos das medidas.
( ) Há diferentes tipos de testes, por meio de escrita, de observação ou de
performance.
34
Em seguida, assinale a alternativa correta:
a) ( ) V – F – V – F – V.
b) ( ) F – F – F – V – V.
c) ( ) F – V – V – F – F.
d) ( ) V – F – V – F – F.
e) ( ) V – F – F – V – V.
4 No que concerne às definições de MEDIR, leia atentamente as frases a seguir
e marque V para aquelas que forem Verdadeiras e F para aquelas que forem
Falsas.
( ) Significa descrever fenômenos do ponto de vista qualitativo.
( ) Significa descrever fenômenos do ponto de vista quantitativo.
( ) É útil para obter informações por um teste tomando-se por referência um
sistema convencional de unidades.
( ) Medidas são o resultado obtido através da coleta realizada por um
instrumento, procedimento ou técnica atribuindo-se a ela um valor numérico, e
devem ser precisas e objetivas.
Em seguida, assinale a alternativa correta:
a) ( ) V – F – V – V.
b) ( ) F – V – V – V.
c) ( ) F – V – F – F.
d) ( ) V – F – V – F.
e) ( ) V – F – F – V.
5 No que concerne às definições de AVALIAR, leia atentamente as frases a
seguir e marque V para aquelas que forem Verdadeiras e F para aquelas que
forem Falsas.
( ) Significa interpretar dados quantitativos e qualitativos a fim de obter parecer
ou julgamento de valores com bases em referenciais previamente definidos.
( ) A avaliação julga quanto foi eficiente o sistema de trabalho usado, classifica
os testados, reflete o progresso, indica se os objetivos são ou não atingidos,
indica se o sistema de ensino é satisfatório.
( ) Não cabe à avaliação possibilitar a reflexão acerca das metas e os objetivos
do profissional.
( ) Determina a importância ou o valor da informação coletada.
( ) A avaliação não viabiliza a comparação com algum padrão predefinido.
Em seguida, assinale a alternativa correta:
a) ( ) V – V – V – F – V.
b) ( ) F – F – V – V – V.
c) ( ) F – V – V – F – F.
d) ( ) V – V – F – V – F.
e) ( ) V – F – F – V – F.
35
6 No que se refere aos diferentes tipos de avaliação (diagnóstica, formativa e
somativa), correlacione os itens I, II e III de acordo com o tipo de avaliação a
que se referem.
I - Consiste no tipo de avaliação feito continuamente ao longo do processo de
ensino-aprendizagem. Com este tipo de avaliação é possível redirecionar as
estratégias e as ações.
II - Representa o conjunto de todas as avaliações realizadas no fim de cada
unidade do planejamento, com o objetivo de obter um quadro geral da evolução
do indivíduo.
III - Refere-se à análise dos pontos fortes e fracos do indivíduo ou grupo de
indivíduos, em relação a uma determinada característica.
( ) Avaliação diagnóstica.
( ) Avaliação formativa.
( ) Avaliação somativa.
7 Os valores de referência para avaliação são frequentemente utilizados para
comparar o resultado da medida obtida com um valor de referência previamente
estabelecido. Cite as duas referências de avaliação e explique-as.
_____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
8 Os valores de referência comumente utilizados fazem menção a normas ou
a critérios. Para organizar as diferenças entre essas avaliações com referências
distintas, leia atentamente as frases. Posteriormente, insira I para a avaliação
referenciada por norma e II para a avaliação referenciada por critério.
( ) Possui o objetivo de verificar a posição dos avaliados em relação aos níveis
específicos de proeficiência.
( ) Possui o objetivo de situar os avaliados em relação a grupos específicos.
( ) Analisa as informações a partir da comparação dos escores com os
apresentados por outros avaliados.
( )Analisaasinformaçõesapartirdacomparaçãodeescorescomcaracterísticas
ou comportamentos previamente definidos.
( ) Como sistema de referência, utiliza pontos de corte que traduzem
características ou comportamentos específicos.
( ) Possui a desvantagem da falta de motivação e perda de interesse.
( ) Como sistema de referência, utiliza tabelas estatísticas (percentis, média,
desvio-padrão) idealizadas com base em escores apresentados por sujeitos
pertencentes a grupos específicos.
36
37
TÓPICO 3
SELEÇÃO DOS INSTRUMENTOS
DE AVALIAÇÃO
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Para que seja possível avaliar os indivíduos (alunos, clientes, atletas) que
participam do programa de intervenção deve-se aplicar testes para verificar se o
programa tem proporcionado os resultados esperados ou não. E, ainda, a partir
dos resultados obtidos nos testes, é possível efetuar ajustes no programa de
intervenção.
Para tanto, há uma dúvida central: como selecionar os instrumentos de
avaliação? A fim de responder ao questionamento, deve-se considerar que há
diferentes modalidades para os critérios de seleção: qualidade do teste, aspectos
práticos, aspectos pedagógicos e a utilização dos resultados.
A qualidade do teste se refere à validade, reprodutibilidade e objetividade.
Os aspectos práticos contemplam a viabilidade e a economia do teste. Os aspectos
pedagógicos se referem à facilidade de entendimento e à motivação. E a utilização
de recursos engloba a especificidade e a prescrição. Para melhor visualização
dessas informações, apresenta-se a Figura 10.
FIGURA 10 – CRITÉRIOS PARA A SELEÇÃO DOS INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO
FONTE: As autoras
UNIDADE 1 | CINEANTOPOMETRIA
38
Acrescenta-se que o ideal é selecionar bons testes, de modo que os
resultados obtidos sejam precisos e confiáveis. De forma geral, bons testes possuem
três características essenciais relacionadas à qualidade, sendo: a validade, a
reprodutibilidade e a objetividade. Esses conceitos básicos são essenciais para que
as avaliações sejam feitas com o mínimo de erro possível. É importante mencionar
que há diferentes tipos de validade: validade face ou de lógica, validade de
conteúdo, validade de constructo, validade concorrente e validade preditiva. Cada
uma dessas validades será explicada separadamente.
No que concerne à consistência das medidas, item relacionado à
reprodutibilidade e validade dos testes, pode-se recorrer a diferentes estratégias,
entreelasoteste-reteste,ousodeinstrumentosparaleloseadivisãodoinstrumento.
Ademais, por mais que os critérios de validade almejem minimizar ao máximo
os erros de medida, causados pelas alterações que podem surgir com relação aos
avaliadores, aos avaliados e aos instrumentos utilizados na avaliação, eles sempre
estão presentes. Os erros de medidas são classificados em sistemáticos e aleatórios.
Quanto aos aspectos práticos, enfatiza-se a viabilidade (equipamentos,
as instalações, a equipe técnica, o tempo disponível, o número de avaliados) e a
economia (custo-benefício). Por fim, nos aspectos pedagógicos enquadram-se a
facilidade de entendimento e a motivação, e na utilização de resultados destacam-
se a especificidade e a prescrição.
Cada um dos elementos mencionados anteriormente será detalhadamente
desenvolvido nos subtítulos a seguir.
2 QUALIDADE DO TESTE
A qualidade dos instrumentos utilizados é fundamental para o
desenvolvimento de qualquer programa de intervenção. Logo, pode-se dizer que
a qualidade de um teste é um aspecto decisivo no processo avaliativo como um
todo.
Em linhas gerais, Rojas e Barros (2003) acreditam que testes bons geram
medidas boas e possibilitam a realização de uma avaliação confiável. Enquanto
que testes ruins geram medidas ruins, o que restringe a avaliação, porque fornecem
dados imprecisos e julgamentos equivocados. Para compreender melhor esta
lógica de raciocínio, apresenta-se a Figura 11.
TÓPICO 3 | SELEÇÃO DOS INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO
39
FONTE: Adaptado de Rojas e Barros (2003)
Contudo, como os profissionais devem escolher os testes que pretendem
utilizar para auxiliá-los de forma coerente no processo de avaliação? Responder a
esta pergunta não é uma tarefa muito fácil, mas há algumas sugestões para auxiliar
na escolha de bons testes. Primeiramente, deve-se escolher os testes que mais se
adéquem a determinada realidade em que se está inserido, ao contexto, ao local,
aos materiais disponíveis e às variáveis que se deseja medir.
Além disso, acrescenta-se que os bons testes possuem algumas
características específicas, como a validade, a reprodutibilidade e a objetividade
(ROJAS; BARROS, 2003).
FIGURA 12 – CARACTERÍSTICAS DE UM BOM TESTE
FONTE: As autoras
Na sequência, vamos estudar cada uma dessas características.
→ Validade: é o critério que define o grau de precisão e o erro de medida de um
determinado teste (ROJAS; BARROS, 2003). Diz-se que um teste é válido quando
ele mede aquilo que se propõe a medir. Destaca-se que bons testes possuem elevado
grau de precisão e, por conseguinte, pequena margem de erro. Há diferentes tipos
de validade: lógica ou de face, de conteúdo, de constructo, concorrente e preditiva.
→ Reprodutibilidade: reflete a consistência entre as medidas obtidas em duas
aplicações consecutivas do mesmo teste. Para o teste ser considerado reprodutível,
os resultados dessas duas aplicações devem ser aproximados (ROJAS; BARROS,
2003).Pode-sedizerquequantomaiorforareprodutibilidadedoteste,maisestáveis
e precisas serão as medidas obtidas. Atenta-se ao fato de que a reprodutibilidade
de um teste pode ferir sua validade.
→ Objetividade: assemelha-se à reprodutibilidade. É um indicador específico
de reprodutibilidade que se refere ao grau de concordância entre diferentes
Testes bons medidas boas Avaliação confiável
Testes ruins medidas ruins Avaliação restrita
CARACTERÍSTICAS DE UM BOM TESTE
VALIDADE REPRODUTIBILIDADE OBJETIVIDADE
FIGURA 11 – IMPLICAÇÕES DE TESTES BONS OU RUINS NO PROCESSO DE AVALIAÇÃO
40
UNIDADE 1 | CINEANTOPOMETRIA
avaliadores durante a administração de um mesmo instrumento de medida.
Um teste é objetivo quando produz medidas/resultados semelhantes quando
administrado por diferentes avaliadores. Há inúmeros fatores que podem
influenciar a objetividade de um teste, por exemplo, a forma como as instruções
foram fornecidas ao avaliado, as condutas ou o estado de humor do avaliador no
ato da aplicação do teste. Ressalta-se que testes objetivos sofrem pouca interferência
da ação/participação do avaliador. Logo, o erro intra-avaliador é pequeno (ROJAS;
BARROS, 2003).
Acerca da tríade validade-reprodutibilidade-objetividade, acrescenta-se
que há inter-relações entre eles e, às vezes, essas inter-relações são unilaterais. Para
exemplificar essas inter-relações, apresenta-se a Figura 13.
FIGURA 13 – INTER-RELAÇÃO ENTRE OBJETIVIDADE-
REPRESENTATIVIDADE E VALIDADE DE UM TESTE
FONTE: Rojas e Barros (2003)
Apresenta-se a Tabela 1 com as referências sobre os níveis de validade,
reprodutibilidade e objetividade proposta por Safrit (1981).
TABELA 1 – NÍVEIS DE VALIDADE, REPRODUTIBILIDADE E OBJETIVIDADE
Nível Validade Reprodutibilidade Objetividade
Excelente 0,80 – 1,00 0,90 – 1,00 0,95 – 1,00
Bom 0,70 – 0,79 0,80 – 0,89 0,85 – 0,94
Regular 0,50 – 0,69 0,60 – 0,79 0,70 – 0,84
Fraco 0,00 – 0,49 0,00 – 0,59 0,00 – 0,69
FONTE: Safrit (1981)
ATENCAO
Regra 1: Se um teste NÃO for reprodutivo, ele não será válido.
Regra 2: Um teste objetivo precisa obrigatoriamente ser reprodutivo (o inverso não é regra).
Curiosidade 1: Um teste pode ser reprodutivo, mas não ser válido.
Curiosidade 2: Um teste pode ser objetivo, mas não ser válido.
TÓPICO 3 | SELEÇÃO DOS INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO
41
2.1 PRINCIPAIS TIPOS DE VALIDADE
A validade é um elemento básico para medidas e avaliações. Somente
quando um instrumento é válido é possível considerar as informações obtidas
para a avaliação (GUEDES; GUEDES, 2006). Ressalta-se que não existe um método
único para determinar a validade de um teste. Na realidade, existem inúmeras
estratégias que podem ser utilizadas para estimar a validade de um teste, que
utilizam abordagens qualitativas ou quantitativas. De forma geral, o que se procura
é demonstrar que a margem de erro ou a subjetividade é tão pequena que pode ser
tolerada sem prejudicar a avaliação (ROJAS; BARROS, 2003).
A validade pode ocorrer em diferentes graus. Para definir o grau de validade
de um instrumento deve-se considerar sua finalidade, o tipo de interpretação que
oferece aos seus escores e da sua aplicação. Assim, há diferentes tipos de validade,
sendo: validade face ou de lógica, validade de conteúdo, validade de constructo,
validade concorrente e validade preditiva.
Apresentam-se na Figura 14 as evidências de validade de um teste a partir
de diferentes procedimentos.
FIGURA 14 – SUBJETIVIDADE E ARGUMENTO DE VALIDADE EM DIFERENTES
PROCEDIMENTOS DE VALIDAÇÃO
FONTE: Rojas e Barros (2003)
Na sequência será explicado cada um dos tipos de validade de acordo com
os conceitos de Rojas e Barros (2003) e Guedes e Guedes (2006). Apresenta-se na
Figura 15 um panorama geral acerca de cada um dos tipos de validade.
ATENCAO
A validade do teste deve ser considerada desde o momento em que se
decide avaliar determinada característica do indivíduo e continua ao longo do processo de
planejamento, administração e interpretação do teste (GUEDES; GUEDES, 2006).
42
UNIDADE 1 | CINEANTOPOMETRIA
FIGURA 15 – PANORAMA GERAL SOBRE OS DIFERENTES TIPOS DE VALIDADE
FONTE: Adaptado de Rojas e Barros (2003) e Guedes e Guedes (2006)
Agora, estudaremos separadamente cada um dos tipos de validade:
2.1.1 Validade face ou lógica
É o procedimento mais frágil para estabelecer a validade de um teste,
porque possui natureza empírica e subjetiva (não é determinada por métodos
estatísticos). Parte da premissa de que os instrumentos de medida produzirão
escores representativos de alguma característica ou comportamento, mas deve-se
determinar até que ponto esses escores podem traduzir informações sobre o que
se pretende avaliar (GUEDES; GUEDES, 2006). Um instrumento é válido quando
consegue demonstrar claramente que o teste permite obter bons dados sobre as
variáveis de interesse. Exemplo: qualidade de vida.
2.1.2 Validade de conteúdo
Pode ser obtida por meio da comparação de resultados de duas versões
de um mesmo teste, sendo uma versão curta e outra longa. Acredita-se que se o
conteúdo está presente nas duas versões do teste, então as medidas obtidas na
versão curta deverão se correlacionar satisfatoriamente com as medidas da versão
VALIDADE
Grau com que o instrumento
de medida oferece
informações quanto às
características ou aos
comportamentos associados
ao atributo que se pretende
avaliar,
Validade face ou lógica
Análise representativa dos escores ebtidos com o
instrumento de medida em relação à característica
ou ao acompanhamento que se pretende analisar
Validade de conteúdo
Comparação de escores obtidos com a versão longa
do instrumento de medida com a versão curta.
Validade de Constructo
Comparação escores obtidos entre dois grupos
diferentes em relação ao atributo que se pretende
avaliar.
Validade Corrente
Relação estatística entre os escores produzidos pelo
instrumento de medida e indicadores de mesma
natureza que seguramente oferece indicações
favoráveis quanto à avaliação do mesmo atributo
que se pretende avaliar.
Validade Preditiva
Grau de probabilidade com que os escores
produzidos pelo instrumento de medida podem
predizer estatisticamente o atributo que se pretende
avaliar.
Medidas e Avaliação em Educação Física
Medidas e Avaliação em Educação Física
Medidas e Avaliação em Educação Física
Medidas e Avaliação em Educação Física
Medidas e Avaliação em Educação Física
Medidas e Avaliação em Educação Física
Medidas e Avaliação em Educação Física
Medidas e Avaliação em Educação Física
Medidas e Avaliação em Educação Física
Medidas e Avaliação em Educação Física
Medidas e Avaliação em Educação Física
Medidas e Avaliação em Educação Física
Medidas e Avaliação em Educação Física
Medidas e Avaliação em Educação Física
Medidas e Avaliação em Educação Física
Medidas e Avaliação em Educação Física
Medidas e Avaliação em Educação Física
Medidas e Avaliação em Educação Física
Medidas e Avaliação em Educação Física
Medidas e Avaliação em Educação Física
Medidas e Avaliação em Educação Física
Medidas e Avaliação em Educação Física
Medidas e Avaliação em Educação Física
Medidas e Avaliação em Educação Física
Medidas e Avaliação em Educação Física
Medidas e Avaliação em Educação Física
Medidas e Avaliação em Educação Física
Medidas e Avaliação em Educação Física
Medidas e Avaliação em Educação Física
Medidas e Avaliação em Educação Física
Medidas e Avaliação em Educação Física
Medidas e Avaliação em Educação Física
Medidas e Avaliação em Educação Física
Medidas e Avaliação em Educação Física
Medidas e Avaliação em Educação Física
Medidas e Avaliação em Educação Física
Medidas e Avaliação em Educação Física
Medidas e Avaliação em Educação Física
Medidas e Avaliação em Educação Física
Medidas e Avaliação em Educação Física
Medidas e Avaliação em Educação Física
Medidas e Avaliação em Educação Física
Medidas e Avaliação em Educação Física
Medidas e Avaliação em Educação Física
Medidas e Avaliação em Educação Física
Medidas e Avaliação em Educação Física
Medidas e Avaliação em Educação Física
Medidas e Avaliação em Educação Física
Medidas e Avaliação em Educação Física
Medidas e Avaliação em Educação Física
Medidas e Avaliação em Educação Física
Medidas e Avaliação em Educação Física
Medidas e Avaliação em Educação Física
Medidas e Avaliação em Educação Física
Medidas e Avaliação em Educação Física
Medidas e Avaliação em Educação Física
Medidas e Avaliação em Educação Física
Medidas e Avaliação em Educação Física
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Medidas e Avaliação em Educação Física

  • 1. 2017 Medidas e Avaliação em Educação Física Profa. Beatriz Dittrich Schimitt Profa. Giandra Anceski Bataglion
  • 2. Copyright © UNIASSELVI 2017 Elaboração: Profa. Beatriz Dittrich Schimitt Profa. Giandra Anceski Bataglion Revisão, Diagramação e Produção: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. 613.707 S335m Schimitt; Beatriz Dittrich Medidas e avaliação em educação física / Beatriz Dittrich Schimitt; Bataglion, Giandra Anceski: UNIASSELVI, 2017. 201 p. : il. ISBN 978-85-515-0069-9 1.Educação Física – Estudo e Ensino. I. Centro Universitário Leonardo da Vinci.
  • 3. III Apresentação Prezado acadêmico! Este livro didático foi desenvolvido pelas professoras Beatriz Dittrich Schmitt e Giandra Anceski Bataglion. A professora Beatriz possui graduação nocursodeLicenciaturaemEducaçãoFísica,obtidapelaUniversidadeFederal de Santa Catarina, mestrado na área da Educação Física, pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro e atualmente cursa doutorado em Ciências do Movimento Humano pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. A professora Giandra possui graduação no curso de Licenciatura em Educação Física e mestrado em Educação Física, ambos pela Universidade Federal de Santa Catarina. Didaticamente, este livro será organizado em três unidades que atendem à ementa da disciplina, que preconiza que sejam apresentados conceitos básicos sobre fundamentos antropométricos e morfológicos para avaliação visando à melhoria do condicionamento físico, do rendimento e da qualidade de vida. Ao término dos estudos, espera-se que o acadêmico compreenda a importância das medidas e avaliações para a Educação Física, reconheça quais são as principais técnicas, instrumentos e testes físicos que são frequentemente utilizados pelos profissionais da área e estejam aptos a aplicá-las em sua atuação profissional. Para tanto, na Unidade 1, você aprenderá aspectos históricos e conceitos essenciais relacionados às medidas e avaliações, bem como sua aplicação prática. Na Unidade 2, o enfoque serão as técnicas e instrumentos utilizados no âmbito das medidas e avaliações na Educação Física, sobretudo, acerca das medidas antropométricas e medidas de composição corporal. Por fim, a Unidade 3 contempla assuntos relacionados aos testes de aptidão física relacionadas à saúde e ao desempenho atlético. Para tanto, serão abordados componentes como a força, a resistência, a velocidade, a potência, a flexibilidade, a agilidade, o equilíbrio e a coordenação. Bons estudos! Profa . Beatriz Dittrich Schimitt Profa . Giandra Anceski Bataglion
  • 4. IV UNI Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades em nosso material. Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto em questão. Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar seus estudos com um material de qualidade. Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – ENADE. Bons estudos! Olá acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você e dinamizar ainda mais os seus estudos, a Uniasselvi disponibiliza materiais que possuem o código QR Code, que é um código que permite que você acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar mais essa facilidade para aprimorar seus estudos! UNI
  • 5. V
  • 6. VI
  • 7. VII Sumário UNIDADE 1 - CINEANTROPOMETRIA............................................................................................ 1 TÓPICO 1 – INTRODUÇÃO ÀS MEDIDAS E AVALIAÇÕES....................................................... 3 1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 3 2 CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA............................................................................................. 3 3 DEFINIÇÕES: ANTROPOMETRIA E CINEANTROPOMETRIA.............................................. 5 4 APLICAÇÕES PRÁTICAS................................................................................................................... 7 4.1 APLICAÇÕES PRÁTICAS ANTIGAS........................................................................................... 7 4.2 APLICAÇÕES PRÁTICAS MODERNAS...................................................................................... 8 5 OBJETIVOS DAS MEDIDAS E AVALIAÇÕES NA EDUCAÇÃO FÍSICA............................... 12 RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 15 AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 17 TÓPICO 2 – CONCEITOS BÁSICOS: TESTAR, MEDIR E AVALIAR.......................................... 21 1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 21 2 CONCEITOS BÁSICOS: TESTAR, MEDIR E AVALIAR.............................................................. 21 2.1 TESTAR.............................................................................................................................................. 22 2.2 MEDIR................................................................................................................................................ 22 2.3 AVALIAR. ........................................................................................................................................... 23 3 TIPOS DE TESTES................................................................................................................................ 25 4 TIPOS DE MEDIDAS........................................................................................................................... 26 5 TIPOS DE AVALIAÇÃO...................................................................................................................... 27 5.1 VALORES DE REFERÊNCIA PARA AVALIAÇÃO. .................................................................... 28 RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 31 AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 33 TÓPICO 3 – SELEÇÃO DOS INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO.............................................. 37 1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 37 2 QUALIDADE DO TESTE.................................................................................................................... 38 2.1 PRINCIPAIS TIPOS DE VALIDADE. ............................................................................................. 40 2.1.1 Validade face ou lógica........................................................................................................... 42 2.1.2 Validade de conteúdo. ............................................................................................................. 42 2.1.3 Validade de constructo. ........................................................................................................... 43 2.1.4 Validade concorrente. .............................................................................................................. 43 2.1.5 Validade preditiva................................................................................................................... 43 2.1.6 Recursos estatísticos................................................................................................................ 43 2.2 PRINCIPAIS TIPOS DE REPRODUTIBILIDADE: CONSISTÊNCIA DAS MEDIDAS.......... 44 2.2.1 Teste-reteste.............................................................................................................................. 44 2.2.2 Instrumentos paralelos........................................................................................................... 44 2.2.3 Divisão do instrumento.......................................................................................................... 45 2.3 Erros de medida................................................................................................................................ 45 3 ASPECTOS PRÁTICOS........................................................................................................................ 48 4 ASPECTOS PEDAGÓGICOS............................................................................................................. 49 5 UTILIZAÇÃO DOS RESULTADOS.................................................................................................. 50
  • 8. VIII 6 OUTROS ASPECTOS RELEVANTES............................................................................................... 50 7 VISÃO GERAL....................................................................................................................................... 51 RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 53 AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 54 UNIDADE 2 - TÉCNICAS E INSTRUMENTOS................................................................................ 63 TÓPICO 1 – ALTURAS E MASSA CORPORAL................................................................................ 65 1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 65 2 ALTURAS................................................................................................................................................ 67 2.1 INSTRUMENTO............................................................................................................................... 69 2.2 ESTATURA........................................................................................................................................ 69 2.3 ALTURA TRONCO-CEFÁLICA............................................................................................. 71 3 MASSA CORPORAL............................................................................................................................ 72 3.1 INSTRUMENTO............................................................................................................................... 72 3.2 TÉCNICAS DE MENSURAÇÃO.................................................................................................... 73 3.3 PROCEDIMENTO............................................................................................................................ 74 4 ÍNDICE DE MASSA CORPORAL..................................................................................................... 74 RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 76 AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 77 TÓPICO 2 – DIÂMETROS, COMPRIMENTOS, PERÍMETROS E DOBRAS CUTÂNEAS.................................................................................................. 79 1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 79 2 DIÂMETROS.......................................................................................................................................... 80 2.1 INSTRUMENTO............................................................................................................................... 81 2.2 BIACROMIAL................................................................................................................................... 83 2.3 BICRISTA-ILÍACA............................................................................................................................ 84 2.4 BIEPICONDILAR DO FÊMUR....................................................................................................... 85 2.5 BIMALEOLAR.................................................................................................................................. 85 2.6 BIEPICONDILAR DO ÚMERO...................................................................................................... 86 2.7 BIESTILOIDE..................................................................................................................................... 87 3 COMPRIMENTOS................................................................................................................................ 88 3.1 INSTRUMENTOS............................................................................................................................. 89 3.2 MEMBROS INFERIORES................................................................................................................ 90 3.3 COXA. ................................................................................................................................................. 91 3.4 PERNA............................................................................................................................................... 92 3.5 MEMBROS SUPERIORES. ............................................................................................................... 92 3.6 BRAÇO............................................................................................................................................... 93 3.7 ANTEBRAÇO.................................................................................................................................... 94 4 PERÍMETROS ....................................................................................................................................... 95 4.1 INSTRUMENTOS............................................................................................................................. 97 4.2 COXA. ................................................................................................................................................. 97 4.3 PERNA............................................................................................................................................... 98 4.4 BRAÇO............................................................................................................................................... 99 4.5 ANTEBRAÇO.................................................................................................................................... 100 4.6 CINTURA. .......................................................................................................................................... 101 4.7 QUADRIL.......................................................................................................................................... 102 5 DOBRAS CUTÂNEAS.......................................................................................................................... 103 5.1 INSTRUMENTOS............................................................................................................................. 105 5.2 DOBRA TRICIPITAL........................................................................................................................ 105 5.3 DOBRA SUBESCAPULAR.............................................................................................................. 106 5.4 DOBRA SUPRAILÍACA.................................................................................................................. 107
  • 9. IX 5.5 DOBRA ABDOMINAL.................................................................................................................... 108 5.6 AXILAR MÉDIA............................................................................................................................... 109 5.7 COXA MÉDIA................................................................................................................................... 110 5.8 PANTURRILHA MEDIAL.............................................................................................................. 111 RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 112 AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 114 TÓPICO 3 – COMPOSIÇÃO CORPORAL.......................................................................................... 117 1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 117 2 MODELOS DE ANÁLISE.................................................................................................................... 118 3 FRACIONAMENTO DO PESO CORPORAL.................................................................................. 119 4 TÉCNICAS DE MEDIDA DA COMPOSIÇÃO CORPORAL....................................................... 121 4.1 TÉCNICAS INDIRETAS.................................................................................................................. 122 4.2 TÉCNICAS DUPLAMENTE INDIRETAS. .................................................................................... 124 4.3 APLICAÇÃO DE MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS................................................................. 125 4.3.1 Análise do perímetro da cintura............................................................................................ 125 4.3.2 Razão cintura/quadril............................................................................................................. 126 4.3.3 Índice de conicidade. ............................................................................................................... 127 5 EQUAÇÕES PREDITIVAS.................................................................................................................. 127 5.1 DENSIDADE CORPORAL.............................................................................................................. 128 5.2 GORDURA RELATIVA.................................................................................................................... 129 5.3 GORDURA ABSOLUTA.................................................................................................................. 130 5.4 MASSA MAGRA.............................................................................................................................. 130 RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 131 AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 133 UNIDADE 3 - TESTES FÍSICOS........................................................................................................... 141 TÓPICO 1 – INTRODUÇÃO À APTIDÃO FÍSICA.......................................................................... 143 1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 143 2 CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DOS TESTES FÍSICOS.................................................. 146 3 A IMPORTÂNCIA E OS OBJETIVOS DA AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA................... 149 RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 151 AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 153 TÓPICO 2 – DEFINIÇÃO DAS CAPACIDADES MOTORAS RELACIONA DAS AOS COMPONENTES DA APTIDÃO FÍSICA........................................................................................... 157 1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 157 2 CONCEITOS BÁSICOS....................................................................................................................... 159 RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 164 AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 165 TÓPICO 3 – DESCRIÇÃO DOS TESTES FÍSICOS........................................................................... 169 1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 169 2 DESCRIÇÃO DE TESTES FÍSICOS.................................................................................................. 171 2.1 TESTES DE RESISTÊNCIA CARDIORRESPIRATÓRIA . ........................................................... 171 2.2 TESTES DE FORÇA/RESISTÊNCIA.............................................................................................. 173 2.3 TESTES DE FLEXIBILIDADE......................................................................................................... 177 2.4 TESTES DE VELOCIDADE............................................................................................................. 182 2.5 TESTES DE POTÊNCIA................................................................................................................... 185 2.6 TESTES DE AGILIDADE................................................................................................................. 187 2.7 TESTES DE EQUILÍBRIO................................................................................................................ 188
  • 10. X 3 RESULTADOS DOS TESTES FÍSICOS............................................................................................ 190 RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 193 AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 195 REFERÊNCIAS.......................................................................................................................................... 199
  • 11. 1 UNIDADE 1 CINEANTROPOMETRIA OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM A partir do estudo dessa unidade, você será capaz de: • conhecer aspectos históricos sobre as medidas e avaliações; • conceituar o que é antropometria e cineantropometria; • reconhecer a importância do planejamento; • compreender as principais fases do planejamento; • conhecer os objetivos das medidas e avaliações na educação física; • definir o que é testar, medir e avaliar; • diferenciar e conceituar os diferentes tipos de avaliação (diagnóstica, for- mativa, somativa); • estudar os valores de referência para avaliação (baseado por norma ou por critério); • aprender como selecionar os instrumentos de avaliação; • reconhecer a qualidade do teste (validade, reprodutibilidade e objetivida- de), aspectos práticos (viabilidade e a economia), aspectos pedagógicos (facilidade de entendimento e motivação) e a utilização dos resultados (es- pecificidade e prescrição); • estudar os tipos de validade: validade face ou de lógica, validade de con- teúdo, validade de constructo, validade concorrente e validade preditiva; • estudar a consistência das medidas: teste-reteste, instrumentos paralelos, divisão do instrumento. • estudar os diferentes tipos de erros de medida. PLANO DE ESTUDOS Essa unidade está dividida em três tópicos. No final de cada um deles você encontrará atividades que reforçarão o seu aprendizado. TÓPICO 1 – INTRODUÇÃO ÀS MEDIDAS E AVALIAÇÕES TÓPICO 2 – CONCEITOS BÁSICOS: TESTAR, MEDIR E AVALIAR TÓPICO 3 – SELEÇÃO DOS INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO
  • 12. 2
  • 13. 3 TÓPICO 1 UNIDADE 1 INTRODUÇÃO ÀS MEDIDAS E AVALIAÇÕES 1 INTRODUÇÃO Na área da Educação Física, os professores podem atuar em diferentes campos, sendo alguns deles na educação física escolar, no treinamento esportivo, nasacademiasenosclubescomasmaisvariadasmodalidadesesportivas(DANTAS, 2009; OLIVEIRA, 2011). Além dessas modalidades, ainda há a possibilidade de atuação como personal trainer, com arbitragem e com pesquisas científicas. Independentemente do contexto em que o profissional opte por trabalhar, há especificidades que são comuns a todos. Em todos esses contextos de atuação, os profissionais da área devem se valer de estratégias para averiguar se a proposta de trabalho está atingindo os objetivos a que se propõem. Neste sentido, para auxiliar os profissionais em sua atuação profissional, surgem as técnicas de medidas e avaliações. Essas técnicas de medir e avaliar são historicamente antigas e, cada vez mais, têm sofrido aperfeiçoamento teórico. Esse aprofundamento teórico deu origem a dois termos distintos relacionados às medidas e avaliações: a antropometria e a cineantropometria. Essa prática tão antiga continua sendo frequentemente utilizada pelos profissionais. AolongodoTópico1seráapresentadaumabrevecontextualizaçãohistórica sobre as medidas e avaliações, em seguida, a definição de dois termos essenciais para o estudo das medidas e avaliações: antropometria e cineantropometria. E, além disso, serão enfatizadas as diversas possibilidades de atuação prática em medidas e avaliações, tanto nas sociedades antigas como nas sociedades modernas, e também serão identificados os objetivos relacionados às medidas e avaliações de forma generalizada. 2 CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA Aspectos relacionados às medidas e avaliações são historicamente antigos, ainda que com o passar dos anos as formas e os critérios de avaliação tenham se modernizado. Os registros históricos indicam que é antiga a preocupação do homem em mensurar seu corpo (FRANÇA; VÍVOLO, 1998). Essa necessidade surgiu desde os primórdios da humanidade, quando o ser humano lutava por sua sobrevivência.
  • 14. UNIDADE 1 | CINEANTOPOMETRIA 4 Para Velho et al. (1993), na Pré-história os homens primitivos apresentavam características corporais que os auxiliavam na sobrevivência, sobretudo baseadas no ataque e na defesa. Apesar disso, não há evidências que indiquem a existência de métodos de treinamento ou indícios de que o homem percebia “proporções” ou características corporais que lhe garantiam a sobrevivência. Na Antiguidade, na Grécia, a educação da juventude se relacionava com a preparação física e, assim, a robustez e o endurecimento do corpo eram o propósito de preparação para guerras e conquistas (MARTINS; WALTORTT, 2009). Para os autores Martins e Waltortt (2009), já é possível perceber que nesse período havia uma preocupação com as formas e as proporções corporais a fim de possibilitar vencer guerras e conquistas. Os egípcios, por exemplo, forneceram dados antropométricos curiosos, relacionados à proporção entre a parte e todo o corpo. Na antiguidade clássica há referências que ressaltavam qual era o tipo ideal para o atleta olímpico. E, com o passar dos anos, novos estudos foram desenvolvidos e deixaram em evidência a importância da antropométrica para a atividade humana (FRANÇA; VÍVOLO, 1998). Para Martins e Waltortt (2009), inicialmente, os seres humanos elaboram formas de atribuir medidas aos segmentos corporais a fim de estabelecer padrões de proporcionalidade necessários às manifestações da arte em esculturas, desenhos e pinturas. As medidas dos segmentos corporais passaram a ser vistas como um meio importante e necessário ao entendimento das diferentes características do homem, em suas diversas apresentações raciais. Foi-se percebendo que o homem realmente se diferencia entre si, enquanto indivíduo e enquanto agrupamento humano (raças, etnias, culturas), a partir da instituição da necessidade científica de mensurar e estudar os segmentos corporais (MARTINS; WALTORTT, 2009). As antigas civilizações da Índia, Grécia e Egito foram as pioneiras no uso das dimensões corporais como primeiro padrão de medida, quando então se tentava estabelecer o perfil das proporções do corpo humano (PETROSKI, 1995 apud MARTINS; WALTORTT, 2009). De acordo com Michels (2000), nos livros sagrados do Velho Testamento, no Talmude Babilônico e no Midrashin já havia referências à forma, proporções e estaturas do corpo humano. Existem alguns registros históricos que sugerem alguns períodos iniciais que impulsionaram as medidas e avaliações. QUADRO 1 – MARCOS HISTÓRICOS RELACIONADOS ÀS MEDIDAS E AVALIAÇÕES Tipo de medida Período Medidas antropométricas 1860 a 1890 Medidas de força 1880 a 1910 Medidas cardiovasculares 1900 a 1925
  • 15. TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO ÀS MEDIDAS E AVALIAÇÕES 5 FONTE: As autoras Como foi visto, a preocupação dos homens mensurarem o corpo é antiga. Contudo, pode-se dizer que a antropometria e a cineantropometria foram sistematizadas há pouco tempo. E desde as utilizações iniciais de formas e proporcionalidades do corpo humano, ocorreram inúmeros avanços não só nas técnicas utilizadas para mensurar, mas também nos instrumentos criados para efetuar as mensurações do corpo humano. 3 DEFINIÇÕES: ANTROPOMETRIA E CINEANTROPOMETRIA Nesse cenário, nos deparamos com duas terminologias distintas. Há a antropometria e há a cineantropometria. A palavra “antropometria” possui origem grega. Assim, anthropo identifica “homem” e metry significa “medida”. A antropometria consiste na avaliação das dimensões físicas e da composição global do corpo humano. Velho et al. (1993) complementam que a antropometria serve para determinação objetiva dos aspectos referentes ao desenvolvimento do corpo humano, assim como para determinar as relações existentes entre físico e performance. Há outras definições da palavra, que serão apresentadas a seguir para melhor compreensão do que é antropometria. Para Michels (2000), a antropometria pode ser definida como a parte da antropologia que estuda as proporções e medidas do corpo humano. E para Martins e Waltortt (2009), a antropometria destina-se à medição dos segmentos corporais (MARTINS; WALTORTT, 2009). E a palavra “cineantropometria”, também de origem grega, deriva de kines, que significa “movimento”, anthropo, que significa homem, e metry, que significa “medida”. Esse termo possui maior amplitude conceitual e, por isso, sugere o uso da medida no estudo do tamanho, da forma, da proporcionalidade, da composição, da maturação e da função geral do corpo humano. A cineantropometria nos auxilia a entender o movimento humano no contexto de crescimento, de atividade física, exercício físico, desempenho e nutrição. Medidas de habilidade motora 1900 a 1920 Medidas sociais 1920 Medidas de habilidade esportiva específica 1920 Período da avaliação 1920 Período do conhecimento 1940 Conceito de aptidão física 1940
  • 16. UNIDADE 1 | CINEANTOPOMETRIA 6 Salienta-se que a antropometria é fundamental, mas a cineantropometria é mais abrangente e atual (MARTINS; WALTORTT, 2009). Assim, apresenta-se no Quadro 3 a importância dessas duas áreas de estudos. No referido quadro, as palavras grifadas em negrito representam a contribuição da antropometria para a cineantropometria. QUADRO 2 – A IMPORTÂNCIA DA ANTROPOMETRIA E DA CINEANTROPOMETRIA Identificação Especificação Aplicação Relevância Cineantropometria Para o estudo do homem: Para ajudar o entendimento: Com aplicações para: Mensuração do movimento humano Tamanho * Forma * Proporção * Composição * Maturação Função Crescimento Exercício Performance Estado nutricional Educação Medicina Governo Trabalho Esportes LEGENDA: * – representam a contribuição da antropometria para a cineantropometria. FONTE: Roos e Marfell-Jones (1991) apud Martins e Waltortt (2009) Os estudos dos aspectos físicos e morfológicos dos seres humanos são conteúdos de interesse da Educação Física, das ciências do esporte, da antropologia física, da biologia humana, da gerontologia, da ergonometria (MARTINS; WALTORTT, 2009). Então, pode-se dizer que todas essas áreas contribuíram para o aperfeiçoamento da antropometria e cineantropometria. UNI UNI A antropometria detém importância nos estudos do homem, e a partir dela é que se pode diversificar e complementar os estudos através da história. Os estudos da composição corporal são possíveis a partir de técnicas de medidas advindas da antropometria (MARTINS; WALTORTT, 2009). Atualmente, a cineantropometria é uma disciplina que compõe a grade curricular de muitos cursos de Educação Física no Brasil. Essa disciplina surgiu com o intuito de substituir as disciplinas denominadas de “antropometria” e “biometria”.
  • 17. TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO ÀS MEDIDAS E AVALIAÇÕES 7 4 APLICAÇÕES PRÁTICAS Em razão de as medidas e avaliações serem um recurso utilizado desde as sociedades mais antigas, é possível compreender que com o passar dos anos ocorreram diversos aperfeiçoamentos no que concerne às técnicas de medidas e suas aplicações práticas até as sociedades modernas. Por essa razão, serão apresentados alguns exemplos que ilustram aplicações práticas das medidas e avaliações tanto nas sociedades antigas como nas sociedades modernas. 4.1 APLICAÇÕES PRÁTICAS ANTIGAS Nas sociedades antigas, os dados antropométricos foram muito utilizados. Como já foi mencionado anteriormente, as proporções humanas eram utilizadas nas obras de arte (esculturas, desenhos e pinturas). Além disso, também eram utilizadas para a confecção de ferramentas e outros utensílios que auxiliassem na realização das atividades dos trabalhadores. Outro exemplo que revela o uso das medidas e avaliações foi durante a escravidão. Os compradores de escravos poderiam avaliar a estatura, o peso, entre outras características para definir qual escravo seria comprado. Essa mesma lógica poderia ser aplicada aos gladiadores, que, muitas vezes, eram comprados como escravos. Contudo, a forma de utilização mais importante relacionada às medidas e avaliações é a utilização do corpo humano como referência de medidas. Frequentemente, as sociedades antigas mediam distâncias utilizando os dedos polegares, ou a palma da mão ou as plantas dos pés. Essas unidades de medida eram denominadas de polegadas, de palmos e de pés, respectivamente. Faz-se necessário explicar que a medida denominada polegada se refere ao comprimento do dedo médio. A medida denominada palmos se refere à distância da extremidade do polegar até a extremidade do dedo mínimo com a palma da mão aberta. E a medida denominada pés se refere ao comprimento da palma do pé. Para a realização dessas três medidas mencionadas (polegadas, palmos e pés) não era necessário instrumento específico, bastava o indivíduo fazer uso de seus segmentos corporais. Um exemplo: a unidade de medida polegadas foi frequentemente utilizada pelos egípcios, entre os séculos XXXV e XXII a.C. Estimava-se que a estatura de um ser humano “ideal” deveria corresponder a 19 vezes a medida da polegada. Já para os gregos, estimava-se que a estatura de um ser humano “ideal” deveria corresponder a oito vezes a altura da cabeça do indivíduo. Essas estimativas foram elaboradas a partir de métodos de observação.
  • 18. UNIDADE 1 | CINEANTOPOMETRIA 8 Outro exemplo da utilização da unidade de medida com base em segmentos corporais foi para efetuar as medidas de um terreno. Para estabelecer as medidas de largura e de comprimento de um terreno era possível contabilizar a quantidade de pés necessários para percorrer as extremas do terreno. Assim, um terreno poderia medir 405 pés de largura por 300 pés de comprimento. Essas medidas eram muito utilizadas e, de certa forma, é possível utilizá- las ainda na atualidade, apesar de não ser uma prática comum no Brasil. É sabido que as unidades de medida evoluíram ao longo dos anos e, por conseguinte, instrumentos de medida foram criados para auxiliar nas medições. Na atualidade, os brasileiros utilizam unidades de medidas baseadas em centímetros (cm), metros (m) e quilômetros (km). As medidas em centímetros, metros e quilômetros podem facilmente ser transformadas em polegadas, palmos e pés, por meio do uso de um sistema equivalente. Apresentam-se na Figura 1 as unidades de medidas polegada, palmo e pé com os valores atribuídos em centímetros. FIGURA 1 – SISTEMA DE UNIDADE DE MEDIDAS: POLEGADA, PALMO E PÉ EM CENTÍMETROS Unidade de medida Centímetros (cm) 1 polegada 1,54 1 palmo 22,86 1 pé 30,48 Nos dias atuais, o tamanho da tela de uma televisão, por exemplo, continua sendo medido com base nas polegadas. Assim, há aparelhos televisores com tamanhos diversificados, sendo: 14, 32, 49 ou 85 polegadas. 4.2 APLICAÇÕES PRÁTICAS MODERNAS Nas sociedades modernas, os dados antropométricos continuam sendo muito utilizados. Às vezes, pode lhe parecer que os termos antropometria ou cineantropometria designam um conteúdo novo, com o qual você talvez não se tenha deparado antes. Contudo, vale ressaltar que possivelmente o termo lhe seja uma novidade, mas certamente você conhece muitos contextos que fazem uso frequente do conhecimento da antropometria ou cineantropometria. UNI Alguns países continuam utilizando as unidades de medida polegadas e pés. As polegadas ainda são utilizadas pelas nações anglófonas. E os pés são medidas utilizadas pelo Reino Unido e Estados Unidos da América. FONTE: As autoras
  • 19. TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO ÀS MEDIDAS E AVALIAÇÕES 9 Na sequência, veremos alguns exemplos onde são aplicadas as medidas e avaliações. Na Figura 2 apresenta-se o panorama geral dos exemplos que serão abordados neste subtópico. FIGURA 2 – PANORAMA GERAL DAS APLICAÇÕES PRÁTICAS MODERNAS DAS MEDIDAS E AVALIAÇÕES FONTE: As autoras → Indústria automobilística: As empresas que planejam o design interno dos automóveis fazem uso das medidas. Muitos dos automóveis são idealizados por uma empresa e posteriormente são fabricados em lojas localizadas em diferentes países. Ou seja, os automóveis são vendidos em países distintos e, assim, os compradores dos automóveis possuem diversas nacionalidades e características corporais diferentes. Por exemplo, atualmente os carros possuem ajustes de elevação de bancos, de volantes, dos cintos de segurança; além de inclinação dos espelhos e retrovisores. Todos esses aspectos foram pensados em proporcionar que os motoristas e passageiros estejam confortáveis e seguros no momento da condução do veículo. → Indústria da beleza: A indústria da beleza também se utiliza das medidas com a finalidade de lançaredefinirpadrões.Parailustrar,recorre-seaocasodostradicionaisconcursosde beleza, que medem altura, peso, circunferência de quadril e de cintura das candidatas a Miss Universo ou Miss Brasil. Outra vertente dos concursos de beleza, essa tendo sua prática mais atual, são os concursos de beleza Plus Size, que privilegiam corpos de candidatas que não atendem à “ditadura” da beleza, são, portanto, corpos com características corporais contrárias à magreza. Os estereótipos das candidatas nos dois contextos de concursos de beleza são diferentes. No primeiro, de forma geral são contempladas candidatas preferencialmente com pernas longas, cintura fina e reduzido peso corporal e percentual de gordura. Já no segundo, são candidatas que apresentam cintura não tão fina e peso corporal e percentual de gordura aumentado. Atenta-se ao fato de que ao longo dos anos os padrões de beleza se modificam com as alterações da sociedade. Na Grécia antiga, devido aos ideais heroicos da época e ao culto aos deuses, os padrões de beleza cultuavam o corpo belo, forte e esbelto (inspirado nos atletas olímpicos). Já na Idade Média era considerada bela e saudável
  • 20. UNIDADE 1 | CINEANTOPOMETRIA 10 a mulher que possuía quadris largos, em sinal de que apresentaria facilidade durante o parto de seus filhos. → Indústria da moda: Frequentemente, as indústrias de roupas fazem uso dessas medidas antropométricasdapopulação.Afinal,naconfecçãoderoupasecalçadosénecessário reconhecer os tamanhos (peso, altura, comprimentos dos segmentos corporais) dos possíveis consumidores desses produtos, de modo que lhes sirvam ao corpo. Por exemplo, a média de estatura da população chinesa é diferente da média brasileira e, por isso, quando as roupas dos brasileiros são importadas da China, é comum haver alterações no tamanho. Assim, se o indivíduo utiliza roupas de tamanho “Médio” fabricadas no Brasil, é possível que utilize tamanho “Grande” das roupas fabricadas na China. Mas é importante mencionar que no próprio Brasil pode haver diferenças no tamanho das roupas, a depender dos valores de referência adotados pela empresa fabricante. Isso ocorre porque, geralmente, os valores de referência utilizados são a média da população geral. É possível exemplificar esse fato ilustrando que a média da população chinesa apresenta manequins menores do que a população americana ou alemã. Isso explica porque, quando algumas pessoas viajam do Brasil para os Estados Unidos da América, percebem que há diferenças nos tamanhos das roupas e dos calçados. Para exemplificar essa questão dos valores de referências, na Figura 3 são apresentados dados sobre o estado nutricional relacionado ao perfil antropométrico da população brasileira de mulheres idosas em cada região do país. FIGURA 3 – PERFIL DO ESTADO NUTRICIONAL DE MULHERES IDOSAS BRASILEIRAS EM CADA REGIÃO DO PAÍS Regiões Número Estado Nutricional (%)** Magreza Adequado Sobrepeso I Sobrepeso II e III Norte 266 9,6 43,9 33,4 13,1 Nordeste 654 11,9 50,7 26,5 10,9 Urbano 373 8,4 48,7 28,5 14,4 Rural 281 17,6 54 23,1 5,3 Sudeste 550 6,5 37,3 34,3 21,9 Urbano 292 5,7 35,2 35,8 23,3 Rural 258 11,2 50,8 24,5 13,5 Sul 488 6,1 35,5 35,1 23,3 Urbano 273 6,4 34,4 36,0 23,2 Rural 215 5,3 38,7 32,3 23,7 Centro-Oeste 291 11,6 42,6 34,4 11,4 Urbano 169 9,3 41,7 37 12,0 Rural 122 18,6 45,6 26,4 9,4 Brasil 2.249 8,4 41,4 32,0 18,2 Urbano 1.373 6,8 38,9 34,0 20,3
  • 21. TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO ÀS MEDIDAS E AVALIAÇÕES 11 FONTE: Tavares; Anjos (1999) As profissões de alfaiate e costureira mostram com reverência a aplicação prática das medidas. Para confeccionar uma roupa para um indivíduo é preciso mensurar seus segmentos corporais. No caso da confecção de ternos, é necessário mensurar o comprimento e o diâmetro dos membros superiores, bem como aferir a circunferência da cintura, o comprimento e o diâmetro dos membros inferiores. → Produção de móveis: A mesma lógica se repete na indústria dos móveis. Em móveis comprados em lojas populares que não confeccionam a mobília sob medida, é comum constatar que pessoas com estatura elevada sofrem prejuízos posturais com a altura das pias de cozinha, que tendem a ser baixas. Assim, para realizar tarefas básicas para limpeza da residência, esses indivíduos se sujeitam à má postura para se ajustarem à altura da pia. Ou ainda, no caso de indivíduos com nanismo, eles precisam adaptar a residência para atender às suas necessidades diárias com base na estatura. Neste caso, os móveis prontos, muitas vezes, adotam valores de referência que não lhes atenderão. → Equipamentos eletrônicos: As aplicações práticas das medidas em equipamentos eletrônicos também são evidentes. As empresas que planejam o design externo dos telefones celulares e tablets os fabricam com opções de tamanho e teclados diferentes. Com isso, além de atender aos interesses estéticos dos compradores desses produtos, permitam que tenham opções de tamanhos menores ou maiores, que melhor se ajustem ao tamanho de suas mãos e dedos. → Ciências da saúde: É notável a aplicação prática das medidas e das avaliações na área de conhecimento das ciências da saúde. Em especial, na medicina e na educação física. Rotineiramente, os médicos utilizam as medidas e as avaliações para acompanhar o crescimento da barriga das gestantes, para acompanhar o desenvolvimento do bebê desde a barriga da mãe até os primeiros anos de vida. Já a educação física, foco de interesse principal para nós, ao longo dos anos tem se apropriado das medidas e avaliações de modo que sua aplicação se tornou fundamental não só no contexto escolar, mas também no esporte de participação e esporte de alto rendimento, portanto, é fundamental aos profissionais da área reunir informações sobre medidas e avaliações. Rural 876 13,7 50,0 25,3 11,0 * IMC - Kg/m² ** Magreza (todas as formas - IMC < 18,5); adequado (18,5 < IMC < 25,0); sobrepeso I (25,0 < IMC < 30,0); sobrepeso II e III (IMC > 30,0)
  • 22. UNIDADE 1 | CINEANTOPOMETRIA 12 Nota-se que a aplicação prática das medidas e das avaliações na educação física é abrangente. Assim, na educação física escolar utilizam-se as medidas e as avaliações para acompanhar os processos de crescimento e desenvolvimento dos alunos. Tanto nas escolas como nos clubes é possível utilizar as medidas e as avaliações para identificar possíveis talentos em determinadas modalidades esportivas, como o atletismo e a natação, pois há um ideal de corpo atlético de forma geral. Já no atletismo almejam-se atletas com pernas longas para corredores e, na natação, atletas de estatura alta e envergadura elevada são requisitos desejáveis para a otimização do desempenho na água. Já para os atletas de rugby, as exigências são diversificadas, pois procuram-se atletas velozes e outros atletas fortes de modo a cumprir as diferentes funções da modalidade. Destaca-se que essa lógica não se repete nas modalidades esportivas adaptadas para pessoas com deficiências. Nas academias, muitos aparelhos possuem regulagens que podem ser ajustadas conforme a altura, a envergadura, o comprimento de membros superiores e inferiores dos alunos matriculados. Esses ajustes são feitos para garantir maior conforto e segurança durante a execução do exercício físico realizado nos aparelhos. Emalgunsesportes,comonocasodaslutas,épossívelutilizarcaracterísticas antropométricas (peso) para inserir os lutadores nas categorias da modalidade (exemplos de algumas categorias: mosca, galo, pena, leve, médio, meio pesado, pesado, entre outras). Além desses, há equipamentos esportivos que podem melhorar a performance do atleta. Isso é observado nas modalidades esportivas convencionais e nas modalidades de esportes adaptados para pessoas com deficiência. Para ilustrar exemplos de equipamentos esportivos que podem melhorar o desempenho esportivo, citam-se os ajustes possíveis às bicicletas (como a altura do banco), o tamanho da vara utilizada nos saltos do atletismo (salto com vara), a evolução das roupas utilizadas na natação. Além dessas, ressaltam-se as chuteiras e tênis, que tendem a efetuar ajustes conforme o tipo de pisada do indivíduo (pisada pronada, supinada ou normal), e o tamanho e o peso da bola que, em algumas modalidades, se diferenciam para homens e mulheres. No que se refere às diferenciações entre homens e mulheres no esporte, destaca-se que há outros, como o tamanho da quadra, o tamanho do gol e a altura da rede. 5 OBJETIVOS DAS MEDIDAS E AVALIAÇÕES NA EDUCAÇÃO FÍSICA O planejamento é uma exigência que, no dia a dia, se impõe em todas as atividades humanas. Consiste na previsão inteligente e bem calculada de todas as etapas do trabalho, de modo a tornar as medidas e avaliações seguras, econômicas e eficientes (CARVALHO, 1984; NÉRECI, 1989; NÉRECI, 1993).
  • 23. TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO ÀS MEDIDAS E AVALIAÇÕES 13 Existem algumas questões gerais que podem ser inseridas no planejamento, a saber: → O que deve ser verificado e avaliado? → Para que serão utilizadas essas informações? → Quais meios de avaliação estão à disposição? → Quais são os meios mais econômicos? → Será necessário auxílio externo? → Como será feita a análise dos resultados? Todas essas questões são válidas para reforçar a importância de um bom planejamento. Além disso, os objetivos também se relacionam diretamente com o planejamento. Entre eles destaca-se o interesse em conduzir os alunos para os objetivos desejados e planejar as atividades conforme as características dos alunos (NÉRECI, 1993). Há duas fases iniciais importantes para a realização do planejamento, a saber: conhecer o público-alvo e estabelecer os objetivos (Figura 4). FIGURA 4 – FASES INICIAIS IMPORTANTES PARA A REALIZAÇÃO DO PLANEJAMENTO FONTE: As autoras Para a elaboração do planejamento, primeiramente deve-se conhecer o público-alvo com quem se trabalhará. É sabido que a educação física é uma ampla área de atuação e, assim, os alunos podem estar inseridos na escola, nas academias, nos clubes, nos locais de trabalho (ginástica laboral), nos ginásios, nas colônias de férias, nos hotéis, entre outros. O atendimento poderá ser individualizado ou coletivo. Essas informações serão necessárias para o planejamento do plano de trabalho na educação física. Para estabelecer os objetivos das medidas e avaliação na educação física, deve-se considerar os seguintes elementos: → Acompanhar o processo de crescimento e desenvolvimento dos alunos. → Avaliar o estado dos indivíduos ao iniciar um programa de exercícios. → Detectar limitações físicas, fraquezas ou deficiências. → Auxiliar o indivíduo na escolha de uma atividade física que, além de motivá-lo, possa desenvolver aptidões. FASES DO PLANEJAMENTO FONTE: As autoras CONHECER O PÚBLICO-ALVO ESTABELECER OBJETIVOS
  • 24. UNIDADE 1 | CINEANTOPOMETRIA 14 Além disso, os objetivos das medidas e avaliação permitem ao profissional unir os estudantes em grupos de instrução ou de treinamentos de acordo com suas habilidades, a fim de localizar e nivelar a turma. Também servem para estimular e motivar os alunos que podem receber a avaliação de seu desempenho. E, ainda, justificar as ações realizadas durante o programa de treinamento. Os objetivos das medidas e da avaliação também são importantes para evitar lesões do aluno/atleta, ao escolher corretamente qual será a atividade a ser executada, bem como ajustar corretamente os aparelhos utilizados, evitando prejuízos à saúde do indivíduo. Um exemplo fácil de perceber é ajustar a altura do banco da bicicleta de modo que se vise evitar a lesão no joelho. → Acompanhar o progresso do indivíduo. → Desenvolver programas de promoção da saúde na escola. → Selecionar talentos para integrar equipes de competição. → Estabelecer e reajustar programa de treinamento. → Desenvolver pesquisas na área da educação física. UNI Ter clareza dos objetivos é extremamente importante durante todo o processo de medidas e avaliações. Se os profissionais têm claro quais são seus objetivos, torna-se possível elaborar estratégias para alcançá-los de fato.
  • 25. 15 Nesse tópico você viu que: • O interesse dos seres humanos por medidas antropométricas é antigo, mas ao longo dos anos se modernizou. • O termo “antropometria” (origem grega) quer dizer: anthropo identifica “homem” e metry significa “medida”. • O termo “cineantropometria” (origem grega) quer dizer: kines significa “movimento”, anthropo significa homem e metry significa “medida”. • Inicialmente, as medidas antropométricas eram utilizadas em esculturas, desenhos e pinturas, de modo a representar as características dos seres humanos. • A partir dos dados antropométricos foi possível constatar que as características de um indivíduo variam quando comparadas com ele mesmo ou com indivíduos de outros sexos, raças, etnias e culturas. • Percebeu-se que há inúmeras possibilidades de aplicações práticas relacionadas às medidas e avaliações. • Atualmente, os dados antropométricos são muito utilizados pelas sociedades modernas, por exemplo, a indústria da moda na produção de roupas e calçados. • Geralmente, os valores de referência utilizados pela indústria da moda são a média da população geral. Acrescenta-se que cada população (etnia, nacionalidade etc) possui suas próprias medidas. • Assimilar a aplicação prática das medidas e das avaliações. • A educação física utiliza as medidas e avaliações nos seus variados contextos (esporte na escola, esporte de participação e esporte de alto rendimento) e nas atividades físicas em geral. • Os profissionais devem se valer de planejamento a fim de tornar as medidas e avaliações seguras, econômicas e eficientes. • As duas fases iniciais importantes para a realização do planejamento são: conhecer o público-alvo e estabelecer os objetivos desejados. • Conhecer o público-alvo com quem se trabalhará implica identificar o contexto em que se atua (escola, academia etc.) e reconhecer as características peculiares dos alunos. RESUMO DO TÓPICO 1
  • 26. 16 ● Os objetivos das medidas e avaliação são: acompanhar o processo de crescimento e desenvolvimento dos alunos; avaliar o estado do indivíduo ao iniciar um programa de exercícios; detectar limitações físicas; auxiliar o indivíduo na escolha de uma atividade física que, além de motivá-lo, possa desenvolver aptidões; acompanhar o progresso do indivíduo; desenvolver programas de promoção da saúde na escola; selecionar talentos para integrar equipes de competição; estabelecer e reajustar programa de treinamento; desenvolver pesquisas na educação física.
  • 27. 17 1 A educação física é uma área com ampla possibilidade de atuação profissional. Isso quer dizer que há inúmeros campos de atuação que podem ser ocupados. Neste sentido, cite três campos: ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________. 2 Considerando o papel das técnicas de medidas e avaliações no campo profissional da educação física, explique com suas palavras qual é a importância das técnicas de medidas e avaliações para os profissionais. ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ 3 Leia atentamente as frases a seguir e marque V para aquelas que forem Verdadeiras e F para as Falsas. ( ) As técnicas de medidas e avaliação iniciaram somente durante a Primeira Guerra Mundial, a fim de fornecer melhorias e ajustes nos equipamentos dos soldados. Assim, todas as técnicas de medidas e avaliação são recentes. ( ) Ao longo de muitos anos, as técnicas de medidas e avaliação foram aperfeiçoadas. ( ) Há dois conceitos fortemente atrelados às medidas e avaliações, que são: antropometria e cineantropometria. ( ) As técnicas de medidas e avaliações auxiliam os profissionais da educação física a verificar se o plano de trabalho está atingindo os resultados esperados pelos alunos. Na sequência, assinale a alternativa correta: a) ( ) F – V – V – V. b) ( ) V – V – F – F. c) ( ) V – F – V – F. d) ( ) F – V – F – V. e) ( ) F – F – F – V. 4 No que se refere à história das medidas e avaliações, reconhece-se que são historicamente antigas, apesar de terem se modernizado ao longo dos anos. Leia atentamente as assertivas a seguir e assinale a alternativa correta. AUTOATIVIDADE
  • 28. 18 a) ( ) Os registros históricos não revelam a preocupação do homem em mensurar seu corpo. b) ( ) Os gregos forneceram dados antropométricos curiosos sobre a proporcionalidade entre o corpo todo e suas partes. c) ( ) Há registros que revelam que as medidas e avaliações eram usadas para caracterizar qual era o tipo ideal para o atleta olímpico. d) ( ) Atualmente, ainda não se tem certezas sobre a importância da antropometria para a atividade humana. e) ( ) As medidas e avaliações foram utilizadas pelas sociedades antigas, apesar de não serem mais utilizadas pelas sociedades modernas. 5 O planejamento é uma prática presente em todas as atividades humanas. A definição de objetivos se insere no planejamento do plano de trabalho. No que concerne ao planejamento e aos objetivos, assinale a alternativa correta: a) ( ) Cabe aos objetivos do planejamento detectar limitações físicas e selecionar talentos para integrar equipes de competição. b) ( ) O planejamento não almeja conduzir os alunos para os objetivos desejados e planejar as atividades conforme as características dos alunos. c) ( ) As fases iniciais importantes para o planejamento são: conhecer o público- alvo e conhecer os materiais disponíveis. d) ( ) Avaliar o estado dos indivíduos ao iniciar um programa de exercícios e acompanhar o processo de crescimento e desenvolvimento dos alunos deixaram de ser objetivos das medidas e avaliações na Educação Física. e) ( ) O planejamento é insuficiente para tornar as medidas e avaliações seguras, econômicas e eficientes. 6 Tendo em vista as diversas aplicações práticas das medidas e avaliações, cite pelo menos um exemplo onde as medidas e avaliações são utilizadas nas sociedades modernas, e explique-as. ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ 7 A educação física se apropria das medidas e avaliações de modo que sua aplicação se tornou fundamental nas escolas, nos clubes e nas academias. No que tange às aplicações práticas das medidas e das avaliações na área de conhecimento da educação física, assinale a alternativa representa uma aplicação prática incabível para os professores e profissionais da educação física. a) ( ) Acompanhar o crescimento da barriga de gestantes durante as aulas de educação física. b) ( ) Acompanhar os processos de crescimento e desenvolvimento dos alunos durante as aulas de educação física.
  • 29. 19 c) ( ) Diagnosticar possíveis talentos esportivos a partir do desempenho e características que alguns alunos expressam nas aulas de educação física. d) ( ) Regular a altura do banco de um aparelho disponível na academia para obter maior conforto e segurança durante a execução do exercício físico sistematizado. e) ( ) Desenvolver e aperfeiçoar equipamentos esportivos que otimizem a performance do atleta.
  • 30. 20
  • 31. 21 TÓPICO 2 CONCEITOS BÁSICOS: TESTAR, MEDIR E AVALIAR UNIDADE 1 1 INTRODUÇÃO A educação física é uma área do conhecimento que se preocupa em avaliar os indivíduos de modo a auxiliá-los na prática de atividades físicas. Durante um programa de intervenções ocorrerão modificações no corpo do aluno e caberá aos professores acompanhar esse processo por meio de medidas e avaliações. Portanto, os profissionais precisam tomar inúmeras decisões sobre a prescrição e orientação da prática de exercícios físicos, contudo, decidir o que e como avaliar exige conhecimentos e habilidades específicas cada vez mais complexas (GUEDES; GUEDES, 2006). Torna-se necessário, inicialmente, esclarecer alguns conceitos elementares relacionados às medidas e às avaliações. Assim, ao longo deste tópico serão explicados os significados dos termos: testar, medir e avaliar. E, ainda, apresenta-se a diferença entre esses conceitos, que, muitas vezes, são erroneamente entendidos como sinônimos. Todas essas são terminologias importantes para a compreensão dos conteúdos de medidas e avaliações na área da educação física. Além de testar, medir e avaliar, também cabe aos professores de educação física classificar os escores obtidos pelos alunos durante o processo de avaliação. Esse sistema de classificação é útil para verificar se o avaliado atinge os resultados esperados “normais”. A ideia de normalidade é ambígua e se relaciona com parâmetros de avaliação por norma ou critérios. Normalidade pode significar se o indivíduo obtém os resultados considerados desejados ou ideais (ou se está abaixo desse nível) e pode significar que “normal” são os resultados apresentados pela maioria da população. De qualquer forma, o profissional deverá considerar qual tipo de avaliação (norma ou critérios) utilizará durante o programa de intervenções que coordena. 2 CONCEITOS BÁSICOS: TESTAR, MEDIR E AVALIAR Após o entendimento em torno das possibilidades que emergem com as medidas e as avaliações, é válido adentrar em conceitos essenciais. É imprescindível estudar os termos: testar, medir e avaliar.
  • 32. UNIDADE 1 | CINEANTOPOMETRIA 22 FIGURA 5 - CONCEITOS ESSENCIAIS PARA OS ESTUDOS DAS MEDIDAS E AVALIAÇÕES FONTE: Adaptado de Guedes e Guedes (2006) Na sequência, vamos entender o significado de cada um desses termos. 2.1 TESTAR Significa verificar o desempenho do indivíduo mediante situações previamente organizadas e padronizadas. Essas situações padronizadas são denominadas de testes (GUEDES; GUEDES, 2006). O teste é um instrumento, procedimento ou técnica usada para se obter uma informação (medidas). É por meio dos testes que são determinados os valores numéricos das medidas. Os testes podem ocorrer por meio de escrita, observação ou performance. Alguns exemplos de testes são: teste de estatura, prova para verificar o conhecimento, teste de Cooper, testes de sentar e alcançar, entre outros de não menor importância. 2.2 MEDIR Significa descrever fenômenos do ponto de vista quantitativo (GUEDES; GUEDES, 2006). Assim, é o processo utilizado para coletar informações obtidas por um teste tomando-se por referência um sistema convencional de unidades. As medidas são o resultado obtido através da coleta realizada por um instrumento, procedimento ou técnica atribuindo-se a ela um valor numérico, e devem ser precisas e objetivas. Alguns exemplos de medidas são: a medida em centímetros da estatura do indivíduo, a nota da prova usada para medir o conhecimento ou o percurso realizado pelo aluno no teste de Cooper.
  • 33. TÓPICO 2 | CONCEITOS BÁSICOS: TESTAR, MEDIR E AVALIAR 23 2.3 AVALIAR Significa interpretar dados quantitativos e qualitativos a fim de obter parecer ou julgamento de valores com bases em referenciais previamente definidos (GUEDES; GUEDES, 2006). Acrescenta-se que a avaliação determina a importância ou o valor da informação coletada. Refere-se a um processo pelo qual se pode interpretar os valores de um grupo ou do próprio sujeito (GUEDES; GUEDES, 2006). A avaliação é o ponto de partida para saber o que deve ser trabalhado e, além disso, julga quanto foi eficiente o sistema de trabalho usado, classifica os testados, reflete o progresso, indica se os objetivos são ou não atingidos, indica se o sistema de ensino está sendo satisfatório. Por essa razão, diz-se que a avaliação deve refletir as metas e os objetivos do profissional e geralmente faz comparação com algum padrão (GUEDES; GUEDES, 2006). Destaca-se que a avaliação é um processo essencial na prática docente, pois fornece elementos fundamentais para o desenvolvimento de uma ação pedagógica qualificada, que permite uma reflexão contínua de suas ações, no que se refere à escolha de competências, objetivos, conteúdos e procedimentos (DARIDO; SOUZA JÚNIOR, 2007). Para exemplificar de maneira visual a aplicação desses exemplos, apresenta- se o Quadro 3. Foi criada uma situação hipotética de testes de flexibilidade aplicados a dois indivíduos (sexo masculino) diferentes que se matricularam em uma mesma academia. Assim, cuidadosamente instruídos, os professores de educação física que atuam na academia realizaram o pré-teste no primeiro dia que os alunos compareceram e, após dois meses, executaram o pós-teste. Em seguida, fez-se uma avaliação observacional comparativa entre as medidas obtidas no pré- teste e no pós-teste. IMPORTANTE Esses três termos (testar, medir e avaliar) se diferem, embora às vezes, sejam erroneamente tratados como sinônimos. Fique atento para não confundi-los! ATENCAO A principal diferença entre medida e avaliação é que a medida abrange o aspecto quantitativo e a avaliação abrange o aspecto qualitativo.
  • 34. UNIDADE 1 | CINEANTOPOMETRIA 24 QUADRO 3 – APLICAÇÃO PRÁTICA DOS CONCEITOS: TESTAR, MEDIR E AVALIAR Avaliados Medida Avaliação Pré-teste Pós-teste Indivíduo A 21 cm 24 cm Pré-teste < Pós-teste Indivíduo B 15 cm 13 cm Pré-teste > Pós-teste Indivíduo C 17 cm 19 cm Pré-teste < Pós-teste Indivíduo D 19 cm 18 cm Pré-teste > Pós-teste Legenda: cm – centímetros FONTE: Elaborado pelas autoras Com base no Quadro 3, acima representado, é possível identificar qual desses indivíduos possui o melhor e o pior escore obtido no teste de flexibilidade no pré-teste e no pós-teste. Assim, agora, vamos exercitar a habilidade de observação dos resultados a fim de executar uma avaliação observacional comparativa entre os indivíduos A, B, C e D. → Pré-teste – Melhor escore obtido no teste de flexibilidade: Indivíduo A = 21 centímetros. → Pré-teste – Pior escore obtido no teste de flexibilidade: Indivíduo B = 15 centímetros. → Pós-teste – Melhor escore obtido no teste de flexibilidade: Indivíduo A = 24 centímetros. → Pós-teste – Pior escore obtido no teste de flexibilidade: Indivíduo B = 13 centímetros. Outra comparação possível de realizar é avaliar os escores do mesmo indivíduo obtidos na situação de pré-teste e de pós-teste. Assim, será possível identificar qual dos indivíduos conseguiu expressivas melhoras no teste de flexibilidade durante os dois meses de academia. E, ainda, qual dos indivíduos apresentou piora no resultado do teste de flexibilidade durante os dois meses de academia. → Indivíduo A: 21 centímetros (pré-teste) → 24 centímetros (pós-teste) → Melhorou 3 centímetros. → Indivíduo B: 15 centímetros (pré-teste) → 13 centímetros (pós-teste) → Piorou 2 centímetros. → Indivíduo C: 17 centímetros (pré-teste) → 19 centímetros (pós-teste) → Melhorou 2 centímetros. → Indivíduo D: 19 centímetros (pré-teste) → 18 centímetros (pós-teste) → Piorou 1 centímetro. Aquele que apresentou mais melhoras expressivas no teste de flexibilidade durante os dois meses de academia foi o Indivíduo A. Aquele que apresentou acentuada piora no resultado do teste de flexibilidade durante os dois meses de academia foi o Indivíduo B.
  • 35. TÓPICO 2 | CONCEITOS BÁSICOS: TESTAR, MEDIR E AVALIAR 25 3 TIPOS DE TESTES Entre os tipos de testes diferentes, enquadram-se os testes de campo e os testes de laboratório, conforme se apresenta na Figura 6. FIGURA 6 – TIPOS DE TESTES FONTE: Elaborado pelas autoras De maneira geral, os testes de laboratório utilizam não só equipamentos especializados, mas também avaliadores especializados. Geralmente, são testes com custo mais elevado e avaliam menor quantidade de indivíduos por vez. Em contrapartida, os testes de campo se caracterizam pela fácil aplicação, bem como os equipamentos e avaliadores não carecem de elevado grau de especialização. Logo, tornam-se testes com custo reduzido. Frequentemente, os testes de campo podem ser aplicados simultaneamente em grupos de indivíduos. A depender dos objetivos, dos equipamentos, dos atributos e das variáveis a serem testados, dos locais e do valor financeiro disponível para aplicação dos testes, os profissionais poderão optar pelo uso de testes de campo ou testes de laboratório. Para melhor compreensão, apresenta-se na Figura 7 um exemplo de um teste sendo realizado no contexto laboratorial. IMPORTANTE Ao longo do livro Medidas e avaliação em educação física, além da realização da avaliação observacional, os acadêmicos receberão os recursos necessários para classificarem os resultados obtidos nos testes em: bom, excelente, médio, regular, fraco. A depender do teste aplicado e dos valores de referência existentes para o teste em questão.
  • 36. UNIDADE 1 | CINEANTOPOMETRIA 26 FIGURA 7 – EXEMPLO DE UM TESTE DE LABORATÓRIO Fonte: Guedes e Guedes (2006, p. 372). 4 TIPOS DE MEDIDAS Há diferentes tipos de medidas em educação física, que podem ser divididas em dois grandes grupos. No primeiro grupo enquadram-se as medidas antropométricas: massa, estatura, perímetros corporais, diâmetros ósseos e dobras cutâneas. No segundo, enquadram-se as medidas de composição corporal: utilização da espessura de dobras cutâneas, somatória de dobras cutâneas e equações preditivas de gordura corporal. Apresenta-se na Figura 8 o panorama geral sobre os tipos de medidas. IMPORTANTE Tanto os testes de campo como os testes de laboratório possuem suas vantagens e desvantagens.
  • 37. TÓPICO 2 | CONCEITOS BÁSICOS: TESTAR, MEDIR E AVALIAR 27 FIGURA 8 – PANORAMA GERAL DOS TIPOS DE MEDIDAS FONTE: As autoras É válido esclarecer que os tipos de medidas serão abordados com maior aprofundamento no decorrer do Livro Didático da disciplina de Medidas e Avaliações na Educação Física. 5 TIPOS DE AVALIAÇÃO Na educação física, avaliar a condição física do indivíduo é fundamental. Por exemplo, pode ser útil para avaliar a evolução das capacidades físicas após um programa de intervenção. Nessa perspectiva, há três diferentes tipos de avaliação, conforme apresentado no Quadro 4. Cada um desses tipos de avaliação possui suas particularidades. E caberá ao professor escolher qual tipo de avaliação utilizará. É válido ressaltar que, caso seja do interesse do professor, é possível utilizar os tipos de avaliação de forma combinada, sem ter que escolher entre uma avaliação ou outra. QUADRO 4 – TIPOS DE AVALIAÇÃO: DIAGNÓSTICA, FORMATIVA E SOMATIVA Tipo de Avaliação Descrição Diagnóstica É a análise dos pontos fortes e fracos do indivíduo ou grupo de indivíduos, em relação a uma determinada característica (geralmente utilizada para avaliar as condições iniciais do indivíduo). Formativa É o tipo de avaliação feito continuamente ao longo do processo de ensino-aprendizagem (avalia o progresso). A partir da avaliação formativa é possível redirecionar as estratégias e as ações.
  • 38. UNIDADE 1 | CINEANTOPOMETRIA 28 Somativa É a soma de todas as avaliações realizadas no fim de cada unidade do planejamento, com o objetivo de obter um quadro geral da evolução do indivíduo. FONTE: Adaptado de Rojas e Barros (2003) 5.1 VALORES DE REFERÊNCIA PARA AVALIAÇÃO Na rotina dos profissionais da educação física, os processos de avaliação estão presentes. Com frequência, os profissionais enfrentam inúmeros dilemas que se fazem presentes diariamente, sobretudo nos programas de avaliação. Por isso, precisam tomar decisões de modo a verificar se o aluno avaliado apresenta os ‘resultados’ considerados “normais”. Contudo, determinar o que é “normal” ou não é uma tarefa difícil. A palavra “normal” pode possuir dois significados, distintos: →O termo “normal” pode significar a associação dos resultados obtidos com escores de corte considerados desejados ou ideais. Acrescenta-se que os escores de corte devem ser previamente estabelecidos e devem ser considerados como meta a ser alcançada. Neste sentido, o termo oposto de “normal” é rotulado como “subnormal”. →E o termo “normal” também pode ser equivalente ao que comumente ocorre. Assim, para se definir o que é “normal” se utilizam parâmetros baseados no que ocorre na maioria dos indivíduos de determinado grupo. Neste caso, o termo oposto de “normal” é rotulado como “anormal”. De qualquer forma, o processo de avaliação consiste em comparar o resultado da medida obtida com um valor de referência previamente estabelecido. Esses valores podem ser obtidos por meio de avaliação por norma ou avaliação por critério. A Figura 9 apresenta a explicação acerca de avaliação de acordo com norma ou critério. FIGURA 9 – REFERÊNCIAS DE AVALIAÇÃO DE ACORDO COM NORMA OU CRITÉRIO FONTE: Adaptado de Rojas e Barros (2003) Avaliação por norma Avaliação por critério Referência de avaliação que expressa o comportamento (distribuição) normal da variável sob análise na população. Geralmente é um valor arbitrário que representa um padrão mínimo de desempenho.
  • 39. TÓPICO 2 | CONCEITOS BÁSICOS: TESTAR, MEDIR E AVALIAR 29 Em outras palavras, pode-se dizer que na avaliação referenciada por norma, os escores são interpretados mediante comparações com certa norma, modelo recomendado quando se deseja comparar os resultados obtidos pelos indivíduos avaliados com grupos normativos (essas normas podem ser regionais, nacionais ou internacionais). Um exemplo clássico da avaliação por norma é comparar medidas de massa e estatura corporal de uma criança com base nos valores constantes nas curvas de crescimento Assim, é possível indicar qual é a situação da criança em relação ao crescimento esperado para sua idade e sexo (classificar se a criança atinge valores de referência “normal” ou “subnormal”). Enquanto na avaliação referenciada por critério, os escores apresentados pelos avaliados são julgados comparativamente em níveis de corte explicitamente definidos (GUEDES; GUEDES, 2006). Além disso, pode-se extrair um julgamento baseado no “sucesso” ou “fracasso” no desempenho do indivíduo. Esse pressuposto se baseia na comparação da medida observada em relação a um valor que representa um limite mínimo de desempenho. Por exemplo, comparar o desempenho de um atleta de salto em altura como índice para participar em um campeonato. Se o atleta saltar maior ou igual ao critério do índice, então está apto a ir para o campeonato. IMPORTANTE A avaliação por norma se relaciona com o conceito de normalidade oriundo da associação entre os resultados obtidos e os escores de corte considerados desejados ou ideais (classifica os indivíduos em “normal” e “subnormal”). A avaliação por critério se relaciona com o conceito de normalidade oriundo daquilo que ocorre na maioria dos indivíduos (classifica os indivíduos em “normal” e “anormal”). FONTE: Guedes e Guedes (2006) ATENCAO O professor deve planejar previamente qual o tipo de avaliação deseja utilizar em seu programa de intervenções. Geralmente, as avaliações com referência a normas são utilizadas para estimar a posição dos indivíduos avaliados em relação a outros sujeitos de idênticas características. E as avaliações com referência a critérios geralmente são utilizadas para verificar se os indivíduos avaliados alcançam níveis específicos de competência sem consideração que outros tenham atingido o mesmo nível de proficiência (GUEDES; GUEDES, 2006).
  • 40. UNIDADE 1 | CINEANTOPOMETRIA 30 Apresentam-se no Quadro 5 as peculiaridades da avaliação referenciada por norma e por critério. QUADRO 5 – CARACTERÍSTICAS DA AVALIAÇÃO REFERENCIADA POR NORMA E POR CRITÉRIO Avaliação por Norma Avaliação por Critério Objetivo Situar os avaliados em relação a grupos específicos. Verificar a posição dos avaliados em relação aos níveis específicos de proficiência. Análise das informações Comparação dos escores com os apresentados por outros avaliados. Comparação de escores com características ou comportamentos previamente definidos. Sistemas de referência Tabelas estatísticas (percentis, média, desvio-padrão) idealizadas com base em escores apresentados por sujeitos pertencentes a grupos específicos. Pontos de corte que traduzem características ou comportamentos específicos. Desvantagens Posição favorável em relação a um grupo não garante níveis adequados de um atributo e necessidade de averiguar a origem das tabelas normativas. Pontos de corte que traduzem características ou comportamentos específicos. Falta de motivação e perda de interesse. FONTE: Adaptado de Guedes e Guedes (2006) UNI A tomada de decisão a ser feita pelos professores depende da perspectiva de referência.
  • 41. 31 RESUMO DO TÓPICO 2 Nesse tópico você viu que: • Há três termos frequentemente utilizados pelos professores de Educação Física, que são: testar, medir e avaliar. É imprescindível compreender cada um deles individualmente. • Os termos testar, medir e avaliar não são sinônimos e constantemente são confundidos. • Testar significa verificar o desempenho do indivíduo mediante “testes” organizados previamente. Esses testes fornecem valores numéricos das medidas aos profissionais. • Medir significa descrever os valores numéricos (quantitativos) obtidos por meio dos “testes”. Esses valores (medidas) devem ser precisos e objetivos. • Avaliar significa interpretar os dados quantitativos e/ou qualitativos obtidos por meio dos “testes” baseados em sistemas de referenciais previamente definidos. • Há testes de campo e testes de laboratório, cada um com suas especificidades. • Há três diferentes tipos de avaliação, sendo: avaliação diagnóstica, formativa e somativa. • A avaliação diagnóstica avalia condições iniciais do indivíduo. • A avaliação formativa avalia o progresso do indivíduo. • Cabe ao profissional optar por qual ou quais tipos de avaliação desejará utilizar. • A avaliação somativa é o conjunto de todas as avaliações realizadas ao fim de cada unidade do planejamento. • A ideia de normalidade pode possuir significados diferentes. Pode se relacionar com os pontos de corte (classifica o avaliado em “normal” ou “subnormal”) ou se relacionar com valores que ocorrem na maioria dos avaliados (classifica o avaliado em “normal” ou “anormal”). • As avaliações podem ser referenciadas por normas ou por critérios e cada uma possui suas características próprias. É importante os professores de educação física conhecê-las e, assim, escolher qual tipo de avaliação desejarão utilizar em seus programas de intervenção.
  • 42. 32 • A avaliação por norma é referência de avaliação que expressa o comportamento (distribuição) normal da variável sob a análise na população. • Avaliação por critério geralmente é um valor arbitrário que representa um padrão mínimo de desempenho.
  • 43. 33 1 Hátrêstermosessenciaisparaacompreensãodasmedidaseparaasavaliações. Cite quais são esses três termos. Na sequência, explique cada um deles. _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ 2 A compreensão de conceitos é importante para entender de forma clara as diferenças entre testar, medir e avaliar. Apesar de essas palavras possuírem significados diferentes, muitas vezes são utilizadas como sinônimos umas das outras. A partir dos conceitos de testar, medir e avaliar, correlacione as informações da Coluna 1 com aquelas da Coluna 2. AUTOATIVIDADE Coluna 1 Coluna 2 (a) Testar ( ) Descrever fenômenos do ponto de vista quantitativo. (b) Medir ( ) Interpretar dados quantitativos e qualitativos para obter parecer ou julgamento de valores com boas referências previamente definidas. (c) Avaliar ( ) Verificar desempenho mediante situações previamente organizadas e padronizadas, denominadas “testes”. Na sequência, assinale a alternativa que exprime a sequência correta. a) ( ) a, c, b. b) ( ) b, a, c. c) ( ) c, a, b. d) ( ) c, b, a. e) ( ) b, c, a. 3 No que concerne às definições de TESTAR, leia atentamente as frases a seguir e marque V para aquelas que forem Verdadeiras e F para aquelas que forem Falsas. ( ) É possível, por meio do teste, verificar o desempenho do indivíduo mediante situações previamente organizadas e padronizadas. ( ) Essas situações padronizadas são denominadas de medidas. ( ) O teste é um instrumento, procedimento ou técnica usada para se obter uma medida. ( ) Os testes não viabilizam determinar os valores numéricos das medidas. ( ) Há diferentes tipos de testes, por meio de escrita, de observação ou de performance.
  • 44. 34 Em seguida, assinale a alternativa correta: a) ( ) V – F – V – F – V. b) ( ) F – F – F – V – V. c) ( ) F – V – V – F – F. d) ( ) V – F – V – F – F. e) ( ) V – F – F – V – V. 4 No que concerne às definições de MEDIR, leia atentamente as frases a seguir e marque V para aquelas que forem Verdadeiras e F para aquelas que forem Falsas. ( ) Significa descrever fenômenos do ponto de vista qualitativo. ( ) Significa descrever fenômenos do ponto de vista quantitativo. ( ) É útil para obter informações por um teste tomando-se por referência um sistema convencional de unidades. ( ) Medidas são o resultado obtido através da coleta realizada por um instrumento, procedimento ou técnica atribuindo-se a ela um valor numérico, e devem ser precisas e objetivas. Em seguida, assinale a alternativa correta: a) ( ) V – F – V – V. b) ( ) F – V – V – V. c) ( ) F – V – F – F. d) ( ) V – F – V – F. e) ( ) V – F – F – V. 5 No que concerne às definições de AVALIAR, leia atentamente as frases a seguir e marque V para aquelas que forem Verdadeiras e F para aquelas que forem Falsas. ( ) Significa interpretar dados quantitativos e qualitativos a fim de obter parecer ou julgamento de valores com bases em referenciais previamente definidos. ( ) A avaliação julga quanto foi eficiente o sistema de trabalho usado, classifica os testados, reflete o progresso, indica se os objetivos são ou não atingidos, indica se o sistema de ensino é satisfatório. ( ) Não cabe à avaliação possibilitar a reflexão acerca das metas e os objetivos do profissional. ( ) Determina a importância ou o valor da informação coletada. ( ) A avaliação não viabiliza a comparação com algum padrão predefinido. Em seguida, assinale a alternativa correta: a) ( ) V – V – V – F – V. b) ( ) F – F – V – V – V. c) ( ) F – V – V – F – F. d) ( ) V – V – F – V – F. e) ( ) V – F – F – V – F.
  • 45. 35 6 No que se refere aos diferentes tipos de avaliação (diagnóstica, formativa e somativa), correlacione os itens I, II e III de acordo com o tipo de avaliação a que se referem. I - Consiste no tipo de avaliação feito continuamente ao longo do processo de ensino-aprendizagem. Com este tipo de avaliação é possível redirecionar as estratégias e as ações. II - Representa o conjunto de todas as avaliações realizadas no fim de cada unidade do planejamento, com o objetivo de obter um quadro geral da evolução do indivíduo. III - Refere-se à análise dos pontos fortes e fracos do indivíduo ou grupo de indivíduos, em relação a uma determinada característica. ( ) Avaliação diagnóstica. ( ) Avaliação formativa. ( ) Avaliação somativa. 7 Os valores de referência para avaliação são frequentemente utilizados para comparar o resultado da medida obtida com um valor de referência previamente estabelecido. Cite as duas referências de avaliação e explique-as. _____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ 8 Os valores de referência comumente utilizados fazem menção a normas ou a critérios. Para organizar as diferenças entre essas avaliações com referências distintas, leia atentamente as frases. Posteriormente, insira I para a avaliação referenciada por norma e II para a avaliação referenciada por critério. ( ) Possui o objetivo de verificar a posição dos avaliados em relação aos níveis específicos de proeficiência. ( ) Possui o objetivo de situar os avaliados em relação a grupos específicos. ( ) Analisa as informações a partir da comparação dos escores com os apresentados por outros avaliados. ( )Analisaasinformaçõesapartirdacomparaçãodeescorescomcaracterísticas ou comportamentos previamente definidos. ( ) Como sistema de referência, utiliza pontos de corte que traduzem características ou comportamentos específicos. ( ) Possui a desvantagem da falta de motivação e perda de interesse. ( ) Como sistema de referência, utiliza tabelas estatísticas (percentis, média, desvio-padrão) idealizadas com base em escores apresentados por sujeitos pertencentes a grupos específicos.
  • 46. 36
  • 47. 37 TÓPICO 3 SELEÇÃO DOS INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO UNIDADE 1 1 INTRODUÇÃO Para que seja possível avaliar os indivíduos (alunos, clientes, atletas) que participam do programa de intervenção deve-se aplicar testes para verificar se o programa tem proporcionado os resultados esperados ou não. E, ainda, a partir dos resultados obtidos nos testes, é possível efetuar ajustes no programa de intervenção. Para tanto, há uma dúvida central: como selecionar os instrumentos de avaliação? A fim de responder ao questionamento, deve-se considerar que há diferentes modalidades para os critérios de seleção: qualidade do teste, aspectos práticos, aspectos pedagógicos e a utilização dos resultados. A qualidade do teste se refere à validade, reprodutibilidade e objetividade. Os aspectos práticos contemplam a viabilidade e a economia do teste. Os aspectos pedagógicos se referem à facilidade de entendimento e à motivação. E a utilização de recursos engloba a especificidade e a prescrição. Para melhor visualização dessas informações, apresenta-se a Figura 10. FIGURA 10 – CRITÉRIOS PARA A SELEÇÃO DOS INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO FONTE: As autoras
  • 48. UNIDADE 1 | CINEANTOPOMETRIA 38 Acrescenta-se que o ideal é selecionar bons testes, de modo que os resultados obtidos sejam precisos e confiáveis. De forma geral, bons testes possuem três características essenciais relacionadas à qualidade, sendo: a validade, a reprodutibilidade e a objetividade. Esses conceitos básicos são essenciais para que as avaliações sejam feitas com o mínimo de erro possível. É importante mencionar que há diferentes tipos de validade: validade face ou de lógica, validade de conteúdo, validade de constructo, validade concorrente e validade preditiva. Cada uma dessas validades será explicada separadamente. No que concerne à consistência das medidas, item relacionado à reprodutibilidade e validade dos testes, pode-se recorrer a diferentes estratégias, entreelasoteste-reteste,ousodeinstrumentosparaleloseadivisãodoinstrumento. Ademais, por mais que os critérios de validade almejem minimizar ao máximo os erros de medida, causados pelas alterações que podem surgir com relação aos avaliadores, aos avaliados e aos instrumentos utilizados na avaliação, eles sempre estão presentes. Os erros de medidas são classificados em sistemáticos e aleatórios. Quanto aos aspectos práticos, enfatiza-se a viabilidade (equipamentos, as instalações, a equipe técnica, o tempo disponível, o número de avaliados) e a economia (custo-benefício). Por fim, nos aspectos pedagógicos enquadram-se a facilidade de entendimento e a motivação, e na utilização de resultados destacam- se a especificidade e a prescrição. Cada um dos elementos mencionados anteriormente será detalhadamente desenvolvido nos subtítulos a seguir. 2 QUALIDADE DO TESTE A qualidade dos instrumentos utilizados é fundamental para o desenvolvimento de qualquer programa de intervenção. Logo, pode-se dizer que a qualidade de um teste é um aspecto decisivo no processo avaliativo como um todo. Em linhas gerais, Rojas e Barros (2003) acreditam que testes bons geram medidas boas e possibilitam a realização de uma avaliação confiável. Enquanto que testes ruins geram medidas ruins, o que restringe a avaliação, porque fornecem dados imprecisos e julgamentos equivocados. Para compreender melhor esta lógica de raciocínio, apresenta-se a Figura 11.
  • 49. TÓPICO 3 | SELEÇÃO DOS INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO 39 FONTE: Adaptado de Rojas e Barros (2003) Contudo, como os profissionais devem escolher os testes que pretendem utilizar para auxiliá-los de forma coerente no processo de avaliação? Responder a esta pergunta não é uma tarefa muito fácil, mas há algumas sugestões para auxiliar na escolha de bons testes. Primeiramente, deve-se escolher os testes que mais se adéquem a determinada realidade em que se está inserido, ao contexto, ao local, aos materiais disponíveis e às variáveis que se deseja medir. Além disso, acrescenta-se que os bons testes possuem algumas características específicas, como a validade, a reprodutibilidade e a objetividade (ROJAS; BARROS, 2003). FIGURA 12 – CARACTERÍSTICAS DE UM BOM TESTE FONTE: As autoras Na sequência, vamos estudar cada uma dessas características. → Validade: é o critério que define o grau de precisão e o erro de medida de um determinado teste (ROJAS; BARROS, 2003). Diz-se que um teste é válido quando ele mede aquilo que se propõe a medir. Destaca-se que bons testes possuem elevado grau de precisão e, por conseguinte, pequena margem de erro. Há diferentes tipos de validade: lógica ou de face, de conteúdo, de constructo, concorrente e preditiva. → Reprodutibilidade: reflete a consistência entre as medidas obtidas em duas aplicações consecutivas do mesmo teste. Para o teste ser considerado reprodutível, os resultados dessas duas aplicações devem ser aproximados (ROJAS; BARROS, 2003).Pode-sedizerquequantomaiorforareprodutibilidadedoteste,maisestáveis e precisas serão as medidas obtidas. Atenta-se ao fato de que a reprodutibilidade de um teste pode ferir sua validade. → Objetividade: assemelha-se à reprodutibilidade. É um indicador específico de reprodutibilidade que se refere ao grau de concordância entre diferentes Testes bons medidas boas Avaliação confiável Testes ruins medidas ruins Avaliação restrita CARACTERÍSTICAS DE UM BOM TESTE VALIDADE REPRODUTIBILIDADE OBJETIVIDADE FIGURA 11 – IMPLICAÇÕES DE TESTES BONS OU RUINS NO PROCESSO DE AVALIAÇÃO
  • 50. 40 UNIDADE 1 | CINEANTOPOMETRIA avaliadores durante a administração de um mesmo instrumento de medida. Um teste é objetivo quando produz medidas/resultados semelhantes quando administrado por diferentes avaliadores. Há inúmeros fatores que podem influenciar a objetividade de um teste, por exemplo, a forma como as instruções foram fornecidas ao avaliado, as condutas ou o estado de humor do avaliador no ato da aplicação do teste. Ressalta-se que testes objetivos sofrem pouca interferência da ação/participação do avaliador. Logo, o erro intra-avaliador é pequeno (ROJAS; BARROS, 2003). Acerca da tríade validade-reprodutibilidade-objetividade, acrescenta-se que há inter-relações entre eles e, às vezes, essas inter-relações são unilaterais. Para exemplificar essas inter-relações, apresenta-se a Figura 13. FIGURA 13 – INTER-RELAÇÃO ENTRE OBJETIVIDADE- REPRESENTATIVIDADE E VALIDADE DE UM TESTE FONTE: Rojas e Barros (2003) Apresenta-se a Tabela 1 com as referências sobre os níveis de validade, reprodutibilidade e objetividade proposta por Safrit (1981). TABELA 1 – NÍVEIS DE VALIDADE, REPRODUTIBILIDADE E OBJETIVIDADE Nível Validade Reprodutibilidade Objetividade Excelente 0,80 – 1,00 0,90 – 1,00 0,95 – 1,00 Bom 0,70 – 0,79 0,80 – 0,89 0,85 – 0,94 Regular 0,50 – 0,69 0,60 – 0,79 0,70 – 0,84 Fraco 0,00 – 0,49 0,00 – 0,59 0,00 – 0,69 FONTE: Safrit (1981) ATENCAO Regra 1: Se um teste NÃO for reprodutivo, ele não será válido. Regra 2: Um teste objetivo precisa obrigatoriamente ser reprodutivo (o inverso não é regra). Curiosidade 1: Um teste pode ser reprodutivo, mas não ser válido. Curiosidade 2: Um teste pode ser objetivo, mas não ser válido.
  • 51. TÓPICO 3 | SELEÇÃO DOS INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO 41 2.1 PRINCIPAIS TIPOS DE VALIDADE A validade é um elemento básico para medidas e avaliações. Somente quando um instrumento é válido é possível considerar as informações obtidas para a avaliação (GUEDES; GUEDES, 2006). Ressalta-se que não existe um método único para determinar a validade de um teste. Na realidade, existem inúmeras estratégias que podem ser utilizadas para estimar a validade de um teste, que utilizam abordagens qualitativas ou quantitativas. De forma geral, o que se procura é demonstrar que a margem de erro ou a subjetividade é tão pequena que pode ser tolerada sem prejudicar a avaliação (ROJAS; BARROS, 2003). A validade pode ocorrer em diferentes graus. Para definir o grau de validade de um instrumento deve-se considerar sua finalidade, o tipo de interpretação que oferece aos seus escores e da sua aplicação. Assim, há diferentes tipos de validade, sendo: validade face ou de lógica, validade de conteúdo, validade de constructo, validade concorrente e validade preditiva. Apresentam-se na Figura 14 as evidências de validade de um teste a partir de diferentes procedimentos. FIGURA 14 – SUBJETIVIDADE E ARGUMENTO DE VALIDADE EM DIFERENTES PROCEDIMENTOS DE VALIDAÇÃO FONTE: Rojas e Barros (2003) Na sequência será explicado cada um dos tipos de validade de acordo com os conceitos de Rojas e Barros (2003) e Guedes e Guedes (2006). Apresenta-se na Figura 15 um panorama geral acerca de cada um dos tipos de validade. ATENCAO A validade do teste deve ser considerada desde o momento em que se decide avaliar determinada característica do indivíduo e continua ao longo do processo de planejamento, administração e interpretação do teste (GUEDES; GUEDES, 2006).
  • 52. 42 UNIDADE 1 | CINEANTOPOMETRIA FIGURA 15 – PANORAMA GERAL SOBRE OS DIFERENTES TIPOS DE VALIDADE FONTE: Adaptado de Rojas e Barros (2003) e Guedes e Guedes (2006) Agora, estudaremos separadamente cada um dos tipos de validade: 2.1.1 Validade face ou lógica É o procedimento mais frágil para estabelecer a validade de um teste, porque possui natureza empírica e subjetiva (não é determinada por métodos estatísticos). Parte da premissa de que os instrumentos de medida produzirão escores representativos de alguma característica ou comportamento, mas deve-se determinar até que ponto esses escores podem traduzir informações sobre o que se pretende avaliar (GUEDES; GUEDES, 2006). Um instrumento é válido quando consegue demonstrar claramente que o teste permite obter bons dados sobre as variáveis de interesse. Exemplo: qualidade de vida. 2.1.2 Validade de conteúdo Pode ser obtida por meio da comparação de resultados de duas versões de um mesmo teste, sendo uma versão curta e outra longa. Acredita-se que se o conteúdo está presente nas duas versões do teste, então as medidas obtidas na versão curta deverão se correlacionar satisfatoriamente com as medidas da versão VALIDADE Grau com que o instrumento de medida oferece informações quanto às características ou aos comportamentos associados ao atributo que se pretende avaliar, Validade face ou lógica Análise representativa dos escores ebtidos com o instrumento de medida em relação à característica ou ao acompanhamento que se pretende analisar Validade de conteúdo Comparação de escores obtidos com a versão longa do instrumento de medida com a versão curta. Validade de Constructo Comparação escores obtidos entre dois grupos diferentes em relação ao atributo que se pretende avaliar. Validade Corrente Relação estatística entre os escores produzidos pelo instrumento de medida e indicadores de mesma natureza que seguramente oferece indicações favoráveis quanto à avaliação do mesmo atributo que se pretende avaliar. Validade Preditiva Grau de probabilidade com que os escores produzidos pelo instrumento de medida podem predizer estatisticamente o atributo que se pretende avaliar.