2. A pesquisa científica consiste em um estudo planejado,
um processo metódico de investigação, recorrendo a
procedimentos científicos para encontrar respostas para
um problema.
Pesquisa científica é um conjunto de procedimentos
sistemáticos, baseados no raciocínio lógico, que tem por
objetivo encontrar soluções para os problemas
propostos mediante o emprego de métodos científicos.
É um processo formal e sistemático de desenvolvimento
do método científico (GIL, 1999).
O QUE É PESQUISA?
3. CLASSIFICAÇÃO DAS PESQUISAS
Do ponto de vista da sua natureza.
Do ponto de vista da forma de abordagem do
problema.
Do ponto de vista de seus objetivos.
Do ponto de vista dos procedimentos técnicos
adotados.
4. NATUREZA DA PESQUISA
Pesquisa Básica
Gera conhecimentos novos, úteis para o avanço da ciência,
sem aplicação prática prevista, ou seja, é satisfação do
desejo de adquirir conhecimentos, sem que haja uma
aplicação prática prevista.
Pesquisa Aplicada
Os conhecimentos adquiridos são utilizados para aplicação
prática voltados para a solução de problemas concretos da
vida moderna.
5. FORMA DE ABORDAGEM
Pesquisa Quantitativa
Traduz em números, opiniões e informações para classificá-
los e organizá-los. Utiliza métodos estatísticos.
Pesquisa Qualitativa
Considera a existência de uma relação dinâmica entre
mundo real e sujeito. É descritiva. O processo é foco
principal.
6. Pesquisa Exploratória: visa proporcionar maior
familiaridade com o problema com vistas a torná-lo explicito
ou a construir hipóteses. Pesquisas bibliográficas e estudos
de caso.
Pesquisa Descritiva: Fatos são observados, registrados,
analisados, classificados e interpretados, sem interferência
do pesquisador – Uso de técnicas padronizadas de coleta
de dados (questionário e observação sistemática).
Pesquisa Explicativa: explica o porquê das coisas,
visando identificar os fatores que determinam ou contribuem
para a ocorrência dos fenômenos. Assume a forma de
Pesquisa experimental.
OBJETIVOS
7. DIFERENTES PROCEDIMENTOS TÉCNICOS
Pesquisa Bibliográfica: é desenvolvida com base em
material já elaborado, constituído principalmente de livros e
artigos científicos.
Pesquisa Documental: a partir de material não
analisado.
Pesquisa Experimental: determina um objeto de estudo
selecionando as variáveis que seriam capazes de
influenciá-lo. Identifica os fatores que determinam ou que
contribuem para a ocorrência dos fenômenos.
8. Estudo de caso: consiste num estudo profundo e exaustivo de
um objeto específico, de modo a permitir o seu conhecimento de
forma detalhada.
Estudo de campo: é a pesquisa realizada no ambiente natural.
Envolve a observação direta do fenômeno estudado em seu
próprio ambiente.
Pesquisa-ação: busca a resolução de um problema coletivo.
Concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou
com a resolução de um problema coletivo. Pesquisadores e
participantes estão envolvidos de modo cooperativo ou
participativo (THIOLLENT, 1986, p.14).
Pesquisa Participante: interação entre pesquisadores e
membros da situação investigadas.
9. MÉTODOS CIENTÍFICOS
Método Dedutivo: parte-se do geral para o particular. Formulação
de um problema – formulação de uma hipótese – verificação da
hipótese (experimentação/observação) – obtenção de resultados.
Método Indutivo: parte-se do particular para o geral. Envolve
observação/experimentação – formulação de hipóteses explicativas
– teorias, enunciados, leis, verdades universais, etc.
Método Dialético: Os fatos não podem ser considerados fora de
um contexto social, político, econômico, etc. Evidencia as
contradições internas de cada fenômeno estudado. Pressupõe
análise crítica e transformação da realidade.
Método Fenomenológico: Descrição direta da experiência tal
como ela é. A realidade não é compreendida de forma objetiva e
passível de ser explicada, ela é interpretada, comunicada e
compreendida.
11. O projeto de pesquisa deve, fundamentalmente,
responder as seguintes perguntas (Rudio, 1986):
O que pesquisar?
Por que pesquisar?
Como pesquisar?
Quando pesquisar?
Com que recursos?
ETAPAS DA PESQUISA
12. TÓPICOS BÁSICOS PARA ELABORAÇÃO DE UM
PROJETO DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO
1 - INTRODUÇÃO (tema e problema)
O tema é o assunto geral sobre o qual se pretende investigar. É uma
primeira delimitação dentro de uma área de pesquisa, de um campo de
conhecimento.
Explicitar o problema é uma questão básica da investigação, pois
pressupõe reflexão, amadurecimento do tema pela LEITURA ou pela
EXPERIÊNCIA, troca de idéias com pares. Com a problematização,
aparecem polêmicas que envolvem o tema e/ou problema.
O problema é uma pergunta ou questão específica que se pretende
investigar. Supõe uma delimitação maior do que o tema. Ao
problematizar a questão, cabe perguntar que outros aspectos da
realidade se relacionam com o problema.
13. 2 - JUSTIFICATIVA
As questões de pesquisa devem ser relevantes, de interesse
científico, social ou cultural, e devem ser viáveis do ponto de vista do
seu estudo.
A pesquisa supõem alocação de recursos, o que torna necessário
explicitar a natureza do assunto, sua relevância ou importância para
a área de conhecimento, impactos sociais de seus resultados e
viabilidade da pesquisa.
3 - OBJETIVOS
O objetivo intrínseco de uma pesquisa é responder analiticamente a
questão ou ao problema central que foi enunciado e problematizado.
Eles são importantes porque sintetizam a discussão anterior e dão
mais clareza e visibilidade ao que se pretende conhecer com a
pesquisa.
14. 4 - REFERENCIAL TEÓRICO
Este tópico é o mais crucial na construção de um objeto de pesquisa.
O referencial começa com as LEITURAS para a problematização, mas
ganha peso à medida que vai permitindo passar de uma proposta de
pesquisa, para um projeto com todas as etapas de elaboração.
5 - METODOLOGIA
Caminho para alcançar determinado objetivo, o que
implica uma concepção da realidade ou do fragmento
de realidade escolhido como objeto de estudo.
Enfim, deve descrever de forma detalhada como se
pretende atingir o objetivo proposto. A metodologia
pode ser organizada na forma de tópico, como por
exemplo:
15. 5 - METODOLOGIA
População e amostra
- Incluir a descrição das características da população e da amostra.
- O processo de seleção dos sujeitos.
- O tamanho da amostra e como foi estabelecido.
Instrumentação
-Descrição dos instrumentos utilizados. Indicar as fontes a serem
utilizadas para elaboração dos instrumentos.
Coleta de dados
-Como (grupo ou individual); Quando (qual período); Onde (local);
Quem (pelo pesquisador, equipe ou correio) e A quem vai ser
aplicado o instrumento.
Tratamento dos dados
- Quando utilizar, sempre indicar o uso de tratamento estatístico.
16. 6 - REFERÊNCIAS
Trata-se de expor, dentro das normas da ABNT, os livros e documentos
consultados.
Exemplos:
• Livro
AUTOR. Título. Edição. Local: Editora, data.
DEMO, Pedro. Metodologia do conhecimento científico. São Paulo:
Atlas, 2000.
Documentos de até 3 autores e de vários anos devem ser separadas
por ponto e vírgula, em ordem alfabética e os anos separados por
vírgula.
COSTA, S.; CRUZ, T.; SILVA,C. O universo. 3. ed. Rio de Janeiro:
Vênus, 2000, 2001, 2002.
17. 7 - CRONOGRAMA DE ATIVIDADES
Consiste na distribuição das diversas etapas da
pesquisa por um espaço de tempo.
8 – ORÇAMENTO
Destina-se a previsão de recursos humanos, materiais
e financeiros para o desenvolvimento do projeto.
18. TÉCNICAS DE COLETA DE DADOS
• Observação
• Entrevista
• Questionário
INSTRUMENTOS NA PESQUISA QUALITATIVA
19. É uma técnica de coleta de dados para
conseguir informações e utiliza os sentidos na
obtenção de determinados aspectos da
realidade.
Não consiste apenas em ver e ouvir, mas
também em examinar fatos ou ferramentas que
se deseja estudar.
A observação ajuda o pesquisador a identificar e
a obter provas a respeito de objetivos sobre os
quais os indivíduos não tem consciência, mas
que orientam seu comportamento.
OBSERVAÇÃO
20. TIPOS DE OBSERVAÇÃO
Na investigação científica são empregadas várias modalidades de
observação, que variam de acordo com as circunstâncias.
Segundo os meios utilizados:
• Observação não estrutura: é a que se realiza sem planejamento e
sem controle anteriormente elaborados, como decorrência de
fenômenos que surgem de imprevisto.
• Observação estruturada: é a que se realiza em condições
controladas para se responder a propósitos, que foram anteriormente
definidos. Requer planejamento e necessita de operações específicas
para o seu desenvolvimento.
21. Segundo a participação do observador:
Participante: consiste na participação real do pesquisador
com a comunidade ou grupo.
Em geral são apontados duas formas:
Natural - o observador pertence à mesma comunidade ou
grupo que investiga.
Artificial - o observador integra-se ao grupo com a
finalidade de obter informações.
Não participante: o observador toma contato com a
comunidade, grupo ou realidade estudada, mas sem integrar-
se a ela - permanece de fora.
22. Segundo o número de observadores:
• Individual: é a técnica de observação realizada por um
pesquisador. Nesse caso, a personalidade dele se projeta sobre
o observado, fazendo algumas inferências ou distorções, pela
limitada possibilidade de controles.
• Em equipe: é a mais aconselhável, pois o grupo pode
observar a ocorrência por vários ângulos.
23. PONTOS À SEREM CONSIDERADOS NA
OBSERVAÇÃO ESTRUTURADA
Para que observar
Por que observar Como observar
O que observar
Quem observar
24. PRINCIPAL PROBLEMA COM A TÉCNICA DA
OBSERVAÇÃO
O principal problema é que a presença do pesquisador pode
provocar alterações no comportamento dos observados, destruindo a
espontaneidade dos mesmos e produzindo resultados pouco
confiáveis.
25. ENTREVISTA
É um encontro entre duas pessoas, a fim de que uma delas obtenha
informações a respeito de determinado assunto, mediante uma
conversação de natureza profissional.
TIPOS DE ENTREVISTAS
• Estruturada: é aquela em que o entrevistador segue um roteiro
previamente estabelecido.
• Não estruturada: o entrevistado tem liberdade para desenvolver
cada situação em qualquer direção que considere adequada.
26. MEDIDAS EXIGIDAS PARA A PREPARAÇÃO
DA ENTREVISTA
• Planejamento da entrevista
• Conhecimento prévio do entrevistado
• Oportunidade da entrevista
• Condições favoráveis
• Contato com líderes
• Conhecimento prévio do campo
• Preparação específica
27. DOCUMENTAÇÃO INDIRETA
Toda pesquisa implica o levantamento de dados de variadas fontes,
quaisquer que sejam os métodos ou técnicas empregados.
É a fase da pesquisa realizada com intuito de recolher informações
prévias sobre o campo de interesse.
O levantamento de dados é feito de duas maneiras:
Pesquisa documental
Pesquisa bibliográfica
28. PESQUISA DOCUMENTAL
A análise documental pode se constituir numa técnica valiosa de
abordagem de dados qualitativos, seja complementando as
informações obtidas por outras técnicas, seja desvelando aspectos
novos de um tema ou problema.
São considerados documentos, regulamentos, normas, pareceres,
cartas, memorandos, diários pessoais, autobiografias, jornais,
revistas, discursos, roteiros de programas de rádio e televisão,
estatísticas, arquivos escolares.
29. PESQUISA BIBLIOGRÁFICA
Abrange toda bibliografia já tornada publica em relação ao tema de
estudos, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros,
pesquisa, monografias, teses, material cartográfico, até meios de
comunicação.
30. DOCUMENTAÇÃO DIRETA
Constitui-se, em geral, no levantamento de dados no
próprio local onde os fenômenos ocorrem.
Esses dados podem ser obtidos de duas maneiras:
Pesquisa de campo
Pesquisa de laboratório
31. PESQUISA DE CAMPO
É aquela utilizada com o objetivo de conseguir informações e/ou
conhecimentos acerca de um problema para o qual se procura uma
resposta, ou de uma hipótese que se queira comprovar, ou ainda,
descobrir fenômenos ou as relações entre eles.
As pesquisa de campo se dividem em três grandes grupos:
Quantitativo-descritivas;
Exploratórias;
Experimentais.
32. HISTÓRIA ORAL
É uma técnica para gravar não apenas lembranças do
passado, mas reflexões e opiniões daqueles cujas vidas
estão ainda comprometidas com atividades públicas.
Ela é um método de pesquisa que utiliza a técnica da
entrevista e outros procedimentos articulados entre si, no
registro de narrativas da experiência humana.
33. SUGESTÕES DE LEITURA
LUDKE, M. e ANDRÉ, M. E. D. A. Pesquisa em educação:
abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1986.
FLICK, U. Uma introdução à pesquisa qualitativa. 2 Ed. Porto
Alegre: Bookman, 2004
MARCONI, M. de A. e LAKATOS, E. M. Técnicas de Pesquisa. 6
Ed. São Paulo: Atlas, 2006.
SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. 21 Ed. São
Paulo: Cortez, 2000.
ALVES-MAZZOTTI, A. J. e GEWANDSZNAJDER, F. O método nas
ciências naturais e sociais: pesquisa quantitativa e qualitativa. 2
Ed. São Paulo: Pioneira, 1999.
34. RICHARDSON, R.J. Pesquisa social: métodos e técnicas. 3 Ed.,
São Paulo: Atlas, 2007.
RUDIO, F. V. Introdução ao projeto de pesquisa científica. 32
Ed., Rio de Janeiro: Vozes, 2004.
DEMO, P. Pesquisa: princípio científico e educativo. 12 Ed., São
Paulo: Cortez, 2003.
DEMO, P. Pesquisa e informação qualitativa. Campinas: Papirus,
1ª Ed., 2001.
DEMO, P. Pesquisa participante: saber pensar e intervir. 1ª Ed.,
2005