2. FONÉTICA é a ciência que estuda os sons da
fala em suas múltiplas realizações.
FONOLOGIA é a ciência que estuda os
fonemas de uma língua, ou seja, as unidades
que têm função distintiva num sistema
linguístico.
3. FONEMAS = SONS DA FALA
FONEMAS são os elementos sonoros mais simples
das palavras. É a mínima unidade de som capaz de
estabelecer diferenciação entre um vocábulo e
outro:
Como se vê, a diferenciação entre as duas
palavras acima é marcada pelos fonemas /t/ e
/l/.
4. FONEMA ≠ LETRA
FONEMA: unidade sonora. Para transcrever o
fonema, usam-se barras oblíquas.
Ex.: /s/ Para simbolizar a pronúncia real de um
fonema, usa-se o ALFABETO FONÉTICO.
5. LETRA: sinal gráfico com que se representam
os fonemas. O conjunto de letras forma o
alfabeto.
Ex.: c, s, x ... são letras que representam o
fonema /s/.
=> Num vocábulo, nem sempre há equivalência
entre o número de letras e o de fonemas.
O vocábulo falha, por exemplo, possui:
- 5 letras (f-a-l-h-a)
- 4 fonemas /f-a-lh-a/
6. Nós, brasileiros, dispomos de 33 fonemas a serem
representados graficamente por apenas 26 letras.
É que o nosso sistema ortográfico não é
rigorosamente fonético, mas ainda está preso à origem
das palavras. Assim, por força da tradição etimológica,
podemos observar, na figuração dos fonemas
portugueses, as seguintes particularidades:
7. 1. A mesma letra pode representar mais de um
fonema: eXame, Xale, próXimo, seXo.
2. O mesmo fonema pode ser figurado por mais
de uma letra: caSa, eXílio, coZinha = /z/.
3. Um fonema pode ser representado por um
grupo de duas letras (dígrafos): maCHado,
muLHer, uNHa, miSSa, caRRo.
4. A letra ou grafema X pode representar dois
fonemas ao mesmo tempo, ou seja, um fonema
dúplice /ks/, /cs/. Ex.: táXi, fiXo, tóraX,
heXacampeão.
8. 5. O H inicial das palavras também não
representa fonema algum. Em hora, por
exemplo, há três fonemas apenas: /ora/.
6. As letras M e N, quando não seguidas de
vogal, também não representam um fonema.
São sinais de nasalização da vogal anterior. Em
canta, por exemplo, há apenas 4 fonemas: /c-ã-
t-a/.
7. Há fonemas que, em certos casos, não se
representam graficamente: bem: /bey/, batem:
/batey/, falam: /falãw/, põe: /põy/.
9. Os fonemas classificam-se em:
a. VOGAIS => base da sílaba
São sons que saem pronunciados da via bucal sem
interrupções. Numa sílaba, as vogais se salientam a todos os
outros fonemas.
b. SEMIVOGAIS
São os fonemas I e U átonos que, unidos à vogal vizinha,
formam, com ela, uma sílaba. São assilábicos, pois a base da
sílaba é a vogal.
c. CONSOANTES
São sons que saem pronunciados da via bucal com
interrupção, uma vez que são fonemas resultantes de um
fechamento momentâneo ou de um estreitamento do canal
bucal, ocasionando um obstáculo à saída da corrente de ar.
10. Os fonemas podem ser:
a. SONOROS: quando há vibração das cordas
vocais.
b. SURDOS: quando não ocorre vibração das
cordas vocais.
c. ORAIS: quando o ar sai livremente da
cavidade bucal.
d. NASAIS: quando, com o abaixamento do
palato mole, o ar escapa pelas fossas nasais e
pela boca.
11. 1. Quanto à zona de articulação
2. Quanto ao timbre
3. Quanto à intensidade
4. Quanto ao papel das
cavidades bucal e nasal
- anteriores: ê, é, i;
- média: a
- posteriores:ó, ô, u
- abertas: a, é,ó
- fechadas:ê, ô, i, u + nasais
tônicas
- reduzidas: a, e, o (finais átonas) +
nasais átonas
- tônicas: chá ca ra
- átonas: ca dei ra
- orais: a. ê. é, i, ô, ó, u.
- nasais: ã, e. i. õ, u.
13. São os fonemas i(y) e u(w) quando se juntam a um fonema
vogal, com ele formando uma só sílaba (ditongo ou
tritongo).
Os fonemas I e U podem ser vogais ou semivogais.
Foneticamente, as semivogais são transcritas: /y/ e /w/.
Ex.:
ri – so o “i” é vogal /i/
ri –o
he-rói o "i" é semivogal /y/
noi _ te
Ex.:
mu – ro o "u" é vogal /u/
ru- a
cl1a-péu o u e semivogal /w/
qua _ tro
14. As letras e e i, quando semivogais, têm o mesmo som
(fonema) /y/.
mãe = /mãy/ pois = /poys/
As letras o e u, quando semivogais, têm o mesmo som
(fonema) /w/.
barão = /barãw/ viu = /viw/
15. 1. DITONGOS DC – SV + V
DD=V+SV
2. TRITONGOS SV + V + SV
3. HIATO V+V
16. V+SV=> DD SV+V=> DC
O encontro de uma vogal + uma semivogal, ou e uma
semivogaI + uma vogal recebe o nome de DITONGO.
Os DITONGOS podem ser:
a) DECRESCENTES e CRESCENTES
b) ORAIS e NASAIS
17. Quando a vogal vem em primeiro lugar, o
DITONGO se denomina DECRESCENTE.
Assim:
caule pai céu muito.
Quando a semivogal antecede a vogal, o
DITONGO se diz CRESCENTE. Assim:
guardar qual linguiça frequente.
18. Como as vogais, os DITONGOS podem ser ORAIS e
NASAIS, segundo a natureza de sua Vogal.
São os seguintes os DITONGOS ORAIS
DECRESCENTES:
19. Há os seguintes DITONGOS NASAIS
DECRESCENTES:
Obs.: o u pronunciado, que antes é assinalado por
trema, é sempre SV.
20. SV+V+SV
Denomina-se TRITONGO o encontro formado de
SEMIVOGAL + VOGAL + SEMIVOGAL. De acordo
com a natureza (oral ou nasal) de sua vogal, os
TRITONGOS se classificam também em ORAIS E
NASAIS. São TRITONGOS ORAIS:
22. V+V
Dá-se o nome de HIATO ao encontro de duas vogais.
Assim, comparando-se as palavras pais (plural de pai) e
país (região), verifica-se que:
a. na primeira, o encontro ai soa numa só sílaba: pais.
b. na segunda, o a pertence a uma sílaba e o ia outra:
pa-ís.
Conclui-se, portanto, que em pais há DITONGO; em
país, ao contrário, HIATO.
Outros hiatos: ciúme, aorta, preencher, cooperar,
podia, cruel, creem, lagoa, poeira, doer.
23. 1. O /a/ é sempre fonema vogal.
2. Num encontro: 4. Para efeito de pronúncia:
classifica-se como DC.
5. No final de vocábulo:
3. Nos encontros:
6. Com 3 letras vogais: feio=DD + DC
Obs.: FEIO = DD+ DC
24. Sendo HIATO a ocorrência de duas vogais
consecutivas em sílabas separadas, não há muita
propriedade em dizer-se que nas palavras seguintes,
por exemplo, ocorre hiato: feio/ fei-o, maio/mai-o,
Piauí/Pi-au-í. Em tais palavras, ocorre a sucessão, SV+
V, e não V+ V.O iode (y) ou o vau (w) estendem-se à
outra sílaba, o que é facilmente perceptível na
pronúncia:
Feio/fei-(i)o, maio/mai-(i)o, Piauí/Pi-au-(u)í. O
embrião semivocálico, que na fala se prolonga até a
outra sílaba, origina dois ditongos.
25. Concluí-se, assim, que as palavras citadas
possuem, a rigor, dois ditongos, de vez que, na
fonética, analisamos os sons, basicamente:
Entretanto, é prática comum considerar-se hiato a
referida sucessão de fonemas (SV+ V).
28. 3. Sublinhe a única palavra em que há ditongo nasal:
viajante - nogueira - mágoa - cantavam – hortênsia
4. Sublinhe as palavras em que ocorre hiato:
viúva
sueco
caí
beato
preencher
rua
país
viu
ruivo
cai
sai
água
ruim
Tietê
coeso
ruína
lagoa
saíra
pajeú
pais
boia
29. 5. Nas palavras a seguir, os ditongos se encontram destacados.
Distinga os crescentes (DC) dos decrescentes (DD):
língua
constrói
contrário
feio
constroem
precisam
exercício
algodão
têxteis
baia
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depois
brasileiro
cílios
redação
podem
Deus
jiboia
mau
pardais
baía
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31. Quanto ao MODO DE ARTICULAÇÃO:
1. OCLUSIVAS: quando a corrente de ar encontra, na boca,
obstáculo total a sua passagem; portanto, são
momentâneas, explosivas.
2.. CONSTRITIVAS: quando a corrente de ar encontra
obstáculo parcial à sua passagem; portanto, são contínuas,
prolongadas.
2.1. FRICATIVAS: a corrente de ar produz atrito à maneira
de uma fricção.
2.2. LATERAIS:quando a língua toca o palato ou os alvéolos
dentais, e o ar escapa pelos lados da língua.
2.3. VIBRANTES:quando a ponta ou o dorso da língua vibra
ao contato com os alvéolos, provocando uma série de
brevíssimas oclusões da corrente de ar.
32. Quanto ao PONTO DE ARTICULAÇÃO:
1. BILATERAIS:formadas pelo encontro dos lábios.
2. LABIODENTAIS:quando o lábio inferior e dentes
incisivos superiores tocam-se, criando obstáculo parcial à
corrente de ar.
3. LINGUODENTAIS: quando o obstáculo se dá pelo
contato entre a língua e os dentes superiores.
4. ALVEOLARES: ocorre pela aproximação da língua com
os alvéolos dentais.
5. PALATAIS:ocorre pelo encontro do dorso da língua com
o palato duro (céu da boca).
6. VELARES:quando a parte posterior da língua encontra-se
com o véu palatino.
33. ENCONTRO CONSONANTAL é o agrupamento de
duas ou mais consoantes numa palavra.
Ex.:três, testa, obstruir, subde1egado, creme, plano.
1. O encontro consonantal pode ocorrer na mesma
sílaba (clima) ou em sílabas diferentes (advogado).
2. Em palavras como samba, renda, lindo, não há
encontro consonantal, porque m e n, em final de
sílaba, não representam fonemas; são letras
nasalizadoras, têm a função do til: /sãba, rda, Ido/.
3. A letra X, com valor de /cs/, equivale a um encontro
consonantal: fiXo, tóXico, heXágono = /ks/.
34. DÍGRAFO é O grupo de duas letras que representa um só fonema.
2 LETRAS = 1 FONEMA
Ex.: chá. O ch representa o fonema Ix/.
A. Dígrafos que representam consoantes:
ch: chapéu, cheio Ih: pilha, galho
nh: banho, ganha rr: barro, erro
ss: asseio, passo gu (antes de e ou i): guerra, seguinte
qu (antes de e ou i): leque, aquilo sc (antes de e ou i): descer, piscina
sç (antes de a ou o): desça, cresço xc (antes de e ou i): exceção, excitar
Atenção
xs: exsudação, exsurgir
35. 1. Em palavras em que as duas letras se pronunciam, os
grupos gu, qu, se e xc não são dígrafos, como nos
exemplos: agudo, aguentar, aquático, frequente,
escada, exclamar.
2. Na divisão gráfica das sílabas, cinco desses dígrafos
(ch,lh, nh, gu e qu) são inseparáveis, e os cinco outros
(rr, 55, sc sç e xc), separáveis: ter-ra, os-so, pis-ci-na,
cres-ça, ex-ce-to.
3. Dígrafo não é encontro consonantal, pois representa
um só fonema.
36. b. Dígrafos que figuram vogais nasais:
(ressoo nasal ou sinal de nasalização)
am: tampa /tãpal an: santa /sãtal
em: tempo /tpol en: venda /vdal
im: limpo /pol in: linda /idal
om: ombro /õbrol on: sonda /sõdal
um: jejum /jej/ un: mundo /mdol
37. No fim das palavras, como falam /fálãw/, batem
/bátey/, alguém /algey/, am e em não são dígrafos,
porque representam um ditongo nasal; portanto, dois
fonemas (ditongo).