O feudalismo deve sua formação a uma série de fatores, entre eles a desagregação do Império Romano, o declínio da escravidão e do comércio, a ruralização da população, a formação de múltiplos senhorios e reinos bárbaros independentes, a incapacidade da maioria dos sacro-imperadores romano-germânicos em reconstituir uma unidade política abrangente e eficiente, a supressão do paganismo e o fortalecimento político da Igreja Católica e do movimento monástico. O feudalismo evoluiu lentamente até se tornar o modelo dominante na Europa, e se caracterizou, em sua forma madura, pela regionalização ou encelulamento do poder, ou seja, sua concentração em âmbito local nas mãos de uma aristocracia rural que dominava a terra com grande autonomia, e subjugava a maior parte da população através do poder de dominium. O sistema era garantido pelo monopólio das forças militares pela elite, pelo apoio da Igreja, por uma progressiva sustentação jurídica e ideológica, e por uma forte rede de obrigações entre os senhores feudais e seus vassalos e súditos. A partir do século XIII, com o surgimento de novas monarquias centralizadas e poderosas, a reurbanização da Europa, o reaquecimento e diversificação da economia, entre outros fatores, o sistema iniciou seu declínio, que se acelerou a partir do século XIV com a emergência do proto-capitalismo, a concorrência da burguesia, a substituição de grande parte dos servos por trabalhadores assalariados, a maior laicização da sociedade e grandes mudanças culturais, mas algumas instituições feudais, mais notadamente o feudo propriamente dito, perduraram na Europa até depois do fim do Antigo Regime.[3][4] O sistema foi típico da Europa, onde se desenvolveu com características únicas, mas vários historiadores vêm tentando compará-lo com outros sistemas não-europeus, com resultados muito controversos. Sua imagem pública foi profundamente manchada com as revoluções burguesas, atendendo ao interesse da burguesia em afirmar a legitimidade e superioridade do seu próprio modelo, dissolvendo-se entre os séculos XIX e XX as últimas instituições feudais ainda remanescentes em regiões isoladas da Europa. Devido à negativa propaganda burguesa, por muito tempo o feudalismo foi visto como um sistema autoritário, violento, opressor e explorador, cuja economia era estagnada, cuja política era caótica, e que não tinha flexibilidade para admitir mudanças. Hoje entende-se que precisa ser reavaliado e sua história entendida em suas próprias bases e contexto, e não a partir de projeções judiciosas modernas sobre uma época em que todo o pensamento era diferente. Reconhece-se hoje que o feudalismo foi, também, coerente, dinâmico e adaptável, manteve-se em um estado de contínuo rearranjo sem alterar sua essência, perdurando por muitos séculos, e propiciou o desenvolvimento de novas técnicas e métodos de produção e trocas que impulsionaram um reflorescimento econômico a partir dos séculos XI-XII, com um rico paralelo nas artes e arquitetura...............
Feudalismo: Sistema Econômico e Social da Idade Média
1.
2. O feudalismo foi um sistema econômico, social político e cultural
predominantemente na Idade Média.
ORIGEM e CARACTERÍSTICAS:
• O processo de decadência do Império Romano, a partir do século III, está na
origem do feudalismo.
• Os bárbaros, ao ocuparem vastas regiões da Europa Ocidental,
estabeleceram um clima de insegurança na população que levou
gradativamente a uma drástica redução da atividade comercial e da vida
urbana.
• Assim, o ocidente europeu passou a contar com uma população
predominantemente rural, concentrada em torno de poderosos proprietários
de terra, capazes de lhe oferecer proteção, e vivendo à base de uma
agricultura de subsistência.
• As invasões árabes dos séculos VII e VIII, intensificaram a ruralização.
• Após os árabes a Europa foi invadida por outros povos, destacando-se os
normandos (vikings) e os magiares (húngaros).
Esse fato tornou a vida agrária nos feudos com seus castelos a única forma
de organização social significativa da Europa medieval.
4. A SOCIEDADE FEUDAL
Classe
dominante
Clero e Nobreza – decisões, direção e direitos.
Formado pelos senhores feudais e o alto clero.
Sociedade estamental – ísto é, composta de estamentos (camadas), posições
sociais rígidas. A mobilidade social era reduzida.
Como regra, se o indivíduo nascia na camada servil, nela permanecia até o
fim de seus dias, o mesmo ocorrendo para aquele que pertencesse à
camada senhorial.
Camada produtiva,
dominada pelos senhores
Servos, vilões – deveres e obrigações em
troca da proteção dos senhores
6. IDADE MÉDIA
A Igreja deteve um poder
extraordinário em função
da posse sobre grande
parte das propriedades
rurais, as quais eram
obtidas através de doações,
heranças e tributos pagos
pelos cristãos.
7. SUSERANOS E VASSALOS
Havia uma relação de dependência entre os nobres, com a doação do benefício,
ou feudo, que quase sempre era a concessão de uma propriedade, mas também
podia ser o direito de explorar rendas ou cobrar pedágios em estradas.
Etapas do contrato:
• Homenagem – o vassalo, ajoelhado e sem armas, declarava a
vontade de entrar para a clientela do senhor.
• fidelidade – era o juramento de manter-se fiel ao suserano.
• Investidura – entregava-se ao vassalo um objeto que
simbolizava o feudo.
10. • SUSERANO – quem doava o benefício
• VASSALO – recebia o benefício.
PRINCIPAIS TRIBUTOS PAGOS PELOS SERVOS
TALHA – porcentagem da produção das terras trabalhadas;
correspondia, em geral, a mais da metade da produção.
CORVEIA – trabalho gratuito nas terras do senhor, de 2 a 3
dias por semana.
BANALIDADES – pagamento pelo uso de instrumentos de
trabalho pertencentes ao senhor e das dependências comuns do
feudo, como moinhos, fornos, celeiros, pontes, etc.
11. Deveres dos Servos
Corveia
Trabalho gratuito de 3 a 5 dias por
Semana no Manso Senhorial.
Talha
Dar parte da produção (3/4 dia) ao
Suserano.
Banalidades
Pagamento, em espécie, pela utilização
de instrumentos do Feudo.
Tostão
De Pedro
Dar 10 por cento da produção feudal
para a Igreja Católica.
Captação
Imposto anual pago pelo simples fato
De estar vivo.
12. ORGANIZAÇÃO DOS FEUDOS
Feudo Senhorial
Domínio senhorial – onde
ficava o castelo com terras
de uso exclusivo do senhor
Feudo Servil
Terras servil – composto por
vários lotes, arrendados aos
servos
Feudo comunal
Terras comuns – composto
por bosques e pastos
usados tanto pelo senhor
como pelos servos
13. As terras dos feudos
• Reserva senhorial: terras
que pertenciam
exclusivamente ao senhor
feudal. .
• Campos abertos: terras de
uso comum. compreendiam
bosques e pastos, havia uma
posse coletiva da terra
• Manso servil ou tenência:
terras utilizadas pelos
servos, das quais eles
retiravam seu próprio
sustento e recursos para
cumprir as obrigações
feudais."
14. ECONOMIA DE SUBSISTÊNCIA
Obrigados a pagar diversos tributos aos seus senhores, em
produtos ou em serviços, os servos não estavam estimulados a
produzir mais, pois, quanto mais produzissem, mais
acabavam pagando. Dessa forma, não tinham interesse de
aperfeiçoar as técnicas.
Para evitar, contudo o rápido esgotamento da terra, fonte de
sobrevivência dos feudos, adotou-se o sistema de rotação das
culturas.
15. ECONOMIA MEDIEVAL
• A economia agrícola.
• Existiam moedas na Idade Média, porém
eram pouco utilizadas.
• As trocas de produtos e mercadorias eram
comuns
• Rural
• auto-suficiente
16. PODER LOCAL
Os senhores feudais tinham mais forças do que o rei.
Cada feudo possuía seu próprio exército, composto
principalmente pelos cavaleiros nobres, que eram guerreiros
regulares, e por servos convocados, se houvesse necessidade.
A cavalaria medieval, constituía um verdadeiro exército
particular, fundada nos ideais de honra, lealdade e heroísmo. Ser
cavaleiro era ambição de todos os jovens nobres.
O treinamento começa a partir dos sete anos de idade, quando
serviam de pajens de um senhor, momento em que aprendiam
montaria e manejo de armas. Em seguida, tornavam-se
escudeiros, acompanhando os senhores cavaleiros nas guerras e
nas caçadas.
17. Finalmente, perto dos 20
anos, depois de
demonstrar habilidades e
virtudes guerreiras, eram
sagrados cavaleiros numa
grandiosa festa no castelo
real, cumprindo um
minucioso ritual.
18. Assim, econômica e
militarmente fortes, os
senhores feudais
detinham também o
controle político local,
constituindo-se no
único poder efetivo
durante a Idade
Média, garantindo
seus interesses e
privilégios e anulando
quase inteiramente o
poder do rei.
Fim.