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PANORAMA
BRASIL-ARGENTINA
JULHO 2015
Foto:Tphotography|Shutterstock.com
SUMÁRIO
PANORAMA ECONÔMICO
Dados macroeconômicos
PANORAMA DO COMÉRCIO BILATERAL
Exportações brasileiras
Importações brasileiras
Balança comercial
MEDIDAS QUE AFETAM O COMÉRCIO INTERNACIONAL
Painel OMC: Argentina solicita prazo para adoção de recomendações
Reunião Bilateral entre Brasil e Argentina e renovação do acordo automotivo
Prorrogação do regime de incentivo fiscal para fabricantes de bens de capital
Fim dos embargos a maçãs e peras argentinas e à carne bovina brasileira
PANORAMA POLÍTICO
Agenda Argentina-Rússia
EQUIPE TÉCNICA
03
03
04
04
06
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10
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11
11
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PANORAMA BRASIL-ARGENTINA | JULHO 2015 3
PANORAMA ECONÔMICO
DADOS MACROECONÔMICOS
Tabela 1. Dados macroeconômicos – Argentina
Fonte: Abeceb.
¹ Média em junho.
² O Índice de Preços ao Consumidor da Grande Buenos Aires (IPC-GBA) foi interrompido. O Índice de Preços
ao Consumidor Nacional Urbano (IPC-NU) é de âmbito nacional, sendo publicado desde dez/2013.
Taxa de câmbio (peso/USD) (Jun./15)¹ 9,05
Risco-país (Jun./15)¹ 592,7
Reservas (Jun./15)¹ US$ 33,62 bilhões
Dívida total (Jun./14) US$ 198,9 bilhões
Dívida interna (Jun./14) US$ 128,5 bilhões
Dívida externa (Jun./14) US$ 70,4 bilhões
Preços ao consumidor²
Variação anual (Abeceb – jun./15) 29,3%
Variação mensal (Abeceb – jun./15) 2,0%
Variação acumulada até junho (Abeceb) 13,1%
Desemprego (1º trim./15) 7,1%
PANORAMA BRASIL-ARGENTINA | JULHO 2015 4
PANORAMA DO COMÉRCIO BILATERAL
EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS
A Argentina se manteve como o terceiro principal destino das exportações brasileiras nos primeiros cinco meses de
2015. Contudo, em comparação com igual período de 2014, as exportações à Argentina recuaram 16%, de aproxima-
damente US$ 6,2 bilhões para aproximadamente US$ 5,2 bilhões. Destaca-se que o primeiro e o segundo destino
das exportações brasileiras nos períodos analisados foram, respectivamente, China e Estados Unidos. Vale ainda
ressaltar que as exportações totais brasileiras recuaram 17,06% entre os períodos analisados.
A pauta exportadora brasileira à Argentina é essencialmente composta por produtos manufaturados1, represen-
tando 92% do total exportado entre janeiro e maio de 2015. Contudo, parte majoritária dos bens manufaturados
exportados pelo Brasil ao país vizinho refere-se aos produtos do acordo automotivo2 celebrado entre os dois países.
Entre janeiro e maio de 2015, 61% dos manufaturados exportados à Argentina correspondem a itens cobertos pelo
referido acordo (Tabela 2).
Tabela 2. Exportações brasileiras para a Argentina
1 Conforme tabela descritiva sobre a metodologia de produção de estatísticas de comércio exterior disponível na seção “Estatísticas
de Comércio Exterior” do site do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (www.desenvolvimento.gov.br).
2 O Acordo Automotivo entre Brasil e Argentina faz parte do Acordo de Complementação Econômica nº 14 (ACE-14) e é atualmente
regido pelo quadragésimo Protocolo Adicional que estipula o sistema flex de 1,5 para as exportações brasileiras. Neste sistema,
para cada US$ 1,00 importado da Argentina, o Brasil pode exportar até US$ 1,50.
Fonte: Aliceweb/MDIC. Elaboração: Derex-Fiesp.
Jan.-Mai. 2014 Jan.-Mai. 2015 Variação
Exportações totais (exceto auto) US$ 2.720.213.857 US$ 2.273.195.452 -16,4%
Exportações manufaturadas (exceto auto) US$ 2.097.531.310 US$ 1.876.344.244 -10,5%
Manufaturados/totais 77,1% 82,5% 1,5 p.p.
Fonte: Aliceweb/MDIC. Elaboração: Derex-Fiesp.
Jan.-Mai. 2014 Jan.-Mai. 2015 Variação
Exportações totais US$ 6.193.080.299 US$ 5.202.826.442 -16,0%
Exportações – manufaturados US$ 5.570.397.752 US$ 4.805.975.234 -13,7%
Manufaturados/exportações totais 89,9% 92,4% -2,5 p.p.
Exportações – acordo automotivo US$ 3.472.866.442 US$ 2.929.630.990 -15,6%
Acordo automotivo/manufaturados 62,3% 61,0% -1,3 p.p.
A Tabela 3 apresenta as exportações brasileiras para a Argentina, excetuando-se os bens do acordo automotivo. A
pauta exportadora concentra-se em bens manufaturados (82,5%).
Tabela 3. Exportações brasileiras para a Argentina, exceto itens do acordo automotivo
PANORAMA BRASIL-ARGENTINA | JULHO 2015 5
PRINCIPAIS ITENS DA PAUTA DE PRODUTOS DE EXPORTAÇÃO
A Tabela 4, a seguir, lista os 15 principais produtos exportados pelo Brasil à Argentina3 nos primeiros cinco meses de
2014 e 2015.
Tabela 4. Pauta de Produtos de Exportação (PPE) à Argentina (janeiro a maio de 2014 e 2015)
Fonte: Aliceweb/MDIC. Elaboração: Derex-Fiesp.
Pauta de Produtos de Exportação (PPE)
Jan.-Mai.
2014 (US$)
Jan.-Mai.
2015 (US$)
Var. (%)
2015/2014
Part. (%)
2015
Automóveis de passageiros 1.212.465.853 935.969.924 -22,8% 18,0%
Partes e peças – automóveis e tratores 619.129.789 538.281.208 -13,1% 10,3%
Veículos de carga 350.168.436 290.809.524 -17,0% 5,6%
Demais produtos manufaturados 262.355.165 207.381.298 -21,0% 4,0%
Motores para automóveis e suas partes 212.035.184 171.271.183 -19,2% 3,3%
Produtos laminados planos de ferro ou aço 88.365.413 170.343.395 92,8% 3,3%
Minérios de ferro e seus concentrados 376.333.246 168.393.048 -55,3% 3,2%
Polímeros de etileno, propileno e estireno 179.558.821 154.218.968 -14,1% 3,0%
Tratores 135.837.032 130.059.418 -4,3% 2,5%
Pneumáticos 138.084.628 123.282.309 -10,7% 2,4%
Bombas, compressores, ventiladores 76.393.122 77.844.559 1,9% 1,5%
Cobre, barras, fios, chapas, folhas/tiras 69.432.223 68.091.315 -1,9% 1,3%
Chassis com motor e carrocerias para veículos 42.587.898 66.366.743 55,8% 1,3%
Óxidos e hidróxidos de alumínio 88.293.393 64.135.809 -27,4% 1,2%
Papelecartãoparaescrita,impressãoefinsgráficos 66.560.800 62.343.936 -6,3% 1,2%
Demais produtos 2.275.479.296 1.974.033.805 -13,2% 37,9%
Total 6.193.080.299 5.202.826.442 -16,0% –
PANORAMA DO COMÉRCIO BILATERAL
3 De acordo com tabela sobre a metodologia de produção de estatísticas de comércio exterior disponível na seção “Estatísticas de
Comércio Exterior” do site do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio (www.desenvolvimento.gov.br).
PANORAMA BRASIL-ARGENTINA | JULHO 2015 6
IMPORTAÇÕES BRASILEIRAS
As importações brasileiras originárias do mercado argentino reduziram 22,3% nos primeiros cinco meses de 2015, em
comparação com igual período de 2014. Os bens manufaturados representam porção majoritária das importações brasi-
leiras originárias do parceiro sul-americano (78,6% no mesmo período de 2015). Contudo, entre os períodos analisados,
houve retração de 5,4 pontos percentuais na participação dos bens manufaturados na pauta importadora brasileira, de
84% para 78,6%.
Bens do setor automotivo, principal item na pauta comercial bilateral, lideraram as importações brasileiras de bens ma-
nufaturados entre janeiro e maio de 2015. Contudo, a participação dos bens do acordo automotivo apresentou recuo
de 3 pontos percentuais em relação à totalidade das importações de bens manufaturados originários da Argentina, de
63,4% para 60,4%, respectivamente, entre os meses de janeiro e maio de 2014 e 2015 (Tabela 5).
Tabela 5. Importações brasileiras da Argentina
PANORAMA DO COMÉRCIO BILATERAL
Jan.-Mai. 2014 Jan.-Mai. 2015 Variação
Importações totais US$ 5.814.016.864 US$ 4.518.387.985 -22,3%
Importações – manufaturados US$ 4.882.244.804 US$ 3.549.379.616 -27,3%
Manufaturados/importações totais 84,0% 78,6% -5,4 p.p.
Importações – automotivo US$ 3.097.001.909 US$ 2.144.343.022 -30,8%
Acordo automotivo/manufaturados 63,4% 60,4% -3 p.p.
Jan.-Mai. 2014 Jan.-Mai. 2015 Variação
Importações totais (exceto auto) US$ 2.717.014.955 US$ 2.374.044.963 -12,6%
Importações – manufaturados (exceto auto) US$ 1.785.242.895 US$ 1.405.036.594 -21,3%
Manufaturados/totais 65,7% 59,2% -6,5 p.p.
Fonte: Aliceweb/MDIC. Elaboração: Derex-Fiesp.
Fonte: Aliceweb/MDIC. Elaboração: Derex-Fiesp.
Excetuando-se os bens do acordo automotivo, a pauta da importação brasileira mantém-se majoritariamente
concentrada em bens manufaturados nos primeiros cinco meses de 2015 (59,2%). Contudo, em comparação ao
mesmo período de 2014, a participação percentual destes bens foi reduzida em 6,5 pontos percentuais, de 65,7%
para 59,2% (Tabela 6).
Tabela 6. Importações brasileiras da Argentina, exceto itens do acordo automotivo
PANORAMA BRASIL-ARGENTINA | JULHO 2015 7
PRINCIPAIS ITENS DA PAUTA DE PRODUTOS DE IMPORTAÇÃO
A Tabela 7, a seguir, lista os 15 principais produtos importados pelo Brasil, originários da Argentina4 , entre janeiro e
maio de 2014 e 2015.
Tabela 7. Pauta de Produtos de Importação (PPI) da Argentina (janeiro a maio de 2014 e 2015)
PANORAMA DO COMÉRCIO BILATERAL
Pauta de Produtos de Importação (PPI)
Jan.-Mai. 2014
(US$)
Jan.-Mai. 2015
(US$)
Var. (%)
2015/2014
Part. (%)
2015
Automóveis de passageiros 1.208.150.160 842.929.822 -30,2% 18,7%
Veículos de carga 1.059.015.741 748.799.734 -29,3% 16,6%
Trigo em grãos 305.841.395 434.978.775 42,2% 9,6%
Partes e peças – automóveis e tratores 321.000.013 212.825.742 -33,7% 4,7%
Polímeros de etileno, propileno e estireno 149.103.914 157.715.094 5,8% 3,5%
Demais produtos manufaturados 149.719.821 114.004.015 -23,9% 2,5%
Prod. de perfumaria, toucador e cosméticos 120.913.549 93.286.560 -22,8% 2,1%
Inseticidas, formicidas, herbicidas, etc. 71.257.926 91.388.000 28,2% 2,0%
Prod. hortícolas preparados/conserv. 115.798.948 89.295.179 -22,9% 2,0%
Naftas 161.792.202 82.262.802 -49,2% 1,8%
Malte inteiro ou partido, não torrado 132.377.221 79.316.664 -40,1% 1,8%
Cevada em grãos 62.804.683 63.199.859 0,6% 1,4%
Motores para automóveis e suas partes 101.313.448 62.183.197 -38,6% 1,4%
Pastas químicas de madeira 52.746.565 59.726.629 13,2% 1,3%
Peras frescas 67.842.780 53.874.668 -20,6% 1,2%
Demais produtos manufaturados 1.734.338.498 1.332.601.245 -23,2% 29,5%
Total 5.814.016.864 4.518.387.985 -22,3% –
4 Conforme tabela descritiva sobre a metodologia de produção de estatísticas de comércio exterior disponível na seção “Estatísticas
de Comércio Exterior” do site do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (www.desenvolvimento.gov.br).
Fonte: Aliceweb/MDIC. Elaboração: Derex-Fiesp.
PANORAMA BRASIL-ARGENTINA | JULHO 2015 8
BALANÇA COMERCIAL
Nos primeiros cinco meses de 2015, a corrente de comércio entre Brasil e Argentina foi afetada, sobretudo, pelas restri-
ções argentinas às importações. Contudo, a retração das importações brasileiras foi mais significativa (22,3%) do que
a observada nas exportações (16%). Com isso, o saldo comercial brasileiro com a Argentina apresentou aumento de
80,6% nos primeiros cinco meses de 2015 em relação a 2014 (Tabela 8).
Tabela 8. Balança comercial brasileira com a Argentina
Excluindo-se os itens do acordo automotivo vigente entre Brasil e Argentina, a balança comercial brasileira foi, no en-
tanto, deficitária em cerca de US$ 100,9 milhões nos primeiros cinco meses de 2015. Como o saldo registrado no
mesmo período de 2014 foi positivo em cerca de US$ 3,2 milhões, o saldo em 2015 é cerca de 31 vezes menor do que
o observado em 2014 (Tabela 9).
Tabela 9. Balança comercial brasileira com a Argentina, exceto itens do acordo automotivo
PANORAMA DO COMÉRCIO BILATERAL
Jan.-Mai. 2014 (US$) Jan.-Mai. 2015 (US$) Variação
Exportações totais 6.193.080.299 5.202.826.442 -16,0%
Importações totais 5.814.016.864 4.518.387.985 -22,3%
Saldo comercial 379.063.435 684.438.457 80,6%
Fonte: Aliceweb/MDIC. Elaboração: Derex-Fiesp.
Fonte: Aliceweb/MDIC. Elaboração: Derex-Fiesp.
Jan.-Mai. 2014 (US$) Jan.-Mai. 2015 (US$) Variação
Exportações totais (exceto auto) 2.720.213.857 2.273.195.452 -16,4%
Importações totais (exceto auto) 2.717.014.955 2.374.044.963 -12,6%
Saldo comercial 3.198.902 -100.849.511 -3.253%
PANORAMA BRASIL-ARGENTINA | JULHO 2015 9
PANORAMA DO COMÉRCIO BILATERAL
A respeito dos números da balança comercial brasileira por fator agregado, com exceção dos itens do acordo auto-
motivo, é possível identificar que o déficit brasileiro associa-se, majoritariamente, a produtos básicos. Este grupo
de produtos apresentou, nos primeiros cinco meses de 2015, um déficit comercial de aproximadamente US$ 529
milhões, conforme indicado na Tabela 10. Tal déficit é 95% maior do que o apresentando no mesmo período de 2014
e é, em grande medida, atribuído às importações de trigo em grãos (principal item da pauta de importação brasileira
de produtos básicos originários da Argentina), que totalizaram cerca de US$ 435 milhões, e às importações de ceva-
da em grãos, que somaram US$ 63 milhões no mesmo período.
Tabela 10. Balança comercial brasileira com a Argentina por fator agregado, exceto itens do acordo automotivo
Fator agregado Fluxo US$ Jan.-Mai. 2014 US$ Jan.-Mai. 2015 Var. (%) 2015/2014
Manufaturados
Exp. 2.097.531.310 1.876.344.244 -11%
Imp. 1.785.242.895 1.405.036.594 -21%
Saldo 312.288.415 471.307.650 51%
Semimanufaturados
Exp. 151.715.466 130.685.482 -14%
Imp. 198.255.060 179.960.912 -9%
Saldo -46.539.594 -49.275.430 6%
Básicos
Exp. 462.338.687 259.937.150 -44%
Imp. 733.517.000 789.047.457 8%
Saldo -271.178.313 -529.110.307 95%
Outras exportações* 8.628.394 6.228.576 -28%
Total
Exp. 2.720.213.857 2.273.195.452 -16%
Imp. 2.717.014.955 2.374.044.963 -13%
Saldo 3.198.902 -100.849.511 -3253%
Fonte: Aliceweb/MDIC. Elaboração: Derex-Fiesp.
*Transações especiais e consumo de bordo.
PANORAMA BRASIL-ARGENTINA | JULHO 2015 10
MEDIDAS QUE AFETAM O COMÉRCIO INTERNACIONAL
PAINEL OMC: ARGENTINA SOLICITA PRAZO PARA ADOÇÃO DE
RECOMENDAÇÕES
O painel que deu início à disputa foi aberto por solicitação dos Estados Unidos, Japão e União Europeia. Em 15
de janeiro de 2015, o Órgão de Apelação da Organização Mundial do Comércio (OMC) sustentou a decisão prévia
emitida pelo Órgão de Solução de Controvérsias, classificando o uso das Declarações Juradas Antecipadas de
Importação (DJAI) pela Argentina como infringente às regras internacionais de comércio. Com isso, deu-se início
ao prazo para a Argentina manifestar sua intenção em adotar as recomendações do Órgão ou solicitar um prazo
prudencial para adequação.
No dia 23 de fevereiro, a Argentina manifestou sua intenção em adotar as recomendações propostas pelo Órgão de
Solução de Controvérsias. No entanto, o país indicou a necessidade da adoção de um prazo prudencial para plena
adaptação de sua legislação e implementação das recomendações da Organização.
No dia 02 de julho, a Argentina e as partes reclamantes (Estados Unidos, União Europeia e Japão) divulgaram acordo
relativo ao prazo de adequação da política comercial argentina à luz da decisão emitida pelo Órgão de Solução de
Controvérsias. O referido prazo expirará no dia 31 de dezembro de 2015, conforme acordado entre as partes. Nesta
data, de acordo com os regulamentos da OMC, a Argentina deve ter adequado o uso das DJAI ao rigor das regras in-
ternacionais de comércio.
REUNIÃO BILATERAL ENTRE BRASIL E ARGENTINA E RENOVAÇÃO
DO ACORDO AUTOMOTIVO
Nos dias 8 e 29 de maio foram realizadas reuniões entre representantes do governo brasileiro e argentino, com o ob-
jetivo de debater, de forma ampla, questões envolvendo a pauta comercial entre os dois países.
As reuniões contaram com a participação, pelo Brasil, do Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior,
Armando Monteiro, e do Ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. Representando a Argentina, participaram de
ambos os encontros o Ministro da Economia, Axel Kicillof, e o chanceler argentino, Hector Timerman.
Entre os temas tratados na reunião bilateral, iniciaram-se as conversas sobre a renovação do acordo automotivo
entre os dois países. Nesse contexto, no dia 25 de junho foi assinado o 41º Protocolo Adicional, renovando a vigência
do referido acordo até o dia 30 de junho de 2016.
Não houve, contudo, alterações nas regras de funcionamento do acordo, e o sistema flex continua em vigor. Nesse
sistema, para cada US$ 1,50 exportado (por Brasil ou Argentina) com isenção de imposto de importação, US$ 1,00
deve ser importado na mesma condição. Exportações que ultrapassem este patamar serão taxadas normalmente
dentro das alíquotas de importação vigentes. Este mecanismo garante que o acordo não gere déficits comerciais e
distorça o comércio bilateral entre Brasil e Argentina.
PANORAMA BRASIL-ARGENTINA | JULHO 2015 11
MEDIDAS QUE AFETAM O COMÉRCIO INTERNACIONAL
PRORROGAÇÃO DO REGIME DE INCENTIVO FISCAL PARA
FABRICANTES DE BENS DE CAPITAL
O Decreto nº 451, publicado em 06 de abril de 2015 pelo governo argentino, prorrogou a vigência, até 30 de junho de
2015, do regime de incentivo fiscal para os fabricantes de bens de capital, criado mediante o Decreto nº 379/2001 e
suas modificações. Seus efeitos serão retroativos ao dia 1º de janeiro de 2015.
O regime permite aos fabricantes de bens de capital o recebimento de um bônus fiscal aplicável no recolhimento de
impostos nacionais. O bônus corresponde a 14% do valor de venda do produto, descontados os valores dos insumos
e das partes e componentes importados que não recolhem imposto de importação na entrada à Argentina.
O principal objetivo do regime é melhorar a competitividade da indústria argentina produtora de bens de capital, a
fim de que esta possa participar em condições equitativas no fornecimento dos referidos bens.
Entre as condições para se beneficiar do regime, destacam-se:
•	 Possuir estabelecimentos industriais localizados em território argentino;
•	 Informar, por meio de declaração jurada, a quantidade de trabalhadores registrados ao final dos meses de dezem-
bro de 2011 e junho de 2015, e assumir o compromisso de não reduzir os números de emprego apresentados. Aos
trabalhadores também não deve ser aplicada nenhum tipo de suspensão sem direito a salários, estando ainda as
empresas sujeitas a penalidades em caso de rescisões dos benefícios aos trabalhadores.
FIM DOS EMBARGOS A MAÇÃS E PERAS ARGENTINAS E À CARNE
BOVINA BRASILEIRA
No dia 17 de junho de 2015, um dia após o Brasil retirar o embargo à maçã, à pera e ao marmelo produzidos na Ar-
gentina, o país vizinho retirou o embargo à carne bovina in natura brasileira. O embargo estava em vigor desde 2012
em decorrência de um caso atípico de encefalopatia espongiforme bovina (BSE, bovine spongiform encephalopathy),
também conhecida como doença da vaca louca.
Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), de acordo com um documento oficial assi-
nado entre o Serviço de Sanidade e Qualidade Agroalimentar (Senasa) da Argentina e o ministério brasileiro, não ca-
beriam restrições comerciais a países que tivessem casos espontâneos e inevitáveis de BSE atípica, como aconteceu
com o Brasil nos anos anteriores.
Ademais, no dia 16 de junho, o Mapa informou a retirada do embargo à maçã, à pera e ao marmelo produzidos na
Argentina que havia sido imposto pelo Brasil em março deste ano devido à presença da praga Cydia pomonella (co-
nhecida como “traça das maçãs”) nestes produtos. No Brasil, referida praga foi erradicada em 2014.
Segundo o ministério brasileiro, as providências das autoridades argentinas, demonstrando controle do problema,
retiram as razões para a restrição. O ministério solicitou à Argentina a reavaliação in loco do planejamento de contin-
gência e mitigação de riscos para a praga, que foi atendida pelo país.
O Brasil já havia solicitado à Argentina que permitisse a entrada de inspetores brasileiros para uma avaliação de risco.
No entanto, as inspeções vinham sendo postergadas e o Brasil determinou que a suspensão dos produtos seria válida
até que o sistema argentino para mitigação de riscos relacionados à praga fosse reavaliado.
Em 2014, a Argentina exportou para o Brasil 137,6 mil toneladas de peras e cerca de 50 mil toneladas de maçãs, o que
representou, respectivamente, 66% e 42,6% das importações totais brasileiras desses produtos no período.
PANORAMA BRASIL-ARGENTINA | JULHO 2015 12
PANORAMA POLÍTICO
AGENDA ARGENTINA-RÚSSIA
Entre os dias 22 e 23 de abril, a presidenta argentina, Cristina Kirchner, se encontrou com seu correlato russo, Vladimir
Putin, para realização de cerca de 20 acordos bilaterais envolvendo temáticas energéticas, agrárias, trocas de tecnolo-
gia, entre outras. Replicando o modelo já utilizado nos acordos com a República Popular da China, um acordo-marco
foi firmado, estabelecendo diretrizes gerais da cooperação entre os dois países – a Declaração Conjunta para Estabele-
cimento da Associação Estratégica Integral Argentino-Russa.
Na área energética, destaca-se o convênio para a construção da sexta central nuclear da Argentina, que será pautado
pela cooperação da companhia russa Rosatom e a Nucleoelétrica Argentina Sociedade Anônima. Dois memorandos de
entendimento também foram assinados no que tange à cooperação energética entre a empresa russa TVEL (produtora
de combustíveis nucleares), a Comissão Nacional de Energia Atômica da Argentina (Cnea) e o Instituto de Pesquisas
Aplicadas (Invap).
No setor de petróleo e gás, realça-se a assinatura do memorando de entendimento entre a YPF (estatal argentina) e a
maior empresa extratora de gás natural do mundo, a russa Gazprom. O acordo é referente à exploração do campo de
Vaca Muerta, principal reserva argentina de petróleo e gás. No campo hidroelétrico, investimentos da ordem de US$
1,2 bilhões estão previstos nos acordos para financiamento da central hidroelétrica Chihuido I, localizada na província
de Neuquén. A central Chihuido I, que originalmente contaria com aportes do Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES), será financiada pelo Banco Russo de Desenvolvimento e Assuntos Econômicos Externos
(Vnesheconombank).
Noquetangeàcooperaçãofinanceira,ummemorandofoiassinadoentreoBancodelaNaciónArgentinaeoBancoRus-
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PANORAMA BRASIL-ARGENTINA | JULHO 2015 13
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Diretor Titular: Thomaz Zanotto
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ÁREA DE DEFESA COMERCIAL
Diretor Titular Adjunto: Eduardo de Paula Ribeiro
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FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE SÃO PAULO – FIESP
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Panorama Brasil-Argentina: Comércio bilateral e medidas que afetam as relações econômicas

  • 2. SUMÁRIO PANORAMA ECONÔMICO Dados macroeconômicos PANORAMA DO COMÉRCIO BILATERAL Exportações brasileiras Importações brasileiras Balança comercial MEDIDAS QUE AFETAM O COMÉRCIO INTERNACIONAL Painel OMC: Argentina solicita prazo para adoção de recomendações Reunião Bilateral entre Brasil e Argentina e renovação do acordo automotivo Prorrogação do regime de incentivo fiscal para fabricantes de bens de capital Fim dos embargos a maçãs e peras argentinas e à carne bovina brasileira PANORAMA POLÍTICO Agenda Argentina-Rússia EQUIPE TÉCNICA 03 03 04 04 06 08 10 10 10 11 11 12 12 13
  • 3. PANORAMA BRASIL-ARGENTINA | JULHO 2015 3 PANORAMA ECONÔMICO DADOS MACROECONÔMICOS Tabela 1. Dados macroeconômicos – Argentina Fonte: Abeceb. ¹ Média em junho. ² O Índice de Preços ao Consumidor da Grande Buenos Aires (IPC-GBA) foi interrompido. O Índice de Preços ao Consumidor Nacional Urbano (IPC-NU) é de âmbito nacional, sendo publicado desde dez/2013. Taxa de câmbio (peso/USD) (Jun./15)¹ 9,05 Risco-país (Jun./15)¹ 592,7 Reservas (Jun./15)¹ US$ 33,62 bilhões Dívida total (Jun./14) US$ 198,9 bilhões Dívida interna (Jun./14) US$ 128,5 bilhões Dívida externa (Jun./14) US$ 70,4 bilhões Preços ao consumidor² Variação anual (Abeceb – jun./15) 29,3% Variação mensal (Abeceb – jun./15) 2,0% Variação acumulada até junho (Abeceb) 13,1% Desemprego (1º trim./15) 7,1%
  • 4. PANORAMA BRASIL-ARGENTINA | JULHO 2015 4 PANORAMA DO COMÉRCIO BILATERAL EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS A Argentina se manteve como o terceiro principal destino das exportações brasileiras nos primeiros cinco meses de 2015. Contudo, em comparação com igual período de 2014, as exportações à Argentina recuaram 16%, de aproxima- damente US$ 6,2 bilhões para aproximadamente US$ 5,2 bilhões. Destaca-se que o primeiro e o segundo destino das exportações brasileiras nos períodos analisados foram, respectivamente, China e Estados Unidos. Vale ainda ressaltar que as exportações totais brasileiras recuaram 17,06% entre os períodos analisados. A pauta exportadora brasileira à Argentina é essencialmente composta por produtos manufaturados1, represen- tando 92% do total exportado entre janeiro e maio de 2015. Contudo, parte majoritária dos bens manufaturados exportados pelo Brasil ao país vizinho refere-se aos produtos do acordo automotivo2 celebrado entre os dois países. Entre janeiro e maio de 2015, 61% dos manufaturados exportados à Argentina correspondem a itens cobertos pelo referido acordo (Tabela 2). Tabela 2. Exportações brasileiras para a Argentina 1 Conforme tabela descritiva sobre a metodologia de produção de estatísticas de comércio exterior disponível na seção “Estatísticas de Comércio Exterior” do site do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (www.desenvolvimento.gov.br). 2 O Acordo Automotivo entre Brasil e Argentina faz parte do Acordo de Complementação Econômica nº 14 (ACE-14) e é atualmente regido pelo quadragésimo Protocolo Adicional que estipula o sistema flex de 1,5 para as exportações brasileiras. Neste sistema, para cada US$ 1,00 importado da Argentina, o Brasil pode exportar até US$ 1,50. Fonte: Aliceweb/MDIC. Elaboração: Derex-Fiesp. Jan.-Mai. 2014 Jan.-Mai. 2015 Variação Exportações totais (exceto auto) US$ 2.720.213.857 US$ 2.273.195.452 -16,4% Exportações manufaturadas (exceto auto) US$ 2.097.531.310 US$ 1.876.344.244 -10,5% Manufaturados/totais 77,1% 82,5% 1,5 p.p. Fonte: Aliceweb/MDIC. Elaboração: Derex-Fiesp. Jan.-Mai. 2014 Jan.-Mai. 2015 Variação Exportações totais US$ 6.193.080.299 US$ 5.202.826.442 -16,0% Exportações – manufaturados US$ 5.570.397.752 US$ 4.805.975.234 -13,7% Manufaturados/exportações totais 89,9% 92,4% -2,5 p.p. Exportações – acordo automotivo US$ 3.472.866.442 US$ 2.929.630.990 -15,6% Acordo automotivo/manufaturados 62,3% 61,0% -1,3 p.p. A Tabela 3 apresenta as exportações brasileiras para a Argentina, excetuando-se os bens do acordo automotivo. A pauta exportadora concentra-se em bens manufaturados (82,5%). Tabela 3. Exportações brasileiras para a Argentina, exceto itens do acordo automotivo
  • 5. PANORAMA BRASIL-ARGENTINA | JULHO 2015 5 PRINCIPAIS ITENS DA PAUTA DE PRODUTOS DE EXPORTAÇÃO A Tabela 4, a seguir, lista os 15 principais produtos exportados pelo Brasil à Argentina3 nos primeiros cinco meses de 2014 e 2015. Tabela 4. Pauta de Produtos de Exportação (PPE) à Argentina (janeiro a maio de 2014 e 2015) Fonte: Aliceweb/MDIC. Elaboração: Derex-Fiesp. Pauta de Produtos de Exportação (PPE) Jan.-Mai. 2014 (US$) Jan.-Mai. 2015 (US$) Var. (%) 2015/2014 Part. (%) 2015 Automóveis de passageiros 1.212.465.853 935.969.924 -22,8% 18,0% Partes e peças – automóveis e tratores 619.129.789 538.281.208 -13,1% 10,3% Veículos de carga 350.168.436 290.809.524 -17,0% 5,6% Demais produtos manufaturados 262.355.165 207.381.298 -21,0% 4,0% Motores para automóveis e suas partes 212.035.184 171.271.183 -19,2% 3,3% Produtos laminados planos de ferro ou aço 88.365.413 170.343.395 92,8% 3,3% Minérios de ferro e seus concentrados 376.333.246 168.393.048 -55,3% 3,2% Polímeros de etileno, propileno e estireno 179.558.821 154.218.968 -14,1% 3,0% Tratores 135.837.032 130.059.418 -4,3% 2,5% Pneumáticos 138.084.628 123.282.309 -10,7% 2,4% Bombas, compressores, ventiladores 76.393.122 77.844.559 1,9% 1,5% Cobre, barras, fios, chapas, folhas/tiras 69.432.223 68.091.315 -1,9% 1,3% Chassis com motor e carrocerias para veículos 42.587.898 66.366.743 55,8% 1,3% Óxidos e hidróxidos de alumínio 88.293.393 64.135.809 -27,4% 1,2% Papelecartãoparaescrita,impressãoefinsgráficos 66.560.800 62.343.936 -6,3% 1,2% Demais produtos 2.275.479.296 1.974.033.805 -13,2% 37,9% Total 6.193.080.299 5.202.826.442 -16,0% – PANORAMA DO COMÉRCIO BILATERAL 3 De acordo com tabela sobre a metodologia de produção de estatísticas de comércio exterior disponível na seção “Estatísticas de Comércio Exterior” do site do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio (www.desenvolvimento.gov.br).
  • 6. PANORAMA BRASIL-ARGENTINA | JULHO 2015 6 IMPORTAÇÕES BRASILEIRAS As importações brasileiras originárias do mercado argentino reduziram 22,3% nos primeiros cinco meses de 2015, em comparação com igual período de 2014. Os bens manufaturados representam porção majoritária das importações brasi- leiras originárias do parceiro sul-americano (78,6% no mesmo período de 2015). Contudo, entre os períodos analisados, houve retração de 5,4 pontos percentuais na participação dos bens manufaturados na pauta importadora brasileira, de 84% para 78,6%. Bens do setor automotivo, principal item na pauta comercial bilateral, lideraram as importações brasileiras de bens ma- nufaturados entre janeiro e maio de 2015. Contudo, a participação dos bens do acordo automotivo apresentou recuo de 3 pontos percentuais em relação à totalidade das importações de bens manufaturados originários da Argentina, de 63,4% para 60,4%, respectivamente, entre os meses de janeiro e maio de 2014 e 2015 (Tabela 5). Tabela 5. Importações brasileiras da Argentina PANORAMA DO COMÉRCIO BILATERAL Jan.-Mai. 2014 Jan.-Mai. 2015 Variação Importações totais US$ 5.814.016.864 US$ 4.518.387.985 -22,3% Importações – manufaturados US$ 4.882.244.804 US$ 3.549.379.616 -27,3% Manufaturados/importações totais 84,0% 78,6% -5,4 p.p. Importações – automotivo US$ 3.097.001.909 US$ 2.144.343.022 -30,8% Acordo automotivo/manufaturados 63,4% 60,4% -3 p.p. Jan.-Mai. 2014 Jan.-Mai. 2015 Variação Importações totais (exceto auto) US$ 2.717.014.955 US$ 2.374.044.963 -12,6% Importações – manufaturados (exceto auto) US$ 1.785.242.895 US$ 1.405.036.594 -21,3% Manufaturados/totais 65,7% 59,2% -6,5 p.p. Fonte: Aliceweb/MDIC. Elaboração: Derex-Fiesp. Fonte: Aliceweb/MDIC. Elaboração: Derex-Fiesp. Excetuando-se os bens do acordo automotivo, a pauta da importação brasileira mantém-se majoritariamente concentrada em bens manufaturados nos primeiros cinco meses de 2015 (59,2%). Contudo, em comparação ao mesmo período de 2014, a participação percentual destes bens foi reduzida em 6,5 pontos percentuais, de 65,7% para 59,2% (Tabela 6). Tabela 6. Importações brasileiras da Argentina, exceto itens do acordo automotivo
  • 7. PANORAMA BRASIL-ARGENTINA | JULHO 2015 7 PRINCIPAIS ITENS DA PAUTA DE PRODUTOS DE IMPORTAÇÃO A Tabela 7, a seguir, lista os 15 principais produtos importados pelo Brasil, originários da Argentina4 , entre janeiro e maio de 2014 e 2015. Tabela 7. Pauta de Produtos de Importação (PPI) da Argentina (janeiro a maio de 2014 e 2015) PANORAMA DO COMÉRCIO BILATERAL Pauta de Produtos de Importação (PPI) Jan.-Mai. 2014 (US$) Jan.-Mai. 2015 (US$) Var. (%) 2015/2014 Part. (%) 2015 Automóveis de passageiros 1.208.150.160 842.929.822 -30,2% 18,7% Veículos de carga 1.059.015.741 748.799.734 -29,3% 16,6% Trigo em grãos 305.841.395 434.978.775 42,2% 9,6% Partes e peças – automóveis e tratores 321.000.013 212.825.742 -33,7% 4,7% Polímeros de etileno, propileno e estireno 149.103.914 157.715.094 5,8% 3,5% Demais produtos manufaturados 149.719.821 114.004.015 -23,9% 2,5% Prod. de perfumaria, toucador e cosméticos 120.913.549 93.286.560 -22,8% 2,1% Inseticidas, formicidas, herbicidas, etc. 71.257.926 91.388.000 28,2% 2,0% Prod. hortícolas preparados/conserv. 115.798.948 89.295.179 -22,9% 2,0% Naftas 161.792.202 82.262.802 -49,2% 1,8% Malte inteiro ou partido, não torrado 132.377.221 79.316.664 -40,1% 1,8% Cevada em grãos 62.804.683 63.199.859 0,6% 1,4% Motores para automóveis e suas partes 101.313.448 62.183.197 -38,6% 1,4% Pastas químicas de madeira 52.746.565 59.726.629 13,2% 1,3% Peras frescas 67.842.780 53.874.668 -20,6% 1,2% Demais produtos manufaturados 1.734.338.498 1.332.601.245 -23,2% 29,5% Total 5.814.016.864 4.518.387.985 -22,3% – 4 Conforme tabela descritiva sobre a metodologia de produção de estatísticas de comércio exterior disponível na seção “Estatísticas de Comércio Exterior” do site do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (www.desenvolvimento.gov.br). Fonte: Aliceweb/MDIC. Elaboração: Derex-Fiesp.
  • 8. PANORAMA BRASIL-ARGENTINA | JULHO 2015 8 BALANÇA COMERCIAL Nos primeiros cinco meses de 2015, a corrente de comércio entre Brasil e Argentina foi afetada, sobretudo, pelas restri- ções argentinas às importações. Contudo, a retração das importações brasileiras foi mais significativa (22,3%) do que a observada nas exportações (16%). Com isso, o saldo comercial brasileiro com a Argentina apresentou aumento de 80,6% nos primeiros cinco meses de 2015 em relação a 2014 (Tabela 8). Tabela 8. Balança comercial brasileira com a Argentina Excluindo-se os itens do acordo automotivo vigente entre Brasil e Argentina, a balança comercial brasileira foi, no en- tanto, deficitária em cerca de US$ 100,9 milhões nos primeiros cinco meses de 2015. Como o saldo registrado no mesmo período de 2014 foi positivo em cerca de US$ 3,2 milhões, o saldo em 2015 é cerca de 31 vezes menor do que o observado em 2014 (Tabela 9). Tabela 9. Balança comercial brasileira com a Argentina, exceto itens do acordo automotivo PANORAMA DO COMÉRCIO BILATERAL Jan.-Mai. 2014 (US$) Jan.-Mai. 2015 (US$) Variação Exportações totais 6.193.080.299 5.202.826.442 -16,0% Importações totais 5.814.016.864 4.518.387.985 -22,3% Saldo comercial 379.063.435 684.438.457 80,6% Fonte: Aliceweb/MDIC. Elaboração: Derex-Fiesp. Fonte: Aliceweb/MDIC. Elaboração: Derex-Fiesp. Jan.-Mai. 2014 (US$) Jan.-Mai. 2015 (US$) Variação Exportações totais (exceto auto) 2.720.213.857 2.273.195.452 -16,4% Importações totais (exceto auto) 2.717.014.955 2.374.044.963 -12,6% Saldo comercial 3.198.902 -100.849.511 -3.253%
  • 9. PANORAMA BRASIL-ARGENTINA | JULHO 2015 9 PANORAMA DO COMÉRCIO BILATERAL A respeito dos números da balança comercial brasileira por fator agregado, com exceção dos itens do acordo auto- motivo, é possível identificar que o déficit brasileiro associa-se, majoritariamente, a produtos básicos. Este grupo de produtos apresentou, nos primeiros cinco meses de 2015, um déficit comercial de aproximadamente US$ 529 milhões, conforme indicado na Tabela 10. Tal déficit é 95% maior do que o apresentando no mesmo período de 2014 e é, em grande medida, atribuído às importações de trigo em grãos (principal item da pauta de importação brasileira de produtos básicos originários da Argentina), que totalizaram cerca de US$ 435 milhões, e às importações de ceva- da em grãos, que somaram US$ 63 milhões no mesmo período. Tabela 10. Balança comercial brasileira com a Argentina por fator agregado, exceto itens do acordo automotivo Fator agregado Fluxo US$ Jan.-Mai. 2014 US$ Jan.-Mai. 2015 Var. (%) 2015/2014 Manufaturados Exp. 2.097.531.310 1.876.344.244 -11% Imp. 1.785.242.895 1.405.036.594 -21% Saldo 312.288.415 471.307.650 51% Semimanufaturados Exp. 151.715.466 130.685.482 -14% Imp. 198.255.060 179.960.912 -9% Saldo -46.539.594 -49.275.430 6% Básicos Exp. 462.338.687 259.937.150 -44% Imp. 733.517.000 789.047.457 8% Saldo -271.178.313 -529.110.307 95% Outras exportações* 8.628.394 6.228.576 -28% Total Exp. 2.720.213.857 2.273.195.452 -16% Imp. 2.717.014.955 2.374.044.963 -13% Saldo 3.198.902 -100.849.511 -3253% Fonte: Aliceweb/MDIC. Elaboração: Derex-Fiesp. *Transações especiais e consumo de bordo.
  • 10. PANORAMA BRASIL-ARGENTINA | JULHO 2015 10 MEDIDAS QUE AFETAM O COMÉRCIO INTERNACIONAL PAINEL OMC: ARGENTINA SOLICITA PRAZO PARA ADOÇÃO DE RECOMENDAÇÕES O painel que deu início à disputa foi aberto por solicitação dos Estados Unidos, Japão e União Europeia. Em 15 de janeiro de 2015, o Órgão de Apelação da Organização Mundial do Comércio (OMC) sustentou a decisão prévia emitida pelo Órgão de Solução de Controvérsias, classificando o uso das Declarações Juradas Antecipadas de Importação (DJAI) pela Argentina como infringente às regras internacionais de comércio. Com isso, deu-se início ao prazo para a Argentina manifestar sua intenção em adotar as recomendações do Órgão ou solicitar um prazo prudencial para adequação. No dia 23 de fevereiro, a Argentina manifestou sua intenção em adotar as recomendações propostas pelo Órgão de Solução de Controvérsias. No entanto, o país indicou a necessidade da adoção de um prazo prudencial para plena adaptação de sua legislação e implementação das recomendações da Organização. No dia 02 de julho, a Argentina e as partes reclamantes (Estados Unidos, União Europeia e Japão) divulgaram acordo relativo ao prazo de adequação da política comercial argentina à luz da decisão emitida pelo Órgão de Solução de Controvérsias. O referido prazo expirará no dia 31 de dezembro de 2015, conforme acordado entre as partes. Nesta data, de acordo com os regulamentos da OMC, a Argentina deve ter adequado o uso das DJAI ao rigor das regras in- ternacionais de comércio. REUNIÃO BILATERAL ENTRE BRASIL E ARGENTINA E RENOVAÇÃO DO ACORDO AUTOMOTIVO Nos dias 8 e 29 de maio foram realizadas reuniões entre representantes do governo brasileiro e argentino, com o ob- jetivo de debater, de forma ampla, questões envolvendo a pauta comercial entre os dois países. As reuniões contaram com a participação, pelo Brasil, do Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, e do Ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. Representando a Argentina, participaram de ambos os encontros o Ministro da Economia, Axel Kicillof, e o chanceler argentino, Hector Timerman. Entre os temas tratados na reunião bilateral, iniciaram-se as conversas sobre a renovação do acordo automotivo entre os dois países. Nesse contexto, no dia 25 de junho foi assinado o 41º Protocolo Adicional, renovando a vigência do referido acordo até o dia 30 de junho de 2016. Não houve, contudo, alterações nas regras de funcionamento do acordo, e o sistema flex continua em vigor. Nesse sistema, para cada US$ 1,50 exportado (por Brasil ou Argentina) com isenção de imposto de importação, US$ 1,00 deve ser importado na mesma condição. Exportações que ultrapassem este patamar serão taxadas normalmente dentro das alíquotas de importação vigentes. Este mecanismo garante que o acordo não gere déficits comerciais e distorça o comércio bilateral entre Brasil e Argentina.
  • 11. PANORAMA BRASIL-ARGENTINA | JULHO 2015 11 MEDIDAS QUE AFETAM O COMÉRCIO INTERNACIONAL PRORROGAÇÃO DO REGIME DE INCENTIVO FISCAL PARA FABRICANTES DE BENS DE CAPITAL O Decreto nº 451, publicado em 06 de abril de 2015 pelo governo argentino, prorrogou a vigência, até 30 de junho de 2015, do regime de incentivo fiscal para os fabricantes de bens de capital, criado mediante o Decreto nº 379/2001 e suas modificações. Seus efeitos serão retroativos ao dia 1º de janeiro de 2015. O regime permite aos fabricantes de bens de capital o recebimento de um bônus fiscal aplicável no recolhimento de impostos nacionais. O bônus corresponde a 14% do valor de venda do produto, descontados os valores dos insumos e das partes e componentes importados que não recolhem imposto de importação na entrada à Argentina. O principal objetivo do regime é melhorar a competitividade da indústria argentina produtora de bens de capital, a fim de que esta possa participar em condições equitativas no fornecimento dos referidos bens. Entre as condições para se beneficiar do regime, destacam-se: • Possuir estabelecimentos industriais localizados em território argentino; • Informar, por meio de declaração jurada, a quantidade de trabalhadores registrados ao final dos meses de dezem- bro de 2011 e junho de 2015, e assumir o compromisso de não reduzir os números de emprego apresentados. Aos trabalhadores também não deve ser aplicada nenhum tipo de suspensão sem direito a salários, estando ainda as empresas sujeitas a penalidades em caso de rescisões dos benefícios aos trabalhadores. FIM DOS EMBARGOS A MAÇÃS E PERAS ARGENTINAS E À CARNE BOVINA BRASILEIRA No dia 17 de junho de 2015, um dia após o Brasil retirar o embargo à maçã, à pera e ao marmelo produzidos na Ar- gentina, o país vizinho retirou o embargo à carne bovina in natura brasileira. O embargo estava em vigor desde 2012 em decorrência de um caso atípico de encefalopatia espongiforme bovina (BSE, bovine spongiform encephalopathy), também conhecida como doença da vaca louca. Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), de acordo com um documento oficial assi- nado entre o Serviço de Sanidade e Qualidade Agroalimentar (Senasa) da Argentina e o ministério brasileiro, não ca- beriam restrições comerciais a países que tivessem casos espontâneos e inevitáveis de BSE atípica, como aconteceu com o Brasil nos anos anteriores. Ademais, no dia 16 de junho, o Mapa informou a retirada do embargo à maçã, à pera e ao marmelo produzidos na Argentina que havia sido imposto pelo Brasil em março deste ano devido à presença da praga Cydia pomonella (co- nhecida como “traça das maçãs”) nestes produtos. No Brasil, referida praga foi erradicada em 2014. Segundo o ministério brasileiro, as providências das autoridades argentinas, demonstrando controle do problema, retiram as razões para a restrição. O ministério solicitou à Argentina a reavaliação in loco do planejamento de contin- gência e mitigação de riscos para a praga, que foi atendida pelo país. O Brasil já havia solicitado à Argentina que permitisse a entrada de inspetores brasileiros para uma avaliação de risco. No entanto, as inspeções vinham sendo postergadas e o Brasil determinou que a suspensão dos produtos seria válida até que o sistema argentino para mitigação de riscos relacionados à praga fosse reavaliado. Em 2014, a Argentina exportou para o Brasil 137,6 mil toneladas de peras e cerca de 50 mil toneladas de maçãs, o que representou, respectivamente, 66% e 42,6% das importações totais brasileiras desses produtos no período.
  • 12. PANORAMA BRASIL-ARGENTINA | JULHO 2015 12 PANORAMA POLÍTICO AGENDA ARGENTINA-RÚSSIA Entre os dias 22 e 23 de abril, a presidenta argentina, Cristina Kirchner, se encontrou com seu correlato russo, Vladimir Putin, para realização de cerca de 20 acordos bilaterais envolvendo temáticas energéticas, agrárias, trocas de tecnolo- gia, entre outras. Replicando o modelo já utilizado nos acordos com a República Popular da China, um acordo-marco foi firmado, estabelecendo diretrizes gerais da cooperação entre os dois países – a Declaração Conjunta para Estabele- cimento da Associação Estratégica Integral Argentino-Russa. Na área energética, destaca-se o convênio para a construção da sexta central nuclear da Argentina, que será pautado pela cooperação da companhia russa Rosatom e a Nucleoelétrica Argentina Sociedade Anônima. Dois memorandos de entendimento também foram assinados no que tange à cooperação energética entre a empresa russa TVEL (produtora de combustíveis nucleares), a Comissão Nacional de Energia Atômica da Argentina (Cnea) e o Instituto de Pesquisas Aplicadas (Invap). No setor de petróleo e gás, realça-se a assinatura do memorando de entendimento entre a YPF (estatal argentina) e a maior empresa extratora de gás natural do mundo, a russa Gazprom. O acordo é referente à exploração do campo de Vaca Muerta, principal reserva argentina de petróleo e gás. No campo hidroelétrico, investimentos da ordem de US$ 1,2 bilhões estão previstos nos acordos para financiamento da central hidroelétrica Chihuido I, localizada na província de Neuquén. A central Chihuido I, que originalmente contaria com aportes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), será financiada pelo Banco Russo de Desenvolvimento e Assuntos Econômicos Externos (Vnesheconombank). Noquetangeàcooperaçãofinanceira,ummemorandofoiassinadoentreoBancodelaNaciónArgentinaeoBancoRus- so de Desenvolvimento e Assuntos Econômicos Externos. O acordo visa facilitar o acesso ao crédito para exportações entre os países.
  • 13. PANORAMA BRASIL-ARGENTINA | JULHO 2015 13 EQUIPE TÉCNICA DEPARTAMENTO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS E COMÉRCIO EXTERIOR – DEREX Diretor Titular: Thomaz Zanotto Gerente: Magaly Maria Menezes Manquete ÁREA DE DEFESA COMERCIAL Diretor Titular Adjunto: Eduardo de Paula Ribeiro Elaboração: Bruno Capucci e Carolina Cover Telefones: (11) 3549-4221/4215 | Fax: (11) 3549-4730 FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE SÃO PAULO – FIESP Endereço: Av. Paulista, 1313 – 4º andar | São Paulo – SP | 01311-923 www.fiesp.com.br AS EDIÇÕES ANTERIORES DO PANORAMA BRASIL-ARGENTINA PODEM SER ACESSADAS AQUI.