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FACULDADE ANGLO-AMERICANO
               CURSO DE FISIOTERAPIA
  DISCIPLINA DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO II




             BENJAMIM OTTOBELLI NETO
         CLAUDIA CAROLINA ANDRADE PEREA
                FABÍOLA MACHINSKI




PROPOSTA DE PROTOCOLO DE TRATAMENTO PARA
          TENDINOPATIAS DO OMBRO




                FOZ DO IGUAÇU – PR
                       2010
BENJAMIM OTTOBELLI NETO
       CLAUDIA CAROLINA ANDRADE PEREA
             FABÍOLA MACHINSKI




PROPOSTA DE PROTOCOLO DE TRATAMENTO PARA
         TENDINOPATIAS DO OMBRO




                    Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de
                    Fisioterapia da Faculdade Anglo Americano como requisito
                    final para obtenção do título de Fisioterapeuta.
                    Orientadora: Prof. Morgana Carbonera Raimondi, Esp.
                    Co-orientador: Prof. João Afonso Ruaro, Msc.




             FOZ DO IGUAÇU – PR
                    2010
PROPOSTA DE PROTOCOLO DE TRATAMENTO
                        PARA TENDINOPATIAS DO OMBRO


                   Proposed of protocol for treatment of shoulder tendinopathy




      Benjamin Ottobelli Neto(a), Claudia Carolina Andrade Perea(b), Fabíola Machinski(c),
                    Morgana Carbonera Raimondi(d), João Afonso Ruaro(e)

(a)
      Acadêmico do Curso de Fisioterapia da Faculdade Anglo-Americano – FAA, Foz do
Iguaçu-PR. e-mail: bei_ja_min_00@hotmail.com
(b)
      Acadêmica do Curso de Fisioterapia da Faculdade Anglo-Americano – FAA, Foz do
Iguaçu-PR. e-mail: cahrocket@hotmail.com
(c)
      Acadêmica do Curso de Fisioterapia da Faculdade Anglo-Americano – FAA, Foz do
Iguaçu-PR. e-mail: machinski_faby@hotmail.com
(d)
       Fisioterapeuta Especialista em Fisioterapia Traumato-Ortopédica e Desportiva pela
Faculdades Integradas Espírita em convênio com Instituto de Pós-Graduação e Extensão
(IBPEX), Especialista em Fisioterapia Dermato Funcional pelo Instituto Brasileiro de
Therapias e Ensino (IBRATE), Docente do Curso de Fisioterapia da Faculdade Anglo-
Americano – FAA, Foz do Iguaçu-PR. e-mail: mor.carbonera@gmail.com
(e)
       Fisioterapeuta pela UNIOESTE, especialista em Ciências Morfofisiológicas pela
UNIOESTE e Mestre em Engenharia Biomédica pela UNIVAP. Docente do Curso de
Fisioterapia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, Faculdade de
Ciências da Saúde do Trairi, Santa Cruz-RN. e-mail: joaoruaro@facisa.ufrn.br
RESUMO

Introdução: A dor no ombro é uma das queixas mais comuns e incapacitantes do sistema
musculoesquelético. Objetivo: Verificar a aplicabilidade de um protocolo proposto para o tratamento
de tendinopatias do ombro, avaliando sua eficácia por meio do Questionário Western Ontario Rotador
Cuff Index (Worc), Questionário de dor McGill e da mensuração da Amplitude de Movimento (ADM).
Métodos: Foi utilizado um protocolo de tratamento no qual participaram 07 voluntários com idade
variando de 20 a 53 anos. Os indivíduos foram submetidos ao protocolo proposto que foi dividido em
03 fases com objetivos e condutas diferentes. Como métodos de avaliação foi utilizado o Questionário
Worc, Questionário de dor McGill e mensuração da ADM no início e no final do tratamento.
Resultados: O protocolo de tratamento proposto foi eficaz no tratamento dos voluntários, pois se
obtiveram resultados estatisticamente significativos comparando os métodos de avaliação (p<0,05).
Conclusão: O protocolo utilizado neste estudo apresentou resultado positivo no que diz respeito à
melhora funcional e da dor em pacientes com tendinopatias do ombro.
Palavras-chave: tendinopatia; dor no ombro; manguito rotador; fisioterapia.



Introduction: Shoulder pain is a common complain and disabling musculoskeletal system. Objective:
To assess the feasibility of a proposed protocol for the treatment of tendinopathy of the shoulder,
through the Rotator Cuff Western Ontario Questionnaire Index (WORC), McGill Pain Questionnaire
and the mensuration of the Range of Motion (ROM). Methods: We used a protocol treatment which
involved 07 volunteers aged 20 to 53 years. The subjects were submitted to the proposed protocol is
divided into 03 stages with different goals and behaviors. Methods of assessment questionnaires were
used Western Ontario Rotator Cuff Index (WORC) and McGill Pain Questionnaire and the ROM at
the beginning and end of treatment. Results: The results showed that the protocol of treatment was
effective in the treatment of the volunteers, 'cause statistically significant results were obtained on the
methods of evaluation by comparisons. Conclusion: The protocol used in this study showed a
significant result with regard functional improvement and pain in patients with tendinopathy of the
shoulder.
Keywords: tendinopathy, shoulder pain, rotator cuff; physiotherapy.
Introdução
      O ombro é a articulação proximal do membro superior, sendo a mais móvel de todas as
articulações do corpo humano (1). Por meio de intrincada biomecânica, permite movimentos
integrados com o cotovelo, punho e mão. Nesse processo, o ombro é responsável por colocar
o membro superior em diferentes localizações, permitindo um sem-número de atividades,
como pintar, lutar, jogar, pegar e erguer objetos, etc (2).
      A dor no ombro é uma das queixas mais comuns e incapacitantes do sistema
musculoesquelético na população em geral. A literatura diverge sobre a prevalência desta
queixa. Estudos nacionais a estimam entre 15% a 25% (3) ou 11,7 e 16%, chegando a 21% na
população de hospitais geriátricos (4). Já uma revisão sistemática holandesa apontou dados
que variam de 6,9 a 26% (5).
      A causa mais frequente de dor no ombro é a lesão do manguito rotador (MR), que pode
acometer indivíduos em qualquer faixa etária, sendo potencializada com o envelhecimento e a
ocupação laborativa ou recreativa (3,6,7).
      As tendinopatias do ombro podem ter como etiologia duas possíveis teorias de lesão,
uma mecânica e outra vascular. Na teoria mecânica, é discutido que a carga repetitiva, mesmo
dentro da faixa de oscilação de tensão normal-fisiológica de um tendão, causa fadiga e,
eventualmente, leva à falência tendínea, pois há acúmulo de danos no colágeno ou em outros
componentes da matriz colágena. A teoria vascular propõe que os tendões são tecidos
metabolicamente ativos e necessitam de aporte vascular; assim, supõe-se que certos tendões,
ou pelo menos alguns segmentos destes, tenham uma provisão de sangue deficiente,
deixando-os mais suscetíveis a degenerações (8).
      Diagnosticar tendinopatias do ombro atualmente envolve a realização de uma avaliação
estruturada que inclui a anamnese em conjunto com a realização de procedimentos de
avaliação clínica que geralmente envolvem testes. Com base na resposta aos testes clínicos, o
diagnóstico de tendinopatias é alcançado (9).
       Estas lesões teciduais podem ser encontradas durante a avaliação fisioterapêutica e
respectivo diagnóstico cinético-funcional. Após, podem ser submetidas a tratamento
fisioterapêutico, que objetiva atuar morfofisiologicamente na regeneração dos tecidos
afetados. Procurou-se, portanto, apresentar uma proposta para recuperação funcional deste
importante complexo articular, a fim de proporcionar funcionalidade ao indivíduo acometido
por disfunções do ombro.
       Assim, o objetivo deste trabalho foi verificar a aplicabilidade de um protocolo
proposto para o tratamento de tendinopatias do ombro, ao se observar: a) o impacto da função
desta articulação em pacientes submetidos ao protocolo, por meio do Questionário Western
Ontario Rotator Cuff Index (Worc) (10), b) a dor por meio do Questionário de dor McGill
(13) e c) a Amplitude De Movimento (ADM) segundo Marques (12).


Metodologia
        O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade
Assis Gurgacz (Cascavel-PR), sob o número 187/2010. (ANEXO 1).
        Nove voluntários, 08 do gênero feminino e 01 do gênero masculino, com idade
variando de 20 a 53 anos, foram selecionados para participar do estudo, realizado na Clínica
Escola de Fisioterapia da Faculdade Anglo-Americano, na cidade de Foz do Iguaçu, Paraná.
No entanto, durante o estudo, duas mulheres foram desligadas por terem mais de três faltas
aos atendimentos, sendo a amostra final constituída por 07 voluntários.
        Os critérios de inclusão foram: pertencer a ambos os gêneros, ter disponibilidade de
tempo, aceitação da rotina de tratamento, concordar e assinar o termo de consentimento.
Determinou-se como critério de exclusão: realizar outros tratamentos durante a pesquisa, pós-
operatório recente de cirurgia no ombro.
        Para desenvolvimento do trabalho, todos os indivíduos foram examinados pelo
mesmo pesquisador, por meio de avaliação fisioterapêutica baseada em métodos subjetivos e
objetivos, que incluíram: anamnese (tabela I), avaliação da dor, exame físico detalhado de
todo membro superior em questão, onde o mesmo foi realizado na seguinte sequência:
inspeção, palpação, amplitude de movimento (ADM) ativa, força muscular e testes especiais,
e avaliação da função do complexo articular do ombro no primeiro e último atendimentos.


         Tabela I – Dados da anamnese dos voluntários acometidos por lesão do MR
                                                                            MMSS
       Voluntário          Idade            Gênero        Ocupação
                                                                          Acometido
         Ademir              45            Masculino      Vendedor          Direito
         Alicia              49            Feminino      Cabeleireira      Esquerdo
          Ereni              53            Feminino      Doméstica          Direito
                                                          Serviços
         Eunice              48            Feminino                        Esquerdo
                                                           Gerais
        Fernanda             20            Feminino       Estudante         Direito
          Keila              31            Feminino        Do Lar           Direito
          Vera               51            Feminino      Cabeleireira      Esquerdo
A dor foi avaliada por meio de Escala Visual Analógica (EVA) (13) e do
Questionário de dor McGill (ANEXO 2) (11). A avaliação da função foi realizada por meio
da versão brasileira do Questionário Worc (ANEXO 3) (10), traduzido e adaptado
culturalmente para ser aplicado em pacientes com alterações do MR na população nacional.
         Após a avaliação os pacientes iniciaram o tratamento conforme o protocolo proposto:
         O protocolo foi dividido em 3 fases, com objetivos e condutas diferentes, baseado em
literatura relacionada ao tema:
         - Fase I: objetivou reduzir o processo inflamatório, proporcionar analgesia e ganho
de ADM. Nesta fase os recursos utilizados foram ultrassom (US); alongamento de
musculatura póstero-lateral cervical; mobilização em decúbito lateral de escápula; liberação
miofascial; liberação de trigger points utilizando a técnica de dígito-pressão; mobilização
intra-articular; decoaptação de cápsula; mobilização em ADM tolerável com bastões e
roldanas; crioterapia por 20 minutos (14,15).
         - Fase II: objetivou manter e/ou aumentar a flexibilidade e realizar fortalecimento
muscular. Nesta fase foram realizados fortalecimentos isométrico e isotônico do MR;
fortalecimento isotônico de extensores do ombro; fortalecimento isotônico de rombóides;
fortalecimento isotônico de serrátil; flexão de braço com apoio de joelhos bilateral;
movimentos de atividades de vida diária (AVD’s) (16).
         - Fase III: aprimorar o desempenho muscular, ganhar propriocepção e finalizar a
recuperação funcional. Nesta fase utilizaram-se exercícios proprioceptivos com a bola
terapêutica, shoulder flex e na plataforma de equilíbrio; arremessos de lances livres na cesta
de basquete (14,16).
         O protocolo completo está apresentado no anexo 4.
         Este foi aplicado durante 2 meses, com frequência de 3 vezes por semana, com
duração média de 45 minutos cada atendimento. Assim, cada voluntário recebeu 24
atendimentos.
         Para a análise estatística dos dados, foi usado o programa GraphPad Instat, versão
3.10. Para avaliação do questionário Worc, questionário de dor de McGill e EVA, foi usado o
teste de Wilcoxon, para dados não-paramétricos. Já para os dados da ADM, foi usado o teste t
pareado, para dados paramétricos. Como critério de significância, para todos os testes
realizados, foi considerado 95% (p<0,05). Os valores são apresentados como médias e
desvios-padrão.
Resultados


Escala Visual Analógica
         Os resultados indicaram que houve diferença significativa (p<0,05) entre os valores
da EVA observados antes e após a aplicação da proposta do protocolo de tratamento,
demonstrando redução da dor após a aplicação do protocolo. A tabela II demonstra as médias
dos níveis de dor, antes e após a aplicação do protocolo.


     Tabela II - Valores dos resultados da EVA antes e após intervenção fisioterapêutica.
                          Avaliação inicial         Avaliação final           Valor de p
    Valor da EVA              4,94±2,96                0,95±0,76                 0,0156


Questionário de dor McGill
         As características e índice da dor foram avaliados por meio do questionário de dor de
McGill, constituído por quatro categorias: respostas sensitivas à experiência dolorosa,
respostas afetivas, respostas avaliativas da experiência dolorosa global e miscelânea (17). Os
resultados no questionário de dor de McGill são apresentados na tabela a seguir (tabela III).


  Tabela III - Resultados do questionário McGill antes e após intervenção fisioterapêutica.
         McGill            Avaliação inicial       Avaliação final           Valor de p
        Sensorial               6±2,51                3,28±2,49                0,0577
         Afetivo               2,57±0,97              1,14±0,89                0,0335
       Avaliativo                 1±0                       1±0                   -
       Miscelânea              2,42±0,78              0,57±0,78                0,0206
   Total descritores            12±3,55                 6±3,36                 0,0222
        Sensorial             14,57±7,91              6,42±6,45                0,0339
         Afetivo               3,28±1,60              1,28±1,25                0,0340
       Avaliativo              2,71±1,38                2±1,15                 0,2030
       Miscelânea              4,57±2,50              1,14±1,46                0,0590
  Total índice de dor          24,5±8,22              10,8±7,84                0,0156
Questionário Worc
         As alterações do MR e a qualidade de vida dos voluntários foram avaliados por meio
do Questionário Worc, que é constituído por 21 questões, abrangendo cinco domínios: 1)
sintomas físicos, 2) esportes e recreação, 3) trabalho, 4) estilo de vida e 5) estado emocional.
Houve uma redução na média do índice de dor e uma melhora na qualidade de vida em todos
os grupos citados, com diferenças significativas de p<0,05. A tabela IV apresenta as médias
dos voluntários por domínios.


  Tabela IV - Resultados do questionário WORC antes e após intervenção fisioterapêutica.
          Worc              Avaliação inicial       Avaliação final          Valor de p
    Sintomas Físicos         353,57±96,22            128,28±60,51                0,0156
   Esporte/Recreação         224,14±41,39             68,42±30,24                0,0156
        Trabalho             235,42±121,43             105±50,34                 0,0156
      Estilo de Vida         228,57±121,82            61,14±38,00                0,0156
        Emoções              165,14±95,14             69,85±46,78                0,0360
        Resumo              1206,85±395,37          439,85±191,02                0,0156


Amplitude de movimento
         Em relação à ADM, realizada por meio da goniometria, observou-se que houve
significância estatística com p<0.05. Os valores são apresentados na tabela V.


          Tabela V - Resultados da ADM antes e após intervenção fisioterapêutica.
                                 Membro Superior Acometido

                           Avaliação Inicial      Avaliação Final          Valor de p
           Flexão            141,42±27,31           170,71±7,13              0,0360
          Extensão               40±8,32            61,14±13,50              0,0355
          Abdução            153,28±27,58           175,57±4,82              0,0590
           Adução               35,85±9,56          56,14±11,95              0,0156
        Rot. Interna            58,57±22,79          82,71±9,28              0,0156
        Rot. Externa             65±26,14             89±2,64                0,0360
       Abdução Hor.             81,57±16,61        105,14±10,38              0,0220
        Adução Hor.             30,42±6,92           54,57±6,79              0,0222
Discussão
       De acordo com Dutton (18) a função primária do complexo do ombro é posicionar a
mão no espaço, permitindo ao indivíduo interagir com o ambiente e executar as funções
motoras finas. O grau de mobilidade é resultante de superfícies articulares saudáveis, de
unidades musculotendíneas intactas e de restrições capsuloligamentares. A incapacidade de
posicionar a mão resulta em redução profunda das capacidades de toda a extremidade
superior, levando à patologia.
        Morelli e Vulcano (19) afirmam que a maioria das patologias do ombro devem ser
tratadas conservadoramente. A intervenção fisioterapêutica, nessa situação, é considerada a
primeira escolha de tratamento por melhorar o equilíbrio muscular da região, aumentar a
funcionalidade do membro acometido e possibilitar retorno mais rápido às atividades de vida
diária com diminuição das dores. Além disso, existem indicações seguras de que o tratamento
cirúrgico não difere significantemente da intervenção fisioterapêutica quanto à melhora da
funcionalidade e quanto à redução da dor (20).
        De acordo com Giordano et al. (21) existem controvérsias quanto à superioridade de
um tratamento sobre o outro, sugerindo então, que a conduta mais conservadora seja
preferível ao tratamento cirúrgico. Outros são mais intervencionistas, como Nirschl (22), que
prefere adotar tratamentos mais agressivos em função do fato de a doença ser de evolução
contínua. Admitindo-se a intervenção fisioterapêutica como tratamento mais adequado, esta
deveria incluir crioterapia, mobilização articular, reequilíbrio neuromuscular, exercícios de
fortalecimento, eletroterapia e decoaptação articular (23). Indicações de tratamento que
corroboram com o protocolo proposto.
        A dor é uma experiência subjetiva e então impossível de ser medida diretamente,
mas uma estimação quantitativa de dor pode ser obtida (24). Assim a EVA é um recurso
amplamente adotado para verificação de diferentes dores, fornecendo a caracterização dos
aspectos da dor.
        Teixeira e Pimenta (25) comentam que a EVA de dor consiste de uma linha reta de
10 cm, onde o 0 representa a ausência de dor e o 10 representa a pior dor imaginável, sendo
indicada para adultos. Para Rebellatto e Morelli (26), esta escala fornece informações
conclusivas para o diagnóstico da intensidade da dor.
        Nos resultados apresentados neste estudo, percebe-se que houve uma diferença
(p=0,0156) entre os valores da EVA observados antes e após a aplicação da proposta do
protocolo de tratamento, com médias de resultados iniciais de (4,94±2,96) e final de
(0,95±0,76), demonstrando redução significativa da dor após a aplicação do recurso
terapêutico. Essa melhora foi observada associada à crioterapia, à mobilização passiva e ativa
das articulações que envolvem o complexo do ombro contribuindo para a diminuição da dor e
melhora da ADM. Howell et al.(27), ao compararem dois grupos tratados com e sem a
prescrição de exercícios, demonstraram que o tratamento com exercício foi bastante eficaz
para aumentar a função do ombro. Do mesmo modo, Ginn et al.(28) confirmam a hipótese ao
realizar um estudo com 66 voluntários com dor no ombro de origem mecânica: os resultados
apontaram melhora na dor de abdução livre e flexão, incapacidade funcional e auto percepção
do indivíduo tratado. Portanto, a fisioterapia por meio da vasta gama de recursos disponíveis é
uma importante aliada no tratamento conservador, podendo proporcionar, além do alívio das
condições sintomatológicas, o restabelecimento da função normal do ombro acometido.
        Já o questionário de dor de McGill é considerado o melhor instrumento e o mais
utilizado quando se pretende obter informações qualitativas e quantitativas da dor, a partir de
descrições verbais (17). Compõe-se de 78 palavras utilizadas para descrever a dor,
qualitativamente semelhantes, grupadas em 4 categorias: sensitivo-discrimativo, afetivo-
motivacional, cognitivo-avaliativo e miscelânea. Algumas dessas palavras (descritores) são
sinônimas entre si, outras parecem, mas variam em intensidade, enquanto outras apresentam
diferenças mínimas que podem ser importantes para os indivíduos que estão tentando
comunicar a dor. O índice máximo possível de dor é 78 (quanto maior o índice, maior será a
dor).
        Este questionário foi capaz de fornecer informações sobre as diferentes percepções
dos vários domínios que integram o sintoma dor nos indivíduos, uma vez que a percepção
desse sintoma está relacionada aos aspectos sensoriais, afetivos, motivacionais e não somente
à intensidade. Como mostra a tabela III, houve uma redução na média dos descritores da
avaliação inicial (12±3,55) para a final (6±3,36) e do índice de dor inicial (24,5±8,22) para a
final (10,8±7,84), entretanto, com pouca significância estatística no descritor sensorial
(p=0,0577) e nos índices de dor avaliativo (p=0,2030) e miscelânea (p=0,0590).
        De acordo com Ferreira et al. (29) o Questionário de dor McGill demonstrou ser um
instrumento útil para avaliar a qualidade e intensidade da dor, o que confere com Camargo et
al. (30) que ao realizar um estudo com 27 trabalhadores com síndrome do impacto revela que
o Questionário de dor McGill é uma ferramenta importante e útil na avaliação de diversas
situações clínicas do ombro.
        Napoles et al. (31) menciona que o aumento crescente do número de pesquisas
multinacionais e multiculturais com o interesse de mensurar a qualidade de vida e a eficácia
de tratamentos motivou a elaboração e a validação de vários questionários na Língua Inglesa,
que precisam ser traduzidos e adaptados para outras línguas. O que esta de acordo com os
achados de Knaut et al. (32) que relata a existência de vários instrumentos de medidas
voltados à avaliação da funcionalidade do ombro encontrados na literatura, porém apenas
alguns apresentam versões em português. Um desses instrumentos de medidas encontra-se
nos achados de Lopes et al. (10) que menciona que o questionário Worc é um instrumento
específico, que engloba aspectos de qualidade de vida relevantes para doença específicas do
MR. Contém 21 questões, abrangendo cinco domínios: 1) sintomas físicos, 2) trabalho, 3)
esportes e recreação, 4) estilo de vida e 5) estado emocional. O formato de respostas das
questões do Worc é através de EVA. Todas as questões têm o mesmo valor ponderal.
Portanto, cada item tem a possibilidade de ser pontuado de 0 a 100 na EVA e o resultado final
pode variar de 0 a 2100. O total de 0 implica em nenhuma redução na qualidade de vida e
2100 é a pior pontuação. É possível obter o total de cada domínio separadamente. O resultado
final pode ser convertido para percentagem de acordo com uma fórmula proposta pelos
autores da versão original.
         O Questionário Worc foi um método adequado, pois enfatizou as queixas mais
frequentes dos voluntários, que são dor e limitação funcional, além de permitir satisfatória e
simples avaliação objetiva da função do ombro, e avaliação subjetiva com dados provenientes
do voluntário. Utilizando o protocolo, observou-se uma redução na média do índice de dor e
na qualidade de vida em todos os grupos citados, com diferenças significativas de (p < 0,05).
         Assim, os achados da presente pesquisa fortalecem os de Holtby e Razmjou (33), que
realizaram um estudo com 154 voluntários antes de serem submetidos à cirurgia para
patologias do MR, obtendo seus resultados que reforçam a utilização a validade do Worc para
utilização em indivíduos com esta patologia, o que também está de acordo, por exemplo, com
os achados de Kirkley et al. (34) que afirmam que o Worc pode ser utilizado como desfecho
primário em experimentos clínicos avaliando tratamentos de indíviduos, embora suas
principais características sejam igualmente atraentes para acompanhamento da evolução dos
pacientes na prática clínica.
         Ao mensurar a ADM, existem três fontes principais de variação: as variações
biológicas (idade, raça, genética, história e condições clínicas); variação temporal (diferentes
momentos, condição clínica, nível de atividade, estado emocional e ritmo circadiano); e o erro
de medida (métodos de procedimento, instrumentos de medidas, variações da força manual
aplicada pelo examinador durante a ADM passiva e as variações de força do sujeito durante a
ADM ativa) (35).
No presente estudo, foi optado pelas ADM’s ativas, pois de acordo com Armstrong
(36), estas representam melhor a função e apresentam maior confiabilidade do que os
movimentos passivos. As medidas passivas são menos confiáveis que as medidas ativas,
devido à variação de força que é colocada pelo terapeuta. Esta mesma dificuldade pode ser
observada quando o terapeuta estabiliza a articulação evitando os movimentos
compensatórios que são detectados visualmente, principalmente nos casos em que existe
limitação articular, ocorrendo influência na realização ou não da estabilização nas medidas
(37).
        Alguns movimentos são relatados na literatura como mais difíceis de obter
confiabilidade nas medidas da articulação do ombro, como abdução, rotação externa e
extensão (36).
        Verificou-se na pesquisa em questão que houve aumento significativo da amplitude
de movimento no complexo articular do ombro em todos os movimentos analisados (p <
0,05), conforme demonstra na tabela V. Confirma-se assim a observação de Magnusson (39),
que o alongamento da unidade músculo-tendínea reduz significativamente a tensão passiva do
tecido. Já Souza (40) diz que os músculos do MR induzem à abdução da escápula, que é
contrabalanceada pelos músculos rombóides e elevador da escápula e pelas fibras superiores
do trapézio. Esse equilíbrio é fundamental para a adequação dos ritmos escapulotorácico e
escapuloumeral durante os movimentos do membro superior, por isso foram utilizadas
técnicas miofasciais para reestabelecer o equilíbrio entre essas musculaturas e promover a
melhora das amplitudes de movimentos.
        O aumento da funcionalidade e a diminuição da dor resultaram em significante
aumento da satisfação referente à sua condição anterior à intervenção fisioterapêutica. O
protocolo desenvolvido demonstrou-se eficaz para esse tipo de indivíduo. Esses achados
confirmam que os indivíduos podem ser beneficiados com o tratamento fisioterapêutico.
Giordano et al. (21) demonstraram a eficácia do tratamento fisioterapêutico com a utilização
de um protocolo baseado em metodologia nos quais os recursos a serem aplicados variavam
conforme a fase da doença. Em outro estudo, Lima et al. (41), ao analisarem a funcionalidade
e a percepção da dor em pacientes, antes e após intervenção fisioterapêutica, concluíram que
houve melhora substancial do quadro álgico e função do ombro pós-tratamento.
        Sugere-se para estudos futuros, trabalhos com maior número de voluntários, com
faixa etária mais próxima, haja vista o tamanho reduzido da amostra e a diferença de idade
entre os voluntários, além de um período mais longo de tratamento. É importante manter a
aplicação dos questionários, uma vez que os mesmo são ferramentas extremamente úteis para
obter maiores dados estatísticos.


Considerações finais
         O protocolo utilizado neste estudo apresentou um resultado positivo no que diz
respeito à melhora funcional e da dor em pacientes com tendinopatias do ombro.
Referências


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2000.
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síndrome do impacto subacromial: estudo em 21 pacientes. Acta Fisiátrica. 2000; 7(1):13-19.
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therapy for impingement syndrome: a systematic review. Clinical journal of sport medicine.
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Avaliação da dor e estresse em pacientes com fibromialgia. Revista brasileira de
reumatologia. 2002; 42(2):104-110.
30.    Camargo PR, Haik MN, Filho RB, Mattiello RSM, Salvini TF. Pain in workers with
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Penn Shoulder Score para a língua portuguesa: PSS – Brasil. Revista brasileira de
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língua portuguesa do American shoulder and elbow surgeons standardized shoulder
assessment form (ASES) para avaliação da função do ombro. Revista brasileira de
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quality-of-life questionnaire for disorders of the rotator cuff: the western ontario rotator cuff
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Artes Médicas. 1997.
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range-of-motion measurement in the elbow and forearm. Journal of shoulder and elbow
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entre os métodos de estimativa visual e goniometria para avaliação das amplitudes de
movimento da articulação do ombro. Acta Fisiátrica. 2003; 10(1): 12-16.
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Maneuvers. Scandinavian journal of medicine & science sports. 1998; 8(6):65-77.
40.   Souza MZ. Reabilitação do complexo do ombro. São Paulo: Manole. 2001.
41.   Lima GCS, Barbosa EM, Alfieri FM. Análise da funcionalidade e da dor e de
indivíduos portadores de síndrome do impacto, submetidos à intervenção fisioterapêutica.
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42.   Kendall FP, McCreary EK, Provance PG. Músculos provas e funções. São Paulo:
Manole. 1995.
PROTOCOLO DE TRATAMENTO PROPOSTO

Descrição das fases e exercícios componentes do protocolo:


Fase I
         1.    Ultrassom (marca Chattanooga, Intelect Advanced, model 2762 CC, Série nº
2627) cabeçote de 1 Mhz, pulsado a 50%, ciclado a 100 Hz, dose e tempo de aplicação de
acordo com o biotipo e área de maior sintomatologia do voluntário;




         2.    Alongamento de musculatura póstero-lateral cervical: a) voluntário deitado na
maca em decúbito dorsal, ombros na borda superior da maca com pescoço de cabeça fora da
mesma; terapeuta realizou flexão lateral direita, flexão e rotação esquerda; b) mantendo a
mesma posição na maca, terapeuta realizou flexão lateral esquerda, flexão e rotação direita.
Realizado três séries de trinta segundos;




         3.    Mobilização em decúbito lateral de escápula: voluntário deitado na maca em
decúbito lateral, com ombro sintomatológico para cima, terapeuta mantém contato com seu
esterno em região proximal do úmero do voluntário, comprimindo-o contra a maca; mantém
contato com suas mãos na escápula do voluntário, mobilizando-a em todas as direções.
Realizado por um minuto;




        4.    Liberação miofascial: voluntário deitado na maca em decúbito ventral, sendo
realizados traços neuromusculares suficientes para atingir região de trapézio e supra-espinal
com desativador de trigger points;




        5.    Liberação de trigger points (Dígito-Pressão): voluntário deitado na maca em
decúbito ventral, realizado compressão de trigger points por 90 segundos em região de
trapézio e supra-espinal com desativador de trigger points;




        6.    Mobilização intra-articular: voluntário sentado em cadeira, terapeuta em
posição posterior a ele; mantém contato com mão cefálica estabilizando a cintura escapular e
mão caudal em úmero proximal para mobilizá-lo ântero-posteriormente e súpero-
inferiormente. Realizado por um minuto;




        7.    Decoaptação de cápsula: voluntário sentado em cadeira, com flexão de
cotovelo a 90 graus e terapeuta posterior a ele; mantém contato com mão cefálica no punho
do voluntário (membro superior do terapeuta anterior ao tronco do voluntário) e mão caudal
em antebraço proximal (membro superior do terapeuta posterior ao tronco do voluntário) para
mobilizá-lo inferiormente, decoaptando cápsula articular do ombro;




        8.    Mobilização em ADM tolerável: voluntário em pé, realizou todos os
movimentos da articulação do ombro, primeiro com o auxílio de bastão e, após, com roldana;
9.    Crioterapia (marca Chattanooga, modelo Hydrocollator Cold Pak Chiling Unit
C-2) com bolsa de gel, com tempo de aplicação de vinte minutos, aplicado no ombro do
voluntário;




          10.   Orientações e cuidados: recomendações dadas de acordo com a queixa de cada
voluntário (14,15).


          Os parâmetros para evolução à fase II foram:
                Aumento de goniometria (12) em 20%, em pelo menos quatro movimentos;
                Diminuição da dor na escala visual analógica (EVA) em 20%;
                Realização de quatro atendimentos nesta fase.


Fase II
          1.    Fortalecimento isométrico de MR: voluntário em pé, com cotovelo flexionado
a 90 graus. Realizadas contrações de rotadores internos, utilizando como resistência um
batente de porta e contrações de rotadores externos, utilizando como resistência a parede, em
cinco séries de seis segundos durante quatro atendimentos;
2.    Fortalecimento isotônico de MR: voluntário em pé, com cotovelo flexionado a
90 graus. Realizados movimentos de rotação interna e externa, utilizando theraband no
espaldar, com três séries de dez repetições;




         3.    Fortalecimento isotônico de extensores do ombro: voluntário em pé, de frente
ao espaldar, com theraband fixado ao mesmo, segurando o theraband e fazendo uma extensão
do ombro com cotovelo estendido, sem qualquer movimentação de punho. Realizado três
séries de dez repetições.




         4.    Fortalecimento isotônico de rombóides: voluntário em pé de frente para o
espaldar, utilizando o theraband fixado ao mesmo. A posição inicial do voluntário foi de
abdução do ombro até 90 graus, associada à flexão de cotovelo também a 90 graus,
realizando, então, o movimento de abdução horizontal do ombro. Realizado três séries de dez
repetições.
5.    Fortalecimento isotônico de serrátil: voluntário em pé, de costas para o
espaldar, com ombro flexionado a 90 graus e cotovelo estendido. A resistência do theraband
fixado no espaldar ficou atrás do voluntário. O theraband foi seguro com a mão, e realizado
movimento de protração do ombro contra a resistência, sem rodar o corpo, e com movimento
de circundução do ombro. Realizado três séries de dez repetições.




        6.    Flexão de braço com apoio de joelhos bilateral: voluntário partiu da posição
ajoelhada, abaixou lentamente o corpo na direção do solo, enquanto manteve o alinhamento
neutro da pelve e da coluna vertebral. Os cotovelos ficaram flexionados no plano sagital. A
escápula realizou abdução e adução durante o movimento;
7.   Movimentos de atividades de vida diárias (AVD’s): recomendações dadas de
acordo com a profissão de cada voluntário (16).


           Os parâmetros para evolução para a fase III foram:
                Aumento de força muscular em uma casa conforme o teste de força (grau I, II,
III, IV e V) (42);
                Realização de dez atendimentos nesta fase.


Fase III
           1.   Fortalecimento isotônico de MR: voluntário em pé, com cotovelo flexionado a
90 graus. Foram realizados movimentos de rotação interna e externa utilizando theraband no
espaldar, com três séries de dez repetições;




           2.   Exercícios proprioceptivos com bola terapêutica e com shoulder flex com
orientação vertical, horizontal, e diagonal: a) voluntário em pé, com uma bola sob as mãos
desenvolveu reações de equilíbrio sobre uma superfície fixa (parede). b) voluntário em pé,
com semi-flexão de joelhos e coluna ereta, segurar o shoulder flex com uma das mãos
realizando movimentos oscilatórios na vertical, horizontal e diagonal. Realizou três séries de
dez repetições em cada movimento;
3.    Exercícios proprioceptivos na plataforma de equilíbrio: voluntário em posição
de quatro pontos de contato, transferiu o peso para a plataforma de equilíbrio;




         4.    Arremessos de lances livres em cesta de basquete: voluntário em pé, executou
arremessos de lances livres em 20 repetições (pela dificuldade de conseguir trabalhar em
quadra de basquete foi utilizada adaptação dentro da clinica utilizando bola e cesta de
basquete ambas de menor tamanho) (14,16).




         Os parâmetros para evolução para a alta funcional foi:
               Realização de dez atendimentos nesta fase.

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Proposta de protocolo de tratamento para tendinopatias do ombro

  • 1. FACULDADE ANGLO-AMERICANO CURSO DE FISIOTERAPIA DISCIPLINA DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO II BENJAMIM OTTOBELLI NETO CLAUDIA CAROLINA ANDRADE PEREA FABÍOLA MACHINSKI PROPOSTA DE PROTOCOLO DE TRATAMENTO PARA TENDINOPATIAS DO OMBRO FOZ DO IGUAÇU – PR 2010
  • 2. BENJAMIM OTTOBELLI NETO CLAUDIA CAROLINA ANDRADE PEREA FABÍOLA MACHINSKI PROPOSTA DE PROTOCOLO DE TRATAMENTO PARA TENDINOPATIAS DO OMBRO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Fisioterapia da Faculdade Anglo Americano como requisito final para obtenção do título de Fisioterapeuta. Orientadora: Prof. Morgana Carbonera Raimondi, Esp. Co-orientador: Prof. João Afonso Ruaro, Msc. FOZ DO IGUAÇU – PR 2010
  • 3. PROPOSTA DE PROTOCOLO DE TRATAMENTO PARA TENDINOPATIAS DO OMBRO Proposed of protocol for treatment of shoulder tendinopathy Benjamin Ottobelli Neto(a), Claudia Carolina Andrade Perea(b), Fabíola Machinski(c), Morgana Carbonera Raimondi(d), João Afonso Ruaro(e) (a) Acadêmico do Curso de Fisioterapia da Faculdade Anglo-Americano – FAA, Foz do Iguaçu-PR. e-mail: bei_ja_min_00@hotmail.com (b) Acadêmica do Curso de Fisioterapia da Faculdade Anglo-Americano – FAA, Foz do Iguaçu-PR. e-mail: cahrocket@hotmail.com (c) Acadêmica do Curso de Fisioterapia da Faculdade Anglo-Americano – FAA, Foz do Iguaçu-PR. e-mail: machinski_faby@hotmail.com (d) Fisioterapeuta Especialista em Fisioterapia Traumato-Ortopédica e Desportiva pela Faculdades Integradas Espírita em convênio com Instituto de Pós-Graduação e Extensão (IBPEX), Especialista em Fisioterapia Dermato Funcional pelo Instituto Brasileiro de Therapias e Ensino (IBRATE), Docente do Curso de Fisioterapia da Faculdade Anglo- Americano – FAA, Foz do Iguaçu-PR. e-mail: mor.carbonera@gmail.com (e) Fisioterapeuta pela UNIOESTE, especialista em Ciências Morfofisiológicas pela UNIOESTE e Mestre em Engenharia Biomédica pela UNIVAP. Docente do Curso de Fisioterapia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi, Santa Cruz-RN. e-mail: joaoruaro@facisa.ufrn.br
  • 4. RESUMO Introdução: A dor no ombro é uma das queixas mais comuns e incapacitantes do sistema musculoesquelético. Objetivo: Verificar a aplicabilidade de um protocolo proposto para o tratamento de tendinopatias do ombro, avaliando sua eficácia por meio do Questionário Western Ontario Rotador Cuff Index (Worc), Questionário de dor McGill e da mensuração da Amplitude de Movimento (ADM). Métodos: Foi utilizado um protocolo de tratamento no qual participaram 07 voluntários com idade variando de 20 a 53 anos. Os indivíduos foram submetidos ao protocolo proposto que foi dividido em 03 fases com objetivos e condutas diferentes. Como métodos de avaliação foi utilizado o Questionário Worc, Questionário de dor McGill e mensuração da ADM no início e no final do tratamento. Resultados: O protocolo de tratamento proposto foi eficaz no tratamento dos voluntários, pois se obtiveram resultados estatisticamente significativos comparando os métodos de avaliação (p<0,05). Conclusão: O protocolo utilizado neste estudo apresentou resultado positivo no que diz respeito à melhora funcional e da dor em pacientes com tendinopatias do ombro. Palavras-chave: tendinopatia; dor no ombro; manguito rotador; fisioterapia. Introduction: Shoulder pain is a common complain and disabling musculoskeletal system. Objective: To assess the feasibility of a proposed protocol for the treatment of tendinopathy of the shoulder, through the Rotator Cuff Western Ontario Questionnaire Index (WORC), McGill Pain Questionnaire and the mensuration of the Range of Motion (ROM). Methods: We used a protocol treatment which involved 07 volunteers aged 20 to 53 years. The subjects were submitted to the proposed protocol is divided into 03 stages with different goals and behaviors. Methods of assessment questionnaires were used Western Ontario Rotator Cuff Index (WORC) and McGill Pain Questionnaire and the ROM at the beginning and end of treatment. Results: The results showed that the protocol of treatment was effective in the treatment of the volunteers, 'cause statistically significant results were obtained on the methods of evaluation by comparisons. Conclusion: The protocol used in this study showed a significant result with regard functional improvement and pain in patients with tendinopathy of the shoulder. Keywords: tendinopathy, shoulder pain, rotator cuff; physiotherapy.
  • 5. Introdução O ombro é a articulação proximal do membro superior, sendo a mais móvel de todas as articulações do corpo humano (1). Por meio de intrincada biomecânica, permite movimentos integrados com o cotovelo, punho e mão. Nesse processo, o ombro é responsável por colocar o membro superior em diferentes localizações, permitindo um sem-número de atividades, como pintar, lutar, jogar, pegar e erguer objetos, etc (2). A dor no ombro é uma das queixas mais comuns e incapacitantes do sistema musculoesquelético na população em geral. A literatura diverge sobre a prevalência desta queixa. Estudos nacionais a estimam entre 15% a 25% (3) ou 11,7 e 16%, chegando a 21% na população de hospitais geriátricos (4). Já uma revisão sistemática holandesa apontou dados que variam de 6,9 a 26% (5). A causa mais frequente de dor no ombro é a lesão do manguito rotador (MR), que pode acometer indivíduos em qualquer faixa etária, sendo potencializada com o envelhecimento e a ocupação laborativa ou recreativa (3,6,7). As tendinopatias do ombro podem ter como etiologia duas possíveis teorias de lesão, uma mecânica e outra vascular. Na teoria mecânica, é discutido que a carga repetitiva, mesmo dentro da faixa de oscilação de tensão normal-fisiológica de um tendão, causa fadiga e, eventualmente, leva à falência tendínea, pois há acúmulo de danos no colágeno ou em outros componentes da matriz colágena. A teoria vascular propõe que os tendões são tecidos metabolicamente ativos e necessitam de aporte vascular; assim, supõe-se que certos tendões, ou pelo menos alguns segmentos destes, tenham uma provisão de sangue deficiente, deixando-os mais suscetíveis a degenerações (8). Diagnosticar tendinopatias do ombro atualmente envolve a realização de uma avaliação estruturada que inclui a anamnese em conjunto com a realização de procedimentos de avaliação clínica que geralmente envolvem testes. Com base na resposta aos testes clínicos, o diagnóstico de tendinopatias é alcançado (9). Estas lesões teciduais podem ser encontradas durante a avaliação fisioterapêutica e respectivo diagnóstico cinético-funcional. Após, podem ser submetidas a tratamento fisioterapêutico, que objetiva atuar morfofisiologicamente na regeneração dos tecidos afetados. Procurou-se, portanto, apresentar uma proposta para recuperação funcional deste importante complexo articular, a fim de proporcionar funcionalidade ao indivíduo acometido por disfunções do ombro. Assim, o objetivo deste trabalho foi verificar a aplicabilidade de um protocolo proposto para o tratamento de tendinopatias do ombro, ao se observar: a) o impacto da função
  • 6. desta articulação em pacientes submetidos ao protocolo, por meio do Questionário Western Ontario Rotator Cuff Index (Worc) (10), b) a dor por meio do Questionário de dor McGill (13) e c) a Amplitude De Movimento (ADM) segundo Marques (12). Metodologia O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade Assis Gurgacz (Cascavel-PR), sob o número 187/2010. (ANEXO 1). Nove voluntários, 08 do gênero feminino e 01 do gênero masculino, com idade variando de 20 a 53 anos, foram selecionados para participar do estudo, realizado na Clínica Escola de Fisioterapia da Faculdade Anglo-Americano, na cidade de Foz do Iguaçu, Paraná. No entanto, durante o estudo, duas mulheres foram desligadas por terem mais de três faltas aos atendimentos, sendo a amostra final constituída por 07 voluntários. Os critérios de inclusão foram: pertencer a ambos os gêneros, ter disponibilidade de tempo, aceitação da rotina de tratamento, concordar e assinar o termo de consentimento. Determinou-se como critério de exclusão: realizar outros tratamentos durante a pesquisa, pós- operatório recente de cirurgia no ombro. Para desenvolvimento do trabalho, todos os indivíduos foram examinados pelo mesmo pesquisador, por meio de avaliação fisioterapêutica baseada em métodos subjetivos e objetivos, que incluíram: anamnese (tabela I), avaliação da dor, exame físico detalhado de todo membro superior em questão, onde o mesmo foi realizado na seguinte sequência: inspeção, palpação, amplitude de movimento (ADM) ativa, força muscular e testes especiais, e avaliação da função do complexo articular do ombro no primeiro e último atendimentos. Tabela I – Dados da anamnese dos voluntários acometidos por lesão do MR MMSS Voluntário Idade Gênero Ocupação Acometido Ademir 45 Masculino Vendedor Direito Alicia 49 Feminino Cabeleireira Esquerdo Ereni 53 Feminino Doméstica Direito Serviços Eunice 48 Feminino Esquerdo Gerais Fernanda 20 Feminino Estudante Direito Keila 31 Feminino Do Lar Direito Vera 51 Feminino Cabeleireira Esquerdo
  • 7. A dor foi avaliada por meio de Escala Visual Analógica (EVA) (13) e do Questionário de dor McGill (ANEXO 2) (11). A avaliação da função foi realizada por meio da versão brasileira do Questionário Worc (ANEXO 3) (10), traduzido e adaptado culturalmente para ser aplicado em pacientes com alterações do MR na população nacional. Após a avaliação os pacientes iniciaram o tratamento conforme o protocolo proposto: O protocolo foi dividido em 3 fases, com objetivos e condutas diferentes, baseado em literatura relacionada ao tema: - Fase I: objetivou reduzir o processo inflamatório, proporcionar analgesia e ganho de ADM. Nesta fase os recursos utilizados foram ultrassom (US); alongamento de musculatura póstero-lateral cervical; mobilização em decúbito lateral de escápula; liberação miofascial; liberação de trigger points utilizando a técnica de dígito-pressão; mobilização intra-articular; decoaptação de cápsula; mobilização em ADM tolerável com bastões e roldanas; crioterapia por 20 minutos (14,15). - Fase II: objetivou manter e/ou aumentar a flexibilidade e realizar fortalecimento muscular. Nesta fase foram realizados fortalecimentos isométrico e isotônico do MR; fortalecimento isotônico de extensores do ombro; fortalecimento isotônico de rombóides; fortalecimento isotônico de serrátil; flexão de braço com apoio de joelhos bilateral; movimentos de atividades de vida diária (AVD’s) (16). - Fase III: aprimorar o desempenho muscular, ganhar propriocepção e finalizar a recuperação funcional. Nesta fase utilizaram-se exercícios proprioceptivos com a bola terapêutica, shoulder flex e na plataforma de equilíbrio; arremessos de lances livres na cesta de basquete (14,16). O protocolo completo está apresentado no anexo 4. Este foi aplicado durante 2 meses, com frequência de 3 vezes por semana, com duração média de 45 minutos cada atendimento. Assim, cada voluntário recebeu 24 atendimentos. Para a análise estatística dos dados, foi usado o programa GraphPad Instat, versão 3.10. Para avaliação do questionário Worc, questionário de dor de McGill e EVA, foi usado o teste de Wilcoxon, para dados não-paramétricos. Já para os dados da ADM, foi usado o teste t pareado, para dados paramétricos. Como critério de significância, para todos os testes realizados, foi considerado 95% (p<0,05). Os valores são apresentados como médias e desvios-padrão.
  • 8. Resultados Escala Visual Analógica Os resultados indicaram que houve diferença significativa (p<0,05) entre os valores da EVA observados antes e após a aplicação da proposta do protocolo de tratamento, demonstrando redução da dor após a aplicação do protocolo. A tabela II demonstra as médias dos níveis de dor, antes e após a aplicação do protocolo. Tabela II - Valores dos resultados da EVA antes e após intervenção fisioterapêutica. Avaliação inicial Avaliação final Valor de p Valor da EVA 4,94±2,96 0,95±0,76 0,0156 Questionário de dor McGill As características e índice da dor foram avaliados por meio do questionário de dor de McGill, constituído por quatro categorias: respostas sensitivas à experiência dolorosa, respostas afetivas, respostas avaliativas da experiência dolorosa global e miscelânea (17). Os resultados no questionário de dor de McGill são apresentados na tabela a seguir (tabela III). Tabela III - Resultados do questionário McGill antes e após intervenção fisioterapêutica. McGill Avaliação inicial Avaliação final Valor de p Sensorial 6±2,51 3,28±2,49 0,0577 Afetivo 2,57±0,97 1,14±0,89 0,0335 Avaliativo 1±0 1±0 - Miscelânea 2,42±0,78 0,57±0,78 0,0206 Total descritores 12±3,55 6±3,36 0,0222 Sensorial 14,57±7,91 6,42±6,45 0,0339 Afetivo 3,28±1,60 1,28±1,25 0,0340 Avaliativo 2,71±1,38 2±1,15 0,2030 Miscelânea 4,57±2,50 1,14±1,46 0,0590 Total índice de dor 24,5±8,22 10,8±7,84 0,0156
  • 9. Questionário Worc As alterações do MR e a qualidade de vida dos voluntários foram avaliados por meio do Questionário Worc, que é constituído por 21 questões, abrangendo cinco domínios: 1) sintomas físicos, 2) esportes e recreação, 3) trabalho, 4) estilo de vida e 5) estado emocional. Houve uma redução na média do índice de dor e uma melhora na qualidade de vida em todos os grupos citados, com diferenças significativas de p<0,05. A tabela IV apresenta as médias dos voluntários por domínios. Tabela IV - Resultados do questionário WORC antes e após intervenção fisioterapêutica. Worc Avaliação inicial Avaliação final Valor de p Sintomas Físicos 353,57±96,22 128,28±60,51 0,0156 Esporte/Recreação 224,14±41,39 68,42±30,24 0,0156 Trabalho 235,42±121,43 105±50,34 0,0156 Estilo de Vida 228,57±121,82 61,14±38,00 0,0156 Emoções 165,14±95,14 69,85±46,78 0,0360 Resumo 1206,85±395,37 439,85±191,02 0,0156 Amplitude de movimento Em relação à ADM, realizada por meio da goniometria, observou-se que houve significância estatística com p<0.05. Os valores são apresentados na tabela V. Tabela V - Resultados da ADM antes e após intervenção fisioterapêutica. Membro Superior Acometido Avaliação Inicial Avaliação Final Valor de p Flexão 141,42±27,31 170,71±7,13 0,0360 Extensão 40±8,32 61,14±13,50 0,0355 Abdução 153,28±27,58 175,57±4,82 0,0590 Adução 35,85±9,56 56,14±11,95 0,0156 Rot. Interna 58,57±22,79 82,71±9,28 0,0156 Rot. Externa 65±26,14 89±2,64 0,0360 Abdução Hor. 81,57±16,61 105,14±10,38 0,0220 Adução Hor. 30,42±6,92 54,57±6,79 0,0222
  • 10. Discussão De acordo com Dutton (18) a função primária do complexo do ombro é posicionar a mão no espaço, permitindo ao indivíduo interagir com o ambiente e executar as funções motoras finas. O grau de mobilidade é resultante de superfícies articulares saudáveis, de unidades musculotendíneas intactas e de restrições capsuloligamentares. A incapacidade de posicionar a mão resulta em redução profunda das capacidades de toda a extremidade superior, levando à patologia. Morelli e Vulcano (19) afirmam que a maioria das patologias do ombro devem ser tratadas conservadoramente. A intervenção fisioterapêutica, nessa situação, é considerada a primeira escolha de tratamento por melhorar o equilíbrio muscular da região, aumentar a funcionalidade do membro acometido e possibilitar retorno mais rápido às atividades de vida diária com diminuição das dores. Além disso, existem indicações seguras de que o tratamento cirúrgico não difere significantemente da intervenção fisioterapêutica quanto à melhora da funcionalidade e quanto à redução da dor (20). De acordo com Giordano et al. (21) existem controvérsias quanto à superioridade de um tratamento sobre o outro, sugerindo então, que a conduta mais conservadora seja preferível ao tratamento cirúrgico. Outros são mais intervencionistas, como Nirschl (22), que prefere adotar tratamentos mais agressivos em função do fato de a doença ser de evolução contínua. Admitindo-se a intervenção fisioterapêutica como tratamento mais adequado, esta deveria incluir crioterapia, mobilização articular, reequilíbrio neuromuscular, exercícios de fortalecimento, eletroterapia e decoaptação articular (23). Indicações de tratamento que corroboram com o protocolo proposto. A dor é uma experiência subjetiva e então impossível de ser medida diretamente, mas uma estimação quantitativa de dor pode ser obtida (24). Assim a EVA é um recurso amplamente adotado para verificação de diferentes dores, fornecendo a caracterização dos aspectos da dor. Teixeira e Pimenta (25) comentam que a EVA de dor consiste de uma linha reta de 10 cm, onde o 0 representa a ausência de dor e o 10 representa a pior dor imaginável, sendo indicada para adultos. Para Rebellatto e Morelli (26), esta escala fornece informações conclusivas para o diagnóstico da intensidade da dor. Nos resultados apresentados neste estudo, percebe-se que houve uma diferença (p=0,0156) entre os valores da EVA observados antes e após a aplicação da proposta do protocolo de tratamento, com médias de resultados iniciais de (4,94±2,96) e final de (0,95±0,76), demonstrando redução significativa da dor após a aplicação do recurso
  • 11. terapêutico. Essa melhora foi observada associada à crioterapia, à mobilização passiva e ativa das articulações que envolvem o complexo do ombro contribuindo para a diminuição da dor e melhora da ADM. Howell et al.(27), ao compararem dois grupos tratados com e sem a prescrição de exercícios, demonstraram que o tratamento com exercício foi bastante eficaz para aumentar a função do ombro. Do mesmo modo, Ginn et al.(28) confirmam a hipótese ao realizar um estudo com 66 voluntários com dor no ombro de origem mecânica: os resultados apontaram melhora na dor de abdução livre e flexão, incapacidade funcional e auto percepção do indivíduo tratado. Portanto, a fisioterapia por meio da vasta gama de recursos disponíveis é uma importante aliada no tratamento conservador, podendo proporcionar, além do alívio das condições sintomatológicas, o restabelecimento da função normal do ombro acometido. Já o questionário de dor de McGill é considerado o melhor instrumento e o mais utilizado quando se pretende obter informações qualitativas e quantitativas da dor, a partir de descrições verbais (17). Compõe-se de 78 palavras utilizadas para descrever a dor, qualitativamente semelhantes, grupadas em 4 categorias: sensitivo-discrimativo, afetivo- motivacional, cognitivo-avaliativo e miscelânea. Algumas dessas palavras (descritores) são sinônimas entre si, outras parecem, mas variam em intensidade, enquanto outras apresentam diferenças mínimas que podem ser importantes para os indivíduos que estão tentando comunicar a dor. O índice máximo possível de dor é 78 (quanto maior o índice, maior será a dor). Este questionário foi capaz de fornecer informações sobre as diferentes percepções dos vários domínios que integram o sintoma dor nos indivíduos, uma vez que a percepção desse sintoma está relacionada aos aspectos sensoriais, afetivos, motivacionais e não somente à intensidade. Como mostra a tabela III, houve uma redução na média dos descritores da avaliação inicial (12±3,55) para a final (6±3,36) e do índice de dor inicial (24,5±8,22) para a final (10,8±7,84), entretanto, com pouca significância estatística no descritor sensorial (p=0,0577) e nos índices de dor avaliativo (p=0,2030) e miscelânea (p=0,0590). De acordo com Ferreira et al. (29) o Questionário de dor McGill demonstrou ser um instrumento útil para avaliar a qualidade e intensidade da dor, o que confere com Camargo et al. (30) que ao realizar um estudo com 27 trabalhadores com síndrome do impacto revela que o Questionário de dor McGill é uma ferramenta importante e útil na avaliação de diversas situações clínicas do ombro. Napoles et al. (31) menciona que o aumento crescente do número de pesquisas multinacionais e multiculturais com o interesse de mensurar a qualidade de vida e a eficácia de tratamentos motivou a elaboração e a validação de vários questionários na Língua Inglesa,
  • 12. que precisam ser traduzidos e adaptados para outras línguas. O que esta de acordo com os achados de Knaut et al. (32) que relata a existência de vários instrumentos de medidas voltados à avaliação da funcionalidade do ombro encontrados na literatura, porém apenas alguns apresentam versões em português. Um desses instrumentos de medidas encontra-se nos achados de Lopes et al. (10) que menciona que o questionário Worc é um instrumento específico, que engloba aspectos de qualidade de vida relevantes para doença específicas do MR. Contém 21 questões, abrangendo cinco domínios: 1) sintomas físicos, 2) trabalho, 3) esportes e recreação, 4) estilo de vida e 5) estado emocional. O formato de respostas das questões do Worc é através de EVA. Todas as questões têm o mesmo valor ponderal. Portanto, cada item tem a possibilidade de ser pontuado de 0 a 100 na EVA e o resultado final pode variar de 0 a 2100. O total de 0 implica em nenhuma redução na qualidade de vida e 2100 é a pior pontuação. É possível obter o total de cada domínio separadamente. O resultado final pode ser convertido para percentagem de acordo com uma fórmula proposta pelos autores da versão original. O Questionário Worc foi um método adequado, pois enfatizou as queixas mais frequentes dos voluntários, que são dor e limitação funcional, além de permitir satisfatória e simples avaliação objetiva da função do ombro, e avaliação subjetiva com dados provenientes do voluntário. Utilizando o protocolo, observou-se uma redução na média do índice de dor e na qualidade de vida em todos os grupos citados, com diferenças significativas de (p < 0,05). Assim, os achados da presente pesquisa fortalecem os de Holtby e Razmjou (33), que realizaram um estudo com 154 voluntários antes de serem submetidos à cirurgia para patologias do MR, obtendo seus resultados que reforçam a utilização a validade do Worc para utilização em indivíduos com esta patologia, o que também está de acordo, por exemplo, com os achados de Kirkley et al. (34) que afirmam que o Worc pode ser utilizado como desfecho primário em experimentos clínicos avaliando tratamentos de indíviduos, embora suas principais características sejam igualmente atraentes para acompanhamento da evolução dos pacientes na prática clínica. Ao mensurar a ADM, existem três fontes principais de variação: as variações biológicas (idade, raça, genética, história e condições clínicas); variação temporal (diferentes momentos, condição clínica, nível de atividade, estado emocional e ritmo circadiano); e o erro de medida (métodos de procedimento, instrumentos de medidas, variações da força manual aplicada pelo examinador durante a ADM passiva e as variações de força do sujeito durante a ADM ativa) (35).
  • 13. No presente estudo, foi optado pelas ADM’s ativas, pois de acordo com Armstrong (36), estas representam melhor a função e apresentam maior confiabilidade do que os movimentos passivos. As medidas passivas são menos confiáveis que as medidas ativas, devido à variação de força que é colocada pelo terapeuta. Esta mesma dificuldade pode ser observada quando o terapeuta estabiliza a articulação evitando os movimentos compensatórios que são detectados visualmente, principalmente nos casos em que existe limitação articular, ocorrendo influência na realização ou não da estabilização nas medidas (37). Alguns movimentos são relatados na literatura como mais difíceis de obter confiabilidade nas medidas da articulação do ombro, como abdução, rotação externa e extensão (36). Verificou-se na pesquisa em questão que houve aumento significativo da amplitude de movimento no complexo articular do ombro em todos os movimentos analisados (p < 0,05), conforme demonstra na tabela V. Confirma-se assim a observação de Magnusson (39), que o alongamento da unidade músculo-tendínea reduz significativamente a tensão passiva do tecido. Já Souza (40) diz que os músculos do MR induzem à abdução da escápula, que é contrabalanceada pelos músculos rombóides e elevador da escápula e pelas fibras superiores do trapézio. Esse equilíbrio é fundamental para a adequação dos ritmos escapulotorácico e escapuloumeral durante os movimentos do membro superior, por isso foram utilizadas técnicas miofasciais para reestabelecer o equilíbrio entre essas musculaturas e promover a melhora das amplitudes de movimentos. O aumento da funcionalidade e a diminuição da dor resultaram em significante aumento da satisfação referente à sua condição anterior à intervenção fisioterapêutica. O protocolo desenvolvido demonstrou-se eficaz para esse tipo de indivíduo. Esses achados confirmam que os indivíduos podem ser beneficiados com o tratamento fisioterapêutico. Giordano et al. (21) demonstraram a eficácia do tratamento fisioterapêutico com a utilização de um protocolo baseado em metodologia nos quais os recursos a serem aplicados variavam conforme a fase da doença. Em outro estudo, Lima et al. (41), ao analisarem a funcionalidade e a percepção da dor em pacientes, antes e após intervenção fisioterapêutica, concluíram que houve melhora substancial do quadro álgico e função do ombro pós-tratamento. Sugere-se para estudos futuros, trabalhos com maior número de voluntários, com faixa etária mais próxima, haja vista o tamanho reduzido da amostra e a diferença de idade entre os voluntários, além de um período mais longo de tratamento. É importante manter a
  • 14. aplicação dos questionários, uma vez que os mesmo são ferramentas extremamente úteis para obter maiores dados estatísticos. Considerações finais O protocolo utilizado neste estudo apresentou um resultado positivo no que diz respeito à melhora funcional e da dor em pacientes com tendinopatias do ombro.
  • 15. Referências 1. Kapandji JA. Fisiologia articular: membro superior. 5 ed. São Paulo: Panamericana. 2000. 2. Bissacotti JF, Lech O, Severo A. Traumatismos do ombro e do braço. In: Herbert S, Xavier R, Pardini Jr. AG, Barros Filho TEP. Ortopedia e traumatologia: princípios e prática. 2 ed. Porto Alegre: Artmed. 1998. 3. Garzedin DDS, Matos MAA, Daltro CH, Barros RM, Guimarães A. Intensidade da dor em pacientes com síndrome do ombro doloroso. Acta ortopédica brasileira. São Paulo. 2008; 16(3):165-167. 4. Barbosa RI,Goes R, Mazzer N, Fonseca MCR. A influência da mobilização articular nas tendinopatias dos músculos bíceps braquial e supra-espinal. Revista brasileira de fisioterapia. 2008: 12(4):298-303. 5. Luime JJ, Koes BW, Hendriksen IJ, Burdorf A, Verhagen AP, Miedema HS, Verhaar JA. Prevalence and incidence of shoulder pain in the general population; a systematic review. Scandinavian journal of rheumatology. 2004; 33(2):73-81. 6. Saggini R, Cavezza T, Di Pancrazio L, Pisciella V, Saladino G, Zuccaro MC, Bellomo RG. Treatment of lesions of the rotator cuff. Journal of biological regulators and homeostic agents. 2010; 24(4):453-459. 7. Burbank KM, Stevenson JH, Czarnecki GR, Dorfman J. Chronic shoulder pain: part I. Evaluation and diagnosis. American family physician. 2008; 77(4):453-460. 8. Ejnismann B, Monteiro GC, Uyeda LF. Ombro doloroso. Revista Einstein, São Paulo. 2008; 6(1):133-137. 9. Lewis JS. Rotator cuff tendinopathy/sub acromial impingement syndrome: is it time for a new method of assessment? British journal of sports medicine. 2009; 43(4):259-64. 10. Lopes AD, Stadniky SP, Masiero D, Carrera EF, Ciconelli RM, Griffin S. Tradução e adaptação cultural do Worc: um questionário de qualidade de vida para alterações do manguito rotador. Revista brasileira de fisioterapia. 2006; 10(3):309-315. 11. Santos CC, Pereira LSM, Resende MA, Magno F, Aguiar V. Aplicação da versão brasileira do questionário de dor Mcgill em idosos com dor crônica, Acta fisiátrica. 2006; 13(2):75-82. 12. Marques AP. Manual de goniometria. 2 ed. Barueri: Manole. 1994. 13. Teixeira MJ, Pimenta CAM, Correa FC. Dor: conceitos gerais, In: Escalas de avaliação de dor. São Paulo: Limay. 2004.
  • 16. 14. Hall CM, Brody LT. Exercício terapêutico na busca da função. 2 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 2007. 15. Hertling D, Kesller MR. Tratamento de distúrbios musculoesqueléticos comuns: princípios e métodos de fisioterapia. 4 ed. Barueri: Manole. 2009. 16. Kisner C, Colby A. Exercícios terapêuticos: fundamentos e técnicas. 5 ed. Barueri: Manole. 2010. 17. Pimenta CAM, Teixeira MJ. Questionário de dor McGill: proposta de adaptação para a língua portuguesa. Revista da Escola de Enfermagem-USP. 1996; 30(3):473-83. 18. Dutton M. Fisioterapia ortopédica: exame, avaliação e intervenção. 2 ed. Porto Alegre: Artmed. 2010. 19. Morelli RSS, Vulcano DR. Princípios e procedimentos utilizados na reabilitação das doenças do ombro. Revista brasileira de ortopedia. 1993; 28(9):653-656. 20. Haar JP, Østergaard S, Dalsgaard J, Norup K, Frost P, Lausen S, et al. Exercises versus Arthroscopic Descompression in patients with subacromial impingement: a randomised, controlled study in 90 cases with a one year follow up. Annals of the rheumatic diseases. 2005; 64:760-764. 21. Giordano M, Giordano V, Giordano LHB, Giordano JN. Tratamento conservador da síndrome do impacto subacromial: estudo em 21 pacientes. Acta Fisiátrica. 2000; 7(1):13-19. 22. Nirschl RP. Rotator cuff surgery. Instructional Course Lecture. Boston: AAOS. 1989; 42:447-462. 23. Desmeules F, Côté CH, Frémont P. Therapeutic exercise and orthopedic manual therapy for impingement syndrome: a systematic review. Clinical journal of sport medicine. 2003; 13:176-182. 24. Serrano SC. A importância da mensuração da dor na escolha de opióides na dor crônica. Âmbito Hospitalar. 2002; 156:14-17. 25. Teixeira MJ, Pimenta CAM. Avaliação do doente com dor. In: Teixeira MJ, Figueiró JAB. Dor – epidemiologia, fisiopatologia, avalição, síndromes dolorosas e tratamento. São Paulo: Moreira Jr. 2001. 26. Rebellatto JR, Morelli JGS. Fisioterapia geriátrica: a prática da assistência ao idoso. São Paulo: Manole. 2004. 27. Howell S, Imobersteg A, Seger D, Marone P. Classification of the role of the supraspinatus muscle in shoulder function. Journal of bone and joint surgery. 1986; 68A:398- 404.
  • 17. 28. Ginn KA, Hebert RD, Khouw W, Lee R. A randomized, controlled clinical trial of a treatment for shoulder pain. Physical therapy. 1997; 77(8):802-811. 29. Ferreira EAG, Marques AP, Matsutani LA, Vasconcellos EG, Mendonça LLF. Avaliação da dor e estresse em pacientes com fibromialgia. Revista brasileira de reumatologia. 2002; 42(2):104-110. 30. Camargo PR, Haik MN, Filho RB, Mattiello RSM, Salvini TF. Pain in workers with shoulder impingement syndrome: an assessment using the DASH and McGill pain questionnaires. Revista brasileira de fisioterapia. 2007; 11(2):161-167. 31. Napoles BV, Hoffman CB, Martins J, Oliveira AS. Tradução e adaptação cultural do Penn Shoulder Score para a língua portuguesa: PSS – Brasil. Revista brasileira de reumatologia. 2010; 50(4):389-407. 32. Knaut LA, Moser ADL, Melo DAS, Richard RR. Tradução e adaptação cultural à língua portuguesa do American shoulder and elbow surgeons standardized shoulder assessment form (ASES) para avaliação da função do ombro. Revista brasileira de reumatologia. 2010; 50(2):176-189. 33. Holtby R, Razmjou H. Measurement properties of the western ontario rotator cuff outcome measure: A preliminary report. Journal of shoulder and elbow surgery. 2005; 14(5):506-510. 34. Kirkley A, Alvarez C, Griffin S. The development and evaluation of a disease-specific quality-of-life questionnaire for disorders of the rotator cuff: the western ontario rotator cuff index. Clinical journal of sport medicine. 2003; 13(2):84-92. 35. Norkin CC, White D. Medida do movimento articular: manual de goniometria. 2 ed. Artes Médicas. 1997. 36. Armstrong AD, MacDermid JC, Chinchalkar S, Stevens RS, King GJW. Reliability of range-of-motion measurement in the elbow and forearm. Journal of shoulder and elbow surgery. 1998; 7(6):573-580. 37. Murray MP, Gore DR, Gardner GM, Mollinger LA. Shoulder motion and muscle strength of normal men and women in two age groups. Clinical orthopaedics and related research. 1985; (192):268-273. 38. Andrade JA, Leite VM, Salmela LFT, Araújo PMP, Juliano Y. Estudo comparativo entre os métodos de estimativa visual e goniometria para avaliação das amplitudes de movimento da articulação do ombro. Acta Fisiátrica. 2003; 10(1): 12-16. 39. Magnusson SP. Passive properties of human esqueletal muscle during stretch Maneuvers. Scandinavian journal of medicine & science sports. 1998; 8(6):65-77.
  • 18. 40. Souza MZ. Reabilitação do complexo do ombro. São Paulo: Manole. 2001. 41. Lima GCS, Barbosa EM, Alfieri FM. Análise da funcionalidade e da dor e de indivíduos portadores de síndrome do impacto, submetidos à intervenção fisioterapêutica. Fisioterapia em Movimento. 2007; 20(1):61-69. 42. Kendall FP, McCreary EK, Provance PG. Músculos provas e funções. São Paulo: Manole. 1995.
  • 19. PROTOCOLO DE TRATAMENTO PROPOSTO Descrição das fases e exercícios componentes do protocolo: Fase I 1. Ultrassom (marca Chattanooga, Intelect Advanced, model 2762 CC, Série nº 2627) cabeçote de 1 Mhz, pulsado a 50%, ciclado a 100 Hz, dose e tempo de aplicação de acordo com o biotipo e área de maior sintomatologia do voluntário; 2. Alongamento de musculatura póstero-lateral cervical: a) voluntário deitado na maca em decúbito dorsal, ombros na borda superior da maca com pescoço de cabeça fora da mesma; terapeuta realizou flexão lateral direita, flexão e rotação esquerda; b) mantendo a mesma posição na maca, terapeuta realizou flexão lateral esquerda, flexão e rotação direita. Realizado três séries de trinta segundos; 3. Mobilização em decúbito lateral de escápula: voluntário deitado na maca em decúbito lateral, com ombro sintomatológico para cima, terapeuta mantém contato com seu esterno em região proximal do úmero do voluntário, comprimindo-o contra a maca; mantém
  • 20. contato com suas mãos na escápula do voluntário, mobilizando-a em todas as direções. Realizado por um minuto; 4. Liberação miofascial: voluntário deitado na maca em decúbito ventral, sendo realizados traços neuromusculares suficientes para atingir região de trapézio e supra-espinal com desativador de trigger points; 5. Liberação de trigger points (Dígito-Pressão): voluntário deitado na maca em decúbito ventral, realizado compressão de trigger points por 90 segundos em região de trapézio e supra-espinal com desativador de trigger points; 6. Mobilização intra-articular: voluntário sentado em cadeira, terapeuta em posição posterior a ele; mantém contato com mão cefálica estabilizando a cintura escapular e
  • 21. mão caudal em úmero proximal para mobilizá-lo ântero-posteriormente e súpero- inferiormente. Realizado por um minuto; 7. Decoaptação de cápsula: voluntário sentado em cadeira, com flexão de cotovelo a 90 graus e terapeuta posterior a ele; mantém contato com mão cefálica no punho do voluntário (membro superior do terapeuta anterior ao tronco do voluntário) e mão caudal em antebraço proximal (membro superior do terapeuta posterior ao tronco do voluntário) para mobilizá-lo inferiormente, decoaptando cápsula articular do ombro; 8. Mobilização em ADM tolerável: voluntário em pé, realizou todos os movimentos da articulação do ombro, primeiro com o auxílio de bastão e, após, com roldana;
  • 22. 9. Crioterapia (marca Chattanooga, modelo Hydrocollator Cold Pak Chiling Unit C-2) com bolsa de gel, com tempo de aplicação de vinte minutos, aplicado no ombro do voluntário; 10. Orientações e cuidados: recomendações dadas de acordo com a queixa de cada voluntário (14,15). Os parâmetros para evolução à fase II foram: Aumento de goniometria (12) em 20%, em pelo menos quatro movimentos; Diminuição da dor na escala visual analógica (EVA) em 20%; Realização de quatro atendimentos nesta fase. Fase II 1. Fortalecimento isométrico de MR: voluntário em pé, com cotovelo flexionado a 90 graus. Realizadas contrações de rotadores internos, utilizando como resistência um batente de porta e contrações de rotadores externos, utilizando como resistência a parede, em cinco séries de seis segundos durante quatro atendimentos;
  • 23. 2. Fortalecimento isotônico de MR: voluntário em pé, com cotovelo flexionado a 90 graus. Realizados movimentos de rotação interna e externa, utilizando theraband no espaldar, com três séries de dez repetições; 3. Fortalecimento isotônico de extensores do ombro: voluntário em pé, de frente ao espaldar, com theraband fixado ao mesmo, segurando o theraband e fazendo uma extensão do ombro com cotovelo estendido, sem qualquer movimentação de punho. Realizado três séries de dez repetições. 4. Fortalecimento isotônico de rombóides: voluntário em pé de frente para o espaldar, utilizando o theraband fixado ao mesmo. A posição inicial do voluntário foi de abdução do ombro até 90 graus, associada à flexão de cotovelo também a 90 graus, realizando, então, o movimento de abdução horizontal do ombro. Realizado três séries de dez repetições.
  • 24. 5. Fortalecimento isotônico de serrátil: voluntário em pé, de costas para o espaldar, com ombro flexionado a 90 graus e cotovelo estendido. A resistência do theraband fixado no espaldar ficou atrás do voluntário. O theraband foi seguro com a mão, e realizado movimento de protração do ombro contra a resistência, sem rodar o corpo, e com movimento de circundução do ombro. Realizado três séries de dez repetições. 6. Flexão de braço com apoio de joelhos bilateral: voluntário partiu da posição ajoelhada, abaixou lentamente o corpo na direção do solo, enquanto manteve o alinhamento neutro da pelve e da coluna vertebral. Os cotovelos ficaram flexionados no plano sagital. A escápula realizou abdução e adução durante o movimento;
  • 25. 7. Movimentos de atividades de vida diárias (AVD’s): recomendações dadas de acordo com a profissão de cada voluntário (16). Os parâmetros para evolução para a fase III foram: Aumento de força muscular em uma casa conforme o teste de força (grau I, II, III, IV e V) (42); Realização de dez atendimentos nesta fase. Fase III 1. Fortalecimento isotônico de MR: voluntário em pé, com cotovelo flexionado a 90 graus. Foram realizados movimentos de rotação interna e externa utilizando theraband no espaldar, com três séries de dez repetições; 2. Exercícios proprioceptivos com bola terapêutica e com shoulder flex com orientação vertical, horizontal, e diagonal: a) voluntário em pé, com uma bola sob as mãos desenvolveu reações de equilíbrio sobre uma superfície fixa (parede). b) voluntário em pé, com semi-flexão de joelhos e coluna ereta, segurar o shoulder flex com uma das mãos realizando movimentos oscilatórios na vertical, horizontal e diagonal. Realizou três séries de dez repetições em cada movimento;
  • 26. 3. Exercícios proprioceptivos na plataforma de equilíbrio: voluntário em posição de quatro pontos de contato, transferiu o peso para a plataforma de equilíbrio; 4. Arremessos de lances livres em cesta de basquete: voluntário em pé, executou arremessos de lances livres em 20 repetições (pela dificuldade de conseguir trabalhar em quadra de basquete foi utilizada adaptação dentro da clinica utilizando bola e cesta de basquete ambas de menor tamanho) (14,16). Os parâmetros para evolução para a alta funcional foi: Realização de dez atendimentos nesta fase.