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Há muitos poetas em Pessoa
Pessoa ortónimo
Temas
O fingimento artístico
1. O poeta sente (sozinho, internamente).Dor
sentida.
2. O poeta comunica por palavras a sua dor,
quando não a sente . Dor fingida.
3. Cada leitor , no ato de leitura, recria uma dor
própria (fingida/intelectualizada) a partir da
fingida pelo poeta. A leitura é
ação/interpretação.
Poemas: Autopsicografia e Isto
Dor de pensar
• Quem pensa é consciente da:
• Brevidade da vida
• Irreversibilidade do tempo
Pensar é a única causa do sofrimento, por isso se
inveja quem não pensa. (gato e ceifeira)
Contudo, quem não pensa não é humano (“Não sei
ser triste a valer”), logo o pensamento/sofrimento é
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Nostalgia da infância
• Fuga à dor de pensar.
• A infância é revisitada pela memória, como
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• “O melhor do mundo são as crianças”
• Na infância mítica do sujeito poético este era:
• Simples
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Estilo
• Verso curto e tradicional (redondilhas).
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• Linguagem simples.
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Alberto Caeiro
a poesia das sensações
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• A natureza tem as características da criança:
espontaneidade, simplicidade, naturalidade e
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Estilo
• Predominância de nomes concretos.
• Ausência de adjetivos que implicam valoração.
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Ricardo Reis
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• Epicurismo e estoicismo
• Tal como Caeiro, o Mestre, pretende não pensar e apenas usufruir da vida
na natureza, mas, para tal, baseia-se em filósofos gregos, particularmente
Epicuro, cuja doutrina aceita a brevidade da vida e a irreversibilidade do
tempo com um estoicismo resultante da racionalidade e disciplina que lhe
permitem uma felicidade relativa (jogadores de xadrez).
• Pretende que sejamos “crianças adultas”, encarando tudo como um jogo,
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levantem a voz).
• Se a passagem do tempo e a morte são inelutáveis é porque somos
escravos do destino e só podemos aceitá-lo.
• Devemos viver como a natureza, de forma natural, mas não espontânea.
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• A Grécia antiga era um modelo de perfeição.
• “Só esta liberdade nos concedem/ os deuses”
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por isso, aceita-o como única forma de ser
relativamente livre.
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Estilo
• Tom didático e sentencioso (uso do imperativo
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• Alternância entre decassílabo e hexassílabo.
• Verso branco.
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• Elogio à beleza do moderno, da máquina, ao
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• Fascínio pelo excesso (anticlássico).
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souteneur disto tudo!”)
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• Angústia. “A única conclusão é morrer!”
• Dor de pensar.
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=5477
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Estilo
• Irregularidade estrófica.
• Verso branco e longo.
• Exclamações, interjeições, onomatopeias,
repetições, anáforas, aliterações, apóstrofes.
• Metáforas, comparações e imagens.
Mensagem
Texto épico porque:
• Celebração dos descobrimentos e do espírito
português.
• Discurso narrativo (fragmentado)
• Referências históricas.
• Referências mitológicas.
• Texto lírico porque:
• Brevidade dos poemas.
• Valor individual de cada um.
• Expressão das emoções, reflexões e
sentimentos sobre o que narra.
Primeira parte
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que é tudo”)
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do país.
Segunda parte
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• Unidade entre o ato humano e o fatum
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derradeiro./Tudo é disperso, nada é inteiro.”
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  • 1. Há muitos poetas em Pessoa
  • 2. Pessoa ortónimo Temas O fingimento artístico 1. O poeta sente (sozinho, internamente).Dor sentida. 2. O poeta comunica por palavras a sua dor, quando não a sente . Dor fingida. 3. Cada leitor , no ato de leitura, recria uma dor própria (fingida/intelectualizada) a partir da fingida pelo poeta. A leitura é ação/interpretação. Poemas: Autopsicografia e Isto
  • 3. Dor de pensar • Quem pensa é consciente da: • Brevidade da vida • Irreversibilidade do tempo Pensar é a única causa do sofrimento, por isso se inveja quem não pensa. (gato e ceifeira) Contudo, quem não pensa não é humano (“Não sei ser triste a valer”), logo o pensamento/sofrimento é inevitável.
  • 4. Nostalgia da infância • Fuga à dor de pensar. • A infância é revisitada pela memória, como tempo em que pensar não era inevitável, logo, não havia sofrimento. • “O melhor do mundo são as crianças” • Na infância mítica do sujeito poético este era: • Simples • Natural • Espontâneo • Livre (sem deveres)
  • 5. poemas • Há quase um ano que não escrevo • No entardecer da terra • Ó sino da minha aldeia • Não sei, ama, onde era • A criança que fui chora na estrada
  • 6. Pessoa ortónimo Estilo • Verso curto e tradicional (redondilhas). • Estrofes breves e tradicionais (quadra, quintilha). • Rima (frequentemente cruzada, a mais tradicional). • Linguagem simples. • Predomínio da metáfora. • Encavalgamentos. (não tradicional)
  • 7. Alberto Caeiro a poesia das sensações Sobreposição das sensações ao pensamento. Ausência de tempo (nem passado nem futuro). Recusa o pensamento (logo não sofre). Privilégio da visão e audição. POEMAS: “O meu olhar é nítido como um girassol” “Sou um guardador de rebanhos” (IX)
  • 8. Alberto Caeiro o poeta da natureza • Único espaço da sua poesia. • A Natureza não morre, renova-se, renasce. (fim da angústia inerente à morte, passa a ser renovação, transformação) • A natureza tem as características da criança: espontaneidade, simplicidade, naturalidade e liberdade (ausência de deveres). • O sujeito poético identifica-se com a Natureza.
  • 9. POEMAS • “Eu nunca guardei rebanhos” • “Não me importo com as rimas”
  • 10. Alberto Caeiro Estilo • Predominância de nomes concretos. • Ausência de adjetivos que implicam valoração. • Tom coloquial . • Predomínio do Presente do Indicativo. • Predomínio da coordenação (simples). • Verso livre e branco. • Predomínio da comparação (a mais simples das figuras de estilo)
  • 11. Ricardo Reis Temáticas • Epicurismo e estoicismo • Tal como Caeiro, o Mestre, pretende não pensar e apenas usufruir da vida na natureza, mas, para tal, baseia-se em filósofos gregos, particularmente Epicuro, cuja doutrina aceita a brevidade da vida e a irreversibilidade do tempo com um estoicismo resultante da racionalidade e disciplina que lhe permitem uma felicidade relativa (jogadores de xadrez). • Pretende que sejamos “crianças adultas”, encarando tudo como um jogo, o que conduz à ataraxia. (sem amores, nem ódios, nem paixões que levantem a voz). • Se a passagem do tempo e a morte são inelutáveis é porque somos escravos do destino e só podemos aceitá-lo. • Devemos viver como a natureza, de forma natural, mas não espontânea.
  • 12. Neopaganismo • A Grécia antiga era um modelo de perfeição. • “Só esta liberdade nos concedem/ os deuses” • Pretende viver “imitando os deuses”. • Sabe que é um escravo do fatum, do destino, por isso, aceita-o como única forma de ser relativamente livre. • Aceita a ordem natural das coisas sem revolta.
  • 13. Ricardo Reis Estilo • Tom didático e sentencioso (uso do imperativo e presente do conjuntivo com valor exortativo). • Alternância entre decassílabo e hexassílabo. • Verso branco. • Anástrofes e hipérbatos. • Vocabulário erudito.
  • 14. Álvaro de Campos Futurismo e Sensacionismo • Elogio à beleza do moderno, da máquina, ao poder e à sensação. (sentir tudo de todas as maneiras). • Fascínio pelo excesso (anticlássico). • Vontade de ser máquina. (“Exprimir-me como um motor se exprime”) • Identificação com os males morais, escândalos e corrupções. (“Ah, como eu desejaria ser o souteneur disto tudo!”)
  • 15. Abulia e Tédio • Angústia. “A única conclusão é morrer!” • Dor de pensar. • Nostalgia da infância. • Temas do ortónimo com outro tratamento estilístico. • http://bi.gave.min- edu.pt/exames/download/EX_Port639_EE_2013.pdf?id =5477 • http://bi.gave.min- edu.pt/exames/download/EX_Port639_EE_2013_CC.p df?id=5478
  • 16. Estilo • Irregularidade estrófica. • Verso branco e longo. • Exclamações, interjeições, onomatopeias, repetições, anáforas, aliterações, apóstrofes. • Metáforas, comparações e imagens.
  • 17. Mensagem Texto épico porque: • Celebração dos descobrimentos e do espírito português. • Discurso narrativo (fragmentado) • Referências históricas. • Referências mitológicas.
  • 18. • Texto lírico porque: • Brevidade dos poemas. • Valor individual de cada um. • Expressão das emoções, reflexões e sentimentos sobre o que narra.
  • 19. Primeira parte Brasão • Origem de Portugal (localização na Europa e no mundo) • Origem do povo português (“o mito é o nada que é tudo”) • Predestinados, responsáveis pela construção do país.
  • 20. Segunda parte Mar Português • Grandeza do sonho convertido em ação • Unidade entre o ato humano e o fatum /destino (traçado por Deus). • “Deus Quer, o homem sonha, a obra nasce.” • Glória.
  • 21. Terceira parte O Encoberto • Descrição do estado atual (“Tudo é incerto e derradeiro./Tudo é disperso, nada é inteiro.” • Afirmação da necessidade de despertarmos para a nossa missão, que é: • Construir o V império. • “Valete Fratres” (exortação e apelo para que todos lutemos por um Portugal digno do seu destino: a glória).