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Microbiologia do Solo:
Formação do Solo,
Microrganismos, Funções
CCB / MIP
Disciplina: Ecologia Microbiana
Szabolcs (1994)
1.Introdução
Formação do Solo
- Solo = f (material de origem, clima, organismos, relevo e tempo)
Material de origem (rochas)
PROCESSOS
TEMPO
(controlado pelo relevo)
CLIMA E
ORGANISMOS
Definição:
Em agricultura e geologia, solo
é a camada que recobre as
rochas, sendo constituído de
proporções e tipos variáveis de
minerais de húmus
Parte sólidaPoros
25%
25%
45%
5%
Composição de um Solo Hipotético
• Minerais:
– Sílica (SiO2), Fe, Al, Ca,Mg, K
– P, S, Mn, Na...
• Matéria orgânica: origem vegetal, animal e microbiana
– insolúvel (húmus): melhora a estrutura, libera nutrientes
• efeito tampão, retenção de água
– solúvel: produtos da degradação de polímeros complexos:
• Açúcares, fenóis, aminoácidos
Constituintes do Solo
• Água
– livre: poros do solo
– adsorvida: ligada aos colóides (argilas)
• Gases:
CO2, O2, N2 ...
– composição variável em função dos processos
biológicos
Constituintes do Solo
• Sistemas biológicos:
– plantas
– animais
– Microrganismos: grande diversidade e abundância
Constituintes do Solo
O Ambiente Solo
(Fonte: Microbiologia de Brock, Madigan et al.)
O Solo comoO Solo como
HabitatHabitat
Moreira & Siqueira, 2006
MACROFAUNA
BACTÉRIAS
FUNGOS
NODULAÇÃO
MICORRIZAS
Interações tróficas no solo
Raízes Restos Exsudatos
Plantas
Nematóides Fungos Bactérias
NematóidesColêmbolas Ácaros Protozoários Oligoquetas
Colêmbolas
predadoras
Nematóides
predadores
Insetos
predadores
Ácaros
predadores
Mamíferos
e pássaros
Siqueira & Moreira (2002) Trannin & Siqueira (2003)
A BIOTA DO SOLOA BIOTA DO SOLO
PARTÍCULAS SOZINHAS NÃO FAZEM UM BOM SOLO...
Em cada kg de solo fértil tem-se em torno de:
• 500 bilhões de bactérias
• 10 bilhões de actinobacterias
• 1 bilhão de fungos
• 0,5 bilhão de invertebrados microrcópicos
• 1000 km de hifas e vários de raízes
• Numerosos vertebrados macroscópicos
• Não são estáticos e sim muito dinâmicos
• São bons aliados e uma grande riqueza natural
• São ignorados devido ao caráter microscópico
• São mais conhecidos pelos efeitos deletérios
Os microrganismos garantem a qualidade do solo
ALTA
DIVERSIDADE
Organismos/g de solo x103
Profundidade
(cm)
Bactérias
aeróbicas
Bactérias
anaeróbicas
Actinomicetos Fungos Algas*
3 - 8 7800 1950 2080 119 25
20 - 25 1800 379 245 50 5
35 - 45 472 98 49 14 0,5
65 - 75 10 01 05 06 0,1
135 - 145 01 0,4 - 03 -
*Inclui cianobactérias
Distribuição de microrganismos em vários horizontes do
perfil (Starc, 1942 apud Alexander, 1977)
Classificação Ecológica dos Microrganismos do Solo
- Autóctones (indígenas) = população de microrganismos pouco
afetada pela adição de nutrientes ao solo, vivendo às custas dos
resíduos em estágios avançados de decomposição
- Zimógenes (fermentativos) = população de microrganismos
estimulada pela adição de resíduos ao solo, principalmente os
resíduos facilmente decomponíveis
• Bactérias:
– grupo mais numeroso e mais diversificado
3 x 106
a 5 x 108
por g de solo seco
• limitações impostas pelas discrepâncias entre técnicas
• heterotróficos são mais facilmente detectados
Gêneros mais freqüentes:
• Bacillus, Clostridium, Arthrobacter, Pseudomonas, Nocardia,
Streptomyces, Micromonospora, Rizóbios
• Cianobactérias: pioneiras, fixação de N2
A microbiota do solo
Streptomyces
“Mais de 4 000 espécies bacterianas diferentes em 100 g
de solo”
Torsvik et al. 1994 (Técnicas de reassociação de DNA
extraído do solo).
Menos de 1% das espécies microbianas conhecidas (não
cultiváveis –não crescem em meio de cultura, e.g. fungos
micorrízicos arbusculares)
Solo
Heterogêneo, dinâmico e complexo - Grande
parte dos recursos genéticos desconhecida
Função destes microorganismos???
• Fungos:
– 5 x 103
- 9 x 105
por g de solo seco
– limitados à superfície do solo
– favorecidos em solos ácidos
– ativos decompositores de tecidos vegetais
– melhoram a estrutura física do solo
Gêneros mais freqüentes:
• Penicillium, Mucor, Rhizopus, Fusarium, Aspergillus,
Trichoderma
A microbiota do solo
• Algas
– 103
- 5 x 105
por g de solo seco
– abundantes na superfície
– acumulação de matéria orgânica: solos nus, erodidos
• Protozoários e vírus
- equilíbrio das populações
- predadores de bactérias
- parasitas de bactérias, fungos, plantas, ...
A microbiota do solo
Processos Biológicos do Solo: Suas Inter-relações e
Funções no Ecossistema
Siqueira & Trannin, 2003
-(Constanza et al. Nature,1997:Valor dos serviços dos
ecossistemas terrestres e capital natural: U$34 trilhões,
Ciclagem de nutrientes global anual U$17 trilhões (Inclui a
FBN)
- Decomposição da matéria orgânica e produção de húmus
- Controle biológico de patógenos
- Alteração das características físicas do solo (e.g.
agregação)
- Produção de metabólitos diversos: antibióticos, ácidos
orgânicos, hormônios, alelopáticos
- Decomposição de xenobióticos
- Nutrição vegetal. Fixação biológica de N2
Soja no Brasil: Economia de US$ 3.0 bilhões anual
Funções dos Microrganismos
REDUNDÂNCIA FUNCIONAL:
Várias espécies de microrganismos realizam o
mesmo processo, i.e., têm a mesma função.
– Garante RESILIÊNCIA (recuperação) dos
processos no solo- Cada espécie microbiana realiza
várias funções.
E. g.
Azospirillum brasilense , Bradyrhizobium japonicum
– fixadores de N2 e desnitrificadores.
Outros fixadores de N2 participam dos Ciclos do
C, P, S, etc.
Visão Esquemática do Solo como umaVisão Esquemática do Solo como uma
Máquina DecompositoraMáquina Decompositora
Disponibilização de
Nutrientes
- Mineralização
- Imobilização
- Oxi-redução
S0
+ H2O + 1,5O2 → H2SO4 → 2H+
+ SO4
2-
MnO2 + 4H+
→ Mn2+
+ 2H2O
- Solubilização
Ca5OH(PO4)3 + H+
→ 5Ca2+
+ H2O + 3PO4
3-
AlPO4 + 2H+
→ Al3+
+ H2PO4
-
FePO4 + 2H+
→ Fe2+
+ H2PO4
-
- Fixação Biológica de Nitrogênio
Contribuição dos Microrganismos para a Formação
ou Estabilização de Agregados do Solo
Modificado de
Rillig & Mummey (2006)
Miller & Jastrow (1992)
Microrganismos e Agregação do solo.
FungosFungos
filamentososfilamentosos
Polissacarídeos e hifasPolissacarídeos e hifas
de fungos comode fungos como
agentes agregantesagentes agregantes
de partículas do solode partículas do solo
(Robert & Chenu,(Robert & Chenu,
1992)1992)
11 22
Derxia gumosa – isolada de raízes de Oryza perenne em solo de
várzea da região Amazônica.
1- Células em microscópio com contraste de fase, notar goma em
volta das células.
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Cortesia F.M.S. Moreira
RIZOSFERA
Hiltner (1904) – zona de influência das raízes- 0,01 a 3 mm daHiltner (1904) – zona de influência das raízes- 0,01 a 3 mm da
superfíciesuperfície
Rizosfera: O Paraíso dos Microrganismos do Solo
(Antagonistas e Patógenos)
RizosferaRizosfera
A Grande Maioria é
Benéfica
O Efeito RizosféricoO Efeito Rizosférico
Compostos Excretados pelas Plantas na Rizosfera
(Rizodeposição)
Modificado de Alexander, 1977; Curl & Truelove, 1986
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Actinobactérias
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Fungos
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(% total)
Fungos
Patógenos
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Processos Biológicos do Solo: Suas Inter-relações e
Funções no Ecossistema
Siqueira & Trannin, 2003

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  • 1. Microbiologia do Solo: Formação do Solo, Microrganismos, Funções CCB / MIP Disciplina: Ecologia Microbiana
  • 3. Formação do Solo - Solo = f (material de origem, clima, organismos, relevo e tempo) Material de origem (rochas) PROCESSOS TEMPO (controlado pelo relevo) CLIMA E ORGANISMOS
  • 4. Definição: Em agricultura e geologia, solo é a camada que recobre as rochas, sendo constituído de proporções e tipos variáveis de minerais de húmus
  • 6. • Minerais: – Sílica (SiO2), Fe, Al, Ca,Mg, K – P, S, Mn, Na... • Matéria orgânica: origem vegetal, animal e microbiana – insolúvel (húmus): melhora a estrutura, libera nutrientes • efeito tampão, retenção de água – solúvel: produtos da degradação de polímeros complexos: • Açúcares, fenóis, aminoácidos Constituintes do Solo
  • 7. • Água – livre: poros do solo – adsorvida: ligada aos colóides (argilas) • Gases: CO2, O2, N2 ... – composição variável em função dos processos biológicos Constituintes do Solo
  • 8.
  • 9. • Sistemas biológicos: – plantas – animais – Microrganismos: grande diversidade e abundância Constituintes do Solo
  • 10. O Ambiente Solo (Fonte: Microbiologia de Brock, Madigan et al.)
  • 11. O Solo comoO Solo como HabitatHabitat Moreira & Siqueira, 2006
  • 17. Interações tróficas no solo Raízes Restos Exsudatos Plantas Nematóides Fungos Bactérias NematóidesColêmbolas Ácaros Protozoários Oligoquetas Colêmbolas predadoras Nematóides predadores Insetos predadores Ácaros predadores Mamíferos e pássaros Siqueira & Moreira (2002) Trannin & Siqueira (2003)
  • 18. A BIOTA DO SOLOA BIOTA DO SOLO PARTÍCULAS SOZINHAS NÃO FAZEM UM BOM SOLO... Em cada kg de solo fértil tem-se em torno de: • 500 bilhões de bactérias • 10 bilhões de actinobacterias • 1 bilhão de fungos • 0,5 bilhão de invertebrados microrcópicos • 1000 km de hifas e vários de raízes • Numerosos vertebrados macroscópicos • Não são estáticos e sim muito dinâmicos • São bons aliados e uma grande riqueza natural • São ignorados devido ao caráter microscópico • São mais conhecidos pelos efeitos deletérios Os microrganismos garantem a qualidade do solo ALTA DIVERSIDADE
  • 19.
  • 20. Organismos/g de solo x103 Profundidade (cm) Bactérias aeróbicas Bactérias anaeróbicas Actinomicetos Fungos Algas* 3 - 8 7800 1950 2080 119 25 20 - 25 1800 379 245 50 5 35 - 45 472 98 49 14 0,5 65 - 75 10 01 05 06 0,1 135 - 145 01 0,4 - 03 - *Inclui cianobactérias Distribuição de microrganismos em vários horizontes do perfil (Starc, 1942 apud Alexander, 1977) Classificação Ecológica dos Microrganismos do Solo - Autóctones (indígenas) = população de microrganismos pouco afetada pela adição de nutrientes ao solo, vivendo às custas dos resíduos em estágios avançados de decomposição - Zimógenes (fermentativos) = população de microrganismos estimulada pela adição de resíduos ao solo, principalmente os resíduos facilmente decomponíveis
  • 21. • Bactérias: – grupo mais numeroso e mais diversificado 3 x 106 a 5 x 108 por g de solo seco • limitações impostas pelas discrepâncias entre técnicas • heterotróficos são mais facilmente detectados Gêneros mais freqüentes: • Bacillus, Clostridium, Arthrobacter, Pseudomonas, Nocardia, Streptomyces, Micromonospora, Rizóbios • Cianobactérias: pioneiras, fixação de N2 A microbiota do solo Streptomyces
  • 22. “Mais de 4 000 espécies bacterianas diferentes em 100 g de solo” Torsvik et al. 1994 (Técnicas de reassociação de DNA extraído do solo). Menos de 1% das espécies microbianas conhecidas (não cultiváveis –não crescem em meio de cultura, e.g. fungos micorrízicos arbusculares) Solo Heterogêneo, dinâmico e complexo - Grande parte dos recursos genéticos desconhecida Função destes microorganismos???
  • 23. • Fungos: – 5 x 103 - 9 x 105 por g de solo seco – limitados à superfície do solo – favorecidos em solos ácidos – ativos decompositores de tecidos vegetais – melhoram a estrutura física do solo Gêneros mais freqüentes: • Penicillium, Mucor, Rhizopus, Fusarium, Aspergillus, Trichoderma A microbiota do solo
  • 24. • Algas – 103 - 5 x 105 por g de solo seco – abundantes na superfície – acumulação de matéria orgânica: solos nus, erodidos • Protozoários e vírus - equilíbrio das populações - predadores de bactérias - parasitas de bactérias, fungos, plantas, ... A microbiota do solo
  • 25. Processos Biológicos do Solo: Suas Inter-relações e Funções no Ecossistema Siqueira & Trannin, 2003
  • 26. -(Constanza et al. Nature,1997:Valor dos serviços dos ecossistemas terrestres e capital natural: U$34 trilhões, Ciclagem de nutrientes global anual U$17 trilhões (Inclui a FBN) - Decomposição da matéria orgânica e produção de húmus - Controle biológico de patógenos - Alteração das características físicas do solo (e.g. agregação) - Produção de metabólitos diversos: antibióticos, ácidos orgânicos, hormônios, alelopáticos - Decomposição de xenobióticos - Nutrição vegetal. Fixação biológica de N2 Soja no Brasil: Economia de US$ 3.0 bilhões anual Funções dos Microrganismos
  • 27. REDUNDÂNCIA FUNCIONAL: Várias espécies de microrganismos realizam o mesmo processo, i.e., têm a mesma função. – Garante RESILIÊNCIA (recuperação) dos processos no solo- Cada espécie microbiana realiza várias funções. E. g. Azospirillum brasilense , Bradyrhizobium japonicum – fixadores de N2 e desnitrificadores. Outros fixadores de N2 participam dos Ciclos do C, P, S, etc.
  • 28. Visão Esquemática do Solo como umaVisão Esquemática do Solo como uma Máquina DecompositoraMáquina Decompositora Disponibilização de Nutrientes - Mineralização - Imobilização - Oxi-redução S0 + H2O + 1,5O2 → H2SO4 → 2H+ + SO4 2- MnO2 + 4H+ → Mn2+ + 2H2O - Solubilização Ca5OH(PO4)3 + H+ → 5Ca2+ + H2O + 3PO4 3- AlPO4 + 2H+ → Al3+ + H2PO4 - FePO4 + 2H+ → Fe2+ + H2PO4 - - Fixação Biológica de Nitrogênio
  • 29. Contribuição dos Microrganismos para a Formação ou Estabilização de Agregados do Solo Modificado de Rillig & Mummey (2006) Miller & Jastrow (1992)
  • 30. Microrganismos e Agregação do solo. FungosFungos filamentososfilamentosos Polissacarídeos e hifasPolissacarídeos e hifas de fungos comode fungos como agentes agregantesagentes agregantes de partículas do solode partículas do solo (Robert & Chenu,(Robert & Chenu, 1992)1992)
  • 31. 11 22 Derxia gumosa – isolada de raízes de Oryza perenne em solo de várzea da região Amazônica. 1- Células em microscópio com contraste de fase, notar goma em volta das células. 2 – Aspecto da colônia em placas. Cortesia F.M.S. Moreira
  • 32. RIZOSFERA Hiltner (1904) – zona de influência das raízes- 0,01 a 3 mm daHiltner (1904) – zona de influência das raízes- 0,01 a 3 mm da superfíciesuperfície
  • 33. Rizosfera: O Paraíso dos Microrganismos do Solo (Antagonistas e Patógenos) RizosferaRizosfera A Grande Maioria é Benéfica O Efeito RizosféricoO Efeito Rizosférico
  • 34. Compostos Excretados pelas Plantas na Rizosfera (Rizodeposição) Modificado de Alexander, 1977; Curl & Truelove, 1986
  • 36. A Redução da Diversidade Facilita o Desequilíbrio Biológico nos Agrossistemas Microrganismos Antagonistas Fitopatógenos = Espécies fúngicas dos gêneros Penicillium, Aspergillus, Fusarium, Mucor, Rhizopus, Stachybotris, Alternaria, etc Efeito do tempo de monocultivo no favorecimento de fungos fitopatogênicos para as culturas do trigo e maçã (Vancura & Kunc, 1988, 1989) Fungos Patógenos (% total) Fungos Patógenos Actinobacterias
  • 37. Processos Biológicos do Solo: Suas Inter-relações e Funções no Ecossistema Siqueira & Trannin, 2003