Marx via o capitalismo como um sistema contraditório destinado à autodestruição, devido à luta de classes entre capitalistas e proletariado e às contradições entre as forças produtivas e as relações de produção. Sua teoria defendia que a história é movida pela luta de classes e que as ideologias e instituições são determinadas pela estrutura econômica da sociedade.
2.
“Se compreendermos bem que o centro do pensamento
de Marx é a afirmação do caráter contraditório do
regime capitalista, entenderemos imediatamente por
que é impossível separar o sociólogo do homem de
ação, já que demonstrar o caráter antagônico do regime
capitalista leva irresistivelmente a anunciar a
autodestruição do capitalismo...” (Aron, Etapas do
Pensamento Sociológico, p. 136)
Crítico do Capitalismo
3.
“A história humana se caracteriza pela luta de
grupos humanos que chamaremos classes
sociais, cuja definição...implica uma dupla
característica: por um lado, a de comportar o
antagonismo dos opressores e dos oprimidos e,
por outro lado, de tender a uma polarização em
dois blocos, e somente dois.” (Ibidem)
Luta de Classes
4.
Os capitalistas não podem deixar de revolucionar as
forças produtivas – tecnologia e métodos de
organização da produção –, mas, procuram manter
inalteradas as relações de produção – em especial, a
propriedade privada dos meios de produção;
O capitalismo produz cada vez mais, porém, a classe
produtora (o proletariado) se torna mais e mais
miserável.
Contradições inerentes ao capitalismo
5.
1) Em sua luta pela existência, os seres humanos
entram em relações necessárias, basicamente
econômicas, o que constitui a infraestrutura da
sociedade.
2) Como reflexo desta infraestrutura, surge a
superestrutura, composta pelos modos de pensar
(filosofias, ideologias) e as instituições jurídicas e
políticas.
3) O movimento (dialética) da história se dá pela
contradição entre forças produtivas e as relações de
produção.
Interpretação econômica da história
6.
4) A revolução social acontece quando a classe
revolucionária – associada às novas relações de
produção – substitui (eventualmente pela força) a classe
reacionária – associada às antigas relações de produção –
, ‘resolvendo’ assim a contradição existente e ‘liberando’
o desenvolvimento das forças produtivas.
5) As revoluções, portanto, são a “expressão de uma
necessidade histórica”. (Aron, op. cit., p. 142)
6) Não é a consciência que determina a realidade, mas a
realidade (relações econômico-sociais) que determina a
consciência.
7) Ao longo da história, existiram quatro modos de
produção: asiático, antigo, feudal e capitalista.
Interpretação econômica da história
7. 1) Para Marx, o capitalismo se caracteriza pela busca
do lucro.
2) No entanto, segundo ele, na troca simples –
mercadoria por mercadoria – ninguém obtém mais
do que cede.
3) Apenas na troca capitalista – dinheiro por
mercadoria e novamente por dinheiro, o lucro
aparece.
4) A questão principal para entender o capitalismo
então é; Qual a origem do lucro?
5) A resposta de Marx é a chamada mais-valia;
O Capital (Livro I)
8.
1) Valor de uso = valor intrínseco aos bens, ou seja, a
utilidade que eles têm para as pessoas.
2) Valor de troca = trabalho socialmente necessário (=
mercadorias necessárias à sobrevivência do
trabalhador e família).
3) Valor de troca do trabalho = valor das mercadorias
indispensáveis à reprodução do trabalhador e sua
família.
4) Mais-valia = valor da jornada – valor do trabalho
necessário (≈ salário)
Teoria da mais-valia
9. Cinco anos antes da publicação do primeiro volume
de O Capital, W. S. Jevons (1835-1882) publicou o
livro que inaugurou a chamada revolução
marginalista em economia, A General Mathematical
Theory of Political Economy. Dois outros autores são
também considerados ‘pais’ da teoria que se tornaria
o mainstream econômico, Karl Menger (1840-1921) e
Léon Walras (1834-1910).
O marginalismo se caracteriza, entre outros aspectos,
por tornar a teoria dos preços (em lugar da do valor)
a base da ciência econômica.
O Capital e o Marginalismo
10.
“A incontestável herança filosófica de Marx é a
convicção de que o devenir histórico tem uma
significação filosófica. Um novo regime
econômica e social não é apenas uma peripécia
que será oferecida posteriormente à curiosidade
desprendida dos historiadores profissionais,
mas uma etapa do devenir da humanidade.”
(Aron, op. cit., p. 159)
Filosofia da História de
Marx
11.
“Interpretada sociologicamente, a alienação é
uma crítica ao mesmo tempo histórica, moral e
sociológica da ordem social da época. No
regime capitalista, os homens são alienados,
eles mesmos se perdem na coletividade, e a raiz
de todas as alienações é a alienação econômica.”
(Aron, op. cit., p. 161)
O conceito de alienação
12.
“Na produção social da própria vida, os homens contraem relações
determinadas, necessárias e independentes de sua vontade, relações de
produção estas que correspondem a uma etapa determinada de
desenvolvimento das suas forças produtivas materiais. A totalidade destas
relações de produção forma a estrutura econômica da sociedade, a base
real sobre a qual se levanta uma superestrutura jurídica e política, e à
qual correspondem formas sociais determinadas de consciência. O modo
de produção da vida material condiciona o processo em geral de vida
social, político e espiritual. Não é a consciência dos homens que determina
o seu ser, mas, ao contrário, é o seu ser social que determina a sua
consciência.” (Marx, Prefácio à Para a Crítica da Economia Política, Os
Pensadores, pp. 129-130)
O direito como
superestrutura