1) O documento descreve sete ferramentas estatísticas básicas para análise e melhoria de processos: fluxogramas, folhas de verificação, diagramas de Ishikawa, histogramas, diagramas de dispersão, gráficos de Pareto e cartas de controle.
2) Estas ferramentas ajudam a identificar problemas, suas causas e efeitos, medir variáveis de processo e monitorar tendências para direcionar ações corretivas.
3) Gráficos como histogramas, diagramas de dispersão e cartas de controle
1. 7 Ferramentas básicas ou clássicas Fluxogramas Folhas de verificação Diagrama de causa-efeito/espinha de peixe/Ishikawa Histogramas Diagrama de dispersão Gráfico de Pareto Cartas de controlo Fluxogramas: permitem a descrição de funções e de comportamentos, representando passo-a-passo a progressão utilizando linhas de ligação e um conjunto de símbolos. Os fluxogramas também ajudam a simplificar e sintetizar os processos/métodos realizados durante a execução do um trabalho. Descreve uma actividade. Estes diagramas são constituídos por passos sequenciais de acção e decisão, cada um dos quais representado por simbologia própria que ajuda a compreender a sua natureza: início, acção, decisão, etc. ElipseIndica o início ou o fim do processoRectânguloIdentifica uma actividade ou tarefaLosangoIndica as actividades ou tarefas com tomada de decisãoSegmento de rectaIndica a direcção do fluxoSetaIndica o sentido do fluxo Gráfico de Pareto: Foi no século passado, ao analisar a sociedade, que o economista italiano Alfredo Pareto concluiu que grande parte da riqueza se encontrava nas mãos de um número reduzido de pessoas. A partir desta observação, e por tal conclusão poder ser generalizada a muitas áreas da vida quotidiana, foi estabelecido o designado método de análise de Pareto, também chamado método ABC ou dos 20-80%. De uma forma sucinta, este método diz-nos que a grande maioria dos efeitos é devida a um número reduzido de causas. A grande aplicabilidade deste princípio à resolução dos problemas da qualidade reside precisamente no facto de ajudar a identificar o reduzido número de causas que estão muitas vezes por trás de uma grande parte dos problemas e variações que ocorrem. Uma vez identificadas dever-se-á proceder à sua análise, estudo e implementação de processos que conduzam à sua redução ou eliminação. - Definir o problema a analisar- Determinar os tipos de dados- Definir o período de tempo para análise- Efectuar a recolha de dados durante o período determinado- Organizar e quantificar os dados- Construir o gráfico- Desenhar a linha de acumulação Exemplo de Diagrama de Pareto Diagrama de causa efeito: Também conhecida como Diagrama de Ishikawa, esta técnica permite identificar, discutir e analisar as causas de um problema, evidenciando ainda as relações entre as diferentes causas. Para realizar este tipo de diagrama utiliza-se a seguinte metodologia: - Identificar o problema para pesquisar as causas.- Estabelecer os conjuntos e causas, pela regra dos 5Ms: mão-de-obra, máquinas, métodos, materiais, meio envolvente - Mapear as principais fontes de causas, com base nos conjuntos anteriores -Analisar cada um dos factores que possam estar a contribuir para o aparecimento doproblema em análise e estabelecer um grau de probabilidade para cada um deles- Analisar cada um dos factores suspeitos, por ordem de probabilidade- Identificar qual o factor ou factores que contribuem significativamente para o problema. A sua execução faz-se no sentido de melhorar a qualidade e produtividade de um processo, podendo-se utilizar a técnica de Brainstorming na fase de análise dos factores potenciadores do problema. Histogramas: Consiste num gráfico de barras, representando a distribuição da frequência de um conjunto de dados (cada barra tem uma área proporcional à frequência correspondente). Este tipo de representação facilita a análise e as conclusões sobre os dados. Etapas para a construção de histogramas: - Recolha e registo de dados- Determinação da amplitude dos dados (diferença entre o maior e o menor valor)Estabelecimento do número de classes- Determinação do intervalo de cada classe (divisão da amplitude pelo número de classes) Construção de uma tabela de distribuição de frequências Construção do gráfico Cartas de controlo: Um dos métodos mais utilizados para ficar a conhecer, a forma como as causas comuns provocam variações nos processos e também de identificar a existência de causas especiais, consiste na utilização de cartas de controlo e foi desenvolvido nos anos 20 pelo Dr. Walter Shewhart dos laboratórios Bell. As cartas de controlo consistem em métodos gráficos em que se marcam pontos representativos de várias fases consecutivas de um processo, permitindo assim seguir a sua evolução. O controlo estatístico do processo baseia-se na utilização das cartas de controlo e é o modo de, seguindo essa evolução, conseguir interpretar as variações que ocorrem de forma a se poder decidir se devem ou não ser feitas alterações. Esta ferramenta assume diferentes tipos e envolve diversos conceitos e operações. De uma forma geral, podemos dizer que a sua construção respeita a seguinte ordem de procedimentos: Escolha da característica ou parâmetro de controlo Escolha do tipo de carta Decisão acerca da linha central Escolha do subgrupo racional Estabelecimento do sistema de recolha de dados Cálculo dos limites de controlo Cartas de Controlo: Controle por variáveis - Controle por atributos Análise das Cartas de Controlo Segundo as regras da Norma ISO 8258 (1991), um processo encontra-se fora de controlo estatístico quando se verifica uma das situações seguintes: Regra 1 – Um qualquer ponto fora dos limites de controlo (limites). Regra 2 – Nove pontos consecutivos de um mesmo lado da linha central. Regra 3 – Seis pontos consecutivos em sentido ascendente ou descendente. Regra 4 – Catorze pontos crescendo e decrescendo alternadamente. Regra 5 – Dois de três pontos consecutivos na zona A, do mesmo lado da linha central. Regra 6 – Quatro de cinco pontos consecutivos na zona B ou A, do mesmo lado da linha central. Regra 7 – Quinze pontos consecutivos na zona C. Regra 8 - Oito pontos de ambos os lados da linha central, sem nenhum na zonaC Diagrama de dispersão ou correlação medida estatística que permite calcular o valor numérico correspondente ao grau de dependência entre duas variáveis, o qual varia entre -1 e 1: Os diagramas de dispersão são normalmente utilizados com o objectivo de verificar se duas variáveis estão relacionadas e, caso positivo, qual o tipo de relação entre elas. No caso de existir relação é normalmente do tipo causa-efeito não sendo possível, através dos diagramas de dispersão, identificar qual das variáveis é a causa e qual o efeito. Para construção destes diagramas é necessário recolher os pares de dados (x;y) entre os quais se pretende verificar a relação, organiza-los numa tabela, encontrar os valores máximos e mínimos para x e y, marcar as escalas respectivas para que sejam mais ou menos iguais e marcar os pontos no gráfico. Folhas de verificação: As folhas de verificação são formulários/fichas onde estão definidos com precisão quais os dados necessários a recolher para que qualquer utilizador possa identificar correctamente quais os itens a medir/registar e em que altura e sequência tal deverá ser feito de forma a evitar a avaliação de parâmetros ou leituras que não interessam e apenas conduzem a perdas de tempo. As folhas de verificação não só facilitam a recolha de dados como também a sua organização. Com base nelas será mais fácil posteriormente encontrar dados que sejam necessários, assim como fazer estudos retrospectivos. Não existe uma folha de verificação standard uma vez que estas devem ser elaboradas em função do fim a que se destinam. EMPRESA UMA - Resultados dos ensaios às matérias-primas Nome do produto: ______________________________________________________________ Fornecedor: __________________________________________________________________ Endereço: ___________________________________________________________________ ________________________________________ Telefone: ___________________________ Data de recepção: _____ / _____ / _____ Resultados dos ensaios laboratoriais: Características: Observações: O responsável do DQ: Data: ____ / ____ / ____Resultados dos ensaios industriais: Características: Observações: O responsável do DP: Data: ____ / ____ / ____Apreciação global: Assinatura: Data: ____ / ____ / ____ Exemplo de Folha de verificação Plano de monitorização e medição Descreve o que é necessário para monitorizar e medir um processo estabelecido ou um produto. Um bom plano deve responder às seguintes questões: O que vai realizar? Como se vai realizar? Quem vai realizar? Quando vai realizar? Alem disso um plano deve conter os seguintes elementos: Critério de aceitação Qual o registo associado Acções correctivas/ correcções Acção correctiva actua para eliminar o problema (diagrama de Ishikawa) Correcção actua-se no momento, corrige-se só uma vez. Destino do produto não conforme.