O documento discute a importância da alfabetização e do letramento na educação infantil. Aborda como o gesto na criança é o início da escrita, e como brincadeiras e atividades que envolvem representação simbólica são essenciais para o desenvolvimento da escrita. Também ressalta a importância de se criar um ambiente estimulante para a alfabetização, no qual as crianças possam participar de situações reais de leitura e escrita.
2. •Na perspectiva histórico-cultural o gesto
assume o papel de signo visual em que a
futura escrita apresenta sua origem. A
aquisição da escrita está relacionada com o
processo de simbolismo na criança, em que a
relação entre o gesto com o faz de conta e o
desenho é concebido como elemento
essencial para compreender a complexidade
dos processos de representação.
3. •Apesar de a linguagem escrita representar
papel importante no desenvolvimento
cultural da criança, a sua funcionalidade e
simbolismo, em interface com os contextos
culturais, ocupam um lugar resumido nos
estudos educacionais.
4. •O ato de escrever não se reduz a um
controle mecânico, pois se relaciona à
atividade cultural da criança, possibilitando
modos de imaginar e (re)memorar.
5. •Vygotsky(2008) prenuncia que é preciso que
as crianças tenham acesso de fato à
linguagem escrita, e não somente à grafia das
letras. Mais do que isso, a escrita deve estar
relacionada a uma atividade importante para a
criança.
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7. • Atividade: Escrita dos nomes com pedrinhas
de gelo...
•Atividade: Balões e música (escrita dos
nomes).
8. A IMPORTÂNCIA DO AMBIENTE
ALFABETIZADOR:
“...Um ambiente é alfabetizador quando
promove um conjunto de situações de usos
reais de leitura e escrita das quais as
crianças têm a oportunidade de participar”
(RCNEIS,1998, p.154).
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10. SUGESTÕES PARA ORGANIZAÇÃO DESTE
AMBIENTE ALFABETIZADOR.
• Alfabeto num varal,perto dos estudantes e na altura deles;
• Espaço para exposição de textos usados na leitura
compartilhada... para que possam recuperá-los assim que
quiserem;
• Mural para exposição dos estudantes;
• Biblioteca de classe;
• Calendário com uma folha para cada mês que poderá ser
preso a um cabide;
11. • Banco de palavras;
• Listagem de nomes indicando ordem alfabética;
• Numerário;
• Tapete com livros e brinquedos de encaixe,
sucatas;
• Rótulos, lista de telefone, conta de água, cartões,
convites...
• Alfabeto móvel de diversas formas (grande,
pequeno, grosso, fino...)
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13. “Cada vez que ensinamos algo
a uma criança estamos
impedindo que ela descubra
por si mesmo, por outro lado
aquilo que permitimos que ela
descubra por si mesmo
permanecerá com ela.”
(Jean Piaget)
14. • O papel do professor no processo de ensino-
aprendizagem:
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17. O CORPO E OS PROCESSOS DE
LETRAMENTO:
• O corpo não é algo dado, a princípio. Ao
contrário, ele se constitui e é constituído
nas relações sociais. Desse modo, as
marcas da cultura, em determinado
tempo, se revelam no corpo.
18. • Bakhtin explica que todo signo é
ideológico, e com o corpo não é
diferente: nele se mostram os valores e
as crenças de uma sociedade, o que é
considerado bonito, aceitável, feio,
perfeito, imperfeito.
19. • Estudar e refletir sobre o corpo é fundamental para o
trabalho escolar e pedagógico. Na escola, é necessário
vivenciar o corpo em toda a sua dimensão. No que tange às
práticas de letramento, algumas dinâmicas pedagógicas
centram-se na prontidão do movimento. Ou seja, baseiam-
se na psicomotricidade para que o corpo seja preparado,
treinado para a futura escrita.
20. • Atividade: Recortar de revistas figuras de pessoas.
Depois, em roda, conversem sobre como os corpos se
apresentam, sobre o que eles dizem. Questione as
crianças acerca do que elas acham das figuras
escolhidas e perceba como o julgamento daquilo que é
belo, aceito, forte, perfeito, etc. já está dado
socialmente e é percebido, lido e interpretado pelos
pequenos.
• Atividade: Brincar de escrever com a sombra do próprio
corpo. (lençol e lanterna)
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22. • Antes mesmo de a criança pegar no lápis
para escrever ela realiza leituras e escritas
sobre o real. Nesse aspecto, o corpo se
revela como suporte central das
atividades criadoras na infância.
23. • O faz de conta não é fortuito. Ao contrário, os
papéis representados na brincadeira exigem
dos pequenos uma composição corporal,
palavras e recursos expressivos específicos.
Nesse sentido, não basta que a criança enuncie
o que representará. A enunciação, o corpo, os
recursos expressivos, se entrelaçam para a
composição da cena lúdica. O corpo brinca.
24. • Atividade: em duplas, um observa a figura
fazendo o relato através do gesto, enquanto o
outro de costas tenta reproduzir através do
desenho o que consegue interpretar do gesto.
Depois, do término do desenho e análise
troca-se de papéis e de figuras.
25. •Muitas vezes, narrativa e faz de conta se
interligam e se complementam na atividade
criadora infantil. Todo esse processo de
simbolização, característico da atividade
criadora da criança, será de extrema
importância para a compreensão do
processo de aquisição da escrita.
26. • É de extrema importância dar voz as crianças para
identificar como elas pensam o mundo de que
participam.
27. • Atividade: Filmar as crianças brincando.
Depois mostrar o vídeo às crianças e refletir
com elas sobre o tema do corpo na ação
lúdica. Você verá muitas escritas e leituras
sobre o real, tanto daquele que brinca quanto
daquele que observa a brincadeira.
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29. Que tempo é esse?
• Acolhida; (música, conversação...)
• Atividades de rotina;( chamada, calendário,
pauta...)
• Atividade cognitiva;(áreas do conhecimento).
• Atividade lúdica;(dentro e fora da sala de
aula)
• Intervalo; (lanche, higienização...)
• Retomada do dia;
• Hora de ir para casa;
30. PLANEJAMENTO:
“...meditar a respeito do significado de nossa ação intencional sobre a
realidade. Não pode ser uma ação qualquer, mas sim uma ação que
conduza a resultados satisfatórios para o ser humano, dentro de uma
perspectiva de totalidade, ou seja, levando em conta o máximo possível
das determinações reconhecíveis dessa ação. O que significa que temos
por obrigação buscar o máximo possível de compreensão das
determinações de nossa ação para que possamos propor fins e meios os
mais sadios para o ser humano, seja no que se refere aos efeitos
imediatos ou subsequentes, seja no que se refere aos efeitos individuais
ou coletivos. Afinal, somos, individual e coletivamente, resultado de
nossa ação.” (Cipriano Carlos Luckesi)
31. • O ato de planejar é a atividade
intencional pela qual se projetam fins e
se estabelecem meios para atingi-los.
Por isso, não é neutro, mas
ideologicamente comprometido.
(Cipriano Carlos Luckesi)
32. • É preciso refletir sobre as práticas
pedagógicas centradas apenas no aspecto
cognitivo, resumindo a expressão da criança
apenas à leitura e à escrita sistematizadas.
Existem outras formas de ler e escrever que
evidenciam o conhecimento e os modos de
sentir da criança.
33. • Atividade: Leitura da história: “O sanduíche
da Maricota” Desenvolvimento de algumas
atividades de
letramento de
acordo com a
história.
34. "[...] A minha contribuição foi encontrar uma
explicação segundo a qual, por trás da mão
que pega o lápis, dos olhos que olham, dos
ouvidos que escutam, há uma criança que
pensa".
Emília Ferreiro