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MEDITAÇÕES:
A MÚSICA A SERVIÇO DAS TREVAS E
A SERVIÇO DA LUZ
1
Neli Cavalcante
Assessoria jurídica
Especialista em Leis Cristãs
R. Aureliano Coutinho, 228 / 04
Embaré – Santos- Cep: 11.040- 240
Tel. 32314759- 91227361- 91780437
E-mail: nelicavalcante7@yahoo.com.br
“e te restituirei os teus juízes, como eram dantes, e os
teus conselheiros, como no princípio, então serás
chamada cidade de justiça, cidade fiel”.1
1
Isaías 1:26.
2
Dedicatória:
A Deus, pois justiça e juízo são a base do Seu trono.
3
1. Prefácio
Querida (o) amiga (o), sedenta (o) e faminta (o) de JUSTIÇA
Deixo aqui para sua reflexão, de maneira simples, alguns retalhos
escritos, algumas sementes, para que germinem e dêem frutos ao
seu coração, certamente inconformado com a injustiça, com a
hipocrisia e o desamor. Seja cada uma dessas sementes, água de
Deus para regar a sua alma.
Livres de cercas religiosas, encontramos Deus fora do status quo,
fora do padrão religioso estabelecido, que como revela o Apocalipse é
uma verdadeira prisão e uma astuta armadilha anti-Cristo.
Encontramos o Poderoso fora dos dogmas, dos rituais vazios, a
exemplo de Martinho Lutero e tantos outros que ousaram questionar
o que está pré-estabelecido, como ensinou Kant, como denunciou
Kierkegaard, e outros tantos filósofos, como também Sto Agostinho,
Aquino e outros, que explicaram a fé pela lógica, e aí descobrimos a
virtude, o que é santo e justo, e entendemos também o que falou
Sócrates: “Só sei que nada sei”. A exemplo de tantos mártires, nos
ocupamos em tornar os textos bíblicos populares, como é o propósito
de Deus em oposição à religião, esta que é umas das maiores
desgraças da humanidade (se não for a maior), e que divide os
homens que Jesus veio para unir. É impressionante como este nome,
que é acima de todo o nome que se nomeia, provoca tempestades e
escandaliza, pois veio testificar que as nossas obras são más.
Descobrimos enfim, de maneira maravilhosa, que este Jesus Bíblico,
que não pertence a nenhuma religião, mas ao que crê, este que
divide a humanidade em antes e depois, o Verbo que se fez carne, O
Homem que habitou entre nós, é também Deus (o único), de
eternidade à eternidade. Jesus não é religião, mas a única
oportunidade para o relacionamento do homem com Deus. A sua
ressurreição foi o fato mais extraordinário da humanidade e é
fartamente comprovado pela história.
Eis o nosso fundamento, a nossa Fonte Primeira: “Pois ninguém
pode pôr outro fundamento, além do que já está posto, o qual é
Jesus Cristo”.2
Há outro que tenha ressuscitado?
Observemos para tirar as nossas conclusões: A Bíblia tem 40 livros
que foram escritos por 66 autores. Todos estes viveram em épocas
totalmente diferentes, eram pessoas de personalidade, cultura, idade,
sexo, nações diferentes totalmente uma da outra, porém falaram
sobre as mesmas coisas; uma coisa testifica da outra, se encaixa na
2
I aos Cor 3:11.
4
outra com uma exatidão espantosa. Qual o livro que demora séculos
para ser escrito? Qual livro é o best-seller do mundo? Qual livro que
termina de ser escrito hoje, sem estar já ultrapassado? Qual o livro
que fala com todos, nos quatro cantos do mundo da mesma maneira,
que desperta o rico e o pobre, o sábio e o iletrado, sem fazer
acepções? Quais as leis que estão inseridas em todos os seguimentos
das sociedades, em todos os tempos? Se assim é, como poderia
alguém imaginar que estas são palavras de homem? “Pois os seus
atributos invisíveis, o seu eterno poder e divindade, são claramente
vistos desde a criação do mundo, sendo percebidos mediante as
coisas criadas, de modo que eles são inescusáveis;”.3
Escrevemos sob o comando de Deus, que certa feita me deu uma
caneta e um livro de ouro (visões espirituais), me instruindo para
escrever as coisas divinas que Ele me inspiraria. Recomendo que
antes de se expor à leitura, o leitor peça a Deus que lhe revele ao
espírito4
o que Ele quer dizer, já que os textos têm as Leis de Deus
como fundamento, pois a Bíblia não se interpreta, mas se recebe
revelação do Espírito Santo de Deus. E também não há segundo a
Bíblia5
interpretações sobre os textos, mas sim revelações, pois a
Palavra se renova a cada dia. Coloco aqui um trecho de um livro de
Ellen White6
para somar ao que acabamos de falar:
(p.8) A Bíblia aponta a Deus como seu autor; no entanto, foi escrita
por mãos humanas e, no variado estilo de seus diferentes livros,
apresenta as características dos diversos escritores. As verdades
reveladas são oferecidas por inspiração de Deus (“16 Toda
Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar,
para repreender, para corrigir, para instruir em justiça;7
”);
acham-se, contudo, expressas em palavras de homens. O Ser
Infinito, por meio de Seu Santo Espírito, derramou luz no
entendimento e coração de Seus servos. Deu sonhos e visões,
símbolos e figuras; e aqueles a quem a verdade foi assim revelada
3
Romanos 1:20.
4
Se o seu espírito ainda não está recriado, leia João I e vai entender que o que crê na obra da cruz de
Cristo, se torna filho depois da confissão dos lábios (Romanos 10:9,10) e o seu nome será escrito pelo
dedo de Deus no Livro da Vida (Apocalipse 21:27). Peça então perdão pelos pecados, para quebrar as
maldições sobre a sua vida, renuncie a todos os outros deuses (objetos de proteção ou de sorte, imagens,
ídolos, filosofias), passe a crer no único Deus e tenha então a partir daí a comunicação direta com o
Senhor dos Senhores através da recriação do seu espírito que foi morto no Jardim do Éden, onde se seu a
separação entre o homem e o seu Criador. Será então este, o seu novo nascimento como filho de Deus,
enfrentando a partir daí a pior guerra que alguém pode enfrentar que é contra o diabo (o príncipe deste
mundo). Também, a sua velha natureza que vai continuar morando dentro de você junto com a outra que
acabou de nascer, vai se opor a tudo o que vem de Deus, concordando também com o mundo e todos os
seus atrativos e tentações. Se perseverar e resistir até o fim, será salvo. Não podemos deixar de frisar que
Jesus passará a ser o seu advogado (Ele é invicto) e completará a sua força em cada batalha (vai
completar, e não fazer o que compete a você fazer). Eu oro para que você aproveite esta extraordinária
oportunidade que Jesus lhe deu, não se rendendo a nenhum suborno. O preço para o seu resgate foi
caríssimo e indizível, assim como a promessa de Deus para sua vida.
5
II a Pedro 1:20,21.
6
Ellen G. White; Tradução: Hélio L. grellmann; Casa Publicadora Brasileira; Tatuí/SP; 7ª Ed.
7
II Timóteo 3:16
5
concretizaram os pensamentos em linguagem humana. Escritos em
diferentes épocas, por homens que diferiam amplamente em posição
e ocupação, tanto quanto em capacitação mental e espiritual, os
livros da Bíblia apresentam amplo contraste quanto ao estilo, assim
como diversidade no tocante à natureza dos assuntos desvendados.
Diferentes formas de expressão foram empregadas por distintos
escritores; muitas vezes a mesma verdade é apresentada de modo
mais marcante por um escritor do que por outro. À medida que várias
escritores apresentam o mesmo tema sob variados aspectos e
relações, poderá parecer, ao leitor superficial, descuidado ou
preconceituoso, que entre estes autores existem discrepâncias ou
contradições; ao mesmo tempo, porém, o estudioso pensante e
reverente. Com visão interior mais clara, discernirá aí a harmonia
subjacente.
A Bíblia é a fonte primeira, é a bússola, o endereço de Deus, onde
está impressa a PALAVRA DE DEUS, que é o Verbo que se fez carne e
habitou entre nós.8
Ele vai voltar para buscar os que creram: “Eu sou
o Alfa e o Ômega, diz o Senhor Deus, aquele que é, e que era, e que
há de vir, o Todo-Poderoso”.9
Seria bom que cada um colocasse em ordem os seus “documentos”
para estarem prontos para partir com Ele para eternidade a qualquer
momento. Para isso, basta crer que Ele (Jesus) é o único caminho
para se chegar a Deus, confessar isto com a boca,10
arrependido dos
seus pecados e consciente que não é suficiente, mas dependente
deste que o criou (não deixe de observar que estamos falando do
Cristo Bíblico e não o das Igrejas): “Porque muitos virão em meu
nome, dizendo: Eu sou o Cristo; a muitos enganarão”.11
2. Oração:
Esta é a oração que Paulo fazia e que agora faremos por você: “17
Para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos
dê em seu conhecimento o espírito de sabedoria e de revelação;
18
tendo iluminados os olhos do vosso entendimento, para que
saibais qual seja a esperança da sua vocação, e quais as riquezas da
glória da sua herança nos santos; 19
E qual a sobre excelente
grandeza do seu poder sobre nós, os que cremos, segundo a
operação da força do seu poder”. 12
E que a paz de Deus, que excede todo o entendimento possa reinar
em seu coração.
Com amor, Neli.
8
João 1.
9
Apocalipse 1:8.
10
Romanos 10:8/13.
11
Mateus 24:5.
12
Efésios 1:17/19.
6
3. A música a serviço das trevas e a serviço da luz
Este é um tema muito abrangente e há muitas pesquisas, muitas
especialidades, tantas que quase não preciso escrever mais nada. As
poucas parcerias que coloquei abaixo já nos trazem material
suficiente para que haja um despertamento para mais pesquisas. A
cada dia surgem mais informações, mais trabalhos impressos nesta
área, haja vista a grande influência da música nos dois sentidos:
tanto a serviço das trevas como a serviço da luz, e cada vez mais se
acentua este fato, diante da extrema guerra dos últimos dias da
terra.
A música faz parte da nossa história e nos é tão íntima que
dificilmente nos vem à mente como seria vivermos sem ela. Chega
quase a ser impossível imaginar viver em um mundo sem os sons dos
instrumentos e dos cânticos. Quem não tem uma música para marcar
fatos do passado e do presente? Associamos vários momentos das
nossas vidas a uma música, uma época, a um momento bom ou
ruim. Através da música identificamos um povo, uma cultura. São
tantos, os ritmos, os tipos de músicas, os gostos musicais que não
poderíamos abranger todas, tal a diversificação. É bem
impressionante o que nos causa a música, no nosso corpo físico,
espiritual e mental. Com ela acalmamos uma criança, a embalamos,
7
enviamos mensagens românticas ou irônicas a alguém, convocamos
soldados para a guerra, anunciamos o final da batalha, curamos
alguém, ORAMOS, ensinamos, informamos, nos expressamos,
mostramos arte, protestamos, fazemos política, expressamos o amor
pela pátria, anunciamos um casamento, um funeral, alegramos uma
festa, dançamos a valsa dos quinze anos, montamos um coral de
vozes, vivemos um momento a sós, fazemos uma serenata,
marcamos o ritmo dos exercícios nas aulas de ginástica, e, muito,
muito, muito mais que isso.
Porém, o que a música tem de mais valioso é o poder de nos fazer
chegar perto de Deus, de falar com Ele, de sentir a Sua majestosa
presença. A música para Deus atrai os anjos e afastam os demônios,
que não suportam tal adoração; o ambiente, por conta disso, vai
então sendo purificado e as maravilhas, as bênçãos vão então
acontecendo ao nosso redor por conta da Excelsa Presença, que se
alegra com a nossa expressão de amor, louvor e exaltação. Qual o
pai que não gosta de receber carinho e amor dos seus filhos?!
Adoração é a comida de Deus. Estávamos certa vez em uma
reunião, orando por uma situação muito difícil. Ficamos então
cantando para Deus durante muito tempo e em dado momento,
alguns do grupo começaram a ter visões divinas e uma delas foi vista
por mais de uma pessoa: muitos anjos estavam enfileirados, ou seja,
lado a lado, fazendo movimentos coreográficos enquanto cantávamos
(estávamos em uma academia de ginástica).
Outras vezes, em outras oportunidades que também cantávamos,
pessoas batiam na porta pensando haver ali um grande coral, e se
espantavam ao perceber que haviam apenas algumas poucas pessoas
(os anjos vieram cantar junto conosco); outras vezes, recebemos
muitas revelações e respostas que Deus nos veio trazer. Nos
ministérios de louvor (os que são de Deus e não os da religião), são
incontáveis os testemunhos de curas e libertações que acontecem no
8
meio dos presentes (devo registrar também que Deus cura muitas
vezes em igrejas apóstatas, onde existem pessoas que não entendem
nem de longe que ali não é o santuário de Deus, e que no momento
da sua maturidade ela sairá de lá)13
. É grandíssima a dor de constatar
a apostasia da igreja e o que acontece nesses “templos” do status
quo, no tocante a este assunto.
Colocamos aqui, pertinente que é, uma passagem em Samuel, em
que “Os filhos de Deus se fizeram execráveis (exatamente como
acontece hoje) e perderam a batalha diante dos filisteus”14
. Os
anciãos, perplexos, questionando o porquê da derrota (estes não têm
muito tempo para ler a Bíblia, pois dirigem uma indústria, um
comércio, ou se têm, estão presos a dogmas e a rituais vazios,
perderam a essência), estabeleceram então, ao invés de exortar o
povo ao arrependimento, que fosse trazido de Siló a arca da aliança
do Senhor (um símbolo da presença de Deus), para que fossem
libertos. Deus nos fala que “Aquele que se afasta de ouvir a lei, até a
sua oração é abominável”.15
Fala também: “10 Ouvi a palavra do
Senhor, governadores de Sodoma; dai ouvidos à lei do nosso Deus,
ó povo de Gomorra. 11 De que me serve a mim a multidão de vossos
sacrifícios? diz o Senhor. Estou farto dos holocaustos de carneiros,
e da gordura de animais cevados (das orações vazias, dos jejuns,
das campanhas, das correntes, dos rituais sem o conteúdo); e não
me agrado do sangue de novilhos, nem de cordeiros, nem de bodes
(antes de Jesus, o Cordeiro de Deus, fazer o eterno sacrifício, estes
eram feitos com sangue de animais inocentes, os únicos na época
que poderiam pagar o preço pela vida do homem que se corrompeu e
perdeu a filiação de Deus, tornando-se criatura, alma vivente. Deus
não recebe, não se agrada de nenhum ritual enquanto a pessoa não
se curva diante da Sua Lei, se arrepende, confessa então os seus
pecados, perdoa, e se converte dos seus maus caminhos. Sem
13
Vide o texto “Os Protestos de Hoje”, e vários outros onde tratamos deste assunto.
14
I Samuel 4.
15
Prov 28:9.
9
arrumar o altar antes,16
não se pratica nenhuma simbologia, pois
estas estarão vazias).
“12 Quando vindes para comparecerdes perante mim, quem
requereu de vós isto, que viésseis pisar os meus átrios? 13
Não continueis a trazer ofertas vãs; o incenso é para mim
abominação (oração sem estar diante da Lei). As luas novas,
os sábados, e a convocação de assembléias ... não posso
suportar a iniqüidade e o ajuntamento solene! (esses cultos
religiosos) 14 As vossas luas novas, e as vossas festas fixas, a
minha alma as aborrece; já me são pesadas; estou cansado de
as sofrer (Deus sofre muito com estes rituais hipócritas). 15
Quando estenderdes as vossas mãos, esconderei de vós os
meus olhos; e ainda que multipliqueis as vossas orações, não
as ouvirei; porque as vossas mãos estão cheias de sangue. 16
Lavai-vos, purificai-vos; tirai de diante dos meus olhos a
maldade dos vossos atos; cessai de fazer o mal; 17 aprendei a
fazer o bem; buscai a justiça, acabai com a opressão, fazei
justiça ao órfão, defendei a causa da viúva. (ora, vamos
praticar depois de ouvir, depois de pregar; sejamos então
melhor que os outros e não piores, e não aqueles que falam,
cobram e não fazem, ou seja, um joio, que aparentemente é
igual ao trigo, mas na essência é vazio, abominável, cheio de
bichos, como um sepulcro caiado; uma tremenda mentira, um
grande disfarce)17
18 Vinde, pois, e arrazoemos, diz o Senhor:
ainda que os vossos pecados são como a escarlata, eles se
tornarão brancos como a neve; ainda que são vermelhos como
o carmesim, tornar-se-ão como a lã. 19 Se quiserdes, e me
ouvirdes, comereis o bem desta terra; 20 mas se recusardes, e
fordes rebeldes, sereis devorados à espada; pois a boca do
Senhor o disse”.18
Ou seja, se a pessoa quiser sair da condenação, o caminho é este e
não praticar rituais. A Arca de Deus, como falamos, é um símbolo,
16
I a Reis 18:30.
17
Mateus 23:27.
18
Isaías 1.
10
que seria usado maravilhosamente, se o povo, como fez Adão, não
tivesse tapado os pecados com “uma ridícula folha de parreira”, ao
invés de limpar o altar. Quando a arca chegou o povo todo irrompeu
em gritos de júbilo e a terra estremeceu com os cânticos no
ajuntamento solene (quantas vezes escutamos “louvorzões” na
igreja, “festões”, vozes de júbilo) a ponto dos inimigos escutarem e
ficarem atemorizados, pois conheciam o poder do Deus daquele povo
(as pessoas conhecem o poder do Deus da Bíblia, porém, muitas
vezes já viram por traz destas festas, desta aparente alegria, o sub-
mundo, o covil de ladrões, como disse Jesus, e ficam então sem
entender mais nada). Estavam os filisteus muito amedrontados pois
aparentemente o povo de Israel estavam já com a vitória, por outro
lado, o povo de Israel também estava absolutamente confiante pois
já havia cumprido os rituais estabelecidos para conquistar a bênçãos,
já haviam pago as indulgências. Na batalha seguinte, os filisteus se
prepararam, e o povo de Deus foi confiante, certos da vitória ... (não
é assim que acontece com os que pagam as indulgências, praticam os
rituais, fazem as correntes?) ..., porém, grande foi a derrota (e
nesta hora, quem não culpa Deus?):
“A estultícia do próprio homem arruína a sua vida, contudo o
seu coração se ira contra o Senhor”19
.
...os filhos do sacerdote foram mortos e ainda foi tomada a
arca de Deus. Grande foi o pranto e o espanto. Os capítulos
seguintes, contam o final deste impasse, porém agora vamos nos
ater aqui. Se o povo de Deus se faz execrável, através da cruz de
Cristo será lavado do pecado e ficará livre, porém, o que a religião
ensina é que se cumprir o ritual (buscar a arca), a simbologia, não
precisará deixar de ser execrável. A aparência é o que interessa,
porém de Deus não se zomba; orações, jejuns, festas, cursos de
teologia, estar todos os dias na igreja, etc., sem limpar o altar, sem a
confissão e o arrependimento, é uma absoluta perda de tempo. É
19
Prov:19:4.
11
assim a religião: aparentemente uma maravilhosa espuma, porém,
sabemos que o que limpa mesmo é o sabão que não é tão encantador
como a espuma. Na verdade, se um sabão não espuma,
desconfiamos dele, pois a espuma é o convence os nossos corações
desesperadamente corruptos como fala Jeremias. A religião, parece,
mas está longe de ser a solução. Quando Deus nos adverte e nos
açoita não gostamos nada disso, ou não reconhecemos este Deus que
corrige o filho que ama. A religião nos ensinou a viver em uma falsa
paz, a puxar o lixo para debaixo do tapete, a “colocar uma pedra em
cima do assunto”, viver uma fé fingida, a dizer o que não é verdade.
Deus nos exorta a “tirar a pedra”,20
para que Ele possa ressuscitar o
que está morto e cheira mal, seja um pecado velho ou recente. A
religião é dirigida pelo pai da mentira que é o diabo, este que sabe
mentir como ninguém. Deus não suporta a religião, a prostituta do
Apocalipse, que segundo a Bíblia se senta no lugar mais alto da
cidade e faz comércio com tudo, até com alma de homens segundo o
Apocalipse. A prostituta é aquela que se vende, que seduz e que
destrói.
Como vemos, há uma prática cega e vã, nessas igrejas do status quo,
de se oferecer música para Deus de maneira hipócrita,
ritualisticamente, e isto é abominável; e também, pobre de arte, sem
a sensibilidade para a beleza da criação, desprezando,
desencaminhando, neutralizando muitos artistas que lá chegam para
buscar a Deus, que lhes deu o dom. Vejamos outra vez21
um pequeno
trecho do texto “Estou cansado!” de Ricardo Gondim:22
Canso com a falta de beleza artística dos evangélicos. Há poucos
compareci a um show de música evangélica só para sair arrasado. A
musicalidade era medíocre, a poesia sofrível e, pior, percebia-se o
interesse comercial por trás do evento. Quão diferente do dia em que
me sentei na Sala São Paulo para ouvir a música que Johann
Sebastian Bach (1685-1750) compôs sobre os últimos capítulos do
Evangelho de São João. Sob a batuta do maestro, subimos o Gólgota.
A sala se encheu de um encanto mágico já nos primeiros acordes;
20
João 11:39.
21
Coloco este texto em várias meditações.
22
Ricardo Gondin/ Igreja Betesda/ Sp.
12
fechei os olhos e me senti em um templo. O maestro era um
sacerdote e nós, a platéia, uma assembléia de adoradores. Não
consegui conter minhas lágrimas nos movimentos dos violinos, dos
oboés e das trompas. Aquela beleza não era deste mundo. Envoltos
em mistério, transcendíamos a mecânica da vida e nos
transportávamos para onde Deus habita. Minhas lágrimas naquele
momento também vinham com pesar pelo distanciamento estético da
atual cultura evangélica, contente com tão pouca beleza.
Vamos, outra vez, repetir as palavras de Rick Joyner:23
Como foi que a igreja se afastou da verdadeira adoração?
Basicamente foi por adorar a Igreja do Senhor em lugar de adorar o
Senhor da Igreja. A igreja é uma “criatura”, ela foi criada. E foi criada
com um glorioso propósito, o de ser a habitação do Senhor, mas
temos decaído por darmos mais atenção à casa do Senhor do que a
Ele. Esta é a raiz do espírito de sectarismo que tem dividido a igreja e
que tem pervertido a adoração. Adoramos o que domina o nosso
coração, e embora todos nós devamos ter a igreja no coração, isso
nunca poderia exceder a devoção dada ao Senhor, pois assim
decairíamos da verdadeira adoração para a idolatria.
Homossexualismo é ter relações com parceiro do próprio sexo.
“Homossexualismo espiritual” é também o desejo de ter relações
apenas com os da nossa própria espécie. O Senhor referiu-se a isso
como “homo-sectarismo”. Não se trata apenas de um jogo de
palavras – é uma condição extremamente séria da igreja. O
sectarismo é centrado em si mesmo, busca seus próprios interesses e
sua auto-preservação, e isso é o resultado de uma adoração a si
mesmo. Se o homossexualismo permanecer sem controle, ele se
tornará uma das maiores ameaças à liberdade religiosa no mundo. A
igreja estará quase sem defesa contra esse espírito até que se
arrependa de seu próprio sectarismo, que é o seu próprio
homossexualismo espiritual, retornando a adorar o Criador em vez de
adorar suas criações. O homossexualismo é o pecado que mais
reflete a queda do homem da verdadeira adoração. A remoção do
homossexualismo virá quando retornarmos à verdadeira adoração, o
que por si mesmo removerá o nosso sectarismo.
Observemos o que nos fala Bill Subritzky em seu livro “Demônios
derrotados”.24
Basta assistir a um festival de rock e adjacências para perceber que o
espírito de violência e de ódio chega a te nós por meio deste tipo de
música. Lembremos que o termo “rock and Roll” (“dance e
role”) tem sua origem no ato sexual, e que o ritmo deste tipo de
música atrai poderes demoníacos. Satanás gosta de música. Sabemos
que ele era o Querubim ungido criado por Deus, e que tocava adufe e
23
Livro: A Batalha final: Rick Joyner; Tradução: The Final Quest/;Danprrewan Editora e Comunicações
Evangélicas Ltda.;1ª ed;1999/RJ – The Harvest. Tradução: The Final Quest/ A Colheita: o mesmo
autor;2ª ed;RJ;2001;
24
“Demônios Derrotados”;Adhonep; 1991;RJ; p.118.
13
flauta.25
Dia após dia vemos a manifestação cada vez maior do anti-
Cristo. Neste tipo de música, são muitas as mensagens subliminares
induzindo ao suicídio, assassinato, estupro e afins. Ao aconselhar um
jovem em Nova Zelândia, que dissera haver problemas no seu
casamento, o Espírito Santo me esclareceu que ele andava ouvindo o
disco “Jonathan Livingstone Seagull”.
Ele confirmou, e então disse-lhe que precisaria renunciar a esta
música, pois provinha de demônios, e aqueles que a tinham escrito e
feito haviam confirmado por escrito que ouviram vozes de espíritos
ditando-lhes a música. Ao renegar o espírito o jovem levantou as
mãos em sentido horizontal e juntamente com o corpo abanou-as
como se fossem asas. Na mesma hora saiu da sua boca um som
como o de uma gaivota. Não preciso esclarecer que logo que o poder
demoníaco deixou sua casa seu casamento foi ajustado. Foi
necessário também que ele destruísse todos os discos. Temos que
lutar intensamente nos dias de hoje contra as tantas aberrações e
heresias neste sentido, sem esquecer que satanás era grandemente
envolvido com a música no templo de Deus, antes da sua queda. Um
dos grandes perigos da música é o espírito de orgulho que se apossa
de nós. Precisamos vigiar para que adoremos a Deus, e não ao
espírito da música. Há grande perigo de que o espírito de
adoração e perfeição da música em si envolva os conjuntos
corais. Ele poderá ser facilmente distinguido. O espírito de
orgulho parece se apresentar quando a música é adorada, em
lugar de Deus. Descobri com o passar dos anos que é possível que
um dos maiores impedimentos na busca do Espírito Santo esteja no
coral da igreja. Seus membros podem oferecer resistência ao poder
de Deus. Em muitos casos constatei este fato. Parece que ao procurar
perfeição no coro e na adoração pelo espírito da música, muito da
habilidade de conhecer a unção de Deus fica perdida.
Fala o autor das mensagens subliminares, da violência, da
sensualidade, que está no meio da música, e que as músicas e as
drogas caminham juntas, resultando em atividades demoníacas. Na
verdade, as mensagens nesta área nem precisam mais ser
subliminares, pois as imagens nas capas dos discos são claramente
25
Ezequiel 28:13/15.
14
vistas por todos como satânicas. Da mesma maneira, os satanistas
são cada vez mais abertos e livres para praticarem as suas
perversidades aos olhos de todos. As imagens diabólicas estão
estampadas nos brinquedos, nos desenhos infantis e aos poucos
todos vão se habituando a ver estes monstros como se fossem
normais. Os desenhos das crianças hoje, raramente são infantis, mas
permeados de desenhos malignos. São vários os personagens
“bonzinhos”, “valentes”, vestidos de demônios, e o resultado disso
tudo tem sido desastroso, pois a idéia é que se acredite que
demônios não são tão demônios assim. Sabemos que o mundo todo
jazz no maligno,26
portanto não é com surpresa que assistimos a tudo
isso, apesar do requinte chegar a níveis inimagináveis. Porém, o que
mais nos deixa perplexos é ver o povo que se diz cristão envolvido
nesta lama, e a grande maioria de tal maneira cega, que ao serem
alertados para o fato, chegam a agressões inesperadas, inarráveis,
violentas e loucas.
Mais uma vez recordamos de Rick Joyner em seu livro “O
Chamado”,27
em que ele narra uma visão espiritual que teve de uma
terrível prisão com fortíssimas muralhas, muitas torres, com os seus
respectivos guardas. Os presos estavam todos separados em grupos
por idade, sexo e cor; com exceção das crianças, todos tinham
cicatrizes e ferimentos profundos. Mesmo dentro do grupo
diferenciado, as pessoas ficavam sempre procurando algum detalhe
que distinguisse cada um, alguma diferença por pequena que fosse, e
assim o grupo atacaria unânime a esta pessoa. Ele então aproximou-
se de um senhor idoso para perguntar-lhe sobre a prisão, sobre
aquelas cercas de arame farpado, aqueles guardas, ao que este
respondeu alterado que não havia ali nenhuma prisão, nenhuma
cerca e nenhum guarda. Percebeu que se perguntasse mais alguma
coisa ele o atacaria, tal a sua indignação. Fez a mesma pergunta a
uma jovem e a reação foi a mesma. Então ele entendeu que eles
estavam cegos e não sabiam que estavam em uma prisão (“15 Ai de
26
I a João 5:19.
27
Danprewan; RJ;1999;págs 86 e SS.
15
vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque percorreis o mar e a
terra para fazer um prosélito; e, depois de o terdes feito, o tornais
duas vezes mais filho do inferno do que vós”.28
). Percebeu também
que havia muitas maneiras, se eles quisessem, para escapar daquele
sombrio e assombroso lugar, mas eles não o faziam porque não
sabiam que estavam cativos. Foi até um guarda e viu que este
estava vestido com um lindo terno e gravata, indicando que seria um
ministro ou sacerdote. Ele pensou que eu fosse outro guarda:
“Senhor”, perguntei-lhe, “porque esta gente está nesta prisão?” Esta
pergunta chocou-o, e vi que um temor e uma desconfiança tomou-o
inteiramente. “Prisão? Que prisão?”, respondeu ele, “do que você
está falando?” “Estou falando de toda esta gente que está no pátio
desta prisão”, disse, com uma estranha coragem. “O senhor,
obviamente é um guarda desta prisão, pois está num posto de
guarda, mas porque o senhor está vestido deste jeito?” “Eu não sou
guarda de prisão nenhuma! Eu sou um ministro do evangelho. Não
sou guarda de ninguém. Sou o líder espiritual. Este não é um posto
de guardas. É a casa de Deus! Filho, se você veio fazer gracinhas,
saiba que eu não estou rindo!” Ele agarrou a sua arma e parecia estar
pronto para atirar em mim. “Queira desculpar-me por perturbar-lhe”,
respondi, sentindo que sem dúvidas, ele usaria a sua arma.
Afastando-me dele esperei ouvir tiros a qualquer momento. Aquele
homem estava tão inseguro que eu sabia que ele atiraria antes de
pensar, ao sentir-se ameaçado. Posso também disser que ele era
sincero. Ele realmente não sabia que era um guarda.
Como vemos, é extraordinária a visão, a revelação que teve este
profeta da atualidade. Isto retrata fielmente o que acontece dentro
destes templos religiosos. Sei, porque já vivi na própria pele esta
situação, e sei o que é estar quase a levar tiros. Certa vez, a primeira
que fui expulsa de um desses templos, ao chegar em casa aturdida,
perplexa, Deus me fez abrir o Livro Sagrado em João para falar
comigo:
28
Mateus 23:15.
16
“1 Tenho-vos dito estas coisas para que não vos escandalizeis.
2 Expulsar-vos-ão das sinagogas; ainda mais, vem a hora em
que qualquer que vos matar julgará prestar um serviço a
Deus. 3 E isto vos farão, porque não conheceram ao Pai nem a
mim. 4 Mas tenho-vos dito estas coisas, a fim de que, quando
chegar aquela hora, vos lembreis de que eu vo-las tinha dito.
Não vo-las disse desde o princípio, porque estava convosco”.29
Ora, não conseguia parar de me espantar e de chorar, tal o impacto
dessas palavras e da unção da presença de Deus junto a mim. Eu
ainda estava dando os primeiros passos e muito pouco entendia, mas
sabia que Deus estava falando comigo. Liguei para algumas pessoas
para me certificar que na Bíblia delas estava escrito exatamente
aquilo, pois cheguei a pensar que eram palavras específicas para mim
e que foram colocadas por Deus ali naquele momento. Fala o Senhor:
“18 Surdos, ouvi; e vós, cegos, olhai, para que possais ver. 19
Quem é cego, senão o meu servo, ou surdo como o meu
mensageiro, que envio? e quem é cego como o meu dedicado,
e cego como o servo do Senhor? 20 Tu vês muitas coisas, mas
não as guardas; ainda que ele tenha os ouvidos abertos, nada
ouve”.30
Ou seja, muitos são amigos, mensageiros, servos, dedicados, trigos
de Deus, mas ainda não estão amadurecidos para serem arrancados
dali. Muitos como eu, foram criados fora de Jerusalém para que não
fossem contaminados pela Babilônia, esta que parece, mas não é a
igreja de Cristo, que é espiritual e não de pedra, como já colocamos
em tantos textos. Os “Ciros” são ungidos de Deus, e, embora Deus os
use muito eles não O conhecem ainda. São preservados com a mente
virgem para Deus os revelar sem a influência altamente maligna da
29
João 16:1/4.
30
Isaías 42:18/20.
17
religião que opera no status quo. No momento oportuno Deus lhes
despertará o espírito e aí então Ele endireitará o espírito dele.
Excluindo esta deplorável situação,31
enfatizamos antes de tudo que a
música, como veremos a seguir de várias maneiras, foi feita para
adorar a Deus. Vejamos o que a Bíblia fala sobre música, já que é o
início e o fim de todas as coisas. Veremos adiante também, como já
falamos, que satanás entende bastante do assunto, já que era líder
do louvor no céu enquanto foi Lúcifer, o Querubim da guarda ungido.
A sua queda foi vertiginosa, assim como a sua maldade. Se antes era
perfeito para fazer a música para adorar a Deus, já que esta foi
criada com este objetivo, como mencionamos, agora assim o faz para
atrair a adoração para ele mesmo. As pessoas, por desconhecerem o
assunto, e a astúcia do diabo, caem nas armadilhas das mensagens
subliminares contidas nas tantas músicas usadas para seduzir, para
perverter, para levar ao suicídio uma grande multidão. É estarrecedor
o que acontece neste sentido. Enquanto estamos colocando a
pesquisa abaixo, feita por estudiosos na questão, por pessoas
escolhidas por Deus para trabalhar nesta área, tanto no campo
teológico ou espiritual, como também no mundo secular, da mesma
maneira, psicólogos, terapeutas, pesquisadores, nos trazem
informações valiosas e imperdíveis, enquanto isso, já aconteceram
muito mais coisas que não deu tempo de registrar.
O poder da música é imensurável e é amplamente usada tanto do
lado das trevas como do lado da luz, cabe ao homem então, já que é
feito à semelhança de Deus, pesquisar, analisar, e reter o que serve
para edificar.32
Sabendo então o perigo que corre, ao ser informado
sobre a matéria, prontamente, deverá então tomar a atitude de não
correr riscos, fugindo de se expor ao que já sabe que é perverso e
fatal, e também ao que não conhece. Escutar uma música hoje em
dia, sem uma reflexão, sem uma pesquisa no trabalho das muitas
pessoas encarregadas da pesquisa deste assunto, é perigosíssimo. O
grande pensador Kant, nos alerta para que não compremos nada
31
Indicamos o texto Operário em Construção, incluído no texto “A justa operação de cada parte”.
32
I aos Tess 5:21.
18
“pronto”, sem antes refletir, mesmo que a opinião seja de um
especialista no assunto. Quantos especialistas erraram! A terra
sempre foi redonda, como fala a Bíblia, mas muitos cientistas que
não a tinham lido, afirmaram que esta era quadrada, e muitos
“baciadas”, por muito tempo, compraram esta idéia, até que um que
pensou, descobriu o grande engano e aí foi denunciar, pagando então
um alto preço por contestar o que já está estabelecido na tradição,
no costume.
“22 E ele o que está assentado sobre o círculo da terra, cujos
moradores são para ele como gafanhotos; é ele o que estende
os céus como cortina, e o desenrola como tenda para nela
habitar”. 33
Vamos então nos expor à leitura para ficar alerta e pedir sempre a
Deus o discernimento para filtrar o que nos vem trazer a luz neste
caso. Comecemos com uma parceria falando da origem da música, ou
seja, a música na Bíblia. Para o que já é músico, seja este texto uma
edificação e um aprofundamento, e para o que não é envolvido com
música (hoje realmente diminuiu consideravelmente o interesse) seja
um despertar.
3.a Música na Bíblia34
33
Isaías 40:22.
34
Liliane Doukhan; Professora de Música, Universidade Andrews.
19
A Bíblia não nos fornece um tratado ou um capítulo sobre música. De
maneira que, para conseguirmos ter um vislumbre do ponto de vista
bíblico sobre a música, precisamos recolher as informações ao longo
do percurso, conforme nos deparamos com os vários eventos e
acontecimentos na vida de Israel. A música na Bíblia sempre
acompanha um evento. Ela não é vista como uma ocupação a ser
perseguida por si mesma – a arte pela arte em si – simplesmente
para o deleite pessoal, mas ela é sempre funcional. Como a música
sempre é a expressão de uma cultura, descobrimos que o
desenvolvimento da música na Bíblia refletirá os vários estágios de
desenvolvimento do povo de Israel.
3.a.1 Música para o Homem
A música desempenhava uma parte importante na vida dos israelitas
e os acompanhava em muitas ocasiões. Já no princípio,35
descobrimos
que o pai dos instrumentos musicais era Jubal, filho de Lameque,36
sete gerações depois de Adão. Ele inventou a lira (kinnor), e a flauta
(ugav). Já o nome Jubal (yuval = chifre de carneiro) traz em si uma
referência ao mais destacado dos instrumentos em Israel, a saber, o
shofar (chifre de carneiro). Jubal tinha um irmão, Tubal-Cain, o qual
é conhecido por nós como aquele que fabricava ferramentas de
bronze e de ferro. Tem sido assumido, de forma geral, que ele
provavelmente deve ter tentado construir os primeiros instrumentos
de metal, tais como a trombeta. Conforme continuamos na leitura, o
35
Gênesis 4:21.
36
Ver Flávio Josefo, Antiquities 1.2.2.
20
livro de Gênesis,37
relata a história da fuga de Jacó de Labão, e nos
apresenta um instrumento adicional, o tamborim (tof). Ao mesmo
tempo, o primeiro conjunto para execução de música na sociedade
nos é apresentado: era costume enviar pessoas no caminho,
celebrando com a execução de música e com júbilos. Os instrumentos
encontrados até aqui (com exceção da trombeta) eram típicos de um
contexto nômade. Eles eram pequenos e portáteis, e fabricados com
materiais encontrados facilmente no contexto geográfico e econômico
do nomadismo: juncos, peles de animais, madeira, cascos de
tartaruga, etc. Eram tocados ou como instrumentos solo ou usados
para acompanhar o canto.
Durante o período patriarcal, os instrumentos musicais também eram
formas importantes de comunicação. Exclamações ou aclamações
eram usadas para celebrar, por exemplo, a descoberta de um poço,38
ou para marcar um pacto com uma tribo, ou um chefe, ou uma
causa.39
Mais tarde, na história de Israel, durante a sua peregrinação
pelo deserto, sinais dados pelas longas trombetas de prata
(hatsotserah), feitas com o precioso metal trazido do Egito40
e
construídas de acordo com as instruções de Deus,41
comunicavam as
várias atividades do acampamento, tais como reuniões, montagem do
acampamento, assembléias, guerra, bem como festas e
celebrações.42
Como uma lei perpétua, era permitido apenas os sacerdotes tocarem
as trombetas.43
De forma semelhante, o uso do chifre de carneiro
também era limitado a papéis específicos, tais como a sinalização da
guerra e dos eventos de culto. O shofar ocupa um lugar de destaque
entre os instrumentos de Israel. Cercado de simbolismo religioso e
espiritual, a história de seu uso é traçada pela tradição até o sacrifício
de Isaque. A primeira referência feita pelas Escrituras44
conecta o
shofar com o evento da promulgação da Lei sobre o Monte Sinai. Os
37
Capítulo 31:27.
38
Números 21:17,18.
39
Êxodo 17:15; Juízes 7:18.
40
Êxodo 12:35,36.
41
Números 10:2.
42
Números 10:3/10.
43
Números 10:8
44
Êxodo 19:19.
21
dois tipos de trombetas (o shofar e as hatsotserah) tornar-se-iam
para os profetas, assim como para a igreja do Novo Testamento,
como símbolos do Dia do Senhor45
e freqüentemente eram associadas
com a voz do próprio Senhor.46
Além dos sinais e aclamações, a Bíblia
também menciona cânticos de triunfo47
ou de vingança e
lamentação,48
para acompanhar e guerra e a vitória. O livro de
Números49
faz inclusive referência a uma coleções de cânticos épicos,
o “Livro das Guerras do Senhor”, que relata as vitórias do Senhor
sobre os inimigos de Israel. A recepção aos heróis era celebrada com
cânticos, tocando tamborins e danças. Repetidamente encontramos
cenas na Bíblia onde um grupo de mulheres ou moças celebra a
vitória ou os vitoriosos desta forma: Miriam e as mulheres israelitas
depois de cruzarem o Mar Vermelho50
; a filha de Jefté recebendo seu
pai depois de sua vitória sobre os filisteus,51
as jovens celebrando a
vitória de Davi sobre Golias, etc.52
A execução de música na Bíblia também está associada com cura e
inspiração. Davi tocou harpa diante de Saul para acalmar seu espírito
agitado53
e o profeta Elias pediu para que tocassem diante dele para
que recebesse inspiração.54
Durante o período do nevi’im (o décimo
século A.C.), vemos grupos de profetas vagueando pelo país tocando
instrumentos, cantando, dançando e profetizando.55
Como em todas
as culturas antigas, a música também desempenhava um papel
importante no trabalho diário. Muitas passagens mencionam como a
execução musical acompanhava o trabalho dos que faziam a
colheita.56
Música instrumental e cânticos também eram uma parte
45
Isaías 58:1; Jeremias 4:5; Ezequiel 33:3-4; Oséias 5:8; Joel 2:1; Amós 2:2; Zacarias
9:14. Veja também Apocalipse 8 e 9; I Crônicas 15:52.
46
I Tessalonicenses 4:16; Apocalipse 1:10.
47
Êxodo 15:21.
48
Gênesis 4:23,24.
49
Cap. 21:14.
50
Êxodo 15.
51
Juízes 11:34.
52
I a Samuel 18:6.
53
I a Samuel 16:23.
54
II Reis 3:15.
55
I a Samuel 10:5.
56
Isaías 16:10, etc.
22
integral das festividades freqüentemente denunciadas pelos
profetas.57
A música foi dada pelo próprio Deus para preencher
um propósito educacional. Em Deuteronômio,58
o Senhor deu a
Moisés a ordem para escrever um cântico e ensiná-lo aos filhos de
Israel, com o propósito explícito de fazer com que Israel se lembrasse
através daquele cântico aquilo que Deus havia feito por eles. Esta é
uma ilustração muito boa do uso do cântico para o propósito de
memorização e lembrança, uma prática ainda em uso hoje nas
escolas e sinagogas judaicas. Ela ilustra uma conscientização do
poder da música para intensificar e aprofundar uma
experiência no coração. Este evento também indica que, na mente
do autor bíblico, o próprio Deus é a origem da música e do uso
da música. Mas também delega a tarefa de transmitir este dom a
indivíduos que sejam capazes de fazer bom uso dele. Deus instrui a
Moisés para que escrevesse o cântico. E assim, até hoje, Moisés é
considerado como o patrono dos flautistas na tradição muçulmana,
uma indicação de quanto ele deve ser reconhecido por suas
habilidades musicais. Ocorre que a educação que ele havia recebido
na corte faraônica incluía a instrução em assuntos de culto, o que lhe
deu as habilidades necessárias em técnicas de composição e nos
vários gêneros musicais.
3.a.2 O Som da Música
Devemos nos perguntar como esta música deve ter soado e se temos
quaisquer pistas sobre como ela foi composta, executada e
transmitida. Existem, efetivamente, indicadores de que a escala
utilizada pelos antigos israelitas era a nossa escala diatônica
moderna, constituída de sete tons (o heptacorde), em vez da escala
pentatônica, dominante hoje no Oriente Médio. A evidência disto veio
à luz na forma de tabletes ugaríticos que contém tratados, os quais
explicam a forma como as harpas eram afinadas naqueles tempo.59
Isto é corroborado pela menção, em alguns dos sobrescritos dos
Salmos, de “tocar em oitavas” (al-hasseminit)).60
A forma como a
57
Isaías 5:12; Amós 5:23; 6:5.
58
Cap. 31:19/22.
59
Ver Anne Draffkorn Kilmer “The Cult Song with Music from Ancient Ugarit: Another
Interpretation,” Reallexikon der Assyriologie 68 (1974): 69-82.
60
Salmos 6:1; ver I Crônicas 15:21.
23
música soava provavelmente não teria sido estranha aos nossos
ouvidos. O processo de composição em tempos bíblicos era
semelhante ao que encontramos ainda hoje no Oriente Médio ou nas
regiões orientais, ou seja, baseado nos princípios de cantonização e
improvisação. Essas técnicas consistem em um repertório
estabelecido de fórmulas melódicas curtas como os maqquam árabes
ou as ragas indianas, as quais são, então, combinadas, através da
improvisação e de acordo com regras artísticas estritas e complexas,
formando uma composição musical. Encontramos um indicador deste
procedimento em vários cânticos nas escrituras que aparentam
claramente estarem juntos, como se fossem um mosaico, a partir de
várias passagens, como por exemplo nas orações de dedicação
enquanto a arca era colocada dentro da tenda em Jerusalém.61
Esta
oração é composta dos Salmos 105 (versos 1-15), 96 (versos 2-13),
e 106 (versos 1, 47 e 48).
Esta forma de composição representa uma arte muito elevada, que
exige anos de aprendizado e treinamento. A música era então
transmitida aos cantores e instrumentistas por meio de uma técnica
chamada de quironomia, a qual consiste em usar sinais de mão para
indicar principalmente o contorno da melodia.62
Tal técnica era muito
proeminente em todo o Oriente Médio Antigo e também esteve em
uso no mundo Ocidental até a Idade Média, especialmente no
contexto do cantochão. Durante o décimo século de nossa era, mais
ou menos ao mesmo tempo em que a notação Ocidental estava
começando a aparecer, este método de transmissão oral foi
progressivamente substituída por sinais de acentuação acrescentados
sobre o texto hebraico pelos Massoretas. Um pequeno número de
acentos, porém, pode ser traçado ao passado, até o tempo de Esdras.
Uma indicação escriturística desta técnica pode ser encontrada na
expressão al yad David,63
que significa literalmente “na mão de Davi”
e é geralmente traduzida como “sob a supervisão do rei”. O texto
bíblico nos apresenta vários gêneros de música e de produção
musical. Nos primeiros estágios da história de Israel, encontramos
muitas aclamações coletivas, onde grupos de pessoas expressavam
61
I a Crônicas 16:8/36.
62
Ver b. Talmud Ber. 62a.
63
I a Crônicas 25:6.
24
seu comprometimento exclamando expressões curtas, tais como
“Pelo Senhor e por Gideão”.64
Mais tarde na história de Israel,
conforme foi emergindo um legado escrito de literatura e cânticos, o
canto foi feito de diversas formas, ditado principalmente pela forma
poética dos textos.
O parelelismo literário proeminente nos Salmos sugere uma execução
antifonal, onde dois grupos de cantores respondem um ao outro de
maneira alternada. Esta era uma prática de execução característica
do Oriente Médio Antigo, uma vez que encontramos o mesmo gênero
mencionado no cântico ao redor do bezerro de ouro, seguindo o
costume egípcio.65
O canto responsivo também é atestado pelos
Salmos. Aqui um dirigente canta a parte principal do cântico, e
grupos de pessoas respondem com respostas curtas, tais como
Aleluia, Amém,66
ou como no Salmo 136, com um refrão completo:
“O seu amor dura para sempre”.67
O cântico era acompanhado, na
maior parte do tempo, pelo som de instrumentos, particularmente
harpas e liras, que são caracterizados pelo seu som velado e
intimista. Em ocasiões mais informais, tais como procissões, o
momento seria enriquecido pelo acréscimo de tamborins e danças. Os
exemplos de produção musical que encontramos até aqui
demonstram as diferentes maneiras do uso da música para o deleite
de homens e mulheres. Mas as Escrituras indicam que a música
deveria desempenhar um papel ainda mais importante na vida dos
Israelitas. Conforme olhamos o relato bíblico sobre a música,
notamos que os eventos musicais mais rebuscados e elaborados
eram realizados para a honra de Deus. O foco essencial da produção
musical centraliza-se em Deus: ela se torna música de adoração.
3.a.3 Música para Deus
64
Juízes 7:20.
65
Êxodo 32:18.
66
Salmos 146/ 150.
67
Veja também os Salmos 42:5, 11; 43:5; compare com 46:7, 11; 57:5, 11; 67:3, 5; 107:8,
15, 21, 31.
25
Conforme Israel transformou-se em uma nação sedentária, as
instituições começaram a se desenvolver, sendo que a mais
importante entre elas foi o estabelecimento de um santuário
permanente. Por volta da mesma época, um conjunto de material
poético e de música litúrgica estava sendo agrupado, uma atividade
que iria, eventualmente, resultar em uma consumada academia de
música. A criação deste conjunto de literatura litúrgica já havia se
iniciado antes da construção do templo, e existia parcialmente na
época em que a arca foi trazida para Jerusalém.68
Evidencias textuais
apontam para o fato de que estes cânticos eram produto das escolas
dos profetas. Em I Crônicas69
aprendemos que os três músicos
dirigentes, Asafe, Hemã e Jedutum (Etã) foram escolhidos por Davi
para o serviço de música. Quando os encontramos novamente, e seus
cânticos, por ocasião da dedicação do Templo de Salomão,70
suas
tarefas são apresentadas em termos de “ministério de profetizar
ao som de harpas, liras e címbalos”.71
Ao dizer isto, o texto faz
uma referência direta às escolas dos profetas, que foi iniciada por
Samuel. De fato, lemos em Samuel72
que era costumeiro para esses
estudantes ajuntar-se em “um grupo de profetas que virão descendo
do altar do monte tocando liras, tamborins, flautas (halil) e harpas; e
eles estarão profetizando.”
Assim, I Crônicas 25 cria uma ponte entre as atividades musicais e
litúrgicas que eram parte das escolas dos profetas, e o serviço
musical no templo. Parece, então, que os grandes músicos do templo,
Davi, Asafe, Hemã e Etã, tinham sido treinados na arte da poesia e
música durante seus estudos nas escolas dos profetas. E, com efeito,
são os seus nomes que encontramos nos títulos dos salmos como
sendo os principais autores dos Salmos. A música no templo não era
deixada a acontecer ao acaso. A solenidade do lugar e da ocasião é
refletida no cuidado e atenção que era dada à organização da música
no templo de Jerusalém. Várias passagens em I Crônicas realmente
descrevem um quadro impressionante desta organização. Quatro mil
68
I a Crônicas 15.
69
Cap. 15:17, 19 e 16:4-6, 41, 42.
70
II Crônicas 5:12,13.
71
I Crônicas 25:1.
72
I a Samuel 10:5.
26
pessoas faziam parte desta academia (23:5), 288 dos quais eram
profissionais (25:7) revezando-se no serviço do templo. Este texto
nos fala sobre “eles e seus parentes, todos capazes e preparados
para o ministério do louvor do Senhor”. Os músicos eram agrupados
em várias categorias, de acordo com as suas especialidades: Asafe foi
nomeado chefe dos músicos (16:5); Hemã era o responsável pelos
que tocavam trombetas (16:42); Quenanias era o supervisor dos
cantores” (15:22).
Todos os três líderes usavam os címbalos para assinalar várias
atividades ou mudanças de atividade, e estavam “sob a supervisão do
rei” Davi (25:6), o qual havia se distinguido como compositor, autor,
executante e construtor de instrumentos. De acordo com o Talmud, o
treinamento acontecia até que os músicos alcançavam a idade de 25
ou 30 anos; então eles eram ativos profissionalmente até a idade de
50 anos. Outras tarefas incluíam a construção e manutenção de
instrumentos. Salas específicas no templo acomodavam os
instrumentos e as vestimentas,73
e também serviam para alojar os
músicos levitas que “dia e noite se dedicavam à sua própria tarefa”
(9:33). Suas tarefas consistiam em “ministrarem regularmente”,
primeiro junto à arca, depois no altar, “de acordo com as prescrições
para cada dia” (16:37). O propósito principal dos músicos do templo,
então, era cantar Salmos para acompanhar os sacrifícios diários, e
produzir música para outros dias e festividades especiais.
Conforme meditamos sobre isso, a idéia de acompanhar o ato de
sacrifício com música pode nos parecer bastante incomum e sem
sentido. O sacrifício em si mesmo é um ato de violência e morte,
tornando-se uma experiência visual e emocionalmente difícil. E
mesmo assim, Deus não hesita em acrescentar um elemento de
beleza e emoção, que transforma a transcende a experiência
originalmente dolorosa. Conforme o sacrifício é executado e os levitas
cantam sobre o amor, a misericórdia e a fidelidade de Deus, a música
intensifica a experiência e leva a um aprofundamento da sua
compreensão nos corações dos israelitas. Uma situação semelhante
pode ser observada quando Deus decide ensinar a lei a Israel através
73
Ver b. Talmud Middoth, ch. 11, Mishnah 6.
27
de cânticos e música instrumental.74
Enquanto que para nós a lei nos
parece ser uma coisa seca e técnica, Deus, em Sua sabedoria e amor,
a envolveu na beleza dos cânticos e forneceu a Israel uma forma
eficiente para amá-la e recordá-la.75
É como se o caráter
“objetivo” dos sacrifícios e da lei precisassem ser combinados
com o caráter afetivo e subjetivo da experiência humana de
forma a criar um experiência holística. Os próprios Salmos são
uma boa ilustração desta combinação: embora falem de criação,
história, leis, profecia, juízo, etc., fazem isto em termos subjetivos de
poesia e emoções. Este elemento de beleza também estava presente
nos eventos ao ar livre. Quando a arca foi trazida para Jerusalém,
veio com uma grande procissão, que incluía cantores, seguidos de
instrumentistas tocando suas harpas e liras, trombeteiros, e
acompanhados pelo som de címbalos e de chifres de carneiro.76
Vestidos em linho fino, eles cantavam cânticos de júbilo ao som de
instrumentos musicais77
e eram acompanhados por brados e
aclamações do povo. Mais tarde, na dedicação do templo de Salomão,
a celebração incluiu novamente dezenas de músicos: “E todos os
levitas que eram músicos ... tocando címbalos, harpas e liras,
e os acompanhavam cento e vinte sacerdotes tocando
cornetas. Os que tocavam cornetas e os cantores, em
uníssono, louvaram e agradeceram ao Senhor”.78
Eles cantaram
o Salmo 136, “Ele é bom; o seu amor dura para sempre”. As
festividades deveriam durar por duas semanas inteiras. Uma
celebração semelhante, tão espetacular quanto as anteriores,
aconteceria novamente mais tarde, no retorno do exílio, para
“celebrarem alegremente” a dedicação do muro recém-construído de
Jerusalém.79
Dois grandes coros deveriam avançar por cima do muro,
em direções opostas. O primeiro coro foi liderado por Esdras, seguido
pelos líderes de Judá; então vieram os sacerdotes com trombetas e
74
Deuteronômio 31:19-32:47.
75
... de acordo com Salmos 19:7-10.
76
Eventos ao ar livre também incluíam o tamborim (I Crônicas 13:8), o qual nunca é
encontrado dentro do templo.
77
I Crônicas 15:16,28.
78
II Crônicas 5:12-13; 7:2-6.
79
Neemias 12:27.
28
os músicos instrumentais. O segundo coro era seguido por Neemias e
metade do povo. Quando os dois coros se encontraram na Porta da
Guarda, juntaram as suas vozes em ações de graças ao Senhor.80
O mero fato de como a música sacra foi organizada no antigo Israel
já nos mostra um quadro impressionante. Torna-se claro, a partir
dessas ilustrações, que a música desempenhava um papel
predominante nessas grandes celebrações nacionais e não era
considerada meramente um acessório à adoração. Mas quando
movemos a nossa atenção para a motivação dos executantes e a
filosofia que jazia por trás de sua produção musical, encontramo-nos
no cerne da música bíblica. O propósito destas esplêndidas
manifestações não era demonstrar um quadro mundano de riqueza e
poder. Ao contrário, elas nasciam do desejo de honrar e reconhecer a
grandeza e a supremacia de Deus. Conforme olhamos mais de perto
os motivos que acompanhavam a preparação e execução dos serviços
do templo, encontramos razões significativas para o propósito da
produção musical na Bíblia. A idéia mais importante e central é que a
música é uma atividade centralizada em Deus. Isto se torna claro não
apenas quando verificamos expressões específicas dos Salmos, as
quais são o núcleo da literatura litúrgica, mas também pelas próprias
práticas de execução no templo. Vez após vez os Salmos
acentuam o fato de que a música não é executada para o
deleite e entretenimento do músico ou da platéia, mas sim
como uma homenagem dirigida a Deus. A razão de ser do músico
na Bíblia é falar acerca de Deus e fazer música dirigida a Deus:
“Senhor, quero dar-te graças de todo o coração e falar de
todas as tuas maravilhas. Em ti quero alegrar-me e exultar, e
cantar louvores ao teu nome, ó Altíssimo”.81
A produção musical aqui é teocêntrica, doxológica, inteiramente
focalizada em Deus. O mesmo princípio pode ser verificado no livro
do Apocalipse, onde as criaturas fazem um círculo ao redor do trono
de Deus para adorá-Lo e cantar para Ele: “Então olhei e ouvi a voz
de muitos anjos, milhares de milhares e milhões de milhões.
80
Neemias 12:27/40.
81
Salmos 9:1-2; 27:6; 30:4; 81:1; 98:1; 105:1-3; etc.
29
Eles rodeavam o trono, bem como os seres viventes e os
anciãos, e cantavam em alta voz: ‘Digno é o Cordeiro....”.82
O foco em Deus como o Receptor da música era expresso pelos
músicos do templo até mesmo na forma como os músicos se
dispunham. A Bíblia e o Talmude nos dão uma descrição detalhada
somo como os músicos faziam enquanto ministravam junto ao altar.
Enquanto que hoje os músicos cantam olhando a congregação, em
um gesto como se estivessem tocando e cantando para eles, na
época do templo os músicos não ficavam voltados para a
congregação, estavam de frente uns para os outros, de ambos os
lados do altar: os levitas com as harpas e liras ficavam do lado
oriental do altar83
e os sacerdotes com as suas trombetas ficavam do
outro lado do altar. Enquanto os sacrifícios eram feitos, eles tocavam
a sua música em direção à oferta, dando assim glória e honra
exclusivamente a Deus.84
Mas o músico bíblico não está satisfeito
em apenas dirigir a sua música a Deus. Ele também quer ter
certeza de que a sua música agrada a Deus:
“Que as palavras da minha boca e a meditação do meu
coração sejam agradáveis a ti, Senhor, minha Rocha e meu
Resgatador!”.85
O que vemos acontecendo aqui não é uma preocupação para deleitar
ou entreter a platéia ou a si próprio, mas sim um esforço intencional
para produzir uma música que seja digna d’Aquele a quem ela é
dirigida. Esta preocupação pode ser verificada em vários atributos
que caracterizam a produção musical na Bíblia. A escolha dos músicos
do templo, os levitas, já indica a importância da função. Foi porque
os levitas se distinguiram pela sua fidelidade no episódio da adoração
82
Apocalipse 5:11-12; 7:9-10; etc.
83
II Crônicas 5:12.
84
Também havia, contudo, momentos em que os músicos ficavam de frente para a
congregação, por exemplo, por ocasião da festa dos tabernáculos, a qual era realizada no
templo, no pátio das mulheres e consistia em grande regozijo pelo povo em geral. Nesta
ocasião, os cantores levitas ficavam em pé no topo da grande escadaria que levava ao pátio
das mulheres e desciam, um degrau a cada vez que cantavam um dos 15 “cânticos dos
degraus” (Salmos 120-134); conf. Mishna Sukâ 5:4.
85
Salmos 19:14; ver também Salmos 104:33-34 e, no Novo Testamento, Romanos 12:1.
30
ao bezerro de ouro no monte Sinai, que eles foram separados para os
vários serviços no templo, incluindo a música.86
Fazer música para o Senhor exigia habilidade;87
os líderes dos
diferentes conjuntos musicais do templo eram escolhidos com base
em seu conhecimento da arte: “Quenanias, o chefe dos levitas,
ficou encarregado dos cânticos; essa era sua
responsabilidade, pois ele tinha competência para isso”.88
Quando voltamos ao tempo da construção do tabernáculo, notamos
que esta qualificação era um pré-requisito para qualquer artesão do
tabernáculo. Não apenas eles eram cheios do Espírito de Deus, mas
também eram cheios de “... destreza, habilidade e plena
capacidade artística”.89
É interessante notar que esta passagem,90
que fala sobre Bezalel e Aoliabe, os principais artesãos do
tabernáculo, usa a palavra habilidade (ou capacidade) cinco vezes,
como que para destacar quem quando tratamos com assuntos
relativos à casa de Deus, além do Espírito também há necessidade de
habilidade e conhecimento. De forma semelhante, os líderes dos
músicos no templo tinham a responsabilidade de ensinar a outros a
arte da música. Fazendo assim, demonstravam a sua preocupação
pela qualidade e pelas coisas bem feitas. Apenas o talento não era
suficiente; ele precisava ser desenvolvido, refinado e levado à
maturidade artística. O livro de Crônicas.91
fala sobre líderes que
estavam sob a “supervisão” (al yad) de Davi, “todos capazes e
preparados para o ministério do louvor do Senhor”. Música para
o Senhor, de forma a agradar ao Senhor, tinha que ser preparada e
executada de tal forma que fosse “digna” d’Ele.
Parece que a Bíblia não nos apresenta uma lista de músicas que
seriam “boas” ou “más”. Também podemos ver os mesmos
instrumentos (por exemplo, harpas e liras) sendo usados para
86
Êxodo 32:29.
87
Salmo 33:3.
88
I Crônicas 15:22.
89
Êxodo 35:31.
90
Êxodo 35:31-36:2.
91
I Crônicas 25:6,7.
31
propósitos sacros, bem como para ocasiões que foram reprovadas
pelos profetas.92
De fato, o texto trata, predominantemente, com
questões de direção e propósito da produção musical, associando-a
com o belo, e nos dando claras instruções sobre como usá-la. Uma
vez que este ponto esteja estabelecido - e nós compreendemos o
modelo bíblico de música como sendo executada para Deus e
agradável a Deus - a questão de “bom” ou “mau” torna-se
ultrapassada. O por que encarrega-se do o que e do como. O mesmo
acontecerá no nível de nossa busca com relação a estilos. Existe
alguma evidência de que haja um estilo em particular usado para a
música do templo, que não tenha sido tocado pelas culturas
adjacentes?
Havia somente um único estilo de música que era apresentada como
apropriada para o serviço do templo? Conforme observamos as
práticas musicais no templo e as comparamos com as práticas
contemporâneas nas culturas adjacentes, encontramos muitos
paralelos e padrões semelhantes. Notamos anteriormente a falta de
tamborins no templo judaico, mas, ao contrário, a predominância de
liras e harpas. Esses dois instrumentos, contudo, também estavam
presentes nos templos pagãos do mesmo período, enquanto que os
tamborins também estavam ausentes nestes locais de adoração
pagã. Isto parece indicar que haviam padrões geralmente aceitos
para a instrumentação litúrgica para toda uma região e/ou período de
tempo. Outro paralelo entre as práticas litúrgicas pode ser
encontrado no uso dos címbalos para sinalizar os eventos musicais,
tanto pelos músicos do templo judaico93
quanto pelos músicos dos
cultos cananitas. Este caso, de fato, ilustra um princípio chave na
Bíblia, o qual não devemos perder de vista. De forma a evitar o
perigo de sincretismo, os conceitos ou símbolos existentes
92
Destacamos que, nas ocasiões em que o uso destes instrumentos foi reprovado pelos
profetas, estes são sempre citados em combinação com tamborins e/ou flautas,
instrumentos que não eram utilizados no templo (ver Isaías 5:12; Isaías 24:8) ou
isoladamente, simbolizado a música em geral (Isaías 14:11; Ezequiel 26:13; Amós 5:23;
6:5). Também são citados em combinação com tamborins e flautas na música pagã da corte
babilônica (Daniel 3:5, 7, 10, 15).
93
Os címbalos eram considerados instrumentos cerimoniais de culto e apenas os levitas do
homens podiam usá-los (I Crônicas 16:5; 15:19, 28; 16:42; II Crônicas 5:12, 13; 29:25;
Esdras 3:10). Comparar com Joachim Braum, Music in Ancient Israel/Palestine:
Archaeological, Written, and Comparative Sources, tradução de Douglas W. Stott (Grand
Rapids: Eardmans, 2002), p. 20.
32
freqüentemente passavam por uma transformação e reinterpretação
de significado. Em nosso caso, é notável que o termo tseltselim,
utilizado para designar os címbalos nos textos mais antigos,94
estava
tradicionalmente associado com o culto pagão e orgiástico dos
cananitas. Em textos posteriores95
esses címbalos são designados por
uma palavra diferente, metsiltsyim,96
provavelmente para evitar
qualquer conotação com as práticas pagãs.97
O que aprendemos
disso, então, é a preocupação do autor bíblico em manter a situação
litúrgica livre de qualquer ambigüidade.
Embora notemos o uso de instrumentos e práticas musicais
semelhantes tanto na adoração pagã quanto na adoração israelita,
cuidados são tomados para alterar o significado e o simbolismo de
um dado instrumento ou prática quando o contexto se altera e
quando existe o perigo de sincretismo ou ambigüidade de significado.
Embora Israel utilize os padrões culturais das nações circundantes,
ele pode reinterpretar o significado de certos elementos destes
padrões, apoiado na preocupação com uma produção musical
apropriada. A música na Bíblia não é um fenômeno estático.
Observamos mudanças que ocorreram através do tempo. Por
exemplo, os instrumentos do primeiro templo são listados como
sendo liras, harpas címbalos e trombetas. Documentos descrevendo o
serviço do segundo templo, contudo, também mencionam a flauta e o
tamborim entre seus instrumentos.98
De maneira semelhante, quando
vamos ao Novo Testamento e observamos as práticas musicais da
igreja apostólica, notamos que além dos gêneros “antigos” de
música, os Salmos e Cânticos, um “novo” gênero é introduzido, a
94
II Samuel 6:5.
95
I Crônicas 13:8.
96
Vemos aqui indícios de que não se trata apenas de alteração da nomenclatura do
instrumento, mas sim de uma transformação do próprio instrumento, realizada pelos
construtores judaicos de instrumentos, ou pelo próprio Davi (I Crônicas 23:5; II Crônicas
7:6), especialmente para o uso no templo. Assim, o novo nome indicaria, na verdade, um
novo instrumento, com novas características, apropriadas para o serviço do templo.
97
Ver Braum, p. 107.
98
Embora reconhecendo a autoridade e seriedade da autora, ressaltamos a falta de apoio
escriturístico ou bibliográfico para esta afirmação. Por outro lado, destacamos os textos de II
Crônicas 29:25, para demonstrar que na reconsagração do templo pelo rei Ezequias os
instrumentos utilizados foram os mesmos empregados na inauguração por Salomão, e
Neemias 12:36, para comprovar que no segundo templo, inaugurado por Neemias, os
mesmos instrumentos continuaram sendo utilizados, sem qualquer acréscimo.
33
saber, o hino99
.100
O que observamos aqui é um fenômeno muito
normal que pode ser verificado vez após vez na história da música
sacra: uma nova experiência necessita de uma nova
expressão.101
Neste caso, a nova experiência veio através da pessoa
e do ministério de Cristo. De fato, em sua mensagem ao imperador
Trajano (cerca de 111 da Era Cristã), o historiador Plínio, o Jovem,
associa diretamente o cântico de hinos com Cristo: “Eles comumente
se encontram antes do nascer do sol em um dia especificado para
cantarem alternadamente cânticos a Cristo como a um Deus”.102
/103
O
“som da música sacra” na Bíblia vem definitivamente na conotação de
ser separado. Isto pode ser visto na escolha dos músicos, na forma
como a música era executada, ou na ausência de certos instrumentos
no serviço do templo. Todos estes fatos transmitem a idéia de que
havia um processo seletivo em operação. Esta idéia também transpira
através da maneira como os textos litúrgicos eram apresentados, ou
seja, através de cantilenas, em vez de serem simplesmente falados,
uma prática comum no mundo antigo. Uma linguagem “especial” era
necessária para transcender o comum.
A música na Bíblia certamente era percebida como sendo um dom de
Deus que deveria ser devolvido a Ele com temor, ou seja, executada
com temor e respeito, como uma oferenda agradável a Deus. Não se
tratava de arte pela arte em si mesma, mas arte para Deus.
Para o músico bíblico, o mais alto objetivo a ser alcançado por sua
arte consistia em cantar e tocar ao Senhor como uma oferta de si
99
Ressaltamos que, na verdade, o termo “hino” já era conhecido no Antigo Testamento
(Salmos 26:7; 40:3) e na época de Jesus, antes da formação da igreja apostólica (Mateus
26:30; Marcos 14:26). Outras passagens que falam do uso de hinos na igreja apostólica são
Atos 16:25 e Colossenses 3:16.
100
Efésios 5:19.
101
Ver, por exemplo, a renovação feita na música por Lutero, João Wesley, William Booth,
etc., cada um deles acompanhado por um novo repertório e novos estilos de música.
102
Letters, Book 10, No. 96, citado em David W. Music, Hymnology: A Collection of Source
Readings, Studies in Liturgical Musicology, no. 4 (Lanhan: Scarecrow, 1996), p.4.
103
O que nos parece ser novidade ao historiador e objeto de seu relato não são os cânticos
em si (já vimos que os judeus sempre usaram cânticos), mas sim o fato de esses cânticos
serem dirigidos a Cristo, ou seja, esses cristãos O consideravam como um deus. Isto seria
um detalhe importante (e potencialmente perigoso) em um império onde o imperador se
julgava um deus.
34
mesmo, aceitável a Ele. O Salmo 137, que relata a história de
músicos hebreus levados para o exílio, ilustra esta atitude de uma
forma muito vívida e ao mesmo tempo resume a visão bíblica da
música: “Junto aos rios da Babilônia nós nos sentamos e
choramos com saudade de Sião. ... Como poderíamos cantar
as canções do Senhor numa terra estrangeira? Que a minha
mão direita definhe, ó Jerusalém, se eu me esquecer de ti!
Que a língua se me grude ao céu da boca, se eu não me
lembrar de ti, e não considerar Jerusalém a minha maior
alegria!”.104
Como segundo texto parceiro, colocamos um pequeno resumo da
história da música, em um contexto popular, logo depois entraremos
no cerne da questão que é a guerra através da música. Estaremos
colocando uma pequena partícula do grande problema, com o
objetivo de despertar as pessoas para este assunto, deveras
vastíssimo.
3.b Historia da musica105
104
Salmo 137:1/6.
105
br.geocities.com/toca_da_musica/historia_da_musica.htm.
35
Arte de combinar os sons de modo que dêem à alma e ao espírito, o
sentido ideal da beleza, da grandeza, do gozo e da vida. Definida
como a rainha das artes, ela é dividida em melódicas, harmônicas,
polifônicas, sinfônicas, instrumental. Longínquas são suas origens;
presume-se que os homens primitivos, ao nascer do mundo, usassem
árvores cavadas e semicavadas que, batidas, emitiam diversos sons
que atraíam os animais que eles queriam caçar. Pode-se dar uma
ordem, começando pela Grécia, onde a teve caráter ritual, guerreiro e
de divertimento e onde o culto por ela alcançou os altos cimos da
mais pura êxtase espiritual. Instrumentos característicos foram a
harpa, a harpa eólia e a lira, que junto aos romanos era usada
prevalentemente em simpósios e reuniões. Toma forma sagrada na
Idade Média, onde os cantos gregorianos ou litúrgicos são
aperfeiçoados por São Gregório Magno. Floresceram sucessivamente
os madrigais, baladas, as caças a polifônica, e na segunda metade do
século XVI o melodrama, que teve origem na Itália por obra dos
músicos Caccini e Peri e do poeta Renuccini. Com o aperfeiçoamento
dos instrumentos, desenvolve-se e brilha a instrumental em 1700
(Bach, Mozart); trios, quartetos, orquestras, são os complexos
instrumentais construídos naquela época. Com a romântica nasce o
gênero musical de Beethoven, Mendelssohn, Chopin, Wagner,
enquanto que em 1800 a Itália explode com as imortais obras de
Verdi que moderniza os melodramas ligados às tradições e aos
convencionalismos setecentistas. O 1900 marca a época da folclórica,
do jazz, que graças a novos instrumentos e a novos músicos,
encontra na sociedade contemporânea, seus adeptos e seus
apaixonados cultores.
3.c A Antiguidade106
106
paginas.terra.com.br/servicos/preludio/historia.htm.
36
Na antigüidade, provavelmente o homem primitivo movimentou as
primeiras manifestações musicais, através de tentativas de
expressões sonoras, justificando pelos seus anseios aos fenômenos
naturais, da necessidade de defesa e do desejo de comunicação.
Dançando ou cantando, as tribos primitivas, assumiam um caráter
ritual, venerando o desconhecido. Agradecendo-lhe através dos
instrumentos de madeiras ou ossos em outros objetos, aos gritos,
dos gestos, dos cantos, a fertilidade da caça dos homens, a
abundância da caça; celebrando as vitórias na guerra, nas
descobertas: para avisar sobre perigos ou espantar os animais.
Dessa maneira, a música desempenhou seu papel na guerra, nas
festas e cerimônias como uma característica religiosa ou mágica.
Este estilo resistiu a séculos, pois a sua rítmica elementar
acompanhou o desenvolvimento humano e o avanço da civilização
que se reflete em todas as transformações que a humanidade viveu
até chegar a ser como é agora.
3.c.1 A Música Grega
A música grega era essencialmente cantada, e os instrumentos o seu
acompanhamento - tendo ainda a finalidade religiosa, como os
demais povos antigos, como um meio de integrar o espírito à
alcançar a perfeição. Na música grega, os instrumentos que
acompanhavam as vozes, tocavam partes mais agudas e as vozes
cantavam as partes mais graves ao contrário do que acontece hoje,
tal como, as escalas eram cantadas em movimentos descendentes,
do agudo para o grave. Em se tratando da música, Roma quase nada
acrescentou daquilo que havia sido desenvolvido na Grécia. A sua
contribuição destacou-se pela invenção de alguns instrumentos, como
a tíbia (uma espécie de gaita de joles), a tuba (precursora do
trombone) e um órgão primitivo.
3.c.2 A Idade Média
37
Na Idade Média, onde foi estabelecido o Cristianismo, os valores da
religião Cristã vão impregnar todos os aspectos da vida na época.
Movidos pôr esse novo modo de ser, principalmente através da
música, se exteriorizou a integração religiosa. Nesse período destaca-
se a Monadia Cristã - a música era somente vocal e os instrumentos
eram considerados sensuais - originando-se mais tarde, o cantochão.
Assim, a música acompanha o Cristianismo. Através de profundas
modificações políticas - o Ocidente organizava seus Estados Feudais
dividindo-os em vilas burguesas, castelos e conventos. A música
profana progride, em breve subdividindo-se em popular e
aristocrática. Com as inovações da música profana, ao longo dos
séculos, o canto gregoriano sofreu novas influências na maneira de
cantar, embora prevalecendo o seu caráter monódico. Contudo, a
música profana livrou-se da rigidez litúrgica reunindo várias melodias
no mesmo canto, seria uma escapada na direção da polifonia -
revolucionar o mundo musical e religioso. O mais importante
seguidor, criador da primeira missa polifônica foi o Guillaume de
Machaut ( 1300-1377 ).
3.c.3 Renascença
Nesse período a mentalidade européia logo se transforma, formando
novas concepções. Com as grandes conquistas política-econômica-
cutural cresce a valorização que o homem é o responsável pelas
conquistas e ampliações do mundo, ou seja, um período de transição-
teocêntrica e antropocêntrica. A polifonia católica passava das igrejas
para os salões da aristocracia. A escrita musical se desenvolve e a
música caracteriza-se nesse período como uma diversão a sociedade
renascentista. Com essa transformação, a igreja esboçou uma
tentativa de revitalizar a música. Eliminar o acompanhamento
instrumental, criando composições exclusivamente à voz humana - a
capela. Mas, devido o auge da expressão renascentista voltou
novamente a participação do acompanhamento instrumental.
38
3.c.4 Barroco
O período Barroco reflete-se na transformação da mentalidade
européia na renascença. Nesse período ocorreram algumas
mudanças referente à música. Os grandes coros polifônicos, foram
substituídos por uma voz de um cantor (homofonia) com
acompanhamento instrumental um tom mais baixo. Outra
mudança, foi o retorno às grandes tragédias gregas cantadas
atribuindo ao desenvolvimento da ópera na Itália. Com o progresso
do artesanato de instrumentos consolida-se a música instrumental
nos salões da nobreza. Formando-se as orquestras de câmara
(conjunto de 2 à 9 intérpretes) e o Concerto grosso (diversos
instrumentos). O apogeu do Barroco foi conduzido pelo Georg
Friedrich Haendel e Johann Sebastian Bach criavam peças em quase
todos os gêneros musicais (vocal e instrumental). Bach, revolucionou
o sistema musical, com intervalos sonoros desiguais, anunciando
grande número de obras como o CRAVO BEM TEMPERADO. Haendel
escreveu 46 óperas, 32 oratórios, destacam-se MESSIAS (1742) e
ISRAEL NO EGITO (1736-37).
3.c.5 Classicismo
39
Destaca-se por uma nova estética - a criação da arte abstrata-
exprimido por sentimentos e fantasias de maneira impassível e essa
abstração obtiveram desenvolvendo a sonata clássica e a sinfonia.
Os três maiores representantes do período da música clássica são
Haydn, Mozart e Beethoven.
3.c.6 Romantismo
Com a Revolução Francesa, uma nova expressão cultural se expandiu
pela Europa - as idéias liberais. Uma das características nesse período
é a eliminação da arte de salão feita para elite aristocrática, era a
hora da música falar mais ao povo. Os compositores tinham como
característica a liberdade de criar, de exprimir seus sentimentos
interiores, descrever a placidez da vida tranqüila, melancolias, seus
sonhos, subjetivar seus objetivos, suas paixões e idéias
revolucionárias - o Romantismo. Foi assim até meados do século
XIX. Acontece então, o encontro importante para a elevação do
Romantismo - o Nacionalismo. Que empolgou os povos Europeus com
seus cantos e danças populares, ou seja, com exotismo e a riqueza
das raízes folclóricas, evocando suas tradições, costumes de seus
países. Nos fins do século XIX, o Romantismo aos poucos entra em
decadência. O povo Europeu começa sentir a necessidade de
mudança o movimento já se desgastara, perdia seu vigor inicial.
Portanto, também para os compositores era a hora de criar algo novo
dentro do sistema Tonal - os acordes da harmonia lhe pareciam
gastos demais. Entre tantas buscas de soluções, aparece o
compositor Claude Debussy, resolvendo o problema explorando o
encadeamento de acorde, de forma a evitar a repetição, surgindo
várias tonalidades. Já não idealizando os sentimentos humanos (do
Romantismo) evocando agora apenas as sensações transmitidas pela
luz, pelas cores, pelos perfumes, pela natureza, captando o valor
expressivo que o homem tem do mundo que o cerca.
3.c.7 O Modernismo
40
Através das catástrofes sociais que a II GUERRA MUNDIAL provocara,
novas atitudes diante do mundo acontecia, e claro, influenciando o
ambiente da música. Com a musicalidade de Bela Bartoh (1887-
1945) da Hungria (que era agressivamente nacionalista); no Brasii
Heitor Villa -Lobos (1887- 1959), buscando no folclore a inspiração
para suas obras e Ernesto Nazareth (1863 - 1934) explorando os
elementos indígenas africanos e europeus em suas obras. Duas
novas tendências aparece a música eletrônica e a música concreta.
Esta se baseia de "sons concretos”, como o barulho do avião, o
tilintar do vidro, o canto das aves, que são tratados em apareIhos
eletrônicos (acelerando-os, repetindo-os, as mais diversas
deformações). Assim, com decorrência da música concreta aparece a
música eletrônica, que emprega sons tratados em laboratórios. Com
essas novas tendências, surge desse modo um elemento que
ninguém havia sonhado antes, o fantástico efeito sonoro. E aparece a
música Aleatória, que é a organização de vários instrumentos tocando
em velocidades diferentes ou determinam uma ordem de
desenvolvimento diverso para várias seqüências de realização
musical. As modernas manifestações da música apresentam-se como
elementos mais controvertidos da história musical.
3.c.8 A música no Brasil
A influência indígena na música do Brasil, tem como significado
profundo, o caráter sagrado. Que através dos jesuítas catequizando
os índios deram através da música um sentido religioso (através dos
ensinamentos dos jesuítas e suas danças rituais). Há também com a
chegada dos negros africanos trazidos como escravos, a influência na
música no Brasil. Vivendo em contato íntimo com a família brasileira,
exercem influências através de elementos folclóricos trazidos do país
de origem (a maior parte eram instrumentos de percussão); através
de suas músicas ritmicamente sincopadas; as danças sensuais ou
violentas.
41
3.c.8.a A música popular brasileira107
Um dos mais antigos documentos que se referem à música popular
brasileira, marca-se 1750. Nos dois principais centros urbanos do
Brasil da época, Salvador e Rio de Janeiro, apareceu esse gênero
musical: a “modinha” - uma canção de gênero amoroso ou
sentimental. Na década de 30 a música popular brasileira teve muitos
talentos que se destacaram como: Noel Rosa, Silvio Caldas e Orlando
Silva, além do grandioso compositor Ary Barroso. No Nordeste o
principal divulgador do "baião" foi Luiz Gonzaga, que transmitia suas
composições à beleza e o desencanto, a dor e o sofrimento desta
terra. Em 1940, a bossa nova com grandes músicos como Dorival
Caymmi desenvolve inovações nesse gênero musical, acordes
dissonantes no violão apresentando uma complexidade técnica muito
grande, influenciando muitos músicos que vieram depois dele,
marcando o movimento musical Bossa Nova. O início desse
movimento foi marcado pelo lançamento do samba "Chega de
Saudade", de Antônio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes em 1958. A
Bossa Nova apresenta, um estilo que evidencia em suas letras o
amor, a beleza do sol e do mar, a solidão - sentimentos ao mesmo
tempo particulares e universais. Em 1966, destaca-se a música
Jovem Guarda - com ritmo alegre, dançante e descontraído. As letras
apresentam falas simples da vida real dos jovens da época. Em um
Festival Internacional da Canção, realizado em 1969, um coral de
20.000 vozes conquista em muitos países a admiração e o louvor à
musicalidade do povo brasileiro. Isso se deve ao interesse de muitos
anos pela música popular brasileira, que apresenta grande variedade
de gêneros e estilos, devido a enorme extensão territorial, a
miscigenação de raças, a pluralidade de espaço e tempo, o histórico
social, que contribuíram para esse desenvolvimento de diferentes
manifestações musicais. Música de jovem ou velha guarda, popular
ou erudita, instrumentos tradicionais ou arranjos eletrônicos,
romântica ou pop, tudo faz parte da nossa realidade e exprime nossa
cultura.
Começamos agora a meditar na música como sugere o título deste
texto: a serviço das trevas e a serviço da luz.
107
Sugerimos a leitura do texto “A justa operação de cada parte”, onde meditamos, entre outras coisas
sobre a música popular brasileira.
42
3.d Música como instrumento de louvor a Deus108
A música é um extraordinário instrumento para agrupar pessoas e de
alguma forma fixar mensagens. Através dos tempos, a música tem
envolvido a humanidade de diversas maneiras provocando também
reações e comportamentos que muitas vezes não são explicados
logicamente. A música secular está sempre descobrindo uma forma
de alcançar pessoas através de mensagens e apelações a certos
pontos da personalidade humana. Ultimamente os grandes concertos
de bandas mundialmente famosas tem apelado para o compromisso
religioso da juventude. Os astros e estrelas da música buscam a
devoção de seus fãs. Eles querem ser adorados. Ocultismos e apelos
para o sobrenatural tem sido amplamente propagados através da
música, e Satanás sabe muito bem o que pode fazer através deste
instrumento. O que se pode fazer a esse respeito? Como livrar a
nossa geração do domínio de Satanás através da música? Deus tem a
resposta para essa questão. Antes de declarar guerra ás forças
malditas na região celeste, é importante entender porque e como ele
opera, nós devemos saber de onde vem a sua autoridade e poder
pela Palavra. Há duas passagens clássicas das Escrituras que
referem-se a Satanás no Antigo Testamento. Ezequiel109
e Isaías110
falam da queda de Satanás. A perversão da Música em Ezequiel
28:13 vemos que o Diabo estava no jardim do Éden com Deus, e que
era coberto por pedras preciosas e que engastes e ornamentos de
ouro foram feitos no dia em que ele foi criado. Segundo estudiosos, o
texto original no hebraico refere-se a tamborins e flautas. A versão
revisada da tradução de João Ferreira de Almeida diz: "...Em ti se
faziam os teus tambores e os teus pífaros; no dia em que foste
criado foram preparados", o que concorda com uma das mais
consagradas traduções, King James que faz a mesma referência.
Flautas ou pífaros, referindo-se a instrumentos de sopro em geral e
tamborins ou tambores generalizando os instrumentos de percussão.
Esses versos descrevem alguns dos atributos e habilidades especiais
de Satanás, que antes de sua queda, tinha sido designado para
desenhar instrumentos musicais (instrumentos de sopro e
percussão). Satanás era o músico celestial, capaz de tocar vários
instrumentos. Isaías 14:11, é outra confirmação do poder musical
dado a Satanás: "... derribada esta na cova a tua soberba,
108
Miguel Levy/ Google.
109
Ezequiel 28.
110
Isaías 14.
43
também o som da tua harpa". Satanás é acompanhado em cada
uma das maiores áreas de instrumentos musicais: sopro, cordas e
percussão. Lúcifer era obviamente o mestre dos músicos do céu.
Este capítulo de Isaías diz que Lúcifer era a estrela da manhã. Como
o mestre dos músicos, tendo uma habilidade inata de criar e tocar
música, ele seria o Querubim ungido com a glória de Deus em
músicas celestes. E certamente estava envolvido na criação da terra,
quando vemos em Jó111
quando refere-se as estrelas da manhã que
"... alegremente cantavam, e os filhos de Deus rejubilavam de
alegria". Como um Querubim ungido e como mestre de música, é
altamente provável que Lúcifer liderou a adoração cobrindo o céu
com a glória de Deus, contudo, Isaías 14 conta a história da sua
queda. O pecado entrou no coração de Satanás e disse: "Eu subirei
aos céus; acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono".
Lúcifer tirou seus olhos da glória de Deus e focou em si próprio, em
seu brilho e beleza. Ele ficou cheio de orgulho. Ao invés de oferecer
adoração a Deus, para o que ele foi criado, ele começou a desejar
adoração para ele mesmo. Lúcifer e um terço dos anjos foram
expulsos da presença de Deus. Isaías112
descreve a queda de Lúcifer.
111
Cap 38:7.
112
Cap 14..
44
Não há indicação de que em sua queda, Lúcifer tenha perdido suas
habilidades musicais. Quando Lúcifer caiu, a música caiu com ele.
Suas habilidades de criar adoração através da música foram
pervertidas assim como a sua natureza foi pervertida e se voltou
contra Deus. A música que foi criada para adoração, para encher os
céus com a Glória de Deus, tinha agora se tornado uma mancha.
Tornou-se uma ferramenta de Satanás para usar pessoas em rebelião
contra Deus.
Não existe nada nas escrituras que indique que Lúcifer ainda não
tenha habilidade de criar e usar música para o seu nefasto propósito.
Ele está usando agora a sua falsa unção na música secular. Ele ainda
tem a poderosa habilidade de induzir adoração, mas a adoração não é
mais dirigida a Deus o Pai e sim a ele. Satanás deseja ser adorado
pela humanidade. O inimigo sabe que o desejo de Deus para seus
filhos é para que eles O adorem. Satanás sabe que se ele quer ser
como Deus, ele deve dividir a adoração da humanidade para ele
mesmo. A tentação final colocada diante de Jesus no deserto em
Mateus:113
"... novamente o Diabo levou Jesus ao topo de um alto monte,
e lhe mostrou todos os reinos do mundo, e sua glória; e disse
a Ele, todas essas coisas eu te dou, se prostrado me adorares.
então Jesus lhe disse, vai-te Satanás; pois está escrito, só ao
Senhor teu Deus adorarás e só a ele servirás".
Jesus não contestou os direitos de satanás de dar ou não os reinos do
mundo. Ele se opôs ao ponto de adoração a ele. O desejo de satanás
era ter a adoração de Jesus. Ele sabia que se Jesus o adorasse
prostrado, ele teria alcançado a posição de Deus o Pai. Isto é o que
está no coração de Lúcifer. Mas apenas porque Satanás caiu não
significa que ele ainda não esteja oferecendo a humanidade o mesmo
tipo de argumento. Em função de sua habilidade única de fazer
música, ele pode oferecer a juventude talentos musicais da mesma
113
Capítulo 4:8/10.
45
forma como ofereceu a Jesus. Ele pode oferecer os reinos do mundo.
Ele pode oferecer fama, popularidade e dinheiro suficiente para
explodir sua mente. Ele está influenciando a música de nossa geração
em um ato de adoração a ele mesmo e contra Deus. Ele está
inspirando aqueles que fazem música para liderar um grande número
de pessoas a fazer um compromisso pessoal com ele mesmo
(observe-se a importância da música). Devemos rever toda a área de
música para prosseguir nessa guerra espiritual contra os principados
e potestades do mau. Devemos estar preparados para todo o tipo de
ataque. O Diabo está usando a música para capturar almas e nós
devemos reexaminar a música para descobrir como tomar de volta
essas almas pelo poder de Deus. Não queremos fazer só uma
discussão intelectual a respeito de música, mas é tempo para
literalmente fazermos guerra com música. Chegou o tempo quando
louvor e adoração fará através da música o que foi feito por Josafá no
Antigo Testamento.
Música é mencionada na Bíblia mais de 800 vezes. Isto pode fazer
com que os que crêem notem a ênfase que as Escrituras dão a esse
assunto. Dança é mencionada cinco vezes, missões é mencionada
doze vezes, ordem de brados 65 vezes, justificação é mencionada 70
vezes, ações de graças 135 vezes, santificação 72 vezes, canto 287
vezes, batismo 80 vezes, alegria é ordenada 288 vezes, tocando
instrumentos musicais 317 vezes, louvor é mencionado e ordenado
332 vezes. Música é uma das formas que Deus quer que
respondamos a Ele, baseado nas muitas referências que encontramos
nas Escrituras. Salmos 100:2 diz, "... apresentai-vos diante dele
com cânticos." Isto é um protocolo. Se estamos indo a presença do
Rei dos Reis e Senhor dos Senhores, nós devemos ir cantando.
Música é importante e o Pai gosta disso. Deus ainda requer o louvor
que é só Seu. Porque Lúcifer não está lá liderando os anjos do céu a
encher o céu com a glória de Deus através de louvor e adoração,
Deus está determinado a conseguir isso de outra maneira. Ele terá
seu louvor e adoração através dos que crêem.
Ele conseguirá através de uma geração que não O adorará apenas
porque essa é a Sua ordem, mas porque desejam louvar e adorar ao
Senhor, em um ato de sua própria e livre vontade. Isto resulta honra
46
e glória de Deus em uma forma muito maior que o louvor dos anjos.
Deus tem determinado que os seus filhos cobrirão o espaço que há
no céu. Ele será glorificado. Quais os princípios que existem nas
Escrituras que podem nos direcionar para a música? Música para
Deus é bem destacada no reinado do Rei Davi. Davi era um homem
segundo o coração de Deus porque, antes de qualquer coisa, elei
sabia como cantar, bradar e dançar diante do Senhor. A Bíblia indica
no livro de Crônicas114
que Davi constituiu ministros e Levitas na casa
do Senhor com o propósito de proverem música. Eles ministravam a
Deus dia e noite com cantos e instrumentos. Eles exerciam o
ministério de música em tempo integral. Davi reconheceu a
importância de canto e louvor no tabernáculo e que isto deveria
tomar todo o tempo.115
Música nunca significou ser apenas um
quebra-gelo ou um exercício de aquecimento.
Música é uma parte importante entre o relacionamento entre Deus e
o seu povo. Davi percebeu que os instrumentos musicais de seus dias
eram inadequados para expressar a música que estava em seu
coração. Sob a inspiração de Deus, ele desenhou e fez instrumentos
musicais para o propósito exclusivo de adoração a Deus.116
Instrumentos musicais não tem habilidade própria de conduzir louvor
e adoração, eles efetivamente dependem da habilidade de músicos.
Existe uma habilidade musical dentro de toda humanidade. Músicos e
cantores têm uma habilidade especial de comunicar as mensagens
que Deus tem dado a eles através da música. Música não foi criada
para Evangelismo. Nem foi criada para propósitos seculares, mas foi
criada para adoração a Deus. Há música no céu cheia de glória de
Deus, e isto empolga o coração de Deus. Nós devemos ardentemente
desejar que esta música do céu encha a Terra. Jesus não nos ensinou
a orar, "... seja feita a Tua vontade, na terra como no céu"? A
114
I de Crônicas 6:31,32.
115
I de Crônicas 9:33; Neemias 11:20/23; 13:5.
116
II de Crônicas 7:6.
47
vontade de Deus para a terra é que haja louvor e adoração da
mesma forma que existe no céu. Existem dois diferentes tipos de
música na casa de Deus. Desde o Antigo Testamento existe a canção
profética, como a que Deus deu a Moisés.117
Na canção profética, o
profeta é totalmente identificado com Deus. Algumas vezes Ele fala
através de quem está cantando, e outras vezes Deus fala na primeira
pessoa através do profeta. Existe um elemento de revelação nas
canções que declaram os propósitos de Deus, seus avisos, exortações
e bênçãos.
A canção profética expressa a mente e o coração de Deus. Há uma
conexão estreita entre música e profecia. Quando Elias precisou ouvir
a palavra de Deus para o rei Josafá, ele chamou por um músico,
tocador de um instrumento e o fez tocar. Elias não podia profetizar
até que houvesse música e após o ministro haver tocado, a mão do
Senhor veio sobre Elias e deu a ele a profecia. Existe uma única
conexão entre música e o espírito do profeta. Sempre o espírito de
profecia se moverá através de músicos mais do que em qualquer
outra pessoa na igreja. O líder de música da igreja precisa estar
ungido como o pregador. Eles precisam ter a palavra de Deus na
música, tanto quanto o pregador. Eles precisam ser envolvidos em
um pré-serviço de oração, esperando no Senhor, perguntando a Deus
o que precisa ser cantado. Deus tem um propósito e um desejo para
cada momento com Ele. Os que crêem se unem para adorar o Rei dos
Reis e Senhor dos Senhores. Músicos não estão no meio do povo de
Deus para demonstrar seus talentos e alimentar seus egos, mas sim
para serem submissos e humildes diante do Senhor e usar seus
talentos e dons para louvor e adoração ao Pai. Eles precisam estar
em comunicação com o que comunica a revelação da palavra e o líder
de musica, coral, cantores e músicos. O fato da maior livro da Bíblia
(Salmos) ser um livro de música parece ter escapado da atenção de
muitos filhos de Deus.
117
Deuteronômio 32:1/43.
48
Quantos líderes de música tem o desejo de verdadeiramente serem
ministros de louvor a Deus? Porque é tão escasso a atenção dada à
música nas Igrejas e nos seminários teológicos? A liderança deve ser
sensível ao Espírito Santo na área de música. Quando estamos em
guerra espiritual, deve haver mais cânticos e instrumentos musicais
no meio dos adoradores. A Música é o veículo através do qual Deus
expressará Ele mesmo para os tais; através do qual esses tais se
expressarão para o seu Deus. Os exércitos do mundo marcham para
a batalha com música. O exército do Senhor não é diferente. Deus
está indo para empreender uma batalha nesta década com aqueles
que se comprometerem com o louvor e adoração.
Note como com freqüência músicos e instrumentistas são associados
com grandes batalhas de Deus na Bíblia, como Josué e os filhos de
Israel marchando ao redor de Jericó. Eles tocaram as trombetas, todo
o povo deu altos brados, e as paredes de Jericó ruíram. Essas
histórias tem coisas a nos dizer. Elas revelam princípios espirituais.
Josué estava operando em princípios de guerra espiritual. Havia um
milagre físico com a destruição dos muros porque os filhos de Israel
estavam operando baseados em princípios espirituais. Esta mesma
verdade aconteceu com Josafá que lutou contra três exércitos
inimigos.
49
3.e Música118
Quando Martinho Lutero referiu-se à música de boa qualidade como
eficiente veículo para explicação do texto, serva, portanto, e não
espetáculo por si mesma, estava, na verdade, refletindo parte do
pensamento de sua época: música boa agradava a Deus, música má
agradava a Satanás, independente de ela estar associada ao culto ou
não. Os critérios que definiam a qualidade e a conseqüente utilidade
da música eram absolutamente claros. Falava-se, assim,
objetivamente, em música própria para adoração a Deus e em música
objetivamente imprópria para o serviço litúrgico. Se Lutero enfatizava
a importância da anunciação da Palavra de Deus através da prédica
no culto, entendia que boa música poderia fixar as verdades
teológicas anunciadas. É neste contexto que deve-se entender sua
concessão: "Depois (ao lado) da teologia, à música o lugar mais
próximo e a mais alta honra".119
É que, para ele, teologia e música
pertencem-se, relacionam-se estreitamente, já que música é veículo
apropriado para anunciar a Palavra de Deus, e o faz de forma
especial, em sons. Entendeu Lutero que do maravilhoso presente
divino (donum divinum et excellentissimum) dado exclusivamente
aos homens, a união dos sons vocálicos (vox) à palavra (sermo), de
música e canto, deviam ser corretamente utilizados para que esses
mesmos homens adorassem seu Deus.120
"As notas musicais vivificam
o texto".121
Elas intensificam a força da palavra. Na tradição musical
reformada luterana, a música revela o texto. Ela o explica (explicatio
textus). Nesse sentido ela deverá ser uma espécie de exegese, uma
explanação do texto, um "sermão em sons" (prædicatio sonora).
Segundo Lutero, "Deus mesmo fez com que o evangelho fosse
anunciado com música".122
O cântico congregacional só atingirá seu
118
Explicatio Textus, Prædicatio Sonora/ Parcival Módolo/ Fonte: http://thirdmill.org.
119
"Nach der Theologia der Musica den nähesten Locum und höchste Ehre" (M. --Lutero,
"Tischreden," em D. Martin Luthers Werke, vol.6 (Weimar, 1921) n. 7030).
120
M. Lutero, "Encomion musices," em D. Martin Luther Werke, vol.50 (Weimar, 1914) 372.
121
Die Noten machen den Text lebendig" (M. Lutero, "Tischreden," em D. Martin Luthers
Werke, vol.2 [Weimar, 1913] n. 2545).
122
Ibid., n. 1258.
50
A influência da música no bem e no mal
A influência da música no bem e no mal
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A influência da música no bem e no mal

  • 1. MEDITAÇÕES: A MÚSICA A SERVIÇO DAS TREVAS E A SERVIÇO DA LUZ 1
  • 2. Neli Cavalcante Assessoria jurídica Especialista em Leis Cristãs R. Aureliano Coutinho, 228 / 04 Embaré – Santos- Cep: 11.040- 240 Tel. 32314759- 91227361- 91780437 E-mail: nelicavalcante7@yahoo.com.br “e te restituirei os teus juízes, como eram dantes, e os teus conselheiros, como no princípio, então serás chamada cidade de justiça, cidade fiel”.1 1 Isaías 1:26. 2
  • 3. Dedicatória: A Deus, pois justiça e juízo são a base do Seu trono. 3
  • 4. 1. Prefácio Querida (o) amiga (o), sedenta (o) e faminta (o) de JUSTIÇA Deixo aqui para sua reflexão, de maneira simples, alguns retalhos escritos, algumas sementes, para que germinem e dêem frutos ao seu coração, certamente inconformado com a injustiça, com a hipocrisia e o desamor. Seja cada uma dessas sementes, água de Deus para regar a sua alma. Livres de cercas religiosas, encontramos Deus fora do status quo, fora do padrão religioso estabelecido, que como revela o Apocalipse é uma verdadeira prisão e uma astuta armadilha anti-Cristo. Encontramos o Poderoso fora dos dogmas, dos rituais vazios, a exemplo de Martinho Lutero e tantos outros que ousaram questionar o que está pré-estabelecido, como ensinou Kant, como denunciou Kierkegaard, e outros tantos filósofos, como também Sto Agostinho, Aquino e outros, que explicaram a fé pela lógica, e aí descobrimos a virtude, o que é santo e justo, e entendemos também o que falou Sócrates: “Só sei que nada sei”. A exemplo de tantos mártires, nos ocupamos em tornar os textos bíblicos populares, como é o propósito de Deus em oposição à religião, esta que é umas das maiores desgraças da humanidade (se não for a maior), e que divide os homens que Jesus veio para unir. É impressionante como este nome, que é acima de todo o nome que se nomeia, provoca tempestades e escandaliza, pois veio testificar que as nossas obras são más. Descobrimos enfim, de maneira maravilhosa, que este Jesus Bíblico, que não pertence a nenhuma religião, mas ao que crê, este que divide a humanidade em antes e depois, o Verbo que se fez carne, O Homem que habitou entre nós, é também Deus (o único), de eternidade à eternidade. Jesus não é religião, mas a única oportunidade para o relacionamento do homem com Deus. A sua ressurreição foi o fato mais extraordinário da humanidade e é fartamente comprovado pela história. Eis o nosso fundamento, a nossa Fonte Primeira: “Pois ninguém pode pôr outro fundamento, além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo”.2 Há outro que tenha ressuscitado? Observemos para tirar as nossas conclusões: A Bíblia tem 40 livros que foram escritos por 66 autores. Todos estes viveram em épocas totalmente diferentes, eram pessoas de personalidade, cultura, idade, sexo, nações diferentes totalmente uma da outra, porém falaram sobre as mesmas coisas; uma coisa testifica da outra, se encaixa na 2 I aos Cor 3:11. 4
  • 5. outra com uma exatidão espantosa. Qual o livro que demora séculos para ser escrito? Qual livro é o best-seller do mundo? Qual livro que termina de ser escrito hoje, sem estar já ultrapassado? Qual o livro que fala com todos, nos quatro cantos do mundo da mesma maneira, que desperta o rico e o pobre, o sábio e o iletrado, sem fazer acepções? Quais as leis que estão inseridas em todos os seguimentos das sociedades, em todos os tempos? Se assim é, como poderia alguém imaginar que estas são palavras de homem? “Pois os seus atributos invisíveis, o seu eterno poder e divindade, são claramente vistos desde a criação do mundo, sendo percebidos mediante as coisas criadas, de modo que eles são inescusáveis;”.3 Escrevemos sob o comando de Deus, que certa feita me deu uma caneta e um livro de ouro (visões espirituais), me instruindo para escrever as coisas divinas que Ele me inspiraria. Recomendo que antes de se expor à leitura, o leitor peça a Deus que lhe revele ao espírito4 o que Ele quer dizer, já que os textos têm as Leis de Deus como fundamento, pois a Bíblia não se interpreta, mas se recebe revelação do Espírito Santo de Deus. E também não há segundo a Bíblia5 interpretações sobre os textos, mas sim revelações, pois a Palavra se renova a cada dia. Coloco aqui um trecho de um livro de Ellen White6 para somar ao que acabamos de falar: (p.8) A Bíblia aponta a Deus como seu autor; no entanto, foi escrita por mãos humanas e, no variado estilo de seus diferentes livros, apresenta as características dos diversos escritores. As verdades reveladas são oferecidas por inspiração de Deus (“16 Toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça;7 ”); acham-se, contudo, expressas em palavras de homens. O Ser Infinito, por meio de Seu Santo Espírito, derramou luz no entendimento e coração de Seus servos. Deu sonhos e visões, símbolos e figuras; e aqueles a quem a verdade foi assim revelada 3 Romanos 1:20. 4 Se o seu espírito ainda não está recriado, leia João I e vai entender que o que crê na obra da cruz de Cristo, se torna filho depois da confissão dos lábios (Romanos 10:9,10) e o seu nome será escrito pelo dedo de Deus no Livro da Vida (Apocalipse 21:27). Peça então perdão pelos pecados, para quebrar as maldições sobre a sua vida, renuncie a todos os outros deuses (objetos de proteção ou de sorte, imagens, ídolos, filosofias), passe a crer no único Deus e tenha então a partir daí a comunicação direta com o Senhor dos Senhores através da recriação do seu espírito que foi morto no Jardim do Éden, onde se seu a separação entre o homem e o seu Criador. Será então este, o seu novo nascimento como filho de Deus, enfrentando a partir daí a pior guerra que alguém pode enfrentar que é contra o diabo (o príncipe deste mundo). Também, a sua velha natureza que vai continuar morando dentro de você junto com a outra que acabou de nascer, vai se opor a tudo o que vem de Deus, concordando também com o mundo e todos os seus atrativos e tentações. Se perseverar e resistir até o fim, será salvo. Não podemos deixar de frisar que Jesus passará a ser o seu advogado (Ele é invicto) e completará a sua força em cada batalha (vai completar, e não fazer o que compete a você fazer). Eu oro para que você aproveite esta extraordinária oportunidade que Jesus lhe deu, não se rendendo a nenhum suborno. O preço para o seu resgate foi caríssimo e indizível, assim como a promessa de Deus para sua vida. 5 II a Pedro 1:20,21. 6 Ellen G. White; Tradução: Hélio L. grellmann; Casa Publicadora Brasileira; Tatuí/SP; 7ª Ed. 7 II Timóteo 3:16 5
  • 6. concretizaram os pensamentos em linguagem humana. Escritos em diferentes épocas, por homens que diferiam amplamente em posição e ocupação, tanto quanto em capacitação mental e espiritual, os livros da Bíblia apresentam amplo contraste quanto ao estilo, assim como diversidade no tocante à natureza dos assuntos desvendados. Diferentes formas de expressão foram empregadas por distintos escritores; muitas vezes a mesma verdade é apresentada de modo mais marcante por um escritor do que por outro. À medida que várias escritores apresentam o mesmo tema sob variados aspectos e relações, poderá parecer, ao leitor superficial, descuidado ou preconceituoso, que entre estes autores existem discrepâncias ou contradições; ao mesmo tempo, porém, o estudioso pensante e reverente. Com visão interior mais clara, discernirá aí a harmonia subjacente. A Bíblia é a fonte primeira, é a bússola, o endereço de Deus, onde está impressa a PALAVRA DE DEUS, que é o Verbo que se fez carne e habitou entre nós.8 Ele vai voltar para buscar os que creram: “Eu sou o Alfa e o Ômega, diz o Senhor Deus, aquele que é, e que era, e que há de vir, o Todo-Poderoso”.9 Seria bom que cada um colocasse em ordem os seus “documentos” para estarem prontos para partir com Ele para eternidade a qualquer momento. Para isso, basta crer que Ele (Jesus) é o único caminho para se chegar a Deus, confessar isto com a boca,10 arrependido dos seus pecados e consciente que não é suficiente, mas dependente deste que o criou (não deixe de observar que estamos falando do Cristo Bíblico e não o das Igrejas): “Porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; a muitos enganarão”.11 2. Oração: Esta é a oração que Paulo fazia e que agora faremos por você: “17 Para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos dê em seu conhecimento o espírito de sabedoria e de revelação; 18 tendo iluminados os olhos do vosso entendimento, para que saibais qual seja a esperança da sua vocação, e quais as riquezas da glória da sua herança nos santos; 19 E qual a sobre excelente grandeza do seu poder sobre nós, os que cremos, segundo a operação da força do seu poder”. 12 E que a paz de Deus, que excede todo o entendimento possa reinar em seu coração. Com amor, Neli. 8 João 1. 9 Apocalipse 1:8. 10 Romanos 10:8/13. 11 Mateus 24:5. 12 Efésios 1:17/19. 6
  • 7. 3. A música a serviço das trevas e a serviço da luz Este é um tema muito abrangente e há muitas pesquisas, muitas especialidades, tantas que quase não preciso escrever mais nada. As poucas parcerias que coloquei abaixo já nos trazem material suficiente para que haja um despertamento para mais pesquisas. A cada dia surgem mais informações, mais trabalhos impressos nesta área, haja vista a grande influência da música nos dois sentidos: tanto a serviço das trevas como a serviço da luz, e cada vez mais se acentua este fato, diante da extrema guerra dos últimos dias da terra. A música faz parte da nossa história e nos é tão íntima que dificilmente nos vem à mente como seria vivermos sem ela. Chega quase a ser impossível imaginar viver em um mundo sem os sons dos instrumentos e dos cânticos. Quem não tem uma música para marcar fatos do passado e do presente? Associamos vários momentos das nossas vidas a uma música, uma época, a um momento bom ou ruim. Através da música identificamos um povo, uma cultura. São tantos, os ritmos, os tipos de músicas, os gostos musicais que não poderíamos abranger todas, tal a diversificação. É bem impressionante o que nos causa a música, no nosso corpo físico, espiritual e mental. Com ela acalmamos uma criança, a embalamos, 7
  • 8. enviamos mensagens românticas ou irônicas a alguém, convocamos soldados para a guerra, anunciamos o final da batalha, curamos alguém, ORAMOS, ensinamos, informamos, nos expressamos, mostramos arte, protestamos, fazemos política, expressamos o amor pela pátria, anunciamos um casamento, um funeral, alegramos uma festa, dançamos a valsa dos quinze anos, montamos um coral de vozes, vivemos um momento a sós, fazemos uma serenata, marcamos o ritmo dos exercícios nas aulas de ginástica, e, muito, muito, muito mais que isso. Porém, o que a música tem de mais valioso é o poder de nos fazer chegar perto de Deus, de falar com Ele, de sentir a Sua majestosa presença. A música para Deus atrai os anjos e afastam os demônios, que não suportam tal adoração; o ambiente, por conta disso, vai então sendo purificado e as maravilhas, as bênçãos vão então acontecendo ao nosso redor por conta da Excelsa Presença, que se alegra com a nossa expressão de amor, louvor e exaltação. Qual o pai que não gosta de receber carinho e amor dos seus filhos?! Adoração é a comida de Deus. Estávamos certa vez em uma reunião, orando por uma situação muito difícil. Ficamos então cantando para Deus durante muito tempo e em dado momento, alguns do grupo começaram a ter visões divinas e uma delas foi vista por mais de uma pessoa: muitos anjos estavam enfileirados, ou seja, lado a lado, fazendo movimentos coreográficos enquanto cantávamos (estávamos em uma academia de ginástica). Outras vezes, em outras oportunidades que também cantávamos, pessoas batiam na porta pensando haver ali um grande coral, e se espantavam ao perceber que haviam apenas algumas poucas pessoas (os anjos vieram cantar junto conosco); outras vezes, recebemos muitas revelações e respostas que Deus nos veio trazer. Nos ministérios de louvor (os que são de Deus e não os da religião), são incontáveis os testemunhos de curas e libertações que acontecem no 8
  • 9. meio dos presentes (devo registrar também que Deus cura muitas vezes em igrejas apóstatas, onde existem pessoas que não entendem nem de longe que ali não é o santuário de Deus, e que no momento da sua maturidade ela sairá de lá)13 . É grandíssima a dor de constatar a apostasia da igreja e o que acontece nesses “templos” do status quo, no tocante a este assunto. Colocamos aqui, pertinente que é, uma passagem em Samuel, em que “Os filhos de Deus se fizeram execráveis (exatamente como acontece hoje) e perderam a batalha diante dos filisteus”14 . Os anciãos, perplexos, questionando o porquê da derrota (estes não têm muito tempo para ler a Bíblia, pois dirigem uma indústria, um comércio, ou se têm, estão presos a dogmas e a rituais vazios, perderam a essência), estabeleceram então, ao invés de exortar o povo ao arrependimento, que fosse trazido de Siló a arca da aliança do Senhor (um símbolo da presença de Deus), para que fossem libertos. Deus nos fala que “Aquele que se afasta de ouvir a lei, até a sua oração é abominável”.15 Fala também: “10 Ouvi a palavra do Senhor, governadores de Sodoma; dai ouvidos à lei do nosso Deus, ó povo de Gomorra. 11 De que me serve a mim a multidão de vossos sacrifícios? diz o Senhor. Estou farto dos holocaustos de carneiros, e da gordura de animais cevados (das orações vazias, dos jejuns, das campanhas, das correntes, dos rituais sem o conteúdo); e não me agrado do sangue de novilhos, nem de cordeiros, nem de bodes (antes de Jesus, o Cordeiro de Deus, fazer o eterno sacrifício, estes eram feitos com sangue de animais inocentes, os únicos na época que poderiam pagar o preço pela vida do homem que se corrompeu e perdeu a filiação de Deus, tornando-se criatura, alma vivente. Deus não recebe, não se agrada de nenhum ritual enquanto a pessoa não se curva diante da Sua Lei, se arrepende, confessa então os seus pecados, perdoa, e se converte dos seus maus caminhos. Sem 13 Vide o texto “Os Protestos de Hoje”, e vários outros onde tratamos deste assunto. 14 I Samuel 4. 15 Prov 28:9. 9
  • 10. arrumar o altar antes,16 não se pratica nenhuma simbologia, pois estas estarão vazias). “12 Quando vindes para comparecerdes perante mim, quem requereu de vós isto, que viésseis pisar os meus átrios? 13 Não continueis a trazer ofertas vãs; o incenso é para mim abominação (oração sem estar diante da Lei). As luas novas, os sábados, e a convocação de assembléias ... não posso suportar a iniqüidade e o ajuntamento solene! (esses cultos religiosos) 14 As vossas luas novas, e as vossas festas fixas, a minha alma as aborrece; já me são pesadas; estou cansado de as sofrer (Deus sofre muito com estes rituais hipócritas). 15 Quando estenderdes as vossas mãos, esconderei de vós os meus olhos; e ainda que multipliqueis as vossas orações, não as ouvirei; porque as vossas mãos estão cheias de sangue. 16 Lavai-vos, purificai-vos; tirai de diante dos meus olhos a maldade dos vossos atos; cessai de fazer o mal; 17 aprendei a fazer o bem; buscai a justiça, acabai com a opressão, fazei justiça ao órfão, defendei a causa da viúva. (ora, vamos praticar depois de ouvir, depois de pregar; sejamos então melhor que os outros e não piores, e não aqueles que falam, cobram e não fazem, ou seja, um joio, que aparentemente é igual ao trigo, mas na essência é vazio, abominável, cheio de bichos, como um sepulcro caiado; uma tremenda mentira, um grande disfarce)17 18 Vinde, pois, e arrazoemos, diz o Senhor: ainda que os vossos pecados são como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que são vermelhos como o carmesim, tornar-se-ão como a lã. 19 Se quiserdes, e me ouvirdes, comereis o bem desta terra; 20 mas se recusardes, e fordes rebeldes, sereis devorados à espada; pois a boca do Senhor o disse”.18 Ou seja, se a pessoa quiser sair da condenação, o caminho é este e não praticar rituais. A Arca de Deus, como falamos, é um símbolo, 16 I a Reis 18:30. 17 Mateus 23:27. 18 Isaías 1. 10
  • 11. que seria usado maravilhosamente, se o povo, como fez Adão, não tivesse tapado os pecados com “uma ridícula folha de parreira”, ao invés de limpar o altar. Quando a arca chegou o povo todo irrompeu em gritos de júbilo e a terra estremeceu com os cânticos no ajuntamento solene (quantas vezes escutamos “louvorzões” na igreja, “festões”, vozes de júbilo) a ponto dos inimigos escutarem e ficarem atemorizados, pois conheciam o poder do Deus daquele povo (as pessoas conhecem o poder do Deus da Bíblia, porém, muitas vezes já viram por traz destas festas, desta aparente alegria, o sub- mundo, o covil de ladrões, como disse Jesus, e ficam então sem entender mais nada). Estavam os filisteus muito amedrontados pois aparentemente o povo de Israel estavam já com a vitória, por outro lado, o povo de Israel também estava absolutamente confiante pois já havia cumprido os rituais estabelecidos para conquistar a bênçãos, já haviam pago as indulgências. Na batalha seguinte, os filisteus se prepararam, e o povo de Deus foi confiante, certos da vitória ... (não é assim que acontece com os que pagam as indulgências, praticam os rituais, fazem as correntes?) ..., porém, grande foi a derrota (e nesta hora, quem não culpa Deus?): “A estultícia do próprio homem arruína a sua vida, contudo o seu coração se ira contra o Senhor”19 . ...os filhos do sacerdote foram mortos e ainda foi tomada a arca de Deus. Grande foi o pranto e o espanto. Os capítulos seguintes, contam o final deste impasse, porém agora vamos nos ater aqui. Se o povo de Deus se faz execrável, através da cruz de Cristo será lavado do pecado e ficará livre, porém, o que a religião ensina é que se cumprir o ritual (buscar a arca), a simbologia, não precisará deixar de ser execrável. A aparência é o que interessa, porém de Deus não se zomba; orações, jejuns, festas, cursos de teologia, estar todos os dias na igreja, etc., sem limpar o altar, sem a confissão e o arrependimento, é uma absoluta perda de tempo. É 19 Prov:19:4. 11
  • 12. assim a religião: aparentemente uma maravilhosa espuma, porém, sabemos que o que limpa mesmo é o sabão que não é tão encantador como a espuma. Na verdade, se um sabão não espuma, desconfiamos dele, pois a espuma é o convence os nossos corações desesperadamente corruptos como fala Jeremias. A religião, parece, mas está longe de ser a solução. Quando Deus nos adverte e nos açoita não gostamos nada disso, ou não reconhecemos este Deus que corrige o filho que ama. A religião nos ensinou a viver em uma falsa paz, a puxar o lixo para debaixo do tapete, a “colocar uma pedra em cima do assunto”, viver uma fé fingida, a dizer o que não é verdade. Deus nos exorta a “tirar a pedra”,20 para que Ele possa ressuscitar o que está morto e cheira mal, seja um pecado velho ou recente. A religião é dirigida pelo pai da mentira que é o diabo, este que sabe mentir como ninguém. Deus não suporta a religião, a prostituta do Apocalipse, que segundo a Bíblia se senta no lugar mais alto da cidade e faz comércio com tudo, até com alma de homens segundo o Apocalipse. A prostituta é aquela que se vende, que seduz e que destrói. Como vemos, há uma prática cega e vã, nessas igrejas do status quo, de se oferecer música para Deus de maneira hipócrita, ritualisticamente, e isto é abominável; e também, pobre de arte, sem a sensibilidade para a beleza da criação, desprezando, desencaminhando, neutralizando muitos artistas que lá chegam para buscar a Deus, que lhes deu o dom. Vejamos outra vez21 um pequeno trecho do texto “Estou cansado!” de Ricardo Gondim:22 Canso com a falta de beleza artística dos evangélicos. Há poucos compareci a um show de música evangélica só para sair arrasado. A musicalidade era medíocre, a poesia sofrível e, pior, percebia-se o interesse comercial por trás do evento. Quão diferente do dia em que me sentei na Sala São Paulo para ouvir a música que Johann Sebastian Bach (1685-1750) compôs sobre os últimos capítulos do Evangelho de São João. Sob a batuta do maestro, subimos o Gólgota. A sala se encheu de um encanto mágico já nos primeiros acordes; 20 João 11:39. 21 Coloco este texto em várias meditações. 22 Ricardo Gondin/ Igreja Betesda/ Sp. 12
  • 13. fechei os olhos e me senti em um templo. O maestro era um sacerdote e nós, a platéia, uma assembléia de adoradores. Não consegui conter minhas lágrimas nos movimentos dos violinos, dos oboés e das trompas. Aquela beleza não era deste mundo. Envoltos em mistério, transcendíamos a mecânica da vida e nos transportávamos para onde Deus habita. Minhas lágrimas naquele momento também vinham com pesar pelo distanciamento estético da atual cultura evangélica, contente com tão pouca beleza. Vamos, outra vez, repetir as palavras de Rick Joyner:23 Como foi que a igreja se afastou da verdadeira adoração? Basicamente foi por adorar a Igreja do Senhor em lugar de adorar o Senhor da Igreja. A igreja é uma “criatura”, ela foi criada. E foi criada com um glorioso propósito, o de ser a habitação do Senhor, mas temos decaído por darmos mais atenção à casa do Senhor do que a Ele. Esta é a raiz do espírito de sectarismo que tem dividido a igreja e que tem pervertido a adoração. Adoramos o que domina o nosso coração, e embora todos nós devamos ter a igreja no coração, isso nunca poderia exceder a devoção dada ao Senhor, pois assim decairíamos da verdadeira adoração para a idolatria. Homossexualismo é ter relações com parceiro do próprio sexo. “Homossexualismo espiritual” é também o desejo de ter relações apenas com os da nossa própria espécie. O Senhor referiu-se a isso como “homo-sectarismo”. Não se trata apenas de um jogo de palavras – é uma condição extremamente séria da igreja. O sectarismo é centrado em si mesmo, busca seus próprios interesses e sua auto-preservação, e isso é o resultado de uma adoração a si mesmo. Se o homossexualismo permanecer sem controle, ele se tornará uma das maiores ameaças à liberdade religiosa no mundo. A igreja estará quase sem defesa contra esse espírito até que se arrependa de seu próprio sectarismo, que é o seu próprio homossexualismo espiritual, retornando a adorar o Criador em vez de adorar suas criações. O homossexualismo é o pecado que mais reflete a queda do homem da verdadeira adoração. A remoção do homossexualismo virá quando retornarmos à verdadeira adoração, o que por si mesmo removerá o nosso sectarismo. Observemos o que nos fala Bill Subritzky em seu livro “Demônios derrotados”.24 Basta assistir a um festival de rock e adjacências para perceber que o espírito de violência e de ódio chega a te nós por meio deste tipo de música. Lembremos que o termo “rock and Roll” (“dance e role”) tem sua origem no ato sexual, e que o ritmo deste tipo de música atrai poderes demoníacos. Satanás gosta de música. Sabemos que ele era o Querubim ungido criado por Deus, e que tocava adufe e 23 Livro: A Batalha final: Rick Joyner; Tradução: The Final Quest/;Danprrewan Editora e Comunicações Evangélicas Ltda.;1ª ed;1999/RJ – The Harvest. Tradução: The Final Quest/ A Colheita: o mesmo autor;2ª ed;RJ;2001; 24 “Demônios Derrotados”;Adhonep; 1991;RJ; p.118. 13
  • 14. flauta.25 Dia após dia vemos a manifestação cada vez maior do anti- Cristo. Neste tipo de música, são muitas as mensagens subliminares induzindo ao suicídio, assassinato, estupro e afins. Ao aconselhar um jovem em Nova Zelândia, que dissera haver problemas no seu casamento, o Espírito Santo me esclareceu que ele andava ouvindo o disco “Jonathan Livingstone Seagull”. Ele confirmou, e então disse-lhe que precisaria renunciar a esta música, pois provinha de demônios, e aqueles que a tinham escrito e feito haviam confirmado por escrito que ouviram vozes de espíritos ditando-lhes a música. Ao renegar o espírito o jovem levantou as mãos em sentido horizontal e juntamente com o corpo abanou-as como se fossem asas. Na mesma hora saiu da sua boca um som como o de uma gaivota. Não preciso esclarecer que logo que o poder demoníaco deixou sua casa seu casamento foi ajustado. Foi necessário também que ele destruísse todos os discos. Temos que lutar intensamente nos dias de hoje contra as tantas aberrações e heresias neste sentido, sem esquecer que satanás era grandemente envolvido com a música no templo de Deus, antes da sua queda. Um dos grandes perigos da música é o espírito de orgulho que se apossa de nós. Precisamos vigiar para que adoremos a Deus, e não ao espírito da música. Há grande perigo de que o espírito de adoração e perfeição da música em si envolva os conjuntos corais. Ele poderá ser facilmente distinguido. O espírito de orgulho parece se apresentar quando a música é adorada, em lugar de Deus. Descobri com o passar dos anos que é possível que um dos maiores impedimentos na busca do Espírito Santo esteja no coral da igreja. Seus membros podem oferecer resistência ao poder de Deus. Em muitos casos constatei este fato. Parece que ao procurar perfeição no coro e na adoração pelo espírito da música, muito da habilidade de conhecer a unção de Deus fica perdida. Fala o autor das mensagens subliminares, da violência, da sensualidade, que está no meio da música, e que as músicas e as drogas caminham juntas, resultando em atividades demoníacas. Na verdade, as mensagens nesta área nem precisam mais ser subliminares, pois as imagens nas capas dos discos são claramente 25 Ezequiel 28:13/15. 14
  • 15. vistas por todos como satânicas. Da mesma maneira, os satanistas são cada vez mais abertos e livres para praticarem as suas perversidades aos olhos de todos. As imagens diabólicas estão estampadas nos brinquedos, nos desenhos infantis e aos poucos todos vão se habituando a ver estes monstros como se fossem normais. Os desenhos das crianças hoje, raramente são infantis, mas permeados de desenhos malignos. São vários os personagens “bonzinhos”, “valentes”, vestidos de demônios, e o resultado disso tudo tem sido desastroso, pois a idéia é que se acredite que demônios não são tão demônios assim. Sabemos que o mundo todo jazz no maligno,26 portanto não é com surpresa que assistimos a tudo isso, apesar do requinte chegar a níveis inimagináveis. Porém, o que mais nos deixa perplexos é ver o povo que se diz cristão envolvido nesta lama, e a grande maioria de tal maneira cega, que ao serem alertados para o fato, chegam a agressões inesperadas, inarráveis, violentas e loucas. Mais uma vez recordamos de Rick Joyner em seu livro “O Chamado”,27 em que ele narra uma visão espiritual que teve de uma terrível prisão com fortíssimas muralhas, muitas torres, com os seus respectivos guardas. Os presos estavam todos separados em grupos por idade, sexo e cor; com exceção das crianças, todos tinham cicatrizes e ferimentos profundos. Mesmo dentro do grupo diferenciado, as pessoas ficavam sempre procurando algum detalhe que distinguisse cada um, alguma diferença por pequena que fosse, e assim o grupo atacaria unânime a esta pessoa. Ele então aproximou- se de um senhor idoso para perguntar-lhe sobre a prisão, sobre aquelas cercas de arame farpado, aqueles guardas, ao que este respondeu alterado que não havia ali nenhuma prisão, nenhuma cerca e nenhum guarda. Percebeu que se perguntasse mais alguma coisa ele o atacaria, tal a sua indignação. Fez a mesma pergunta a uma jovem e a reação foi a mesma. Então ele entendeu que eles estavam cegos e não sabiam que estavam em uma prisão (“15 Ai de 26 I a João 5:19. 27 Danprewan; RJ;1999;págs 86 e SS. 15
  • 16. vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque percorreis o mar e a terra para fazer um prosélito; e, depois de o terdes feito, o tornais duas vezes mais filho do inferno do que vós”.28 ). Percebeu também que havia muitas maneiras, se eles quisessem, para escapar daquele sombrio e assombroso lugar, mas eles não o faziam porque não sabiam que estavam cativos. Foi até um guarda e viu que este estava vestido com um lindo terno e gravata, indicando que seria um ministro ou sacerdote. Ele pensou que eu fosse outro guarda: “Senhor”, perguntei-lhe, “porque esta gente está nesta prisão?” Esta pergunta chocou-o, e vi que um temor e uma desconfiança tomou-o inteiramente. “Prisão? Que prisão?”, respondeu ele, “do que você está falando?” “Estou falando de toda esta gente que está no pátio desta prisão”, disse, com uma estranha coragem. “O senhor, obviamente é um guarda desta prisão, pois está num posto de guarda, mas porque o senhor está vestido deste jeito?” “Eu não sou guarda de prisão nenhuma! Eu sou um ministro do evangelho. Não sou guarda de ninguém. Sou o líder espiritual. Este não é um posto de guardas. É a casa de Deus! Filho, se você veio fazer gracinhas, saiba que eu não estou rindo!” Ele agarrou a sua arma e parecia estar pronto para atirar em mim. “Queira desculpar-me por perturbar-lhe”, respondi, sentindo que sem dúvidas, ele usaria a sua arma. Afastando-me dele esperei ouvir tiros a qualquer momento. Aquele homem estava tão inseguro que eu sabia que ele atiraria antes de pensar, ao sentir-se ameaçado. Posso também disser que ele era sincero. Ele realmente não sabia que era um guarda. Como vemos, é extraordinária a visão, a revelação que teve este profeta da atualidade. Isto retrata fielmente o que acontece dentro destes templos religiosos. Sei, porque já vivi na própria pele esta situação, e sei o que é estar quase a levar tiros. Certa vez, a primeira que fui expulsa de um desses templos, ao chegar em casa aturdida, perplexa, Deus me fez abrir o Livro Sagrado em João para falar comigo: 28 Mateus 23:15. 16
  • 17. “1 Tenho-vos dito estas coisas para que não vos escandalizeis. 2 Expulsar-vos-ão das sinagogas; ainda mais, vem a hora em que qualquer que vos matar julgará prestar um serviço a Deus. 3 E isto vos farão, porque não conheceram ao Pai nem a mim. 4 Mas tenho-vos dito estas coisas, a fim de que, quando chegar aquela hora, vos lembreis de que eu vo-las tinha dito. Não vo-las disse desde o princípio, porque estava convosco”.29 Ora, não conseguia parar de me espantar e de chorar, tal o impacto dessas palavras e da unção da presença de Deus junto a mim. Eu ainda estava dando os primeiros passos e muito pouco entendia, mas sabia que Deus estava falando comigo. Liguei para algumas pessoas para me certificar que na Bíblia delas estava escrito exatamente aquilo, pois cheguei a pensar que eram palavras específicas para mim e que foram colocadas por Deus ali naquele momento. Fala o Senhor: “18 Surdos, ouvi; e vós, cegos, olhai, para que possais ver. 19 Quem é cego, senão o meu servo, ou surdo como o meu mensageiro, que envio? e quem é cego como o meu dedicado, e cego como o servo do Senhor? 20 Tu vês muitas coisas, mas não as guardas; ainda que ele tenha os ouvidos abertos, nada ouve”.30 Ou seja, muitos são amigos, mensageiros, servos, dedicados, trigos de Deus, mas ainda não estão amadurecidos para serem arrancados dali. Muitos como eu, foram criados fora de Jerusalém para que não fossem contaminados pela Babilônia, esta que parece, mas não é a igreja de Cristo, que é espiritual e não de pedra, como já colocamos em tantos textos. Os “Ciros” são ungidos de Deus, e, embora Deus os use muito eles não O conhecem ainda. São preservados com a mente virgem para Deus os revelar sem a influência altamente maligna da 29 João 16:1/4. 30 Isaías 42:18/20. 17
  • 18. religião que opera no status quo. No momento oportuno Deus lhes despertará o espírito e aí então Ele endireitará o espírito dele. Excluindo esta deplorável situação,31 enfatizamos antes de tudo que a música, como veremos a seguir de várias maneiras, foi feita para adorar a Deus. Vejamos o que a Bíblia fala sobre música, já que é o início e o fim de todas as coisas. Veremos adiante também, como já falamos, que satanás entende bastante do assunto, já que era líder do louvor no céu enquanto foi Lúcifer, o Querubim da guarda ungido. A sua queda foi vertiginosa, assim como a sua maldade. Se antes era perfeito para fazer a música para adorar a Deus, já que esta foi criada com este objetivo, como mencionamos, agora assim o faz para atrair a adoração para ele mesmo. As pessoas, por desconhecerem o assunto, e a astúcia do diabo, caem nas armadilhas das mensagens subliminares contidas nas tantas músicas usadas para seduzir, para perverter, para levar ao suicídio uma grande multidão. É estarrecedor o que acontece neste sentido. Enquanto estamos colocando a pesquisa abaixo, feita por estudiosos na questão, por pessoas escolhidas por Deus para trabalhar nesta área, tanto no campo teológico ou espiritual, como também no mundo secular, da mesma maneira, psicólogos, terapeutas, pesquisadores, nos trazem informações valiosas e imperdíveis, enquanto isso, já aconteceram muito mais coisas que não deu tempo de registrar. O poder da música é imensurável e é amplamente usada tanto do lado das trevas como do lado da luz, cabe ao homem então, já que é feito à semelhança de Deus, pesquisar, analisar, e reter o que serve para edificar.32 Sabendo então o perigo que corre, ao ser informado sobre a matéria, prontamente, deverá então tomar a atitude de não correr riscos, fugindo de se expor ao que já sabe que é perverso e fatal, e também ao que não conhece. Escutar uma música hoje em dia, sem uma reflexão, sem uma pesquisa no trabalho das muitas pessoas encarregadas da pesquisa deste assunto, é perigosíssimo. O grande pensador Kant, nos alerta para que não compremos nada 31 Indicamos o texto Operário em Construção, incluído no texto “A justa operação de cada parte”. 32 I aos Tess 5:21. 18
  • 19. “pronto”, sem antes refletir, mesmo que a opinião seja de um especialista no assunto. Quantos especialistas erraram! A terra sempre foi redonda, como fala a Bíblia, mas muitos cientistas que não a tinham lido, afirmaram que esta era quadrada, e muitos “baciadas”, por muito tempo, compraram esta idéia, até que um que pensou, descobriu o grande engano e aí foi denunciar, pagando então um alto preço por contestar o que já está estabelecido na tradição, no costume. “22 E ele o que está assentado sobre o círculo da terra, cujos moradores são para ele como gafanhotos; é ele o que estende os céus como cortina, e o desenrola como tenda para nela habitar”. 33 Vamos então nos expor à leitura para ficar alerta e pedir sempre a Deus o discernimento para filtrar o que nos vem trazer a luz neste caso. Comecemos com uma parceria falando da origem da música, ou seja, a música na Bíblia. Para o que já é músico, seja este texto uma edificação e um aprofundamento, e para o que não é envolvido com música (hoje realmente diminuiu consideravelmente o interesse) seja um despertar. 3.a Música na Bíblia34 33 Isaías 40:22. 34 Liliane Doukhan; Professora de Música, Universidade Andrews. 19
  • 20. A Bíblia não nos fornece um tratado ou um capítulo sobre música. De maneira que, para conseguirmos ter um vislumbre do ponto de vista bíblico sobre a música, precisamos recolher as informações ao longo do percurso, conforme nos deparamos com os vários eventos e acontecimentos na vida de Israel. A música na Bíblia sempre acompanha um evento. Ela não é vista como uma ocupação a ser perseguida por si mesma – a arte pela arte em si – simplesmente para o deleite pessoal, mas ela é sempre funcional. Como a música sempre é a expressão de uma cultura, descobrimos que o desenvolvimento da música na Bíblia refletirá os vários estágios de desenvolvimento do povo de Israel. 3.a.1 Música para o Homem A música desempenhava uma parte importante na vida dos israelitas e os acompanhava em muitas ocasiões. Já no princípio,35 descobrimos que o pai dos instrumentos musicais era Jubal, filho de Lameque,36 sete gerações depois de Adão. Ele inventou a lira (kinnor), e a flauta (ugav). Já o nome Jubal (yuval = chifre de carneiro) traz em si uma referência ao mais destacado dos instrumentos em Israel, a saber, o shofar (chifre de carneiro). Jubal tinha um irmão, Tubal-Cain, o qual é conhecido por nós como aquele que fabricava ferramentas de bronze e de ferro. Tem sido assumido, de forma geral, que ele provavelmente deve ter tentado construir os primeiros instrumentos de metal, tais como a trombeta. Conforme continuamos na leitura, o 35 Gênesis 4:21. 36 Ver Flávio Josefo, Antiquities 1.2.2. 20
  • 21. livro de Gênesis,37 relata a história da fuga de Jacó de Labão, e nos apresenta um instrumento adicional, o tamborim (tof). Ao mesmo tempo, o primeiro conjunto para execução de música na sociedade nos é apresentado: era costume enviar pessoas no caminho, celebrando com a execução de música e com júbilos. Os instrumentos encontrados até aqui (com exceção da trombeta) eram típicos de um contexto nômade. Eles eram pequenos e portáteis, e fabricados com materiais encontrados facilmente no contexto geográfico e econômico do nomadismo: juncos, peles de animais, madeira, cascos de tartaruga, etc. Eram tocados ou como instrumentos solo ou usados para acompanhar o canto. Durante o período patriarcal, os instrumentos musicais também eram formas importantes de comunicação. Exclamações ou aclamações eram usadas para celebrar, por exemplo, a descoberta de um poço,38 ou para marcar um pacto com uma tribo, ou um chefe, ou uma causa.39 Mais tarde, na história de Israel, durante a sua peregrinação pelo deserto, sinais dados pelas longas trombetas de prata (hatsotserah), feitas com o precioso metal trazido do Egito40 e construídas de acordo com as instruções de Deus,41 comunicavam as várias atividades do acampamento, tais como reuniões, montagem do acampamento, assembléias, guerra, bem como festas e celebrações.42 Como uma lei perpétua, era permitido apenas os sacerdotes tocarem as trombetas.43 De forma semelhante, o uso do chifre de carneiro também era limitado a papéis específicos, tais como a sinalização da guerra e dos eventos de culto. O shofar ocupa um lugar de destaque entre os instrumentos de Israel. Cercado de simbolismo religioso e espiritual, a história de seu uso é traçada pela tradição até o sacrifício de Isaque. A primeira referência feita pelas Escrituras44 conecta o shofar com o evento da promulgação da Lei sobre o Monte Sinai. Os 37 Capítulo 31:27. 38 Números 21:17,18. 39 Êxodo 17:15; Juízes 7:18. 40 Êxodo 12:35,36. 41 Números 10:2. 42 Números 10:3/10. 43 Números 10:8 44 Êxodo 19:19. 21
  • 22. dois tipos de trombetas (o shofar e as hatsotserah) tornar-se-iam para os profetas, assim como para a igreja do Novo Testamento, como símbolos do Dia do Senhor45 e freqüentemente eram associadas com a voz do próprio Senhor.46 Além dos sinais e aclamações, a Bíblia também menciona cânticos de triunfo47 ou de vingança e lamentação,48 para acompanhar e guerra e a vitória. O livro de Números49 faz inclusive referência a uma coleções de cânticos épicos, o “Livro das Guerras do Senhor”, que relata as vitórias do Senhor sobre os inimigos de Israel. A recepção aos heróis era celebrada com cânticos, tocando tamborins e danças. Repetidamente encontramos cenas na Bíblia onde um grupo de mulheres ou moças celebra a vitória ou os vitoriosos desta forma: Miriam e as mulheres israelitas depois de cruzarem o Mar Vermelho50 ; a filha de Jefté recebendo seu pai depois de sua vitória sobre os filisteus,51 as jovens celebrando a vitória de Davi sobre Golias, etc.52 A execução de música na Bíblia também está associada com cura e inspiração. Davi tocou harpa diante de Saul para acalmar seu espírito agitado53 e o profeta Elias pediu para que tocassem diante dele para que recebesse inspiração.54 Durante o período do nevi’im (o décimo século A.C.), vemos grupos de profetas vagueando pelo país tocando instrumentos, cantando, dançando e profetizando.55 Como em todas as culturas antigas, a música também desempenhava um papel importante no trabalho diário. Muitas passagens mencionam como a execução musical acompanhava o trabalho dos que faziam a colheita.56 Música instrumental e cânticos também eram uma parte 45 Isaías 58:1; Jeremias 4:5; Ezequiel 33:3-4; Oséias 5:8; Joel 2:1; Amós 2:2; Zacarias 9:14. Veja também Apocalipse 8 e 9; I Crônicas 15:52. 46 I Tessalonicenses 4:16; Apocalipse 1:10. 47 Êxodo 15:21. 48 Gênesis 4:23,24. 49 Cap. 21:14. 50 Êxodo 15. 51 Juízes 11:34. 52 I a Samuel 18:6. 53 I a Samuel 16:23. 54 II Reis 3:15. 55 I a Samuel 10:5. 56 Isaías 16:10, etc. 22
  • 23. integral das festividades freqüentemente denunciadas pelos profetas.57 A música foi dada pelo próprio Deus para preencher um propósito educacional. Em Deuteronômio,58 o Senhor deu a Moisés a ordem para escrever um cântico e ensiná-lo aos filhos de Israel, com o propósito explícito de fazer com que Israel se lembrasse através daquele cântico aquilo que Deus havia feito por eles. Esta é uma ilustração muito boa do uso do cântico para o propósito de memorização e lembrança, uma prática ainda em uso hoje nas escolas e sinagogas judaicas. Ela ilustra uma conscientização do poder da música para intensificar e aprofundar uma experiência no coração. Este evento também indica que, na mente do autor bíblico, o próprio Deus é a origem da música e do uso da música. Mas também delega a tarefa de transmitir este dom a indivíduos que sejam capazes de fazer bom uso dele. Deus instrui a Moisés para que escrevesse o cântico. E assim, até hoje, Moisés é considerado como o patrono dos flautistas na tradição muçulmana, uma indicação de quanto ele deve ser reconhecido por suas habilidades musicais. Ocorre que a educação que ele havia recebido na corte faraônica incluía a instrução em assuntos de culto, o que lhe deu as habilidades necessárias em técnicas de composição e nos vários gêneros musicais. 3.a.2 O Som da Música Devemos nos perguntar como esta música deve ter soado e se temos quaisquer pistas sobre como ela foi composta, executada e transmitida. Existem, efetivamente, indicadores de que a escala utilizada pelos antigos israelitas era a nossa escala diatônica moderna, constituída de sete tons (o heptacorde), em vez da escala pentatônica, dominante hoje no Oriente Médio. A evidência disto veio à luz na forma de tabletes ugaríticos que contém tratados, os quais explicam a forma como as harpas eram afinadas naqueles tempo.59 Isto é corroborado pela menção, em alguns dos sobrescritos dos Salmos, de “tocar em oitavas” (al-hasseminit)).60 A forma como a 57 Isaías 5:12; Amós 5:23; 6:5. 58 Cap. 31:19/22. 59 Ver Anne Draffkorn Kilmer “The Cult Song with Music from Ancient Ugarit: Another Interpretation,” Reallexikon der Assyriologie 68 (1974): 69-82. 60 Salmos 6:1; ver I Crônicas 15:21. 23
  • 24. música soava provavelmente não teria sido estranha aos nossos ouvidos. O processo de composição em tempos bíblicos era semelhante ao que encontramos ainda hoje no Oriente Médio ou nas regiões orientais, ou seja, baseado nos princípios de cantonização e improvisação. Essas técnicas consistem em um repertório estabelecido de fórmulas melódicas curtas como os maqquam árabes ou as ragas indianas, as quais são, então, combinadas, através da improvisação e de acordo com regras artísticas estritas e complexas, formando uma composição musical. Encontramos um indicador deste procedimento em vários cânticos nas escrituras que aparentam claramente estarem juntos, como se fossem um mosaico, a partir de várias passagens, como por exemplo nas orações de dedicação enquanto a arca era colocada dentro da tenda em Jerusalém.61 Esta oração é composta dos Salmos 105 (versos 1-15), 96 (versos 2-13), e 106 (versos 1, 47 e 48). Esta forma de composição representa uma arte muito elevada, que exige anos de aprendizado e treinamento. A música era então transmitida aos cantores e instrumentistas por meio de uma técnica chamada de quironomia, a qual consiste em usar sinais de mão para indicar principalmente o contorno da melodia.62 Tal técnica era muito proeminente em todo o Oriente Médio Antigo e também esteve em uso no mundo Ocidental até a Idade Média, especialmente no contexto do cantochão. Durante o décimo século de nossa era, mais ou menos ao mesmo tempo em que a notação Ocidental estava começando a aparecer, este método de transmissão oral foi progressivamente substituída por sinais de acentuação acrescentados sobre o texto hebraico pelos Massoretas. Um pequeno número de acentos, porém, pode ser traçado ao passado, até o tempo de Esdras. Uma indicação escriturística desta técnica pode ser encontrada na expressão al yad David,63 que significa literalmente “na mão de Davi” e é geralmente traduzida como “sob a supervisão do rei”. O texto bíblico nos apresenta vários gêneros de música e de produção musical. Nos primeiros estágios da história de Israel, encontramos muitas aclamações coletivas, onde grupos de pessoas expressavam 61 I a Crônicas 16:8/36. 62 Ver b. Talmud Ber. 62a. 63 I a Crônicas 25:6. 24
  • 25. seu comprometimento exclamando expressões curtas, tais como “Pelo Senhor e por Gideão”.64 Mais tarde na história de Israel, conforme foi emergindo um legado escrito de literatura e cânticos, o canto foi feito de diversas formas, ditado principalmente pela forma poética dos textos. O parelelismo literário proeminente nos Salmos sugere uma execução antifonal, onde dois grupos de cantores respondem um ao outro de maneira alternada. Esta era uma prática de execução característica do Oriente Médio Antigo, uma vez que encontramos o mesmo gênero mencionado no cântico ao redor do bezerro de ouro, seguindo o costume egípcio.65 O canto responsivo também é atestado pelos Salmos. Aqui um dirigente canta a parte principal do cântico, e grupos de pessoas respondem com respostas curtas, tais como Aleluia, Amém,66 ou como no Salmo 136, com um refrão completo: “O seu amor dura para sempre”.67 O cântico era acompanhado, na maior parte do tempo, pelo som de instrumentos, particularmente harpas e liras, que são caracterizados pelo seu som velado e intimista. Em ocasiões mais informais, tais como procissões, o momento seria enriquecido pelo acréscimo de tamborins e danças. Os exemplos de produção musical que encontramos até aqui demonstram as diferentes maneiras do uso da música para o deleite de homens e mulheres. Mas as Escrituras indicam que a música deveria desempenhar um papel ainda mais importante na vida dos Israelitas. Conforme olhamos o relato bíblico sobre a música, notamos que os eventos musicais mais rebuscados e elaborados eram realizados para a honra de Deus. O foco essencial da produção musical centraliza-se em Deus: ela se torna música de adoração. 3.a.3 Música para Deus 64 Juízes 7:20. 65 Êxodo 32:18. 66 Salmos 146/ 150. 67 Veja também os Salmos 42:5, 11; 43:5; compare com 46:7, 11; 57:5, 11; 67:3, 5; 107:8, 15, 21, 31. 25
  • 26. Conforme Israel transformou-se em uma nação sedentária, as instituições começaram a se desenvolver, sendo que a mais importante entre elas foi o estabelecimento de um santuário permanente. Por volta da mesma época, um conjunto de material poético e de música litúrgica estava sendo agrupado, uma atividade que iria, eventualmente, resultar em uma consumada academia de música. A criação deste conjunto de literatura litúrgica já havia se iniciado antes da construção do templo, e existia parcialmente na época em que a arca foi trazida para Jerusalém.68 Evidencias textuais apontam para o fato de que estes cânticos eram produto das escolas dos profetas. Em I Crônicas69 aprendemos que os três músicos dirigentes, Asafe, Hemã e Jedutum (Etã) foram escolhidos por Davi para o serviço de música. Quando os encontramos novamente, e seus cânticos, por ocasião da dedicação do Templo de Salomão,70 suas tarefas são apresentadas em termos de “ministério de profetizar ao som de harpas, liras e címbalos”.71 Ao dizer isto, o texto faz uma referência direta às escolas dos profetas, que foi iniciada por Samuel. De fato, lemos em Samuel72 que era costumeiro para esses estudantes ajuntar-se em “um grupo de profetas que virão descendo do altar do monte tocando liras, tamborins, flautas (halil) e harpas; e eles estarão profetizando.” Assim, I Crônicas 25 cria uma ponte entre as atividades musicais e litúrgicas que eram parte das escolas dos profetas, e o serviço musical no templo. Parece, então, que os grandes músicos do templo, Davi, Asafe, Hemã e Etã, tinham sido treinados na arte da poesia e música durante seus estudos nas escolas dos profetas. E, com efeito, são os seus nomes que encontramos nos títulos dos salmos como sendo os principais autores dos Salmos. A música no templo não era deixada a acontecer ao acaso. A solenidade do lugar e da ocasião é refletida no cuidado e atenção que era dada à organização da música no templo de Jerusalém. Várias passagens em I Crônicas realmente descrevem um quadro impressionante desta organização. Quatro mil 68 I a Crônicas 15. 69 Cap. 15:17, 19 e 16:4-6, 41, 42. 70 II Crônicas 5:12,13. 71 I Crônicas 25:1. 72 I a Samuel 10:5. 26
  • 27. pessoas faziam parte desta academia (23:5), 288 dos quais eram profissionais (25:7) revezando-se no serviço do templo. Este texto nos fala sobre “eles e seus parentes, todos capazes e preparados para o ministério do louvor do Senhor”. Os músicos eram agrupados em várias categorias, de acordo com as suas especialidades: Asafe foi nomeado chefe dos músicos (16:5); Hemã era o responsável pelos que tocavam trombetas (16:42); Quenanias era o supervisor dos cantores” (15:22). Todos os três líderes usavam os címbalos para assinalar várias atividades ou mudanças de atividade, e estavam “sob a supervisão do rei” Davi (25:6), o qual havia se distinguido como compositor, autor, executante e construtor de instrumentos. De acordo com o Talmud, o treinamento acontecia até que os músicos alcançavam a idade de 25 ou 30 anos; então eles eram ativos profissionalmente até a idade de 50 anos. Outras tarefas incluíam a construção e manutenção de instrumentos. Salas específicas no templo acomodavam os instrumentos e as vestimentas,73 e também serviam para alojar os músicos levitas que “dia e noite se dedicavam à sua própria tarefa” (9:33). Suas tarefas consistiam em “ministrarem regularmente”, primeiro junto à arca, depois no altar, “de acordo com as prescrições para cada dia” (16:37). O propósito principal dos músicos do templo, então, era cantar Salmos para acompanhar os sacrifícios diários, e produzir música para outros dias e festividades especiais. Conforme meditamos sobre isso, a idéia de acompanhar o ato de sacrifício com música pode nos parecer bastante incomum e sem sentido. O sacrifício em si mesmo é um ato de violência e morte, tornando-se uma experiência visual e emocionalmente difícil. E mesmo assim, Deus não hesita em acrescentar um elemento de beleza e emoção, que transforma a transcende a experiência originalmente dolorosa. Conforme o sacrifício é executado e os levitas cantam sobre o amor, a misericórdia e a fidelidade de Deus, a música intensifica a experiência e leva a um aprofundamento da sua compreensão nos corações dos israelitas. Uma situação semelhante pode ser observada quando Deus decide ensinar a lei a Israel através 73 Ver b. Talmud Middoth, ch. 11, Mishnah 6. 27
  • 28. de cânticos e música instrumental.74 Enquanto que para nós a lei nos parece ser uma coisa seca e técnica, Deus, em Sua sabedoria e amor, a envolveu na beleza dos cânticos e forneceu a Israel uma forma eficiente para amá-la e recordá-la.75 É como se o caráter “objetivo” dos sacrifícios e da lei precisassem ser combinados com o caráter afetivo e subjetivo da experiência humana de forma a criar um experiência holística. Os próprios Salmos são uma boa ilustração desta combinação: embora falem de criação, história, leis, profecia, juízo, etc., fazem isto em termos subjetivos de poesia e emoções. Este elemento de beleza também estava presente nos eventos ao ar livre. Quando a arca foi trazida para Jerusalém, veio com uma grande procissão, que incluía cantores, seguidos de instrumentistas tocando suas harpas e liras, trombeteiros, e acompanhados pelo som de címbalos e de chifres de carneiro.76 Vestidos em linho fino, eles cantavam cânticos de júbilo ao som de instrumentos musicais77 e eram acompanhados por brados e aclamações do povo. Mais tarde, na dedicação do templo de Salomão, a celebração incluiu novamente dezenas de músicos: “E todos os levitas que eram músicos ... tocando címbalos, harpas e liras, e os acompanhavam cento e vinte sacerdotes tocando cornetas. Os que tocavam cornetas e os cantores, em uníssono, louvaram e agradeceram ao Senhor”.78 Eles cantaram o Salmo 136, “Ele é bom; o seu amor dura para sempre”. As festividades deveriam durar por duas semanas inteiras. Uma celebração semelhante, tão espetacular quanto as anteriores, aconteceria novamente mais tarde, no retorno do exílio, para “celebrarem alegremente” a dedicação do muro recém-construído de Jerusalém.79 Dois grandes coros deveriam avançar por cima do muro, em direções opostas. O primeiro coro foi liderado por Esdras, seguido pelos líderes de Judá; então vieram os sacerdotes com trombetas e 74 Deuteronômio 31:19-32:47. 75 ... de acordo com Salmos 19:7-10. 76 Eventos ao ar livre também incluíam o tamborim (I Crônicas 13:8), o qual nunca é encontrado dentro do templo. 77 I Crônicas 15:16,28. 78 II Crônicas 5:12-13; 7:2-6. 79 Neemias 12:27. 28
  • 29. os músicos instrumentais. O segundo coro era seguido por Neemias e metade do povo. Quando os dois coros se encontraram na Porta da Guarda, juntaram as suas vozes em ações de graças ao Senhor.80 O mero fato de como a música sacra foi organizada no antigo Israel já nos mostra um quadro impressionante. Torna-se claro, a partir dessas ilustrações, que a música desempenhava um papel predominante nessas grandes celebrações nacionais e não era considerada meramente um acessório à adoração. Mas quando movemos a nossa atenção para a motivação dos executantes e a filosofia que jazia por trás de sua produção musical, encontramo-nos no cerne da música bíblica. O propósito destas esplêndidas manifestações não era demonstrar um quadro mundano de riqueza e poder. Ao contrário, elas nasciam do desejo de honrar e reconhecer a grandeza e a supremacia de Deus. Conforme olhamos mais de perto os motivos que acompanhavam a preparação e execução dos serviços do templo, encontramos razões significativas para o propósito da produção musical na Bíblia. A idéia mais importante e central é que a música é uma atividade centralizada em Deus. Isto se torna claro não apenas quando verificamos expressões específicas dos Salmos, as quais são o núcleo da literatura litúrgica, mas também pelas próprias práticas de execução no templo. Vez após vez os Salmos acentuam o fato de que a música não é executada para o deleite e entretenimento do músico ou da platéia, mas sim como uma homenagem dirigida a Deus. A razão de ser do músico na Bíblia é falar acerca de Deus e fazer música dirigida a Deus: “Senhor, quero dar-te graças de todo o coração e falar de todas as tuas maravilhas. Em ti quero alegrar-me e exultar, e cantar louvores ao teu nome, ó Altíssimo”.81 A produção musical aqui é teocêntrica, doxológica, inteiramente focalizada em Deus. O mesmo princípio pode ser verificado no livro do Apocalipse, onde as criaturas fazem um círculo ao redor do trono de Deus para adorá-Lo e cantar para Ele: “Então olhei e ouvi a voz de muitos anjos, milhares de milhares e milhões de milhões. 80 Neemias 12:27/40. 81 Salmos 9:1-2; 27:6; 30:4; 81:1; 98:1; 105:1-3; etc. 29
  • 30. Eles rodeavam o trono, bem como os seres viventes e os anciãos, e cantavam em alta voz: ‘Digno é o Cordeiro....”.82 O foco em Deus como o Receptor da música era expresso pelos músicos do templo até mesmo na forma como os músicos se dispunham. A Bíblia e o Talmude nos dão uma descrição detalhada somo como os músicos faziam enquanto ministravam junto ao altar. Enquanto que hoje os músicos cantam olhando a congregação, em um gesto como se estivessem tocando e cantando para eles, na época do templo os músicos não ficavam voltados para a congregação, estavam de frente uns para os outros, de ambos os lados do altar: os levitas com as harpas e liras ficavam do lado oriental do altar83 e os sacerdotes com as suas trombetas ficavam do outro lado do altar. Enquanto os sacrifícios eram feitos, eles tocavam a sua música em direção à oferta, dando assim glória e honra exclusivamente a Deus.84 Mas o músico bíblico não está satisfeito em apenas dirigir a sua música a Deus. Ele também quer ter certeza de que a sua música agrada a Deus: “Que as palavras da minha boca e a meditação do meu coração sejam agradáveis a ti, Senhor, minha Rocha e meu Resgatador!”.85 O que vemos acontecendo aqui não é uma preocupação para deleitar ou entreter a platéia ou a si próprio, mas sim um esforço intencional para produzir uma música que seja digna d’Aquele a quem ela é dirigida. Esta preocupação pode ser verificada em vários atributos que caracterizam a produção musical na Bíblia. A escolha dos músicos do templo, os levitas, já indica a importância da função. Foi porque os levitas se distinguiram pela sua fidelidade no episódio da adoração 82 Apocalipse 5:11-12; 7:9-10; etc. 83 II Crônicas 5:12. 84 Também havia, contudo, momentos em que os músicos ficavam de frente para a congregação, por exemplo, por ocasião da festa dos tabernáculos, a qual era realizada no templo, no pátio das mulheres e consistia em grande regozijo pelo povo em geral. Nesta ocasião, os cantores levitas ficavam em pé no topo da grande escadaria que levava ao pátio das mulheres e desciam, um degrau a cada vez que cantavam um dos 15 “cânticos dos degraus” (Salmos 120-134); conf. Mishna Sukâ 5:4. 85 Salmos 19:14; ver também Salmos 104:33-34 e, no Novo Testamento, Romanos 12:1. 30
  • 31. ao bezerro de ouro no monte Sinai, que eles foram separados para os vários serviços no templo, incluindo a música.86 Fazer música para o Senhor exigia habilidade;87 os líderes dos diferentes conjuntos musicais do templo eram escolhidos com base em seu conhecimento da arte: “Quenanias, o chefe dos levitas, ficou encarregado dos cânticos; essa era sua responsabilidade, pois ele tinha competência para isso”.88 Quando voltamos ao tempo da construção do tabernáculo, notamos que esta qualificação era um pré-requisito para qualquer artesão do tabernáculo. Não apenas eles eram cheios do Espírito de Deus, mas também eram cheios de “... destreza, habilidade e plena capacidade artística”.89 É interessante notar que esta passagem,90 que fala sobre Bezalel e Aoliabe, os principais artesãos do tabernáculo, usa a palavra habilidade (ou capacidade) cinco vezes, como que para destacar quem quando tratamos com assuntos relativos à casa de Deus, além do Espírito também há necessidade de habilidade e conhecimento. De forma semelhante, os líderes dos músicos no templo tinham a responsabilidade de ensinar a outros a arte da música. Fazendo assim, demonstravam a sua preocupação pela qualidade e pelas coisas bem feitas. Apenas o talento não era suficiente; ele precisava ser desenvolvido, refinado e levado à maturidade artística. O livro de Crônicas.91 fala sobre líderes que estavam sob a “supervisão” (al yad) de Davi, “todos capazes e preparados para o ministério do louvor do Senhor”. Música para o Senhor, de forma a agradar ao Senhor, tinha que ser preparada e executada de tal forma que fosse “digna” d’Ele. Parece que a Bíblia não nos apresenta uma lista de músicas que seriam “boas” ou “más”. Também podemos ver os mesmos instrumentos (por exemplo, harpas e liras) sendo usados para 86 Êxodo 32:29. 87 Salmo 33:3. 88 I Crônicas 15:22. 89 Êxodo 35:31. 90 Êxodo 35:31-36:2. 91 I Crônicas 25:6,7. 31
  • 32. propósitos sacros, bem como para ocasiões que foram reprovadas pelos profetas.92 De fato, o texto trata, predominantemente, com questões de direção e propósito da produção musical, associando-a com o belo, e nos dando claras instruções sobre como usá-la. Uma vez que este ponto esteja estabelecido - e nós compreendemos o modelo bíblico de música como sendo executada para Deus e agradável a Deus - a questão de “bom” ou “mau” torna-se ultrapassada. O por que encarrega-se do o que e do como. O mesmo acontecerá no nível de nossa busca com relação a estilos. Existe alguma evidência de que haja um estilo em particular usado para a música do templo, que não tenha sido tocado pelas culturas adjacentes? Havia somente um único estilo de música que era apresentada como apropriada para o serviço do templo? Conforme observamos as práticas musicais no templo e as comparamos com as práticas contemporâneas nas culturas adjacentes, encontramos muitos paralelos e padrões semelhantes. Notamos anteriormente a falta de tamborins no templo judaico, mas, ao contrário, a predominância de liras e harpas. Esses dois instrumentos, contudo, também estavam presentes nos templos pagãos do mesmo período, enquanto que os tamborins também estavam ausentes nestes locais de adoração pagã. Isto parece indicar que haviam padrões geralmente aceitos para a instrumentação litúrgica para toda uma região e/ou período de tempo. Outro paralelo entre as práticas litúrgicas pode ser encontrado no uso dos címbalos para sinalizar os eventos musicais, tanto pelos músicos do templo judaico93 quanto pelos músicos dos cultos cananitas. Este caso, de fato, ilustra um princípio chave na Bíblia, o qual não devemos perder de vista. De forma a evitar o perigo de sincretismo, os conceitos ou símbolos existentes 92 Destacamos que, nas ocasiões em que o uso destes instrumentos foi reprovado pelos profetas, estes são sempre citados em combinação com tamborins e/ou flautas, instrumentos que não eram utilizados no templo (ver Isaías 5:12; Isaías 24:8) ou isoladamente, simbolizado a música em geral (Isaías 14:11; Ezequiel 26:13; Amós 5:23; 6:5). Também são citados em combinação com tamborins e flautas na música pagã da corte babilônica (Daniel 3:5, 7, 10, 15). 93 Os címbalos eram considerados instrumentos cerimoniais de culto e apenas os levitas do homens podiam usá-los (I Crônicas 16:5; 15:19, 28; 16:42; II Crônicas 5:12, 13; 29:25; Esdras 3:10). Comparar com Joachim Braum, Music in Ancient Israel/Palestine: Archaeological, Written, and Comparative Sources, tradução de Douglas W. Stott (Grand Rapids: Eardmans, 2002), p. 20. 32
  • 33. freqüentemente passavam por uma transformação e reinterpretação de significado. Em nosso caso, é notável que o termo tseltselim, utilizado para designar os címbalos nos textos mais antigos,94 estava tradicionalmente associado com o culto pagão e orgiástico dos cananitas. Em textos posteriores95 esses címbalos são designados por uma palavra diferente, metsiltsyim,96 provavelmente para evitar qualquer conotação com as práticas pagãs.97 O que aprendemos disso, então, é a preocupação do autor bíblico em manter a situação litúrgica livre de qualquer ambigüidade. Embora notemos o uso de instrumentos e práticas musicais semelhantes tanto na adoração pagã quanto na adoração israelita, cuidados são tomados para alterar o significado e o simbolismo de um dado instrumento ou prática quando o contexto se altera e quando existe o perigo de sincretismo ou ambigüidade de significado. Embora Israel utilize os padrões culturais das nações circundantes, ele pode reinterpretar o significado de certos elementos destes padrões, apoiado na preocupação com uma produção musical apropriada. A música na Bíblia não é um fenômeno estático. Observamos mudanças que ocorreram através do tempo. Por exemplo, os instrumentos do primeiro templo são listados como sendo liras, harpas címbalos e trombetas. Documentos descrevendo o serviço do segundo templo, contudo, também mencionam a flauta e o tamborim entre seus instrumentos.98 De maneira semelhante, quando vamos ao Novo Testamento e observamos as práticas musicais da igreja apostólica, notamos que além dos gêneros “antigos” de música, os Salmos e Cânticos, um “novo” gênero é introduzido, a 94 II Samuel 6:5. 95 I Crônicas 13:8. 96 Vemos aqui indícios de que não se trata apenas de alteração da nomenclatura do instrumento, mas sim de uma transformação do próprio instrumento, realizada pelos construtores judaicos de instrumentos, ou pelo próprio Davi (I Crônicas 23:5; II Crônicas 7:6), especialmente para o uso no templo. Assim, o novo nome indicaria, na verdade, um novo instrumento, com novas características, apropriadas para o serviço do templo. 97 Ver Braum, p. 107. 98 Embora reconhecendo a autoridade e seriedade da autora, ressaltamos a falta de apoio escriturístico ou bibliográfico para esta afirmação. Por outro lado, destacamos os textos de II Crônicas 29:25, para demonstrar que na reconsagração do templo pelo rei Ezequias os instrumentos utilizados foram os mesmos empregados na inauguração por Salomão, e Neemias 12:36, para comprovar que no segundo templo, inaugurado por Neemias, os mesmos instrumentos continuaram sendo utilizados, sem qualquer acréscimo. 33
  • 34. saber, o hino99 .100 O que observamos aqui é um fenômeno muito normal que pode ser verificado vez após vez na história da música sacra: uma nova experiência necessita de uma nova expressão.101 Neste caso, a nova experiência veio através da pessoa e do ministério de Cristo. De fato, em sua mensagem ao imperador Trajano (cerca de 111 da Era Cristã), o historiador Plínio, o Jovem, associa diretamente o cântico de hinos com Cristo: “Eles comumente se encontram antes do nascer do sol em um dia especificado para cantarem alternadamente cânticos a Cristo como a um Deus”.102 /103 O “som da música sacra” na Bíblia vem definitivamente na conotação de ser separado. Isto pode ser visto na escolha dos músicos, na forma como a música era executada, ou na ausência de certos instrumentos no serviço do templo. Todos estes fatos transmitem a idéia de que havia um processo seletivo em operação. Esta idéia também transpira através da maneira como os textos litúrgicos eram apresentados, ou seja, através de cantilenas, em vez de serem simplesmente falados, uma prática comum no mundo antigo. Uma linguagem “especial” era necessária para transcender o comum. A música na Bíblia certamente era percebida como sendo um dom de Deus que deveria ser devolvido a Ele com temor, ou seja, executada com temor e respeito, como uma oferenda agradável a Deus. Não se tratava de arte pela arte em si mesma, mas arte para Deus. Para o músico bíblico, o mais alto objetivo a ser alcançado por sua arte consistia em cantar e tocar ao Senhor como uma oferta de si 99 Ressaltamos que, na verdade, o termo “hino” já era conhecido no Antigo Testamento (Salmos 26:7; 40:3) e na época de Jesus, antes da formação da igreja apostólica (Mateus 26:30; Marcos 14:26). Outras passagens que falam do uso de hinos na igreja apostólica são Atos 16:25 e Colossenses 3:16. 100 Efésios 5:19. 101 Ver, por exemplo, a renovação feita na música por Lutero, João Wesley, William Booth, etc., cada um deles acompanhado por um novo repertório e novos estilos de música. 102 Letters, Book 10, No. 96, citado em David W. Music, Hymnology: A Collection of Source Readings, Studies in Liturgical Musicology, no. 4 (Lanhan: Scarecrow, 1996), p.4. 103 O que nos parece ser novidade ao historiador e objeto de seu relato não são os cânticos em si (já vimos que os judeus sempre usaram cânticos), mas sim o fato de esses cânticos serem dirigidos a Cristo, ou seja, esses cristãos O consideravam como um deus. Isto seria um detalhe importante (e potencialmente perigoso) em um império onde o imperador se julgava um deus. 34
  • 35. mesmo, aceitável a Ele. O Salmo 137, que relata a história de músicos hebreus levados para o exílio, ilustra esta atitude de uma forma muito vívida e ao mesmo tempo resume a visão bíblica da música: “Junto aos rios da Babilônia nós nos sentamos e choramos com saudade de Sião. ... Como poderíamos cantar as canções do Senhor numa terra estrangeira? Que a minha mão direita definhe, ó Jerusalém, se eu me esquecer de ti! Que a língua se me grude ao céu da boca, se eu não me lembrar de ti, e não considerar Jerusalém a minha maior alegria!”.104 Como segundo texto parceiro, colocamos um pequeno resumo da história da música, em um contexto popular, logo depois entraremos no cerne da questão que é a guerra através da música. Estaremos colocando uma pequena partícula do grande problema, com o objetivo de despertar as pessoas para este assunto, deveras vastíssimo. 3.b Historia da musica105 104 Salmo 137:1/6. 105 br.geocities.com/toca_da_musica/historia_da_musica.htm. 35
  • 36. Arte de combinar os sons de modo que dêem à alma e ao espírito, o sentido ideal da beleza, da grandeza, do gozo e da vida. Definida como a rainha das artes, ela é dividida em melódicas, harmônicas, polifônicas, sinfônicas, instrumental. Longínquas são suas origens; presume-se que os homens primitivos, ao nascer do mundo, usassem árvores cavadas e semicavadas que, batidas, emitiam diversos sons que atraíam os animais que eles queriam caçar. Pode-se dar uma ordem, começando pela Grécia, onde a teve caráter ritual, guerreiro e de divertimento e onde o culto por ela alcançou os altos cimos da mais pura êxtase espiritual. Instrumentos característicos foram a harpa, a harpa eólia e a lira, que junto aos romanos era usada prevalentemente em simpósios e reuniões. Toma forma sagrada na Idade Média, onde os cantos gregorianos ou litúrgicos são aperfeiçoados por São Gregório Magno. Floresceram sucessivamente os madrigais, baladas, as caças a polifônica, e na segunda metade do século XVI o melodrama, que teve origem na Itália por obra dos músicos Caccini e Peri e do poeta Renuccini. Com o aperfeiçoamento dos instrumentos, desenvolve-se e brilha a instrumental em 1700 (Bach, Mozart); trios, quartetos, orquestras, são os complexos instrumentais construídos naquela época. Com a romântica nasce o gênero musical de Beethoven, Mendelssohn, Chopin, Wagner, enquanto que em 1800 a Itália explode com as imortais obras de Verdi que moderniza os melodramas ligados às tradições e aos convencionalismos setecentistas. O 1900 marca a época da folclórica, do jazz, que graças a novos instrumentos e a novos músicos, encontra na sociedade contemporânea, seus adeptos e seus apaixonados cultores. 3.c A Antiguidade106 106 paginas.terra.com.br/servicos/preludio/historia.htm. 36
  • 37. Na antigüidade, provavelmente o homem primitivo movimentou as primeiras manifestações musicais, através de tentativas de expressões sonoras, justificando pelos seus anseios aos fenômenos naturais, da necessidade de defesa e do desejo de comunicação. Dançando ou cantando, as tribos primitivas, assumiam um caráter ritual, venerando o desconhecido. Agradecendo-lhe através dos instrumentos de madeiras ou ossos em outros objetos, aos gritos, dos gestos, dos cantos, a fertilidade da caça dos homens, a abundância da caça; celebrando as vitórias na guerra, nas descobertas: para avisar sobre perigos ou espantar os animais. Dessa maneira, a música desempenhou seu papel na guerra, nas festas e cerimônias como uma característica religiosa ou mágica. Este estilo resistiu a séculos, pois a sua rítmica elementar acompanhou o desenvolvimento humano e o avanço da civilização que se reflete em todas as transformações que a humanidade viveu até chegar a ser como é agora. 3.c.1 A Música Grega A música grega era essencialmente cantada, e os instrumentos o seu acompanhamento - tendo ainda a finalidade religiosa, como os demais povos antigos, como um meio de integrar o espírito à alcançar a perfeição. Na música grega, os instrumentos que acompanhavam as vozes, tocavam partes mais agudas e as vozes cantavam as partes mais graves ao contrário do que acontece hoje, tal como, as escalas eram cantadas em movimentos descendentes, do agudo para o grave. Em se tratando da música, Roma quase nada acrescentou daquilo que havia sido desenvolvido na Grécia. A sua contribuição destacou-se pela invenção de alguns instrumentos, como a tíbia (uma espécie de gaita de joles), a tuba (precursora do trombone) e um órgão primitivo. 3.c.2 A Idade Média 37
  • 38. Na Idade Média, onde foi estabelecido o Cristianismo, os valores da religião Cristã vão impregnar todos os aspectos da vida na época. Movidos pôr esse novo modo de ser, principalmente através da música, se exteriorizou a integração religiosa. Nesse período destaca- se a Monadia Cristã - a música era somente vocal e os instrumentos eram considerados sensuais - originando-se mais tarde, o cantochão. Assim, a música acompanha o Cristianismo. Através de profundas modificações políticas - o Ocidente organizava seus Estados Feudais dividindo-os em vilas burguesas, castelos e conventos. A música profana progride, em breve subdividindo-se em popular e aristocrática. Com as inovações da música profana, ao longo dos séculos, o canto gregoriano sofreu novas influências na maneira de cantar, embora prevalecendo o seu caráter monódico. Contudo, a música profana livrou-se da rigidez litúrgica reunindo várias melodias no mesmo canto, seria uma escapada na direção da polifonia - revolucionar o mundo musical e religioso. O mais importante seguidor, criador da primeira missa polifônica foi o Guillaume de Machaut ( 1300-1377 ). 3.c.3 Renascença Nesse período a mentalidade européia logo se transforma, formando novas concepções. Com as grandes conquistas política-econômica- cutural cresce a valorização que o homem é o responsável pelas conquistas e ampliações do mundo, ou seja, um período de transição- teocêntrica e antropocêntrica. A polifonia católica passava das igrejas para os salões da aristocracia. A escrita musical se desenvolve e a música caracteriza-se nesse período como uma diversão a sociedade renascentista. Com essa transformação, a igreja esboçou uma tentativa de revitalizar a música. Eliminar o acompanhamento instrumental, criando composições exclusivamente à voz humana - a capela. Mas, devido o auge da expressão renascentista voltou novamente a participação do acompanhamento instrumental. 38
  • 39. 3.c.4 Barroco O período Barroco reflete-se na transformação da mentalidade européia na renascença. Nesse período ocorreram algumas mudanças referente à música. Os grandes coros polifônicos, foram substituídos por uma voz de um cantor (homofonia) com acompanhamento instrumental um tom mais baixo. Outra mudança, foi o retorno às grandes tragédias gregas cantadas atribuindo ao desenvolvimento da ópera na Itália. Com o progresso do artesanato de instrumentos consolida-se a música instrumental nos salões da nobreza. Formando-se as orquestras de câmara (conjunto de 2 à 9 intérpretes) e o Concerto grosso (diversos instrumentos). O apogeu do Barroco foi conduzido pelo Georg Friedrich Haendel e Johann Sebastian Bach criavam peças em quase todos os gêneros musicais (vocal e instrumental). Bach, revolucionou o sistema musical, com intervalos sonoros desiguais, anunciando grande número de obras como o CRAVO BEM TEMPERADO. Haendel escreveu 46 óperas, 32 oratórios, destacam-se MESSIAS (1742) e ISRAEL NO EGITO (1736-37). 3.c.5 Classicismo 39
  • 40. Destaca-se por uma nova estética - a criação da arte abstrata- exprimido por sentimentos e fantasias de maneira impassível e essa abstração obtiveram desenvolvendo a sonata clássica e a sinfonia. Os três maiores representantes do período da música clássica são Haydn, Mozart e Beethoven. 3.c.6 Romantismo Com a Revolução Francesa, uma nova expressão cultural se expandiu pela Europa - as idéias liberais. Uma das características nesse período é a eliminação da arte de salão feita para elite aristocrática, era a hora da música falar mais ao povo. Os compositores tinham como característica a liberdade de criar, de exprimir seus sentimentos interiores, descrever a placidez da vida tranqüila, melancolias, seus sonhos, subjetivar seus objetivos, suas paixões e idéias revolucionárias - o Romantismo. Foi assim até meados do século XIX. Acontece então, o encontro importante para a elevação do Romantismo - o Nacionalismo. Que empolgou os povos Europeus com seus cantos e danças populares, ou seja, com exotismo e a riqueza das raízes folclóricas, evocando suas tradições, costumes de seus países. Nos fins do século XIX, o Romantismo aos poucos entra em decadência. O povo Europeu começa sentir a necessidade de mudança o movimento já se desgastara, perdia seu vigor inicial. Portanto, também para os compositores era a hora de criar algo novo dentro do sistema Tonal - os acordes da harmonia lhe pareciam gastos demais. Entre tantas buscas de soluções, aparece o compositor Claude Debussy, resolvendo o problema explorando o encadeamento de acorde, de forma a evitar a repetição, surgindo várias tonalidades. Já não idealizando os sentimentos humanos (do Romantismo) evocando agora apenas as sensações transmitidas pela luz, pelas cores, pelos perfumes, pela natureza, captando o valor expressivo que o homem tem do mundo que o cerca. 3.c.7 O Modernismo 40
  • 41. Através das catástrofes sociais que a II GUERRA MUNDIAL provocara, novas atitudes diante do mundo acontecia, e claro, influenciando o ambiente da música. Com a musicalidade de Bela Bartoh (1887- 1945) da Hungria (que era agressivamente nacionalista); no Brasii Heitor Villa -Lobos (1887- 1959), buscando no folclore a inspiração para suas obras e Ernesto Nazareth (1863 - 1934) explorando os elementos indígenas africanos e europeus em suas obras. Duas novas tendências aparece a música eletrônica e a música concreta. Esta se baseia de "sons concretos”, como o barulho do avião, o tilintar do vidro, o canto das aves, que são tratados em apareIhos eletrônicos (acelerando-os, repetindo-os, as mais diversas deformações). Assim, com decorrência da música concreta aparece a música eletrônica, que emprega sons tratados em laboratórios. Com essas novas tendências, surge desse modo um elemento que ninguém havia sonhado antes, o fantástico efeito sonoro. E aparece a música Aleatória, que é a organização de vários instrumentos tocando em velocidades diferentes ou determinam uma ordem de desenvolvimento diverso para várias seqüências de realização musical. As modernas manifestações da música apresentam-se como elementos mais controvertidos da história musical. 3.c.8 A música no Brasil A influência indígena na música do Brasil, tem como significado profundo, o caráter sagrado. Que através dos jesuítas catequizando os índios deram através da música um sentido religioso (através dos ensinamentos dos jesuítas e suas danças rituais). Há também com a chegada dos negros africanos trazidos como escravos, a influência na música no Brasil. Vivendo em contato íntimo com a família brasileira, exercem influências através de elementos folclóricos trazidos do país de origem (a maior parte eram instrumentos de percussão); através de suas músicas ritmicamente sincopadas; as danças sensuais ou violentas. 41
  • 42. 3.c.8.a A música popular brasileira107 Um dos mais antigos documentos que se referem à música popular brasileira, marca-se 1750. Nos dois principais centros urbanos do Brasil da época, Salvador e Rio de Janeiro, apareceu esse gênero musical: a “modinha” - uma canção de gênero amoroso ou sentimental. Na década de 30 a música popular brasileira teve muitos talentos que se destacaram como: Noel Rosa, Silvio Caldas e Orlando Silva, além do grandioso compositor Ary Barroso. No Nordeste o principal divulgador do "baião" foi Luiz Gonzaga, que transmitia suas composições à beleza e o desencanto, a dor e o sofrimento desta terra. Em 1940, a bossa nova com grandes músicos como Dorival Caymmi desenvolve inovações nesse gênero musical, acordes dissonantes no violão apresentando uma complexidade técnica muito grande, influenciando muitos músicos que vieram depois dele, marcando o movimento musical Bossa Nova. O início desse movimento foi marcado pelo lançamento do samba "Chega de Saudade", de Antônio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes em 1958. A Bossa Nova apresenta, um estilo que evidencia em suas letras o amor, a beleza do sol e do mar, a solidão - sentimentos ao mesmo tempo particulares e universais. Em 1966, destaca-se a música Jovem Guarda - com ritmo alegre, dançante e descontraído. As letras apresentam falas simples da vida real dos jovens da época. Em um Festival Internacional da Canção, realizado em 1969, um coral de 20.000 vozes conquista em muitos países a admiração e o louvor à musicalidade do povo brasileiro. Isso se deve ao interesse de muitos anos pela música popular brasileira, que apresenta grande variedade de gêneros e estilos, devido a enorme extensão territorial, a miscigenação de raças, a pluralidade de espaço e tempo, o histórico social, que contribuíram para esse desenvolvimento de diferentes manifestações musicais. Música de jovem ou velha guarda, popular ou erudita, instrumentos tradicionais ou arranjos eletrônicos, romântica ou pop, tudo faz parte da nossa realidade e exprime nossa cultura. Começamos agora a meditar na música como sugere o título deste texto: a serviço das trevas e a serviço da luz. 107 Sugerimos a leitura do texto “A justa operação de cada parte”, onde meditamos, entre outras coisas sobre a música popular brasileira. 42
  • 43. 3.d Música como instrumento de louvor a Deus108 A música é um extraordinário instrumento para agrupar pessoas e de alguma forma fixar mensagens. Através dos tempos, a música tem envolvido a humanidade de diversas maneiras provocando também reações e comportamentos que muitas vezes não são explicados logicamente. A música secular está sempre descobrindo uma forma de alcançar pessoas através de mensagens e apelações a certos pontos da personalidade humana. Ultimamente os grandes concertos de bandas mundialmente famosas tem apelado para o compromisso religioso da juventude. Os astros e estrelas da música buscam a devoção de seus fãs. Eles querem ser adorados. Ocultismos e apelos para o sobrenatural tem sido amplamente propagados através da música, e Satanás sabe muito bem o que pode fazer através deste instrumento. O que se pode fazer a esse respeito? Como livrar a nossa geração do domínio de Satanás através da música? Deus tem a resposta para essa questão. Antes de declarar guerra ás forças malditas na região celeste, é importante entender porque e como ele opera, nós devemos saber de onde vem a sua autoridade e poder pela Palavra. Há duas passagens clássicas das Escrituras que referem-se a Satanás no Antigo Testamento. Ezequiel109 e Isaías110 falam da queda de Satanás. A perversão da Música em Ezequiel 28:13 vemos que o Diabo estava no jardim do Éden com Deus, e que era coberto por pedras preciosas e que engastes e ornamentos de ouro foram feitos no dia em que ele foi criado. Segundo estudiosos, o texto original no hebraico refere-se a tamborins e flautas. A versão revisada da tradução de João Ferreira de Almeida diz: "...Em ti se faziam os teus tambores e os teus pífaros; no dia em que foste criado foram preparados", o que concorda com uma das mais consagradas traduções, King James que faz a mesma referência. Flautas ou pífaros, referindo-se a instrumentos de sopro em geral e tamborins ou tambores generalizando os instrumentos de percussão. Esses versos descrevem alguns dos atributos e habilidades especiais de Satanás, que antes de sua queda, tinha sido designado para desenhar instrumentos musicais (instrumentos de sopro e percussão). Satanás era o músico celestial, capaz de tocar vários instrumentos. Isaías 14:11, é outra confirmação do poder musical dado a Satanás: "... derribada esta na cova a tua soberba, 108 Miguel Levy/ Google. 109 Ezequiel 28. 110 Isaías 14. 43
  • 44. também o som da tua harpa". Satanás é acompanhado em cada uma das maiores áreas de instrumentos musicais: sopro, cordas e percussão. Lúcifer era obviamente o mestre dos músicos do céu. Este capítulo de Isaías diz que Lúcifer era a estrela da manhã. Como o mestre dos músicos, tendo uma habilidade inata de criar e tocar música, ele seria o Querubim ungido com a glória de Deus em músicas celestes. E certamente estava envolvido na criação da terra, quando vemos em Jó111 quando refere-se as estrelas da manhã que "... alegremente cantavam, e os filhos de Deus rejubilavam de alegria". Como um Querubim ungido e como mestre de música, é altamente provável que Lúcifer liderou a adoração cobrindo o céu com a glória de Deus, contudo, Isaías 14 conta a história da sua queda. O pecado entrou no coração de Satanás e disse: "Eu subirei aos céus; acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono". Lúcifer tirou seus olhos da glória de Deus e focou em si próprio, em seu brilho e beleza. Ele ficou cheio de orgulho. Ao invés de oferecer adoração a Deus, para o que ele foi criado, ele começou a desejar adoração para ele mesmo. Lúcifer e um terço dos anjos foram expulsos da presença de Deus. Isaías112 descreve a queda de Lúcifer. 111 Cap 38:7. 112 Cap 14.. 44
  • 45. Não há indicação de que em sua queda, Lúcifer tenha perdido suas habilidades musicais. Quando Lúcifer caiu, a música caiu com ele. Suas habilidades de criar adoração através da música foram pervertidas assim como a sua natureza foi pervertida e se voltou contra Deus. A música que foi criada para adoração, para encher os céus com a Glória de Deus, tinha agora se tornado uma mancha. Tornou-se uma ferramenta de Satanás para usar pessoas em rebelião contra Deus. Não existe nada nas escrituras que indique que Lúcifer ainda não tenha habilidade de criar e usar música para o seu nefasto propósito. Ele está usando agora a sua falsa unção na música secular. Ele ainda tem a poderosa habilidade de induzir adoração, mas a adoração não é mais dirigida a Deus o Pai e sim a ele. Satanás deseja ser adorado pela humanidade. O inimigo sabe que o desejo de Deus para seus filhos é para que eles O adorem. Satanás sabe que se ele quer ser como Deus, ele deve dividir a adoração da humanidade para ele mesmo. A tentação final colocada diante de Jesus no deserto em Mateus:113 "... novamente o Diabo levou Jesus ao topo de um alto monte, e lhe mostrou todos os reinos do mundo, e sua glória; e disse a Ele, todas essas coisas eu te dou, se prostrado me adorares. então Jesus lhe disse, vai-te Satanás; pois está escrito, só ao Senhor teu Deus adorarás e só a ele servirás". Jesus não contestou os direitos de satanás de dar ou não os reinos do mundo. Ele se opôs ao ponto de adoração a ele. O desejo de satanás era ter a adoração de Jesus. Ele sabia que se Jesus o adorasse prostrado, ele teria alcançado a posição de Deus o Pai. Isto é o que está no coração de Lúcifer. Mas apenas porque Satanás caiu não significa que ele ainda não esteja oferecendo a humanidade o mesmo tipo de argumento. Em função de sua habilidade única de fazer música, ele pode oferecer a juventude talentos musicais da mesma 113 Capítulo 4:8/10. 45
  • 46. forma como ofereceu a Jesus. Ele pode oferecer os reinos do mundo. Ele pode oferecer fama, popularidade e dinheiro suficiente para explodir sua mente. Ele está influenciando a música de nossa geração em um ato de adoração a ele mesmo e contra Deus. Ele está inspirando aqueles que fazem música para liderar um grande número de pessoas a fazer um compromisso pessoal com ele mesmo (observe-se a importância da música). Devemos rever toda a área de música para prosseguir nessa guerra espiritual contra os principados e potestades do mau. Devemos estar preparados para todo o tipo de ataque. O Diabo está usando a música para capturar almas e nós devemos reexaminar a música para descobrir como tomar de volta essas almas pelo poder de Deus. Não queremos fazer só uma discussão intelectual a respeito de música, mas é tempo para literalmente fazermos guerra com música. Chegou o tempo quando louvor e adoração fará através da música o que foi feito por Josafá no Antigo Testamento. Música é mencionada na Bíblia mais de 800 vezes. Isto pode fazer com que os que crêem notem a ênfase que as Escrituras dão a esse assunto. Dança é mencionada cinco vezes, missões é mencionada doze vezes, ordem de brados 65 vezes, justificação é mencionada 70 vezes, ações de graças 135 vezes, santificação 72 vezes, canto 287 vezes, batismo 80 vezes, alegria é ordenada 288 vezes, tocando instrumentos musicais 317 vezes, louvor é mencionado e ordenado 332 vezes. Música é uma das formas que Deus quer que respondamos a Ele, baseado nas muitas referências que encontramos nas Escrituras. Salmos 100:2 diz, "... apresentai-vos diante dele com cânticos." Isto é um protocolo. Se estamos indo a presença do Rei dos Reis e Senhor dos Senhores, nós devemos ir cantando. Música é importante e o Pai gosta disso. Deus ainda requer o louvor que é só Seu. Porque Lúcifer não está lá liderando os anjos do céu a encher o céu com a glória de Deus através de louvor e adoração, Deus está determinado a conseguir isso de outra maneira. Ele terá seu louvor e adoração através dos que crêem. Ele conseguirá através de uma geração que não O adorará apenas porque essa é a Sua ordem, mas porque desejam louvar e adorar ao Senhor, em um ato de sua própria e livre vontade. Isto resulta honra 46
  • 47. e glória de Deus em uma forma muito maior que o louvor dos anjos. Deus tem determinado que os seus filhos cobrirão o espaço que há no céu. Ele será glorificado. Quais os princípios que existem nas Escrituras que podem nos direcionar para a música? Música para Deus é bem destacada no reinado do Rei Davi. Davi era um homem segundo o coração de Deus porque, antes de qualquer coisa, elei sabia como cantar, bradar e dançar diante do Senhor. A Bíblia indica no livro de Crônicas114 que Davi constituiu ministros e Levitas na casa do Senhor com o propósito de proverem música. Eles ministravam a Deus dia e noite com cantos e instrumentos. Eles exerciam o ministério de música em tempo integral. Davi reconheceu a importância de canto e louvor no tabernáculo e que isto deveria tomar todo o tempo.115 Música nunca significou ser apenas um quebra-gelo ou um exercício de aquecimento. Música é uma parte importante entre o relacionamento entre Deus e o seu povo. Davi percebeu que os instrumentos musicais de seus dias eram inadequados para expressar a música que estava em seu coração. Sob a inspiração de Deus, ele desenhou e fez instrumentos musicais para o propósito exclusivo de adoração a Deus.116 Instrumentos musicais não tem habilidade própria de conduzir louvor e adoração, eles efetivamente dependem da habilidade de músicos. Existe uma habilidade musical dentro de toda humanidade. Músicos e cantores têm uma habilidade especial de comunicar as mensagens que Deus tem dado a eles através da música. Música não foi criada para Evangelismo. Nem foi criada para propósitos seculares, mas foi criada para adoração a Deus. Há música no céu cheia de glória de Deus, e isto empolga o coração de Deus. Nós devemos ardentemente desejar que esta música do céu encha a Terra. Jesus não nos ensinou a orar, "... seja feita a Tua vontade, na terra como no céu"? A 114 I de Crônicas 6:31,32. 115 I de Crônicas 9:33; Neemias 11:20/23; 13:5. 116 II de Crônicas 7:6. 47
  • 48. vontade de Deus para a terra é que haja louvor e adoração da mesma forma que existe no céu. Existem dois diferentes tipos de música na casa de Deus. Desde o Antigo Testamento existe a canção profética, como a que Deus deu a Moisés.117 Na canção profética, o profeta é totalmente identificado com Deus. Algumas vezes Ele fala através de quem está cantando, e outras vezes Deus fala na primeira pessoa através do profeta. Existe um elemento de revelação nas canções que declaram os propósitos de Deus, seus avisos, exortações e bênçãos. A canção profética expressa a mente e o coração de Deus. Há uma conexão estreita entre música e profecia. Quando Elias precisou ouvir a palavra de Deus para o rei Josafá, ele chamou por um músico, tocador de um instrumento e o fez tocar. Elias não podia profetizar até que houvesse música e após o ministro haver tocado, a mão do Senhor veio sobre Elias e deu a ele a profecia. Existe uma única conexão entre música e o espírito do profeta. Sempre o espírito de profecia se moverá através de músicos mais do que em qualquer outra pessoa na igreja. O líder de música da igreja precisa estar ungido como o pregador. Eles precisam ter a palavra de Deus na música, tanto quanto o pregador. Eles precisam ser envolvidos em um pré-serviço de oração, esperando no Senhor, perguntando a Deus o que precisa ser cantado. Deus tem um propósito e um desejo para cada momento com Ele. Os que crêem se unem para adorar o Rei dos Reis e Senhor dos Senhores. Músicos não estão no meio do povo de Deus para demonstrar seus talentos e alimentar seus egos, mas sim para serem submissos e humildes diante do Senhor e usar seus talentos e dons para louvor e adoração ao Pai. Eles precisam estar em comunicação com o que comunica a revelação da palavra e o líder de musica, coral, cantores e músicos. O fato da maior livro da Bíblia (Salmos) ser um livro de música parece ter escapado da atenção de muitos filhos de Deus. 117 Deuteronômio 32:1/43. 48
  • 49. Quantos líderes de música tem o desejo de verdadeiramente serem ministros de louvor a Deus? Porque é tão escasso a atenção dada à música nas Igrejas e nos seminários teológicos? A liderança deve ser sensível ao Espírito Santo na área de música. Quando estamos em guerra espiritual, deve haver mais cânticos e instrumentos musicais no meio dos adoradores. A Música é o veículo através do qual Deus expressará Ele mesmo para os tais; através do qual esses tais se expressarão para o seu Deus. Os exércitos do mundo marcham para a batalha com música. O exército do Senhor não é diferente. Deus está indo para empreender uma batalha nesta década com aqueles que se comprometerem com o louvor e adoração. Note como com freqüência músicos e instrumentistas são associados com grandes batalhas de Deus na Bíblia, como Josué e os filhos de Israel marchando ao redor de Jericó. Eles tocaram as trombetas, todo o povo deu altos brados, e as paredes de Jericó ruíram. Essas histórias tem coisas a nos dizer. Elas revelam princípios espirituais. Josué estava operando em princípios de guerra espiritual. Havia um milagre físico com a destruição dos muros porque os filhos de Israel estavam operando baseados em princípios espirituais. Esta mesma verdade aconteceu com Josafá que lutou contra três exércitos inimigos. 49
  • 50. 3.e Música118 Quando Martinho Lutero referiu-se à música de boa qualidade como eficiente veículo para explicação do texto, serva, portanto, e não espetáculo por si mesma, estava, na verdade, refletindo parte do pensamento de sua época: música boa agradava a Deus, música má agradava a Satanás, independente de ela estar associada ao culto ou não. Os critérios que definiam a qualidade e a conseqüente utilidade da música eram absolutamente claros. Falava-se, assim, objetivamente, em música própria para adoração a Deus e em música objetivamente imprópria para o serviço litúrgico. Se Lutero enfatizava a importância da anunciação da Palavra de Deus através da prédica no culto, entendia que boa música poderia fixar as verdades teológicas anunciadas. É neste contexto que deve-se entender sua concessão: "Depois (ao lado) da teologia, à música o lugar mais próximo e a mais alta honra".119 É que, para ele, teologia e música pertencem-se, relacionam-se estreitamente, já que música é veículo apropriado para anunciar a Palavra de Deus, e o faz de forma especial, em sons. Entendeu Lutero que do maravilhoso presente divino (donum divinum et excellentissimum) dado exclusivamente aos homens, a união dos sons vocálicos (vox) à palavra (sermo), de música e canto, deviam ser corretamente utilizados para que esses mesmos homens adorassem seu Deus.120 "As notas musicais vivificam o texto".121 Elas intensificam a força da palavra. Na tradição musical reformada luterana, a música revela o texto. Ela o explica (explicatio textus). Nesse sentido ela deverá ser uma espécie de exegese, uma explanação do texto, um "sermão em sons" (prædicatio sonora). Segundo Lutero, "Deus mesmo fez com que o evangelho fosse anunciado com música".122 O cântico congregacional só atingirá seu 118 Explicatio Textus, Prædicatio Sonora/ Parcival Módolo/ Fonte: http://thirdmill.org. 119 "Nach der Theologia der Musica den nähesten Locum und höchste Ehre" (M. --Lutero, "Tischreden," em D. Martin Luthers Werke, vol.6 (Weimar, 1921) n. 7030). 120 M. Lutero, "Encomion musices," em D. Martin Luther Werke, vol.50 (Weimar, 1914) 372. 121 Die Noten machen den Text lebendig" (M. Lutero, "Tischreden," em D. Martin Luthers Werke, vol.2 [Weimar, 1913] n. 2545). 122 Ibid., n. 1258. 50