Este documento fornece orientações sobre como publicar artigos científicos em bons periódicos. Ele discute como estruturar um artigo de forma lógica e atraente, como encontrar a revista adequada, e como identificar revistas predatórias. O documento também fornece dicas sobre a redação de cada seção do artigo e sobre o processo de submissão e revisão.
2. Estrutura do
minicurso
Como escrever um bom artigo? (estrutura e lógica)
Como encontrar a revista "certa"?
O que é uma "boa" revista?
O que é uma revista predatória?
3. Para que serve um artigo?
Um artigo científico é considerado um argumento lógico.
Diferentemente das teses, dissertações e monografias, o artigo é mais sucinto!
Não existe uma "regra" para um número mínimo ou máximo de páginas. Esse tipo de
métrica costuma variar entre as revistas e a área de estudo.
Serve para ter mais citações?
Serve para aumentar o prestígio do autor?
4. A publicação de um artigo
científico serve para a
disseminação do conhecimento!
7. Elementos de acessibilidade (título)
O título e o resumo são o "cartão de visitas" do artigo. Se o título não chamar a atenção,
provavelmente o leitor não irá ler o resumo. Consequentemente o artigo poderá não ser
lido!
A primeira vista um título longo e que pareça desorganizado pode desistimular o interesse
do leitor.
O título eficaz deve ser conciso e apresentar a ideia geral
do paper!
8.
9. Elementos de acessibilidade (resumo)
O resumo é um guia do que está por vir na integra do artigo.
Normalmente as revistas estipulam um resumo entre 150 a 350 palavras.
Se não há um limite mínimo ou máximo estipulado pela revista: quanto mais
curto e explicativo, melhor!
10. "Se você não consegue explicar
alguma coisa de forma sucinta e
por que não a entendeu bem."
(Albert Einstein)
11. Palavras-chave
Devem estar relacionadas com
o conteúdo do artigo.
O autor deve redigir o máximo
possível de palavras-chave
permitido.
Evite usar mini-frases!
Outra dica é usar alguma palavra
que não tenha aparecido no
texto (Volpato, 2006).
12. Elementos estruturais (introdução)
Qual o tamanho adequado da introdução?
Deve apresentar de forma clara, a justificativa, o problema a ser resolvido, e, o
objetivo da pesquisa.
Não importa a ordem, mas sim que a sua finalidade seja atingida: introduzir o
leitor ao tema, apresentando a originalidade e a pertinência do estudo.
Muitos editores apreciam introduções que vão direto ao ponto (ou seja,
curtas!).
13. Elementos estruturais (metodologia)
Deve mostrar a "receita" de como artigo foi feito.
Em uma receita de bolo é descrito:
Ovos redondos, leite de cor branca, óleo
de cor amarela, açúcar doce, sal salgado?
14. Embora muitos livros e muitos professores de disciplinas de metodologia da pesquisa
estimulem que o autor primordialmente descreva a abordagem da pesquisa (quantitativa,
qualitativa) e os seus objetivos (exploratória, descritiva, explicativa), deve se ter atenção
em relação à esses aspectos na redação cientifica.
Em revistas internacionais de bom nível, dificilmente os procedimentos metodológicos
apresentarão informações como: “o estudo é caracterizado por ter uma abordagem
quantitativa e qualitativa (FULANO, 2008) sendo de natureza exploratória e descritiva
(SICRANO, 2000)”.
Parte-se do pressuposto que esse tipo de informação já está nas entrelinhas do texto, e
por isso, não precisa ser redigida (esse tipo de informação serve para que os iniciantes da
carreira cientifica entendam os tipos de pesquisa, bem como, as suas diferenças).
16. Evite fazer um mini
referencial de procedimentos
metodológcos na
metodologia!
17. Elementos estruturais (resultados)
Existem revistas que costumam separar o seção resultados da seção discussão.
Outras, por outro lado, publicam ambas as seções em um único tópico, que então,
é chamado de resultados e discussão.
18.
19. Elementos estruturais (discussão)
É a parte mais difícil de ser redigida. Precisa apresentar de forma clara os "links" dos
resultados com a literatura existente (contrapontos ou não). É por meio dessa
apresentação que o autor buscará validar seus dados, suas análises, e proporcionar
avanços no conhecimento em uma determinada área do conhecimento.
Os dados encontrados na literatura não devem ser mencionados apenas por que
eles existem (VOLPATO, 2014). Eles devem ser utilizados para mostrar ao leitor a
relevância das informações encontradas, sejam elas teóricas ou empíricas.
20. Elementos estruturais (conclusão)
Em alguns artigos, nos últimos parágrafos da discussão, ou exclusivamente no último, o autor
apresenta as principais conclusões do estudo, e nesse sentido, não é redigida uma seção
específica para a conclusão. A escolha entre descrever uma seção a parte para as conclusões
do estudo está relacionada com a lógica empregada pelo autor ao longo do texto, e com a
ênfase que se quer dar em relação as conclusões do artigo.
Caso o autor queira dar maior ênfase às conclusões do estudo, uma seção específica
para as conclusões deve ser redigida. Ao escrever a seção das conclusões, o autor
deve apenas apresentar informações que foram fundamentadas ao longo do artigo, não
devendo fazer conexões com assuntos que não foram abordados profundamente no
texto.
22. Dicasimportantes!
Após terminar todo o artigo, deixe o "de molho" algumas horas. Se
possível, alguns dias.
Antes de submeter, envie o artigo para um pesquisador de confiança e
que seja da área em questão. Podem surgir novos insights e melhorias
com isso.
Envie o texto para um nativo para a correção!
Antes de começar a escrever o artigo, faça uma seleção de possíveis
revistas para submissão. Muitos deixam para fazer isso ao término do
artigo.
29. Vocêsabia?
Editores e revisores que possuem alguma experiência na leitura da redação
cientifica, apenas ao olhar superficialmente a estrutura dos parágrafos de um
artigo (sem lê-lo) já conseguem ter uma primeira impressão em relação à
qualidade da redação em questão.
Caso seja percebido uma estrutura inadequada da forma como os parágrafos
foram construídos, por exemplo, aumentam-se as chances do artigo ser
rejeitado, mesmo que o mesmo possa vir a apresentar relevantes avanços
científicos.
Essa negativa pode ocorrer visto que o editor/revisores podem considerar que o
estudo possui baixa credibilidade, e até mesmo, traços de desleixo.
30.
31. Como escolher a
revista certa?
Lendo o escopo e a guideline das revistas.
Procurando em buscadores na internet.
32. A revista publica temas semelhantes ao meu?
Quais as características dos artigos publicados?
O quê vem sendo publicado recentemente?
Quem são os pesquisadores que estão publicando?
Onde a revista está indexada?
Qual a audiência da revista?
Qual o impacto da revista?
37. Características de uma boa revista
Ter publicações de vanguarda.
Ser reconhecida pela sua
credibilidade e seriedade.
Indexação em boas bases de dados.
Estar no primeiro ou segundo
quartil do SJR.
38.
39. Revistas predatórias
Pagou, publicou!
Geralmente, esse tipo de revista possui rápido período de revisão por pares
(quando não negligencia esse processo), cobra uma taxa para publicação , e,
envia incansavelmente (às vezes, diariamente) e-mails solicitando a submissão
de artigos. Nesses e-mails, muitas vezes são informados fatores de impacto
fakes, o que pode chamar a atenção dos mais desavisados.
42. Como identificar uma revista predatória?
1. Analisar o período entre a submissão e o aceite dos artigos. Uma prática
comum de muitas revistas predatórias é aceitar o artigo submetido em um
período curtíssimo (às vezes, em apenas alguns dias).
2. Verificar o rigor da redação do texto de alguns artigos da revista. Caso sejam evidentes
erros exorbitantes em vários artigos, provavelmente ele não passou por um processo
adequado de revisão.
3. Analisar o corpo editorial do periódico. Revistas que não possuem corpo editorial são
suspeitas.
4. Analisar as características do endereço de e-mail do periódico. Se o e-mail não possui
vínculo profissional (a conta de e-mail é de um domínio gratuito), existem boas chances
da revista ser predatória.