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Cirurgia Plástica
Serviço de Cirurgia Plástica e Queimados da
Santa Casa de Misericórdia de
São José do Rio Preto
Regente : Valdemar Mano Sanches
Doença de Dupuytren
Dr.Brunno Rosique Lara
Introdução
• A enfermidade consiste basicamente em uma
doença fibro-proliferativa da fáscia palmar,
caracterizada pela degeneração de fibras elásticas,
espessamento e hialinização do feixe de fibras de
colágeno da fáscia palmar, com formação de
nódulos e contração.
Histórico
• A contratura de Dupuytren,
inicialmente descrita por Felix
Plater, (1536-1614), professor
de Anatomia de Basiléia, em
1614
• Foi estudada por Cooper na Inglaterra,
diferenciando-a das contraturas produzidas pelas
lesões dos tendões flexores e bainhas sendo
também descrita por Boyer na França por volta de
1823.
• Em 1832, Guillaume Dupuytren publica um artigo
descrevendo a afecção na qual existia relato
minucioso da patologia e de seu tratamento
cirúrgico e, devido a esta descrição detalhada, a
doença passou a receber o nome de enfermidade
de Dupuytren ou contratura de Dupuytren.
EPIDEMIOLOGIA
• A incidência é maior no sexo masculino, com uma relação
de 7:1, ocorrendo mais comumente no dedo anular
• A doença de Dupuytren incide mais freqüentemente em
homens entre a 5ª e 7ª décadas de idade, principalmente
em homens de origem escandinava ou celta, sendo rara
em negros e asiáticos
EPIDEMIOLOGIA
• O início do quadro clínico normalmente sucede após a
5° década de vida e em sua forma mais evolutiva
ocasiona déficit de extensão digital
• Nos pacientes acometidos pela contratura de Dupuytren,
verifica-se lesão semelhante na fáscia plantar medial
conhecida por doença de Ledderhose que ocorre em 5 a
10% dos casos e na fáscia profunda do pênis chamada de
doença de Peyronie acometendo de 1 a 3%.
ETIOLOGIA:
• A etiologia e a fisiopatologia da contratura de Dupuytren
continuam sendo obscuras.
• Existe uma história familiar positiva em 25% dos casos,
apesar de a contratura ocorrer principalmente em
trabalhadores manuais e ser também observada em
sedentários, alcoólatras, diabéticos e epiléticos.
• Basicamente os três componentes da aponeurose palmar
envolvido na contratura de Dupuytren são:
As Bandas Pré Tendinosas
O Ligamento Natatório
O Ligamento Transverso Superficial
• Esses três componentes da fáscia podem estar acometidos
sozinhos ou combinados, dependendo do estagio de
Etiologia
• Algumas teorias sobre o aparecimento da doença:
• A) Teoria Intrínseca: Na qual a enfermidade tem
sua origem em segmentos bem definidos da
aponeurose normal preexistente
• B) Teoria Extrínseca: Refere a metaplasia do
tecido fibroadiposo como causa da enfermidade,
autores acreditam ainda que a síntese das duas
teorias seria uma abordagem mais aceitável.
Etiologia
• C) Teoria Histoquímica: Estabelece a adiposidade
palmar como sítio de origem da enfermidade, sendo que
alterações na composição e distribuição de ácidos graxos
levem a hipóxia na pele e tecido adiposo dos pacientes
• Estudos recentes indicam grande potencial para isquemia
induzida pela geração de radicais livres, os quais
poderiam estimular a proliferação de fibroblastos, desse
modo a relação entre a idade, o diabetes, o uso de álcool
e o fumo com a doença estariam relacionados à geração
de radicais livres
Etiologia
• Foram também observadas alterações profundas
que imitam as que ocorrem durante o processo de
cicatrização, como aumento da atividade da
enzima lisiloxidase, do colágeno total e do
colágeno do tipo III, encontrado no tecido
cicatricial e de granulação, bem como em
pacientes portadores desta enfermidade.
Etiologia
• D) Teoria Histológica: Ocorre a participação dos
fibroblastos, sendo que alguns estudos recentes,
demonstraram que os fibroblastos encontrados nos
pacientes com enfermidade de Dupuytren são idênticos
aos da fáscia normal, apenas em maior número e
situados em torno de microvasos estenosados e,
miofibroblastos que pareciam participar de forma
preponderante no estabelecimento da enfermidade estão
presentes apenas nos nódulos e ausentes nas cordas, não
sendo, portanto, responsáveis pela retração e contratura
da aponeurose palmar enferma
Clínica
• O primeiro sinal da doença
começa com um nódulo na
região palmar , próximo ao
dedo anular ou do mínimo.
• O nódulo pode ser
confundido com um calo e,
normalmente, não apresenta
dor.
• Com a evolução da doença,
outros nódulos aparecem,
levando a contração dos
tendões dos dedos,
flexionando-os.
TRATAMENTO
• CONSERVADOR:
• Os casos mais leves são tratados conservadoramente, na
tentativa de evitar contratura articulares secundarias, por
meio de exercícios de extensão forçada e aumento da
extensibilidade da fáscia através do uso de correntes
ultrassônicas ou outra modalidade de calor profundo
• A utilização da radioterapia, a ingestão de vitamina E, e o
uso de corticoterapia também é indicado na fase nodular
da doença, associados à imobilização da mão afetada.
Tratamento
• Segundo Agne (2004) o uso do ultrassom tem se
verificado eficiente no tratamento conservador da
Contratura de Dupuytren, aliviando a dor e
diminuindo a retração cicatricial.
• Para Machado (2000), outra técnica
fisioterapêutica que tem se mostrado eficaz é o uso
do banho de parafina no segmento acometido.
TRATAMENTO
• O tratamento cirúrgico é indicado quando as faixas
faciais palmares produzem uma contratura em flexão das
articulações metacarpofalangeana ou interfalangeana ou
uma contratura em adução do polegar ou de outras
membranas interdigitais (Connoly; Davey; Boscheinen –
Morrin, 2002).
Tratamento
• Há várias controvérsias no tratamento da contratura de
Dupuytren. Diferentes técnicas para liberação da
contratura são utilizadas na prática clínica como: a)
fasciectomia regional, b) fasciectomia radical, c) palma
aberta, d) dermofasciectomia, etc... Essas técnicas
necessitam de centro cirúrgico, equipe cirúrgica
especializada, internação hospitalar, tempo cirúrgico
prolongado e cuidados pós-operatórios intensos, para
evitar ou tratar as complicações na extensa ferida
operatória, tais como hematoma, edema, infecção,
necrose e rigidez articular (Chambriard et al, 1996).
Tratamento
• Em estudo realizado por Fernandes; Fridman; Silva
(1999), 30 pacientes num período de 48 meses foram
submetidos a fasciectomia regional.
• Em todos os casos, utilizou-se a técnica cirúrgica da
palma aberta, proposta por McCash. Na totalidade dos
pacientes houve acometimento da borda ulnar da mão.
Foram necessários 25 dias, em média para completar a
cicatrização cutânea.
• Obteve-se déficit residual articular médio de 20 graus,
sempre ao nível da articulação interfalangiana proximal.
Cinqüenta dias, em média, foram necessários para que os
pacientes retornassem a atividade manual independente.
Tratamento
• Em um outro estudo realizado por Almeida, Barros e
Barros (1997), foi realizada a avaliação de 100
pacientes portadores de enfermidade de Dupuytren, no
período de 1984 a 1994. A faixa etária variou de 39 a
73 anos, com média de 52 anos, sendo 88 pacientes do
sexo masculino e 12 do feminino. Com relação à
lateralidade, foi observado envolvimento bilateral em
45% dos casos, acometimento apenas à direita em 32%
e à esquerda em 23%. Houve predominância do
envolvimento dos dedos mínimo e anular em 60% dos
casos, polegar em 25%, dedo médio em 10% e
indicador em 5%.
Tratamento
• Os pacientes foram acompanhados por período de
dois a quatro anos, sendo em média três anos, e
divididos em estágios evolutivos da enfermidade
no momento do tratamento e da indicação
cirúrgica para padronização dos resultados.
Obteve-se, nos pacientes acompanhados em média
por três anos, correção completa em 85% dos
casos, correção parcial em 15% dos casos; perda
parcial de extensão em 5% e perda parcial de
flexão em 10% dos pacientes.
Cirurgia:
• Fasciotomia: trata-se simplesmente da secção da faixa
contraída. O procedimento é adequado para pacientes
idosos, pois ele produz um bom resultado inicial;
entretanto pode haver recorrência do quadro.
• Fasciectomia Radical: Ressecção extensa de toda a
aponeurose. Este procedimento apresenta o risco de
complicações da ferida.
• Fasciectomia Local ou Regional: Produz o melhor
resultado global com a menor morbidade (Connoly;
Davey; Boscheinen –Morrin, 2002).
FISIOTERAPIA:
• Para a reabilitação pós-operatória são realizados
exercícios ativos ao longo de toda a amplitude articular.
Esses devem ser iniciados se possível no primeiro dia de
pós-operatório. Todos os movimentos de polegar, dedos e
punho são realizados regularmente e modificados até a
obtenção de toda a amplitude articular. Podem ser
utilizadas talas para posicionamento de extensão dos
dedos, em conjunto com um programa cinesioterápico
(Lech, 2004).
• O uso de splints é muito importante para obter um melhor
resultado e evitar recidiva. É freqüentemente útil usar um
splint ao dormir por diversos meses após a cirurgia.

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Contratura de Dupuytren

  • 1. Cirurgia Plástica Serviço de Cirurgia Plástica e Queimados da Santa Casa de Misericórdia de São José do Rio Preto Regente : Valdemar Mano Sanches
  • 3. Introdução • A enfermidade consiste basicamente em uma doença fibro-proliferativa da fáscia palmar, caracterizada pela degeneração de fibras elásticas, espessamento e hialinização do feixe de fibras de colágeno da fáscia palmar, com formação de nódulos e contração.
  • 4. Histórico • A contratura de Dupuytren, inicialmente descrita por Felix Plater, (1536-1614), professor de Anatomia de Basiléia, em 1614
  • 5. • Foi estudada por Cooper na Inglaterra, diferenciando-a das contraturas produzidas pelas lesões dos tendões flexores e bainhas sendo também descrita por Boyer na França por volta de 1823. • Em 1832, Guillaume Dupuytren publica um artigo descrevendo a afecção na qual existia relato minucioso da patologia e de seu tratamento cirúrgico e, devido a esta descrição detalhada, a doença passou a receber o nome de enfermidade de Dupuytren ou contratura de Dupuytren.
  • 6. EPIDEMIOLOGIA • A incidência é maior no sexo masculino, com uma relação de 7:1, ocorrendo mais comumente no dedo anular • A doença de Dupuytren incide mais freqüentemente em homens entre a 5ª e 7ª décadas de idade, principalmente em homens de origem escandinava ou celta, sendo rara em negros e asiáticos
  • 7. EPIDEMIOLOGIA • O início do quadro clínico normalmente sucede após a 5° década de vida e em sua forma mais evolutiva ocasiona déficit de extensão digital • Nos pacientes acometidos pela contratura de Dupuytren, verifica-se lesão semelhante na fáscia plantar medial conhecida por doença de Ledderhose que ocorre em 5 a 10% dos casos e na fáscia profunda do pênis chamada de doença de Peyronie acometendo de 1 a 3%.
  • 8. ETIOLOGIA: • A etiologia e a fisiopatologia da contratura de Dupuytren continuam sendo obscuras. • Existe uma história familiar positiva em 25% dos casos, apesar de a contratura ocorrer principalmente em trabalhadores manuais e ser também observada em sedentários, alcoólatras, diabéticos e epiléticos. • Basicamente os três componentes da aponeurose palmar envolvido na contratura de Dupuytren são: As Bandas Pré Tendinosas O Ligamento Natatório O Ligamento Transverso Superficial • Esses três componentes da fáscia podem estar acometidos sozinhos ou combinados, dependendo do estagio de
  • 9. Etiologia • Algumas teorias sobre o aparecimento da doença: • A) Teoria Intrínseca: Na qual a enfermidade tem sua origem em segmentos bem definidos da aponeurose normal preexistente • B) Teoria Extrínseca: Refere a metaplasia do tecido fibroadiposo como causa da enfermidade, autores acreditam ainda que a síntese das duas teorias seria uma abordagem mais aceitável.
  • 10. Etiologia • C) Teoria Histoquímica: Estabelece a adiposidade palmar como sítio de origem da enfermidade, sendo que alterações na composição e distribuição de ácidos graxos levem a hipóxia na pele e tecido adiposo dos pacientes • Estudos recentes indicam grande potencial para isquemia induzida pela geração de radicais livres, os quais poderiam estimular a proliferação de fibroblastos, desse modo a relação entre a idade, o diabetes, o uso de álcool e o fumo com a doença estariam relacionados à geração de radicais livres
  • 11. Etiologia • Foram também observadas alterações profundas que imitam as que ocorrem durante o processo de cicatrização, como aumento da atividade da enzima lisiloxidase, do colágeno total e do colágeno do tipo III, encontrado no tecido cicatricial e de granulação, bem como em pacientes portadores desta enfermidade.
  • 12. Etiologia • D) Teoria Histológica: Ocorre a participação dos fibroblastos, sendo que alguns estudos recentes, demonstraram que os fibroblastos encontrados nos pacientes com enfermidade de Dupuytren são idênticos aos da fáscia normal, apenas em maior número e situados em torno de microvasos estenosados e, miofibroblastos que pareciam participar de forma preponderante no estabelecimento da enfermidade estão presentes apenas nos nódulos e ausentes nas cordas, não sendo, portanto, responsáveis pela retração e contratura da aponeurose palmar enferma
  • 13. Clínica • O primeiro sinal da doença começa com um nódulo na região palmar , próximo ao dedo anular ou do mínimo. • O nódulo pode ser confundido com um calo e, normalmente, não apresenta dor. • Com a evolução da doença, outros nódulos aparecem, levando a contração dos tendões dos dedos, flexionando-os.
  • 14. TRATAMENTO • CONSERVADOR: • Os casos mais leves são tratados conservadoramente, na tentativa de evitar contratura articulares secundarias, por meio de exercícios de extensão forçada e aumento da extensibilidade da fáscia através do uso de correntes ultrassônicas ou outra modalidade de calor profundo • A utilização da radioterapia, a ingestão de vitamina E, e o uso de corticoterapia também é indicado na fase nodular da doença, associados à imobilização da mão afetada.
  • 15. Tratamento • Segundo Agne (2004) o uso do ultrassom tem se verificado eficiente no tratamento conservador da Contratura de Dupuytren, aliviando a dor e diminuindo a retração cicatricial. • Para Machado (2000), outra técnica fisioterapêutica que tem se mostrado eficaz é o uso do banho de parafina no segmento acometido.
  • 16. TRATAMENTO • O tratamento cirúrgico é indicado quando as faixas faciais palmares produzem uma contratura em flexão das articulações metacarpofalangeana ou interfalangeana ou uma contratura em adução do polegar ou de outras membranas interdigitais (Connoly; Davey; Boscheinen – Morrin, 2002).
  • 17. Tratamento • Há várias controvérsias no tratamento da contratura de Dupuytren. Diferentes técnicas para liberação da contratura são utilizadas na prática clínica como: a) fasciectomia regional, b) fasciectomia radical, c) palma aberta, d) dermofasciectomia, etc... Essas técnicas necessitam de centro cirúrgico, equipe cirúrgica especializada, internação hospitalar, tempo cirúrgico prolongado e cuidados pós-operatórios intensos, para evitar ou tratar as complicações na extensa ferida operatória, tais como hematoma, edema, infecção, necrose e rigidez articular (Chambriard et al, 1996).
  • 18. Tratamento • Em estudo realizado por Fernandes; Fridman; Silva (1999), 30 pacientes num período de 48 meses foram submetidos a fasciectomia regional. • Em todos os casos, utilizou-se a técnica cirúrgica da palma aberta, proposta por McCash. Na totalidade dos pacientes houve acometimento da borda ulnar da mão. Foram necessários 25 dias, em média para completar a cicatrização cutânea. • Obteve-se déficit residual articular médio de 20 graus, sempre ao nível da articulação interfalangiana proximal. Cinqüenta dias, em média, foram necessários para que os pacientes retornassem a atividade manual independente.
  • 19. Tratamento • Em um outro estudo realizado por Almeida, Barros e Barros (1997), foi realizada a avaliação de 100 pacientes portadores de enfermidade de Dupuytren, no período de 1984 a 1994. A faixa etária variou de 39 a 73 anos, com média de 52 anos, sendo 88 pacientes do sexo masculino e 12 do feminino. Com relação à lateralidade, foi observado envolvimento bilateral em 45% dos casos, acometimento apenas à direita em 32% e à esquerda em 23%. Houve predominância do envolvimento dos dedos mínimo e anular em 60% dos casos, polegar em 25%, dedo médio em 10% e indicador em 5%.
  • 20. Tratamento • Os pacientes foram acompanhados por período de dois a quatro anos, sendo em média três anos, e divididos em estágios evolutivos da enfermidade no momento do tratamento e da indicação cirúrgica para padronização dos resultados. Obteve-se, nos pacientes acompanhados em média por três anos, correção completa em 85% dos casos, correção parcial em 15% dos casos; perda parcial de extensão em 5% e perda parcial de flexão em 10% dos pacientes.
  • 21. Cirurgia: • Fasciotomia: trata-se simplesmente da secção da faixa contraída. O procedimento é adequado para pacientes idosos, pois ele produz um bom resultado inicial; entretanto pode haver recorrência do quadro. • Fasciectomia Radical: Ressecção extensa de toda a aponeurose. Este procedimento apresenta o risco de complicações da ferida. • Fasciectomia Local ou Regional: Produz o melhor resultado global com a menor morbidade (Connoly; Davey; Boscheinen –Morrin, 2002).
  • 22. FISIOTERAPIA: • Para a reabilitação pós-operatória são realizados exercícios ativos ao longo de toda a amplitude articular. Esses devem ser iniciados se possível no primeiro dia de pós-operatório. Todos os movimentos de polegar, dedos e punho são realizados regularmente e modificados até a obtenção de toda a amplitude articular. Podem ser utilizadas talas para posicionamento de extensão dos dedos, em conjunto com um programa cinesioterápico (Lech, 2004). • O uso de splints é muito importante para obter um melhor resultado e evitar recidiva. É freqüentemente útil usar um splint ao dormir por diversos meses após a cirurgia.