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PROCESSAMENTO INDUSTRIAL
DA MANDIOCA PARA PRODUÇÃO DE ETANOL
RESUMO
A produção de etanol por fermentação de substratos amiláceos
vem sendo objeto de intensas pesquisas que buscam aperfeiçoar
a conversão destes materiais de um modo mais rápido e a
menores custos.
Além de uma nova iniciativa, será também um modo de produzir
álcool com menor teor de impurezas, podendo destinar-se à
indústria farmacêutica e de bebidas, promovendo o aumento de
novos investimentos, empregos, renda e desenvolvimento
tecnológico, além de poder atender parte da crescente demanda
mundial por combustíveis de reduzido impacto ambiental.
RESUMO
A determinação dos balanços de massa da água utilizada na
diluição do substrato, do CO2 liberado à atmosfera na fermentação
e dos efluentes gerados durante o processamento industrial das
raízes de mandioca, visando a produção do etanol, amplia a
visibilidade dos potenciais produtivos da cultura e dá suporte
científico à produção de energia em bases mais sustentáveis.
RESUMO
PRODUÇÃO DE ETANOL :
- CANA DE AÇUCAR
- MILHO
- MANDIOCA
REUMO
Vamos aqui analisar o balanço da massa do etanol, água, CO2 e
efluentes no processamento industrial em específico da mandioca
para produção de etanol.
MATERIAL E MÉTODOS
• Polpa de raízes de mandioca
38% de massa seca,
33% de amido
2% de açúcares fermentescíveis.
Desse modo, em 1000 kg de mandioca
330 kg de amido
20 kg de açúcares que foram dissolvidos em água em diferentes
ensaios. Para realização da hidrólise de 330 kg de amido
• 686,4 ml da enzima α-amilase (TERMAMYL – 120 KNU ml-1)
MATERIAL E MÉTODOS
• PRIMEIRA ETAPA DA HIDRÓLISE
TEMPO : 2H
TEMPERATURA: 90ºC
PH 6,0
MATERIAL E MÉTODOS
• SEGUNDA ETAPA DA HIDRÓLISE ( DOIS PROCEDIMENTOS)
206,25 ml da enzima Amiloglucosidase (AMG – 400 KNU ml-1).
TEMPO : 5H
TEMPERATURA: 60ºC
PH 4,5 – 4,8
Usado ácido sulfúrico
MATERIAL E MÉTODOS
• SEGUNDA ETAPA DA HIDRÓLISE ( DOIS PROCEDIMENTOS)
COMPLEMENTAÇÃO DE NUTRIENTES :
349,3 ml de uréia (200mg ml-1),
349,3 ml de superfosfato (200mg ml-1),
349,3 ml de magnésio (20mg ml-1)
349,3 ml de adubo foliar (5mg ml-1)
(todos diluídos em 2600 litros da solução de açúcares
resultantes do processo de sacarificação)
MATERIAL E MÉTODOS
• Para monitorar as concentrações das leveduras :
- verificações periódicas em câmera Neubauer, utilizando-se o
sistema para análise de imagens com campos de luz polarizada,
câmara de vídeo, software tratamento, microscópio binocular e
demais acessórios.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Balanços de massa
do Etanol, Água, CO2
e Efluentes no
processamento industrial
da mandioca para
produção de etanol
RESULTADOS E DISCUSSÃO
• A quantidade mínima de água necessária para bom
funcionamento dos processos de sacarificação, agitação sem
esforço dos reatores e facilitação da circulação do vinho pelo
interior da coluna de destilação é de 1,6 litros de água para cada
quilograma de massa gerada pela desintegração das raízes (1,6
kg H2O x kg de massa-1).
• A água adicionada para fazer a diluição da massa ralada,
somada àquela contida naturalmente nos tecidos das raízes de
mandioca (62%) produziu efluentes na ordem de 2,27 kg para
cada quilograma de raízes desintegradas (2,27 kg efluentes x kg
de massa-1).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
• Para cada quilograma de massa produzida pela desintegração
das raízes de mandioca foram obtidas 166 gramas de etanol,
99,5 GL (166g etanol x kg de massa-1).
• Durante o processo de fermentação de um quilograma de raízes
desintegradas de mandioca foram gerados 154 gramas de CO2
(154g CO2 x kg de massa-1).
• Houve também uma perda de H2O por dissipação que é
provocada pelo borbulhamento do CO2 durante o processo de
fermentação. Essas perdas foram na ordem de 0,002% (2 L de
H2O x 1000 kg de massa-1).
CONCLUSÕES
Os balanços de massa de H2O, de CO2, de efluentes e de etanol ,
informam a quantidade e o modo pelo qual os recursos naturais
são consumidos durante o processo de obtenção do etanol, bem
como o volume de resíduos gerados.
A obtenção desses novos parâmetros ajuda a dimensionar os
ajustes a serem feitos para melhorar o aproveitamento da água e
para outros destinos que podem ser dados aos efluentes gerados,
reduzindo cada vez mais os impactos sobre os recursos naturais e
o meio ambiente.
CONCLUSÕES
De modo geral, os resultados apresentados sinalizam que a
mandioca (Manihot esculenta Crantz) deixou de ser um recurso
amiláceo promissor na produção de etanol e tornou-se uma
realidade incontestável na produção de energia limpa ou de
reduzido impacto ambiental.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
LIMA, U. de A.; AQUARONE, E.; BORZANI, W.; SCHMIDELL, W. (Coord).
Biotencologia Industrial – Processos fermentativos e enzimáticos. Sao Paulo: EDGARD
BLUCHER LTDA, 2001, 593p.
MOURA, R. A. Técnicas de Laboratório. São Paulo: ATHENEU LTDA, 1982, 822p.

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  • 1. PROCESSAMENTO INDUSTRIAL DA MANDIOCA PARA PRODUÇÃO DE ETANOL
  • 2. RESUMO A produção de etanol por fermentação de substratos amiláceos vem sendo objeto de intensas pesquisas que buscam aperfeiçoar a conversão destes materiais de um modo mais rápido e a menores custos. Além de uma nova iniciativa, será também um modo de produzir álcool com menor teor de impurezas, podendo destinar-se à indústria farmacêutica e de bebidas, promovendo o aumento de novos investimentos, empregos, renda e desenvolvimento tecnológico, além de poder atender parte da crescente demanda mundial por combustíveis de reduzido impacto ambiental.
  • 3. RESUMO A determinação dos balanços de massa da água utilizada na diluição do substrato, do CO2 liberado à atmosfera na fermentação e dos efluentes gerados durante o processamento industrial das raízes de mandioca, visando a produção do etanol, amplia a visibilidade dos potenciais produtivos da cultura e dá suporte científico à produção de energia em bases mais sustentáveis.
  • 4. RESUMO PRODUÇÃO DE ETANOL : - CANA DE AÇUCAR - MILHO - MANDIOCA
  • 5. REUMO Vamos aqui analisar o balanço da massa do etanol, água, CO2 e efluentes no processamento industrial em específico da mandioca para produção de etanol.
  • 6. MATERIAL E MÉTODOS • Polpa de raízes de mandioca 38% de massa seca, 33% de amido 2% de açúcares fermentescíveis. Desse modo, em 1000 kg de mandioca 330 kg de amido 20 kg de açúcares que foram dissolvidos em água em diferentes ensaios. Para realização da hidrólise de 330 kg de amido • 686,4 ml da enzima α-amilase (TERMAMYL – 120 KNU ml-1)
  • 7. MATERIAL E MÉTODOS • PRIMEIRA ETAPA DA HIDRÓLISE TEMPO : 2H TEMPERATURA: 90ºC PH 6,0
  • 8. MATERIAL E MÉTODOS • SEGUNDA ETAPA DA HIDRÓLISE ( DOIS PROCEDIMENTOS) 206,25 ml da enzima Amiloglucosidase (AMG – 400 KNU ml-1). TEMPO : 5H TEMPERATURA: 60ºC PH 4,5 – 4,8 Usado ácido sulfúrico
  • 9. MATERIAL E MÉTODOS • SEGUNDA ETAPA DA HIDRÓLISE ( DOIS PROCEDIMENTOS) COMPLEMENTAÇÃO DE NUTRIENTES : 349,3 ml de uréia (200mg ml-1), 349,3 ml de superfosfato (200mg ml-1), 349,3 ml de magnésio (20mg ml-1) 349,3 ml de adubo foliar (5mg ml-1) (todos diluídos em 2600 litros da solução de açúcares resultantes do processo de sacarificação)
  • 10. MATERIAL E MÉTODOS • Para monitorar as concentrações das leveduras : - verificações periódicas em câmera Neubauer, utilizando-se o sistema para análise de imagens com campos de luz polarizada, câmara de vídeo, software tratamento, microscópio binocular e demais acessórios.
  • 11. RESULTADOS E DISCUSSÃO Balanços de massa do Etanol, Água, CO2 e Efluentes no processamento industrial da mandioca para produção de etanol
  • 12. RESULTADOS E DISCUSSÃO • A quantidade mínima de água necessária para bom funcionamento dos processos de sacarificação, agitação sem esforço dos reatores e facilitação da circulação do vinho pelo interior da coluna de destilação é de 1,6 litros de água para cada quilograma de massa gerada pela desintegração das raízes (1,6 kg H2O x kg de massa-1). • A água adicionada para fazer a diluição da massa ralada, somada àquela contida naturalmente nos tecidos das raízes de mandioca (62%) produziu efluentes na ordem de 2,27 kg para cada quilograma de raízes desintegradas (2,27 kg efluentes x kg de massa-1).
  • 13. RESULTADOS E DISCUSSÃO • Para cada quilograma de massa produzida pela desintegração das raízes de mandioca foram obtidas 166 gramas de etanol, 99,5 GL (166g etanol x kg de massa-1). • Durante o processo de fermentação de um quilograma de raízes desintegradas de mandioca foram gerados 154 gramas de CO2 (154g CO2 x kg de massa-1). • Houve também uma perda de H2O por dissipação que é provocada pelo borbulhamento do CO2 durante o processo de fermentação. Essas perdas foram na ordem de 0,002% (2 L de H2O x 1000 kg de massa-1).
  • 14. CONCLUSÕES Os balanços de massa de H2O, de CO2, de efluentes e de etanol , informam a quantidade e o modo pelo qual os recursos naturais são consumidos durante o processo de obtenção do etanol, bem como o volume de resíduos gerados. A obtenção desses novos parâmetros ajuda a dimensionar os ajustes a serem feitos para melhorar o aproveitamento da água e para outros destinos que podem ser dados aos efluentes gerados, reduzindo cada vez mais os impactos sobre os recursos naturais e o meio ambiente.
  • 15. CONCLUSÕES De modo geral, os resultados apresentados sinalizam que a mandioca (Manihot esculenta Crantz) deixou de ser um recurso amiláceo promissor na produção de etanol e tornou-se uma realidade incontestável na produção de energia limpa ou de reduzido impacto ambiental.
  • 16. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS LIMA, U. de A.; AQUARONE, E.; BORZANI, W.; SCHMIDELL, W. (Coord). Biotencologia Industrial – Processos fermentativos e enzimáticos. Sao Paulo: EDGARD BLUCHER LTDA, 2001, 593p. MOURA, R. A. Técnicas de Laboratório. São Paulo: ATHENEU LTDA, 1982, 822p.