1) Aproximadamente 38 milhões de animais são terminados a pasto no Brasil, enquanto cerca de 5,3 milhões são confinados ou em semiconfinamento.
2) A pecuária de corte a pasto no Brasil apresenta baixa produtividade devido à sazonalidade da oferta de forragem e ao longo tempo para o abate.
3) Melhorias como a suplementação proteica e energética na seca, o confinamento e o melhoramento genético podem aumentar a eficiência e produtividade do sistema.
140801- carne bovina desafios e tendências - Minerva - Fabiano
121023 03-wbeef-engorda-a-pasto-marcelo-manella
2. Animais terminados
Confinamento 3,37 milhões
Semi Confinamento 2,56 milhões
Pastagem de inverno 830 mil
Pasto tropical 32,04 milhões
Aproximadamente 90% dos animais
abatidos são terminados a pasto
Adaptado: ANUALPEC 2012
3. Brasil pecuária de pasto!!! Sem tecnologia!
500 460 470
Abate
4,5 anos
400 360 440
340
300 260
240
200 160
140
100
30
0
jan
jan
jan
jan
jan
abr
abr
abr
abr
jul
jul
jul
jul
out
out
out
out
out
1a. seca 2a. seca 3a. seca 4a. seca
4. • Susceptibilidade as alterações climáticas;
– “Estacionalidade de produção” de forragens;
• Os animais não expressam o máximo potencial genético;
• Maior tempo para abate com acabamento inadequado.
–Menor maciez;
–Baixa taxa de desfrute;
• Baixa Produtividade;
5. Eficiência produtiva e econômica,
– melhorar índices na cria;
– redução do tempo de recria;
– aumento de desfrute;
– aumento da produtividade por área
Sanidade
Produzir carne de boa qualidade.
6. 1) Melhora das pastagens
– adubação/irrigação;
– manejo/espécie forrageira;
2) Suplementação
– protéica-energética;
• Seca
• Águas;
3) Confinamento
4) Melhoramento de rebanho
– uso de reprodutores melhoradores
– Cruzamento industrial
8. A suplementação no sistema de produção a pasto
agiliza o processo de utilização e transformação do pasto em
carne
Recursos Forragem Forragem
(solo, clima e Produto animal
produzida consumida
plantas)
9. Brasil pecuária de pasto com suplementação na seca e
confinamento !!!!!
500
Confinamento 475 470
400 415
355
300
235
200
160 Terminação a pasto c/
100 suplementação a pasto
30
0
nascimento 7 meses 12 meses 20 meses 24 mese 28 mese
suplementação na seca suplementação + confinamento
14. Potencial das pastagens para produção de carne no
periodo das águas
• Pastagens manejadas em seu máximo potencial de suporte:
• Desempenho animal é cerca de 35 a 50%;
•Não suprem as quantidades de nutrientes adequadas para os animais
•Deficiência de proteína degradável no rúmen para ótima eficiência ruminal,
e desempenho
15. Massa verde x valor nutritivo
• massa de forragem verde tem maior relação com o consumo de
forragem e consequentemente o desempenho.
Limitação Nutricional
Chuvas
Seca
Limitação quantitativa
Fonte: Euclides et al. (1999).
16. Potencial de ganho de peso nas águas.
Pastagem g/novilho/dia
Outubro Março Maio Média
Colonião* 870 700 300 623
Tobiatã* 820 710 340 623
Tanzânia* 910 770 420 700
Decumbens* 820 520 480 607
Marandu* 815 590 400 602
Tanzânia** 960 640 440 680
Mombaça** 860 550 350 587
Potencial de ganho em confinamento supera
1500 g/dia- 40% superior ao pasto
Adaptado Euclides, et al 1998)
18. Suplementação protéica nas águas?
Objetivos de suplementação nas águas:
1) Maximizar ganhos;
2) Maximizar consumo de forragem
Características do suplemento
1) Baixos níveis de uréia
2) Menor teor de PB
21. Por que N-amoniacal é fundamental
50
Digestibilidade da MS, %
8
Consumo de MS, kg/d
40
7
Digestibilidade máxima
Consumo máximo 30
6
20
5
10
4
0 10 20 30 40 0 10 20 30 40
Amonia ruminal, mg N/dL Amonia ruminal, mg N/dL
Fonte: Perdock et al., 1988
22. Nivel ideal de amônia no rumen para maximo consumo
de forragem tropical
Isis et al. (2008)
23. Concentrações de amônia no rúmen
20
Amônia Ruminal (mg/dL)
15 Amônia ruminal necessária para ótimo crescimento bacteriano
Pasto Águas/ Conf. Uréia
10 Deficit Deficit
Pasto Seca/ < 7% PB
5
0
6h 9h 12h 15h 18h 21h 24h 3h 6h
Hora do dia
24. Qual fonte de N ?
Quantidade fornecida x taxa de fornecimento
8% PB, 1x ao dia
10% PB, 1x ao dia
10% PB, 2x ao dia
Trat. Dig. Aparente MS
8% PB 27% b
10% PB, 1x 27,4% b
10% PB, 2x 37,4% a
Fonte: Pritchard & Males, 1985
25. Fracionamento da Proteína das forragens tropicais
Alimento Frações Protéicas (%PB) PNDR (%PB) PB
A B1 B2 B3 C (B3+C) %(MS)
Tiftona 17.4 2.5 36.2 27,0 17.0 43.9 10.2
Napiera 19.3 0.6 43.6 22.1 14.4 36.5 6,0
B brizanthaa 11.6 1.6 33,0 34.2 27.7 61.9 7.5
B decumbensa 32.3 4.5 33,0 17.6 11.7 29.2 7.2
Feno cynodona 28.1 1.7 15.0 44.0 11.0 55.2 7.4
Feno B decumbensa 32.8 6.0 5.1 32.0 24.0 56.1 2.8
Tanzâniab 24,0 5.9 21.1 36.2 12.6 48.8 12.2
a
Malafaia et al. (1997); bBalsalobre (2002), capim adubado com 400 kgN/ha ano.
26. Características da forragem: 9% PB , 40%PDR (%PB) 55% NDT
Ganho NDT (kg/dia) PB (kg/dia) PDR (kg/dia
Kg/dia suprido defict suprido defict suprido defict
0,3 3,3 -0,85 0,6 +0,02 0,24 -0,28
0,6 3,3 -1,39 0,6 -0,1 0,24 -0,39
0,9 3,3 -1,92 0,6 -0,21 0,24 -0,41
1,2 3,3 -2,42 0,6 -0,33 0,24 -0,48
Exigências estimadas de acordo com NRC: 2001
garrotes Nelore com pesando 300 kg, e consumo de forragem de 2,0% do PV
27. Proteína nas águas?
Baixa qualidade
900
vivo acima do controle, g/dia
Resposta em ganho de peso
700
500
Alta qualidade
300
100
-100
0 1 2 3 4
Consumo de proteína suplementar, g/kg de PV/dia
Fonte: Poppi e McLennan, 1995
28. Suplementação no período das águas
• Princípios:
– Boa oferta de forragem;
– Maximizar o consumo do pasto
– A proteína e energia suplementar vão ter efeito aditivo
nos ganhos
• o diferencial de ganho de peso (suplementados e não
suplementados) é menor que no período da seca.
– Os suplementos para seca devem ser formulados:
• com fontes verdadeiras de PDR
• fontes de energia
29. Suplementação Protéica X Energética nas águas
• A suplementação energética (>0,6%PV): efeito de
substituição
– Desejável para aumentar lotação ou acabamento.
• A suplementação protéica promove um efeito de adição de
consumo de forragem.
30. Suplementação Protéica X energética nas águas
Tratamento PVI PFV GMD Ganh Kg supl./kg Ganho em
(kg) (kg) (g/d) o (kg) ganho a @1 +
mais controle
Proteína 264 393 1140 128,5 3,0 2,5
(0,6%PV, 68 % NDT,
31% PB)
Proteína -energia 272 383 1070 121,2 5,8 2,2
(1%PV, 75% NDT, 22,5
PB)
Controle 269 327 510 57,5 - -
1
considerando 52% de rendimento de carcaça
Adaptado: Peruchena: 1998
• suplementação protéica: ganhos 13% maiores que a suplementação energética,
• suplementação energética: consumo do suplemento 70% maior.
31. Suplementação Estratégica: Recria (314 dias)
Teste Seca Ano
Kg/dia (%)
b a a
Estação seca* 0,201 0,534 0,486
b b a
Estação águas** 0,645 0,584 0,782
Média 0.447a 0.562b (25) 0.649a (45,1)
Kg PV/ha/ano 598,7 739,2 855,8
Fonte: Manella et al. 2002
*PB = 46,9%, consumo=0,22% **PB = 43,9%, consumo=0,26%
32. Suplementação Estratégica: Recria
370 357
350 24 kg
333 68 kg
(0,8 @, R$ 76,0)
330 (2,4 @,
44 kg
310 (1,5 @, = R$ 144
R$=230)
289
290
270
250
ano seca teste
Manella et al. (2002)
33. Sintese de trabalhos de suplementação a pasto: consumo entre
0,2% a 0,3% com diferenciais de ganho de 50 a 350 g em relação
ao controle
400
Ganho Médio Adicional (g)
350
300
250
200
150
100
50
0
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8
Consumo do Suplemento (%PV)
34. Qual a melhor época para suplementação nas águas?
380.0
360.0
357.3
340.0
Peso Vivo (kg)
320.0 332.5
300.0
280.0
260.0
240.0
220.0
nov dez jan fev mar abr maio
não suplementado suplementado
Adaptado Manella et al. (2002)
35. Uso de NNP em suplementos proteícos no
período das águas como alternativa a
proteína vegetal
• Uréia convencional
• Uréia protegida
36. Qual fonte de N ?
Proteína verdadeira ou amônia?
Substrato/ N g bactéria / mol Rendimento relativo
substrato
Glicose
100% N-uréia 24,2 100
75% u, 25% aa 34,5 142,6
Amido
100% N-uréia 24,0 100
75% u, 25% aa 32,9 137,1
Celulose
100% N-uréia 19,8 100
75% u, 25% aa 21,1 106,1
Fonte: Maeng et al. 1989
37. Uso de ureia em suplementação nas águas
Suplementos com NÑP e energia, não apresentam respostas em
ganhos durante o período das águas.
SM M+U+Min*
Consumo(g) 79 168
GMD (kg/dia) 0,599 0,628
GP (kg) 100,7 105,6
*50% milho, 5% uréia, 45% mistura mineral.
Adaptado Tomich et al. (2002)
Sal e ureia é pouco efetivo nas águas, em função de grande parte da PDR
estar como nitrogênio solúvel
38. As pesquisas demonstram que a suplementação
protéica nas águas melhoram a eficiência de
ganho de peso, entretanto existem limitações com
uso de uréia convencional...
39. Riscos do uso de uréia nas
águas
• Solubilidade em contato com a água:
– perda de nitrogênio devido as chuvas;
– Risco de intoxicação;
• Rápida degradação:
– baixa de eficiência de uso do nitrogênio
40. Uso de ureia de liberação controlada
• Apresenta liberação lenta,
comparada a uréia
convencional;
% de nitrogénio liberado
120
100
80
•Maior segurança
60 Optigen •Sua degradação se
40 F. de Soja
Ureia
assemelha ao farelo de soja;
20
0 •Melhora a eficiência
0 10 20 30 40
Tempo (horas) microbiana;
41. ULL (Optigen®) nas águas
Fontes de Uréia em suplementos no periodo das águas
Universidade Federal de Goias
Reginaldo Nassar, (não publicados)
Ganho de Peso diário
1000 950
900
800 730 750
700
GPD (g/dia)
600 550
500
400
300 Ganho Adicional em relação ao tratamento com
200 sal mineral
100
0
30
Ganho adicional (kg)
Sal Mineral Amiréia Uréia Optigen 24
25
Tratamentos
20
1-SM 15 12
10,8
2-SM + 10% de amireia 10
3-SM + 5 %de Ureia + Milho 5
0
4-SM + 4% Optigen + 1% de Ureia + 5% Milho Amiréia Uréia Optigen
Tratamentos
42. Substituição do farelo por ULL nas águas
APTA-Brotas, SP
Controle Optigen
54 animais: divididos em 18 Milho, grão 28.2 35.5
piquetes; Soja, farelo 14 5
Uréia 7.8 3
Períodos :
Ano 1: dezembro-2006 a Maio Optigen 0 6.5
de 2007 Sal branco 20 20
Ano 2: Novo grupo de animais, Mistura mineral 30 30
sendo que foi adicionado novo NDT 32.9 31.8
grupo de animais para um PB 31.4 31.7
tratamento de com apenas sal
mineral Braga, et al. 2009
43. Substituição do farelo, águas
Ano 1
800 780
10%
GPD(g/dia)
750
706
700
650
Controle Optigen
Tratamentos (P.=0.06)
Ano 2
750 716
GPD (g/dia)
700
643
650
600 583 10%
550
500
Sal Mineral Farelo de Soja Optigen
Tratamentos (P.=0.05)
44. Comparativo de proteína verdadeira x Ureia
convencional e Ureia de liberação lenta
Variables Protein Sources2
Prot Verd Ureia Ureia+Optigen Optigen
PVI, kg 346.05±15.85 258.05±11.85 275.54±9.30 275.71±16.60
PVF, kg 375.14±14.54 269.22±10.86 304.96±8.52 314.38±15.22
GPD, kg/dia 0.528±0.05 0.192±0.03 0.317±0.03 0.504±0.05
Adaptado Corte, et al 2011
45. - A suplementção proteica nas águas, ajuda corrigir déficits de proteína,
aumentando os ganhos de peso no período
- - Consumos de 0,2-0,3 % do PV, ou equivalente a 500-800 g para animais
pesando entre 250 a 400 kg de PV,ganhos adicionais médios na media de 180
g/dia, variando entre 71 a 340 g/cab/dia.
- As resposta em ganhos são melhores com a suplementação de misturas múltiplas
na metade final da estação chuvosa, principalmente para animais em
crescimento.
- Uso de ureia de liberação lenta, permite maiores ganhos que ureia convencional, e
ganhos similares as obtidas com fontes vegetais