SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 29
Baixar para ler offline
Curso Técnico em Química Conteúdo: Segurança no Trabalho
I - ACIDENTE DO TRABALHO
1 – Conceito legal
Acidente do trabalho é aquele que ocorrer pelo exercício do trabalho a serviço da empresa,
provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, ou a perda ou redução,
permanente ou temporária , da capacidade para o trabalho. Considera-se acidente de trabalho as doenças
produzidas ou desencadeadas pelo exercício do trabalhado.
Equiparam-se também ao acidente do trabalho:
I – o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído
diretamente para a morte do segurado, para redução ou perca de sua capacidade para o trabalho, ou
produzido lesão que exija atenção média para sua recuperação;
II – o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário de trabalho, em conseqüência de:
a) ato de agressão, sabotagem ou de terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho;
b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada com o trabalho;
c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro de trabalho;
d) ato de pessoa privada do uso da razão;
e) desabamento, inundação ou incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior;
III - a doença proveniente da contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade:
IV – o acidente sofrido pelo segurado, ainda que fora do local de trabalho:
a) na execução de ordem ou realização de serviço sob a autoridade da empresa;
b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para Ihe evitar prejuízo ou proporcionar
proveito;
c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudos quando financiado por esta, dentro de
seus planos para melhor capacitação de mão-de-obra, independente do meio de locomoção utilizado,
inclusive veículo de propriedade do segurado;
d) no percurso da residência para o trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de
locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado;
V - Nos períodos destinados a refeição ou descanso , ou por ocasião da satisfação de outras
necessidades fisiológicas, no local de trabalho ou durante este , o empregado e considerado no exercício do
trabalho.
2 – Conceito prevencionista
Acidente de trabalho é uma ocorrência não-programada, inesperada ou não, que interrompe ou
interfere no processo normal de uma atividade, ocasionando perda de tempo útil e ou lesões nos
trabalhadores e ou danos materiais e ou morte.
Este conceito nos leva a refletir que o acidente do trabalho sempre ocorre durante uma atividade
normal, em que o executante do serviço não está esperando por qualquer ocorrência contrária às
planejadas, fato que o leva a baixar o nível de atenção, se expor a riscos desnecessários e, até mesmo, a
agravar as condições de riscos previamente existentes.
Assim o conceito prevencionista é aquele que o membro da CIPA deve sempre ter em mente, para
que possa tomar ou propor atitudes preventivas visando evitar a manifestação do risco e a ocorrência de
eventos indesejáveis e inesperados.
II - CAUSAS DE ACIDENTES DO TRABALHO
1 – Atos inseguros
Os atos inseguros são, geralmente, definidos como causas de acidentes do trabalho que residem
exclusivamente no fator humano, isto é, aqueles que decorrem da execução das tarefas de forma contrária
às normas de segurança.
É falsa a idéia de que não se pode predizer nem controlar o comportamento humano. Na verdade, é
possível analisar os fatores relacionados com a ocorrência de atos inseguros e controlá-los. Seguem-se,
para orientação, alguns fatores que podem levar os trabalhadores a praticarem atos inseguros:
- 1 -
Site: www.colegioetep.org
Curso Técnico em Química Conteúdo: Segurança no Trabalho
a) Inadaptação entre homem e função por fatores constitucionais como:
- sexo
- idade
- tempo de reação aos estímulos
- coordenação motora
- estabilidade X instabilidade emocional
- extroversão / introversão
- agressividade
- impulsividade
- problemas neurológicos
- nível de inteligência
- grau de atenção
- percepção
- coordenação visual / motora, etc. ;
b) Fatores circunstanciais – fatores que estão influenciando o desempenho do indivíduo no
momento:
- problemas familiares
- abalos emocionais
- discussão com colegas
- alcoolismo
- grandes preocupações
- doença
- estado de fadiga, etc.;
c) Desconhecimento dos riscos da função e ou da forma de evitá-los, causado por:
- seleção ineficaz
- falhas de treinamento
- falta de treinamento;
-
d) Desajustamento – relacionado com certas condições específicas do trabalho como:
- problemas com a chefia
- problemas com os colegas
- política salarial imprópria
- política promocional imprópria
- clima de insegurança, etc.;
e) Fatores que fazem parte das características da
personalidade do trabalhador e que se manifestam por
comportamentos impróprios.
Eis alguns exemplos:
- o desleixado
- o ”machão”
- o exibicionista calado
- o exibicionista falador
- o desatento o brincalhão.
2 – Condições inseguras (Inadequadas)
São aquelas que, presentes no ambiente de trabalho, colocam em risco a integridade física e ou
mental do trabalhador, devido à possibilidade do mesmo acidentar-se. Tais condições manifestam-se como
deficiências técnicas, podendo apresentar-se:
a) na construção e instalações em que se localiza a empresa: áreas insuficientes, pisos fracos e
irregulares, excesso de ruído e trepidações, falta de ordem e de limpeza, instalações elétricas impróprias ou
com defeitos, falta de sinalização;
b) na maquinaria: localização imprópria das máquinas, falta de proteção em partes móveis e pontos
de agarramento, máquinas apresentando defeitos;
c) na proteção do trabalhador: proteção insuficiente ou totalmente ausente, roupas e calçados
impróprios, equipamento de proteção com defeito.
- 2 -
Site: www.colegioetep.org
Curso Técnico em Química Conteúdo: Segurança no Trabalho
Essas causas são apontadas como responsáveis pela maioria dos acidentes. No entanto, deve-se
levar em conta que, às vezes, os acidentes são provocados pela presença de condições inseguras e atos
inseguros ao mesmo tempo.
2.1 – Maneira de se trajar no local de trabalho
É sabido que as partes móveis das máquinas formam pontos de agarramento que representam
constante fonte de perigo para o operador. São exemplos de pontos de agarramento:
- cilindros
- polias
- correias
- correntes
- partes sobressalentes
- engrenagens.
Partes que poderão ser agarradas:
- cabelos compridos e soltos
- roupas soltas
- camisa desabotoada
- camisa de mangas compridas
- calças de boca larga
- enfeites
- colares e cordões
- brincos
- relógios
- pulseiras e anéis.
O calçado inadequado é também um grande problema no ambiente de trabalho porque, geralmente,
os tipos usados pelo trabalhador são desaconselháveis e ninguém está livre do perigo de que algo pesado
caia sobre os pés ou que algo perfurante ultrapasse a sola dos sapatos.
Todos os aspectos citados precisam ser observados, estudados e tratados para se conseguirem
resultados duradouros ou definidos, mas algumas providências podem ser tomadas de imediato para
minimizar os riscos de acidentes, como:
- usar touca ou gorro para prender os cabelos compridos;
- usar a camisa abotoada e dentro da calça
- usar as mangas compridas com os punhos abotoados ou, então, mangas curtas;
- usar calças de boca estreita com as barras firmemente costuradas e sem vira;
- usar calçados de sola de couro, fechados e baixos;
- usar sapatos de segurança com biqueira e palmilha de aço, onde se fizerem necessários;
- não usar quaisquer enfeites no pescoço, braços, mãos ou dedos;
- usar roupas ajustadas no corpo, sem serem apertadas ou largas demais.
2.2 – Ordem e limpeza
É sabido que no ambiente de trabalho muitos fatores de ordem física exercem influências de ordem
psicológica sobre as pessoas, interferindo de maneira positiva ou negativa no comportamento humano,
conforme as condições em que se apresentam. Neste contexto, a ordem e a limpeza constituem um fator de
influencia positiva no comportamento do trabalhador.
São fatores de ordem física: cor, luminosidade, temperatura, ruído, etc.
As pessoas que trabalham num ambiente desorganizado sentem uma sensação de mal-estar, que
poderá tornar-se um agravante de um estado emocional já perturbado por outros problemas. Esse estado
psicológico poderá afetar o relacionamento dos trabalhadores e expô-los ao risco de acidentes, além de
prejudicar a produção da empresa.
Em um ambiente desorganizado, podem-se encontrar:
- passagens obstruídas com tábuas, caixotes, produtos acabados, etc;
- obstáculos que impedem o trânsito normal das pessoas por entre máquinas ou corredores;
- obstáculos em que se pode facilmente tropeçar ou escorregar;
- chão sujo de graxa, combustíveis ou substâncias químicas.
- 3 -
Site: www.colegioetep.org
Curso Técnico em Química Conteúdo: Segurança no Trabalho
A limpeza, conservação e manutenção são muito importantes em se tratando de máquinas,
equipamentos, bancadas e ferramentas de uso individual, assim como as dependências de uso coletivo
merecem uma atenção especial no que se refere a esse aspecto.
Cuidados que se devem tomar com o ambiente de trabalho:
- as bancadas e as máquinas devem permanecer sempre limpas e em ordem;
- os resíduos, cavacos, serragens, estopas impregnadas de óleo ou graxa
devem ser colocados em latões de lixo;
- para cada objeto deve existir um local adequado;
- os materiais devem ser armazenados de uma forma segura;
- manter desimpedido o acesso ao material de combate a incêndio;
- manter a sinalização desobstruída;
- preservar a ordem e limpeza nos
refeitórios;
- manter as instalações sanitárias limpas e desinfetadas;
- conservar o vestiário limpo e organizado.
Muitos outros exemplos poderiam ser citados pois, em todos os ramos de atividade em que se
deseja realizar determinadas tarefas, num ambiente de tranqüilidade e segurança, necessitam-se de dois
fatores imprescindíveis: ordem e limpeza.
III - INVESTIGAÇÃO DE ACIDENTES
1 – Procura das causas do acidente
Quando um acidente ocorre, seja grave ou não, os componentes da CIPA devem analisá-lo
profundamente, com o objetivo de agir eficazmente no sentido de evitar a sua repetição.
Faz-se necessário lembrar que a finalidade da investigação não é a de procurar um culpado ou um
responsável, mas encontrar as causas que contribuíram direta ou indiretamente para a ocorrência do
acidente. O local da ocorrência deve permanecer sem alteração, para que as condições do momento do
acidente sejam perfeitamente identificadas pela comissão encarregada da investigação do mesmo. Essa
comissão deverá ser nomeada pelo presidente da CIPA, dela fazendo parte o encarregado do setor onde
ocorreu o acidente, membros da CIPA e membros do SESMT.
Até a chegada da comissão, o encarregado deve iniciar a coleta de dados que servirão como ponto
de partida para um exame pormenorizado.
Como roteiro básico na investigação, pode-se utilizar as perguntas seguintes:
• que fazia o trabalhador no momento imediatamente anterior à ocorrência?
• Como aconteceu?
• Quais foram às conseqüências?
• Quais as causas que contribuíram direta ou indiretamente para a ocorrência do acidente?
• Quando ocorreu? (data e hora)
• Onde ocorreu? (especificando o setor ou seção)
• Quanto tempo de experiência na função tinha o acidentado?
Importante: Na medida do possível, o acidentado deve ser envolvido na investigação do acidente.
2 – Fator pessoal de insegurança
As pessoas, pelo seu modo de agir, como indivíduos ou profissionais, cometem atos inseguros e
ou criam condições inseguras, ou colaboram para que elas continuem existindo. Devem ser apurados e
anotados no relatório de acidente os fatores pessoais que estiveram presentes no momento em que ele
ocorreu. Esses fatores de insegurança ficam evidentes quando o indivíduo apresenta desconhecimento dos
riscos de acidentes, treinamento inadequado, falta de aptidão ou interesse pelo trabalho, excesso de
confiança, incapacidade física para o trabalho, etc.
3 – Agente da lesão
Em uma investigação, após identificada a parte do corpo lesada, procura-se conhecer aquilo que
em contato com a pessoa provocou a lesão, isto é, busca-se determinar o agente ou fonte da lesão.
- 4 -
Site: www.colegioetep.org
Curso Técnico em Química Conteúdo: Segurança no Trabalho
Os agentes podem ser os ácidos e outros produtos químicos, uma ferramenta, parte de uma
máquina, materiais incandescentes e ou excessivamente quentes, arestas cortantes, corrente elétrica,
superfícies abrasivas, etc.
A determinação do agente da lesão é um dado fundamental na investigação de acidentes.
4 – Natureza da lesão
No relatório de acidente deve constar o tipo de lesão ocorrida. As lesões que mais comumente
acontecem são:
 contusão – decorrente de um traumatismo sobre qualquer região do organismo, sem que ocorra
rompimento da pele;
 entorse – ocorrida na articulação dos ossos e provocada por um movimento anormal ou exagerado;
 luxação – ocorre quando os ligamentos de uma articulação óssea são forçados além do normal e os
ossos articulados ficam fora de posição;
 fratura – quando ocorre a quebra de um osso do esqueleto humano. Ela pode ser simples, sem
ferimento da pele, ou exposta, com ferimento através do qual o osso fica exposto;
 ferimento – ocorre rompimento da superfície da pele dando origem a uma hemorragia;
 queimadura – lesão produzida nos tecidos pela ação do calor.
5 – Localização da lesão
A localização da lesão merece análise cuidadosa.
Às vezes, a identificação do agente da lesão só se dá através do estudo da localização desta. O
estudo estatístico de ocorrências nos mesmos pontos pode indicar a existência de determinado fator de
insegurança, seja ato inseguro ou condição insegura. A localização da lesão tem, ainda, importância para os
efeitos legais decorrentes das normas previdenciárias.
6 - ESTUDO DE CASO
O caso do João
Para suprir uma vaga do setor de Conservação e Reparos, um supervisor convidou o funcionário
João, do setor de Serviços Gerais, para trabalhar com ele.
João fora admitido como faxineiro há dois anos e três meses.
Indagado sobre a transferência, alegou não ter conhecimentos técnicos para realização das
atividades futuras, pois o trabalho do setor se caracteriza por erguer paredes, fazer pinturas, reparos
hidráulicos e pequenas instalações elétricas. O supervisor tentou convencê-lo dizendo que o mesmo iria
adquirir esses conhecimentos com o tempo, realizando as atividades inerentes ao novo setor e que teria seu
salário aumentado.
Sendo assim, João aceitou o cargo.
Fazia seis meses que João estava na seção. Como estava próxima a festa do ”Dia das Mães” e
haveria na fábrica uma comemoração da data, João foi incumbido de fazer a instalação de um cano no teto
do galpão, onde seria realizada uma apresentação teatral.
O supervisor lhe ordenou que o procurasse, tão logo terminasse o trabalho, para que juntos
colocassem a cortina.
Para furar o cano, João se equilibrava em cima de algumas caixas em forma de escada, utilizando
uma furadeira elétrica portátil. Ele já havia feito vários furos e a broca estava com o fio gasto; por esta
razão, forçava a penetração da mesma.
Momentaneamente, a sua atenção foi desviada por algumas faíscas que saíam do cabo da
extensão, exatamente onde havia um rompimento que deixava a descoberto os fios condutores da
eletricidade. Ao desviar a atenção, ele torceu o corpo, forçando a broca no furo. Com a pressão ela quebrou
e, neste mesmo instante, João voltou o rosto para ver o que acontecia, sendo atingido por um estilhaço da
broca em um dos olhos. Com um grito, largou a furadeira, pôs as mãos no rosto, perdeu o equilíbrio e caiu.
Um acontecimento semelhante, ocorrido há um ano atrás nessa mesma empresa, determinava o
uso de óculos de segurança na execução desta tarefa.
Os óculos que João devia ter usado estavam sujos e quebrados, pendurados em um prego.
Segundo o que o supervisor disse, não ocorrera nenhum acidente nos últimos meses e o pessoal
não gostava de usar os óculos. Por esta razão, ele não se preocupava em recomendar o uso dos mesmos
nesta operação, pois tinha coisas mais importantes a fazer.
- 5 -
Site: www.colegioetep.org
Curso Técnico em Química Conteúdo: Segurança no Trabalho
Questionário
01 – Qual a última ação do trabalhador antes do acidente?
02 – Quais as falhas da supervisão?
03 – Quais foram os atos inseguros do João?
04 – Quais as condições inseguras presentes no ambiente de trabalho?
05 – Qual a principal causa do acidente?
06 – Quanto tempo de experiência na função tinha o acidentado?
07 – Quais as propostas possíveis para se evitar esse tipo de acidente?
IV - CLASSIFICAÇÃO, ESTATÍSTICA E CADASTRO DE ACIDENTES
É fundamental, diante de um acidente ocorrido, a busca das suas causas e a proposição de
medidas para que acidentes semelhantes possam ser evitados. Quando se tem este propósito, qualquer
acidente, grave ou leve, é rico em informações.
Ao estudo dos acidentes está ligada a necessidade da emissão de documentos que descrevam o
acidente e suas causas, a elaboração de gráficos que evidenciem a ”segurança” no ambiente de trabalho.
As medidas prevencionista decorrentes da análise devem ser comunicadas pela CIPA sob a forma
de relatórios e sugestões.
A seguir, são apresentadas considerações sobre documentos e conceitos que fundamentam a
análise dos acidentes.
No estudo da NR-5, será apresentado um modelo de ficha para a análise de acidentes.
1 – Classificação dos acidentes quanto a sua conseqüência
1.1 – Acidente sem afastamento
É o acidente em que o acidentado pode exercer sua função normalmente, no mesmo dia do
acidente ou no dia seguinte, no horário regulamentar. Portanto, não entra nos cálculos das taxas de
freqüência e gravidade.
1.2 – Acidente com afastamento
É o acidente que provoca a incapacidade temporária, incapacidade per- manente ou morte do
acidentado.
1.3 – Incapacidade temporária
É a perda total da capacidade de trabalho por um período limitado de tempo, nunca superior a um
ano. Ocorre nos casos em que o acidentado, depois de algum tempo afastado do serviço, volta ao mesmo,
executando suas funções normalmente como o fazia antes do acidente.
1.4 – Incapacidade parcial e permanente
É a diminuição, pelo resto da vida, da capacidade de trabalho, que sofre redução parcial e
permanente.
Exemplo: perda de um dos olhos, perda de um dos dedos.
1.5 – Incapacidade total e permanente
É a invalidez incurável, quando o acidentado perde a capacidade total para o trabalho.
2 – Dias perdidos
Trata-se dos dias em que o acidentado não tem condições de trabalho por ter sofrido um acidente
que lhe causou uma incapacidade temporária. Conta-se de forma corrida, inclusive domingos e feriados, a
partir do dia seguinte ao do acidente até o dia da alta médica.
3 – Dias debitados
Considerados nos casos em que ocorre perda anatômica de parte do corpo - incapacidade parcial
permanente, ou incapacidade total permanente, ou morte.
- 6 -
Site: www.colegioetep.org
Curso Técnico em Química Conteúdo: Segurança no Trabalho
4 – Estatística
Com os números de acidentes, de dias perdidos, de dias debitados e de horas/homem trabalhadas
no período, podem ser calculados dois valores que possibilitarão mais alguns elementos para a análise dos
acidentes: a taxa de freqüência e a taxa de gravidade.
Taxa de Freqüência de Acidentes – TF representa o número de acidentes com perda de tempo
que pode ocorrer em cada milhão de horas/homem trabalhadas.
A fórmula é a seguinte:
número de acidentes
TF = com perda de tempo x 1.000.000
horas/homem trabalhadas
Exemplo: Se numa fábrica houve, em um mês, cinco acidentes e nesse mês foram trabalhadas 100.000
horas, o cálculo será feito da seguinte maneira:
TF = 5 X 1.000.000 .'. TF = 50
100.000
Isto significa que quando a empresa atingir 1.000.000 de horas/homem trabalhadas, se nenhuma
providencia for tomada, terão ocorrido 50 acidentes.
Taxa de Gravidade dos Acidentes – TG representa a perda de tempo que ocorre em
conseqüência de acidentes em cada milhão de horas/homem trabalhadas.
A fórmula é a seguinte:
(nº de dias perdidos
TG = + dias debitados) x 1.000.000
horas/homem trabalhadas
Diante de cada acidente deve-se verificar se ele se enquadra na tabela de dias debitados (quadro
1-A da NR-5). Em caso positivo, considerar os dias debitados da tabela para cálculo da TG; em caso
negativo, considerar, para aquele acidente, os dias perdidos.
Exemplo: Numa fábrica ocorreram cinco acidentes sendo cada um, respectivamente, com:
• 15 dias perdidos;
• 03 dias perdidos;
• 02 dias perdidos;
• 10 dias perdidos;
• 600 dias debitados (uma lesão com perda do polegar).
TG = (30 + 600) x 1.000.000 =>> 630 x 1.000.000 . . TG = 6.300
100.000
100.000
Isto significa que esta empresa, ao atingir 1.000.000 de horas/homem trabalhadas, se nenhuma
providencia for tomada, terá uma perda de tempo equivalente há 6.300 dias.
5 – Cadastro de acidentes
Numa empresa, podem existir os controles de qualidade, de produção, de estoques, etc., devendo
haver, também, o de acidentes. Um cadastro de acidentes deve colocar em destaque as áreas da empresa
em que ocorrem acidentes, os tipos de lesão, acidentes por dias da semana, por idade dos acidentados e
outros aspectos de interesse para a análise dos acidentes.
Deve-se, com essa análise, ao mesmo tempo em que se atendem aos aspectos legais, buscar
direcionar os esforços dos órgãos da empresa encarregados de resolver problemas de segurança.
6 – Comunicação de acidentes
É um documento básico, que está a disposição dos. membros da CIPA, pois o seu preenchimento é
obrigatório por lei. A empresa deve comunicar os acidentes ao INSS, no prazo de 24 horas, utilizando-se do
- 7 -
Site: www.colegioetep.org
Curso Técnico em Química Conteúdo: Segurança no Trabalho
impresso específico, o CAT – Comunicação de Acidente do Trabalho. Se ocorrer a morte do funcionário, a
comunicação deve ser feita também para a autoridade policial.
Importantes ainda são as medidas que devem ser postas em execução para se evitar que outros acidentes
semelhantes venham a ocorrer. Para tanto, é fundamental o envolvimento e a sensibilização do maior
número possível de pessoas dentro da empresa.
Encontra-se, a seguir, o modelo de Comunicação de Acidente do Trabalho, do INSS, cuja primeira
parte deve ser preenchida corretamente pela empresa.
7 – Medidas de segurança a serem adotadas
Com os dados obtidos na análise dos acidentes, com o registro dos fatos que envolvem os
acidentes e das conseqü0ncias dos mesmos, é possível aos setores encarregados da segurança do
trabalho na empresa procurar as soluções imediatas ou de médio prazo, com o fim de evitar que os
infortúnios se repitam. Assim, podem ser realizadas inspeções extras de segurança para identificar causas
de acidentes que não eram conhecidas. Além das verificações técnicas e das soluções materiais, há
providencias relacionadas com o esclarecimento dos trabalhadores a respeito de problemas novos ou de
fatos desconhecidos que podem concorrer para a efetivação de infortúnios.
A análise do acidente ocorrido deve proporcionar ensinamentos que, bem aplicados, possam
eliminar atos inseguros e condições inseguras, e mesmo aqueles problemas, nem sempre fáceis de
identificar, como, por exemplo, a existência de um fator pessoal de insegurança.
A CIPA tem participações importantes na adoção de medidas que se tornam convenientes depois
de realizada a análise de um acidente.
V - RISCOS PROFISSIONAIS
1 – Agentes físicos
Os riscos profissionais provocados por agentes físicos são representados por fatores ambientais de
trabalho, tais como iluminação, vibração, radiação, ruído, calor e frio, que, de acordo com as características
do posto de trabalho, podem causar danos a saúde.
1.1 – Vibração
Os problemas físicos motivados pela vibração aparecem, na grande maioria dos casos, após longo
tempo de exposição. Nos casos de vibração de todo o corpo podem aparecer problemas renais e casos de
dores fortes na coluna.
As vibrações localizadas nos braços e mãos provocam deficiências nas articulações e problemas
circulatórios.
1.2 – Calor
Os trabalhadores expostos a atividades de fundição, siderurgia, indústrias de vidro a céu aberto e
outras, são os mais propensos a problemas como insolação, intermação, cãibras e, em alguns casos,
problemas com o cristalino do globo ocular, mais conhecido como catarata. Convém esclarecer que os
fatores comentados, geralmente, aparecem devido à exposição excessiva ao calor.
Paralelamente ao calor podem-se acrescentar as chamadas radiações ultravioletas, que estão
presentes, principalmente, nas operações de fusão de metais em alta temperatura, nos casos de solda
elétrica, etc. Como os seus efeitos são térmicos, podem provocar queimaduras, inflamações nos olhos
(casos de conjuntivite), conforme o tempo de exposição.
Além das radiações ultravioletas, há também as radiações ionizantes, que podem provocar
anemias, leucemia e até outros tipos de câncer. Esses tipos de doenças podem ser decorrentes de
atividades que envolvam o uso de aparelhos especiais e materiais radioativos, tais como radiografias
industriais de controle, aparelhos de raio X, etc.
1.3 – Frio
Os casos mais comuns de doenças
que se destacam pela ação do frio são as
queimaduras pelo frio, gripes, inflamações das
amígdalas e da laringe, resfriados, algumas
alergias, congelamento nos pés e mãos e
problemas circulatórios.
Geralmente essas ocorrências
predominam em empresas do ramo da
industrialização de pescados, frigoríficos,
indústria de alimentos congelados, etc.
- 8 -
Site: www.colegioetep.org
Curso Técnico em Química Conteúdo: Segurança no Trabalho
1.4 – Ruído
Certas máquinas, equipamentos ou operações produzem
um ruído agudo e constante, em níveis sonoros acima da
intensidade, conforme legislação específica.
De acordo com a duração da exposição no ambiente de trabalho, esses níveis sonoros provocam,
em princípio, a irritabilidade ou uma sensação de ouvir o ruído mesmo estando em casa. Com o passar do
tempo, a pessoa começa a falar mais alto ou perguntar constantemente por não ter entendido. Este é o
início de uma surdez parcial que, com o tempo, passará a ser total e irreversível.
NR-15 – Limites de tolerância para ruído contínuo ou intermitente
De acordo com o “Fator Q =5” adotado no Brasil, a exposição a níveis de Ruído estabelece que, a
cada elevação de 5dB(A), o tempo de exposição cai pela metade.
2 – Agentes químicos
Os agentes químicos que podem causar doenças profissionais são encontrados nas formas gasosa,
líquida e sólida e, quando absorvidos pelo nosso organismo, produzem, na grande maioria dos casos,
reações chamadas de venenosas ou tóxicas.
Há três vias básicas de penetração dos tóxicos no corpo humano: respiratória, cutânea e digestiva.
Um agente químico ao ser absorvido, tanto pelas vias respiratórias, cutâneas ou digestivas, pode
depositar-se em qualquer órgão do corpo humano. Alguns metais como o cobre e o mercúrio podem fixar-se
nos rins, criando uma insuficiência renal. Outro caso é o monóxido de carbono, que afeta as células do
coração. Nas intoxicações por chumbo, monóxido de carbono, arsênico e tálio ocorrem problemas
neurológicos.
2.1 – Intoxicação através das vias respiratórias
Nas operações de transformação de um produto original pelo processamento industrial, dispersam-
se na atmosfera algumas substâncias nocivas como gases, vapores, névoas, gotículas, fumos, poeiras,
fumaças, etc.
Esses elementos penetram no organismo pelas vias respiratórias, atingindo desde as vias aéreas
superiores até os alvéolos e o tecido conectivo pulmonar, provocando casos de asma, bronquites e
pneumoconioses (alteração da capacidade respiratória devido a inalação de poeiras).
2.2 – Intoxicação através das vias cutâneas
- 9 -
Site: www.colegioetep.org
Nível de
ruído
(dB)
Máxima exposição diária
permissível
85 8 horas
86 7 horas
87 6 horas
88 5 horas
89 4 horas e 30 minutos
90 4 horas
91 3 horas e 30 minutos
92 3 horas
93 2 horas e 40 minutos
94 2 horas e 15 minutos
95 2 horas
96 1 hora e 45 minutos
98 1 hora e 15 minutos
100 1 hora
102 45 minutos
104 35 minutos
105 30 minutos
106 25 minutos
108 20 minutos
110 15 minutos
112 10 minutos
114 8 minutos
115 7 minutos
dB =
decibel
Curso Técnico em Química Conteúdo: Segurança no Trabalho
A pele tem várias funções, sendo a principal delas a proteção contra as agressões externas.
Entretanto, há vários grupos de substâncias químicas que penetram, principalmente, pelos poros. Desta
maneira, algumas substâncias e vapores têm o poder de fixarem-se no tecido adiposo subcutâneo.
Uma vez absorvida, a substancia tóxica entra na circulação sangüínea, provocando alterações, que
poderão criar quadros de anemia, alterações nos glóbulos vermelhos e problemas na medula óssea.
O fígado, por exemplo, tem propensão a assimilar o chumbo, mercúrio, arsênico, etc. O benzeno
fixa-se na medula óssea e pode provocar leucemia.
A substancia tóxica, uma vez fixada no órgão de afinidade, inicia distúrbios no organismo, levando
muitas vezes, a sérios prejuízos a saúde.
2.3 – Intoxicação através das vias digestivas
Normalmente, a ingestão de substancias tóxicas pode ser considerada um caso acidental. Portanto,
poucos são os casos de doenças profissionais citados dentro dessas condições.
Os poucos casos encontrados são de manifestação dentária, da mucosa ao longo do tubo digestivo
e do fígado. Certos hábitos tais como roer as unhas ou limpá-las com os dentes são as principais causas de
ingestão de substancias tóxicas.
3 – Agentes biológicos
São microrganismos presentes no ambiente de trabalho, como as bactérias, fungos, vírus, bacilos,
parasitas e outros. Esses agentes biológicos são visíveis apenas ao microscópio, sendo capazes de
produzir doenças, deterioração de alimentos, mau cheiro, etc.
Apresentam muita facilidade de reprodução, além de contarem com diversos processos de
transmissão.
Os casos mais comuns de manifestação são:
- nos ferimentos e machucaduras podem provocar infecção por tétano;
- hepatite, tuberculose, micoses da pele, etc., que podem ser levados por funcionários contaminados para
o ambiente de trabalho;
- diarréias causadas pela falta de asseio e higiene em ambientes de alimentação.
4 – Agentes ergonômicos
Os agentes ergonômicos causadores de doenças se caracterizam por atitudes e hábitos
profissionais prejudiciais à saúde, os quais podem se refletir no esqueleto e órgãos do corpo. A adoção
desses comportamentos no posto de trabalho pode criar deformações físicas, atitudes viciosas,
modificações da estrutura óssea, etc. A utilização de um grande número de ferramentas de forma constante
e a pressão exercida sobre algumas partes do corpo criará diversos tipos de doenças profissionais, entre as
quais podem ser citadas as hidrartroses e cifoses, no caso de costureiros; artrite crônica nos membros
superiores, no caso de marceneiros; escolioses, nos tecedores à mão, pintores, etc.; neoformações
cartilaginosas atribuídas aos martelos pneumáticos, etc.
5 – Riscos de Acidentes
São responsáveis por uma série de lesões nos trabalhadores, como cortes, fraturas, escoriações,
queimaduras, etc. As máquinas desprotegidas, pisos defeituosos ou escorregadios, os empilhamentos
precários ou fora de prumo são exemplos desse risco.
6 – Conclusão
É importante destacar que nem todos os produtos ou agentes aqui comentados e presentes no
ambiente de trabalho irão causar, obrigatória e imediatamente, prejuízos a saúde.
Para que haja danos a saúde, é necessário que se tenha a combinação de vários fatores, como por
exemplo: o tempo de exposição, a possibilidade de a pessoa absorver as substâncias químicas ou
biológicas, a concentração dos tóxicos no ambiente de trabalho, o tipo de tóxico e a forma como o
contaminante se encontra.
VI - MAPA DE RISCOS
Os mapas de risco têm como finalidade descrever o ambiente físico da empresa, setores e
departamentos, identificando os riscos profissionais existentes no ambiente de trabalho capaz de
- 10 -
Site: www.colegioetep.org
Curso Técnico em Química Conteúdo: Segurança no Trabalho
comprometer a segurança e causar danos á saúde do trabalhador, alem de sugerir medidas de controle
desses riscos, propondo soluções para os problemas detectados.
Seguem – me modelos de quadros para serem utilizados durante um levantamento de riscos
ambientais.Para cada setor analisado, devem ser preenchidos os quadros referentes aos cincos grupos de
riscos que possam ser detectados.
Riscos detectados
Grupo 1 – Agentes físicos - cor VERDE
Agentes
Fonte
Geradora
Nºdo
Mapa Proteção Recomendações
Individual coletiva
Ruído
Calor
Radiações não
ionizantes
Iluminação
deficiente
Obs:Embora agente físico ,encontra –se no grupo de agentes
ergonômicos
Pressões anormais
Frio
Agentes
Fonte Geradora
Nºdo Mapa
Proteção
Proteção
individual coletiva
Recomendações
Gases e
vapores
Líquidos
Poeira
Fumaça
Névoas
Neblina
outros
Grupo 4 – Agentes Ergonômicos - cor AMARELA
Agentes Função / local Nº no mapa Recomendações
Trabalho físico pesado
- 11 -
Site: www.colegioetep.org
Grupo 2 – Agentes Químicos - cor VERMELHA
Agentes
Nº do
Mapa
Local Recomendações
Vírus
Bactérias
Protozoário
Fungos
Bacilos
Parasitas
Escorpiões
Ofídios
Insetos
Curso Técnico em Química Conteúdo: Segurança no Trabalho
Postura incorreta
Posição incomoda
Ritmo excessivo
Monotonia
Trabalho de turno
Jornada prolongada
Conflitos
Responsabilidade
Outros
Grupo 5 – Riscos de Acidentes - cor AZUL
Agentes Sim Não
Nº
do mapa
Descrição do
problema
Recomendações
Arranjo físico
Ferramentas
Manuais
Eletricidade
Sinalização
Incêndio
Maquinas e
equipamentos
Transporte de
Materiais
Armazenamento
Edificações
Outros
VII - PREVENÇÃO E COMBATE DE INCÊNDIO
1 – Química do fogo
1.1 – Triângulo do fogo
Para que haja combustão ou queima devem estar presentes e devem atuar três elementos. O
primeiro é o combustível, aquilo que vai queimar e transformar-se. O segundo é o calor, que dá início à
combustão, que faz começar o fogo. O terceiro é o oxigênio, gás existente no ar, respirável, que é
chamado de comburente. Esses três elementos são denominados elementos essenciais do fogo.
Isso significa que se faltar um deles não haverá fogo.
Como são três os elementos essenciais do fogo, se forem representados por três pontos e se forem
ligados, ter-se-á o que é chamado triângulo do fogo.
1.2 – Rompimento do triângulo do fogo.
O rompimento do triângulo do fogo, isto é, a extinção do fogo é
provocada por uma das três práticas:
- retirada do material combustível;
- retirada do calor através do processo de resfriamento;
- 12 -
Site: www.colegioetep.org
Curso Técnico em Química Conteúdo: Segurança no Trabalho
- retirada ou impedimento da entrada de oxigênio (comburente), através do processo de abafamento.
1 – Temperaturas importantes dos combustíveis
2 . 1 - Ponto de fulgor
É a temperatura mínima em que um corpo desprende gases que se queimam em contato com uma
fonte externa de calor, não havendo duração prolongada na queima, por não haver gases em quantidade
suficiente para manter as chamas.
2.2– Ponto de combustão
É a temperatura na qual um corpo emite gases em quantidade suficiente para que haja chama
permanente, quando houver contato com uma fonte externa de calor. Mesmo que se retirar a fonte externa
de calor, a chama continuará.
2.3 – Ponto de ignição
É a temperatura na qual os gases desprendidos por um corpo entram em combustão somente com
a presença do oxigênio, sem o auxilio de fonte externa de calor.
3 – Transmissão de calor
O conhecimento das formas pelas quais o calor se transmite é da mais alta importância, porque é
através da propagação do calor que os focos de incêndio iniciam ou alastram-se.
A transmissão do calor ocorre pelas seguintes formas:
3.1 - condução – o calor se propaga de um corpo para outro por contato direto ou através de um meio
condutor do calor intermediário;
3.2 - convecção – o calor se propaga através de um meio circulante, líquido ou gasoso, a partir da fonte;
3.3 - radiação – o calor se propaga por meio de ondas caloríficas irradiadas por um corpo em combustão.
4 – Classes de incêndio
Os incêndios são divididos em quatro classes:
4.1 - classe A – fogo em material combustível sólido (papel, madeira, tecidos, fibras, etc.)
4.2 - classe B – fogo em gases e líquidos inflamáveis (óleo, gasolina, gás liqüefeito de petróleo, thiner, gás
de rua, etc.).
Observação: Queimam em superfície e, após a queima, não deixam brasas
4.3 - classe C – fogo em equipamentos elétricos energizados, ou seja, ligados;
Observação: normalmente, após o corte do fornecimento de energia elétrica, não mais havendo corrente
elétrica, se transformam em combustíveis Sólido (classe A).
4.4 - classe D - fogo em metais pirofóricos (magnésio, potássio, alumínio em pó, etc.).
5 – Agentes extintores
São certas substancias (sólidas, líquidas e gasosas) utilizadas na extinção do incêndio, quer
abafando-o, quer resfriando-o ou, ainda, utilizando conjuntamente esses dois processos. Os agentes
- 13 -
Site: www.colegioetep.org
Curso Técnico em Química Conteúdo: Segurança no Trabalho
extintores devem ser empregados conforme a classe de incêndio, pois, em alguns casos, sérias
conseqüências poderão ocorrer se empregados inadequadamente.
Os principais agentes extintores são:
- água – jato pleno ou compacto, chuveiro, neblina e vapor
- areia (seca)
- gases inertes – CO2, nitrogênio, etc..
- líquidos voláteis – tetracloreto de carbono, clorobromometano, brometo de metila
- espuma – química e mecânica
- pós químicos – talco, sulfato de alumínio, grafite, bicarbonato de sódio
- líquidos umectantes.
Existem aparelhos extintores dos mais variados tipos, tamanhos, modelos e processos de
funcionamento.
Quanto ao tamanho, os extintores podem ser:
- portáteis (até 10 litros para espuma, carga líquida e água pressurizada; até seis quilos para CO2 e até
10 quilos para pó químico).
- rebocáveis (carretas), para tamanhos maiores.
Quanto ao processo de funcionamento, são geralmente de duas espécies:
- de inversão – os de espuma e carga líquida;
- de válvula – os de gás carbônico, pó químico seco e água pressurizada.
As válvulas são encontradas nos mais variados tipos e modelos.
Os extintores ainda diferem em:
- Pressurizados - têm, no seu interior, a pressão necessária ao seu funcionamento.
- Não-Pressurizados: - são aqueles que tem necessidade de serem dotados de um recipiente anexo,
contendo um gás inerte, a fim de promover a expulsão de sua carga líquida, tendo pressão desenvolvida
pela própria reação química das substâncias que integram sua carga.
Os extintores mais usuais são os de:
- espuma
- pó químico seco pressurizado
- pó químico seco com pressão injetada
- gás carbônico (CO2) com difusor acoplado ao corpo
- gás carbônico (CO2) com difusor acoplado a mangueira
- água pressurizada
- água com pressão injetada.
6 - Extintores e as classes de incêndio
Os aparelhos usados para extinção têm seu uso relacionado às classes de incêndio, de acordo com
os agentes extintores de suas cargas.
6.1 – Fogo classe A
Para extinção de um incêndio, a regra é sempre romper o triângulo do
fogo. Neste caso, o que será mais conveniente, mais prático?
- Retirar o comburente?
- Retirar o combustível?
- Retirar o calor?
Neste tipo de fogo, a melhor escolha está na retirada do calor. Retirar o calor quer dizer, diminuir,
baixar a temperatura para que esta fique abaixo do ponto de ignição, ou, de preferência, abaixo do Ponto de
Fulgor. Esse resfriamento obtém-se com a água pura ou solução de água com algum produto que ajude a
combater as chamas.
6.2 – Fogo classe B
Sempre seguindo a regra de romper o triângulo do fogo, conclui-se que,
nesse tipo de incêndio, o melhor é retirar o comburente (oxigênio). É que o fogo
- 14 -
Site: www.colegioetep.org
Curso Técnico em Química Conteúdo: Segurança no Trabalho
em líquidos só se desenvolve na superfície dos mesmos. Não há aquecimento abaixo da superfície, não
havendo formação de brasas. Deve-se, portanto, fazer o abafamento da superfície. Para isso utilizam-se
extintores de gás carbônico ou pó químico, que impedem o contato do oxigênio do ar (comburente) com a
superfície em chamas. Caso o combustível se encontre no interior de recipiente, recomenda-se o uso do
extintor de espuma. Afastado o comburente, está rompido o triângulo do fogo e as chamas cessam.
6.3- Fogo classe C
São incêndios que atingem instalações ou equipamentos elétricos energizados, isto é, existe a
passagem de corrente elétrica (ligado) , nos quais não se pode usar um tipo qualquer de produto extintor
porque o operador pode, até mesmo, ser eletrocutado. Estando a energia ligada, usam-se extintores de gás
carbônico ou de pó químico seco; com a energia desligada (sem corrente elétrica), esse tipo de incêndio
passa a ser combatido como se fosse da classe A.
6.4 – Fogo classe D
Para incêndios em metais pirofóricos, existem pós especiais para a extinção do fogo que formam
camadas protetoras, impedindo a continuação das chamas. A limalha de ferro fundido, pó grafitado se
prestam ao combate desse tipo de incêndio.
VIII - EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL
O Equipamento de Proteção Individual (EPI) é um instrumento de uso pessoal, cuja finalidade é
neutralizar a ação de certos acidentes que poderiam causar lesões ao trabalhador, e protegê-lo contra
possíveis danos à saúde, causados pelas condições de trabalho.
O EPI deve ser usado como medida de proteção quando:
- não for possível eliminar o risco através da utilização de equipamentos de proteção coletiva;
- for necessário complementar a proteção individual;
- em trabalhos eventuais e em exposições de curto período.
De qualquer forma, o uso de EPI deve ser limitado, procurando-se, primeiro, eliminar ou diminuir o
risco com a adoção de medidas de proteção geral.
Quando seu uso for inevitável, faz-se necessário tomar certas medidas quanto a sua seleção e
indicação, pois o uso e fornecimento dos EPls são disciplinados pela NR-6.
A seleção deve ser feita por pessoal competente, conhecedor não só do equipamento, como
também das condições em que o trabalho é executado.
É preciso conhecer as características, qualidades técnicas e, principalmente, o grau de proteção
que o equipamento deverá proporcionar.
1 – Características e classificação dos EPls
Pode-se classificar os EPls agrupando-os segundo a parte do corpo que devem proteger.
1.1 – Proteção para a cabeça
Estes equipamentos podem ser divididos em protetores para cabeça, propriamente ditos, que são
usados especificamente para o crânio, e protetores para os órgãos da visão e audição.
Exemplos de EPI para a cabeça:
• capacete
• protetor facial contra:
– impactos
– respingos
– radiações nocivas
• óculos de segurança contra impacto
• óculos para soldador:
– solda a gás
• máscara para soldador:
– solda elétrica
• protetor auditivo:
– tipo plugue
– tipo concha.
1.2 – Proteção para os membros superiores
- 15 -
Site: www.colegioetep.org
Curso Técnico em Química Conteúdo: Segurança no Trabalho
Nos membros superiores situam-se as partes do corpo onde, com maior freqüência, ocorrem
lesões: as mãos.
Grande parte dessas lesões pode ser evitada através do uso de luvas, que impedem um contato
direto com materiais cortantes, abrasivos, aquecidos ou com substâncias corrosivas e irritantes.
Para proteção dos membros superiores são usados:
• luvas:
– de raspa de couro
– reforçadas, de couro
– de lona
– impermeáveis (borracha ou plástico)
– de amianto
– de borracha especial (contra eletricidade)
• mangas de raspa de couro
• mangotes de raspa de couro.
1.3 – Proteção para os membros inferiores
As pernas e os pés são partes do corpo que, além de estarem sujeitos diretamente ao acidente,
ainda mantém o equilíbrio do corpo. Por esta razão os EPls ganham dupla importância, ou seja, proteger
diretamente os membros inferiores e evitar a queda, o que pode ter conseqüências graves.
Exemplos de EPls para os membros inferiores:
• sapatos de segurança:
– com biqueira de aço
– com palmilha de aço
– com palmilha e biqueira de aço
– com solado antiderrapante
• botas de segurança cano curto
– botas de segurança cano longo
– botas de borracha
– perneiras de raspa de couro (normais)
– perneiras especiais (longas)
– polainas.
1.4 – Proteção para o tronco
Aventais e vestimentas especiais são empregados contra os mais variados agentes agressivos. Os
aventais podem ser:
– de raspa de couro
– de lona
– de amianto
– de plástico.
1.5 – Proteção das vias respiratórias
Sua finalidade é impedir que as vias respiratórias sejam atingidas por gases ou outras substâncias
nocivas ao organismo. A máscara é a peça básica do protetor respiratório, podendo ser:
– semifacial
– facial
– de filtro
– com suprimento de ar
– contra gás, com filtro.
1.6 – Cintos de segurança
Não têm a finalidade de proteger esta ou aquela parte do corpo.
Destinam-se a proteger o homem que trabalha em lugares altos, prevenindo
quedas. Exemplos: cinto com travessão, cinto com corda.
- 16 -
Site: www.colegioetep.org
Curso Técnico em Química Conteúdo: Segurança no Trabalho
2 – Guarda e conservação dos EPls
De um modo geral, os EPls devem ser limpos e desinfetados a cada vez em que há troca de
usuário. É necessário que se ajude o operário a conservar o seu equipamento de proteção individual, não
só conscientizando-o de que, com a conservação, ele estará protegendo-se, como também oferecendo-Ihe
lugar próprio para guardar o EPI após o seu uso. Sempre que possível, a verificação e a limpeza desses
equipamentos devem ser confiadas a uma pessoa habilitada para este fim. ependendo do caso, o próprio
trabalhador pode se ocupar dessa tarefa, desde que receba orientação para isso.
3 – Utilização adequada dos EPls
É muito importante que todos dentro da empresa tenham consciência de quando e como usar os
EPls. Para tanto, os membros da CIPA, o supervisor de segurança, bem como os responsáveis pelo
treinamento na empresa devem estar atentos para uma verdadeira conscientização de todos quantos
dependem do uso de EPI. Essa utilização deve atender as necessidades específicas, não deve acontecer
desnecessariamente ou ser feita de forma incorreta.
4 – Exigência legal para empresas e empregados
4.1 – Obrigações do empregador
Obriga-se o empregador, quanto ao EPI, a:
– adquirir o tipo apropriado a atividade do empregado;
– fornece-lo, gratuitamente, ao seu empregado;
– treinar o trabalhador quanto ao seu uso adequado;
– tornar obrigatório o seu uso;
– substituir, imediatamente, o danificado ou extraviado;
– responsabilizar-se pela manutenção e esterilização, no que couber.
4.2 – Obrigações do empregado
– Usar, obrigatoriamente, o EPI indicado, apenas para a finalidade a que se destinar;
– responsabilizar-se pela guarda e conservação do EPI que Ihe for confiado;
– comunicar qualquer alteração no EPI que o torne parcial ou totalmente danificado;
– responsabilizar-se pela danificação do EPI, pelo seu uso inadequado ou fora das atividades a
que se destina, bem como pelo seu extravio.
4.3 – Obrigações do fabricante
O fabricante do EPI deve ter seu estabelecimento registrado, para esse fim específico, em órgãos e
repartições do governo federal, estadual e municipal.
– nomenclatura, descrição e especificação do EPI;
– indicação do uso a que se destina;
– amostra do EPI, marcada com o nome do fabricante e o número de referencia;
– certificado de ensaio do EPI, emitido por um dos órgãos especializados.
O requerimento que contrarie as normas estabelecidas neste item deverá ser regularizado dentro de
60 dias, sob pena de arquivamento do processo.
IX - PRIMEIROS SOCORROS
É fato bastante conhecido que mais de uma vida se perdeu por falta dos auxílios imediatos, que
poderiam ser prestados por um leigo a uma pessoa acidentada, a um doente ou vítima de mal súbito, tendo
como objetivo manter a vítima com vida, minorar a dor e evitar complicações do problema até a chegada do
médico.
Não se pretende que este material rivalize com as inúmeras monografias que versam sobre o
assunto, pois sabe-se que são tecnicamente mais amplas e detalhadas. Não se apresenta também um
tratado de enfermagem; visam- se, tão-somente, aos primeiros socorros a um acidentado, na sua forma
mais elementar e eficiente.
1 – Material necessário para emergência
- 17 -
Site: www.colegioetep.org
Curso Técnico em Química Conteúdo: Segurança no Trabalho
Nas várias dependências da empresa, devem existir caixas com material e medicamentos para
prestação de primeiros socorros a acidentados, que devem conter, no mínimo, os seguintes elementos, cujo
uso específico deve ser conhecido por todos:
atadura de gaze -
esparadrapo -
água boricada -
analgésico -
colírio -
soro fisiológico -
polvidini – liquido para limpeza de ferimentos
2 – Tipos de emergência e como prestar os primeiros socorros
A presença de espírito é essencial quando se pretende auxiliar a vítima de um acidente. Deve-se,
pois, manter a calma, e aplicar o que se aprenderá nesse manual.
O primeiro passo é procurar inteirar-se da lesão, tomando todo o cuidado para não agravar o estado
da vítima. Nenhum líquido deve ser dado a uma pessoa sem sentidos. Se tiver que ser feito um curativo,
deve-se lavar bem as mãos, desinfetando-as em seguida com álcool e deixando-as secar sem utilizar
toalha. Deve-se evitar ministrar à vítima agentes não-medicinais ou duvidosos ou usar processos de
primeiros socorros não-indicados pela medicina. Crendices populares, que impedem o tratamento correto,
não devem ser consideradas.
Uma vez constatada a lesão sofrida pela vítima, proceder como adiante se recomenda, cuidando,
em primeiro Iugar, da parada respiratória/cardíaca; em segundo, da hemorragia; em terceiro, de
envenenamento; em quarto, de queimaduras e ferimentos e em quinto lugar, de fraturas.
2.1 – Respiração artificial
Os pulmões são os órgãos mais importantes do aparelho respiratório, sendo sua função garantir a
oxigenação dos tecidos que formam o corpo, sem o que não é possível a vida.
A parada da respiração origina a asfixia, que é caracterizada pela cor azulada (cianose) da pele e
das mucosas, seguida imediatamente pela inconsciência.
O afogamento, os grandes traumatismos do tórax, o envenenamento por drogas, os gases, o
enforcamento e o choque elétrico são os tipos mais comuns de acidentes que provocam a asfixia, que num
primeiro momento causam a ”morte aparente”, fase em que o acidentado pode ser salvo se socorrido a
tempo. Ao estado de morte aparente, segue-se imediatamente a morte real, quando então não é mais eficaz
o socorro.
Chama-se respiração artificial o processo mecânico empregado para restabelecer a respiração.
É de tal importância esta prática que a mesma deveria ser conhecida por todas as pessoas,
principalmente os trabalhadores, que assim estariam aptos a socorrer qualquer acidentado em tais
circunstancias.
Não se deve interromper a respiração artificial em um acidentado asfixiado até a constatação da
morte real, que deve ser verificada por um médico.
Nos acidentes por eletricidade, na maioria das vezes, a morte ocorre por asfixia se o eletrocutado
não for atendido a tempo. Daí a importância da prática da respiração artificial nesses casos.
É tão importante a rapidez na prática dessa respiração em um acidentado, que, se o paciente for
atendido nos primeiros dois minutos do choque, as probabilidades de salvamento são de 90%, porém, se for
atendido somente quatro minutos depois, estas probabilidades serão de apenas 25%.
Mesmo quando houver parada cardíaca, deve-se praticar a respiração artificial o mais cedo
possível, pois, se garantirmos a oxigenação pulmonar, há grande probabilidade de reativação do coração e
da respiração.
Em caso de asfixia, o atendimento deve ser imediato, no próprio local, com aplicação da respiração
artificial, que deve ser feita continuadamente até o atendimento médico, mesmo que isto leve horas.
Uma vez reanimado o paciente, se houver uma parada cardíaca ou respiratória espontânea, que
são fenômenos comuns, principalmente nos in- toxicados por gases ou substâncias tóxicas, deve-se
recomeçar a respiração artificial.
No caso de a pessoa recobrar os sentidos, antes do atendimento médico, deve-se deixá-la em
repouso, aquecê-la e providenciar o socorro médico.
2.1.1 – Método boca a boca
É um dos métodos de respiração artificial mais
eficientes que se conhece, e dos mais antigos,
- 18 -
Site: www.colegioetep.org
Curso Técnico em Química Conteúdo: Segurança no Trabalho
necessitando apenas que o socorrista procure encher os pulmões do acidentado soprando fortemente em
sua boca.
Para que haja livre curso de ar no trato respiratório põe-se a cabeça do paciente em posição
adequada, levantando-se o pescoço do acidentado e forçando a cabeça em flexão para trás.
Esse cuidado é muito importante porque, normalmente, quando
uma pessoa perde os sentidos, as mucosas ficam flácidas, principalmente
a língua, que recua oprimindo a entrada de ar.
Em seguida, com os polegares, abre-se a boca do paciente,
permitindo com estas manobras que a circulação de ar se faça
normalmente. Caso haja ruídos provocado por sangue, dentadura, vômito
ou outros elementos que obstruam a passagem livre do ar, estes devem
ser retirados antes de iniciar a respiração.
Conservando a cabeça da vítima para trás, com uma das mãos sob o pescoço e outra sobre a testa,
apertar suas narinas para evitar que o ar escape.
O socorrista deve, então, pôr sua boca aberta sobre a boca do
paciente, soprando fortemente até notar a expansão do peito do
acidentado. Depois, retira sua boca para que haja expulsão do ar e
assim se esvazie o pulmão da vitima.
Repete-se a manobra tantas vezes quantas necessárias, em
ritmo de doze vezes por minuto.
É uma técnica simples na qual o socorrista sente imediatamente se o
ar está entrando para os pulmões do acidentado ou não.
Há, com esta técnica, um bom nível de oxigenação pulmonar,
mas ela apresenta como desvantagem a falta de estímulo circulatório
pela falta de compressão sobre o tórax.
Nos casos de asfixia por gases ou outros tóxicos, não é aconselhável este método pelo perigo de
envenenamento do próprio socorrista.
Nos casos de contratura dos músculos maxilares, fenômeno comum nos choques elétricos, que
torna muito difícil abrir a boca da vítima, e nos casos de ferimento nos lábios, pratica-se o método boca a
nariz, que é igual ao método anteriormente descrito, apenas requerendo o cuidado de fechar a boca do
paciente quando se praticar o sopro para o enchimento dos pulmões.
2.2 – Parada cardíaca
Muitas vezes a asfixia é acompanhada de parada cardíaca, o que torna o quadro muito grave.
Nestes casos, ao mesmo tempo em que se pratica a respiração artificial, deve-se tentar reanimar os
batimentos cardíacos por meio de um estimulo exterior, de natureza mecânica, e fácil de ser aplicado por
qualquer pessoa.
A parada cardíaca é de fácil reconhecimento, graças a alguns
sinais clínicos tais como:
• Inconsciência
• ausência de batimentos cardíacos
• parada respiratória
• extremidades arroxeadas
• palidez intensa
• dilatação das pupilas.
A primeira providencia a ser tomada, antes da chegada do médico, é praticar a massagem cardíaca
externa, que consiste na compressão ritmada sobre o tórax do paciente, na área cardíaca, visando estimular
a circulação através do esvaziamento parcial das cavidades do coração por efeito da pressão mecânica,
procedendo-se da seguinte maneira:
• deitar o paciente de costas sobre uma superfície dura;
• fazer pressão sobre o externo, que deste modo comprimirá o coração de encontro ao arco costal
posterior e a coluna vertebral;
• descomprimir rapidamente;
• repetir a manobra em um ritmo de 60 vezes por minuto até haver batimentos espontâneos ou até a
chegada do médico.
- 19 -
Site: www.colegioetep.org
Curso Técnico em Química Conteúdo: Segurança no Trabalho
2.3 – Hemorragia
Hemorragia é a perda de sangue por rompimento de um vaso,
que tanto pode ser uma veia como uma artéria. Qualquer hemorragia
deve ser controlada imediatamente. Em um ferimento deve-se empregar
uma compressa limpa de pano, Ienço, toalha, etc. Coloca- se a
compressa sobre o ferimento pressionando-a com firmeza, aplicando,
em seguida, uma tira de pano, atadura, gravata ou cinto para amarrar a
compressa e mantê-la apertada no lugar.
Se o ferimento for em uma artéria ou em um membro superior,
pressiona-se a artéria acima do ferimento para interromper a circulação,
de preferência apertando-a contra o osso.
Se o ferimento for no antebraço, dobra-se o cotovelo, colocando
junto à articulação um objeto duro para interromper a circulação.
Quando o ferimento for nos membros inferiores, aperta-se a virilha ou a face interna das coxas no
trajeto da artéria femural, dobra-se o joelho contra a coxa,
previamente colocando, junto a concavidade dos joelhos, um objeto
duro que pode ser um chumaço de pano.
Se estas manobras não derem resultado, tanto no caso dos
membros superiores quanto dos inferiores, coloca-se bem acima do
ferimento, no braço ou na coxa, um torniquete, principalmente se
houver amputação total ou parcial pelo acidente.
O torniquete é feito com um pano resistente, borracha ou um
cinto. Para tal, faz-se um nó, colocando-se um pedaço de madeira
entre as pontas e aplicando-se outro nó para fixá-lo.
Em seguida, gira-se o pedaço de madeira, até haver pressão suficiente
da atadura que interrompa a circulação. Fixa-se o torniquete com outra atadura,
marcando-se o tempo de interrupção da circulação.
Não se deve usar arame ou fios finos.
A cada 15 minutos deve-se desapertar o torniquete com cuidado. Se a
hemorragia parar, deixar o torniquete no Iugar, porém frouxo, de forma que
possa ser apertado no caso de voltar o sangue.
Se o paciente acusar sede, dá-se-Ihe líquido para beber, exceto se
houver lesão no ventre ou se o mesmo estiver inconsciente.
Para evitar o choque, deve-se agasalhar o ferido, mantendo-o deitado.
Podem-se encontrar vários tipos de hemorragias, exigindo cada uma,
cuidados especiais.
2.3.1 – Hemorragia interna
Pode haver ferimento nos órg5os internos, causado por traumatismo, sem perda externa de sangue.
As hemorragias internas são sempre muito graves e seus sinais são:
• pulso fraco
• suores frios abundantes
• palidez intensa
• mucosas descoradas
• sede
• tonturas e vômitos
• inconsciência.
Nesses casos, coloca-se o paciente deitado, com a cabeça sempre mais baixa que o corpo. No
entanto, se o ferimento for na cabeça, deve-se levantá-la um pouco.
Para o paciente com hemorragia interna o atendimento médico imediato é indispensável.
2.3.2 – Hemorragia nasal
Deixa-se o paciente sentado, com a cabeça voltada para trás, apertando-Ihe as narinas durante uns
minutos. Se a hemorragia continuar, as narinas deverão ser tamponadas com gaze, até que o médico
atenda.
- 20 -
Site: www.colegioetep.org
Curso Técnico em Química Conteúdo: Segurança no Trabalho
2.3.3 – Hemoptise (hemorragia dos pulmões)
É sempre grave e é indispensável o atendimento médico. Caracteriza- se pelas golfadas de sangue
vermelho rutilante que saem pela boca após um acesso de tosse.
O enfermo deverá ser colocado em repouso, com a cabeça mais baixa que o corpo, até a chegada
do médico.
2.3.4 – Hematêmese (hemorragia do trato digestivo)
É também grave e necessita sempre de cuidados médicos.
O paciente apresenta, inicialmente, enjôo e vontade de vomitar. Quando vem o vômito, este tem cor
escura, como borra de café. O enfermo deverá ficar em repouso, deitado sem travesseiro. Não se deve
administrar remédios pela boca e nem água.
Aplicar compressas frias ou saco de gelo sobre o est6mago, até a chegada do médico.
2.4 – Envenenamentos
Venenos são todas as substanciais químicas ou naturais que, postas em contato com o organismo,
causam perturbações mais ou menos graves de saúde, podendo ocasionar a morte.
Estas substâncias, chamadas tóxicas, penetram no organismo, habitualmente, pela boca, podendo
também penetrar pelas vias respiratórias (pulmões – na respiração) e pelas vias cutâneas (superfície
corporal). Os venenos atuam a partir de uma determinada quantidade e sua ação depende da natureza ou
espécie químicas.
Os acidentados por envenenamento podem apresentar as seguintes características:
• cheiro estranho no hálito, se a substância ingerida ou inalada for volátil;
• queimaduras das mucosas, podendo mudar a cor dos lábios e da língua;
• dor intensa no trato digestivo superior - boca, esôfago e estômago;
• restos de substâncias na boca, evidenciando ter a vítima ingerido algo estranho – pós, folhas de
vegetais, etc.;
• salivação abundante;
• náuseas e vômitos, podendo estes serem sanguinolentos;
• dor de cabeça;
• sonolência ou inconsciência;
• sinais de estado de choque;
• em casos extremos: parada respiratória e parada cardíaca.
2.4.1 – Atendimento
Em casos de envenenamento, deve-se:
a) transferir imediatamente a vítima para lugar arejado, no caso do ambiente estar saturado por gases
tóxicos;
b) limpar a boca e a garganta do paciente, visando a retirada do material tóxico e da secreção acumulada;
c) se houver parada respiratória ou parada cardíaca, iniciar imediatamente respiração artificial pelo método
Sylvester e massagem cardíaca associada;
d) provocar o vômito, se o veneno foi ingerido, fazendo o acidentado beber água morna, ou com sabão ou
com sal, ou então tocando levemente a garganta do envenenado com o cabo de uma colher ou outro
objeto qualquer. Deve-se repetir esta manobra várias vezes até que o líquido do vomito saia limpo;
e) fazer, em seguida, a vítima ingerir, se possível, claras de ovos batidas com água (um litro d’água para
quatro claras) ou suspensão de farinha de trigo ou maisena na proporção de quatro colheres de sopa
para um litro d’água;
f) se as vestes estiverem sujas das substâncias tóxicas, retirá-las e lavar o acidentado com bastante água
corrente. Esta prática é indispensável, sobretudo se o veneno for absorvido pela pele;
g) remover o mais cedo possível a vítima para o hospital, pois todo envenenado deve ter cuidados médicos
imediatos, recolhendo o material tóxico, o vidro com rótulo, etc., a fim de entregá-los ao médico.
Não se deve:
a) provocar v6mito se o paciente estiver em estado de inconsci0ncia, em convulsão, ou tiver ingerido
substâncias corrosivas e irritantes, tais como:
• soda cáustica
- 21 -
Site: www.colegioetep.org
Curso Técnico em Química Conteúdo: Segurança no Trabalho
• ácidos de qualquer espécie
• alvejantes de uso doméstico
• amoníaco þ produtos de petróleo (gasolina, querosene, líquidos de limpeza) ;
b) dar substâncias oleosas para o paciente beber;
c) dar bebidas alcoólicas ao envenenado;
d) fazer a vítima caminhar ou excitá-la;
e) perder tempo no atendimento, a fim de que o veneno não seja absorvido pelo organismo.
2.5 – Queimaduras
Queimadura é uma lesão causada por ação de calor ou de outras radiações sobre o organismo.
As queimaduras, além de provocarem intensa dor local, podem causar choque, levando a vítima à
morte, dependendo do estado do paciente e da extensão da área atingida.
Os seguintes agentes podem causar queimaduras:
• líquidos ferventes
• contato direto com chama
• sólidos superaquecidos ou incandescentes
• vapores quentes
• substâncias químicas (ácidos corrosivos, soda cáustica, fenol, etc.)
• radiações infravermelhas e ultravioletas naturais (sol) ou de laboratório (aparelhos)
• emanações radioativas
• eletricidade (pela passagem direta da corrente pelos tecidos, provocando a eletrólise dos mesmos e a
conseqüente necrose, ou pela ação direta do calor em forma de arco voltaico no acidente comum das
aberturas ou fechamento das chaves elétricas de grande potência).
As queimaduras externas classificam-se em:
1) superficiais: quando atingem apenas as camadas superficiais da pele;
2) profundas: quando há destruição da pele na área atingida.
Quanto a sua classificação em graus, que é uma classificação prática que indica apenas a
profundidade da lesão, podem ser de:
1) primeiro grau: caracterizada pela lesão superficial da pele sem formação de bolhas. Forma-se somente
eritema, isto é, vermelhidão, e a dor é suportável. Ex.: queimaduras causadas pelos raios solares e por
radioatividade;
2) segundo grau: caracterizada pela lesão das camadas mais profundas da pele, com formação de
flictenas (bolhas), por vezes extensas, por desprendimento das camadas superficiais;
3) terceiro grau: neste nível, as lesões atingem todas as camadas da pele, tecido celular subcutâneo e,
em certos casos, os músculos profundos, podendo chegar à carbonização da área atingida.
Observação: A gravidade da queimadura, implicando risco de vida, não está na
profundidade atingida, isto é, no grau desta, mas sim na
extensão da superfície atingida, que dá origem ao ”estado de
choque”, pela dor, desequilíbrio eletrolítico do meio interno,
desidratação, etc. A possibilidade de lesões renais, que
freqüentemente acompanham as queimaduras extensas, tornam
sempre o prognóstico mais sombrio.
Em relação à área corporal, avalia-se, aproximadamente, a superfície corporal
queimada do seguinte modo:
• cabeça = 9% de superfície corporal
• pescoço = 1%
• membro superior E = 9%
• membro superior D = 9%
• tórax e abdômen (frente) = 18%
- 22 -
Site: www.colegioetep.org
Curso Técnico em Química Conteúdo: Segurança no Trabalho
• tórax e região lombar (costas) = 18%
• membro inferior E = 18%
• membro inferior D = 18%
2.5.1 – Procedimentos a serem adotados em caso de queimaduras
a) Queimaduras térmicas:
• arrancar ou cortar imediatamente as vestes em chamas, se a peça for de tecido leve e de fácil remoção,
ou procurar abafar o fogo, envolvendo a vítima em um cobertor, toalha, capa, etc.;
• deitar o acidentado;
• colocar a cabeça e o tórax do acidentado em plano inferior ao corpo. Levantar as pernas do paciente.
Esta manobra evita o choque, e este é o cuidado que se deve ter;
• se o paciente estiver consciente, dar-lhe bastante líquido: chá, água, refrigerante, etc.;
• nunca dar bebidas alcoólicas;
• pôr um pano limpo sobre a superfície queimada.
b) Queimaduras por agentes químicos:
• lavar a região atingida com bastante água;
• conduzir a assistência como no item anterior;
• não aplicar ungüentos, graxas, bicarbonato de sódio ou outras substâncias;
• não tocar com as mãos na área queimada;
• não retirar corpos estranhos ou elementos gordurosos das lesões;
• não furar as bolhas que aparecerem.
Observação: Todas as queimaduras deverão ser examinadas por um médico ou enfermeiro habilitado, com
a máxima brevidade possível, sobretudo nos casos de grandes queimaduras.
c) Queimaduras nos olhos:
Podem ser produzidas por substâncias tóxicas ou irritantes tais como ácidos, álcalis, etc., ou pelo
calor: água quente, vapor, cinzas quentes, pó explosivo, metal fundido, chama direta, arco voltaico, etc.
A assistência deve ser imediata, devendo-se obedecer aos seguintes passos:
lavar os olhos com água em abundância durante vários minutos;
• não esfregar os olhos;
• vendar os olhos com gaze ou pano limpo umedecido;
• levar o acidentado ao médico imediatamente.
2.5.2 – Outras queimaduras provocadas pelo calor
a) Insolação
É uma perturbação devida a ação direta e prolongada dos raios solares sobre o indivíduo. É mais
comum nas praias e estações de veraneio, nas quais as pessoas não-habituadas ao sol se expõem de
maneira excessiva a ação direta dos raios solares, com largas áreas corporais desabrigadas. A insolação
pode manifestar-se de duas maneiras:
• brusca – caracterizando-se por:
– mal-estar geral
– falta de ar com sensação de sufocação
– respiração acelerada e difícil
– dor de cabeça acentuada
– pulso rápido e forte
– temperatura corporal elevada
– extremidades arroxeadas
– inconsciência e palidez
- 23 -
Site: www.colegioetep.org
Curso Técnico em Química Conteúdo: Segurança no Trabalho
• lenta – caracterizando-se por:
– mal-estar
– dor de cabeça
– náuseas
– tonturas
– pele quente e seca
– pulso rápido
– temperatura do corpo elevada.
Enquanto se aguarda atendimento médico, deve-se proceder da seguinte forma:
• remover a vítima para lugar fresco e arejado;
• retirar suas roupas;
• conservar o acidentado com a cabeça mais baixa que o corpo;
• envolver o paciente em panos molhados ou aplicar-Ihe banhos;
• envolver a cabeça em toalha molhada ou sacos de gelo;
• remover o paciente para o hospital o mais cedo possível.
Observação: Uma das principais medidas de socorro é o abaixamento progressivo da temperatura corporal.
b) intermação
É uma perturbação do organismo originada por excessivo calor em lugares não arejados
convenientemente, como nas fundições, em salas de caldeiras, junto a fornos industriais, etc. A intermação
apresenta as seguintes manifestações:
• dor de cabeça e náuseas;
• palidez acentuada;
• sudorese (transpiração excessiva);
• temperatura corporal levemente elevada;
• pulso rápido e fraco;
• cãibras abdominais e nas pernas;
• inconsciência.
O atendimento à vítima da intermação é o mesmo dispensado para o caso de insolação.
2.6 – Fraturas
O fenômeno patológico mais comum nos traumatismos é a rotura dos ossos, comumente chamada
fratura.
Há dois tipos de fraturas:
• fraturas fechadas – quando o osso quebrado não aparecer na superfície, isto é, quando não houver
ruptura das partes moles superficiais, apenas sentindo-se o desnível e o
movimento anormal dos ossos;
• fraturas abertas – quando o osso fraturado aparecer na superfície corporal, pelo rompimento dos
músculos e da pele.
Existem vários sinais clínicos que caracterizam uma fratura, como por exemplo:
• traumatismo;
• dificuldade ou incapacidade de movimento;
• dor e edema na área atingida;
• posição anormal (desvio do eixo) do membro;
• ao toque, sente-se um crepitar característico, por atrito, dos fragmentos ósseos;
• se a fratura for exposta, há, naturalmente, o surgimento do osso fraturado rompendo a pele.
2.6.1 – Atendimento
a) Fratura fechada:
• acidentado deve ser movimentado o menos possível;
• cobrir a área lesada com pano limpo ou algodão, a fim de
evitar lesões em áreas superficiais;
- 24 -
Site: www.colegioetep.org
Curso Técnico em Química Conteúdo: Segurança no Trabalho
• imobilizar o membro com talas ou apoios adequados, como uma tábua fina, papelão, revistas dobradas,
travesseiro, mantas dobradas, etc.;
• amarrar as talas de apoio com ataduras ou tiras de pano, de maneira firme, mas sem apertar;
• as talas devem ser amarradas acima e abaixo do local da fratura e acima e abaixo das articulações
próximas a área fraturada;
• remover o acidentado para o hospital.
Observação: O socorrista nunca deve tentar colocar os ossos fraturados no lugar.
b) Fratura exposta ou aberta:
Fazer um curativo protetor sobre o ferimento, com gaze ou pano limpo, a fim de evitar infecções.
Se houver hemorragia abundante, é sinal de que houve, além de fratura, rotura de vasos. Assim
sendo, procurar conter a hemorragia, conforme já foi exposto; imobilizar o membro fraturado; providenciar a
remoção do acidentado para o hospital.
c) Fratura do crânio:
A fratura do crânio sempre se reveste de gravidade, necessitando de cuidados médicos imediatos.
• Caracterização:
– lesão no crânio;
– perda de sangue pelo nariz ou pelos ouvidos;
– perda da consciência ou estado semiconsciente;
– náuseas e vômitos imediatos, podendo, também, aparecer algum tempo depois.
• Atendimento:
– manter o acidentado recostado, procurando o máximo de repouso possível;
– se houver hemorragia do couro cabeludo, fazer um curativo, envolvendo a cabeça por meio de
uma faixa ou pano limpo;
– se houver parada respiratória, iniciar respiração artificial pelo método boca a boca;
– imobilizar a cabeça do acidentado, apoiando-a em travesseiros, almofadas, etc. ;
– conduzir o paciente ao hospital.
c) Fratura da coluna vertebral:
• Caracterização:
– lesão traumática na coluna vertebral (espinha dorsal) ;
– dor local acentuada;
– deslocamento de vértebras;
– dormência nos membros;
– paralisia de membros.
• Atendimento:
– não tocar, nem deixar ninguém mexer com o acidentado se houver suspeita de fratura de
coluna, até a chegada do médico;
– observar sua respiração. Se houver parada respiratória, iniciar respiração artificial pelo método
boca a boca;
– o transporte do acidentado deve ser feito com muito cuidado, em padiola ou maca;
– empregar quatro pessoas para levantar o acidentado e levá-lo até a maca, movimentando seu
corpo em um tempo só, como se fosse um bloco maciço, sem lhe torcer a cabeça e os
membros.
• Cuidados a serem tomados:
– nunca virar de lado o acidentado procurando melhorar sua posição;
– durante o transporte para o hospital, evitar paradas bruscas com o veículo ou movimentos
súbitos e fortes.
e) Fratura da bacia:
Proceder como no caso anterior, tendo o cuidado de amarrar ambas as per- nas bem juntas, para
que durante o transporte do acidentado não haja movimento algum dos membros inferiores.
- 25 -
Site: www.colegioetep.org
Curso Técnico em Química Conteúdo: Segurança no Trabalho
f) Fratura da clavícula:
Traumatismo da parte superior do tórax. Apresenta-se uma dor intensa no local do traumatismo,
não podendo o acidentado movimentar o braço do lado atingido.
• Atendimento:
– colocar embaixo do braço um pano dobrado várias vezes para servir de almofada;
– amarrar o braço no centro do tórax do lado ferido, por meio de tiras de pano;
– espalmar a mão do braço imobilizado contra o peito, do lado são, apoiando o antebraço por
meio de uma tipóia (pano triangular ou tiras de pano) ; – conduzir o paciente ao médico;
g) Fraturas do úmero:
Proceder como no caso anterior, procurando apoiar a face externa do braço por meio de uma tala
(papelão, revista, etc.) ao longo do braço;
h) Fratura no antebraço:
Imobilizar o braço por meio de uma tipóia e conduzir o paciente ao médico.
3 Armazenagem de Produtos Químicos
Sempre que possível deve ser destinada uma sala, em separado, para armazenagem de reagentes,
para que estes não sejam conservados na área de trabalho, evitando o congestionamento das bancadas e
possíveis acidentes.
O armazenamento de produtos químicos deve levar em consideração o tipo do produto a ser
armazenado: voláteis, corrosivos, tóxicos, inflamáveis, explosivos e peroxidáveis, bem como a
incompatibilidade entre produtos.
3.1 Recomendações Gerais
• O local de armazenagem deve ser amplo, ventilado e, se possível, possuir um sistema de exaustão
adequado para suas dimensões.
• As instalações elétricas deverão ser à prova de explosão quando for necessário armazenar grandes
estoques inflamáveis.
• Os reagentes compatíveis devem ser estocados separados por famílias, com distância de 0,5m a
1m.
• As vidrarias não devem ser estocadas junto a reagentes
• Não deve ser permitida a armazenagem de produtos não identificados, bem como armazenamento
de produto sem data de validade.
• Deverá ser feita a verificação permanente dos prazos de validade dos produtos e a remoção dos
regentes vencidos.
• Os produtos corrosivos, ácidos e bases devem ficar nas prateleiras baixas, próximas ao chão.
Deverá ser evitado o armazenamento de reagentes em lugares altos e de difícil acesso. Os
produtos inflamáveis e explosivos deverão, ainda, ser mantidos a grandes distâncias de produtos
oxidantes.
• Não deve ser permitida a armazenagem de ácidos ou álcalis concentrados nos armários inferiores
das capelas, pois podem causar corrosão nas partes metálicas do equipamento. Da mesma forma,
não devem ser estocados líquidos inflamáveis para evitar risco de explosão.
• Não devem ser estocados produtos químicos voláteis em locais em que se inicia a luz solar direta.
3.2 Rótulos Padronizados
Rótulos padronizados são identificações utilizadas intencionalmente para classificação de produtos
e resíduos químicos para armazenamento, manipulação e tratamento. Para a elaboração de rótulos deverão
ser seguidas as instruções contidas na NR-26, do TEM. Porém, devido à grande variedade de tipos e
tamanhos de frascos de laboratório, torna-se difícil uma padronização de rotulagem. Portanto,
recomendamos a adoção de alguns critérios básicos:
1. Toda solução química preparada em laboratórios, para seu próprio uso ou de uso de outro setor,
deve conter um rótulo com: nome de solução, concentração, uso específico, quando não for de uso
- 26 -
Site: www.colegioetep.org
Curso Técnico em Química Conteúdo: Segurança no Trabalho
geral, data de preparação e validade (quando for preciso), fator estequiométrico (quando for
necessário), simbologia internacional de risco e terminologia de risco, nome do responsável.
2. Conforme o caso, a simbologia e terminologia de risco podem ser fixadas no frasco separadamente
do rótulo indicativo do produto, formando rótulo específico de riscos.
3. Os frascos de produtos químicos adquiridos normalmente apresentam simbologia e terminologia de
riscos adequados. Porém, se julgado necessário e conforme a classificação de risco do produto,
poderão ser acrescentadas novas informações e simbologias como rótulo preventivo.
4. Os resíduos devem ser igualmente rotulados com todas as informações de identificação e
segurança.
Em geral, as normas adotadas nos laboratórios para rotulagem baseiam-se numa classificação feita
pela NFPA (National Fire Protection Association), que desenvolveu um sistema padrão para indicar a
toxidade, a inflamabilidade e a reatividade de produtos químicos perigosos.
Esse sistema é representado pelo Diamante do Perigo ou Diamante de Hommel e possui sinais de
fácil reconhecimento e entendimento, os quais podem dar uma idéia geral do perigo desses materiais, assim
como o grau de periculosidade. É chamado de Diagrama de Homel e seus campo são preenchidos
conforme apresentado na Tabala 2.
4 MEIO AMBIENTE
4.1 Descarte de resíduos perfurocortantes
Materiais perfurocortantes são objetos e instrumentos cortantes contendo cantos, bordas, pontos ou
protuberâncias rígidas e agudas capazes de cortar ou perfurar. Constituem o grupo E de resíduos segundo
a Resolução da Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária- ANVISA-RDC Nº
306/2004. Estão inclusos nessa resolução os utensílios de vidro quebrados no laboratório (pipetas, tubos de
coleta sanguínea e placas de Petri) e outros similares.
Os materiais perfurocortantes devem ser descartados separadamente no laboratório, imediatamente
após sua geração, em recipientes de paredes rígidas, resistentes à ruptura e vazamento, com tampa,
devidamente identificadas pela inscrição “PERFUROCORTANTE” e acrescidos dos riscos adicionais
químicos e/ou radiológicos. É expressamente proibido o esvaziamento desses recipientes com a finalidade
de reaproveitamento dos frascos.
O armazenamento temporário, o transporte interno e o armazenamento externo destes resíduos
podem ser feitos nos mesmos recipientes utilizados para resíduos que possuem a possível presença de
agentes biológicos que, por suas características, podem apresentar risco de infecção. Os resíduos
perfurocortantes devem ser tratados a partir de uma avaliação prévia dos agentes de risco que possam
conter. Os materiais perfurocortantes contaminados com radionuclídeos devem ser submetidos ao mesmo
tempo de decaimento do material que o contaminou.
4.2 Descarte de resíduos químicos
De acordo com a Legislação Ambiental, os resíduos químicos líquidos não devem ser descartados
fora dos parâmetros estabelecidos pela Resolução CONAMA n˚ 357/2005, e os resíduos sólidos devem
obedecer ao estabelecido na norma ABNT, NBR ISSO 10.004/2004.
4.2.1 Recomendações Gerais
• Os resíduos químicos nos laboratórios devem ser segregados e armazenados em recipientes
adequados, em local ventilado, rotulados e afastados de áreas de circulação.
• Sempre que possível, os resíduos poderão ser tratados no laboratório e descartados na rede de
esgoto. Resíduos aquosos ácidos ou básicos, por exemplo, devem ser neutralizados antes do
descarte.
• Resíduos orgânicos que não permitem reciclagem, como por exemplo, a fase móvel do HPLC
(Cromatógrafo Líquido de Alta Performance), devem ser direcionados para aterros industriais.
• Os solventes orgânicos devem ser separados em duas classes: clorados e não clorados. Os não
clorados permitem reciclagem e os clorados, em geral, devem ser encaminhados para incineração
em incinerador autorizado.
• Para o descarte de metais pesados, fortemente alcalinos e outros resíduos, deverá ser consultada,
antecipadamente, uma referência especializada.
5 BOAS PRÁTICAS LABORATORIAIS
- 27 -
Site: www.colegioetep.org
Curso Técnico em Química Conteúdo: Segurança no Trabalho
Os alunos deverão ser orientados desde a primeira aula sobre o alto risco de trabalharem em um
laboratório sem condições de segurança. Devem ser orientados para não fazerem brincadeiras nas
dependências do laboratório e não realizarem experimentos não autorizados pelo professor.
5.1 Orientações Gerais
5.1.1 De ordem pessoal
• Não se deve firmar, manter e/ou ingerir alimentos ou bebidas nos laboratórios, sob o risco de
contaminação e da distração.
• São proibidos o uso de sandálias, chinelos e shorts durante trabalhos laboratoriais.
• É recomendável que se mantenham sempre os cabelos presos e, se necessário, que se faça o uso
de touca.
• Não deverão sertilizadas lentes de contato.
• Deve-se lavar muito bem as mãos antes e após qualquer atividade laboratorial.
5.1.2 Referentes ao laboratório
• É indispensável o uso de avental longo, em tecido de algodão, sobre a roupa.
• Quanto à ocupação dos laboratórios, orienta-se a relação de 3m2
por aluno, de modo a permitir a
segurança nas operações e na circulação dos usuários durante as aulas.
• Dúvidas devem ser solucionadas antes de começar o trabalho, lendo-se atentamente o roteiro,
organizando as vidrarias e os produtos químicos a serem utilizados.
• Sempre que necessário, dependendo do risco e da periculosidade, o experimento ou parte dele
deverá ser conduzido em capela, utilizando-se EPIs como: luvas, máscaras e óculos de proteção, e
realizados em capela. Alguns exemplos mais comuns:
→ Deve-se fazer uso de luvas e capela com exaustão para descarte e pré-lavagem de
recipiente com produtos químicos. Em caso de não existência de capela, usar avental de
PVC, protetor facial, e desenvolver a tarefa em local ventilado e seguro.
→ O manuseio de produtos químicos tóxicos e corrosivos deve ser feito em capela com
exaustão ligada e o uso de luvas e óculos de proteção facial é necessário.
→ Devem ser usadas luvas isolantes e frascos apropriados no transporte de nitrogênio líquido.
• Devem ser lidos atentamente os rótulos dos frascos de reagentes, antes de utilizá-los, pois neles há
informações importantes para a sua manipulação segura.
• Devem ser mantidas no laboratório as FISPQs (Ficha de Informação de Segurança de Produtos
Químicos) de todos os produtos manuseados. Os alunos devem ser orientados a consultá-las antes
de qualquer atividade com produtos químicos.
• Quando da realização de atividades de risco (perigo de explosão, geração de material tóxico, etc.)
deve-se proceder da seguinte forma:
→ Avisar o professor e os demais colegas no laboratório.
→ Trabalhar em capela com boa exaustão, retirado todo tipo de material não necessário à
atividade desenvolvida, como, por exemplo, líquidos inflamáveis.
• As operações com nitrogênio líquido ou gelo seco requerem particular cuidado, a fim de evitar
queimaduras ao usuário do laboratório.
• Quando do manuseio de gases, as válvulas dos cilindros devem ser abertas lentamente com as
mãos ou usando chaves apropriadas. Nunca deverão ser forçadas as válvulas com martelos ou
outras ferramentas.
• No caso em que o usuário do laboratório tenha que se ausentar de sua bancada ou, ainda, de
experimentos que permaneçam em andamento após o encerramento da aula prática, deverá ser
deixada uma ficha visível e próxima ao experimento, contando informações de como proceder em
casos de acidentes, falta d’água ou eletricidade e o professor e os demais colegas deverão ser
avisados. O funcionário responsável pelo laboratório deverá estar ciente do processo em
andamento.
• Ao realizar misturas exotérmicas em água (ácidos e álcalis concentrados), nunca deverá ser
adicionada água ao produto químico, mas sim o inverso e lentamente.
• Após o encerramento do experimento, todos os materiais utilizados deverão ser limpos e guardados
em local apropriado.
5.1.3 Limpeza de Vidraria
• Recomenda-se o uso de solução 5% de KOH em álcool para a limpeza de vidrarias.
- 28 -
Site: www.colegioetep.org
Curso Técnico em Química Conteúdo: Segurança no Trabalho
Deve-se proceder da seguinte maneira:
→ Deixar a vidraria de molho na solução de KOH em álcool por 10 minutos.
→ Lavar várias vezes com água destilada.
→ Enxaguar com solução de HCl 0,01 M.
→ Finalizar a lavagem com água destilada e colocar para secar.
O uso de soluções sulfocrônicas não é recomendado para a limpeza de vidrarias. Caso seja preciso utilizá-
la, nunca deverá ser feito diretamente na pia. Recomenda-se utilizar um frasco de vidro escuro,
devidamente rotulado. No caso de tratamento de resíduo, considerar como metal pesado.
5.1.4 Emergência
• Qualquer acidente deve ser comunicado ao professor.
• Cortes ou ferimentos, mesmo leves, devem ser desinfetados e cobertos.
• Queimaduras com fogo ou material quente devem ser tratados com compressa de gelo.
• Queimaduras com ácidos em geral devem ser lavados com água em abundância, devendo ser
procurado, imediatamente, um médico.
• Queimaduras com bases devem ser lavadas com água em abundância, devendo ser procurado,
imediatamente, um médico.
• Nos casos de substâncias estranhas em contato com os olhos, estes deverão ser lavados com água
em abundância, preferencialmente no “lava-olhos”, durante 10 a 15 minutos. Em seguida, deverá
ser consultado um médico oftalmologista.
5.1.5 Procedimentos em casos de incêndios
Todos os envolvidos com as atividades laboratoriais devem ser treinados para os procedimentos de
combate a incêndios e de evacuação do laboratório pelos alunos.
5.1.6 Riscos com equipamentos
• Não devem ser utilizado qualquer equipamento sem que haja o devido treinamento prévio ou
autorização do responsável pelo laboratório.
• Deve ser observada sempre a voltagem do equipamento antes de sua utilização.
• Quando da utilização de equipamentos para vácuo não se deve deixar que o ar entre rapidamente
no equipamento sob vácuo, pois, pode ocorrer choque mecânico e implosão.
Dessecador sob vácuo:
→ Não deve ser transportado com vácuo.
→ Deve ser protegido com fitas adesivas ou filmes plásticos.
→ As juntas devem ser engraxadas (graxas de silicone para vácuo).
→ A escolha do agente dessecante dependerá do material a ser secado. O mais utilizado é a sílica gel
anidra.
→ Um frasco de segurança deve ser mantido entre a bomba e o dessecador.
Evaporador sob vácuo
→ Evaporador rotatório – os recipientes não devem ser totalmente cheios com solução.
→ Deve ser desligado o equipamento antes da evaporação total do líquido.
→ Deve ser resfriado o frasco.
→ Deve ser desligado o vácuo.
Filtração sob vácuo
→ O equipamento deve ser firmemente preso.
→ O vácuo não deve ser aumentado para acelerar a filtração.
Destilação a vácuo
→ Deve ser utilizada manta elétrica ou banho (silicone/areia), sobre um sistema móvel.
→ A ebulição deve ser regulada por tubos capilares.
→ O sistema de vácuo deve ser ligado antes do aquecimento.
- 29 -
Site: www.colegioetep.org

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Acidentes de trabalho
Acidentes de trabalhoAcidentes de trabalho
Acidentes de trabalhoAna Santos
 
Manual de Segurança no Trabalho - resumido
Manual de Segurança no Trabalho - resumidoManual de Segurança no Trabalho - resumido
Manual de Segurança no Trabalho - resumidoproftstsergioetm
 
Apostila acidentes trabalho
Apostila acidentes trabalhoApostila acidentes trabalho
Apostila acidentes trabalhoFatima Silva
 
Trabalho Tec De Treinamento
Trabalho Tec De TreinamentoTrabalho Tec De Treinamento
Trabalho Tec De TreinamentoAlexandre Romero
 
Segurança no trabalho para gestores
Segurança no trabalho para gestoresSegurança no trabalho para gestores
Segurança no trabalho para gestoresSergio Roberto Silva
 
Integração de segurança - modelo completo
Integração de segurança - modelo completoIntegração de segurança - modelo completo
Integração de segurança - modelo completoANDRESOUZA199
 
Das Imagens Feias
Das Imagens FeiasDas Imagens Feias
Das Imagens FeiasAinoan
 
Treinamento segurança do trabalho
Treinamento segurança do trabalho Treinamento segurança do trabalho
Treinamento segurança do trabalho ricardotortora
 
Seguranca basica do_trabalho_evf
Seguranca basica do_trabalho_evfSeguranca basica do_trabalho_evf
Seguranca basica do_trabalho_evfedmar_eng
 
Portefólio reflexivo de aprendizagem (pra)
Portefólio reflexivo de aprendizagem (pra)Portefólio reflexivo de aprendizagem (pra)
Portefólio reflexivo de aprendizagem (pra)SaraPereira2016
 
Tst acidentes do trabalho
Tst   acidentes do trabalhoTst   acidentes do trabalho
Tst acidentes do trabalhoBolivar Motta
 
Higiene e segurança no trabalho
Higiene e segurança no trabalhoHigiene e segurança no trabalho
Higiene e segurança no trabalhoInês Marques
 
Noção de acidente de trabalho
Noção de acidente de trabalhoNoção de acidente de trabalho
Noção de acidente de trabalhoFilipa Andrade
 
Politica de saúde e segurança do trabalho
Politica de saúde e segurança do trabalhoPolitica de saúde e segurança do trabalho
Politica de saúde e segurança do trabalhoEvandroPFonseca
 
Treinamento segurança e saude no trabalho
Treinamento segurança e saude no trabalhoTreinamento segurança e saude no trabalho
Treinamento segurança e saude no trabalhoJupira Silva
 

Mais procurados (20)

Acidentes de trabalho
Acidentes de trabalhoAcidentes de trabalho
Acidentes de trabalho
 
Manual de Segurança no Trabalho - resumido
Manual de Segurança no Trabalho - resumidoManual de Segurança no Trabalho - resumido
Manual de Segurança no Trabalho - resumido
 
Apostila acidentes trabalho
Apostila acidentes trabalhoApostila acidentes trabalho
Apostila acidentes trabalho
 
Trabalho Tec De Treinamento
Trabalho Tec De TreinamentoTrabalho Tec De Treinamento
Trabalho Tec De Treinamento
 
Integração de Segurança
Integração de SegurançaIntegração de Segurança
Integração de Segurança
 
Segurança no trabalho para gestores
Segurança no trabalho para gestoresSegurança no trabalho para gestores
Segurança no trabalho para gestores
 
Integração de segurança - modelo completo
Integração de segurança - modelo completoIntegração de segurança - modelo completo
Integração de segurança - modelo completo
 
Das Imagens Feias
Das Imagens FeiasDas Imagens Feias
Das Imagens Feias
 
Segurança do trabalho
Segurança do trabalhoSegurança do trabalho
Segurança do trabalho
 
Treinamento segurança do trabalgo nwn
Treinamento segurança do trabalgo nwnTreinamento segurança do trabalgo nwn
Treinamento segurança do trabalgo nwn
 
Treinamento segurança do trabalho
Treinamento segurança do trabalho Treinamento segurança do trabalho
Treinamento segurança do trabalho
 
Seguranca basica do_trabalho_evf
Seguranca basica do_trabalho_evfSeguranca basica do_trabalho_evf
Seguranca basica do_trabalho_evf
 
Portefólio reflexivo de aprendizagem (pra)
Portefólio reflexivo de aprendizagem (pra)Portefólio reflexivo de aprendizagem (pra)
Portefólio reflexivo de aprendizagem (pra)
 
Aula: Acidentes de Trabalho (AT)
Aula: Acidentes de Trabalho (AT)Aula: Acidentes de Trabalho (AT)
Aula: Acidentes de Trabalho (AT)
 
Conteúdo de aula - nr13
Conteúdo de aula  - nr13Conteúdo de aula  - nr13
Conteúdo de aula - nr13
 
Tst acidentes do trabalho
Tst   acidentes do trabalhoTst   acidentes do trabalho
Tst acidentes do trabalho
 
Higiene e segurança no trabalho
Higiene e segurança no trabalhoHigiene e segurança no trabalho
Higiene e segurança no trabalho
 
Noção de acidente de trabalho
Noção de acidente de trabalhoNoção de acidente de trabalho
Noção de acidente de trabalho
 
Politica de saúde e segurança do trabalho
Politica de saúde e segurança do trabalhoPolitica de saúde e segurança do trabalho
Politica de saúde e segurança do trabalho
 
Treinamento segurança e saude no trabalho
Treinamento segurança e saude no trabalhoTreinamento segurança e saude no trabalho
Treinamento segurança e saude no trabalho
 

Semelhante a Apostila segurançatrab i

treinamento segurança do trabalho NR 18.ppt
treinamento segurança do trabalho NR 18.ppttreinamento segurança do trabalho NR 18.ppt
treinamento segurança do trabalho NR 18.pptisaccampeche2
 
NR.01 Treinamento segurança do trabalho.ppt
NR.01 Treinamento segurança do trabalho.pptNR.01 Treinamento segurança do trabalho.ppt
NR.01 Treinamento segurança do trabalho.pptssuser22319e
 
treinamento segurança do trabalgo nwn.ppt
treinamento segurança do trabalgo nwn.ppttreinamento segurança do trabalgo nwn.ppt
treinamento segurança do trabalgo nwn.pptJairoRodrigues47
 
treinamento segurança do trabalgo nwn.ppt
treinamento segurança do trabalgo nwn.ppttreinamento segurança do trabalgo nwn.ppt
treinamento segurança do trabalgo nwn.pptSANDRARODRIGUESDASIL5
 
treinamento Treinamento de Integração.pptx
treinamento Treinamento de Integração.pptxtreinamento Treinamento de Integração.pptx
treinamento Treinamento de Integração.pptxTalmom Taciano
 
Integração segurança
Integração segurançaIntegração segurança
Integração segurançamaestro120
 
NR 18-Integração_SC.pptx
NR 18-Integração_SC.pptxNR 18-Integração_SC.pptx
NR 18-Integração_SC.pptxLeomir Borghardt
 
treinamento segurança do trabalgo nwn.ppt
treinamento segurança do trabalgo nwn.ppttreinamento segurança do trabalgo nwn.ppt
treinamento segurança do trabalgo nwn.pptRaquelDonato2
 
SEGURANÇA DO TRABALHO Melhor.ppt
SEGURANÇA DO TRABALHO Melhor.pptSEGURANÇA DO TRABALHO Melhor.ppt
SEGURANÇA DO TRABALHO Melhor.pptRafaelFranco466245
 
1 apresentação geral
1   apresentação geral1   apresentação geral
1 apresentação geralNilton Goulart
 
Integração de Segurança do Trabalho 2012
Integração de Segurança do Trabalho 2012Integração de Segurança do Trabalho 2012
Integração de Segurança do Trabalho 2012proftstsergioetm
 
Treinamento de CIPA modulo II - Segurança do Trabalho
Treinamento de CIPA   modulo II - Segurança do TrabalhoTreinamento de CIPA   modulo II - Segurança do Trabalho
Treinamento de CIPA modulo II - Segurança do Trabalhoemanueltstegeon
 
treinamento segurança do trabalho.ppt
treinamento segurança do trabalho.ppttreinamento segurança do trabalho.ppt
treinamento segurança do trabalho.pptAdelmaSiles
 
SEGURANÇA DO TRABALHO OFICIAL 3222.pptx
SEGURANÇA DO TRABALHO OFICIAL 3222.pptxSEGURANÇA DO TRABALHO OFICIAL 3222.pptx
SEGURANÇA DO TRABALHO OFICIAL 3222.pptxJooHenriqueCarvallho
 
APOSTILA NR 05. cipa.pdf
APOSTILA NR 05. cipa.pdfAPOSTILA NR 05. cipa.pdf
APOSTILA NR 05. cipa.pdfssuser22319e
 

Semelhante a Apostila segurançatrab i (20)

treinamento segurança do trabalho NR 18.ppt
treinamento segurança do trabalho NR 18.ppttreinamento segurança do trabalho NR 18.ppt
treinamento segurança do trabalho NR 18.ppt
 
NR.01 Treinamento segurança do trabalho.ppt
NR.01 Treinamento segurança do trabalho.pptNR.01 Treinamento segurança do trabalho.ppt
NR.01 Treinamento segurança do trabalho.ppt
 
treinamento segurança do trabalgo nwn.ppt
treinamento segurança do trabalgo nwn.ppttreinamento segurança do trabalgo nwn.ppt
treinamento segurança do trabalgo nwn.ppt
 
treinamento segurança do trabalgo nwn.ppt
treinamento segurança do trabalgo nwn.ppttreinamento segurança do trabalgo nwn.ppt
treinamento segurança do trabalgo nwn.ppt
 
treinamento Treinamento de Integração.pptx
treinamento Treinamento de Integração.pptxtreinamento Treinamento de Integração.pptx
treinamento Treinamento de Integração.pptx
 
Ficha nº 1
Ficha nº 1Ficha nº 1
Ficha nº 1
 
Integração segurança
Integração segurançaIntegração segurança
Integração segurança
 
NR 18-Integração_SC.pptx
NR 18-Integração_SC.pptxNR 18-Integração_SC.pptx
NR 18-Integração_SC.pptx
 
treinamento segurança do trabalgo nwn.ppt
treinamento segurança do trabalgo nwn.ppttreinamento segurança do trabalgo nwn.ppt
treinamento segurança do trabalgo nwn.ppt
 
SEGURANÇA DO TRABALHO Melhor.ppt
SEGURANÇA DO TRABALHO Melhor.pptSEGURANÇA DO TRABALHO Melhor.ppt
SEGURANÇA DO TRABALHO Melhor.ppt
 
Integração
IntegraçãoIntegração
Integração
 
1 apresentação geral
1   apresentação geral1   apresentação geral
1 apresentação geral
 
Integração de Segurança do Trabalho 2012
Integração de Segurança do Trabalho 2012Integração de Segurança do Trabalho 2012
Integração de Segurança do Trabalho 2012
 
Treinamento de CIPA modulo II - Segurança do Trabalho
Treinamento de CIPA   modulo II - Segurança do TrabalhoTreinamento de CIPA   modulo II - Segurança do Trabalho
Treinamento de CIPA modulo II - Segurança do Trabalho
 
Ordem serviço
Ordem serviçoOrdem serviço
Ordem serviço
 
treinamento segurança do trabalho.ppt
treinamento segurança do trabalho.ppttreinamento segurança do trabalho.ppt
treinamento segurança do trabalho.ppt
 
Cipa apostila-cbpi
Cipa apostila-cbpiCipa apostila-cbpi
Cipa apostila-cbpi
 
Apostila cipa
Apostila cipaApostila cipa
Apostila cipa
 
SEGURANÇA DO TRABALHO OFICIAL 3222.pptx
SEGURANÇA DO TRABALHO OFICIAL 3222.pptxSEGURANÇA DO TRABALHO OFICIAL 3222.pptx
SEGURANÇA DO TRABALHO OFICIAL 3222.pptx
 
APOSTILA NR 05. cipa.pdf
APOSTILA NR 05. cipa.pdfAPOSTILA NR 05. cipa.pdf
APOSTILA NR 05. cipa.pdf
 

Último

Aula de classificação de rolamentos norma DIN
Aula de classificação de rolamentos norma DINAula de classificação de rolamentos norma DIN
Aula de classificação de rolamentos norma DINFabioFranca22
 
Estatística aplicada à experimentação animal
Estatística aplicada à experimentação animalEstatística aplicada à experimentação animal
Estatística aplicada à experimentação animalleandroladesenvolvim
 
Tecnólogo em Mecatrônica - Universidade Anhanguera
Tecnólogo em Mecatrônica - Universidade AnhangueraTecnólogo em Mecatrônica - Universidade Anhanguera
Tecnólogo em Mecatrônica - Universidade AnhangueraGuilhermeLucio9
 
A Importância dos EPI's no trabalho e no dia a dia laboral
A Importância dos EPI's no trabalho e no dia a dia laboralA Importância dos EPI's no trabalho e no dia a dia laboral
A Importância dos EPI's no trabalho e no dia a dia laboralFranciscaArrudadaSil
 
LEAN SIX SIGMA - Garantia da qualidade e segurança
LEAN SIX SIGMA - Garantia da qualidade e segurançaLEAN SIX SIGMA - Garantia da qualidade e segurança
LEAN SIX SIGMA - Garantia da qualidade e segurançaGuilhermeLucio9
 
MODELO LAUDO AVALIAÇÃO MÁQUINAS EQUIPAM
MODELO LAUDO AVALIAÇÃO MÁQUINAS  EQUIPAMMODELO LAUDO AVALIAÇÃO MÁQUINAS  EQUIPAM
MODELO LAUDO AVALIAÇÃO MÁQUINAS EQUIPAMCassio Rodrigo
 
Eletricista instalador - Senai Almirante Tamandaré
Eletricista instalador - Senai Almirante TamandaréEletricista instalador - Senai Almirante Tamandaré
Eletricista instalador - Senai Almirante TamandaréGuilhermeLucio9
 
PLANO DE EMERGÊNCIA E COMBATE A INCENDIO.pdf
PLANO DE EMERGÊNCIA E COMBATE A INCENDIO.pdfPLANO DE EMERGÊNCIA E COMBATE A INCENDIO.pdf
PLANO DE EMERGÊNCIA E COMBATE A INCENDIO.pdfAroldoMenezes1
 
FISIOLOGIA DA REPRODUÇÃO. matéria de fisiologia animal
FISIOLOGIA DA REPRODUÇÃO. matéria de fisiologia animalFISIOLOGIA DA REPRODUÇÃO. matéria de fisiologia animal
FISIOLOGIA DA REPRODUÇÃO. matéria de fisiologia animalPauloHenrique154965
 
Livro Vibrações Mecânicas - Rao Singiresu - 4ª Ed.pdf
Livro Vibrações Mecânicas - Rao Singiresu - 4ª Ed.pdfLivro Vibrações Mecânicas - Rao Singiresu - 4ª Ed.pdf
Livro Vibrações Mecânicas - Rao Singiresu - 4ª Ed.pdfSamuel Ramos
 

Último (10)

Aula de classificação de rolamentos norma DIN
Aula de classificação de rolamentos norma DINAula de classificação de rolamentos norma DIN
Aula de classificação de rolamentos norma DIN
 
Estatística aplicada à experimentação animal
Estatística aplicada à experimentação animalEstatística aplicada à experimentação animal
Estatística aplicada à experimentação animal
 
Tecnólogo em Mecatrônica - Universidade Anhanguera
Tecnólogo em Mecatrônica - Universidade AnhangueraTecnólogo em Mecatrônica - Universidade Anhanguera
Tecnólogo em Mecatrônica - Universidade Anhanguera
 
A Importância dos EPI's no trabalho e no dia a dia laboral
A Importância dos EPI's no trabalho e no dia a dia laboralA Importância dos EPI's no trabalho e no dia a dia laboral
A Importância dos EPI's no trabalho e no dia a dia laboral
 
LEAN SIX SIGMA - Garantia da qualidade e segurança
LEAN SIX SIGMA - Garantia da qualidade e segurançaLEAN SIX SIGMA - Garantia da qualidade e segurança
LEAN SIX SIGMA - Garantia da qualidade e segurança
 
MODELO LAUDO AVALIAÇÃO MÁQUINAS EQUIPAM
MODELO LAUDO AVALIAÇÃO MÁQUINAS  EQUIPAMMODELO LAUDO AVALIAÇÃO MÁQUINAS  EQUIPAM
MODELO LAUDO AVALIAÇÃO MÁQUINAS EQUIPAM
 
Eletricista instalador - Senai Almirante Tamandaré
Eletricista instalador - Senai Almirante TamandaréEletricista instalador - Senai Almirante Tamandaré
Eletricista instalador - Senai Almirante Tamandaré
 
PLANO DE EMERGÊNCIA E COMBATE A INCENDIO.pdf
PLANO DE EMERGÊNCIA E COMBATE A INCENDIO.pdfPLANO DE EMERGÊNCIA E COMBATE A INCENDIO.pdf
PLANO DE EMERGÊNCIA E COMBATE A INCENDIO.pdf
 
FISIOLOGIA DA REPRODUÇÃO. matéria de fisiologia animal
FISIOLOGIA DA REPRODUÇÃO. matéria de fisiologia animalFISIOLOGIA DA REPRODUÇÃO. matéria de fisiologia animal
FISIOLOGIA DA REPRODUÇÃO. matéria de fisiologia animal
 
Livro Vibrações Mecânicas - Rao Singiresu - 4ª Ed.pdf
Livro Vibrações Mecânicas - Rao Singiresu - 4ª Ed.pdfLivro Vibrações Mecânicas - Rao Singiresu - 4ª Ed.pdf
Livro Vibrações Mecânicas - Rao Singiresu - 4ª Ed.pdf
 

Apostila segurançatrab i

  • 1. Curso Técnico em Química Conteúdo: Segurança no Trabalho I - ACIDENTE DO TRABALHO 1 – Conceito legal Acidente do trabalho é aquele que ocorrer pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, ou a perda ou redução, permanente ou temporária , da capacidade para o trabalho. Considera-se acidente de trabalho as doenças produzidas ou desencadeadas pelo exercício do trabalhado. Equiparam-se também ao acidente do trabalho: I – o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perca de sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção média para sua recuperação; II – o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário de trabalho, em conseqüência de: a) ato de agressão, sabotagem ou de terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho; b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada com o trabalho; c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro de trabalho; d) ato de pessoa privada do uso da razão; e) desabamento, inundação ou incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior; III - a doença proveniente da contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade: IV – o acidente sofrido pelo segurado, ainda que fora do local de trabalho: a) na execução de ordem ou realização de serviço sob a autoridade da empresa; b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para Ihe evitar prejuízo ou proporcionar proveito; c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudos quando financiado por esta, dentro de seus planos para melhor capacitação de mão-de-obra, independente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado; d) no percurso da residência para o trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado; V - Nos períodos destinados a refeição ou descanso , ou por ocasião da satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local de trabalho ou durante este , o empregado e considerado no exercício do trabalho. 2 – Conceito prevencionista Acidente de trabalho é uma ocorrência não-programada, inesperada ou não, que interrompe ou interfere no processo normal de uma atividade, ocasionando perda de tempo útil e ou lesões nos trabalhadores e ou danos materiais e ou morte. Este conceito nos leva a refletir que o acidente do trabalho sempre ocorre durante uma atividade normal, em que o executante do serviço não está esperando por qualquer ocorrência contrária às planejadas, fato que o leva a baixar o nível de atenção, se expor a riscos desnecessários e, até mesmo, a agravar as condições de riscos previamente existentes. Assim o conceito prevencionista é aquele que o membro da CIPA deve sempre ter em mente, para que possa tomar ou propor atitudes preventivas visando evitar a manifestação do risco e a ocorrência de eventos indesejáveis e inesperados. II - CAUSAS DE ACIDENTES DO TRABALHO 1 – Atos inseguros Os atos inseguros são, geralmente, definidos como causas de acidentes do trabalho que residem exclusivamente no fator humano, isto é, aqueles que decorrem da execução das tarefas de forma contrária às normas de segurança. É falsa a idéia de que não se pode predizer nem controlar o comportamento humano. Na verdade, é possível analisar os fatores relacionados com a ocorrência de atos inseguros e controlá-los. Seguem-se, para orientação, alguns fatores que podem levar os trabalhadores a praticarem atos inseguros: - 1 - Site: www.colegioetep.org
  • 2. Curso Técnico em Química Conteúdo: Segurança no Trabalho a) Inadaptação entre homem e função por fatores constitucionais como: - sexo - idade - tempo de reação aos estímulos - coordenação motora - estabilidade X instabilidade emocional - extroversão / introversão - agressividade - impulsividade - problemas neurológicos - nível de inteligência - grau de atenção - percepção - coordenação visual / motora, etc. ; b) Fatores circunstanciais – fatores que estão influenciando o desempenho do indivíduo no momento: - problemas familiares - abalos emocionais - discussão com colegas - alcoolismo - grandes preocupações - doença - estado de fadiga, etc.; c) Desconhecimento dos riscos da função e ou da forma de evitá-los, causado por: - seleção ineficaz - falhas de treinamento - falta de treinamento; - d) Desajustamento – relacionado com certas condições específicas do trabalho como: - problemas com a chefia - problemas com os colegas - política salarial imprópria - política promocional imprópria - clima de insegurança, etc.; e) Fatores que fazem parte das características da personalidade do trabalhador e que se manifestam por comportamentos impróprios. Eis alguns exemplos: - o desleixado - o ”machão” - o exibicionista calado - o exibicionista falador - o desatento o brincalhão. 2 – Condições inseguras (Inadequadas) São aquelas que, presentes no ambiente de trabalho, colocam em risco a integridade física e ou mental do trabalhador, devido à possibilidade do mesmo acidentar-se. Tais condições manifestam-se como deficiências técnicas, podendo apresentar-se: a) na construção e instalações em que se localiza a empresa: áreas insuficientes, pisos fracos e irregulares, excesso de ruído e trepidações, falta de ordem e de limpeza, instalações elétricas impróprias ou com defeitos, falta de sinalização; b) na maquinaria: localização imprópria das máquinas, falta de proteção em partes móveis e pontos de agarramento, máquinas apresentando defeitos; c) na proteção do trabalhador: proteção insuficiente ou totalmente ausente, roupas e calçados impróprios, equipamento de proteção com defeito. - 2 - Site: www.colegioetep.org
  • 3. Curso Técnico em Química Conteúdo: Segurança no Trabalho Essas causas são apontadas como responsáveis pela maioria dos acidentes. No entanto, deve-se levar em conta que, às vezes, os acidentes são provocados pela presença de condições inseguras e atos inseguros ao mesmo tempo. 2.1 – Maneira de se trajar no local de trabalho É sabido que as partes móveis das máquinas formam pontos de agarramento que representam constante fonte de perigo para o operador. São exemplos de pontos de agarramento: - cilindros - polias - correias - correntes - partes sobressalentes - engrenagens. Partes que poderão ser agarradas: - cabelos compridos e soltos - roupas soltas - camisa desabotoada - camisa de mangas compridas - calças de boca larga - enfeites - colares e cordões - brincos - relógios - pulseiras e anéis. O calçado inadequado é também um grande problema no ambiente de trabalho porque, geralmente, os tipos usados pelo trabalhador são desaconselháveis e ninguém está livre do perigo de que algo pesado caia sobre os pés ou que algo perfurante ultrapasse a sola dos sapatos. Todos os aspectos citados precisam ser observados, estudados e tratados para se conseguirem resultados duradouros ou definidos, mas algumas providências podem ser tomadas de imediato para minimizar os riscos de acidentes, como: - usar touca ou gorro para prender os cabelos compridos; - usar a camisa abotoada e dentro da calça - usar as mangas compridas com os punhos abotoados ou, então, mangas curtas; - usar calças de boca estreita com as barras firmemente costuradas e sem vira; - usar calçados de sola de couro, fechados e baixos; - usar sapatos de segurança com biqueira e palmilha de aço, onde se fizerem necessários; - não usar quaisquer enfeites no pescoço, braços, mãos ou dedos; - usar roupas ajustadas no corpo, sem serem apertadas ou largas demais. 2.2 – Ordem e limpeza É sabido que no ambiente de trabalho muitos fatores de ordem física exercem influências de ordem psicológica sobre as pessoas, interferindo de maneira positiva ou negativa no comportamento humano, conforme as condições em que se apresentam. Neste contexto, a ordem e a limpeza constituem um fator de influencia positiva no comportamento do trabalhador. São fatores de ordem física: cor, luminosidade, temperatura, ruído, etc. As pessoas que trabalham num ambiente desorganizado sentem uma sensação de mal-estar, que poderá tornar-se um agravante de um estado emocional já perturbado por outros problemas. Esse estado psicológico poderá afetar o relacionamento dos trabalhadores e expô-los ao risco de acidentes, além de prejudicar a produção da empresa. Em um ambiente desorganizado, podem-se encontrar: - passagens obstruídas com tábuas, caixotes, produtos acabados, etc; - obstáculos que impedem o trânsito normal das pessoas por entre máquinas ou corredores; - obstáculos em que se pode facilmente tropeçar ou escorregar; - chão sujo de graxa, combustíveis ou substâncias químicas. - 3 - Site: www.colegioetep.org
  • 4. Curso Técnico em Química Conteúdo: Segurança no Trabalho A limpeza, conservação e manutenção são muito importantes em se tratando de máquinas, equipamentos, bancadas e ferramentas de uso individual, assim como as dependências de uso coletivo merecem uma atenção especial no que se refere a esse aspecto. Cuidados que se devem tomar com o ambiente de trabalho: - as bancadas e as máquinas devem permanecer sempre limpas e em ordem; - os resíduos, cavacos, serragens, estopas impregnadas de óleo ou graxa devem ser colocados em latões de lixo; - para cada objeto deve existir um local adequado; - os materiais devem ser armazenados de uma forma segura; - manter desimpedido o acesso ao material de combate a incêndio; - manter a sinalização desobstruída; - preservar a ordem e limpeza nos refeitórios; - manter as instalações sanitárias limpas e desinfetadas; - conservar o vestiário limpo e organizado. Muitos outros exemplos poderiam ser citados pois, em todos os ramos de atividade em que se deseja realizar determinadas tarefas, num ambiente de tranqüilidade e segurança, necessitam-se de dois fatores imprescindíveis: ordem e limpeza. III - INVESTIGAÇÃO DE ACIDENTES 1 – Procura das causas do acidente Quando um acidente ocorre, seja grave ou não, os componentes da CIPA devem analisá-lo profundamente, com o objetivo de agir eficazmente no sentido de evitar a sua repetição. Faz-se necessário lembrar que a finalidade da investigação não é a de procurar um culpado ou um responsável, mas encontrar as causas que contribuíram direta ou indiretamente para a ocorrência do acidente. O local da ocorrência deve permanecer sem alteração, para que as condições do momento do acidente sejam perfeitamente identificadas pela comissão encarregada da investigação do mesmo. Essa comissão deverá ser nomeada pelo presidente da CIPA, dela fazendo parte o encarregado do setor onde ocorreu o acidente, membros da CIPA e membros do SESMT. Até a chegada da comissão, o encarregado deve iniciar a coleta de dados que servirão como ponto de partida para um exame pormenorizado. Como roteiro básico na investigação, pode-se utilizar as perguntas seguintes: • que fazia o trabalhador no momento imediatamente anterior à ocorrência? • Como aconteceu? • Quais foram às conseqüências? • Quais as causas que contribuíram direta ou indiretamente para a ocorrência do acidente? • Quando ocorreu? (data e hora) • Onde ocorreu? (especificando o setor ou seção) • Quanto tempo de experiência na função tinha o acidentado? Importante: Na medida do possível, o acidentado deve ser envolvido na investigação do acidente. 2 – Fator pessoal de insegurança As pessoas, pelo seu modo de agir, como indivíduos ou profissionais, cometem atos inseguros e ou criam condições inseguras, ou colaboram para que elas continuem existindo. Devem ser apurados e anotados no relatório de acidente os fatores pessoais que estiveram presentes no momento em que ele ocorreu. Esses fatores de insegurança ficam evidentes quando o indivíduo apresenta desconhecimento dos riscos de acidentes, treinamento inadequado, falta de aptidão ou interesse pelo trabalho, excesso de confiança, incapacidade física para o trabalho, etc. 3 – Agente da lesão Em uma investigação, após identificada a parte do corpo lesada, procura-se conhecer aquilo que em contato com a pessoa provocou a lesão, isto é, busca-se determinar o agente ou fonte da lesão. - 4 - Site: www.colegioetep.org
  • 5. Curso Técnico em Química Conteúdo: Segurança no Trabalho Os agentes podem ser os ácidos e outros produtos químicos, uma ferramenta, parte de uma máquina, materiais incandescentes e ou excessivamente quentes, arestas cortantes, corrente elétrica, superfícies abrasivas, etc. A determinação do agente da lesão é um dado fundamental na investigação de acidentes. 4 – Natureza da lesão No relatório de acidente deve constar o tipo de lesão ocorrida. As lesões que mais comumente acontecem são:  contusão – decorrente de um traumatismo sobre qualquer região do organismo, sem que ocorra rompimento da pele;  entorse – ocorrida na articulação dos ossos e provocada por um movimento anormal ou exagerado;  luxação – ocorre quando os ligamentos de uma articulação óssea são forçados além do normal e os ossos articulados ficam fora de posição;  fratura – quando ocorre a quebra de um osso do esqueleto humano. Ela pode ser simples, sem ferimento da pele, ou exposta, com ferimento através do qual o osso fica exposto;  ferimento – ocorre rompimento da superfície da pele dando origem a uma hemorragia;  queimadura – lesão produzida nos tecidos pela ação do calor. 5 – Localização da lesão A localização da lesão merece análise cuidadosa. Às vezes, a identificação do agente da lesão só se dá através do estudo da localização desta. O estudo estatístico de ocorrências nos mesmos pontos pode indicar a existência de determinado fator de insegurança, seja ato inseguro ou condição insegura. A localização da lesão tem, ainda, importância para os efeitos legais decorrentes das normas previdenciárias. 6 - ESTUDO DE CASO O caso do João Para suprir uma vaga do setor de Conservação e Reparos, um supervisor convidou o funcionário João, do setor de Serviços Gerais, para trabalhar com ele. João fora admitido como faxineiro há dois anos e três meses. Indagado sobre a transferência, alegou não ter conhecimentos técnicos para realização das atividades futuras, pois o trabalho do setor se caracteriza por erguer paredes, fazer pinturas, reparos hidráulicos e pequenas instalações elétricas. O supervisor tentou convencê-lo dizendo que o mesmo iria adquirir esses conhecimentos com o tempo, realizando as atividades inerentes ao novo setor e que teria seu salário aumentado. Sendo assim, João aceitou o cargo. Fazia seis meses que João estava na seção. Como estava próxima a festa do ”Dia das Mães” e haveria na fábrica uma comemoração da data, João foi incumbido de fazer a instalação de um cano no teto do galpão, onde seria realizada uma apresentação teatral. O supervisor lhe ordenou que o procurasse, tão logo terminasse o trabalho, para que juntos colocassem a cortina. Para furar o cano, João se equilibrava em cima de algumas caixas em forma de escada, utilizando uma furadeira elétrica portátil. Ele já havia feito vários furos e a broca estava com o fio gasto; por esta razão, forçava a penetração da mesma. Momentaneamente, a sua atenção foi desviada por algumas faíscas que saíam do cabo da extensão, exatamente onde havia um rompimento que deixava a descoberto os fios condutores da eletricidade. Ao desviar a atenção, ele torceu o corpo, forçando a broca no furo. Com a pressão ela quebrou e, neste mesmo instante, João voltou o rosto para ver o que acontecia, sendo atingido por um estilhaço da broca em um dos olhos. Com um grito, largou a furadeira, pôs as mãos no rosto, perdeu o equilíbrio e caiu. Um acontecimento semelhante, ocorrido há um ano atrás nessa mesma empresa, determinava o uso de óculos de segurança na execução desta tarefa. Os óculos que João devia ter usado estavam sujos e quebrados, pendurados em um prego. Segundo o que o supervisor disse, não ocorrera nenhum acidente nos últimos meses e o pessoal não gostava de usar os óculos. Por esta razão, ele não se preocupava em recomendar o uso dos mesmos nesta operação, pois tinha coisas mais importantes a fazer. - 5 - Site: www.colegioetep.org
  • 6. Curso Técnico em Química Conteúdo: Segurança no Trabalho Questionário 01 – Qual a última ação do trabalhador antes do acidente? 02 – Quais as falhas da supervisão? 03 – Quais foram os atos inseguros do João? 04 – Quais as condições inseguras presentes no ambiente de trabalho? 05 – Qual a principal causa do acidente? 06 – Quanto tempo de experiência na função tinha o acidentado? 07 – Quais as propostas possíveis para se evitar esse tipo de acidente? IV - CLASSIFICAÇÃO, ESTATÍSTICA E CADASTRO DE ACIDENTES É fundamental, diante de um acidente ocorrido, a busca das suas causas e a proposição de medidas para que acidentes semelhantes possam ser evitados. Quando se tem este propósito, qualquer acidente, grave ou leve, é rico em informações. Ao estudo dos acidentes está ligada a necessidade da emissão de documentos que descrevam o acidente e suas causas, a elaboração de gráficos que evidenciem a ”segurança” no ambiente de trabalho. As medidas prevencionista decorrentes da análise devem ser comunicadas pela CIPA sob a forma de relatórios e sugestões. A seguir, são apresentadas considerações sobre documentos e conceitos que fundamentam a análise dos acidentes. No estudo da NR-5, será apresentado um modelo de ficha para a análise de acidentes. 1 – Classificação dos acidentes quanto a sua conseqüência 1.1 – Acidente sem afastamento É o acidente em que o acidentado pode exercer sua função normalmente, no mesmo dia do acidente ou no dia seguinte, no horário regulamentar. Portanto, não entra nos cálculos das taxas de freqüência e gravidade. 1.2 – Acidente com afastamento É o acidente que provoca a incapacidade temporária, incapacidade per- manente ou morte do acidentado. 1.3 – Incapacidade temporária É a perda total da capacidade de trabalho por um período limitado de tempo, nunca superior a um ano. Ocorre nos casos em que o acidentado, depois de algum tempo afastado do serviço, volta ao mesmo, executando suas funções normalmente como o fazia antes do acidente. 1.4 – Incapacidade parcial e permanente É a diminuição, pelo resto da vida, da capacidade de trabalho, que sofre redução parcial e permanente. Exemplo: perda de um dos olhos, perda de um dos dedos. 1.5 – Incapacidade total e permanente É a invalidez incurável, quando o acidentado perde a capacidade total para o trabalho. 2 – Dias perdidos Trata-se dos dias em que o acidentado não tem condições de trabalho por ter sofrido um acidente que lhe causou uma incapacidade temporária. Conta-se de forma corrida, inclusive domingos e feriados, a partir do dia seguinte ao do acidente até o dia da alta médica. 3 – Dias debitados Considerados nos casos em que ocorre perda anatômica de parte do corpo - incapacidade parcial permanente, ou incapacidade total permanente, ou morte. - 6 - Site: www.colegioetep.org
  • 7. Curso Técnico em Química Conteúdo: Segurança no Trabalho 4 – Estatística Com os números de acidentes, de dias perdidos, de dias debitados e de horas/homem trabalhadas no período, podem ser calculados dois valores que possibilitarão mais alguns elementos para a análise dos acidentes: a taxa de freqüência e a taxa de gravidade. Taxa de Freqüência de Acidentes – TF representa o número de acidentes com perda de tempo que pode ocorrer em cada milhão de horas/homem trabalhadas. A fórmula é a seguinte: número de acidentes TF = com perda de tempo x 1.000.000 horas/homem trabalhadas Exemplo: Se numa fábrica houve, em um mês, cinco acidentes e nesse mês foram trabalhadas 100.000 horas, o cálculo será feito da seguinte maneira: TF = 5 X 1.000.000 .'. TF = 50 100.000 Isto significa que quando a empresa atingir 1.000.000 de horas/homem trabalhadas, se nenhuma providencia for tomada, terão ocorrido 50 acidentes. Taxa de Gravidade dos Acidentes – TG representa a perda de tempo que ocorre em conseqüência de acidentes em cada milhão de horas/homem trabalhadas. A fórmula é a seguinte: (nº de dias perdidos TG = + dias debitados) x 1.000.000 horas/homem trabalhadas Diante de cada acidente deve-se verificar se ele se enquadra na tabela de dias debitados (quadro 1-A da NR-5). Em caso positivo, considerar os dias debitados da tabela para cálculo da TG; em caso negativo, considerar, para aquele acidente, os dias perdidos. Exemplo: Numa fábrica ocorreram cinco acidentes sendo cada um, respectivamente, com: • 15 dias perdidos; • 03 dias perdidos; • 02 dias perdidos; • 10 dias perdidos; • 600 dias debitados (uma lesão com perda do polegar). TG = (30 + 600) x 1.000.000 =>> 630 x 1.000.000 . . TG = 6.300 100.000 100.000 Isto significa que esta empresa, ao atingir 1.000.000 de horas/homem trabalhadas, se nenhuma providencia for tomada, terá uma perda de tempo equivalente há 6.300 dias. 5 – Cadastro de acidentes Numa empresa, podem existir os controles de qualidade, de produção, de estoques, etc., devendo haver, também, o de acidentes. Um cadastro de acidentes deve colocar em destaque as áreas da empresa em que ocorrem acidentes, os tipos de lesão, acidentes por dias da semana, por idade dos acidentados e outros aspectos de interesse para a análise dos acidentes. Deve-se, com essa análise, ao mesmo tempo em que se atendem aos aspectos legais, buscar direcionar os esforços dos órgãos da empresa encarregados de resolver problemas de segurança. 6 – Comunicação de acidentes É um documento básico, que está a disposição dos. membros da CIPA, pois o seu preenchimento é obrigatório por lei. A empresa deve comunicar os acidentes ao INSS, no prazo de 24 horas, utilizando-se do - 7 - Site: www.colegioetep.org
  • 8. Curso Técnico em Química Conteúdo: Segurança no Trabalho impresso específico, o CAT – Comunicação de Acidente do Trabalho. Se ocorrer a morte do funcionário, a comunicação deve ser feita também para a autoridade policial. Importantes ainda são as medidas que devem ser postas em execução para se evitar que outros acidentes semelhantes venham a ocorrer. Para tanto, é fundamental o envolvimento e a sensibilização do maior número possível de pessoas dentro da empresa. Encontra-se, a seguir, o modelo de Comunicação de Acidente do Trabalho, do INSS, cuja primeira parte deve ser preenchida corretamente pela empresa. 7 – Medidas de segurança a serem adotadas Com os dados obtidos na análise dos acidentes, com o registro dos fatos que envolvem os acidentes e das conseqü0ncias dos mesmos, é possível aos setores encarregados da segurança do trabalho na empresa procurar as soluções imediatas ou de médio prazo, com o fim de evitar que os infortúnios se repitam. Assim, podem ser realizadas inspeções extras de segurança para identificar causas de acidentes que não eram conhecidas. Além das verificações técnicas e das soluções materiais, há providencias relacionadas com o esclarecimento dos trabalhadores a respeito de problemas novos ou de fatos desconhecidos que podem concorrer para a efetivação de infortúnios. A análise do acidente ocorrido deve proporcionar ensinamentos que, bem aplicados, possam eliminar atos inseguros e condições inseguras, e mesmo aqueles problemas, nem sempre fáceis de identificar, como, por exemplo, a existência de um fator pessoal de insegurança. A CIPA tem participações importantes na adoção de medidas que se tornam convenientes depois de realizada a análise de um acidente. V - RISCOS PROFISSIONAIS 1 – Agentes físicos Os riscos profissionais provocados por agentes físicos são representados por fatores ambientais de trabalho, tais como iluminação, vibração, radiação, ruído, calor e frio, que, de acordo com as características do posto de trabalho, podem causar danos a saúde. 1.1 – Vibração Os problemas físicos motivados pela vibração aparecem, na grande maioria dos casos, após longo tempo de exposição. Nos casos de vibração de todo o corpo podem aparecer problemas renais e casos de dores fortes na coluna. As vibrações localizadas nos braços e mãos provocam deficiências nas articulações e problemas circulatórios. 1.2 – Calor Os trabalhadores expostos a atividades de fundição, siderurgia, indústrias de vidro a céu aberto e outras, são os mais propensos a problemas como insolação, intermação, cãibras e, em alguns casos, problemas com o cristalino do globo ocular, mais conhecido como catarata. Convém esclarecer que os fatores comentados, geralmente, aparecem devido à exposição excessiva ao calor. Paralelamente ao calor podem-se acrescentar as chamadas radiações ultravioletas, que estão presentes, principalmente, nas operações de fusão de metais em alta temperatura, nos casos de solda elétrica, etc. Como os seus efeitos são térmicos, podem provocar queimaduras, inflamações nos olhos (casos de conjuntivite), conforme o tempo de exposição. Além das radiações ultravioletas, há também as radiações ionizantes, que podem provocar anemias, leucemia e até outros tipos de câncer. Esses tipos de doenças podem ser decorrentes de atividades que envolvam o uso de aparelhos especiais e materiais radioativos, tais como radiografias industriais de controle, aparelhos de raio X, etc. 1.3 – Frio Os casos mais comuns de doenças que se destacam pela ação do frio são as queimaduras pelo frio, gripes, inflamações das amígdalas e da laringe, resfriados, algumas alergias, congelamento nos pés e mãos e problemas circulatórios. Geralmente essas ocorrências predominam em empresas do ramo da industrialização de pescados, frigoríficos, indústria de alimentos congelados, etc. - 8 - Site: www.colegioetep.org
  • 9. Curso Técnico em Química Conteúdo: Segurança no Trabalho 1.4 – Ruído Certas máquinas, equipamentos ou operações produzem um ruído agudo e constante, em níveis sonoros acima da intensidade, conforme legislação específica. De acordo com a duração da exposição no ambiente de trabalho, esses níveis sonoros provocam, em princípio, a irritabilidade ou uma sensação de ouvir o ruído mesmo estando em casa. Com o passar do tempo, a pessoa começa a falar mais alto ou perguntar constantemente por não ter entendido. Este é o início de uma surdez parcial que, com o tempo, passará a ser total e irreversível. NR-15 – Limites de tolerância para ruído contínuo ou intermitente De acordo com o “Fator Q =5” adotado no Brasil, a exposição a níveis de Ruído estabelece que, a cada elevação de 5dB(A), o tempo de exposição cai pela metade. 2 – Agentes químicos Os agentes químicos que podem causar doenças profissionais são encontrados nas formas gasosa, líquida e sólida e, quando absorvidos pelo nosso organismo, produzem, na grande maioria dos casos, reações chamadas de venenosas ou tóxicas. Há três vias básicas de penetração dos tóxicos no corpo humano: respiratória, cutânea e digestiva. Um agente químico ao ser absorvido, tanto pelas vias respiratórias, cutâneas ou digestivas, pode depositar-se em qualquer órgão do corpo humano. Alguns metais como o cobre e o mercúrio podem fixar-se nos rins, criando uma insuficiência renal. Outro caso é o monóxido de carbono, que afeta as células do coração. Nas intoxicações por chumbo, monóxido de carbono, arsênico e tálio ocorrem problemas neurológicos. 2.1 – Intoxicação através das vias respiratórias Nas operações de transformação de um produto original pelo processamento industrial, dispersam- se na atmosfera algumas substâncias nocivas como gases, vapores, névoas, gotículas, fumos, poeiras, fumaças, etc. Esses elementos penetram no organismo pelas vias respiratórias, atingindo desde as vias aéreas superiores até os alvéolos e o tecido conectivo pulmonar, provocando casos de asma, bronquites e pneumoconioses (alteração da capacidade respiratória devido a inalação de poeiras). 2.2 – Intoxicação através das vias cutâneas - 9 - Site: www.colegioetep.org Nível de ruído (dB) Máxima exposição diária permissível 85 8 horas 86 7 horas 87 6 horas 88 5 horas 89 4 horas e 30 minutos 90 4 horas 91 3 horas e 30 minutos 92 3 horas 93 2 horas e 40 minutos 94 2 horas e 15 minutos 95 2 horas 96 1 hora e 45 minutos 98 1 hora e 15 minutos 100 1 hora 102 45 minutos 104 35 minutos 105 30 minutos 106 25 minutos 108 20 minutos 110 15 minutos 112 10 minutos 114 8 minutos 115 7 minutos dB = decibel
  • 10. Curso Técnico em Química Conteúdo: Segurança no Trabalho A pele tem várias funções, sendo a principal delas a proteção contra as agressões externas. Entretanto, há vários grupos de substâncias químicas que penetram, principalmente, pelos poros. Desta maneira, algumas substâncias e vapores têm o poder de fixarem-se no tecido adiposo subcutâneo. Uma vez absorvida, a substancia tóxica entra na circulação sangüínea, provocando alterações, que poderão criar quadros de anemia, alterações nos glóbulos vermelhos e problemas na medula óssea. O fígado, por exemplo, tem propensão a assimilar o chumbo, mercúrio, arsênico, etc. O benzeno fixa-se na medula óssea e pode provocar leucemia. A substancia tóxica, uma vez fixada no órgão de afinidade, inicia distúrbios no organismo, levando muitas vezes, a sérios prejuízos a saúde. 2.3 – Intoxicação através das vias digestivas Normalmente, a ingestão de substancias tóxicas pode ser considerada um caso acidental. Portanto, poucos são os casos de doenças profissionais citados dentro dessas condições. Os poucos casos encontrados são de manifestação dentária, da mucosa ao longo do tubo digestivo e do fígado. Certos hábitos tais como roer as unhas ou limpá-las com os dentes são as principais causas de ingestão de substancias tóxicas. 3 – Agentes biológicos São microrganismos presentes no ambiente de trabalho, como as bactérias, fungos, vírus, bacilos, parasitas e outros. Esses agentes biológicos são visíveis apenas ao microscópio, sendo capazes de produzir doenças, deterioração de alimentos, mau cheiro, etc. Apresentam muita facilidade de reprodução, além de contarem com diversos processos de transmissão. Os casos mais comuns de manifestação são: - nos ferimentos e machucaduras podem provocar infecção por tétano; - hepatite, tuberculose, micoses da pele, etc., que podem ser levados por funcionários contaminados para o ambiente de trabalho; - diarréias causadas pela falta de asseio e higiene em ambientes de alimentação. 4 – Agentes ergonômicos Os agentes ergonômicos causadores de doenças se caracterizam por atitudes e hábitos profissionais prejudiciais à saúde, os quais podem se refletir no esqueleto e órgãos do corpo. A adoção desses comportamentos no posto de trabalho pode criar deformações físicas, atitudes viciosas, modificações da estrutura óssea, etc. A utilização de um grande número de ferramentas de forma constante e a pressão exercida sobre algumas partes do corpo criará diversos tipos de doenças profissionais, entre as quais podem ser citadas as hidrartroses e cifoses, no caso de costureiros; artrite crônica nos membros superiores, no caso de marceneiros; escolioses, nos tecedores à mão, pintores, etc.; neoformações cartilaginosas atribuídas aos martelos pneumáticos, etc. 5 – Riscos de Acidentes São responsáveis por uma série de lesões nos trabalhadores, como cortes, fraturas, escoriações, queimaduras, etc. As máquinas desprotegidas, pisos defeituosos ou escorregadios, os empilhamentos precários ou fora de prumo são exemplos desse risco. 6 – Conclusão É importante destacar que nem todos os produtos ou agentes aqui comentados e presentes no ambiente de trabalho irão causar, obrigatória e imediatamente, prejuízos a saúde. Para que haja danos a saúde, é necessário que se tenha a combinação de vários fatores, como por exemplo: o tempo de exposição, a possibilidade de a pessoa absorver as substâncias químicas ou biológicas, a concentração dos tóxicos no ambiente de trabalho, o tipo de tóxico e a forma como o contaminante se encontra. VI - MAPA DE RISCOS Os mapas de risco têm como finalidade descrever o ambiente físico da empresa, setores e departamentos, identificando os riscos profissionais existentes no ambiente de trabalho capaz de - 10 - Site: www.colegioetep.org
  • 11. Curso Técnico em Química Conteúdo: Segurança no Trabalho comprometer a segurança e causar danos á saúde do trabalhador, alem de sugerir medidas de controle desses riscos, propondo soluções para os problemas detectados. Seguem – me modelos de quadros para serem utilizados durante um levantamento de riscos ambientais.Para cada setor analisado, devem ser preenchidos os quadros referentes aos cincos grupos de riscos que possam ser detectados. Riscos detectados Grupo 1 – Agentes físicos - cor VERDE Agentes Fonte Geradora Nºdo Mapa Proteção Recomendações Individual coletiva Ruído Calor Radiações não ionizantes Iluminação deficiente Obs:Embora agente físico ,encontra –se no grupo de agentes ergonômicos Pressões anormais Frio Agentes Fonte Geradora Nºdo Mapa Proteção Proteção individual coletiva Recomendações Gases e vapores Líquidos Poeira Fumaça Névoas Neblina outros Grupo 4 – Agentes Ergonômicos - cor AMARELA Agentes Função / local Nº no mapa Recomendações Trabalho físico pesado - 11 - Site: www.colegioetep.org Grupo 2 – Agentes Químicos - cor VERMELHA Agentes Nº do Mapa Local Recomendações Vírus Bactérias Protozoário Fungos Bacilos Parasitas Escorpiões Ofídios Insetos
  • 12. Curso Técnico em Química Conteúdo: Segurança no Trabalho Postura incorreta Posição incomoda Ritmo excessivo Monotonia Trabalho de turno Jornada prolongada Conflitos Responsabilidade Outros Grupo 5 – Riscos de Acidentes - cor AZUL Agentes Sim Não Nº do mapa Descrição do problema Recomendações Arranjo físico Ferramentas Manuais Eletricidade Sinalização Incêndio Maquinas e equipamentos Transporte de Materiais Armazenamento Edificações Outros VII - PREVENÇÃO E COMBATE DE INCÊNDIO 1 – Química do fogo 1.1 – Triângulo do fogo Para que haja combustão ou queima devem estar presentes e devem atuar três elementos. O primeiro é o combustível, aquilo que vai queimar e transformar-se. O segundo é o calor, que dá início à combustão, que faz começar o fogo. O terceiro é o oxigênio, gás existente no ar, respirável, que é chamado de comburente. Esses três elementos são denominados elementos essenciais do fogo. Isso significa que se faltar um deles não haverá fogo. Como são três os elementos essenciais do fogo, se forem representados por três pontos e se forem ligados, ter-se-á o que é chamado triângulo do fogo. 1.2 – Rompimento do triângulo do fogo. O rompimento do triângulo do fogo, isto é, a extinção do fogo é provocada por uma das três práticas: - retirada do material combustível; - retirada do calor através do processo de resfriamento; - 12 - Site: www.colegioetep.org
  • 13. Curso Técnico em Química Conteúdo: Segurança no Trabalho - retirada ou impedimento da entrada de oxigênio (comburente), através do processo de abafamento. 1 – Temperaturas importantes dos combustíveis 2 . 1 - Ponto de fulgor É a temperatura mínima em que um corpo desprende gases que se queimam em contato com uma fonte externa de calor, não havendo duração prolongada na queima, por não haver gases em quantidade suficiente para manter as chamas. 2.2– Ponto de combustão É a temperatura na qual um corpo emite gases em quantidade suficiente para que haja chama permanente, quando houver contato com uma fonte externa de calor. Mesmo que se retirar a fonte externa de calor, a chama continuará. 2.3 – Ponto de ignição É a temperatura na qual os gases desprendidos por um corpo entram em combustão somente com a presença do oxigênio, sem o auxilio de fonte externa de calor. 3 – Transmissão de calor O conhecimento das formas pelas quais o calor se transmite é da mais alta importância, porque é através da propagação do calor que os focos de incêndio iniciam ou alastram-se. A transmissão do calor ocorre pelas seguintes formas: 3.1 - condução – o calor se propaga de um corpo para outro por contato direto ou através de um meio condutor do calor intermediário; 3.2 - convecção – o calor se propaga através de um meio circulante, líquido ou gasoso, a partir da fonte; 3.3 - radiação – o calor se propaga por meio de ondas caloríficas irradiadas por um corpo em combustão. 4 – Classes de incêndio Os incêndios são divididos em quatro classes: 4.1 - classe A – fogo em material combustível sólido (papel, madeira, tecidos, fibras, etc.) 4.2 - classe B – fogo em gases e líquidos inflamáveis (óleo, gasolina, gás liqüefeito de petróleo, thiner, gás de rua, etc.). Observação: Queimam em superfície e, após a queima, não deixam brasas 4.3 - classe C – fogo em equipamentos elétricos energizados, ou seja, ligados; Observação: normalmente, após o corte do fornecimento de energia elétrica, não mais havendo corrente elétrica, se transformam em combustíveis Sólido (classe A). 4.4 - classe D - fogo em metais pirofóricos (magnésio, potássio, alumínio em pó, etc.). 5 – Agentes extintores São certas substancias (sólidas, líquidas e gasosas) utilizadas na extinção do incêndio, quer abafando-o, quer resfriando-o ou, ainda, utilizando conjuntamente esses dois processos. Os agentes - 13 - Site: www.colegioetep.org
  • 14. Curso Técnico em Química Conteúdo: Segurança no Trabalho extintores devem ser empregados conforme a classe de incêndio, pois, em alguns casos, sérias conseqüências poderão ocorrer se empregados inadequadamente. Os principais agentes extintores são: - água – jato pleno ou compacto, chuveiro, neblina e vapor - areia (seca) - gases inertes – CO2, nitrogênio, etc.. - líquidos voláteis – tetracloreto de carbono, clorobromometano, brometo de metila - espuma – química e mecânica - pós químicos – talco, sulfato de alumínio, grafite, bicarbonato de sódio - líquidos umectantes. Existem aparelhos extintores dos mais variados tipos, tamanhos, modelos e processos de funcionamento. Quanto ao tamanho, os extintores podem ser: - portáteis (até 10 litros para espuma, carga líquida e água pressurizada; até seis quilos para CO2 e até 10 quilos para pó químico). - rebocáveis (carretas), para tamanhos maiores. Quanto ao processo de funcionamento, são geralmente de duas espécies: - de inversão – os de espuma e carga líquida; - de válvula – os de gás carbônico, pó químico seco e água pressurizada. As válvulas são encontradas nos mais variados tipos e modelos. Os extintores ainda diferem em: - Pressurizados - têm, no seu interior, a pressão necessária ao seu funcionamento. - Não-Pressurizados: - são aqueles que tem necessidade de serem dotados de um recipiente anexo, contendo um gás inerte, a fim de promover a expulsão de sua carga líquida, tendo pressão desenvolvida pela própria reação química das substâncias que integram sua carga. Os extintores mais usuais são os de: - espuma - pó químico seco pressurizado - pó químico seco com pressão injetada - gás carbônico (CO2) com difusor acoplado ao corpo - gás carbônico (CO2) com difusor acoplado a mangueira - água pressurizada - água com pressão injetada. 6 - Extintores e as classes de incêndio Os aparelhos usados para extinção têm seu uso relacionado às classes de incêndio, de acordo com os agentes extintores de suas cargas. 6.1 – Fogo classe A Para extinção de um incêndio, a regra é sempre romper o triângulo do fogo. Neste caso, o que será mais conveniente, mais prático? - Retirar o comburente? - Retirar o combustível? - Retirar o calor? Neste tipo de fogo, a melhor escolha está na retirada do calor. Retirar o calor quer dizer, diminuir, baixar a temperatura para que esta fique abaixo do ponto de ignição, ou, de preferência, abaixo do Ponto de Fulgor. Esse resfriamento obtém-se com a água pura ou solução de água com algum produto que ajude a combater as chamas. 6.2 – Fogo classe B Sempre seguindo a regra de romper o triângulo do fogo, conclui-se que, nesse tipo de incêndio, o melhor é retirar o comburente (oxigênio). É que o fogo - 14 - Site: www.colegioetep.org
  • 15. Curso Técnico em Química Conteúdo: Segurança no Trabalho em líquidos só se desenvolve na superfície dos mesmos. Não há aquecimento abaixo da superfície, não havendo formação de brasas. Deve-se, portanto, fazer o abafamento da superfície. Para isso utilizam-se extintores de gás carbônico ou pó químico, que impedem o contato do oxigênio do ar (comburente) com a superfície em chamas. Caso o combustível se encontre no interior de recipiente, recomenda-se o uso do extintor de espuma. Afastado o comburente, está rompido o triângulo do fogo e as chamas cessam. 6.3- Fogo classe C São incêndios que atingem instalações ou equipamentos elétricos energizados, isto é, existe a passagem de corrente elétrica (ligado) , nos quais não se pode usar um tipo qualquer de produto extintor porque o operador pode, até mesmo, ser eletrocutado. Estando a energia ligada, usam-se extintores de gás carbônico ou de pó químico seco; com a energia desligada (sem corrente elétrica), esse tipo de incêndio passa a ser combatido como se fosse da classe A. 6.4 – Fogo classe D Para incêndios em metais pirofóricos, existem pós especiais para a extinção do fogo que formam camadas protetoras, impedindo a continuação das chamas. A limalha de ferro fundido, pó grafitado se prestam ao combate desse tipo de incêndio. VIII - EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL O Equipamento de Proteção Individual (EPI) é um instrumento de uso pessoal, cuja finalidade é neutralizar a ação de certos acidentes que poderiam causar lesões ao trabalhador, e protegê-lo contra possíveis danos à saúde, causados pelas condições de trabalho. O EPI deve ser usado como medida de proteção quando: - não for possível eliminar o risco através da utilização de equipamentos de proteção coletiva; - for necessário complementar a proteção individual; - em trabalhos eventuais e em exposições de curto período. De qualquer forma, o uso de EPI deve ser limitado, procurando-se, primeiro, eliminar ou diminuir o risco com a adoção de medidas de proteção geral. Quando seu uso for inevitável, faz-se necessário tomar certas medidas quanto a sua seleção e indicação, pois o uso e fornecimento dos EPls são disciplinados pela NR-6. A seleção deve ser feita por pessoal competente, conhecedor não só do equipamento, como também das condições em que o trabalho é executado. É preciso conhecer as características, qualidades técnicas e, principalmente, o grau de proteção que o equipamento deverá proporcionar. 1 – Características e classificação dos EPls Pode-se classificar os EPls agrupando-os segundo a parte do corpo que devem proteger. 1.1 – Proteção para a cabeça Estes equipamentos podem ser divididos em protetores para cabeça, propriamente ditos, que são usados especificamente para o crânio, e protetores para os órgãos da visão e audição. Exemplos de EPI para a cabeça: • capacete • protetor facial contra: – impactos – respingos – radiações nocivas • óculos de segurança contra impacto • óculos para soldador: – solda a gás • máscara para soldador: – solda elétrica • protetor auditivo: – tipo plugue – tipo concha. 1.2 – Proteção para os membros superiores - 15 - Site: www.colegioetep.org
  • 16. Curso Técnico em Química Conteúdo: Segurança no Trabalho Nos membros superiores situam-se as partes do corpo onde, com maior freqüência, ocorrem lesões: as mãos. Grande parte dessas lesões pode ser evitada através do uso de luvas, que impedem um contato direto com materiais cortantes, abrasivos, aquecidos ou com substâncias corrosivas e irritantes. Para proteção dos membros superiores são usados: • luvas: – de raspa de couro – reforçadas, de couro – de lona – impermeáveis (borracha ou plástico) – de amianto – de borracha especial (contra eletricidade) • mangas de raspa de couro • mangotes de raspa de couro. 1.3 – Proteção para os membros inferiores As pernas e os pés são partes do corpo que, além de estarem sujeitos diretamente ao acidente, ainda mantém o equilíbrio do corpo. Por esta razão os EPls ganham dupla importância, ou seja, proteger diretamente os membros inferiores e evitar a queda, o que pode ter conseqüências graves. Exemplos de EPls para os membros inferiores: • sapatos de segurança: – com biqueira de aço – com palmilha de aço – com palmilha e biqueira de aço – com solado antiderrapante • botas de segurança cano curto – botas de segurança cano longo – botas de borracha – perneiras de raspa de couro (normais) – perneiras especiais (longas) – polainas. 1.4 – Proteção para o tronco Aventais e vestimentas especiais são empregados contra os mais variados agentes agressivos. Os aventais podem ser: – de raspa de couro – de lona – de amianto – de plástico. 1.5 – Proteção das vias respiratórias Sua finalidade é impedir que as vias respiratórias sejam atingidas por gases ou outras substâncias nocivas ao organismo. A máscara é a peça básica do protetor respiratório, podendo ser: – semifacial – facial – de filtro – com suprimento de ar – contra gás, com filtro. 1.6 – Cintos de segurança Não têm a finalidade de proteger esta ou aquela parte do corpo. Destinam-se a proteger o homem que trabalha em lugares altos, prevenindo quedas. Exemplos: cinto com travessão, cinto com corda. - 16 - Site: www.colegioetep.org
  • 17. Curso Técnico em Química Conteúdo: Segurança no Trabalho 2 – Guarda e conservação dos EPls De um modo geral, os EPls devem ser limpos e desinfetados a cada vez em que há troca de usuário. É necessário que se ajude o operário a conservar o seu equipamento de proteção individual, não só conscientizando-o de que, com a conservação, ele estará protegendo-se, como também oferecendo-Ihe lugar próprio para guardar o EPI após o seu uso. Sempre que possível, a verificação e a limpeza desses equipamentos devem ser confiadas a uma pessoa habilitada para este fim. ependendo do caso, o próprio trabalhador pode se ocupar dessa tarefa, desde que receba orientação para isso. 3 – Utilização adequada dos EPls É muito importante que todos dentro da empresa tenham consciência de quando e como usar os EPls. Para tanto, os membros da CIPA, o supervisor de segurança, bem como os responsáveis pelo treinamento na empresa devem estar atentos para uma verdadeira conscientização de todos quantos dependem do uso de EPI. Essa utilização deve atender as necessidades específicas, não deve acontecer desnecessariamente ou ser feita de forma incorreta. 4 – Exigência legal para empresas e empregados 4.1 – Obrigações do empregador Obriga-se o empregador, quanto ao EPI, a: – adquirir o tipo apropriado a atividade do empregado; – fornece-lo, gratuitamente, ao seu empregado; – treinar o trabalhador quanto ao seu uso adequado; – tornar obrigatório o seu uso; – substituir, imediatamente, o danificado ou extraviado; – responsabilizar-se pela manutenção e esterilização, no que couber. 4.2 – Obrigações do empregado – Usar, obrigatoriamente, o EPI indicado, apenas para a finalidade a que se destinar; – responsabilizar-se pela guarda e conservação do EPI que Ihe for confiado; – comunicar qualquer alteração no EPI que o torne parcial ou totalmente danificado; – responsabilizar-se pela danificação do EPI, pelo seu uso inadequado ou fora das atividades a que se destina, bem como pelo seu extravio. 4.3 – Obrigações do fabricante O fabricante do EPI deve ter seu estabelecimento registrado, para esse fim específico, em órgãos e repartições do governo federal, estadual e municipal. – nomenclatura, descrição e especificação do EPI; – indicação do uso a que se destina; – amostra do EPI, marcada com o nome do fabricante e o número de referencia; – certificado de ensaio do EPI, emitido por um dos órgãos especializados. O requerimento que contrarie as normas estabelecidas neste item deverá ser regularizado dentro de 60 dias, sob pena de arquivamento do processo. IX - PRIMEIROS SOCORROS É fato bastante conhecido que mais de uma vida se perdeu por falta dos auxílios imediatos, que poderiam ser prestados por um leigo a uma pessoa acidentada, a um doente ou vítima de mal súbito, tendo como objetivo manter a vítima com vida, minorar a dor e evitar complicações do problema até a chegada do médico. Não se pretende que este material rivalize com as inúmeras monografias que versam sobre o assunto, pois sabe-se que são tecnicamente mais amplas e detalhadas. Não se apresenta também um tratado de enfermagem; visam- se, tão-somente, aos primeiros socorros a um acidentado, na sua forma mais elementar e eficiente. 1 – Material necessário para emergência - 17 - Site: www.colegioetep.org
  • 18. Curso Técnico em Química Conteúdo: Segurança no Trabalho Nas várias dependências da empresa, devem existir caixas com material e medicamentos para prestação de primeiros socorros a acidentados, que devem conter, no mínimo, os seguintes elementos, cujo uso específico deve ser conhecido por todos: atadura de gaze - esparadrapo - água boricada - analgésico - colírio - soro fisiológico - polvidini – liquido para limpeza de ferimentos 2 – Tipos de emergência e como prestar os primeiros socorros A presença de espírito é essencial quando se pretende auxiliar a vítima de um acidente. Deve-se, pois, manter a calma, e aplicar o que se aprenderá nesse manual. O primeiro passo é procurar inteirar-se da lesão, tomando todo o cuidado para não agravar o estado da vítima. Nenhum líquido deve ser dado a uma pessoa sem sentidos. Se tiver que ser feito um curativo, deve-se lavar bem as mãos, desinfetando-as em seguida com álcool e deixando-as secar sem utilizar toalha. Deve-se evitar ministrar à vítima agentes não-medicinais ou duvidosos ou usar processos de primeiros socorros não-indicados pela medicina. Crendices populares, que impedem o tratamento correto, não devem ser consideradas. Uma vez constatada a lesão sofrida pela vítima, proceder como adiante se recomenda, cuidando, em primeiro Iugar, da parada respiratória/cardíaca; em segundo, da hemorragia; em terceiro, de envenenamento; em quarto, de queimaduras e ferimentos e em quinto lugar, de fraturas. 2.1 – Respiração artificial Os pulmões são os órgãos mais importantes do aparelho respiratório, sendo sua função garantir a oxigenação dos tecidos que formam o corpo, sem o que não é possível a vida. A parada da respiração origina a asfixia, que é caracterizada pela cor azulada (cianose) da pele e das mucosas, seguida imediatamente pela inconsciência. O afogamento, os grandes traumatismos do tórax, o envenenamento por drogas, os gases, o enforcamento e o choque elétrico são os tipos mais comuns de acidentes que provocam a asfixia, que num primeiro momento causam a ”morte aparente”, fase em que o acidentado pode ser salvo se socorrido a tempo. Ao estado de morte aparente, segue-se imediatamente a morte real, quando então não é mais eficaz o socorro. Chama-se respiração artificial o processo mecânico empregado para restabelecer a respiração. É de tal importância esta prática que a mesma deveria ser conhecida por todas as pessoas, principalmente os trabalhadores, que assim estariam aptos a socorrer qualquer acidentado em tais circunstancias. Não se deve interromper a respiração artificial em um acidentado asfixiado até a constatação da morte real, que deve ser verificada por um médico. Nos acidentes por eletricidade, na maioria das vezes, a morte ocorre por asfixia se o eletrocutado não for atendido a tempo. Daí a importância da prática da respiração artificial nesses casos. É tão importante a rapidez na prática dessa respiração em um acidentado, que, se o paciente for atendido nos primeiros dois minutos do choque, as probabilidades de salvamento são de 90%, porém, se for atendido somente quatro minutos depois, estas probabilidades serão de apenas 25%. Mesmo quando houver parada cardíaca, deve-se praticar a respiração artificial o mais cedo possível, pois, se garantirmos a oxigenação pulmonar, há grande probabilidade de reativação do coração e da respiração. Em caso de asfixia, o atendimento deve ser imediato, no próprio local, com aplicação da respiração artificial, que deve ser feita continuadamente até o atendimento médico, mesmo que isto leve horas. Uma vez reanimado o paciente, se houver uma parada cardíaca ou respiratória espontânea, que são fenômenos comuns, principalmente nos in- toxicados por gases ou substâncias tóxicas, deve-se recomeçar a respiração artificial. No caso de a pessoa recobrar os sentidos, antes do atendimento médico, deve-se deixá-la em repouso, aquecê-la e providenciar o socorro médico. 2.1.1 – Método boca a boca É um dos métodos de respiração artificial mais eficientes que se conhece, e dos mais antigos, - 18 - Site: www.colegioetep.org
  • 19. Curso Técnico em Química Conteúdo: Segurança no Trabalho necessitando apenas que o socorrista procure encher os pulmões do acidentado soprando fortemente em sua boca. Para que haja livre curso de ar no trato respiratório põe-se a cabeça do paciente em posição adequada, levantando-se o pescoço do acidentado e forçando a cabeça em flexão para trás. Esse cuidado é muito importante porque, normalmente, quando uma pessoa perde os sentidos, as mucosas ficam flácidas, principalmente a língua, que recua oprimindo a entrada de ar. Em seguida, com os polegares, abre-se a boca do paciente, permitindo com estas manobras que a circulação de ar se faça normalmente. Caso haja ruídos provocado por sangue, dentadura, vômito ou outros elementos que obstruam a passagem livre do ar, estes devem ser retirados antes de iniciar a respiração. Conservando a cabeça da vítima para trás, com uma das mãos sob o pescoço e outra sobre a testa, apertar suas narinas para evitar que o ar escape. O socorrista deve, então, pôr sua boca aberta sobre a boca do paciente, soprando fortemente até notar a expansão do peito do acidentado. Depois, retira sua boca para que haja expulsão do ar e assim se esvazie o pulmão da vitima. Repete-se a manobra tantas vezes quantas necessárias, em ritmo de doze vezes por minuto. É uma técnica simples na qual o socorrista sente imediatamente se o ar está entrando para os pulmões do acidentado ou não. Há, com esta técnica, um bom nível de oxigenação pulmonar, mas ela apresenta como desvantagem a falta de estímulo circulatório pela falta de compressão sobre o tórax. Nos casos de asfixia por gases ou outros tóxicos, não é aconselhável este método pelo perigo de envenenamento do próprio socorrista. Nos casos de contratura dos músculos maxilares, fenômeno comum nos choques elétricos, que torna muito difícil abrir a boca da vítima, e nos casos de ferimento nos lábios, pratica-se o método boca a nariz, que é igual ao método anteriormente descrito, apenas requerendo o cuidado de fechar a boca do paciente quando se praticar o sopro para o enchimento dos pulmões. 2.2 – Parada cardíaca Muitas vezes a asfixia é acompanhada de parada cardíaca, o que torna o quadro muito grave. Nestes casos, ao mesmo tempo em que se pratica a respiração artificial, deve-se tentar reanimar os batimentos cardíacos por meio de um estimulo exterior, de natureza mecânica, e fácil de ser aplicado por qualquer pessoa. A parada cardíaca é de fácil reconhecimento, graças a alguns sinais clínicos tais como: • Inconsciência • ausência de batimentos cardíacos • parada respiratória • extremidades arroxeadas • palidez intensa • dilatação das pupilas. A primeira providencia a ser tomada, antes da chegada do médico, é praticar a massagem cardíaca externa, que consiste na compressão ritmada sobre o tórax do paciente, na área cardíaca, visando estimular a circulação através do esvaziamento parcial das cavidades do coração por efeito da pressão mecânica, procedendo-se da seguinte maneira: • deitar o paciente de costas sobre uma superfície dura; • fazer pressão sobre o externo, que deste modo comprimirá o coração de encontro ao arco costal posterior e a coluna vertebral; • descomprimir rapidamente; • repetir a manobra em um ritmo de 60 vezes por minuto até haver batimentos espontâneos ou até a chegada do médico. - 19 - Site: www.colegioetep.org
  • 20. Curso Técnico em Química Conteúdo: Segurança no Trabalho 2.3 – Hemorragia Hemorragia é a perda de sangue por rompimento de um vaso, que tanto pode ser uma veia como uma artéria. Qualquer hemorragia deve ser controlada imediatamente. Em um ferimento deve-se empregar uma compressa limpa de pano, Ienço, toalha, etc. Coloca- se a compressa sobre o ferimento pressionando-a com firmeza, aplicando, em seguida, uma tira de pano, atadura, gravata ou cinto para amarrar a compressa e mantê-la apertada no lugar. Se o ferimento for em uma artéria ou em um membro superior, pressiona-se a artéria acima do ferimento para interromper a circulação, de preferência apertando-a contra o osso. Se o ferimento for no antebraço, dobra-se o cotovelo, colocando junto à articulação um objeto duro para interromper a circulação. Quando o ferimento for nos membros inferiores, aperta-se a virilha ou a face interna das coxas no trajeto da artéria femural, dobra-se o joelho contra a coxa, previamente colocando, junto a concavidade dos joelhos, um objeto duro que pode ser um chumaço de pano. Se estas manobras não derem resultado, tanto no caso dos membros superiores quanto dos inferiores, coloca-se bem acima do ferimento, no braço ou na coxa, um torniquete, principalmente se houver amputação total ou parcial pelo acidente. O torniquete é feito com um pano resistente, borracha ou um cinto. Para tal, faz-se um nó, colocando-se um pedaço de madeira entre as pontas e aplicando-se outro nó para fixá-lo. Em seguida, gira-se o pedaço de madeira, até haver pressão suficiente da atadura que interrompa a circulação. Fixa-se o torniquete com outra atadura, marcando-se o tempo de interrupção da circulação. Não se deve usar arame ou fios finos. A cada 15 minutos deve-se desapertar o torniquete com cuidado. Se a hemorragia parar, deixar o torniquete no Iugar, porém frouxo, de forma que possa ser apertado no caso de voltar o sangue. Se o paciente acusar sede, dá-se-Ihe líquido para beber, exceto se houver lesão no ventre ou se o mesmo estiver inconsciente. Para evitar o choque, deve-se agasalhar o ferido, mantendo-o deitado. Podem-se encontrar vários tipos de hemorragias, exigindo cada uma, cuidados especiais. 2.3.1 – Hemorragia interna Pode haver ferimento nos órg5os internos, causado por traumatismo, sem perda externa de sangue. As hemorragias internas são sempre muito graves e seus sinais são: • pulso fraco • suores frios abundantes • palidez intensa • mucosas descoradas • sede • tonturas e vômitos • inconsciência. Nesses casos, coloca-se o paciente deitado, com a cabeça sempre mais baixa que o corpo. No entanto, se o ferimento for na cabeça, deve-se levantá-la um pouco. Para o paciente com hemorragia interna o atendimento médico imediato é indispensável. 2.3.2 – Hemorragia nasal Deixa-se o paciente sentado, com a cabeça voltada para trás, apertando-Ihe as narinas durante uns minutos. Se a hemorragia continuar, as narinas deverão ser tamponadas com gaze, até que o médico atenda. - 20 - Site: www.colegioetep.org
  • 21. Curso Técnico em Química Conteúdo: Segurança no Trabalho 2.3.3 – Hemoptise (hemorragia dos pulmões) É sempre grave e é indispensável o atendimento médico. Caracteriza- se pelas golfadas de sangue vermelho rutilante que saem pela boca após um acesso de tosse. O enfermo deverá ser colocado em repouso, com a cabeça mais baixa que o corpo, até a chegada do médico. 2.3.4 – Hematêmese (hemorragia do trato digestivo) É também grave e necessita sempre de cuidados médicos. O paciente apresenta, inicialmente, enjôo e vontade de vomitar. Quando vem o vômito, este tem cor escura, como borra de café. O enfermo deverá ficar em repouso, deitado sem travesseiro. Não se deve administrar remédios pela boca e nem água. Aplicar compressas frias ou saco de gelo sobre o est6mago, até a chegada do médico. 2.4 – Envenenamentos Venenos são todas as substanciais químicas ou naturais que, postas em contato com o organismo, causam perturbações mais ou menos graves de saúde, podendo ocasionar a morte. Estas substâncias, chamadas tóxicas, penetram no organismo, habitualmente, pela boca, podendo também penetrar pelas vias respiratórias (pulmões – na respiração) e pelas vias cutâneas (superfície corporal). Os venenos atuam a partir de uma determinada quantidade e sua ação depende da natureza ou espécie químicas. Os acidentados por envenenamento podem apresentar as seguintes características: • cheiro estranho no hálito, se a substância ingerida ou inalada for volátil; • queimaduras das mucosas, podendo mudar a cor dos lábios e da língua; • dor intensa no trato digestivo superior - boca, esôfago e estômago; • restos de substâncias na boca, evidenciando ter a vítima ingerido algo estranho – pós, folhas de vegetais, etc.; • salivação abundante; • náuseas e vômitos, podendo estes serem sanguinolentos; • dor de cabeça; • sonolência ou inconsciência; • sinais de estado de choque; • em casos extremos: parada respiratória e parada cardíaca. 2.4.1 – Atendimento Em casos de envenenamento, deve-se: a) transferir imediatamente a vítima para lugar arejado, no caso do ambiente estar saturado por gases tóxicos; b) limpar a boca e a garganta do paciente, visando a retirada do material tóxico e da secreção acumulada; c) se houver parada respiratória ou parada cardíaca, iniciar imediatamente respiração artificial pelo método Sylvester e massagem cardíaca associada; d) provocar o vômito, se o veneno foi ingerido, fazendo o acidentado beber água morna, ou com sabão ou com sal, ou então tocando levemente a garganta do envenenado com o cabo de uma colher ou outro objeto qualquer. Deve-se repetir esta manobra várias vezes até que o líquido do vomito saia limpo; e) fazer, em seguida, a vítima ingerir, se possível, claras de ovos batidas com água (um litro d’água para quatro claras) ou suspensão de farinha de trigo ou maisena na proporção de quatro colheres de sopa para um litro d’água; f) se as vestes estiverem sujas das substâncias tóxicas, retirá-las e lavar o acidentado com bastante água corrente. Esta prática é indispensável, sobretudo se o veneno for absorvido pela pele; g) remover o mais cedo possível a vítima para o hospital, pois todo envenenado deve ter cuidados médicos imediatos, recolhendo o material tóxico, o vidro com rótulo, etc., a fim de entregá-los ao médico. Não se deve: a) provocar v6mito se o paciente estiver em estado de inconsci0ncia, em convulsão, ou tiver ingerido substâncias corrosivas e irritantes, tais como: • soda cáustica - 21 - Site: www.colegioetep.org
  • 22. Curso Técnico em Química Conteúdo: Segurança no Trabalho • ácidos de qualquer espécie • alvejantes de uso doméstico • amoníaco þ produtos de petróleo (gasolina, querosene, líquidos de limpeza) ; b) dar substâncias oleosas para o paciente beber; c) dar bebidas alcoólicas ao envenenado; d) fazer a vítima caminhar ou excitá-la; e) perder tempo no atendimento, a fim de que o veneno não seja absorvido pelo organismo. 2.5 – Queimaduras Queimadura é uma lesão causada por ação de calor ou de outras radiações sobre o organismo. As queimaduras, além de provocarem intensa dor local, podem causar choque, levando a vítima à morte, dependendo do estado do paciente e da extensão da área atingida. Os seguintes agentes podem causar queimaduras: • líquidos ferventes • contato direto com chama • sólidos superaquecidos ou incandescentes • vapores quentes • substâncias químicas (ácidos corrosivos, soda cáustica, fenol, etc.) • radiações infravermelhas e ultravioletas naturais (sol) ou de laboratório (aparelhos) • emanações radioativas • eletricidade (pela passagem direta da corrente pelos tecidos, provocando a eletrólise dos mesmos e a conseqüente necrose, ou pela ação direta do calor em forma de arco voltaico no acidente comum das aberturas ou fechamento das chaves elétricas de grande potência). As queimaduras externas classificam-se em: 1) superficiais: quando atingem apenas as camadas superficiais da pele; 2) profundas: quando há destruição da pele na área atingida. Quanto a sua classificação em graus, que é uma classificação prática que indica apenas a profundidade da lesão, podem ser de: 1) primeiro grau: caracterizada pela lesão superficial da pele sem formação de bolhas. Forma-se somente eritema, isto é, vermelhidão, e a dor é suportável. Ex.: queimaduras causadas pelos raios solares e por radioatividade; 2) segundo grau: caracterizada pela lesão das camadas mais profundas da pele, com formação de flictenas (bolhas), por vezes extensas, por desprendimento das camadas superficiais; 3) terceiro grau: neste nível, as lesões atingem todas as camadas da pele, tecido celular subcutâneo e, em certos casos, os músculos profundos, podendo chegar à carbonização da área atingida. Observação: A gravidade da queimadura, implicando risco de vida, não está na profundidade atingida, isto é, no grau desta, mas sim na extensão da superfície atingida, que dá origem ao ”estado de choque”, pela dor, desequilíbrio eletrolítico do meio interno, desidratação, etc. A possibilidade de lesões renais, que freqüentemente acompanham as queimaduras extensas, tornam sempre o prognóstico mais sombrio. Em relação à área corporal, avalia-se, aproximadamente, a superfície corporal queimada do seguinte modo: • cabeça = 9% de superfície corporal • pescoço = 1% • membro superior E = 9% • membro superior D = 9% • tórax e abdômen (frente) = 18% - 22 - Site: www.colegioetep.org
  • 23. Curso Técnico em Química Conteúdo: Segurança no Trabalho • tórax e região lombar (costas) = 18% • membro inferior E = 18% • membro inferior D = 18% 2.5.1 – Procedimentos a serem adotados em caso de queimaduras a) Queimaduras térmicas: • arrancar ou cortar imediatamente as vestes em chamas, se a peça for de tecido leve e de fácil remoção, ou procurar abafar o fogo, envolvendo a vítima em um cobertor, toalha, capa, etc.; • deitar o acidentado; • colocar a cabeça e o tórax do acidentado em plano inferior ao corpo. Levantar as pernas do paciente. Esta manobra evita o choque, e este é o cuidado que se deve ter; • se o paciente estiver consciente, dar-lhe bastante líquido: chá, água, refrigerante, etc.; • nunca dar bebidas alcoólicas; • pôr um pano limpo sobre a superfície queimada. b) Queimaduras por agentes químicos: • lavar a região atingida com bastante água; • conduzir a assistência como no item anterior; • não aplicar ungüentos, graxas, bicarbonato de sódio ou outras substâncias; • não tocar com as mãos na área queimada; • não retirar corpos estranhos ou elementos gordurosos das lesões; • não furar as bolhas que aparecerem. Observação: Todas as queimaduras deverão ser examinadas por um médico ou enfermeiro habilitado, com a máxima brevidade possível, sobretudo nos casos de grandes queimaduras. c) Queimaduras nos olhos: Podem ser produzidas por substâncias tóxicas ou irritantes tais como ácidos, álcalis, etc., ou pelo calor: água quente, vapor, cinzas quentes, pó explosivo, metal fundido, chama direta, arco voltaico, etc. A assistência deve ser imediata, devendo-se obedecer aos seguintes passos: lavar os olhos com água em abundância durante vários minutos; • não esfregar os olhos; • vendar os olhos com gaze ou pano limpo umedecido; • levar o acidentado ao médico imediatamente. 2.5.2 – Outras queimaduras provocadas pelo calor a) Insolação É uma perturbação devida a ação direta e prolongada dos raios solares sobre o indivíduo. É mais comum nas praias e estações de veraneio, nas quais as pessoas não-habituadas ao sol se expõem de maneira excessiva a ação direta dos raios solares, com largas áreas corporais desabrigadas. A insolação pode manifestar-se de duas maneiras: • brusca – caracterizando-se por: – mal-estar geral – falta de ar com sensação de sufocação – respiração acelerada e difícil – dor de cabeça acentuada – pulso rápido e forte – temperatura corporal elevada – extremidades arroxeadas – inconsciência e palidez - 23 - Site: www.colegioetep.org
  • 24. Curso Técnico em Química Conteúdo: Segurança no Trabalho • lenta – caracterizando-se por: – mal-estar – dor de cabeça – náuseas – tonturas – pele quente e seca – pulso rápido – temperatura do corpo elevada. Enquanto se aguarda atendimento médico, deve-se proceder da seguinte forma: • remover a vítima para lugar fresco e arejado; • retirar suas roupas; • conservar o acidentado com a cabeça mais baixa que o corpo; • envolver o paciente em panos molhados ou aplicar-Ihe banhos; • envolver a cabeça em toalha molhada ou sacos de gelo; • remover o paciente para o hospital o mais cedo possível. Observação: Uma das principais medidas de socorro é o abaixamento progressivo da temperatura corporal. b) intermação É uma perturbação do organismo originada por excessivo calor em lugares não arejados convenientemente, como nas fundições, em salas de caldeiras, junto a fornos industriais, etc. A intermação apresenta as seguintes manifestações: • dor de cabeça e náuseas; • palidez acentuada; • sudorese (transpiração excessiva); • temperatura corporal levemente elevada; • pulso rápido e fraco; • cãibras abdominais e nas pernas; • inconsciência. O atendimento à vítima da intermação é o mesmo dispensado para o caso de insolação. 2.6 – Fraturas O fenômeno patológico mais comum nos traumatismos é a rotura dos ossos, comumente chamada fratura. Há dois tipos de fraturas: • fraturas fechadas – quando o osso quebrado não aparecer na superfície, isto é, quando não houver ruptura das partes moles superficiais, apenas sentindo-se o desnível e o movimento anormal dos ossos; • fraturas abertas – quando o osso fraturado aparecer na superfície corporal, pelo rompimento dos músculos e da pele. Existem vários sinais clínicos que caracterizam uma fratura, como por exemplo: • traumatismo; • dificuldade ou incapacidade de movimento; • dor e edema na área atingida; • posição anormal (desvio do eixo) do membro; • ao toque, sente-se um crepitar característico, por atrito, dos fragmentos ósseos; • se a fratura for exposta, há, naturalmente, o surgimento do osso fraturado rompendo a pele. 2.6.1 – Atendimento a) Fratura fechada: • acidentado deve ser movimentado o menos possível; • cobrir a área lesada com pano limpo ou algodão, a fim de evitar lesões em áreas superficiais; - 24 - Site: www.colegioetep.org
  • 25. Curso Técnico em Química Conteúdo: Segurança no Trabalho • imobilizar o membro com talas ou apoios adequados, como uma tábua fina, papelão, revistas dobradas, travesseiro, mantas dobradas, etc.; • amarrar as talas de apoio com ataduras ou tiras de pano, de maneira firme, mas sem apertar; • as talas devem ser amarradas acima e abaixo do local da fratura e acima e abaixo das articulações próximas a área fraturada; • remover o acidentado para o hospital. Observação: O socorrista nunca deve tentar colocar os ossos fraturados no lugar. b) Fratura exposta ou aberta: Fazer um curativo protetor sobre o ferimento, com gaze ou pano limpo, a fim de evitar infecções. Se houver hemorragia abundante, é sinal de que houve, além de fratura, rotura de vasos. Assim sendo, procurar conter a hemorragia, conforme já foi exposto; imobilizar o membro fraturado; providenciar a remoção do acidentado para o hospital. c) Fratura do crânio: A fratura do crânio sempre se reveste de gravidade, necessitando de cuidados médicos imediatos. • Caracterização: – lesão no crânio; – perda de sangue pelo nariz ou pelos ouvidos; – perda da consciência ou estado semiconsciente; – náuseas e vômitos imediatos, podendo, também, aparecer algum tempo depois. • Atendimento: – manter o acidentado recostado, procurando o máximo de repouso possível; – se houver hemorragia do couro cabeludo, fazer um curativo, envolvendo a cabeça por meio de uma faixa ou pano limpo; – se houver parada respiratória, iniciar respiração artificial pelo método boca a boca; – imobilizar a cabeça do acidentado, apoiando-a em travesseiros, almofadas, etc. ; – conduzir o paciente ao hospital. c) Fratura da coluna vertebral: • Caracterização: – lesão traumática na coluna vertebral (espinha dorsal) ; – dor local acentuada; – deslocamento de vértebras; – dormência nos membros; – paralisia de membros. • Atendimento: – não tocar, nem deixar ninguém mexer com o acidentado se houver suspeita de fratura de coluna, até a chegada do médico; – observar sua respiração. Se houver parada respiratória, iniciar respiração artificial pelo método boca a boca; – o transporte do acidentado deve ser feito com muito cuidado, em padiola ou maca; – empregar quatro pessoas para levantar o acidentado e levá-lo até a maca, movimentando seu corpo em um tempo só, como se fosse um bloco maciço, sem lhe torcer a cabeça e os membros. • Cuidados a serem tomados: – nunca virar de lado o acidentado procurando melhorar sua posição; – durante o transporte para o hospital, evitar paradas bruscas com o veículo ou movimentos súbitos e fortes. e) Fratura da bacia: Proceder como no caso anterior, tendo o cuidado de amarrar ambas as per- nas bem juntas, para que durante o transporte do acidentado não haja movimento algum dos membros inferiores. - 25 - Site: www.colegioetep.org
  • 26. Curso Técnico em Química Conteúdo: Segurança no Trabalho f) Fratura da clavícula: Traumatismo da parte superior do tórax. Apresenta-se uma dor intensa no local do traumatismo, não podendo o acidentado movimentar o braço do lado atingido. • Atendimento: – colocar embaixo do braço um pano dobrado várias vezes para servir de almofada; – amarrar o braço no centro do tórax do lado ferido, por meio de tiras de pano; – espalmar a mão do braço imobilizado contra o peito, do lado são, apoiando o antebraço por meio de uma tipóia (pano triangular ou tiras de pano) ; – conduzir o paciente ao médico; g) Fraturas do úmero: Proceder como no caso anterior, procurando apoiar a face externa do braço por meio de uma tala (papelão, revista, etc.) ao longo do braço; h) Fratura no antebraço: Imobilizar o braço por meio de uma tipóia e conduzir o paciente ao médico. 3 Armazenagem de Produtos Químicos Sempre que possível deve ser destinada uma sala, em separado, para armazenagem de reagentes, para que estes não sejam conservados na área de trabalho, evitando o congestionamento das bancadas e possíveis acidentes. O armazenamento de produtos químicos deve levar em consideração o tipo do produto a ser armazenado: voláteis, corrosivos, tóxicos, inflamáveis, explosivos e peroxidáveis, bem como a incompatibilidade entre produtos. 3.1 Recomendações Gerais • O local de armazenagem deve ser amplo, ventilado e, se possível, possuir um sistema de exaustão adequado para suas dimensões. • As instalações elétricas deverão ser à prova de explosão quando for necessário armazenar grandes estoques inflamáveis. • Os reagentes compatíveis devem ser estocados separados por famílias, com distância de 0,5m a 1m. • As vidrarias não devem ser estocadas junto a reagentes • Não deve ser permitida a armazenagem de produtos não identificados, bem como armazenamento de produto sem data de validade. • Deverá ser feita a verificação permanente dos prazos de validade dos produtos e a remoção dos regentes vencidos. • Os produtos corrosivos, ácidos e bases devem ficar nas prateleiras baixas, próximas ao chão. Deverá ser evitado o armazenamento de reagentes em lugares altos e de difícil acesso. Os produtos inflamáveis e explosivos deverão, ainda, ser mantidos a grandes distâncias de produtos oxidantes. • Não deve ser permitida a armazenagem de ácidos ou álcalis concentrados nos armários inferiores das capelas, pois podem causar corrosão nas partes metálicas do equipamento. Da mesma forma, não devem ser estocados líquidos inflamáveis para evitar risco de explosão. • Não devem ser estocados produtos químicos voláteis em locais em que se inicia a luz solar direta. 3.2 Rótulos Padronizados Rótulos padronizados são identificações utilizadas intencionalmente para classificação de produtos e resíduos químicos para armazenamento, manipulação e tratamento. Para a elaboração de rótulos deverão ser seguidas as instruções contidas na NR-26, do TEM. Porém, devido à grande variedade de tipos e tamanhos de frascos de laboratório, torna-se difícil uma padronização de rotulagem. Portanto, recomendamos a adoção de alguns critérios básicos: 1. Toda solução química preparada em laboratórios, para seu próprio uso ou de uso de outro setor, deve conter um rótulo com: nome de solução, concentração, uso específico, quando não for de uso - 26 - Site: www.colegioetep.org
  • 27. Curso Técnico em Química Conteúdo: Segurança no Trabalho geral, data de preparação e validade (quando for preciso), fator estequiométrico (quando for necessário), simbologia internacional de risco e terminologia de risco, nome do responsável. 2. Conforme o caso, a simbologia e terminologia de risco podem ser fixadas no frasco separadamente do rótulo indicativo do produto, formando rótulo específico de riscos. 3. Os frascos de produtos químicos adquiridos normalmente apresentam simbologia e terminologia de riscos adequados. Porém, se julgado necessário e conforme a classificação de risco do produto, poderão ser acrescentadas novas informações e simbologias como rótulo preventivo. 4. Os resíduos devem ser igualmente rotulados com todas as informações de identificação e segurança. Em geral, as normas adotadas nos laboratórios para rotulagem baseiam-se numa classificação feita pela NFPA (National Fire Protection Association), que desenvolveu um sistema padrão para indicar a toxidade, a inflamabilidade e a reatividade de produtos químicos perigosos. Esse sistema é representado pelo Diamante do Perigo ou Diamante de Hommel e possui sinais de fácil reconhecimento e entendimento, os quais podem dar uma idéia geral do perigo desses materiais, assim como o grau de periculosidade. É chamado de Diagrama de Homel e seus campo são preenchidos conforme apresentado na Tabala 2. 4 MEIO AMBIENTE 4.1 Descarte de resíduos perfurocortantes Materiais perfurocortantes são objetos e instrumentos cortantes contendo cantos, bordas, pontos ou protuberâncias rígidas e agudas capazes de cortar ou perfurar. Constituem o grupo E de resíduos segundo a Resolução da Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária- ANVISA-RDC Nº 306/2004. Estão inclusos nessa resolução os utensílios de vidro quebrados no laboratório (pipetas, tubos de coleta sanguínea e placas de Petri) e outros similares. Os materiais perfurocortantes devem ser descartados separadamente no laboratório, imediatamente após sua geração, em recipientes de paredes rígidas, resistentes à ruptura e vazamento, com tampa, devidamente identificadas pela inscrição “PERFUROCORTANTE” e acrescidos dos riscos adicionais químicos e/ou radiológicos. É expressamente proibido o esvaziamento desses recipientes com a finalidade de reaproveitamento dos frascos. O armazenamento temporário, o transporte interno e o armazenamento externo destes resíduos podem ser feitos nos mesmos recipientes utilizados para resíduos que possuem a possível presença de agentes biológicos que, por suas características, podem apresentar risco de infecção. Os resíduos perfurocortantes devem ser tratados a partir de uma avaliação prévia dos agentes de risco que possam conter. Os materiais perfurocortantes contaminados com radionuclídeos devem ser submetidos ao mesmo tempo de decaimento do material que o contaminou. 4.2 Descarte de resíduos químicos De acordo com a Legislação Ambiental, os resíduos químicos líquidos não devem ser descartados fora dos parâmetros estabelecidos pela Resolução CONAMA n˚ 357/2005, e os resíduos sólidos devem obedecer ao estabelecido na norma ABNT, NBR ISSO 10.004/2004. 4.2.1 Recomendações Gerais • Os resíduos químicos nos laboratórios devem ser segregados e armazenados em recipientes adequados, em local ventilado, rotulados e afastados de áreas de circulação. • Sempre que possível, os resíduos poderão ser tratados no laboratório e descartados na rede de esgoto. Resíduos aquosos ácidos ou básicos, por exemplo, devem ser neutralizados antes do descarte. • Resíduos orgânicos que não permitem reciclagem, como por exemplo, a fase móvel do HPLC (Cromatógrafo Líquido de Alta Performance), devem ser direcionados para aterros industriais. • Os solventes orgânicos devem ser separados em duas classes: clorados e não clorados. Os não clorados permitem reciclagem e os clorados, em geral, devem ser encaminhados para incineração em incinerador autorizado. • Para o descarte de metais pesados, fortemente alcalinos e outros resíduos, deverá ser consultada, antecipadamente, uma referência especializada. 5 BOAS PRÁTICAS LABORATORIAIS - 27 - Site: www.colegioetep.org
  • 28. Curso Técnico em Química Conteúdo: Segurança no Trabalho Os alunos deverão ser orientados desde a primeira aula sobre o alto risco de trabalharem em um laboratório sem condições de segurança. Devem ser orientados para não fazerem brincadeiras nas dependências do laboratório e não realizarem experimentos não autorizados pelo professor. 5.1 Orientações Gerais 5.1.1 De ordem pessoal • Não se deve firmar, manter e/ou ingerir alimentos ou bebidas nos laboratórios, sob o risco de contaminação e da distração. • São proibidos o uso de sandálias, chinelos e shorts durante trabalhos laboratoriais. • É recomendável que se mantenham sempre os cabelos presos e, se necessário, que se faça o uso de touca. • Não deverão sertilizadas lentes de contato. • Deve-se lavar muito bem as mãos antes e após qualquer atividade laboratorial. 5.1.2 Referentes ao laboratório • É indispensável o uso de avental longo, em tecido de algodão, sobre a roupa. • Quanto à ocupação dos laboratórios, orienta-se a relação de 3m2 por aluno, de modo a permitir a segurança nas operações e na circulação dos usuários durante as aulas. • Dúvidas devem ser solucionadas antes de começar o trabalho, lendo-se atentamente o roteiro, organizando as vidrarias e os produtos químicos a serem utilizados. • Sempre que necessário, dependendo do risco e da periculosidade, o experimento ou parte dele deverá ser conduzido em capela, utilizando-se EPIs como: luvas, máscaras e óculos de proteção, e realizados em capela. Alguns exemplos mais comuns: → Deve-se fazer uso de luvas e capela com exaustão para descarte e pré-lavagem de recipiente com produtos químicos. Em caso de não existência de capela, usar avental de PVC, protetor facial, e desenvolver a tarefa em local ventilado e seguro. → O manuseio de produtos químicos tóxicos e corrosivos deve ser feito em capela com exaustão ligada e o uso de luvas e óculos de proteção facial é necessário. → Devem ser usadas luvas isolantes e frascos apropriados no transporte de nitrogênio líquido. • Devem ser lidos atentamente os rótulos dos frascos de reagentes, antes de utilizá-los, pois neles há informações importantes para a sua manipulação segura. • Devem ser mantidas no laboratório as FISPQs (Ficha de Informação de Segurança de Produtos Químicos) de todos os produtos manuseados. Os alunos devem ser orientados a consultá-las antes de qualquer atividade com produtos químicos. • Quando da realização de atividades de risco (perigo de explosão, geração de material tóxico, etc.) deve-se proceder da seguinte forma: → Avisar o professor e os demais colegas no laboratório. → Trabalhar em capela com boa exaustão, retirado todo tipo de material não necessário à atividade desenvolvida, como, por exemplo, líquidos inflamáveis. • As operações com nitrogênio líquido ou gelo seco requerem particular cuidado, a fim de evitar queimaduras ao usuário do laboratório. • Quando do manuseio de gases, as válvulas dos cilindros devem ser abertas lentamente com as mãos ou usando chaves apropriadas. Nunca deverão ser forçadas as válvulas com martelos ou outras ferramentas. • No caso em que o usuário do laboratório tenha que se ausentar de sua bancada ou, ainda, de experimentos que permaneçam em andamento após o encerramento da aula prática, deverá ser deixada uma ficha visível e próxima ao experimento, contando informações de como proceder em casos de acidentes, falta d’água ou eletricidade e o professor e os demais colegas deverão ser avisados. O funcionário responsável pelo laboratório deverá estar ciente do processo em andamento. • Ao realizar misturas exotérmicas em água (ácidos e álcalis concentrados), nunca deverá ser adicionada água ao produto químico, mas sim o inverso e lentamente. • Após o encerramento do experimento, todos os materiais utilizados deverão ser limpos e guardados em local apropriado. 5.1.3 Limpeza de Vidraria • Recomenda-se o uso de solução 5% de KOH em álcool para a limpeza de vidrarias. - 28 - Site: www.colegioetep.org
  • 29. Curso Técnico em Química Conteúdo: Segurança no Trabalho Deve-se proceder da seguinte maneira: → Deixar a vidraria de molho na solução de KOH em álcool por 10 minutos. → Lavar várias vezes com água destilada. → Enxaguar com solução de HCl 0,01 M. → Finalizar a lavagem com água destilada e colocar para secar. O uso de soluções sulfocrônicas não é recomendado para a limpeza de vidrarias. Caso seja preciso utilizá- la, nunca deverá ser feito diretamente na pia. Recomenda-se utilizar um frasco de vidro escuro, devidamente rotulado. No caso de tratamento de resíduo, considerar como metal pesado. 5.1.4 Emergência • Qualquer acidente deve ser comunicado ao professor. • Cortes ou ferimentos, mesmo leves, devem ser desinfetados e cobertos. • Queimaduras com fogo ou material quente devem ser tratados com compressa de gelo. • Queimaduras com ácidos em geral devem ser lavados com água em abundância, devendo ser procurado, imediatamente, um médico. • Queimaduras com bases devem ser lavadas com água em abundância, devendo ser procurado, imediatamente, um médico. • Nos casos de substâncias estranhas em contato com os olhos, estes deverão ser lavados com água em abundância, preferencialmente no “lava-olhos”, durante 10 a 15 minutos. Em seguida, deverá ser consultado um médico oftalmologista. 5.1.5 Procedimentos em casos de incêndios Todos os envolvidos com as atividades laboratoriais devem ser treinados para os procedimentos de combate a incêndios e de evacuação do laboratório pelos alunos. 5.1.6 Riscos com equipamentos • Não devem ser utilizado qualquer equipamento sem que haja o devido treinamento prévio ou autorização do responsável pelo laboratório. • Deve ser observada sempre a voltagem do equipamento antes de sua utilização. • Quando da utilização de equipamentos para vácuo não se deve deixar que o ar entre rapidamente no equipamento sob vácuo, pois, pode ocorrer choque mecânico e implosão. Dessecador sob vácuo: → Não deve ser transportado com vácuo. → Deve ser protegido com fitas adesivas ou filmes plásticos. → As juntas devem ser engraxadas (graxas de silicone para vácuo). → A escolha do agente dessecante dependerá do material a ser secado. O mais utilizado é a sílica gel anidra. → Um frasco de segurança deve ser mantido entre a bomba e o dessecador. Evaporador sob vácuo → Evaporador rotatório – os recipientes não devem ser totalmente cheios com solução. → Deve ser desligado o equipamento antes da evaporação total do líquido. → Deve ser resfriado o frasco. → Deve ser desligado o vácuo. Filtração sob vácuo → O equipamento deve ser firmemente preso. → O vácuo não deve ser aumentado para acelerar a filtração. Destilação a vácuo → Deve ser utilizada manta elétrica ou banho (silicone/areia), sobre um sistema móvel. → A ebulição deve ser regulada por tubos capilares. → O sistema de vácuo deve ser ligado antes do aquecimento. - 29 - Site: www.colegioetep.org