Este documento descreve a história da Avenida Paulista em São Paulo desde sua inauguração em 1891 até os dias atuais. Começa com a compra das terras pelo empresário Joaquim Eugênio de Lima que dividiu o terreno em grandes quadras e inaugurou a avenida em 1891. Inicialmente a região era procurada por magnatas para construir palacetes. Nas décadas seguintes, prédios de apartamentos e comerciais substituíram as mansões originais. Atualmente a avenida é um ponto comercial e bancário importante da cidade.
Avenida Paulista: A História da Principal Avenida de São Paulo
1. São Paulo: Minha Cidade! 10
AVENIDAAVENIDA
PAULISTAPAULISTA
“Um povo sem memória,
é um povo sem passado e sem
futuro”
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2. No início da colonização, essa região já era bastante conhecida dos índios, que a
denominavam como morro do “Caaguaçú”, que na língua nativa significava “mata grande”. Um dos
primeiros proprietários, foi o bandeirante Fernão Dias, o “caçador de esmeraldas”, cujo avô
recebera uma vasta sesmaria que se estendia desde a atual Vila Mariana até Pinheiros.
Em 1880, o então proprietário, Mariano Antonio Vieira, resolveu abrir uma estrada pelo espigão,
ligando a estrada de Pinheiros (rua da Consolação) à estrada de Santo Amaro (r. Brig. Luís
Antônio), denominada como “estrada da Real Grandeza”, que acabou sendo o embrião da atual
avenida. Por volta de 1890, as terras foram adquiridas pelo empresário do ramo imobiliário Joaquim
Eugênio de Lima e dois sócios. Dividindo o lote em grandes quadras, com uma larga avenida no
centro (a antiga estrada), e cortada por ruas arborizadas (alamedas), em 8/12/1891 ela foi
solenemente inaugurada e batizada como Avenida Paulista. Sendo região aprazível, e longe do
corre-corre da cidade, o local começou a ser procurado pelos magnatas locais para construírem
seus palacetes, que no início do século, já somavam 50. Já naquele ano, uma linha de bondes (a
burro) funcionava no local.
Na década de 20, era inaugurado na Paulista, um dos mais elegantes restaurantes da cidade. O
“Trianon”, marcou época, com sua cozinha francesa, e seu salão de festas, sendo então o “point”
da alta sociedade paulistana, até os anos 50, quando, decadente, foi demolido. Em seu lugar foi
construído o MASP (Museu de Arte de São Paulo), o maior museu da cidade, figurando entre os
mais importantes de todo o mundo, principalmente pelo seu grande acervo.
A partir de meados da década de 50, as belas mansões começaram a ceder lugar aos prédios de
apartamentos e posteriormente aos prédios comerciais, principalmente depois da inauguração do
“Conjunto Nacional” em 1958, que podemos dizer, foi o primeiro “shopping” da cidade, reunindo
lojas, cinemas, salão de festas (Fasano), conjuntos comerciais e apartamentos residenciais. Em
1973, as pistas foram alargadas, e colocados os exclusivos “totens” com semáforos e indicações
verticais, tal como vemos na atualidade. No início deste século, a avenida se apresenta como um
ponto quase que exclusivamente comercial e bancário, abrigando filiais da maioria dos bancos do
mundo, e das grandes empresas. Temos ali inúmeros “shoppings”, e dezenas de salas de cinema.
Uma linha de metrô (linha 2) corre por baixo de toda a sua extensão, com três estações, sem contar
que a nova linha (5), cruza a Paulista na altura da Consolação.
5. 18911891
Inauguração da Avenida Paulista - vista aqui a partir do cruzamento com a
Brig. Luís Antônio – Aquarela de Jules Martin -
6. 19001900
19101910
19051905
- 1900: vista a partir do
cruzamento c/ a Brigadeiro.
-1905: sentido Consolação. Ao
fundo, as matas do parque do
Trianon. Foto:
Guilherme Gaensly
- 1910: vista no sentido Paraiso,
em foto batida da esquina c/ a
Bela Cintra.
Foto: Guilherme Gaensly
7. Na foto ao lado, uma vista em
direção Paraíso. À esquerda, em
primeiro plano, o MASP, ainda em
abras. Estávamos em plena era da
verticalização, mas boa parte das
mansões ainda resistia.
Abaixo, uma vista em direção
contrária, onde vemos à esquerda,
parte do Conjunto Nacional e o
cruzamento com a rua Augusta.
Nessa época, já se notava o
congestionamento da via.
19631963
19641964
14. Acima, o prédio (tombado) do antigo Grupo
Escolar Rodrigues Alves, projetado por Ramos de
Azevedo e inaugurado em 1908.
Ao lado, a casa onde funciona o Instituto Pasteur,
inaugurado em 1903, e referência nacional na
aplicação de vacina anti-rábica.
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18. A linha 2 do metrô, ligando a Vila
Madalena (zona oeste) à Vila
Prudente (zona sul), percorre
trecho sob a Paulista em toda sua
extensão, com três estações em
pontos-chave da avenida. Estação Brigadeiro
19. Vista aérea feita em 2007,
mostrando o trecho final
da avenida. Em primeiro
plano, o túnel sob a rua
da Consolação.
22. O “MASP” (Museu de Arte de São Paulo - Assis Chateaubriand)
inaugurado em 1968 com a presença da rainha Elizabeth II
23. O parque Siqueira Campos, ou Trianon, como é mais
conhecido, é uma área de mata nativa, preservada desde
os tempos da abertura da avenida em 1891. Sua criação
já fora prevista desde o loteamento da região, por
Joaquim Eugênio de Lima, atualmente homenageado
como nome de uma das travessas da avenida. São duas
quadras de matas e jardins, cortadas por alamedas. Está
localizado em frente ao MASP.
24. O anoitecer na Paulista, tendo ao fundo o pico do Jaraguá