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ais um ano letivo se inicia e com ele novos desafios
são lançados. O que buscaremos no decorrer dos
mais de 2OO dias de aula que vêm pela frente? Diante
da imensa quantidade de fatos e informações que nos impac-
tam diariamente, como selecionar o que é relevante para ser
discutido com os nossos alunos?
Formar cidadãos capazes de pensar e atuar criticamente no
mundo em que vivemos é o alicerce de uma educaçáo para a
vida. É por isso eue, a cada edição , CartaFundamental traz a
seus leitores, educadores nos anos fundamentais de estudo de
toda criança, propostas de temas de aulas eüe, na maioria das
vezes, não estão em apostilas e livros didáticos. São assuntos
atuais que complementam os conteúdos que nos guiarão duran-
te todo o afio, inspiram debates sobre o que acontece dentro e
fora da sala de aula e propõem repensar cânones escolares.
É o que se poderá conferir nesta primeira edição de 2OL2.
Entre os temas de aulas estão as inovações dos painéis solares e
as novas possibilidades de gerar energia, os modos e custos para
transformar a madeira da floresta em folhas de caderno e os
novos olhares diante das representações do continente africano
presentes no universo escol ar. Já"a matéria de capa conta a histó-
ria e fazuma análise poética das marchinhas de carnaval, além
de sugerir um divertido exercício de atribuição de significados
contemporâneos às trilhas sonoras da nossa maior festa popular.
Continuaremos à procura de assuntos e conteúdos que pos-
sam servir de apoio didático e melhorar a qualidade da educa-
ção. No que depender da gente,2Ol2 será um grande ano.
Líaia P ero zim, redatora- chefe
4 cnnrA FUNDAMENTAL
EntrevistaE HOJE?
Amelodia
das antigas
marchtnhas
continua
a Ínspirar
cronicas da
nossa sociedade
MARíLNCOSTA DIAS
Educar sem segregar I
Matérias
EDUCAçÃO FINANCEIRA
Por Jurandir Sell Macedo Jr. 14
EDUCADOR HOJE
Gaston Bachelard,
Por Maurício Pietrocola 48
PRATO FUNDO
Por Tory Oliveira 52
EDUCAçÃO PARAO LUTO
Por Elaine Gomes dos Reis Alves 56
GEOGRAFIA PARACRIANçA
Por Roberto Filizola 58
Seções
LEITORES 6
CARTADAANA
Ana Maria Machado 12
FUNDAMENTAIS 16
MATEMAGICA
Danilo Bra un 44
FALARES
Marcos Bagno 46
CULTURA
Meu primeiro grande livro 61
Livros Fundamentais 62
Agenda 65
Aprendiz 66
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AO LAD O: Odair LeaUFolhapres
CAPA: Ilustração: Cárcamo
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HISTORIA
Exploradores da Africa .id.
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ARTES
Mais uma vez a Semana :i.*i
MATEMATICA
Sob o calor do sol ,,'. Ì
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BRINCADEIRAS
Culturas ludicas
em areas ribeirinhas .:1i-r
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CIÊNCIA Haja arvore! .;Ì";l
F.ilEsru*Re€Hru-Ë"&t ã H ãã
LíNGUA PORTUGUESA
Vozes do carnaval ;Ìi:.
CONTO Prego,
por Fabricio Carpinejar .-ì"ii
M. B R/CARTA- FU N DAM E NTAL
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DA EDUCAçAO
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A origem dos
calendários
famosa "previsão" de que no dia Zt de dezembro de 2012
o Calendário Maia acabae, com ele, o mundo, já se de-
monstrou uma faIírcia. Alinhamentos planetários, como
o previsto para o fim do ano, ocorreram diversas vezes. Mas táo
interessantes quanto as narrativas apocalípticas do fim do mun-
do são as muitas histórias em torno da origem dos calendários.
Quem teve a ideia de fatiar o tempo em dia, semana, mês
e ano? Tudo começou com o desenvolvimento da agricultu-
ra. Como a maioria das culturas agrícolas segue os ciclos das
estações do anorera preciso saber qual o melhor momento para
plantar e colher. Assim, as estrelas e os movimentos da Lua e do
Sol passaram a ser essenciais para organizar a vida das pessoas.
Ahistória de observaçáo e criação de umaforma de contar o
tempo é recontada nesta edição pelo professor da Universidade
Federal do ParanâRoberto Filizola, que propõe formas de explo-
tar os movimentos solares e lunares por meio do calendário.
' Entre outros temas, propomos apresentar aos alunos um
a'
inimigo oculto à saúd€, o sódio, muito presente em doces, chips
e outras guloseimas que seduzem o paladar infantil. Há também
uma homenagem ao escritor mineiro Bartolomeu Campos de
Queirós, que faleceu em 16 de janeiro: um roteiro de leitura por
algumas de suas obras carregadas de deli cadezae poesia. Há
ainda um convite para visitar virtualmente um museu muito
especial de Diamantina, em Minas Gerais, eu€ guarda riquezas
e mistérios do Brasil colonial. Líaia Perozim, redatora-chefe
4 cnnrA FUNDAMENTAL
Entrevista
CARLOS EDUARDOSANCHES
O real custo da educação I
Matérias
Fl M? Os cosmos não permittrão que o mundo acabe com a prevtsão maia
EDUCAçÃO FTNANCEIRA
Quanto vale o dinheiro?
Por Marcia Tclotti 14
EDUCADOR HOJE
Constance Kamii
Por Pedro Palhares 52
SINAL FECHADO
Por Tory Oliveira 56
A VIA-C RTT C IS PEDAGOG I CA
Por Clarice Cardoso 58
5eçÕes
LEITORES 6
CARTADAANA
Ana Maria Machado 12
FUNDAMENTAIS 16
FALARES
Marcos Bagno 48
MATEMAGICA
Danilo Braun 5O
CULTURA
Meu primeiro grande livro 61
Livros Fundamentais 62
Agenda 65
Aprendiz 66
INFÂNCIA EM FOCO
Eles perderam tudo
Casa, lembranÇa,
dignidade: restaram
apenas escombros
da expuÌsão, em ZZII,
das 9 mil pessoas
que viviam no terreno
Pinheirinho, em
São Jose dos Campos
e7 km de São pauÌo)
AO tAD Oz Lucas Lacaz Ruiz/Folhapress
CAPA: Ilustração: Cárcamo
Tem&sdeaeãïËn
Hffis.&ffitrgã. ffi F,ffigçffietuHffiffi?ÃL ã
JOGOS E BRINCADEIRAS
Brincar para escrever 2O
INFANTET, E FUNDAIVíENTAI T E IÏ
ARTES Passeios orientados 23
7' J7:é7= ?=táÉffiru ffibt ã
ClÊNCnS O inimigo ocutto 26
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HISTóRA O tesouro de Minas 3O
ãffi F=& roYãil ffi ã,. gi Fü,ffi&&íg ffi ffi Y,&H", g
GEOGRAFIAO poder do tempo 33
|ï' t.i iiij ,ii; il Ì'Ë ii.. ii iii; í.i
LíNGUA PORTUGUESA
Dicionário repaginado 36
FUNDAÏUIENTAI II
CONTO
O aniversário do lobo,
por Nelson Cruz 40
F"ffiruffi&tuHffiffiw&K" ã ffi gH
LíNGUA PORTUGUESA
A obra de Bartolomeu
Campos de eu eiros 44
..rÉ N o,í
ABRIL DE 2012
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ORIGIN ALBrían
Selznick usa tecnicas
dos quadrinhos e do
cinema no livro
Entrevista
RODOLFOYAMAMOTO
Pop arte sacra B
Matérias
EDUCAçÃO FINANCEIRA
De casa para a escola
Por Celina Macedo 18
EDUCADOR HOJE
Zygmunt Bauman
Por Felipe Quintão de Almeida, lvan Marcelo
Gomes e Valter Bracht 52
PODER DE ESCOLHA
Por Tory Oliveira 55
o ESPAçO É Oems
Por Clarice Cardoso 56
JOGADA RITMADA
Por Tory Oliveira 58
Seções
LEITORES 6
CARTADAANA
Ana Maria Macha do 14
,FUNDAMENTAIS
20
FALARES
Marcos Bagno 48
MATEMAGICA
Danilo Braun 5O
CULTURA
Meu primeiro grande livro 6Ï
Livros Fundamentais 62
Agenda 65
Aprendiz 66
Artes e linguagens
T Jm garoto atravessa correndo uma estação de trem.
| | Certifica-se de que não está sendo seguido, antes de
J entrar por uma porta quadrada. No corredor, apoia-se
na parede. Abaixa-se e estica o braço em direção a uma grade de
ferro. Como numa tomada em zoom de cineffiâ, vemos suabota
furada na sola desaparecer no duto. Essas cinco cenas ilustradas
magistralmente com lápis formam (junto a outras 15, também
desenhadas em páginas duplas) a sequência inicial da história de
Hugo Cabret, u5n 6rffio que vive escondido na estação de trens
de Montparnasse na Paris dos anos 30.
poderia ser o roteiro de um filme (como foi depois), mas está ori-
ginalmente ÍlAInvenção de Hugo Cabret,livro em que o escritor
e ilustrad.or americano Brian Selznick alterna texto literário, de-
senho e fotografia. Lançado em 2OO7,o best seller nos Estados
Unidos tornou-se conhecido no Brasil agora, com a adaptaçáo
do cineasta Martin Scorsese.
O diretor nova-iorquino usou a técnica 3D para contar a trama
de um garoto que vive de furtos e de ajustar relógios. O destino
o coloc atâem contato com Georges Méliès (rs6r-1938)' pioneiro
da produção de filmes. A partir daí,a vida dos dois será outra.
Afora poucos detalhes, o enredo do filme segue o lido na obra.
Mas não se julga aqui o trabalho de Scorsese. Propomos, sim,
levar Hugo Cabret para a sala de aula e explorar seu fabuloso
híbrido de linguagens, presente no livro e transposto para a tela
grande. Boa leitural Líaia Perozim, redatora-chefe
4 cnnrA FUNDAMENTAL
INFÂNCIA EM FOCO
EmB de abril,
completaumano
que 12 crianças
foramrnorfas no
ataqueâ escola
Tasso da SilveÍra, no
batrro de Reaïengo,
no^RÍo de Janetro
Wmsmffiffi ffim ffiaããffi
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CONSTRUIR SONS
Peças musicais como Pedro
e o Lobo e a construção de
instrumentos estimulam o
processo de musicalização 24
FT NMÃMHNTAL T
DE RABISCOSA LINGUAGEM
O desenho e urn meio de
expressão formador, mas
esquecido pela escola depois
da primeira infância 28
trq"Fhwg},ruF-€ffiffiwékt ã ffi HH
HíBRIDO DE LINGUAGENS
A lnvenção de llugo
Cabrel desafia o leitor
a decifrar imagens
em narrativa que une
quadrinhos, literatura
e cinema 32
F.Wffiffi&trãffiHSYÃL g
CONTO
Dói so um pouquinho,
por Carolina Moreyra 36
AO tADOz Celso Pupo/Folhapress
CAPA: Divulgação
trffir€ffi&ruãffiffiY&tu gã
O MITO DA FI-ORESTAQUT
ÉO PULMÃo Do MUNDo
A analogia carece de base
cientÍfica, mas renova a
importância do bioma
e de sua preservação 40
ïiï'ïi"ï,ild 13,'.':'.í, ffi, j{:;jllf 'ï,,ft ïï" ïi;i
OS SERTANEJOS
CONTRAA REPUBLICA
O estopim para a secular
Guerra do Contestado 44
cARTA FUNDAMTNTnI 5
W WW. CA RTACA P I TA L. CO M . B R I C NRTA- FU N DA M E N TA L
MAIO DE 2012
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.No 38 . R$ 4,00.
Millôl; o melhor
erdemos no último mês de março um dos nossos maio-
res frasistas e pensadores. Millôr Fernandes morreu aos
88 anos e deixou o mundo - e este país - bem mais sem
graça. O escritor, desenhista, dramaturgo e tradutor iniciou a
sua carreira na imprensa por volta de 194,3, com 20 anos. Des-
de então, muitos leitores brasileiros o acompanharam por dé-
cadas em jornais e revistas de grande circulaçáo.
Ateu confesso, Millôr detestavao politicamente correto e ria,
para não chorar, da "esculhamb açáááo" geral do País, como
costum avaacentuar. Foi referência para as juventudes de várias
gerações. EntreJ94,2 e1973, publicou textos que condensam
a sua essência. Em ThintaAnos d,e Mim Mesmo, diziaum dos
"mandamentos" do decálogo do machão: "Machão que é ma-
t-d!ttlaa
chão não come mel, come abeJha'. Outras obras desse mesmo
período ainda arrancam gargalhadas , Um Elefante no Caos, Pa-
pó.aerum Mitlôr, Livro Vermelho d,os Pensamentos d,e Millôr.
Millôr também revisitou as grandes fábulas e revelou o ho-
mem ao homeffi, com o sarcasmo que a sociedade merecia, co-
mo se pode ler em Fábulas Fabulosas e Noaas'Fábulas Fabu-
losa,s. Embora não tenha escrito especificamente para adoles-
centes ou jovens, suas fábulas, seus haicais e poemas são bas-
tante apreciados por esse público. Para não se deixar esquecer
ou simplesmente apresentar aos estudantes essa figura genial,
trazemos Millôr Fernandes em nossa capa. Educar é também
direcionar para o que há de melhor na nossa cultura. E nisso
Millôr é dos melhores. Líaia Perozim, redatora-chefe
4 cnnrA FUNDAMENTAL
EntrevistaLER PARA CRER
Os alúnos precisam
conhecer toda
a sua irreverência
e humor
MARíA TERESA ANDRUETTO
A literatura infantil barrada B
Matérias
EDUCAçÃO FINANCEIRA
Consumistas precoces
Por Márcia Tolotti 16
AURA DE BARBIE
Por Mario Corso 48
UMAGRAMÁNCNPARA
PROFESSORES
Por SÍrio Possenti 50
MAIOR E MELHOR?
Por Tory Oliveira 52
É unrs DoeuE ESPoRTE
Por Tory Oliveira 54
DO OUTRO LADO DA PAREDE
Por Tory Oliveira 58
Seções
LEITORES 6
CARTA DAANA
Ana Maria Macha do'14
FUNDAMENTAIS 18
FALARES
Marcos Bag no 44
MATEMAGICA
Danilo Bra un 46
CULTURA
Meu primeiro grande livro 61
Livros Fundamentais 62
Agenda 65
Aprendiz 66
SUMARIO
Tesnas de aula INFANCIA EM FOCO
CrianÇas da comunidade Kurusu Amba
vivem em situaÇão de miseria e rísco no
Mato Grosso do,Sul mais de 25O indígenas
foram mortos na estado em otto anos
=t
INFANTI[,
O RETRATO DA IDENTIDADE
As crianÇas, ao desenhar, constroem
imagem simbolica de si e do oulro 22
TIRO CERTEIRO Observe o ângulo
de arremesso no jogo Angry Birds 25
QUE REI SOU EU? As monarquias
em diferentes civilizaçÕes e hoje 28
FT-ÏNDAMENTAL ÏT
u M G TGANTESCO QU EBRA-CABEçA
Na Terra, varios supercontinentes
se formaram e se fraqmentaram 32
FUNDAMENTAL II
UM GRANDECONFABULADOR
Millôr Fernandes revisitou as fabulas
classicas e ironizou a sociedade 36
CONTO A Bruxa da ilha, por
Silvana Salerno 40 ACIMA:
Wilson Dias/ABr
CAPA: Baptístão
cARTA FUNDAMrnrnl 5
MINISTÉRIQ
DA EDUCAçAO
ìÉ N Dí
o+ô,"tol
Pinoquio de verdade
história do "pedaço de pau que ria e chorava como
criança" nasceu de forma seriadaparaum folhetim ita-
liano no fim do século XIX e não demorou a ser alça-
da a um clássico da literatura ocidental. Escritas por C. Collodi,
pseudônimo do florentino Carlo LorenZini (tsz6-rggo), as pe-
ripécias de Pinóquio conquistaram a geração de seu autor e as
que üeram nos 131 anos seguintes à sua publicaçáo.
O fascínio pelo boneco de madeira que sonha ser gente não
arrefeceu. Porém, as suas aventuras foram eclipsadas por
adaptações e versões cinematográficas que reduziram o prota-
gonista de Collodi a um traquinas mentiroso, mas de bom co-
raçáo. Pinóquio, os personagens e os lugares por onde ele passa
são mais complexos do que isso. O fantoche criado pelas mãos
do humitde carpínteiro Geppetto passa fome, morre e ressusci-
la, ézombado na escola, vai para a prisão mesmo inocente, vi-
ra cão de guarda e um burro de cár ga, é roubado por dois ma-
landros. Diverte-se também, mas quase sempre se dá mal.
O que faz de Pinóquio, esse herói desprovido de poderes mâ-
gicos, inteligência invejável ou car ater nobre, personagem de ta-
manha relevância? A resposta vai depender de você, caro lei-
tor, e da sua experiência com o texto integral da obra-prima de
Collodi, cuja leitura propomos e orientamos nesta edição. A Co-
sac Naify acabade lançar uma benfeita edição traduzidapor lvo
Barroso (leia nas págs. 32 e 33 aentrevista que fizemos com ele).
Outras editoras brasileiras, como a Iluminuras e Cia. das Letras,
já tradu zirama prosa do autor italiano, "límpida e simples, qua-
se musical nessa simplicidade", nas palavras de Humberto Eco.
Lía i a P er o zim, r e d at or a- chefe
4 cnnrA FUNDAMENTAL
Entrevista
TÂNN RESENDE
Dever para pai ver B
Matérias
CASTIG O Sempre que foge do trabalho ou da escola, o boneco se dá mal
EDUCAçÃO HNANCETRA
Muito além da Matemática
Por Denise T. Hills 16
EDUCADOR HOJE
AzizAb'Saber
Por Vicente Eudes Lemos Alves 52
O DESPERTAR DA LEITURA
Por Clarice Cardoso 55
POR QUE PUBUCIDADE
INFANTIL É NruTIËTICA
Por lsabella Henriques 56
MARAVILHAS DOCHICO
Por Tory Oliveira 58
Seções
LEITORES 6
CARTADAANA
Ana Maria Macha do 14
FUNDAMENTAIS 18
FALARES
Marcos Bagn o 48
MATEMAGICA
Danilo Braun 50
CULTURA
Meu primeiro grande livro 61
Livros Fundamentais 62
Agenda 65
Aprendiz 66
SUMÁRIO
*'3rr3üâs dm mexãm
INFANCIA EM FOCO
Oplar lugar rlo mundo para ser mãe e no
Níger", seg,undo a ONGSave The Children.
O maior motivo e a fome, responsavel
pela a/fÍss íma mortalídade infantíl
!._._
.,,-*ì.Ì]Ì:::lil':-:--.. 2s
FoTocRAFAR PARn euÊz o que
dizem as irnagens feitas diariamente 22
F ï"i N I ),A;14 r, ï{ ïA [, ï
A MATEMATICA NO TANGRAM
O quebra-cabeça que ensina
o fazer matematico 25
COMO TODO MENINO Pinoquio
e as lembranÇas de criança 28
FUNDAMENTAL I
A CRIATURA DA MESA DA
COZINHA Conto, de Índigo 36
A NATUREZASOBAMEAÇAAs
extinçÕes induzidas pelo homem 40
ISABEL, UMA PRINCESA
Como valores moviam a signataria
da Lei Aurea 44
ACIMA: /ssou/Sanogo/
AFP
CAPA: Ilustração
Odilon Moraes
cARTA FUNDAMENTnT 5
Obaleiêseavida
no fundo do mar
stá aberïa atemporada das baleias-jubarte à costa brasilei-
ra. Desde julho, ffi grandonas buscam us ágoas calmas
e quentes do nosso litoral para acasalar e ter seus bebês.
E aqui que elas vivem o chamado período de reprodução: depois
de se alimentar e armazenar bastante gordura durante meses,
elas percorrem (sotitárias ou em grupo) cerca de 5 mil quilôme-
tros do continente antártico até o banco dos Abrolhos e o litoral
norbe da Bahia, seus berços reprodutivos preferidos.
As jubarte chegam também a outros pontos do nosso litoral e
se tornam atração turística: imagrne ver um animal do tamanho
de um carro e um ônibus e o peso de oito elefantes dando saltos
de costas, estapeando a Superficie com as SuaS nadadeiras e
deixando cair um tcharammm! que se ouve a quilômetros. Mas
não só o tamanho desse grgante mamífero impressiona. Vistas
em todos os oceanos do mundo, ffi jubarte são conhecidas por
namor ar aD som de uma seren ataentoada por seus machos que'
para atrair as fêmÊffi, propagam suas canções pelo silêncio dos
oceanos. No entanto, nem tudo é festa na vida das baleias-
cantoras. Elas quase desapareceram na década de 6o, quando o
abate passou a ser proibido, € enfrentam agora sérias ameaças
com encalhamentos, atropelamentos por navios, falta de
alimentos e degradações causadas pelas mudanças climáticas.
Até novembro, os espetáculos das jubarte serão em águas
tropicais. É uma excelente opor[unidade para dividir com a
turma hábitos, curiosidades e ameaças à carismâticabaleia e à
vida no fundo do mar. Líaia Perozim, redatora-chefe
4 cnnrA FUNDAMENTAL
Entrevista
IRMAZARDOYA
Diretora de entidade americana defende que
gestores incorporem a atividade habilidades
de lideranÇa típicas de emPresas B
Matérias
EDUCAçÃO FINANCEIRA
O dinheiro e a sustentabilidade
Por Denise T. Hills 14
ARTIGO
Os números na pré'escola
Por Pedro Palhares 46
EDUCADOR HOJE
Edgar Morin
Por Edgard de Assis Carvalho 5O
PROFESSOR SOB AMEAçA
Por Tory Oliveira 54
CÉU DE ESTRELAS
Por Tory Oliveira 57
INFÂNCIA NA MIRA
Por Tory Oliveira 6O
Seções
LEITORES 6
CARTA DAANA
Ana Maria Macha do 12
FUNDAMENTAIS 16
FALARES
Marcos Bag no 44
CULTURA
Meu primeiro grande livro 61
Livros Fundamentais 62
Agenda 65
Aprendiz F6
TCHARAMMM!
O show das
jubarte na
costa brasiletra
desperta para
os encantos
da vtda marinha
INFÂNCIA EM FOCO
Cerca de l,4rntlhão
de críanÇas entre 4
e 14 anos trabalham
írregularmente
no País, revela
o Ministerto do
Trabalho eümprego"
Sonosprtmeiros
ctncomeses de 201,2,
foramftagrados
2.275 casos
de trabalhoinfantíI
AO LADO:
Marcelo Casal Jr/Agência Brasil
CAPA: Enrico Marcovaldi/
Instituto B aleta-Jub arte
Wmsãruffiffi ffim ffieããffi
HffiF&ffiYHT
A EDUCAçÃO PELAS RUAS
Brincadeiras simbólicas e
experiências dos alunos são
usadas para educar para a
convivência no trânsito 20
tr â3 F.ã ffi Ék tu"€ ffi hr T-& K- H ã
ARTES EM TRÊS DIMENSÕES
Trabalho a partir de obra de
Giacometti e oportunidade
para que aulas sejam mais
que renitentes repetiçÕes 23
F.ffiffiffi&&€ffiffiK,&tu Hã
AS VIAGENS DA
BALEIA.CANTORA
Saiba mais sobre os habitos
e as populaçÕes das jubarte,
que entre os meses de julho
e dezembro migram para se
reproduzir 26
FUNDATIÏENTAL II
UM DIARIO HíENIDO
Sucesso de vendas, série
de livros Dnflo de um
Banana e exercicio Ímpar
de treino de compreensão
ao unir elementos de
varias modalidades 3O
trwruffi&&€ffiffiY&L Hã
CONTO
Zezinho e Filomena
Por Lucia HiratsukaS4
FËTruM&MHNTAL TT
RIO BRANCO E OS
DESENHOS DO BRASIL
Como a atuaÇão do Barão
ajudou a moldar as fronteiras
atuais do PaÍs 38
ii't i i i+ i,r .ii l.l rri Ï,ii' 'li',iii Ï., Ï Ï
O DESAFIO DA DIVISÃO
Apresente os conceitos
ligados a operação
que e uma das
principais dificuldades
dos alunos 41
Olhares da
lndependência
inguém ouviu do lpiranga o brado (que se tornaria
retumbante cem anos depois , frãletra do Hino Nacio-
nal) de dom Pedro I. Primeiro porque a distância entre
o riacho e o local onde foi dado o "Grito" era bem maior do
que a representada por Pedro Américo na tela que consagrou
o momento da Independência. Segundo, porque os registros
de casas às margens desse que é hoje mais um fiétido e poluído
riacho de São Paulo são de 1884. Se o príncipe regente gritou,
foi ouvido por sua comitiva que montava em mulas, e não cava-
los. A pose de galã do imperador também é liberdade artística
do pintor. Ele estava, naquela ocasião, com "desconfortos gás-
tricos", de acordo com os documentos da época.
Outro registro artístico, feito pelo pintor francês François-
-René Moreaux, desconsidera o riacho do lpiranga e substitui
a espada de dom Pedro pelo chapéu, enaltecendo a imagem
central de um legítimo descendente do trono português capaz
de unir uma nação. Foi assim, pincelado de heroísmo, eüe 1..822
entrou para a história.
Até hoje há controvérsias sobre a data da Independência
e o papel de dom Pedro I. É certo, porém, eüe os proprietários
rurais e de escravos temiam perder a liberdade econômica que
ganharam com a vinda da família real em 18oB e a abertura
dos portos. O clima estava tenso por aqui desde o retorno
de dom João VI a Portugal. Nesse cenârio, a Independência
de dom Pedro não resultou em transformações políticas e
sociais profundas e ele ainda levou o protagonismo da história,
um processo bem diferente dos nossos vizinhos e que talvez
explique muito do nosso país. Lír:ia Perozim, redatora-chefe
4 cp,RTA FU N DAM ENTAL
Entrevista
JOSÉ JORGE LETRIA
Escritor portug uês reitera necessidade
de treino e ambiente propÍcio para
a formação de leitores para a vida I
Matérias
EDUCAçÃO FTNANCEIRA
Ética começa na infância
Por LaÍs Fontenelle Pereira14
SENTI DOS DA IN DEPEN DÊIUCIA
Por Maria Ligia Prado 40
EDUCADOR HOJE
Mikhail Bakhtin
Por Beth Brail- 48
CARTOGRAFIA DO MEIO AMBIENTE
Por Tory Oliveira 52
UMA ESCOLASEM
MUROS E AMARRAS
Por Lívia Perozim 54
JUVENTUDE NO ALVO
Por lsabela Morais 58
AJUDA DOS HACKERS 60
Seções
LEITORES 6
CARTA DA ANA
Ana Maria Macha do12
FUNDAMENTAIS 16
FALARES
Marcos Bag no 46
CULTURA
Meu primeiro grande livro 61
Livros Fundamentais 62
Agenda 65
Aprendiz 66
REGISTRO A obra de Pedro Americo consagrou o "Grito" de 7 de Setembro
SUMÁRIO
INFANCIA EM FOCO
Conflito na Síria
Centenas cle cnanÇas crLrzarrì as fronteÌras
sozÌrlÌras e buscaÌTÌ refugio na Turqura e outros
paÍses vtzÌÌlÌros, reÌatoLÌ a ONU
I ìï F'Ãi *"ï'"i' í :.,
ABRA A RODA As possibilidades
de brincar com cantigas20
SUCATA REVIGORADA
O uso de material na escola 24
FUNDAMENTAL I
A SINA DA TABUADA Desperte
a intu ição e cu riosidad e 28
AS DEVORADORAS DE CARNE
As plantas carnivoras e o estudo
da Botânica 32
OS TONS DO GRITO As diferentes
representaçÕes da lndependência
do Brasil 36
SUA MAJESTADE, A PELOTA
Por lutz Antonio Agurar 42
w
ACIMA: Adem AItan/AFP
CAPA: Ilustração Cárcamo
CARTA FUNDAIV,lENTNL 5
Uma imagem
a ser refeita
Brasil indígena cresceu e é mais diverso do que se imagi-
nava. O Censo 2O1O, divulgado pelo IBGE há alguns me-
ses, identifica 896,9 mil pessoas, 3O5 etnias e 2741ínguas.
Até 2ooo, os pesquisadores estimavam em 73+ mil indígenas,
22o povos e 18O línguas. Além do aumento demogrâfico,chama
a atençáo amegadiversidade, retratada, em parte, por ser esta
a primeira vezque um censo apura as etnias, Iínguas e regiões
de moradia dessas populações com o critério da autodeclaração.
A pesquisa decenal rompeu também alguns chavões. LJm deles
é que "lugar de índio é na floresta'. Segundo os dados, a maior
parte dos indígenas brasileiros não está na Am azõnia Legal, e
sim no Centro-Sul e no Nordeste do País, onde milhares migram
ou residem temporariamente nas cidades.
O Censo desfaztambém a imagem de um país majoritaria-
mente branco perpetrada durante décadas e mostra que a falta
de terras e de políticas públicas ainda é um problema. Os indí-
genas não amazônicos, pouco mais de 50% do total, têm menos
de 2% das terras demarcadas. Em algumas regiões, como Bahia
ou Mato Grosso do Sul, esse processo é conflituoso e encontra-se
indefinido até hoje. As ameaças culturais também preocupam.
Mais da metad.e dos indígenas não fala nenhuma língua
indígena, o que as coloca em sérios riscos de extinção.
Os números refletem uma realidade indtgetru complexa:
o modo de ser desses povos não pode ser generalizado. Nossa
proposta com o tema de aula "O Brasil mais diverso", nas
páginas 32 a 35, é justamente olhar para os números do Censo
e enxergar o conjunto diverso que há por trás deles, ulgo para
ser repensado e problematizado em sala de aula. Boa leitura!
Líaia Pero zim, redatora- chefe
4 cnRTA FUNDAMENTAL
Entrevista
WAGNERWEY MOREIRA
Brincadeira antes do esporte 8
Matérias
EDUCAçÃO FTNANCETRA
O tripé da educação financeira
Por Martin Casals lglesias 16
PARA CONTINUAR NA ESCOLA
Por Tory Oliveira 52
EDUCAçÃO PARA A AUTONOMIA
Por Clarice Cardoso 56
UM EDUCADOR DE OURO
Por Tory Oliveira 58
Seções
LEITORES 6
CARTA DAANA
Ana Maria Macha do'i,4
FUNDAMENTAIS 18
FALARES
N/arcos Bagno 5O
CULTURA
Meu primeiro grande livro 61
Livros Fundamentais 62
Agenda 65
Aprendiz 66
LUGAR
oe ÍnDro
A maior parte
deles não
está maís
na floresta
e prec6a
de terras
SUMARIO
INFANCIA EM FOCO
Um dos países mais
jovens do mundo,
a Índia oferece
educação gratuÍta
e obrigatoría para
menores de 14 anos
e tem B milhões
de críanÇas fora
da escola
AO LADO: GWEI/Divulgação
CAPA: Foto Pablo Jacob/Ag. O Globo
Temasdeaula
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SENTIDOS PRESENTES
Um passeio
pela Bienal S? 22
AS CONTAS DE CABEçA
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Calculo mental28
FUNDAMENTAL II
UM BRASIL MAIS DIVERSO
Censo revela rnaior população
e novas etnias indÍgenas 32
O MAIS BRASILEIRO DE
TODOS OS RIOS A historia
do Ric São Francisco 36
UM MODO
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A leitura para crianÇas
FUNDAMEN'TAL II
TESOURO
Conto,por
Marcos Bagno 46
cARTA FUNDAMENTnT 5
ffi
MINI$ïÉRIO .
DA EDUCAçAO
IIustr O Lobo
NÃO SE ENGANE
Na Ílusfração de
Rackhan, as garras
revelam que o lobo de
toca e oculos não é bom
Para a vida inteira
á dois séculos Jacob e Wilhelm Grimm publicaram seu
primeiro livro de contos. Estudiosos e letrados, eles
pesquisaram em manuscritos antigos e buscaram nas
endas orais e no folclore alemáo afonte de suas histórias. As-
;im, o apanhado de contos que ouviram de amigos e conhecidos
bi moldado pela sensibilidade literária dos irmãos. Sem fazer
ilterações profundas ou arbitrárias, como conta a pesquisadora
Karin Volobu ef (pá,g. 2o),eles lapidaram os contos de forma
;istemática e criaram um estilo "típico de conto de fadas".
A obra dos Grimm contada entre adultos à época permanece
Itual. Quem nunca leu Cinderela, Brancü de Nerse ou Chapeuzi-
,tho Ve'rmelho? É fato que são várias as versões e a maioria delas
loi suavizadapela Disney. No texto original, âs histórias são
iocosas, grotescas e violentas, o que torna a compataçáo entre
d.'1..///
rrersões ainda mais interessante (A CosacNa!f,y lançou um&
bela ediçã,o com traduçã,o do original de Christine Riihrig).
Sugerimos uma viagem pelos contos clássicos dos Grimm
3 uma reflexão sobre a influência dos contos de fadas na con-
rcpção de Literatura Infantil e na forma como pensamos e nos
expressamos. Segundo o historiador Arthur Rackhâffi, que ilus-
brou alguns desses contos: "Não há dúvidas de que estaríamos
nos comportando de maneira muito diferente se Bela não tivesse
iamais se unido à sua Fera... Ou se o Abre-te Sésamo não tivesse
aberto caminho..." Os contos de fadas deram nova dimensão aos
ilesejos infantis e aos grandes mistérios existenciais. É verdade
que os superamos e abandonamos, quando adultos. Mas os leva-
mos para a vida inteira . Líaia Perozim, redatora-chefe
4 cnRTA FUNDAMENTAL
Entrevista
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Os Vencedores do Prêmio Jabuti 2012 59
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GRIMM As narrativas orais
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DIZER Como levar para a sala de aula
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RACIONAIS Como trabalhar com
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F.ffiffiffi&HwãffiffiW&K- ã ffi HH
MAIS DO QUE COMIDA DE PEIXE
Os misterios da vida lsubterrânea
das minhocas 38 i
I
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A educação para a vida

  • 2. Oue venha 2Ol 2l ais um ano letivo se inicia e com ele novos desafios são lançados. O que buscaremos no decorrer dos mais de 2OO dias de aula que vêm pela frente? Diante da imensa quantidade de fatos e informações que nos impac- tam diariamente, como selecionar o que é relevante para ser discutido com os nossos alunos? Formar cidadãos capazes de pensar e atuar criticamente no mundo em que vivemos é o alicerce de uma educaçáo para a vida. É por isso eue, a cada edição , CartaFundamental traz a seus leitores, educadores nos anos fundamentais de estudo de toda criança, propostas de temas de aulas eüe, na maioria das vezes, não estão em apostilas e livros didáticos. São assuntos atuais que complementam os conteúdos que nos guiarão duran- te todo o afio, inspiram debates sobre o que acontece dentro e fora da sala de aula e propõem repensar cânones escolares. É o que se poderá conferir nesta primeira edição de 2OL2. Entre os temas de aulas estão as inovações dos painéis solares e as novas possibilidades de gerar energia, os modos e custos para transformar a madeira da floresta em folhas de caderno e os novos olhares diante das representações do continente africano presentes no universo escol ar. Já"a matéria de capa conta a histó- ria e fazuma análise poética das marchinhas de carnaval, além de sugerir um divertido exercício de atribuição de significados contemporâneos às trilhas sonoras da nossa maior festa popular. Continuaremos à procura de assuntos e conteúdos que pos- sam servir de apoio didático e melhorar a qualidade da educa- ção. No que depender da gente,2Ol2 será um grande ano. Líaia P ero zim, redatora- chefe 4 cnnrA FUNDAMENTAL EntrevistaE HOJE? Amelodia das antigas marchtnhas continua a Ínspirar cronicas da nossa sociedade MARíLNCOSTA DIAS Educar sem segregar I Matérias EDUCAçÃO FINANCEIRA Por Jurandir Sell Macedo Jr. 14 EDUCADOR HOJE Gaston Bachelard, Por Maurício Pietrocola 48 PRATO FUNDO Por Tory Oliveira 52 EDUCAçÃO PARAO LUTO Por Elaine Gomes dos Reis Alves 56 GEOGRAFIA PARACRIANçA Por Roberto Filizola 58 Seções LEITORES 6 CARTADAANA Ana Maria Machado 12 FUNDAMENTAIS 16 MATEMAGICA Danilo Bra un 44 FALARES Marcos Bagno 46 CULTURA Meu primeiro grande livro 61 Livros Fundamentais 62 Agenda 65 Aprendiz 66
  • 3. i:i{ ii ï{i-ï r.Ì. r:1,*f ;,11r"r * I ç rxrÂÌ{crA EM Foc( i"";jï;'lJ".. #i;ï ., i ' 'l tl-"''-l -', ,, , l,' ,.. ', ... ,i, -., - , -:i,'.,, -i.-..ì::.,-,.,r:., :: , :; i- ,' a' Ì,, , ' i;' ,' .'.; J' 'r' i 1. . "r'€#q,tÉ'Ëí,fï * - tt _'j ,i:,,{1"ïr*j*;- {:"ï:.1iii AO LAD O: Odair LeaUFolhapres CAPA: Ilustração: Cárcamo o F o ro- Y (J oF tn a h ul É o- T J o L f L! o ú. J UJ a co .' I , ,',, i t..Ì.- .i"i ,,.,, :.... 'ì' ,''.. ,1 , ,,i' HISTORIA Exploradores da Africa .id. : ARTES Mais uma vez a Semana :i.*i MATEMATICA Sob o calor do sol ,,'. Ì ,. iÌìjr ,!t BRINCADEIRAS Culturas ludicas em areas ribeirinhas .:1i-r . , ' ,'i ,i j iï ï f;'i ru'ï"'â ï., í r ï,: CIÊNCIA Haja arvore! .;Ì";l F.ilEsru*Re€Hru-Ë"&t ã H ãã LíNGUA PORTUGUESA Vozes do carnaval ;Ìi:. CONTO Prego, por Fabricio Carpinejar .-ì"ii
  • 4. M. B R/CARTA- FU N DAM E NTAL ttrttntsrÉnlg DA EDUCAçAO # *&.sil*" & % FN)E ìÉ N D.í oôotggv ^i / -i' u0ïccrmu
  • 5. A origem dos calendários famosa "previsão" de que no dia Zt de dezembro de 2012 o Calendário Maia acabae, com ele, o mundo, já se de- monstrou uma faIírcia. Alinhamentos planetários, como o previsto para o fim do ano, ocorreram diversas vezes. Mas táo interessantes quanto as narrativas apocalípticas do fim do mun- do são as muitas histórias em torno da origem dos calendários. Quem teve a ideia de fatiar o tempo em dia, semana, mês e ano? Tudo começou com o desenvolvimento da agricultu- ra. Como a maioria das culturas agrícolas segue os ciclos das estações do anorera preciso saber qual o melhor momento para plantar e colher. Assim, as estrelas e os movimentos da Lua e do Sol passaram a ser essenciais para organizar a vida das pessoas. Ahistória de observaçáo e criação de umaforma de contar o tempo é recontada nesta edição pelo professor da Universidade Federal do ParanâRoberto Filizola, que propõe formas de explo- tar os movimentos solares e lunares por meio do calendário. ' Entre outros temas, propomos apresentar aos alunos um a' inimigo oculto à saúd€, o sódio, muito presente em doces, chips e outras guloseimas que seduzem o paladar infantil. Há também uma homenagem ao escritor mineiro Bartolomeu Campos de Queirós, que faleceu em 16 de janeiro: um roteiro de leitura por algumas de suas obras carregadas de deli cadezae poesia. Há ainda um convite para visitar virtualmente um museu muito especial de Diamantina, em Minas Gerais, eu€ guarda riquezas e mistérios do Brasil colonial. Líaia Perozim, redatora-chefe 4 cnnrA FUNDAMENTAL Entrevista CARLOS EDUARDOSANCHES O real custo da educação I Matérias Fl M? Os cosmos não permittrão que o mundo acabe com a prevtsão maia EDUCAçÃO FTNANCEIRA Quanto vale o dinheiro? Por Marcia Tclotti 14 EDUCADOR HOJE Constance Kamii Por Pedro Palhares 52 SINAL FECHADO Por Tory Oliveira 56 A VIA-C RTT C IS PEDAGOG I CA Por Clarice Cardoso 58 5eçÕes LEITORES 6 CARTADAANA Ana Maria Machado 12 FUNDAMENTAIS 16 FALARES Marcos Bagno 48 MATEMAGICA Danilo Braun 5O CULTURA Meu primeiro grande livro 61 Livros Fundamentais 62 Agenda 65 Aprendiz 66
  • 6. INFÂNCIA EM FOCO Eles perderam tudo Casa, lembranÇa, dignidade: restaram apenas escombros da expuÌsão, em ZZII, das 9 mil pessoas que viviam no terreno Pinheirinho, em São Jose dos Campos e7 km de São pauÌo) AO tAD Oz Lucas Lacaz Ruiz/Folhapress CAPA: Ilustração: Cárcamo Tem&sdeaeãïËn Hffis.&ffitrgã. ffi F,ffigçffietuHffiffi?ÃL ã JOGOS E BRINCADEIRAS Brincar para escrever 2O INFANTET, E FUNDAIVíENTAI T E IÏ ARTES Passeios orientados 23 7' J7:é7= ?=táÉffiru ffibt ã ClÊNCnS O inimigo ocutto 26 p-wruffiÃtugffiffi3'&t ãx HISTóRA O tesouro de Minas 3O ãffi F=& roYãil ffi ã,. gi Fü,ffi&&íg ffi ffi Y,&H", g GEOGRAFIAO poder do tempo 33 |ï' t.i iiij ,ii; il Ì'Ë ii.. ii iii; í.i LíNGUA PORTUGUESA Dicionário repaginado 36 FUNDAÏUIENTAI II CONTO O aniversário do lobo, por Nelson Cruz 40 F"ffiruffi&tuHffiffiw&K" ã ffi gH LíNGUA PORTUGUESA A obra de Bartolomeu Campos de eu eiros 44
  • 7. ..rÉ N o,í ABRIL DE 2012 nllE nì- c: ^-:
  • 8. ORIGIN ALBrían Selznick usa tecnicas dos quadrinhos e do cinema no livro Entrevista RODOLFOYAMAMOTO Pop arte sacra B Matérias EDUCAçÃO FINANCEIRA De casa para a escola Por Celina Macedo 18 EDUCADOR HOJE Zygmunt Bauman Por Felipe Quintão de Almeida, lvan Marcelo Gomes e Valter Bracht 52 PODER DE ESCOLHA Por Tory Oliveira 55 o ESPAçO É Oems Por Clarice Cardoso 56 JOGADA RITMADA Por Tory Oliveira 58 Seções LEITORES 6 CARTADAANA Ana Maria Macha do 14 ,FUNDAMENTAIS 20 FALARES Marcos Bagno 48 MATEMAGICA Danilo Braun 5O CULTURA Meu primeiro grande livro 6Ï Livros Fundamentais 62 Agenda 65 Aprendiz 66 Artes e linguagens T Jm garoto atravessa correndo uma estação de trem. | | Certifica-se de que não está sendo seguido, antes de J entrar por uma porta quadrada. No corredor, apoia-se na parede. Abaixa-se e estica o braço em direção a uma grade de ferro. Como numa tomada em zoom de cineffiâ, vemos suabota furada na sola desaparecer no duto. Essas cinco cenas ilustradas magistralmente com lápis formam (junto a outras 15, também desenhadas em páginas duplas) a sequência inicial da história de Hugo Cabret, u5n 6rffio que vive escondido na estação de trens de Montparnasse na Paris dos anos 30. poderia ser o roteiro de um filme (como foi depois), mas está ori- ginalmente ÍlAInvenção de Hugo Cabret,livro em que o escritor e ilustrad.or americano Brian Selznick alterna texto literário, de- senho e fotografia. Lançado em 2OO7,o best seller nos Estados Unidos tornou-se conhecido no Brasil agora, com a adaptaçáo do cineasta Martin Scorsese. O diretor nova-iorquino usou a técnica 3D para contar a trama de um garoto que vive de furtos e de ajustar relógios. O destino o coloc atâem contato com Georges Méliès (rs6r-1938)' pioneiro da produção de filmes. A partir daí,a vida dos dois será outra. Afora poucos detalhes, o enredo do filme segue o lido na obra. Mas não se julga aqui o trabalho de Scorsese. Propomos, sim, levar Hugo Cabret para a sala de aula e explorar seu fabuloso híbrido de linguagens, presente no livro e transposto para a tela grande. Boa leitural Líaia Perozim, redatora-chefe 4 cnnrA FUNDAMENTAL
  • 9. INFÂNCIA EM FOCO EmB de abril, completaumano que 12 crianças foramrnorfas no ataqueâ escola Tasso da SilveÍra, no batrro de Reaïengo, no^RÍo de Janetro Wmsmffiffi ffim ffiaããffi rNF-AÌ{TIT" CONSTRUIR SONS Peças musicais como Pedro e o Lobo e a construção de instrumentos estimulam o processo de musicalização 24 FT NMÃMHNTAL T DE RABISCOSA LINGUAGEM O desenho e urn meio de expressão formador, mas esquecido pela escola depois da primeira infância 28 trq"Fhwg},ruF-€ffiffiwékt ã ffi HH HíBRIDO DE LINGUAGENS A lnvenção de llugo Cabrel desafia o leitor a decifrar imagens em narrativa que une quadrinhos, literatura e cinema 32 F.Wffiffi&trãffiHSYÃL g CONTO Dói so um pouquinho, por Carolina Moreyra 36 AO tADOz Celso Pupo/Folhapress CAPA: Divulgação trffir€ffi&ruãffiffiY&tu gã O MITO DA FI-ORESTAQUT ÉO PULMÃo Do MUNDo A analogia carece de base cientÍfica, mas renova a importância do bioma e de sua preservação 40 ïiï'ïi"ï,ild 13,'.':'.í, ffi, j{:;jllf 'ï,,ft ïï" ïi;i OS SERTANEJOS CONTRAA REPUBLICA O estopim para a secular Guerra do Contestado 44 cARTA FUNDAMTNTnI 5
  • 10. W WW. CA RTACA P I TA L. CO M . B R I C NRTA- FU N DA M E N TA L MAIO DE 2012 -^-@- er€ ^-U- o€ ^-: ::::::::=-o oiEoO -aô o-- q,,-9, o-U) --s, O-^ 2-- -N -l : d) .No 38 . R$ 4,00.
  • 11. Millôl; o melhor erdemos no último mês de março um dos nossos maio- res frasistas e pensadores. Millôr Fernandes morreu aos 88 anos e deixou o mundo - e este país - bem mais sem graça. O escritor, desenhista, dramaturgo e tradutor iniciou a sua carreira na imprensa por volta de 194,3, com 20 anos. Des- de então, muitos leitores brasileiros o acompanharam por dé- cadas em jornais e revistas de grande circulaçáo. Ateu confesso, Millôr detestavao politicamente correto e ria, para não chorar, da "esculhamb açáááo" geral do País, como costum avaacentuar. Foi referência para as juventudes de várias gerações. EntreJ94,2 e1973, publicou textos que condensam a sua essência. Em ThintaAnos d,e Mim Mesmo, diziaum dos "mandamentos" do decálogo do machão: "Machão que é ma- t-d!ttlaa chão não come mel, come abeJha'. Outras obras desse mesmo período ainda arrancam gargalhadas , Um Elefante no Caos, Pa- pó.aerum Mitlôr, Livro Vermelho d,os Pensamentos d,e Millôr. Millôr também revisitou as grandes fábulas e revelou o ho- mem ao homeffi, com o sarcasmo que a sociedade merecia, co- mo se pode ler em Fábulas Fabulosas e Noaas'Fábulas Fabu- losa,s. Embora não tenha escrito especificamente para adoles- centes ou jovens, suas fábulas, seus haicais e poemas são bas- tante apreciados por esse público. Para não se deixar esquecer ou simplesmente apresentar aos estudantes essa figura genial, trazemos Millôr Fernandes em nossa capa. Educar é também direcionar para o que há de melhor na nossa cultura. E nisso Millôr é dos melhores. Líaia Perozim, redatora-chefe 4 cnnrA FUNDAMENTAL EntrevistaLER PARA CRER Os alúnos precisam conhecer toda a sua irreverência e humor MARíA TERESA ANDRUETTO A literatura infantil barrada B Matérias EDUCAçÃO FINANCEIRA Consumistas precoces Por Márcia Tolotti 16 AURA DE BARBIE Por Mario Corso 48 UMAGRAMÁNCNPARA PROFESSORES Por SÍrio Possenti 50 MAIOR E MELHOR? Por Tory Oliveira 52 É unrs DoeuE ESPoRTE Por Tory Oliveira 54 DO OUTRO LADO DA PAREDE Por Tory Oliveira 58 Seções LEITORES 6 CARTA DAANA Ana Maria Macha do'14 FUNDAMENTAIS 18 FALARES Marcos Bag no 44 MATEMAGICA Danilo Bra un 46 CULTURA Meu primeiro grande livro 61 Livros Fundamentais 62 Agenda 65 Aprendiz 66
  • 12. SUMARIO Tesnas de aula INFANCIA EM FOCO CrianÇas da comunidade Kurusu Amba vivem em situaÇão de miseria e rísco no Mato Grosso do,Sul mais de 25O indígenas foram mortos na estado em otto anos =t INFANTI[, O RETRATO DA IDENTIDADE As crianÇas, ao desenhar, constroem imagem simbolica de si e do oulro 22 TIRO CERTEIRO Observe o ângulo de arremesso no jogo Angry Birds 25 QUE REI SOU EU? As monarquias em diferentes civilizaçÕes e hoje 28 FT-ÏNDAMENTAL ÏT u M G TGANTESCO QU EBRA-CABEçA Na Terra, varios supercontinentes se formaram e se fraqmentaram 32 FUNDAMENTAL II UM GRANDECONFABULADOR Millôr Fernandes revisitou as fabulas classicas e ironizou a sociedade 36 CONTO A Bruxa da ilha, por Silvana Salerno 40 ACIMA: Wilson Dias/ABr CAPA: Baptístão cARTA FUNDAMrnrnl 5
  • 14. Pinoquio de verdade história do "pedaço de pau que ria e chorava como criança" nasceu de forma seriadaparaum folhetim ita- liano no fim do século XIX e não demorou a ser alça- da a um clássico da literatura ocidental. Escritas por C. Collodi, pseudônimo do florentino Carlo LorenZini (tsz6-rggo), as pe- ripécias de Pinóquio conquistaram a geração de seu autor e as que üeram nos 131 anos seguintes à sua publicaçáo. O fascínio pelo boneco de madeira que sonha ser gente não arrefeceu. Porém, as suas aventuras foram eclipsadas por adaptações e versões cinematográficas que reduziram o prota- gonista de Collodi a um traquinas mentiroso, mas de bom co- raçáo. Pinóquio, os personagens e os lugares por onde ele passa são mais complexos do que isso. O fantoche criado pelas mãos do humitde carpínteiro Geppetto passa fome, morre e ressusci- la, ézombado na escola, vai para a prisão mesmo inocente, vi- ra cão de guarda e um burro de cár ga, é roubado por dois ma- landros. Diverte-se também, mas quase sempre se dá mal. O que faz de Pinóquio, esse herói desprovido de poderes mâ- gicos, inteligência invejável ou car ater nobre, personagem de ta- manha relevância? A resposta vai depender de você, caro lei- tor, e da sua experiência com o texto integral da obra-prima de Collodi, cuja leitura propomos e orientamos nesta edição. A Co- sac Naify acabade lançar uma benfeita edição traduzidapor lvo Barroso (leia nas págs. 32 e 33 aentrevista que fizemos com ele). Outras editoras brasileiras, como a Iluminuras e Cia. das Letras, já tradu zirama prosa do autor italiano, "límpida e simples, qua- se musical nessa simplicidade", nas palavras de Humberto Eco. Lía i a P er o zim, r e d at or a- chefe 4 cnnrA FUNDAMENTAL Entrevista TÂNN RESENDE Dever para pai ver B Matérias CASTIG O Sempre que foge do trabalho ou da escola, o boneco se dá mal EDUCAçÃO HNANCETRA Muito além da Matemática Por Denise T. Hills 16 EDUCADOR HOJE AzizAb'Saber Por Vicente Eudes Lemos Alves 52 O DESPERTAR DA LEITURA Por Clarice Cardoso 55 POR QUE PUBUCIDADE INFANTIL É NruTIËTICA Por lsabella Henriques 56 MARAVILHAS DOCHICO Por Tory Oliveira 58 Seções LEITORES 6 CARTADAANA Ana Maria Macha do 14 FUNDAMENTAIS 18 FALARES Marcos Bagn o 48 MATEMAGICA Danilo Braun 50 CULTURA Meu primeiro grande livro 61 Livros Fundamentais 62 Agenda 65 Aprendiz 66
  • 15. SUMÁRIO *'3rr3üâs dm mexãm INFANCIA EM FOCO Oplar lugar rlo mundo para ser mãe e no Níger", seg,undo a ONGSave The Children. O maior motivo e a fome, responsavel pela a/fÍss íma mortalídade infantíl !._._ .,,-*ì.Ì]Ì:::lil':-:--.. 2s FoTocRAFAR PARn euÊz o que dizem as irnagens feitas diariamente 22 F ï"i N I ),A;14 r, ï{ ïA [, ï A MATEMATICA NO TANGRAM O quebra-cabeça que ensina o fazer matematico 25 COMO TODO MENINO Pinoquio e as lembranÇas de criança 28 FUNDAMENTAL I A CRIATURA DA MESA DA COZINHA Conto, de Índigo 36 A NATUREZASOBAMEAÇAAs extinçÕes induzidas pelo homem 40 ISABEL, UMA PRINCESA Como valores moviam a signataria da Lei Aurea 44 ACIMA: /ssou/Sanogo/ AFP CAPA: Ilustração Odilon Moraes cARTA FUNDAMENTnT 5
  • 16.
  • 17. Obaleiêseavida no fundo do mar stá aberïa atemporada das baleias-jubarte à costa brasilei- ra. Desde julho, ffi grandonas buscam us ágoas calmas e quentes do nosso litoral para acasalar e ter seus bebês. E aqui que elas vivem o chamado período de reprodução: depois de se alimentar e armazenar bastante gordura durante meses, elas percorrem (sotitárias ou em grupo) cerca de 5 mil quilôme- tros do continente antártico até o banco dos Abrolhos e o litoral norbe da Bahia, seus berços reprodutivos preferidos. As jubarte chegam também a outros pontos do nosso litoral e se tornam atração turística: imagrne ver um animal do tamanho de um carro e um ônibus e o peso de oito elefantes dando saltos de costas, estapeando a Superficie com as SuaS nadadeiras e deixando cair um tcharammm! que se ouve a quilômetros. Mas não só o tamanho desse grgante mamífero impressiona. Vistas em todos os oceanos do mundo, ffi jubarte são conhecidas por namor ar aD som de uma seren ataentoada por seus machos que' para atrair as fêmÊffi, propagam suas canções pelo silêncio dos oceanos. No entanto, nem tudo é festa na vida das baleias- cantoras. Elas quase desapareceram na década de 6o, quando o abate passou a ser proibido, € enfrentam agora sérias ameaças com encalhamentos, atropelamentos por navios, falta de alimentos e degradações causadas pelas mudanças climáticas. Até novembro, os espetáculos das jubarte serão em águas tropicais. É uma excelente opor[unidade para dividir com a turma hábitos, curiosidades e ameaças à carismâticabaleia e à vida no fundo do mar. Líaia Perozim, redatora-chefe 4 cnnrA FUNDAMENTAL Entrevista IRMAZARDOYA Diretora de entidade americana defende que gestores incorporem a atividade habilidades de lideranÇa típicas de emPresas B Matérias EDUCAçÃO FINANCEIRA O dinheiro e a sustentabilidade Por Denise T. Hills 14 ARTIGO Os números na pré'escola Por Pedro Palhares 46 EDUCADOR HOJE Edgar Morin Por Edgard de Assis Carvalho 5O PROFESSOR SOB AMEAçA Por Tory Oliveira 54 CÉU DE ESTRELAS Por Tory Oliveira 57 INFÂNCIA NA MIRA Por Tory Oliveira 6O Seções LEITORES 6 CARTA DAANA Ana Maria Macha do 12 FUNDAMENTAIS 16 FALARES Marcos Bag no 44 CULTURA Meu primeiro grande livro 61 Livros Fundamentais 62 Agenda 65 Aprendiz F6 TCHARAMMM! O show das jubarte na costa brasiletra desperta para os encantos da vtda marinha
  • 18. INFÂNCIA EM FOCO Cerca de l,4rntlhão de críanÇas entre 4 e 14 anos trabalham írregularmente no País, revela o Ministerto do Trabalho eümprego" Sonosprtmeiros ctncomeses de 201,2, foramftagrados 2.275 casos de trabalhoinfantíI AO LADO: Marcelo Casal Jr/Agência Brasil CAPA: Enrico Marcovaldi/ Instituto B aleta-Jub arte Wmsãruffiffi ffim ffieããffi HffiF&ffiYHT A EDUCAçÃO PELAS RUAS Brincadeiras simbólicas e experiências dos alunos são usadas para educar para a convivência no trânsito 20 tr â3 F.ã ffi Ék tu"€ ffi hr T-& K- H ã ARTES EM TRÊS DIMENSÕES Trabalho a partir de obra de Giacometti e oportunidade para que aulas sejam mais que renitentes repetiçÕes 23 F.ffiffiffi&&€ffiffiK,&tu Hã AS VIAGENS DA BALEIA.CANTORA Saiba mais sobre os habitos e as populaçÕes das jubarte, que entre os meses de julho e dezembro migram para se reproduzir 26 FUNDATIÏENTAL II UM DIARIO HíENIDO Sucesso de vendas, série de livros Dnflo de um Banana e exercicio Ímpar de treino de compreensão ao unir elementos de varias modalidades 3O trwruffi&&€ffiffiY&L Hã CONTO Zezinho e Filomena Por Lucia HiratsukaS4 FËTruM&MHNTAL TT RIO BRANCO E OS DESENHOS DO BRASIL Como a atuaÇão do Barão ajudou a moldar as fronteiras atuais do PaÍs 38 ii't i i i+ i,r .ii l.l rri Ï,ii' 'li',iii Ï., Ï Ï O DESAFIO DA DIVISÃO Apresente os conceitos ligados a operação que e uma das principais dificuldades dos alunos 41
  • 19.
  • 20. Olhares da lndependência inguém ouviu do lpiranga o brado (que se tornaria retumbante cem anos depois , frãletra do Hino Nacio- nal) de dom Pedro I. Primeiro porque a distância entre o riacho e o local onde foi dado o "Grito" era bem maior do que a representada por Pedro Américo na tela que consagrou o momento da Independência. Segundo, porque os registros de casas às margens desse que é hoje mais um fiétido e poluído riacho de São Paulo são de 1884. Se o príncipe regente gritou, foi ouvido por sua comitiva que montava em mulas, e não cava- los. A pose de galã do imperador também é liberdade artística do pintor. Ele estava, naquela ocasião, com "desconfortos gás- tricos", de acordo com os documentos da época. Outro registro artístico, feito pelo pintor francês François- -René Moreaux, desconsidera o riacho do lpiranga e substitui a espada de dom Pedro pelo chapéu, enaltecendo a imagem central de um legítimo descendente do trono português capaz de unir uma nação. Foi assim, pincelado de heroísmo, eüe 1..822 entrou para a história. Até hoje há controvérsias sobre a data da Independência e o papel de dom Pedro I. É certo, porém, eüe os proprietários rurais e de escravos temiam perder a liberdade econômica que ganharam com a vinda da família real em 18oB e a abertura dos portos. O clima estava tenso por aqui desde o retorno de dom João VI a Portugal. Nesse cenârio, a Independência de dom Pedro não resultou em transformações políticas e sociais profundas e ele ainda levou o protagonismo da história, um processo bem diferente dos nossos vizinhos e que talvez explique muito do nosso país. Lír:ia Perozim, redatora-chefe 4 cp,RTA FU N DAM ENTAL Entrevista JOSÉ JORGE LETRIA Escritor portug uês reitera necessidade de treino e ambiente propÍcio para a formação de leitores para a vida I Matérias EDUCAçÃO FTNANCEIRA Ética começa na infância Por LaÍs Fontenelle Pereira14 SENTI DOS DA IN DEPEN DÊIUCIA Por Maria Ligia Prado 40 EDUCADOR HOJE Mikhail Bakhtin Por Beth Brail- 48 CARTOGRAFIA DO MEIO AMBIENTE Por Tory Oliveira 52 UMA ESCOLASEM MUROS E AMARRAS Por Lívia Perozim 54 JUVENTUDE NO ALVO Por lsabela Morais 58 AJUDA DOS HACKERS 60 Seções LEITORES 6 CARTA DA ANA Ana Maria Macha do12 FUNDAMENTAIS 16 FALARES Marcos Bag no 46 CULTURA Meu primeiro grande livro 61 Livros Fundamentais 62 Agenda 65 Aprendiz 66 REGISTRO A obra de Pedro Americo consagrou o "Grito" de 7 de Setembro
  • 21. SUMÁRIO INFANCIA EM FOCO Conflito na Síria Centenas cle cnanÇas crLrzarrì as fronteÌras sozÌrlÌras e buscaÌTÌ refugio na Turqura e outros paÍses vtzÌÌlÌros, reÌatoLÌ a ONU I ìï F'Ãi *"ï'"i' í :., ABRA A RODA As possibilidades de brincar com cantigas20 SUCATA REVIGORADA O uso de material na escola 24 FUNDAMENTAL I A SINA DA TABUADA Desperte a intu ição e cu riosidad e 28 AS DEVORADORAS DE CARNE As plantas carnivoras e o estudo da Botânica 32 OS TONS DO GRITO As diferentes representaçÕes da lndependência do Brasil 36 SUA MAJESTADE, A PELOTA Por lutz Antonio Agurar 42 w ACIMA: Adem AItan/AFP CAPA: Ilustração Cárcamo CARTA FUNDAIV,lENTNL 5
  • 22.
  • 23. Uma imagem a ser refeita Brasil indígena cresceu e é mais diverso do que se imagi- nava. O Censo 2O1O, divulgado pelo IBGE há alguns me- ses, identifica 896,9 mil pessoas, 3O5 etnias e 2741ínguas. Até 2ooo, os pesquisadores estimavam em 73+ mil indígenas, 22o povos e 18O línguas. Além do aumento demogrâfico,chama a atençáo amegadiversidade, retratada, em parte, por ser esta a primeira vezque um censo apura as etnias, Iínguas e regiões de moradia dessas populações com o critério da autodeclaração. A pesquisa decenal rompeu também alguns chavões. LJm deles é que "lugar de índio é na floresta'. Segundo os dados, a maior parte dos indígenas brasileiros não está na Am azõnia Legal, e sim no Centro-Sul e no Nordeste do País, onde milhares migram ou residem temporariamente nas cidades. O Censo desfaztambém a imagem de um país majoritaria- mente branco perpetrada durante décadas e mostra que a falta de terras e de políticas públicas ainda é um problema. Os indí- genas não amazônicos, pouco mais de 50% do total, têm menos de 2% das terras demarcadas. Em algumas regiões, como Bahia ou Mato Grosso do Sul, esse processo é conflituoso e encontra-se indefinido até hoje. As ameaças culturais também preocupam. Mais da metad.e dos indígenas não fala nenhuma língua indígena, o que as coloca em sérios riscos de extinção. Os números refletem uma realidade indtgetru complexa: o modo de ser desses povos não pode ser generalizado. Nossa proposta com o tema de aula "O Brasil mais diverso", nas páginas 32 a 35, é justamente olhar para os números do Censo e enxergar o conjunto diverso que há por trás deles, ulgo para ser repensado e problematizado em sala de aula. Boa leitura! Líaia Pero zim, redatora- chefe 4 cnRTA FUNDAMENTAL Entrevista WAGNERWEY MOREIRA Brincadeira antes do esporte 8 Matérias EDUCAçÃO FTNANCETRA O tripé da educação financeira Por Martin Casals lglesias 16 PARA CONTINUAR NA ESCOLA Por Tory Oliveira 52 EDUCAçÃO PARA A AUTONOMIA Por Clarice Cardoso 56 UM EDUCADOR DE OURO Por Tory Oliveira 58 Seções LEITORES 6 CARTA DAANA Ana Maria Macha do'i,4 FUNDAMENTAIS 18 FALARES N/arcos Bagno 5O CULTURA Meu primeiro grande livro 61 Livros Fundamentais 62 Agenda 65 Aprendiz 66 LUGAR oe ÍnDro A maior parte deles não está maís na floresta e prec6a de terras
  • 24. SUMARIO INFANCIA EM FOCO Um dos países mais jovens do mundo, a Índia oferece educação gratuÍta e obrigatoría para menores de 14 anos e tem B milhões de críanÇas fora da escola AO LADO: GWEI/Divulgação CAPA: Foto Pablo Jacob/Ag. O Globo Temasdeaula 'l,f,f I l l *l lift $ h r - I I I S =U b tr fl la .ç. J ttl ( íì,i1 r .*./ 1 â, Ët'll'.ü le,Ëry ï lb{,I'í ?tl t *i r t,i. Jl .L, t-,*,- .'' * , t-/i ;r "1í*',!, v ílt' d ti cl l1'' i:' ìtv i- ) íl-' ,t'Pzu{**i SENTIDOS PRESENTES Um passeio pela Bienal S? 22 AS CONTAS DE CABEçA FUNCIONAM! Calculo mental28 FUNDAMENTAL II UM BRASIL MAIS DIVERSO Censo revela rnaior população e novas etnias indÍgenas 32 O MAIS BRASILEIRO DE TODOS OS RIOS A historia do Ric São Francisco 36 UM MODO DE LER POESIA A leitura para crianÇas FUNDAMEN'TAL II TESOURO Conto,por Marcos Bagno 46 cARTA FUNDAMENTnT 5
  • 26. NÃO SE ENGANE Na Ílusfração de Rackhan, as garras revelam que o lobo de toca e oculos não é bom Para a vida inteira á dois séculos Jacob e Wilhelm Grimm publicaram seu primeiro livro de contos. Estudiosos e letrados, eles pesquisaram em manuscritos antigos e buscaram nas endas orais e no folclore alemáo afonte de suas histórias. As- ;im, o apanhado de contos que ouviram de amigos e conhecidos bi moldado pela sensibilidade literária dos irmãos. Sem fazer ilterações profundas ou arbitrárias, como conta a pesquisadora Karin Volobu ef (pá,g. 2o),eles lapidaram os contos de forma ;istemática e criaram um estilo "típico de conto de fadas". A obra dos Grimm contada entre adultos à época permanece Itual. Quem nunca leu Cinderela, Brancü de Nerse ou Chapeuzi- ,tho Ve'rmelho? É fato que são várias as versões e a maioria delas loi suavizadapela Disney. No texto original, âs histórias são iocosas, grotescas e violentas, o que torna a compataçáo entre d.'1../// rrersões ainda mais interessante (A CosacNa!f,y lançou um& bela ediçã,o com traduçã,o do original de Christine Riihrig). Sugerimos uma viagem pelos contos clássicos dos Grimm 3 uma reflexão sobre a influência dos contos de fadas na con- rcpção de Literatura Infantil e na forma como pensamos e nos expressamos. Segundo o historiador Arthur Rackhâffi, que ilus- brou alguns desses contos: "Não há dúvidas de que estaríamos nos comportando de maneira muito diferente se Bela não tivesse iamais se unido à sua Fera... Ou se o Abre-te Sésamo não tivesse aberto caminho..." Os contos de fadas deram nova dimensão aos ilesejos infantis e aos grandes mistérios existenciais. É verdade que os superamos e abandonamos, quando adultos. Mas os leva- mos para a vida inteira . Líaia Perozim, redatora-chefe 4 cnRTA FUNDAMENTAL Entrevista HÉLIO ZISKIND Aprender por afeto 8 Matérias EDUCAçÃO FTNANCEIRA Um enorme desafio pela frente Por Gustavo Cerbasi 14 EDUCADOR HOJE Gillés Brougère Por Gisela Wajskop 46 EXPOSTçÃO REAL VTRTUAL Por Luciana Ruffo 48 OTERMÔMETRO NÃOCURA Por Tory Oliveira 5O O START PARA AULAS MELHORES Por Tory Oliveira 54 VONTADE DE MUDAR Por lsabela Morais 56 Seções LEITORES 6 CARTA DAANA Ana Maria Macha do 12 FUNDAMENTAIS 16 CULTURA Os Vencedores do Prêmio Jabuti 2012 59 Aprendiz 66
  • 27. Ymmffiffiffimmmãm ffi.KJffiffi&&#ffiffiT-&tu g coNTos DE FADAs Dos lnruÃos GRIMM As narrativas orais eternizadas pelos autores 20 FWffiffi&ffigffiffiT'&t ã GRACILIANO ENTREO FAZER EO DIZER Como levar para a sala de aula as obras infantojuvenis do autor 26 FT.ÏruPAruTffiNT&Ë, Ë H HE LEMBRANçA DE UM NATAL Garotinho busca um presente especial 30 FUNDAMENTAT I O PODER DA MEMÓRIA Relatos orais contribuem na reconstrução de fatos historicos 34 if iiji j1{ ,,"*;iir ï tÍ i:"ï'ji' + Íi, ii ji PARA DOMAROS NUMEROS RACIONAIS Como trabalhar com a ferramenta japonesa soroban 42 txr'ÂNcIA EM Foco Segundo a ONU,5 mtlhões de pessoas das 53 minorías étntcas do Víetnã, como os Hmong ífoto) vtvem na pobreza F.ffiffiffi&HwãffiffiW&K- ã ffi HH MAIS DO QUE COMIDA DE PEIXE Os misterios da vida lsubterrânea das minhocas 38 i I ï I,i _ & . ACIMA: HoangDin, Nam/AF. CAPA: Lebrecl Music & Arts Corbis/Lattnstoc cARTA FUNDAMTNTnI !