Este documento descreve a arquitetura X.25, criada em 1970 pelo Tymnet para redes analógicas. O X.25 funciona na camada de enlace do modelo OSI e permite a transmissão de dados entre redes fisicamente distantes através de uma infraestrutura de longa distância. Ele define padrões para comunicação entre equipamentos terminais de dados, equipamentos de conexão de circuitos de dados e redes de comutação de pacotes.
2. INDICE
1. INTRODUÇÃO......................................................................................................... 02
2. HISTÓRIA DO X.25................................................................................................. 03
2.1. O TYMNET........................................................................................................ 03
3. O QUE É A ARQUITETURA X.25......................................................................... 05
4. FUNCIONAMENTO DA ARQUITETURA.......................................................... 06
4.1.PADRONIZAÇÃO ITU-T................................................................................. 06
4.2.MONTADOR DE PACOTES PAD(PACKET ASSEMBLER/ DISASSEMBLER).... 08
4.3.TIPOS DE ACESSO............................................................................................ 08
4.3.1. CAMADAS DO MODELO OSI............................................................. 08
4.3.2. CANAIS LÓGICOS (LOGICAL CHANNELS)................................... 09
BIBLIOGRAFIA....................................................................................................... 10
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3. 1. INTRODUÇÃO
A arquitetura de uma rede computacional pode ser definida de maneiras
diferentes. Se analisada de um ponto de vista concreto, podemos dizer que é um
edifício funcional composto de equipamentos de transmissão, de softwares e
protocolos de comunicação e de uma infraestrutura filiar ou radioelétrica que
possibilita a transmissão dos dados entre os diversos componentes. Já se analisada
topologicamente, pode ser classificada entre a forma de uma estrela, de um segmento
linear ou barramento, de um loop ou anel, de uma estrela (hierárquica), malha ou
híbrida. Pode também ser classificada de acordo com a tipologia, que pode ser
qualificada como LAN (Local Area Network), quando a rede cobre uma área local (<1
km), MAN (Metropolitan Area Network), em regiões metropolitanas (<100 km), e
WAN (Wide Area Network), de longa distância.
A arquitetura de uma rede pode ser classificada também pela arquitetura de
baixo nível, onde pode ser Ethernet, Frame Relay, X.25, Token Ring, FDDI ou ATM.
Especificamente falaremos sobre a arquitetura X.25, criada em 1970 pelo Tymnet, e
baseada em estrutura de rede analógica, tipo predominante em seu período de criação.
Fig. 1: A arquitetura X.25 foi criada pelo Tymnet, San Jose, Califórnia.
O X.25 é considerado o antecessor do Frame Relay, e como protocolo de rede
sua função é gerenciar pacotes organizando as informações, atuando na camada de
enlace do RM-OSI. Ele executa esta tarefa ficando responsável pela interpretação de
uma onda modulada recebida, efetuando a demodulação do sinal e lendo o cabeçalho
de cada pacote. Quando uma informação entra na interface de rede esse é o primeiro
protocolo a ser acionado. Atualmente, a utilização desta arquitetura é cada vez mais
rara, caindo no desuso.
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4. 2. HISTÓRIA DO X.25
A arquitetura X.25 foi criada pelo Tymnet em 1970, em San Jose, Califórnia.
Antecessor do Frame Relay, foi baseado em uma estrutura de rede analógica,
comumente utilizada em tal período. Recentemente, o X.25, muito menos utilizado, é
aplicado em máquinas de cartão de crédito, mais especificamente na troca de dados
dos Pin Pad.
Fig. 2: O X.25 pode ser ocasionalmente utilizado na troca de dados de Pin Pad's (máquinas de
cartão de crédito)
No Brasil, as redes X.25 são administradas e operadas por empresas
de telefonia e/ou operadoras de telecomunicações. Ainda em uso, o X.25 está
perdendo espaço por conta dos sistemas de interligação baseados em Frame
Relay e ADSL.
2.1. O TYMNET
Tymnet era uma rede internacional de comunicações de dados com sede em
San Jose, Califórnia, que usou pacotes virtuais na chamada tecnologia de comutação e
X.25, SNA / SDLC , ASCII e BSC para conectar computadores host (servidores) em
milhares de grandes empresas, instituições de ensino e agências governamentais. Os
usuários normalmente conectado via conexões discadas ou conexões assíncronas
específicas. O negócio consistia em uma grande rede pública que apoiou usuários
dial-up e um negócio de rede privada que as agências governamentais e grandes
empresas (principalmente bancos e companhias aéreas) para construir suas próprias
redes específicas. As redes privadas foram muitas vezes ligadas via gateways para a
rede pública para chegar a locais fora da rede privada. Tymnet também estava ligado a
dezenas de outras redes públicas no Estados Unidos e internacionalmente via X.25 /
X.75 gateways.
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5. Fig. 3: O Tymnet era uma rede internacional de comunicação que ligava milhares de grandes
empresas, instituições de ensino e agências governamentais.
À medida que a Internet cresceu e tornou-se quase universalmente acessível no
final de 1990, a necessidade de serviços, tais como Tymnet migraram para outras
conexões, mas ainda tinha algum valor no terceiro mundo. No entanto, o valor destas
ligações continuaram a diminuir, e Tymnet foi oficialmente encerrado em 2004.
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6. 3. O QUE É A ARQUITETURA X.25
Essa arquitetura é um dos protocolos WAN, ou seja, ela possui a habilidade de
realizar transmissões de dados de redes fisicamente distante através de uma
infraestrutura de canais de dados de longa distância.
Fig. 4: O X.25 está inserido na WAN, ou seja, pode realizar transmissões entre redes
fisicamente distantes.
X.25 é uma arquitetura de rede de pacotes para comunicações para redes
geograficamente distribuídas da International Telecommunication Union (ITU). O
X.25 foi projetado para operar sistemas de rede de dados. É tipicamente usado em
redes de comutação de pacotes (PSNs) de provedores de serviços de
telecomunicações. Os assinantes do serviço são tarifados de acordo com o uso do
serviço. Havia uma necessidade por protocolos para transmissão de dados em redes
públicas (PDNs). Agora o X.25 é administrado como um padrão internacional pelo
ITU-T.
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7. 4. FUNCIONAMENTO DA ARQUITETURA
A rede X.25 fornece uma arquitetura orientada à conexão para transmissão de
dados sobre uma rede física com alta taxa de erros. A verificação desses erros é feita
em cada nó da rede o que, consequentemente, acarreta alta latência, inviabilizando
assim essa arquitetura para a transmissão de voz e vídeo. A rede X.25 em si definida
nas recomendações do ITU-T.
A rede de dispositivos em uma arquitetura X.25 se enquadram em três
categorias gerais: equipamento terminal dados (DTE – data terminal equipment),
equipamento de conexão de circuito de dados (DCE – data circuit-terminating
equipment), e a rede de comutação de pacotes (PSE). Os dispositivos do equipamento
terminal de dados são sistemas fim-a-fim que se comunicam pela rede X.25.
Fig. 5: Esquema de uma rede de arquitetura X.25.
Eles normalmente são terminais, computadores pessoais ou servidores que
ficam no local e sob a responsabilidade do assinante do serviço. Os DCEs são
dispositivos de comunicações, como modem ou roteadores que provêm à interface
entre os dispositivos de DTE e o PSE e ficam, geralmente, nas instalações do
provedor do serviço. Os PSEs são os comutadores de pacotes que compõem a
infraestrutura básica do provedor do serviço. Eles transferem dados de um dispositivo
de DTE para outro pelo X.25 PSN.
4.1. PADRONIZAÇÃO ITU-T
O setor de padronização de telecomunicações, o qual define como devem ser
estabelecidas e mantidas as conexões entre dispositivos de usuários e os dispositivos
de rede é conhecido como ITU-T, que é a seção de Padronização da área de
Telecomunicações do ITU - União Internacional de Telecomunicações ("International
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8. Telecommunication Union"), sediado em Genebra, Suíça. Antes de 1992, o ITU-T era
conhecido como CCITT (Comitê Consultivo Internacional de Telefonia e Telegrafia).
Fig. 6: O ITU faz parte da ONU, e tem como função estabelecer padrões e normas para as
telecomunicações.
Os padrões internacionais produzidos pelo ITU-T são citados com
"Recomendações" (a palavra é maiúscula para distinguir do significado comum da
palavra "recomendação"). Como o ITU faz parte da ONU, seus padrões tem mais
reconhecimento formal do que outras organizações que publicam especificações e
normas internacionais. O setor de telecomunicações divide o seu trabalho em
categorias que são identificadas através de uma letra, conhecidas como as "séries", e
as Recomendações são numeradas dentro de cada série, por exemplo, "H.264".
Entre 1960 até a criação do ITU-T em 1992, as Recomendações do CCITT
eram apresentadas a cada quatro anos na assembleia plenária para aprovação. O
conjunto completo das Recomendações era publicado após a assembleia plenária em
um conjunto de volumes que era conhecido coletivamente pela cor da sua capa. Após
a criação do ITU-T este esquema de aprovação de quatro em quatro anos foi revisto,
pois era considerado lento. Atualmente as Recomendações estão todas disponíveis
para aquisição no site do ITU-T, na forma individual ou em CDs que são atualizados a
cada trimestre.
Fig. 7: Níveis de Recomendação do ITU para o X.25.
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9. 4.2. MONTADOR DE PACOTES PAD (PACKET ASSEMBLER/ DISASSEMBLER)
O PAD (Packet Assembler/ Disassembler) é um dispositivo comumente
encontrado em redes de pacotes X.25. Os PADs são usados quando um dispositivo
DTE opera apenas no modo caractere, o que não o permitiria se conectar em uma rede
X.25 que somente opera com pacotes. O PAD fica situado entre um dispositivo de
DTE (Equipamento terminal de dados) e um dispositivo de DCE (Equipamento de
Conexão de Circuitos de Dados), e executa três funções básicas: buffering
(armazenando os dados até que o pacote estiver pronto para ser transmitido),
montagem e desmontagem de pacotes.
Os dados armazenados no buffer são enviaram ou recebidos pelo DTE.
Também monta os dados de transmissão em pacotes e os remete ao dispositivo DCE,
incluindo a adição do cabeçalho de X.25. Finalmente, o PAD desmonta os pacotes
recebidos antes de remeter os dados ao DTE, removendo o cabeçalho de X.25.
4.3. TIPOS DE ACESSO
O protocolo X.25 permite o acesso a redes públicas ou privadas operando com
a comutação de pacotes sendo orientado a bit. A transmissão de dados ocorre entre o
terminal cliente denominado de Data Terminal Equipment (DTE) e um equipamento
de rede denominado Data Circuit-terminating Equipment ou Data Communications
Equipment (DCE). A transmissão dos pacotes de dados é realizada através de um
serviço orientado a conexão (a origem manda uma mensagem ao destino pedindo a
conexão antes de enviar os pacotes), garantindo assim a entrega dos dados na ordem
correta, sem perdas ou duplicações.
4.3.1. CAMADAS DO MODELO OSI
A arquitetura X.25 trabalha com três camadas do modelo OSI. São elas a
camada física a qual define as características mecânicas e eléctricas da interface do
Terminal e da Rede e a transmissão é feita de modo síncrono e full duplex. A camada
de enlace, responsável por iniciar, verificar e encerrar a transmissão dos dados na
ligação física entre o DTE e o DCE. Responsável pelo sincronismo, detecção e
correção de erros durante a transmissão. E por fim a camada de rede, responsável
pelo empacotamento dos dados. Define se a transmissão será realizada por Circuito
Virtual (conexões temporárias, estabelecidas somente no momento da comunicação)
ou por Circuito Virtual Permanente (conexão permanente não existe a necessidade de
realizar uma chamada para estabelecer conexão).
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10. Fig. 8: A arquitetura X.25 utiliza as três primeiras camadas do modelo OSI.
4.3.2. CANAIS LÓGICOS (LOGICAL CHANNELS)
Nesta arquitetura as ligações podem ocorrer em canais lógicos (logical channels) de
dois tipos.
o Circuito Virtual Comutado (SVCs): Os SVCs funcionam de uma forma
semelhante às chamadas telefônicas. É estabelecida uma ligação onde os
dados são transferidos e a ligação é terminada. A cada DTE é atribuído na rede
um número único que pode ser utilizado como um número de telefone. A
implementação deste tipo de circuito virtual para o frame relay é bastante
complexa, apesar do conceito de CVC ser simples. Por este motivo a maioria
dos fabricantes de equipamentos para redes frame relay implementam somente
os CVP’s.
o Circuito Virtual Permanente (PVCs): Um PVC é semelhante a uma linha
alugada/dedicada dado que a ligação está sempre ativa. A ligação lógica é
estabelecida de uma forma permanente pela administração da Packet Switched
Network. Por esta razão, os dados podem ser sempre transmitidos sem
necessidade de estabelecer a ligação. Neste tipo de circuito virtual os usuários
estão habilitados a estabelecer/retirar conexões com outros usuários
dinamicamente, conforme a sua necessidade (em demanda).
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