Perfil de extrato de plantas sobre Pseudomonas aeruginosa isolado sobre mastite bovina
1. Perfil de extrato de plantas sobre Pseudomonas aeruginosa isolado sobre
mastite bovina.
Amanda Oliveira Santos¹ & Renata Mariz Freitas Dias¹
¹Centro Universitário de Caratinga de Minas Gerais, Campus Caratinga : Rua Niterói, 360, Nossa
Senhora da Graças, CEP: 35300345-(33) 3322-7900; e-mail: amandaaoliver37@yahoo.com
Introdução
“Mastite caracteriza-se por ser um processo inflamatório na glândula mamária”
(COSTA 1998). “Os efeitos indesejáveis causados pelo uso abusivo dos medicamentos
sintéticos e o elevado custo de tais medicamentos ocasionaram o aumento do consumo
de medicamentos de origem vegetal” ( LUZ et al., 1997/1998; FETROW; AVILA, 2000
apud ZARONI et al., 2004) .
A mastite ambiental caracteriza-se pelo fato do reservatório do patógeno
estar localizado no próprio ambiente das vacas leiteiras, sendo os patógenos
primários mais freqüentes bactérias gram negativas como Escherichia coli,
Klebsiella sp., Enterobacter sp., Pseudomonas sp. e Proteus sp. (
MARGATHO et al., 1998 apud PEDRINI S. C. B; MARGATHO L.F.F).
A mastite ambiental tem maior proporção de mastite clínica em relação à subclínica.
Determinando casos clínicos agudos de evolução rápida, com maior concentração no
pós-parto e maior taxa de infecção durante os períodos chuvosos. ( SANTOS, 2001
apud RESENDE et al.,2012). De acordo com Hilton e Bale Pseudomonas aeruginosa
também pode ser encontrado na água.
Apesar da ocorrência ser relativamente baixa, constitui um serio risco á saúde da
glândula mamária pela dificuldade de tratamento, por sua conhecida resistência a um
grande número de antimicrobianos. ( SILVA et al.,1996 p.23). Segundo SANTOS
(2000) Antibióticos deixam resíduos na carne e no leite, podendo causar reações
alérgicas no consumidor. O uso de plantas medicinais podem ser efetivos porém pouco
se conhece sobre a interação desses extratos (ELLER et al ., 2015).
O objetivo desse trabalho foi avaliar atividade antimicrobiana de extratos de: cajueiro
( Anacardium occidentale L.), aroeira (Myracrodruom urundeuva), melão de São
Caetano ( Mormodica Charantia), goiabeira (Psidium guajava), jabudicabeira
(Myrciaria cauliflora), frente a bactérias Pseudomonas aeruginosa, isoladas de amostra
de leite in natura pelo laboratório Nossa Senhora Auxiliadora, acompanhada de um
laudo de identificação.
2. Material e métodos
Preparo dos extratos e métodos
Após a obtenção das plantas, as mesmas foram levadas para o laboratório de
Microbiologia do Centro Universitário de Caratinga. As partes foliares foram separadas
e higienizadas em água corrente e secas em temperatura ambiente. Foram utilizadas 1
grama de cada planta medicinal ( Quadro 1).
QUADRO 1. Plantas utilizadas no preparo de extratos vegetais hidroalcoólicos visando
o controle in vitro de Pseudomonas aeruginosa
Família Nome
científico
Nome
Vulgar
Parte
Utilizada
Anacardiaceae Anarcadium
ocidentale L
Cajueiro Casca
Cucurbitaceae Momordica
Charantia
Melão de
São
Caetano
Casca
Myrtaceae Psidium
guajava
Goiabeira Casca
Araceae Xanthosema
violaceum
Taioba Folha
Myrtaceae Myrciaria
cauliflora
Jabuticaba Casca
Anacardiaceae Myracrodruon
urundeuva
Aroeira
“Após a higienização, as folhas foram submetidas ao processo de maceração manual” (
SOUZA et al.,2014, p.3) “em 10 ml de água e autoclavada á 121 °C por 15 minutos” (
DANTAS et al., 2009). Depois de preparadas, as soluções permaneceram em repouso
por 24 horas, em temperatura ambiente e na ausência de luz (SOUZA,et al.,2014).
A atividade antimicrobiana em placas foi determinada pelo método de
difusão em meio sólido para determinação da concentração Inibitória Mínima
(CIM). A CIM foi considerada a menor concentração das substâncias que
inibiu visivelmente o crescimento bacteriano( PEREIRA, et al., 2009,p 107)
Utilizou-se orifícios de 6 mm de diâmetro os quais foram preenchidos com 500 μL da
solução dos extratos diluídos em água destilada, com a solução estoque diluída a 1%
para as concentrações extrato padrão, 1:2, 1:5. Os ensaios foram realizado acompanhado
de controle positivo com o antibiótico, Amicacina (30MCG) e controle negativo com
etanol 70° % (PEREIRA et al., 2009). “Os discos foram distribuídos, eqüidistantes, com
o auxilio de uma pinça estéril, sobre a superfície do meio de cultura previamente
semeado com inoculo bacteriano. As placas foram incubadas 37°C por 24 horas.”(
ELLER et al.,2015 p. 132)
3. A leitura das placas levou em consideração a presença ou ausência de halos em volta
E a concentração inibitória mínima (CIM) ( CATÃO et al., 2006 apud PEREIRA et al.,
2009, p.107). “Apresentou maior atividade antimicrobiana, quem apresentou halo
superior a 11 mm” ( PEREIRA et al., 2009). Foi realizado três antibiogramas do extrato
puro, 1:2 e 1:5. Foi inoculado com a alça bacteriológica colônias de Pseudomonas em 1
ml de solução fisiológica estéril. Essa solução foi estriada na placa de Agar Mueller
hinton.
Resultado e discussão
A análise dos dados mostrou que os extratos usados algumas plantas apresentaram
baixa atividade antimicrobiana Pseudomonas aeroginosa isolados no caso de mastite
bovina ( PEREIRA et al., 2009).
Tabela 2: Diâmetros de halos de inibição (mm)/ Concentração dos extratos em mg/ Ml
Extrato puro Diluído 1:2 Diluido 1:5
Controle positivo 20 mm 30 mm 24 mm
Controle Negativo - - -
Aroeira 12 mm 12mm -
Cajueiro 11 mm - -
Goiabeira - - -
Jabuticabeira - - -
Melão de São
Caetano
- - -
Taioba - - -
Os extratos brutos de aroeira e cajueiro apresentou atividade frente á Pseudomonas
aeroginosa e o controle positivo também foi eficiente. Observou-se que os outros
extratos não se mostraram eficientes. Os resultados não apresentaram superiores ao
apresentado pelo antibiótico de uso comercial amicacina. “Apesar de o antibiótico
utilizado apresentar eficácia sobre o microrganismo avaliado, tem-se a necessidade de
introduzir produtos alternativos na produção do animal, pois bactérias podem ter
sucessiva resistência.” (CASTANO, 2007 apud SOUZA et al., 2014 p .2759; AGUIAR
et al., 2012 apud SANTANA et al .,2016 p.64 ). “Os compostos de origem natural são
apontados como alternativas para serem usados na prática médica humana e veterinária
por apresentarem baixo índice residual.” (SOUZA et al., 2014 p.2759). A Pseudomonas
aeroginosa estudada apresentou baixa ou nenhuma sensibilidade aos demais extratos
vegetais estudados. ( SOUZA et al., 2014)
Esses resultados podem estar relacionados á resistência bacteriana provocada pelo uso
indiscriminado de antibióticos comerciais pelos produtores que realizam tratamentos
das infecções mamárias sem análise prévias, sem cultura bacteriana e antibiograma.
Esses fatores produzem como conseqüência, a redução da produção e da qualidade do
leite, ocasionando queda no rendimento industrial e descarte precoce ou morte dos
animais ( LANGONI et al.,2011 apud SOUZA et al., 2014 p.2759).
4. FIG.1.Atividade antimicrobiana do extrato puro das plantas medicinais e o antibiótico
amicacina
FIG 2.Atividade antimicrobiana do extrato 1:2 das plantas medicinais e do antibiótico
5. FIG 3. Atividade antimicrobiana do extrato 1:5 das plantas medicinais e do antibiótico
Conclusão
Os extratos vegetais avaliados apresentaram baixa ou nenhuma resistência ao
desenvolvimento de Pseudomonas aeroginosa, o que pode esta relacionado ao método
de preparação do extrato, é preciso fazer mais testes para comprovar a eficácia das
plantas testadas.
6. REFERÊNCIA:
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