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Ficha Técnica
  Colecção
  Guia de Seguros e Fundos de Pensões

  Título
  Resolução de Conflitos no Sector Segurador e Fundos de Pensões

  Edição
  Instituto de Seguros de Portugal

  Coordenação editorial
  Direcção de Comunicação e Relações com os Consumidores

  Presidente do Instituto de Seguros de Portugal
  Fernando Nogueira



  Tiragem: 1.000 exemplares
  Depósito Legal: 324 523/11
  Ano de Edição: 2011
  Impressão:
  Etigrafe, Lda.
1



Reclamações                                                                                    2

   Apresentar uma reclamação                                                                    2
      Quem pode apresentar reclamações?                                                         2
      A quem se podem apresentar reclamações?                                                   2
   Livro de reclamações                                                                         2
       O livro de reclamações é obrigatório?                                                    2
       Quais são as obrigações destas entidades?                                                2
       Como se deve apresentar a reclamação no livro de reclamações?                            3
       O que acontece depois de se fazer uma reclamação no livro de reclamações?                3
   Gestão de reclamações nos seguradores                                                        4
      O segurador pode recusar a reclamação?                                                    4
      Como se deve apresentar uma reclamação ao segurador?                                      4
      A apresentação de uma reclamação ao segurador envolve custos?                             5
      O segurador é obrigado a responder à reclamação?                                          5
      Como devem os seguradores gerir as reclamações?                                           5
      Quando se apresenta uma reclamação ao segurador já não se pode recorrer aos tribunais?    5
   Gestão de reclamações no Instituto de Seguros de Portugal                                    6
      É possível apresentar uma reclamação ao ISP?                                              6
      Como se pode apresentar uma reclamação ao ISP?                                            6
      A apresentação de uma reclamação ao ISP envolve custos?                                   6
      Como é feita a gestão de reclamações no ISP?                                              6
      O ISP decide sobre os casos que lhe são apresentados?                                     7
   Provedor do cliente de seguros                                                               7
       É obrigatório existir um provedor do cliente de seguros?                                 7
       A reclamação pode ser logo feita ao provedor?                                            8
       A apresentação de uma reclamação ao provedor envolve custos?                             8
       O provedor pode recusar a reclamação?                                                    8
       O provedor tem prazos para responder?                                                    8
       A quem deve o provedor comunicar a sua decisão?                                          8
       O segurador tem de acatar a decisão do provedor?                                         8
       As decisões do provedor são tornadas públicas?                                           9
       Quando se apresenta uma reclamação ao provedor do cliente de seguros
       já não se pode recorrer aos tribunais?                                                   9

Instituto de Seguros de Portugal                                                               11
   Principais atribuições                                                                      12
   Supervisão prudencial das empresas de seguros                                               12
   Supervisão prudencial dos fundos de pensões                                                 13
   Supervisão da conduta de mercado                                                            13
   Apoio aos Consumidores                                                                      14


Glossário                                                                                      15
2   Colecção Guia de Seguros e Fundos de Pensões




    Apresentar uma reclamação                         • ao provedor dos participantes e beneficiá-
                                                        rios para as adesões individuais aos fundos
    A reclamação é uma manifestação de desa-
                                                        de pensões abertos.
    cordo ou de insatisfação em relação a serviços
    prestados. Na área dos seguros e fundos de
    pensões, pode ter como objecto uma acção ou         Livro de reclamações
    omissão de um segurador, mediador ou socie-         Meio obrigatoriamente disponível em
    dade gestora de fundos de pensões.                  todos os estabelecimentos de atendimento
                                                        ao público e que pretende facilitar o acesso
    Quem pode apresentar reclamações?                   ao direito de reclamação por parte do con-

    Podem apresentar reclamações os tomadores           sumidor.

    de seguros, os segurados, os beneficiários e
    terceiros lesados.
                                                     Livro de reclamações
    A quem se podem apresentar
                                                     O livro de reclamações é obrigatório?
    reclamações?
                                                     Sim. É obrigatório haver um livro de reclama-
    As reclamações podem ser apresentadas:
                                                     ções em todos os estabelecimentos que:
     • ao segurador, por qualquer meio que per-
                                                      • tenham carácter fixo ou permanente e
        mita deixar um registo escrito da reclama-
                                                        neles seja exercida a actividade segura-
        ção ou através do livro de reclamações;
                                                        dora, de comercialização de fundos de
     • ao Instituto de Seguros de Portugal;             pensões, ou de mediação de seguros;

     • ao provedor do cliente, no caso de con-        • tenham contacto com o público, nomea-
        tratos de seguro;                               damente através de serviços de vendas e
                                                        de apoio ao cliente.

                                                     Além do livro de reclamações, as entidades
    Provedor do cliente                              podem disponibilizar no seu sítio na Internet
                                                     outros meios para o consumidor reclamar.
    Entidade ou perito independente de reco-
    nhecido prestígio e idoneidade, designado        Quais são as obrigações destas
    pelas empresas de seguros, ao qual os            entidades?
    tomadores de seguros, segurados, bene-
                                                     As obrigações são:
    ficiários ou terceiros lesados podem apre-
    sentar reclamações relativas a actos ou           • ter o livro de reclamações nos estabeleci-
    omissões daquelas empresas.                         mentos onde exerçam a sua actividade;
Resolução de Conflitos   3



 • facultar o livro de reclamações ao cliente       • a identificação e a morada do segurador
    sempre que ele o pedir, de forma imediata          ou do mediador de seguros;
    e gratuita;
                                                    • os factos que causaram a reclamação.
 • afixar, em local bem visível e de forma legí-
                                                   A entidade deve fornecer ao cliente todos os
    vel, um letreiro com a seguinte informação:
                                                   elementos necessários sobre a sua identifica-
    “Este estabelecimento dispõe de livro de
                                                   ção e confirmar que o cliente os preencheu
    reclamações”, acompanhado da identifi-
                                                   correctamente.
    cação completa e da morada da entidade
    junto da qual o utente deve apresentar a
    reclamação;                                       Mediador de seguros

 • manter, no mínimo durante três anos, um            Qualquer pessoa ou entidade que exerça,
    arquivo organizado dos livros de reclama-         mediante remuneração, a actividade de
    ções que já tenham sido fechados.                 mediação de seguros e se encontre inscrito
                                                      como mediador no Instituto de Seguros de
Se um cliente pedir o livro de reclamações
                                                      Portugal.
num estabelecimento, a entidade não pode:
                                                      Pode fazê-lo por conta de um ou vários
 • justificar a sua falta pelo facto de o mesmo       seguradores, ou de forma independente.
    se encontrar noutro estabelecimento;

 • exigir a identificação do cliente.
                                                   O que acontece depois de se fazer uma
Se o livro de reclamações não for imediata-        reclamação no livro de reclamações?
mente disponibilizado ao cliente, este pode
                                                   Depois de o reclamante preencher a folha
solicitar a presença da polícia para:
                                                   de reclamação, a entidade reclamada tem a
 • que lhe seja facultado o acesso ao livro;       obrigação de enviar o original para o Instituto
                                                   de Seguros de Portugal no prazo de 10 dias
 • que a polícia tome nota do caso e o comu-
                                                   úteis.
    nique ao Instituto de Seguros de Portugal.
                                                   Junto com o original da folha de reclama-
Como se deve apresentar a reclamação               ção, podem ser enviados os esclarecimentos
no livro de reclamações?                           prestados ao reclamante e eventuais justifi-
                                                   cações.
Para apresentar uma reclamação, é necessário
que o reclamante preencha, de forma clara e        A entidade reclamada deve entregar uma
completa, a folha de reclamação com:               cópia (duplicado) da reclamação ao cliente.
                                                   Uma terceira cópia (triplicado) deve permane-
 • a sua identificação e morada;
                                                   cer no livro de reclamações.
4   Colecção Guia de Seguros e Fundos de Pensões




    Gestão de reclamações                               • a reclamação já tenha sido apresentada
    nos seguradores                                       pelo mesmo reclamante e este já tenha
                                                          recebido uma resposta do segurador;
    Os seguradores devem dispor, na sua estrutura,
    de uma função dedicada à gestão das reclama-        • a reclamação tenha sido apresentada de
    ções. Essa função tem de ser desempenhada             má-fé ou o seu conteúdo seja considerado
    por pessoas qualificadas.                             insultuoso.

    O gestor de reclamações deve estar devida-         Sempre que um segurador recusar uma recla-
    mente identificado a nível interno e externo,      mação, deve comunicá-lo à pessoa que recla-
    cabendo-lhe receber e dar resposta às recla-       mou, por escrito, e explicar a razão da sua
    mações de acordo com as regras internas            recusa.
    aprovadas.

    O segurador pode recusar                              Suporte duradouro
    a reclamação?
                                                          Qualquer meio que permita armazenar
    O segurador só pode recusar uma reclamação            informações que lhe sejam dirigidas, de tal
    quando:                                               forma que possam ser consultadas poste-

     • o reclamante não tenha fornecido as infor-         riormente durante um período adequado

        mações que sejam essenciais para a gestão         aos fins dessas informações e que permita

        da reclamação;                                    a sua reprodução exacta.

     • a reclamação não possa ser tratada pelo
        segurador, mas sim pelos tribunais judiciais   Como se deve apresentar
        ou através de mediação ou arbitragem;          uma reclamação ao segurador?
     • a reclamação já tenha sido resolvida pelos      As reclamações devem ser apresentadas por
        tribunais judiciais ou através de mediação     escrito ou por meio de que fique registo em
        ou arbitragem;                                 suporte duradouro.

                                                       As reclamações devem ter todas as informa-
    Arbritagem                                         ções importantes para a sua gestão, incluindo,
    Modalidade de resolução extrajudicial de           pelo menos:
    litígios em que um terceiro intervém de             • o nome completo do reclamante (ou da
    forma imparcial em relação ao conflito,               pessoa que o representa);
    impondo uma solução que tem a mesma
    força que uma sentença proferida num tri-           • se é tomador do seguro, segurado, bene-

    bunal judicial de primeira instância.                 ficiário ou terceiro lesado, ou pessoa que
                                                          o representa;
Resolução de Conflitos   5



 • o contacto do reclamante (ou da pessoa
    que o representa);                               Meios alternativos de resolução
                                                     de conflitos
 • o número do documento de identificação
                                                     Formas de resolver conflitos sem recorrer
    do reclamante;
                                                     aos tribunais. Por exemplo, a mediação, a
 • a descrição dos factos que levaram à recla-       conciliação e a arbitragem.
    mação, a identificação dos intervenientes e
    a data em que os factos aconteceram;          Como devem os seguradores gerir as
                                                  reclamações?
 • a data e o local da apresentação da recla-
    mação.                                        É da responsabilidade dos seguradores:
                                                   • gerir as reclamações de forma rápida e efi-
Se a reclamação não estiver completa, sobre-         ciente, de acordo com as regras internas
tudo quando não é explicado o motivo pelo            aprovadas;
qual se reclama, o segurador deve comu-
                                                   • se necessário, comunicar ao reclamante
nicá-lo ao reclamante e pedir-lhe que a com-         que não é possível cumprir os prazos inter-
plete.                                               nos de gestão de reclamações e justificar
                                                     esse atraso;
A apresentação de uma reclamação                   • garantir que os colaboradores que partici-
ao segurador envolve custos?                         pam na gestão de reclamações sejam devi-
Não. Os seguradores devem garantir que a             damente qualificados e que recebem toda
gestão de reclamações não tem nenhuns                a informação necessária;
custos para quem reclama.                          • assegurar a gestão imparcial das reclama-
                                                     ções e prevenir, identificar e resolver as
                                                     situações que podem criar conflitos de
Gestão de reclamações                                interesse;

Função de que todas as empresas de segu-           • assegurar o tratamento e a análise dos
ros devem dispor, para tratamento das                dados das reclamações e garantir que as
reclamações apresentadas.                            conclusões retiradas são tidas em conta na
                                                     actividade da empresa.

                                                  Quando se apresenta uma reclamação
O segurador é obrigado a responder à              ao segurador já não se pode recorrer
reclamação?                                       aos tribunais?
Sim. O segurador tem de responder ao recla-       Pode. A gestão de reclamações pelos segu-
mante de forma completa e justificada e trans-    radores não impede o recurso aos tribunais
mitir o resultado da sua análise em linguagem     ou a meios alternativos de resolução de
clara e fácil de entender.                        conflitos.
6   Colecção Guia de Seguros e Fundos de Pensões



    No entanto, sempre que uma reclamação              Sempre que existam indícios de comporta-
    estiver a ser tratada num tribunal judicial, em    mentos que não estejam conformes com a
    mediação ou arbitragem, o segurador pode           legislação em vigor ou que se verifiquem práti-
    interromper a gestão da reclamação.                cas que possam ser melhoradas, o ISP intervém
                                                       junto das empresas para garantir o bom fun-
    Gestão de reclamações no                           cionamento do mercado.
    Instituto de Seguros de Portugal
    É possível apresentar uma reclamação                  Reclamação
    ao ISP?                                               A reclamação é uma manifestação de

    Sim. O ISP dispõe de um Serviço de Apoio aos          desacordo ou de insatisfação em relação a

    Consumidores, especialmente vocacionado               serviços prestados. Na área dos seguros e

    para prestar esclarecimentos ao público em            fundos de pensões, pode ter como objecto

    geral sobre temas relacionados com a activi-          uma acção ou omissão de um segurador,

    dade seguradora e os fundos de pensões.               mediador ou sociedade gestora de fundos
                                                          de pensões.
    A este Serviço compete ainda analisar e dar
    parecer sobre as reclamações que lhe sejam
    apresentadas por particulares, não resolvidas      Como se pode apresentar
    noutras instâncias, relativamente às entidades     uma reclamação ao ISP?
    sujeitas à supervisão do ISP.                      A reclamação ao ISP deve ser apresentada por

    O Instituto de Seguros de Portugal, para além      escrito:

    de procurar contribuir para a resolução das         • no sítio na Internet do ISP;
    situações apresentadas, utiliza as informações
                                                        • por correio tradicional;
    recolhidas através das reclamações para avaliar,
    de forma mais global, a conduta das entida-         • pessoalmente, no Serviço de Atendimento
    des supervisionadas.                                   do ISP.

                                                       A apresentação de uma reclamação
                                                       ao ISP envolve custos?
    Regulação e supervisão da conduta
                                                       Não. Apresentar reclamações ao ISP não tem
    de mercado
                                                       nenhuns custos para quem reclama.
    Tem por objectivo garantir elevados
    padrões de conduta por parte das entida-           Como é feita a gestão de reclamações
    des supervisionadas na sua relação com os          no ISP?
    consumidores.
                                                       O modelo de gestão das reclamações imple-
                                                       mentado no ISP foi estruturado no sentido
Resolução de Conflitos   7



de permitir responder, de forma atempada e             supervisionada, um dos seguintes proce-
adequada, às expectativas dos consumidores,            dimentos: advertência, recomendação ou
recolhendo informação sobre a conduta dos              contra-ordenação.
operadores, de modo a avaliar da sua confor-
midade com o quadro legal e regulamentar           O ISP decide sobre os casos que lhe
em vigor.                                          são apresentados?

Todas as reclamações, independentemente            Não. O ISP não tem competência para decidir
da sua proveniência, são sujeitas a uma aná-       sobre os conflitos existentes entre os segura-
lise prévia efectuada por um colaborador com       dores, os mediadores ou as sociedades gesto-
formação jurídica. A empresa reclamada é, em       ras de fundos de pensões e quem reclama.
regra, contactada no sentido de se pronunciar      Apesar disso, a intervenção do ISP contribui
sobre a situação em causa, competindo depois       para facilitar a resolução dos conflitos.
ao ISP a ponderação das diligências considera-
das ajustadas ao caso concreto.
                                                   Provedor do cliente de seguros
Da análise realizada pelo ISP pode resultar uma
                                                   É obrigatório existir um provedor do
das seguintes situações:                           cliente de seguros?
 • não existem indícios de desconformidade         Sim. Os seguradores escolhem o provedor
   face ao regime jurídico em vigor. Neste         do cliente de entre entidades ou especialis-
   caso, o reclamante é informado sobre o          tas independentes de reconhecido prestígio e
   desfecho do processo, o enquadramento           qualificação.
   legal e regulamentar aplicável, os mecanis-
                                                   O provedor actua de acordo com as regras fixa-
   mos alternativos de resolução extrajudicial
                                                   das pelas entidades que o escolheram e recebe
   de litígios e tribunais judiciais competentes
                                                   as reclamações que lhe forem apresentadas.
   para decidir e vincular as partes;

 • constata-se que a reclamação pode ser
   resolvida por acordo entre as partes. O ISP        Provedor do cliente
   procura, nesta situação, prestar o seu con-        Entidade ou perito independente de reco-
   tributo no sentido de facilitar a concerta-        nhecido prestígio e idoneidade, designado
   ção dos interesses em presença;                    pelas empresas de seguros, ao qual os
 • existem indícios de desconformidade                tomadores de seguros, segurados, bene-
   relativamente a preceitos legais ou regu-          ficiários ou terceiros lesados podem apre-
   lamentares aplicáveis. O ISP procede ao            sentar reclamações relativas a actos ou
   exame da situação em concreto, findo o             omissões daquelas empresas.
   qual pode adoptar em relação à entidade
8   Colecção Guia de Seguros e Fundos de Pensões



    A reclamação pode ser logo feita ao
    provedor?                                            Mediação
    Não. Primeiro, a reclamação tem de ser feita ao      Modalidade extrajudicial de resolução de
    segurador, que a deverá tratar nos seus servi-       litígios, de carácter informal, em que as
    ços de gestão de reclamações.                        partes são auxiliadas por um mediador a
                                                         encontrar, por si próprias, uma solução
    Podem ser apresentadas ao provedor do
                                                         negociada para o conflito que as opõe.
    cliente as reclamações:

     • às quais o segurador não respondeu no
        prazo máximo de 20 dias a contar da data      Sempre que recusar a reclamação, o provedor
        da recepção da reclamação (ou até 30 dias,    tem de comunicar e explicar a razão da sua
        nos casos muito complexos);                   recusa, por escrito, ao reclamante.

     • às quais o segurador respondeu dentro          O provedor tem prazos para responder?
        do prazo, mas o reclamante não concorda
                                                      O provedor do cliente tem 30 dias a contar da
        com a resposta.
                                                      data da recepção da reclamação para a analisar
                                                      (45 dias, nos casos muito complexos).
    A apresentação de uma reclamação
    ao provedor envolve custos?                       A quem deve o provedor comunicar a
    Não. Apresentar reclamações junto do prove-       sua decisão?
    dor do cliente não tem nenhuns custos para        O provedor do cliente comunica, por escrito,
    quem reclama.                                     os resultados da sua análise ao reclamante,
                                                      incluindo a respectiva justificação.
    O provedor pode recusar a reclamação?
                                                      O provedor do cliente comunica as reclama-
    Sim. O provedor pode recusar a reclamação se:     ções que recebeu e os resultados e justifica-
                                                      ções da sua análise aos seguradores. Pode
     • a reclamação não tiver sido previamente
                                                      incluir recomendações, se for o caso.
        enviada ao segurador;

     • o reclamante não fornecer as informações       O segurador tem de acatar a decisão
        essenciais para a gestão da reclamação.       do provedor?
    Sempre que uma reclamação esteja a ser tra-       O segurador tem de comunicar ao provedor
    tada num tribunal judicial, em mediação ou        do cliente se vai seguir ou não as suas reco-
    arbitragem, o provedor do cliente pode inter-     mendações, no prazo máximo de 20 dias a
    romper a gestão da reclamação.                    contar da data da sua recepção. Se o segurador
Resolução de Conflitos   9



não seguir as recomendações do provedor do        Quando se apresenta uma reclamação
cliente, este tem de informar o reclamante por    ao provedor do cliente de seguros já
escrito.                                          não se pode recorrer aos tribunais?
                                                  Pode. A intervenção do provedor não impede
As decisões do provedor são tornadas
                                                  o recurso aos tribunais ou a outros meios
públicas?
                                                  alternativos de resolução de conflitos.
Anualmente, o provedor deve tornar públicas
as recomendações que fez e se elas foram
seguidas.

Cabe aos seguradores garantir que o provedor
do cliente publica as suas recomendações,
através de um dos seguintes meios:

 • sítio na Internet do provedor do cliente (se
    existir);

 • sítio na Internet do segurador ou, caso não
    exista, do grupo empresarial do qual faça
    parte (numa área reservada e devidamente
    assinalada);

 • sítio na Internet da associação de segura-
    dores que tenha nomeado o provedor do
    cliente;

 • sítio na Internet do Instituto de Seguros de
    Portugal.

A publicação das recomendações deve ser
mantida por um período mínimo de 3 anos.



Meios alternativos de resolução
de conflitos
Formas de resolver conflitos sem recorrer
aos tribunais. Por exemplo, a mediação, a
conciliação e a arbitragem.
INSTITUTO
   DE SEGUROS

DE PORTUGAL
12   Colecção Guia de Seguros e Fundos de Pensões




     Instituto de Seguros de Portugal                   Função normativa, que consiste na elabo-
                                                        ração de normas regulamentares e colabo-
     O Instituto de Seguros de Portugal (ISP) é a
                                                        ração na feitura de diplomas legais que
     autoridade nacional responsável pela regu-
                                                        regulam o acesso e exercício da actividade
     lação e supervisão, quer prudencial quer
                                                        seguradora e dos fundos de pensões.
     comportamental, da actividade seguradora,
     resseguradora, de fundos de pensões e da           Função de supervisão, que consiste na
     mediação de seguros.                               monitorização dos operadores (empresas de
                                                        seguros, empresas de resseguros, mediadores
     Regulação e supervisão                             de seguros e sociedades gestoras de fundos
     comportamental                                     de pensões) e fiscalização do cumprimento da
     Tem por objectivo garantir elevados                legislação e regulamentos que regem o sector.
     padrões de conduta por parte das entida-
     des supervisionadas na sua relação com os
     consumidores.                                         Regulação e supervisão prudencial
                                                           Tem por objectivo garantir que as entida-
     O ISP tem por missão garantir o bom funciona-         des supervisionadas possuem os recursos
     mento do mercado segurador e dos fundos de            financeiros adequados às responsabilida-
     pensões em Portugal, de forma a contribuir
                                                           des que assumem e que gerem de forma
     para a garantia da protecção dos tomadores de
                                                           prudente os riscos a que se encontram
     seguros, das pessoas seguras, dos participantes
                                                           expostas.
     e dos beneficiários.

     Esta missão é assegurada através da promoção
     da estabilidade e solidez financeira de todas as   Supervisão prudencial das empresas
     entidades sob a sua supervisão, bem como da        de seguros
     garantia da manutenção de elevados padrões
                                                        O ISP efectua a supervisão das empresas de
     de conduta por parte dos operadores.
                                                        seguros através de inspecções e da recolha
     O ISP é uma pessoa colectiva de direito público,   de informações, para avaliar a adequação de
     dotada de autonomia administrativa e finan-        diversos aspectos do seu funcionamento,
     ceira. As suas receitas provêm, essencialmente,    nomeadamente:
     de uma taxa paga pelas entidades sujeitas à
     sua supervisão.                                     • o grau de adequação das provisões téc-
                                                           nicas que as empresas de seguros consti-
     Principais atribuições                                tuem para fazer face às responsabilidades
     No quadro das responsabilidades que lhe estão         – actuais e futuras – decorrentes de con-
     atribuídas, destacam-se, pela sua importância,        tratos que celebram com os tomadores de
     as seguintes:                                         seguros;
Instituto de Seguros de Portugal   13



                                                    • a existência de procedimentos que per-
Provisões técnicas                                     mitam uma gestão adequada dos fundos
                                                       de pensões por parte das respectivas enti-
Montante que a empresa de seguros deve
                                                       dades gestoras.
contabilizar e financiar adequadamente
e ser suficiente para fazer face às respon-        Supervisão da conduta de mercado
sabilidades resultantes dos contratos de
                                                   No âmbito da supervisão comportamental, o
seguro.
                                                   ISP fiscaliza os procedimentos adoptados pelos
                                                   operadores, no sentido de verificar, para além
 • o tipo e a segurança dos investimentos que      do cumprimento das disposições legais, que os
   realizam, considerando, nomeadamente,           seus padrões de conduta estão de acordo com
   as disposições legais aplicáveis aos activos    as melhores práticas, nomeadamente no que
   representativos das provisões técnicas;         se refere:

 • o nível de solvência, que se traduz na           • à informação que as empresas de seguros,
   existência de capacidade financeira para            as entidades gestoras de fundos de pen-
   satisfazer os seus compromissos, incluindo          sões e os mediadores de seguros estão
   a margem de segurança necessária para               obrigados a publicar ou a disponibilizar
   fazer face a acontecimentos adversos                aos tomadores de seguros, aos segurados
   menos prováveis;                                    ou aos beneficiários dos produtos que
                                                       comercializam;
 • a existência de procedimentos apropria-
   dos a uma gestão sã e prudente.                  • aos procedimentos adoptados na regulari-
                                                       zação de sinistros, em geral, e aos respecti-
Supervisão prudencial dos fundos                       vos prazos definidos na lei para o seguro
de pensões                                             automóvel, em particular;

A intervenção do ISP neste âmbito passa pela        • à conformidade legal da estrutura técnica
verificação dos seguintes aspectos:                    e jurídica dos produtos colocados à dis-
                                                       posição do consumidor e da forma como
 • a conformidade legal dos contratos cons-
   titutivos e dos contratos de gestão desse
   tipo de fundos;
                                                      Avaliação actuarial
 • a adequação dos montantes e da com-
                                                      Estudo efectuado por um especialista na
   posição dos activos dos fundos de pen-
                                                      aplicação de metodologias actuariais, que
   sões, conforme as avaliações actuariais,
                                                      pretende determinar as responsabilidades
   as regras legais e as disposições dos corres-
                                                      associadas a seguros ou planos de pensões.
   pondentes planos de pensões;
14   Colecção Guia de Seguros e Fundos de Pensões



         estes são comercializados, quer directa-      O Instituto de Seguros de Portugal, para além
         mente, quer através de um mediador de         de procurar contribuir para a resolução das
         seguros.                                      situações apresentadas, utiliza as informações
                                                       recolhidas através das reclamações para avaliar
     Para além da análise dos casos individuais que
                                                       de forma mais global a conduta das empresas.
     lhe são reportados, o ISP tem assumido, para
     as questões mais transversais, a divulgação       Sempre que existem indícios de comporta-
     de entendimentos ao mercado segurador             mentos que não estão conformes com a legis-
     e fundos de pensões (mediação de seguros          lação em vigor ou de práticas que podem ser
     incluída), no sentido de garantir uma aplicação   melhoradas, o ISP intervém junto das empresas
     adequada e uniforme por parte das entidades       para garantir o bom funcionamento do mer-
     sujeitas à sua supervisão nas áreas analisadas.   cado.


     Entendimento
     Interpretação de disposições legais, regu-
     lamentares ou contratuais com o objectivo
     de promover uma aplicação adequada e
     uniforme por parte das entidades sujeitas à
     supervisão do ISP.



     Apoio aos Consumidores
     O ISP dispõe de um Serviço de Apoio aos
     Consumidores especialmente vocacionado
     para prestar esclarecimentos sobre os temas
     relacionados com a actividade seguradora e
     os fundos de pensões (mediação de seguros
     incluída), fornecendo orientações gerais, por
     exemplo, sobre as condições contratuais mais
     importantes ou ainda sobre os direitos e as
     obrigações decorrentes dos contratos.

     A este Serviço compete ainda analisar e dar
     parecer sobre as reclamações que lhe sejam
     apresentadas por particulares, não resolvidas
     noutras instâncias, relativamente às entidades
     sujeitas à supervisão do ISP.
Glossário   15




Glossário
                     Documento que contém as condições do contrato de seguro acordadas
 APÓLICE DE SEGURO
                     pelas partes e que incluem as condições gerais, especiais e particulares.


                     Conjunto de cláusulas contratuais aprovadas pelo Instituto de Seguros de
 APÓLICE UNIFORME    Portugal para determinados seguros obrigatórios que devem ser respeitadas
                     pelos seguradores na cobertura dos riscos em causa.


                     Modalidade de resolução extrajudicial de litígios em que um terceiro
                     intervém de forma imparcial em relação ao conflito, impondo uma solução
 ARBITRAGEM
                     que tem a mesma força que uma sentença proferida num tribunal judicial de
                     primeira instância.


 AVISO DE
                     Comunicação escrita, enviada pelo segurador ao tomador do seguro, para
 PAGAMENTO           informar sobre o valor do prémio do seguro, a data limite e a forma do
 DE PRÉMIO
                     pagamento.


                     Valor máximo que o segurador paga em caso de sinistro, mesmo que o
 CAPITAL SEGURO      prejuízo seja superior. Este valor é, normalmente, definido nas condições
                     particulares da apólice.


 COBERTURA           Conjunto de situações cuja verificação determina a prestação do segurador
 OU GARANTIA         ao abrigo do contrato.


                     Sanção de natureza pecuniária que resulta de uma infracção (um acto ou
 COIMA
                     omissão que não respeitem a lei).


                     Modalidade extrajudicial de resolução de litígios, através da qual um terceiro
                     imparcial em relação ao conflito conduz a negociação entre as partes,
 CONCILIAÇÃO
                     estimulando uma ou várias soluções para o conflito e propondo plataformas
                     de entendimento que possibilitem o acordo entre as partes.


 CONDIÇÕES           Disposições que completam ou especificam as condições gerais, sendo de
 ESPECIAIS           aplicação generalizada a determinados contratos do mesmo tipo.


                     Disposições contratuais, habitualmente pré-elaboradas, definindo o
 CONDIÇÕES GERAIS    enquadramento e os princípios gerais do contrato, aplicando-se a todos os
                     contratos inerentes a um mesmo ramo, modalidade ou operação.
16   Colecção Guia de Seguros e Fundos de Pensões




                                Cláusulas que são acrescentadas às condições gerais/especiais de um
        CONDIÇÕES               contrato, para o adaptar a um caso particular, precisando nomeadamente o
        PARTICULARES            risco coberto, a duração e o início do contrato, o capital seguro, o prémio, o
                                tomador do seguro, o segurado e o beneficiário.


                                Corresponde a uma infracção (um acto ou omissão que não respeite a lei) cuja
        CONTRA-
        -ORDENAÇÃO
                                punição está prevista por lei com a aplicação de uma coima, ou seja, de uma sanção
                                de natureza pecuniária.


                                Contrato através do qual o segurador assume a cobertura de determinados riscos,
        CONTRATO                comprometendo-se a satisfazer as indemnizações ou a pagar o capital seguro
        DE SEGURO               em caso de ocorrência do sinistro, nos termos acordados. Em contrapartida, o
                                tomador do seguro obriga-se a pagar o prémio correspondente.


                                Prejuízo sofrido por alguém. O dano pode ser causado por perda, destruição
        DANO                    ou avaria de bens ou por lesão que afecte a saúde física ou mental de uma
                                pessoa.


        DANO CORPORAL           Dano relativo à vida, à saúde ou à integridade física de uma pessoa.


                                Prejuízo causado a coisas, bens materiais, créditos e quaisquer outros direitos
        DANO MATERIAL
                                patrimoniais.


        DOENÇA
        PREEXISTENTE
                                Doença que já existia à data em que o seguro foi celebrado.


        EMPRESA                 Entidade legalmente autorizada a exercer a actividade seguradora e que é
        DE SEGUROS              parte no contrato de seguro.


                                Cláusula de um contrato de seguro que procede à delimitação negativa do
        EXCLUSÃO
                                âmbito da cobertura, isto é, define aquilo que o seguro não cobre.


        FRACCIONAMENTO          Opção conferida pelo segurador ao tomador do seguro de dividir o
        DO PRÉMIO               pagamento do prémio em prestações.


        FRANQUIA                Parte do valor dos danos que fica a cargo do tomador do seguro ou segurado.


        GESTÃO DE               Função de que todas as empresas de seguros devem dispor para tratamento
        RECLAMAÇÕES             das reclamações apresentadas.
Glossário   17




                     Prestação devida pelo segurador para reparar um dano resultante de uma
                     situação coberta pela apólice.
                     A indemnização pode ser:
                       • a reparação de um bem (por exemplo, o arranjo de um automóvel);
INDEMNIZAÇÃO           • a substituição de um bem por outro ou o pagamento do seu valor em
                         dinheiro;
                       • um valor definido no contrato (por exemplo, um valor por cada dia em
                         que não foi possível usar o automóvel);
                       • uma renda ou pensão.


JUSTA CAUSA          Razão aceitável à luz das regras legais e contratuais do caso em concreto.


                     Possibilidade de desistir do contrato de seguro sem necessitar de invocar um
LIVRE RESOLUÇÃO
                     motivo.


                     Modalidade extrajudicial de resolução de litígios, de carácter informal, em
MEDIAÇÃO             que as partes são auxiliadas por um mediador a encontrar, por si próprias,
                     uma solução negociada para o conflito que as opõe.


MEIOS ALTERNATIVOS
DE RESOLUÇÃO         Formas de resolver conflitos sem recorrer aos tribunais.
DE LITÍGIOS


                     Situação em que de um sinistro decorrem danos cuja gravidade impede a
                     reparação do bem seguro ou a tornam demasiado onerosa.
                     No seguro automóvel, considera-se que também existe perda total quando o
PERDA TOTAL
                     valor estimado para a reparação dos danos sofridos, adicionado do valor do
                     salvado, ultrapasse 100% do valor venal do veículo com menos de dois anos
                     ou ultrapasse 120% do valor venal do veículo com mais de dois anos.


PERÍODO DE           Período entre o início do contrato de seguro e uma determinada data, no
CARÊNCIA             qual certas coberturas não se encontram ainda a produzir efeitos.


PESSOA SEGURA        Pessoa cuja vida, saúde ou integridade física se segura.


                     Prática comercial desleal que reduz claramente a liberdade de escolha do
                     consumidor, recorrendo:
PRÁTICA COMERCIAL      • ao assédio (incomodar com insistência o consumidor);
AGRESSIVA              • à coacção (forçar a vontade do consumidor);
                       • à influência indevida (levar, de forma inadequada, o consumidor a
                          escolher ou a tomar uma decisão).
18   Colecção Guia de Seguros e Fundos de Pensões




                                É desleal qualquer prática comercial não conforme com a diligência
                                (competência e deveres de cuidado) exigida a um profissional e que distorça
        PRÁTICA COMERCIAL
        DESLEAL
                                ou possa distorcer o comportamento do consumidor. Ou seja, que o faça
                                ou possa fazer tomar uma decisão que não tomaria se não fosse utilizada tal
                                prática.


                                Prática comercial desleal que induz ou pode induzir o consumidor ao erro,
        PRÁTICA COMERCIAL
        ENGANOSA
                                levando-o a tomar uma decisão de compra ou aquisição que, de outro modo,
                                não tomaria.


                                Valor total, incluindo taxas e impostos, que o tomador do seguro deve pagar
        PRÉMIO
                                ao segurador pelo seguro.


                                Valor do prémio comercial acrescido dos custos de emissão do contrato.
        PRÉMIO BRUTO            Estes podem incluir o custo da apólice, de actas adicionais, de certificados de
                                seguro e de fraccionamento do prémio.


                                Custo das coberturas do contrato, acrescido de outros custos, nomeadamente
        PRÉMIO COMERCIAL        de aquisição e de administração do contrato, bem como de gestão e de
                                cobrança.


                                Documento através do qual o tomador do seguro expressa a vontade de
        PROPOSTA
        DE SEGURO
                                celebrar o contrato de seguro e dá a conhecer ao segurador o risco que
                                pretende segurar.


                                Conceito utilizado na regularização de sinistros no âmbito do seguro de
                                responsabilidade civil automóvel, nos termos do qual o segurador que assumiu
                                a responsabilidade pela reparação do dano deve apresentar ao terceiro lesado
        PROPOSTA RAZOÁVEL
                                uma proposta de indemnização que seja equilibrada face aos danos sofridos,
                                sob pena de pagamento de juros no dobro da taxa legal prevista na lei e ainda
                                de se sujeitar a uma sanção pecuniária.


                                Documento frequentemente anexo pelo segurador à proposta de seguro,
        QUESTIONÁRIO
        DE SEGURO
                                destinado a recolher informações do tomador do seguro e/ou do segurado
                                necessárias para o segurador avaliar o risco que se quer segurar.
Glossário   19




                 Regra do contrato de seguro que se aplica em caso de subseguro, ou seja,
                 quando um bem é segurado por um valor inferior ao seu valor real.
                 Segundo a regra proporcional, o segurador só paga uma parte dos prejuízos
REGRA
PROPORCIONAL
                 proporcional à relação entre o valor segurado e o valor comercial do bem à
                 data do sinistro.
                 Por exemplo, se um bem valer € 200 mas estiver segurado por € 100, o
                 segurador só paga 50% do valor dos danos.


                 Conjunto de acções realizadas pelo segurador com o objectivo de:
                  • confirmar que ocorreu um sinistro;
                  • analisar as suas causas, circunstâncias e consequências;
REGULARIZAÇÃO     • decidir se vai reparar os danos ou compensar os prejuízos resultantes
DE SINISTRO         do sinistro;
                  • decidir qual o valor da indemnização ou prestação.
                 Para iniciar este processo é necessária uma participação de sinistro por parte
                 do lesado (tomador do seguro, segurado ou terceiro) ou do beneficiário.


REGULAÇÃO        Tem por objectivo garantir elevados padrões de conduta por parte das
E SUPERVISÃO
COMPORTAMENTAL   entidades supervisionadas na sua relação com os consumidores.


REGULAÇÃO
                 Tem por objectivo garantir que as entidades supervisionadas possuem os
E SUPERVISÃO     recursos financeiros adequados às responsabilidades que assumem e que
PRUDENCIAL
                 gerem de forma prudente os riscos a que se encontrem expostos.


                 Prolongamento automático de um contrato de seguro no final de um
RENOVAÇÃO
AUTOMÁTICA
                 período fixado, na ausência de uma manifestação contrária de uma das
                 partes contratantes.


                 Cessação antecipada de um contrato de seguro por iniciativa de uma das
RESOLUÇÃO
                 partes, havendo justa causa.


                 Incerteza associada a um acontecimento futuro, seja quanto à sua realização,
RISCO
                 ao momento em que ocorre e aos danos dele decorrentes.


SALVADO          O bem salvo do sinistro, nas situações de perda total.


                 Pessoa ou entidade no interesse da qual é feito o contrato de seguro ou
SEGURADO
                 pessoa cuja vida, saúde ou integridade física se segura (pessoa segura).
20   Colecção Guia de Seguros e Fundos de Pensões




        SEGURADOR /             Entidade legalmente autorizada a exercer a actividade seguradora e que é
        SEGURADORA              parte no contrato de seguro.


                                Evento ou série de eventos que resultam de uma mesma causa e que
        SINISTRO
                                accionam a cobertura do risco prevista no contrato.


                                Acréscimo ao valor do prémio do seguro devido à cobertura de um risco
        SOBREPRÉMIO
                                agravado ou a uma cobertura adicional.


        SOBRESSEGURO            Situação em que o bem é segurado por um valor superior ao seu valor real.


        SUBSEGURO               Situação em que o bem é segurado por um valor inferior ao seu valor real.


        SUSPENSÃO               Interrupção por um período de tempo das obrigações de um segurador
        DE GARANTIA             quanto a uma ou mais coberturas do contrato de seguro.


                                Conjunto de critérios e de condições de subscrição que permite o cálculo do
        TARIFA
                                prémio do seguro.


                                Vítima de um sinistro que não é parte no contrato de seguro e que tem o
        TERCEIRO LESADO
                                direito a ser indemnizada nos termos do mesmo.


        TOMADOR                 Pessoa que celebra o contrato de seguro com a empresa de seguros, sendo
        DO SEGURO               responsável pelo pagamento do prémio.


        VENCIMENTO
        DO PRÉMIO
                                Data até à qual o prémio de seguro deve ser pago ao segurador.


        VIGÊNCIA                Período durante o qual o contrato de seguro produz os seus efeitos.
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Conflitos

  • 1.
  • 2. Ficha Técnica Colecção Guia de Seguros e Fundos de Pensões Título Resolução de Conflitos no Sector Segurador e Fundos de Pensões Edição Instituto de Seguros de Portugal Coordenação editorial Direcção de Comunicação e Relações com os Consumidores Presidente do Instituto de Seguros de Portugal Fernando Nogueira Tiragem: 1.000 exemplares Depósito Legal: 324 523/11 Ano de Edição: 2011 Impressão: Etigrafe, Lda.
  • 3. 1 Reclamações 2 Apresentar uma reclamação 2 Quem pode apresentar reclamações? 2 A quem se podem apresentar reclamações? 2 Livro de reclamações 2 O livro de reclamações é obrigatório? 2 Quais são as obrigações destas entidades? 2 Como se deve apresentar a reclamação no livro de reclamações? 3 O que acontece depois de se fazer uma reclamação no livro de reclamações? 3 Gestão de reclamações nos seguradores 4 O segurador pode recusar a reclamação? 4 Como se deve apresentar uma reclamação ao segurador? 4 A apresentação de uma reclamação ao segurador envolve custos? 5 O segurador é obrigado a responder à reclamação? 5 Como devem os seguradores gerir as reclamações? 5 Quando se apresenta uma reclamação ao segurador já não se pode recorrer aos tribunais? 5 Gestão de reclamações no Instituto de Seguros de Portugal 6 É possível apresentar uma reclamação ao ISP? 6 Como se pode apresentar uma reclamação ao ISP? 6 A apresentação de uma reclamação ao ISP envolve custos? 6 Como é feita a gestão de reclamações no ISP? 6 O ISP decide sobre os casos que lhe são apresentados? 7 Provedor do cliente de seguros 7 É obrigatório existir um provedor do cliente de seguros? 7 A reclamação pode ser logo feita ao provedor? 8 A apresentação de uma reclamação ao provedor envolve custos? 8 O provedor pode recusar a reclamação? 8 O provedor tem prazos para responder? 8 A quem deve o provedor comunicar a sua decisão? 8 O segurador tem de acatar a decisão do provedor? 8 As decisões do provedor são tornadas públicas? 9 Quando se apresenta uma reclamação ao provedor do cliente de seguros já não se pode recorrer aos tribunais? 9 Instituto de Seguros de Portugal 11 Principais atribuições 12 Supervisão prudencial das empresas de seguros 12 Supervisão prudencial dos fundos de pensões 13 Supervisão da conduta de mercado 13 Apoio aos Consumidores 14 Glossário 15
  • 4. 2 Colecção Guia de Seguros e Fundos de Pensões Apresentar uma reclamação • ao provedor dos participantes e beneficiá- rios para as adesões individuais aos fundos A reclamação é uma manifestação de desa- de pensões abertos. cordo ou de insatisfação em relação a serviços prestados. Na área dos seguros e fundos de pensões, pode ter como objecto uma acção ou Livro de reclamações omissão de um segurador, mediador ou socie- Meio obrigatoriamente disponível em dade gestora de fundos de pensões. todos os estabelecimentos de atendimento ao público e que pretende facilitar o acesso Quem pode apresentar reclamações? ao direito de reclamação por parte do con- Podem apresentar reclamações os tomadores sumidor. de seguros, os segurados, os beneficiários e terceiros lesados. Livro de reclamações A quem se podem apresentar O livro de reclamações é obrigatório? reclamações? Sim. É obrigatório haver um livro de reclama- As reclamações podem ser apresentadas: ções em todos os estabelecimentos que: • ao segurador, por qualquer meio que per- • tenham carácter fixo ou permanente e mita deixar um registo escrito da reclama- neles seja exercida a actividade segura- ção ou através do livro de reclamações; dora, de comercialização de fundos de • ao Instituto de Seguros de Portugal; pensões, ou de mediação de seguros; • ao provedor do cliente, no caso de con- • tenham contacto com o público, nomea- tratos de seguro; damente através de serviços de vendas e de apoio ao cliente. Além do livro de reclamações, as entidades Provedor do cliente podem disponibilizar no seu sítio na Internet outros meios para o consumidor reclamar. Entidade ou perito independente de reco- nhecido prestígio e idoneidade, designado Quais são as obrigações destas pelas empresas de seguros, ao qual os entidades? tomadores de seguros, segurados, bene- As obrigações são: ficiários ou terceiros lesados podem apre- sentar reclamações relativas a actos ou • ter o livro de reclamações nos estabeleci- omissões daquelas empresas. mentos onde exerçam a sua actividade;
  • 5. Resolução de Conflitos 3 • facultar o livro de reclamações ao cliente • a identificação e a morada do segurador sempre que ele o pedir, de forma imediata ou do mediador de seguros; e gratuita; • os factos que causaram a reclamação. • afixar, em local bem visível e de forma legí- A entidade deve fornecer ao cliente todos os vel, um letreiro com a seguinte informação: elementos necessários sobre a sua identifica- “Este estabelecimento dispõe de livro de ção e confirmar que o cliente os preencheu reclamações”, acompanhado da identifi- correctamente. cação completa e da morada da entidade junto da qual o utente deve apresentar a reclamação; Mediador de seguros • manter, no mínimo durante três anos, um Qualquer pessoa ou entidade que exerça, arquivo organizado dos livros de reclama- mediante remuneração, a actividade de ções que já tenham sido fechados. mediação de seguros e se encontre inscrito como mediador no Instituto de Seguros de Se um cliente pedir o livro de reclamações Portugal. num estabelecimento, a entidade não pode: Pode fazê-lo por conta de um ou vários • justificar a sua falta pelo facto de o mesmo seguradores, ou de forma independente. se encontrar noutro estabelecimento; • exigir a identificação do cliente. O que acontece depois de se fazer uma Se o livro de reclamações não for imediata- reclamação no livro de reclamações? mente disponibilizado ao cliente, este pode Depois de o reclamante preencher a folha solicitar a presença da polícia para: de reclamação, a entidade reclamada tem a • que lhe seja facultado o acesso ao livro; obrigação de enviar o original para o Instituto de Seguros de Portugal no prazo de 10 dias • que a polícia tome nota do caso e o comu- úteis. nique ao Instituto de Seguros de Portugal. Junto com o original da folha de reclama- Como se deve apresentar a reclamação ção, podem ser enviados os esclarecimentos no livro de reclamações? prestados ao reclamante e eventuais justifi- cações. Para apresentar uma reclamação, é necessário que o reclamante preencha, de forma clara e A entidade reclamada deve entregar uma completa, a folha de reclamação com: cópia (duplicado) da reclamação ao cliente. Uma terceira cópia (triplicado) deve permane- • a sua identificação e morada; cer no livro de reclamações.
  • 6. 4 Colecção Guia de Seguros e Fundos de Pensões Gestão de reclamações • a reclamação já tenha sido apresentada nos seguradores pelo mesmo reclamante e este já tenha recebido uma resposta do segurador; Os seguradores devem dispor, na sua estrutura, de uma função dedicada à gestão das reclama- • a reclamação tenha sido apresentada de ções. Essa função tem de ser desempenhada má-fé ou o seu conteúdo seja considerado por pessoas qualificadas. insultuoso. O gestor de reclamações deve estar devida- Sempre que um segurador recusar uma recla- mente identificado a nível interno e externo, mação, deve comunicá-lo à pessoa que recla- cabendo-lhe receber e dar resposta às recla- mou, por escrito, e explicar a razão da sua mações de acordo com as regras internas recusa. aprovadas. O segurador pode recusar Suporte duradouro a reclamação? Qualquer meio que permita armazenar O segurador só pode recusar uma reclamação informações que lhe sejam dirigidas, de tal quando: forma que possam ser consultadas poste- • o reclamante não tenha fornecido as infor- riormente durante um período adequado mações que sejam essenciais para a gestão aos fins dessas informações e que permita da reclamação; a sua reprodução exacta. • a reclamação não possa ser tratada pelo segurador, mas sim pelos tribunais judiciais Como se deve apresentar ou através de mediação ou arbitragem; uma reclamação ao segurador? • a reclamação já tenha sido resolvida pelos As reclamações devem ser apresentadas por tribunais judiciais ou através de mediação escrito ou por meio de que fique registo em ou arbitragem; suporte duradouro. As reclamações devem ter todas as informa- Arbritagem ções importantes para a sua gestão, incluindo, Modalidade de resolução extrajudicial de pelo menos: litígios em que um terceiro intervém de • o nome completo do reclamante (ou da forma imparcial em relação ao conflito, pessoa que o representa); impondo uma solução que tem a mesma força que uma sentença proferida num tri- • se é tomador do seguro, segurado, bene- bunal judicial de primeira instância. ficiário ou terceiro lesado, ou pessoa que o representa;
  • 7. Resolução de Conflitos 5 • o contacto do reclamante (ou da pessoa que o representa); Meios alternativos de resolução de conflitos • o número do documento de identificação Formas de resolver conflitos sem recorrer do reclamante; aos tribunais. Por exemplo, a mediação, a • a descrição dos factos que levaram à recla- conciliação e a arbitragem. mação, a identificação dos intervenientes e a data em que os factos aconteceram; Como devem os seguradores gerir as reclamações? • a data e o local da apresentação da recla- mação. É da responsabilidade dos seguradores: • gerir as reclamações de forma rápida e efi- Se a reclamação não estiver completa, sobre- ciente, de acordo com as regras internas tudo quando não é explicado o motivo pelo aprovadas; qual se reclama, o segurador deve comu- • se necessário, comunicar ao reclamante nicá-lo ao reclamante e pedir-lhe que a com- que não é possível cumprir os prazos inter- plete. nos de gestão de reclamações e justificar esse atraso; A apresentação de uma reclamação • garantir que os colaboradores que partici- ao segurador envolve custos? pam na gestão de reclamações sejam devi- Não. Os seguradores devem garantir que a damente qualificados e que recebem toda gestão de reclamações não tem nenhuns a informação necessária; custos para quem reclama. • assegurar a gestão imparcial das reclama- ções e prevenir, identificar e resolver as situações que podem criar conflitos de Gestão de reclamações interesse; Função de que todas as empresas de segu- • assegurar o tratamento e a análise dos ros devem dispor, para tratamento das dados das reclamações e garantir que as reclamações apresentadas. conclusões retiradas são tidas em conta na actividade da empresa. Quando se apresenta uma reclamação O segurador é obrigado a responder à ao segurador já não se pode recorrer reclamação? aos tribunais? Sim. O segurador tem de responder ao recla- Pode. A gestão de reclamações pelos segu- mante de forma completa e justificada e trans- radores não impede o recurso aos tribunais mitir o resultado da sua análise em linguagem ou a meios alternativos de resolução de clara e fácil de entender. conflitos.
  • 8. 6 Colecção Guia de Seguros e Fundos de Pensões No entanto, sempre que uma reclamação Sempre que existam indícios de comporta- estiver a ser tratada num tribunal judicial, em mentos que não estejam conformes com a mediação ou arbitragem, o segurador pode legislação em vigor ou que se verifiquem práti- interromper a gestão da reclamação. cas que possam ser melhoradas, o ISP intervém junto das empresas para garantir o bom fun- Gestão de reclamações no cionamento do mercado. Instituto de Seguros de Portugal É possível apresentar uma reclamação Reclamação ao ISP? A reclamação é uma manifestação de Sim. O ISP dispõe de um Serviço de Apoio aos desacordo ou de insatisfação em relação a Consumidores, especialmente vocacionado serviços prestados. Na área dos seguros e para prestar esclarecimentos ao público em fundos de pensões, pode ter como objecto geral sobre temas relacionados com a activi- uma acção ou omissão de um segurador, dade seguradora e os fundos de pensões. mediador ou sociedade gestora de fundos de pensões. A este Serviço compete ainda analisar e dar parecer sobre as reclamações que lhe sejam apresentadas por particulares, não resolvidas Como se pode apresentar noutras instâncias, relativamente às entidades uma reclamação ao ISP? sujeitas à supervisão do ISP. A reclamação ao ISP deve ser apresentada por O Instituto de Seguros de Portugal, para além escrito: de procurar contribuir para a resolução das • no sítio na Internet do ISP; situações apresentadas, utiliza as informações • por correio tradicional; recolhidas através das reclamações para avaliar, de forma mais global, a conduta das entida- • pessoalmente, no Serviço de Atendimento des supervisionadas. do ISP. A apresentação de uma reclamação ao ISP envolve custos? Regulação e supervisão da conduta Não. Apresentar reclamações ao ISP não tem de mercado nenhuns custos para quem reclama. Tem por objectivo garantir elevados padrões de conduta por parte das entida- Como é feita a gestão de reclamações des supervisionadas na sua relação com os no ISP? consumidores. O modelo de gestão das reclamações imple- mentado no ISP foi estruturado no sentido
  • 9. Resolução de Conflitos 7 de permitir responder, de forma atempada e supervisionada, um dos seguintes proce- adequada, às expectativas dos consumidores, dimentos: advertência, recomendação ou recolhendo informação sobre a conduta dos contra-ordenação. operadores, de modo a avaliar da sua confor- midade com o quadro legal e regulamentar O ISP decide sobre os casos que lhe em vigor. são apresentados? Todas as reclamações, independentemente Não. O ISP não tem competência para decidir da sua proveniência, são sujeitas a uma aná- sobre os conflitos existentes entre os segura- lise prévia efectuada por um colaborador com dores, os mediadores ou as sociedades gesto- formação jurídica. A empresa reclamada é, em ras de fundos de pensões e quem reclama. regra, contactada no sentido de se pronunciar Apesar disso, a intervenção do ISP contribui sobre a situação em causa, competindo depois para facilitar a resolução dos conflitos. ao ISP a ponderação das diligências considera- das ajustadas ao caso concreto. Provedor do cliente de seguros Da análise realizada pelo ISP pode resultar uma É obrigatório existir um provedor do das seguintes situações: cliente de seguros? • não existem indícios de desconformidade Sim. Os seguradores escolhem o provedor face ao regime jurídico em vigor. Neste do cliente de entre entidades ou especialis- caso, o reclamante é informado sobre o tas independentes de reconhecido prestígio e desfecho do processo, o enquadramento qualificação. legal e regulamentar aplicável, os mecanis- O provedor actua de acordo com as regras fixa- mos alternativos de resolução extrajudicial das pelas entidades que o escolheram e recebe de litígios e tribunais judiciais competentes as reclamações que lhe forem apresentadas. para decidir e vincular as partes; • constata-se que a reclamação pode ser resolvida por acordo entre as partes. O ISP Provedor do cliente procura, nesta situação, prestar o seu con- Entidade ou perito independente de reco- tributo no sentido de facilitar a concerta- nhecido prestígio e idoneidade, designado ção dos interesses em presença; pelas empresas de seguros, ao qual os • existem indícios de desconformidade tomadores de seguros, segurados, bene- relativamente a preceitos legais ou regu- ficiários ou terceiros lesados podem apre- lamentares aplicáveis. O ISP procede ao sentar reclamações relativas a actos ou exame da situação em concreto, findo o omissões daquelas empresas. qual pode adoptar em relação à entidade
  • 10. 8 Colecção Guia de Seguros e Fundos de Pensões A reclamação pode ser logo feita ao provedor? Mediação Não. Primeiro, a reclamação tem de ser feita ao Modalidade extrajudicial de resolução de segurador, que a deverá tratar nos seus servi- litígios, de carácter informal, em que as ços de gestão de reclamações. partes são auxiliadas por um mediador a encontrar, por si próprias, uma solução Podem ser apresentadas ao provedor do negociada para o conflito que as opõe. cliente as reclamações: • às quais o segurador não respondeu no prazo máximo de 20 dias a contar da data Sempre que recusar a reclamação, o provedor da recepção da reclamação (ou até 30 dias, tem de comunicar e explicar a razão da sua nos casos muito complexos); recusa, por escrito, ao reclamante. • às quais o segurador respondeu dentro O provedor tem prazos para responder? do prazo, mas o reclamante não concorda O provedor do cliente tem 30 dias a contar da com a resposta. data da recepção da reclamação para a analisar (45 dias, nos casos muito complexos). A apresentação de uma reclamação ao provedor envolve custos? A quem deve o provedor comunicar a Não. Apresentar reclamações junto do prove- sua decisão? dor do cliente não tem nenhuns custos para O provedor do cliente comunica, por escrito, quem reclama. os resultados da sua análise ao reclamante, incluindo a respectiva justificação. O provedor pode recusar a reclamação? O provedor do cliente comunica as reclama- Sim. O provedor pode recusar a reclamação se: ções que recebeu e os resultados e justifica- ções da sua análise aos seguradores. Pode • a reclamação não tiver sido previamente incluir recomendações, se for o caso. enviada ao segurador; • o reclamante não fornecer as informações O segurador tem de acatar a decisão essenciais para a gestão da reclamação. do provedor? Sempre que uma reclamação esteja a ser tra- O segurador tem de comunicar ao provedor tada num tribunal judicial, em mediação ou do cliente se vai seguir ou não as suas reco- arbitragem, o provedor do cliente pode inter- mendações, no prazo máximo de 20 dias a romper a gestão da reclamação. contar da data da sua recepção. Se o segurador
  • 11. Resolução de Conflitos 9 não seguir as recomendações do provedor do Quando se apresenta uma reclamação cliente, este tem de informar o reclamante por ao provedor do cliente de seguros já escrito. não se pode recorrer aos tribunais? Pode. A intervenção do provedor não impede As decisões do provedor são tornadas o recurso aos tribunais ou a outros meios públicas? alternativos de resolução de conflitos. Anualmente, o provedor deve tornar públicas as recomendações que fez e se elas foram seguidas. Cabe aos seguradores garantir que o provedor do cliente publica as suas recomendações, através de um dos seguintes meios: • sítio na Internet do provedor do cliente (se existir); • sítio na Internet do segurador ou, caso não exista, do grupo empresarial do qual faça parte (numa área reservada e devidamente assinalada); • sítio na Internet da associação de segura- dores que tenha nomeado o provedor do cliente; • sítio na Internet do Instituto de Seguros de Portugal. A publicação das recomendações deve ser mantida por um período mínimo de 3 anos. Meios alternativos de resolução de conflitos Formas de resolver conflitos sem recorrer aos tribunais. Por exemplo, a mediação, a conciliação e a arbitragem.
  • 12.
  • 13. INSTITUTO DE SEGUROS DE PORTUGAL
  • 14. 12 Colecção Guia de Seguros e Fundos de Pensões Instituto de Seguros de Portugal Função normativa, que consiste na elabo- ração de normas regulamentares e colabo- O Instituto de Seguros de Portugal (ISP) é a ração na feitura de diplomas legais que autoridade nacional responsável pela regu- regulam o acesso e exercício da actividade lação e supervisão, quer prudencial quer seguradora e dos fundos de pensões. comportamental, da actividade seguradora, resseguradora, de fundos de pensões e da Função de supervisão, que consiste na mediação de seguros. monitorização dos operadores (empresas de seguros, empresas de resseguros, mediadores Regulação e supervisão de seguros e sociedades gestoras de fundos comportamental de pensões) e fiscalização do cumprimento da Tem por objectivo garantir elevados legislação e regulamentos que regem o sector. padrões de conduta por parte das entida- des supervisionadas na sua relação com os consumidores. Regulação e supervisão prudencial Tem por objectivo garantir que as entida- O ISP tem por missão garantir o bom funciona- des supervisionadas possuem os recursos mento do mercado segurador e dos fundos de financeiros adequados às responsabilida- pensões em Portugal, de forma a contribuir des que assumem e que gerem de forma para a garantia da protecção dos tomadores de prudente os riscos a que se encontram seguros, das pessoas seguras, dos participantes expostas. e dos beneficiários. Esta missão é assegurada através da promoção da estabilidade e solidez financeira de todas as Supervisão prudencial das empresas entidades sob a sua supervisão, bem como da de seguros garantia da manutenção de elevados padrões O ISP efectua a supervisão das empresas de de conduta por parte dos operadores. seguros através de inspecções e da recolha O ISP é uma pessoa colectiva de direito público, de informações, para avaliar a adequação de dotada de autonomia administrativa e finan- diversos aspectos do seu funcionamento, ceira. As suas receitas provêm, essencialmente, nomeadamente: de uma taxa paga pelas entidades sujeitas à sua supervisão. • o grau de adequação das provisões téc- nicas que as empresas de seguros consti- Principais atribuições tuem para fazer face às responsabilidades No quadro das responsabilidades que lhe estão – actuais e futuras – decorrentes de con- atribuídas, destacam-se, pela sua importância, tratos que celebram com os tomadores de as seguintes: seguros;
  • 15. Instituto de Seguros de Portugal 13 • a existência de procedimentos que per- Provisões técnicas mitam uma gestão adequada dos fundos de pensões por parte das respectivas enti- Montante que a empresa de seguros deve dades gestoras. contabilizar e financiar adequadamente e ser suficiente para fazer face às respon- Supervisão da conduta de mercado sabilidades resultantes dos contratos de No âmbito da supervisão comportamental, o seguro. ISP fiscaliza os procedimentos adoptados pelos operadores, no sentido de verificar, para além • o tipo e a segurança dos investimentos que do cumprimento das disposições legais, que os realizam, considerando, nomeadamente, seus padrões de conduta estão de acordo com as disposições legais aplicáveis aos activos as melhores práticas, nomeadamente no que representativos das provisões técnicas; se refere: • o nível de solvência, que se traduz na • à informação que as empresas de seguros, existência de capacidade financeira para as entidades gestoras de fundos de pen- satisfazer os seus compromissos, incluindo sões e os mediadores de seguros estão a margem de segurança necessária para obrigados a publicar ou a disponibilizar fazer face a acontecimentos adversos aos tomadores de seguros, aos segurados menos prováveis; ou aos beneficiários dos produtos que comercializam; • a existência de procedimentos apropria- dos a uma gestão sã e prudente. • aos procedimentos adoptados na regulari- zação de sinistros, em geral, e aos respecti- Supervisão prudencial dos fundos vos prazos definidos na lei para o seguro de pensões automóvel, em particular; A intervenção do ISP neste âmbito passa pela • à conformidade legal da estrutura técnica verificação dos seguintes aspectos: e jurídica dos produtos colocados à dis- posição do consumidor e da forma como • a conformidade legal dos contratos cons- titutivos e dos contratos de gestão desse tipo de fundos; Avaliação actuarial • a adequação dos montantes e da com- Estudo efectuado por um especialista na posição dos activos dos fundos de pen- aplicação de metodologias actuariais, que sões, conforme as avaliações actuariais, pretende determinar as responsabilidades as regras legais e as disposições dos corres- associadas a seguros ou planos de pensões. pondentes planos de pensões;
  • 16. 14 Colecção Guia de Seguros e Fundos de Pensões estes são comercializados, quer directa- O Instituto de Seguros de Portugal, para além mente, quer através de um mediador de de procurar contribuir para a resolução das seguros. situações apresentadas, utiliza as informações recolhidas através das reclamações para avaliar Para além da análise dos casos individuais que de forma mais global a conduta das empresas. lhe são reportados, o ISP tem assumido, para as questões mais transversais, a divulgação Sempre que existem indícios de comporta- de entendimentos ao mercado segurador mentos que não estão conformes com a legis- e fundos de pensões (mediação de seguros lação em vigor ou de práticas que podem ser incluída), no sentido de garantir uma aplicação melhoradas, o ISP intervém junto das empresas adequada e uniforme por parte das entidades para garantir o bom funcionamento do mer- sujeitas à sua supervisão nas áreas analisadas. cado. Entendimento Interpretação de disposições legais, regu- lamentares ou contratuais com o objectivo de promover uma aplicação adequada e uniforme por parte das entidades sujeitas à supervisão do ISP. Apoio aos Consumidores O ISP dispõe de um Serviço de Apoio aos Consumidores especialmente vocacionado para prestar esclarecimentos sobre os temas relacionados com a actividade seguradora e os fundos de pensões (mediação de seguros incluída), fornecendo orientações gerais, por exemplo, sobre as condições contratuais mais importantes ou ainda sobre os direitos e as obrigações decorrentes dos contratos. A este Serviço compete ainda analisar e dar parecer sobre as reclamações que lhe sejam apresentadas por particulares, não resolvidas noutras instâncias, relativamente às entidades sujeitas à supervisão do ISP.
  • 17. Glossário 15 Glossário Documento que contém as condições do contrato de seguro acordadas APÓLICE DE SEGURO pelas partes e que incluem as condições gerais, especiais e particulares. Conjunto de cláusulas contratuais aprovadas pelo Instituto de Seguros de APÓLICE UNIFORME Portugal para determinados seguros obrigatórios que devem ser respeitadas pelos seguradores na cobertura dos riscos em causa. Modalidade de resolução extrajudicial de litígios em que um terceiro intervém de forma imparcial em relação ao conflito, impondo uma solução ARBITRAGEM que tem a mesma força que uma sentença proferida num tribunal judicial de primeira instância. AVISO DE Comunicação escrita, enviada pelo segurador ao tomador do seguro, para PAGAMENTO informar sobre o valor do prémio do seguro, a data limite e a forma do DE PRÉMIO pagamento. Valor máximo que o segurador paga em caso de sinistro, mesmo que o CAPITAL SEGURO prejuízo seja superior. Este valor é, normalmente, definido nas condições particulares da apólice. COBERTURA Conjunto de situações cuja verificação determina a prestação do segurador OU GARANTIA ao abrigo do contrato. Sanção de natureza pecuniária que resulta de uma infracção (um acto ou COIMA omissão que não respeitem a lei). Modalidade extrajudicial de resolução de litígios, através da qual um terceiro imparcial em relação ao conflito conduz a negociação entre as partes, CONCILIAÇÃO estimulando uma ou várias soluções para o conflito e propondo plataformas de entendimento que possibilitem o acordo entre as partes. CONDIÇÕES Disposições que completam ou especificam as condições gerais, sendo de ESPECIAIS aplicação generalizada a determinados contratos do mesmo tipo. Disposições contratuais, habitualmente pré-elaboradas, definindo o CONDIÇÕES GERAIS enquadramento e os princípios gerais do contrato, aplicando-se a todos os contratos inerentes a um mesmo ramo, modalidade ou operação.
  • 18. 16 Colecção Guia de Seguros e Fundos de Pensões Cláusulas que são acrescentadas às condições gerais/especiais de um CONDIÇÕES contrato, para o adaptar a um caso particular, precisando nomeadamente o PARTICULARES risco coberto, a duração e o início do contrato, o capital seguro, o prémio, o tomador do seguro, o segurado e o beneficiário. Corresponde a uma infracção (um acto ou omissão que não respeite a lei) cuja CONTRA- -ORDENAÇÃO punição está prevista por lei com a aplicação de uma coima, ou seja, de uma sanção de natureza pecuniária. Contrato através do qual o segurador assume a cobertura de determinados riscos, CONTRATO comprometendo-se a satisfazer as indemnizações ou a pagar o capital seguro DE SEGURO em caso de ocorrência do sinistro, nos termos acordados. Em contrapartida, o tomador do seguro obriga-se a pagar o prémio correspondente. Prejuízo sofrido por alguém. O dano pode ser causado por perda, destruição DANO ou avaria de bens ou por lesão que afecte a saúde física ou mental de uma pessoa. DANO CORPORAL Dano relativo à vida, à saúde ou à integridade física de uma pessoa. Prejuízo causado a coisas, bens materiais, créditos e quaisquer outros direitos DANO MATERIAL patrimoniais. DOENÇA PREEXISTENTE Doença que já existia à data em que o seguro foi celebrado. EMPRESA Entidade legalmente autorizada a exercer a actividade seguradora e que é DE SEGUROS parte no contrato de seguro. Cláusula de um contrato de seguro que procede à delimitação negativa do EXCLUSÃO âmbito da cobertura, isto é, define aquilo que o seguro não cobre. FRACCIONAMENTO Opção conferida pelo segurador ao tomador do seguro de dividir o DO PRÉMIO pagamento do prémio em prestações. FRANQUIA Parte do valor dos danos que fica a cargo do tomador do seguro ou segurado. GESTÃO DE Função de que todas as empresas de seguros devem dispor para tratamento RECLAMAÇÕES das reclamações apresentadas.
  • 19. Glossário 17 Prestação devida pelo segurador para reparar um dano resultante de uma situação coberta pela apólice. A indemnização pode ser: • a reparação de um bem (por exemplo, o arranjo de um automóvel); INDEMNIZAÇÃO • a substituição de um bem por outro ou o pagamento do seu valor em dinheiro; • um valor definido no contrato (por exemplo, um valor por cada dia em que não foi possível usar o automóvel); • uma renda ou pensão. JUSTA CAUSA Razão aceitável à luz das regras legais e contratuais do caso em concreto. Possibilidade de desistir do contrato de seguro sem necessitar de invocar um LIVRE RESOLUÇÃO motivo. Modalidade extrajudicial de resolução de litígios, de carácter informal, em MEDIAÇÃO que as partes são auxiliadas por um mediador a encontrar, por si próprias, uma solução negociada para o conflito que as opõe. MEIOS ALTERNATIVOS DE RESOLUÇÃO Formas de resolver conflitos sem recorrer aos tribunais. DE LITÍGIOS Situação em que de um sinistro decorrem danos cuja gravidade impede a reparação do bem seguro ou a tornam demasiado onerosa. No seguro automóvel, considera-se que também existe perda total quando o PERDA TOTAL valor estimado para a reparação dos danos sofridos, adicionado do valor do salvado, ultrapasse 100% do valor venal do veículo com menos de dois anos ou ultrapasse 120% do valor venal do veículo com mais de dois anos. PERÍODO DE Período entre o início do contrato de seguro e uma determinada data, no CARÊNCIA qual certas coberturas não se encontram ainda a produzir efeitos. PESSOA SEGURA Pessoa cuja vida, saúde ou integridade física se segura. Prática comercial desleal que reduz claramente a liberdade de escolha do consumidor, recorrendo: PRÁTICA COMERCIAL • ao assédio (incomodar com insistência o consumidor); AGRESSIVA • à coacção (forçar a vontade do consumidor); • à influência indevida (levar, de forma inadequada, o consumidor a escolher ou a tomar uma decisão).
  • 20. 18 Colecção Guia de Seguros e Fundos de Pensões É desleal qualquer prática comercial não conforme com a diligência (competência e deveres de cuidado) exigida a um profissional e que distorça PRÁTICA COMERCIAL DESLEAL ou possa distorcer o comportamento do consumidor. Ou seja, que o faça ou possa fazer tomar uma decisão que não tomaria se não fosse utilizada tal prática. Prática comercial desleal que induz ou pode induzir o consumidor ao erro, PRÁTICA COMERCIAL ENGANOSA levando-o a tomar uma decisão de compra ou aquisição que, de outro modo, não tomaria. Valor total, incluindo taxas e impostos, que o tomador do seguro deve pagar PRÉMIO ao segurador pelo seguro. Valor do prémio comercial acrescido dos custos de emissão do contrato. PRÉMIO BRUTO Estes podem incluir o custo da apólice, de actas adicionais, de certificados de seguro e de fraccionamento do prémio. Custo das coberturas do contrato, acrescido de outros custos, nomeadamente PRÉMIO COMERCIAL de aquisição e de administração do contrato, bem como de gestão e de cobrança. Documento através do qual o tomador do seguro expressa a vontade de PROPOSTA DE SEGURO celebrar o contrato de seguro e dá a conhecer ao segurador o risco que pretende segurar. Conceito utilizado na regularização de sinistros no âmbito do seguro de responsabilidade civil automóvel, nos termos do qual o segurador que assumiu a responsabilidade pela reparação do dano deve apresentar ao terceiro lesado PROPOSTA RAZOÁVEL uma proposta de indemnização que seja equilibrada face aos danos sofridos, sob pena de pagamento de juros no dobro da taxa legal prevista na lei e ainda de se sujeitar a uma sanção pecuniária. Documento frequentemente anexo pelo segurador à proposta de seguro, QUESTIONÁRIO DE SEGURO destinado a recolher informações do tomador do seguro e/ou do segurado necessárias para o segurador avaliar o risco que se quer segurar.
  • 21. Glossário 19 Regra do contrato de seguro que se aplica em caso de subseguro, ou seja, quando um bem é segurado por um valor inferior ao seu valor real. Segundo a regra proporcional, o segurador só paga uma parte dos prejuízos REGRA PROPORCIONAL proporcional à relação entre o valor segurado e o valor comercial do bem à data do sinistro. Por exemplo, se um bem valer € 200 mas estiver segurado por € 100, o segurador só paga 50% do valor dos danos. Conjunto de acções realizadas pelo segurador com o objectivo de: • confirmar que ocorreu um sinistro; • analisar as suas causas, circunstâncias e consequências; REGULARIZAÇÃO • decidir se vai reparar os danos ou compensar os prejuízos resultantes DE SINISTRO do sinistro; • decidir qual o valor da indemnização ou prestação. Para iniciar este processo é necessária uma participação de sinistro por parte do lesado (tomador do seguro, segurado ou terceiro) ou do beneficiário. REGULAÇÃO Tem por objectivo garantir elevados padrões de conduta por parte das E SUPERVISÃO COMPORTAMENTAL entidades supervisionadas na sua relação com os consumidores. REGULAÇÃO Tem por objectivo garantir que as entidades supervisionadas possuem os E SUPERVISÃO recursos financeiros adequados às responsabilidades que assumem e que PRUDENCIAL gerem de forma prudente os riscos a que se encontrem expostos. Prolongamento automático de um contrato de seguro no final de um RENOVAÇÃO AUTOMÁTICA período fixado, na ausência de uma manifestação contrária de uma das partes contratantes. Cessação antecipada de um contrato de seguro por iniciativa de uma das RESOLUÇÃO partes, havendo justa causa. Incerteza associada a um acontecimento futuro, seja quanto à sua realização, RISCO ao momento em que ocorre e aos danos dele decorrentes. SALVADO O bem salvo do sinistro, nas situações de perda total. Pessoa ou entidade no interesse da qual é feito o contrato de seguro ou SEGURADO pessoa cuja vida, saúde ou integridade física se segura (pessoa segura).
  • 22. 20 Colecção Guia de Seguros e Fundos de Pensões SEGURADOR / Entidade legalmente autorizada a exercer a actividade seguradora e que é SEGURADORA parte no contrato de seguro. Evento ou série de eventos que resultam de uma mesma causa e que SINISTRO accionam a cobertura do risco prevista no contrato. Acréscimo ao valor do prémio do seguro devido à cobertura de um risco SOBREPRÉMIO agravado ou a uma cobertura adicional. SOBRESSEGURO Situação em que o bem é segurado por um valor superior ao seu valor real. SUBSEGURO Situação em que o bem é segurado por um valor inferior ao seu valor real. SUSPENSÃO Interrupção por um período de tempo das obrigações de um segurador DE GARANTIA quanto a uma ou mais coberturas do contrato de seguro. Conjunto de critérios e de condições de subscrição que permite o cálculo do TARIFA prémio do seguro. Vítima de um sinistro que não é parte no contrato de seguro e que tem o TERCEIRO LESADO direito a ser indemnizada nos termos do mesmo. TOMADOR Pessoa que celebra o contrato de seguro com a empresa de seguros, sendo DO SEGURO responsável pelo pagamento do prémio. VENCIMENTO DO PRÉMIO Data até à qual o prémio de seguro deve ser pago ao segurador. VIGÊNCIA Período durante o qual o contrato de seguro produz os seus efeitos.