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2. A IMPORTÂNCIA DO DISCIPULADO
Ninguém esteve mais bem preparado e ninguém se mostrou mais idôneo para discipular do
que Jesus. Discipular nada, mas é que levar o discípulo a viver como Cristo viveu, e, levá-lo
a um estado de maturidade, e adulta comunhão com Cristo e de serviço eficiente na Igreja.
Discipulado é uma relação comprometida e pessoal em que o discípulo mais maduro ajuda
outros discípulos de Jesus Cristo a si aproximarem mais dele e assim se reproduzirem.
O discipulado na igreja de hoje é de suma importância, pois através dele o discípulo será
levado a adquirir equilíbrio e ter um relacionamento pessoal com o Senhor Jesus Cristo e
consequentemente gerando outros discípulos. Pois há uma necessidade na igreja de crentes
equilibrados, visto a evidência do pouco comprometimento com o mandamento de Jesus (Mt.
5. 13 a); “vós sois o sal da terra” e em (At 2. 47 b). Muitos têm causado dissabores e criado
barreiras para que outros se cheguem a Cristo. Daí a considerar-se que um dos problemas que
mais agrava a igreja é a falta de discípulos genuínos, daí a importância do discipulado.
É necessário que o discipulado seja levado como prioridade na vida cristã, pois através dele
teremos crentes prudentes e preparados para discipular (ensinar) a outros.
Vejamos a preocupação de Paulo ao escrever para Timóteo: “Por tanto, filho meu, fortifica-te
na graça que há em Cristo Jesus. E o que ouvistes de mim na presença de muitas testemunhas
confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para ensinar os outros”. (2 Tm 2. 1, 2). Paulo
sabia a importância do discipulado (ensino) na vida dos novos crentes, pois investiu a sua vida
para que Cristo fosse formado neles, ele chega ate a dizer “sejas meus imitadores como eu sou
de Cristo”. (1Co 11. 1). O que diz Paulo durante os três anos em Éfeso? Alem de sustentar–se
e à sua equipe ele esteve pregando e ensinando publicamente de casa em casa (At 20: 20). Ele
também mostrou aos crentes todos os princípios que são essenciais para servir e evangelizar
em uma capital pagã (At 20: 35). Por isso a importância do discipulado na igreja.
De acordo com uma “pesquisa que menos de 1% dos membros de igrejas evangélicas
encontram–se trabalhando nesta obra” (W. KUHNE 1982: 11). Entretanto agora acredito
que a ausência de uma assistência ao discipulado, constitui um problema muito perigoso para
a igreja como um todo. Pois uma vez que ela não obedece ao “Ide” do Senhor na “Grande
Comissão”, tornando – se um povo despreparado e problemático.
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Por outro lado, faltam pessoas idôneas, de caráter e testemunho exemplar, que se mantenha
irrepreensível, que se disponha e se deixe gastar na obra de discipular. É preciso que pastores
e lideres tomem posição a esse respeito, pois se cada igreja tiver um departamento de
discipulado que funcione corretamente eles terão menos trabalho com crentes imaturos e de
dura servis.
E foi através do discipulado que Jesus conquistou doze discípulos para relacionar sua historia
e fundar sua igreja.
2.1. DISCIPULADO SEGUNDO JESUS
“Por que me chamai Senhor, Senhor e não fazeis o que vos mando?” (Lc 6. 46)
Não é raro ouvirmos que Jesus Cristo é o Senhor de toda a Terra e de toda a vida, e que, de
fato como cristãos, devem reconhecer a sua soberania. Porém há aqueles que compreendem o
significado da obediência, e submissão do seu senhorio, lutando em duas frentes de batalha,
ou seja, contra o mundo, que tenta empurrar o cristão para uma posição vergonhosa, de
comodismo e opressão. Contudo deve-se resistir a tudo isto, “Sujeitando-nos a Deus para que
possamos resistir (...) as astutas ciladas do diabo”. (Tg 4. 7 a; Ef 6. 11 b). Como embaixador
de Cristo devemos mostrar que toda autoridade, no céu e na terra (Mt 28. 18 b), foi atribuída a
Ele, cabendo a nós a missão de orientar o que isto significa aos homens.
Combatendo com isto o nominalismo cristão que a muitos tem causado grande equivoco por
terem a Cristo como Salvador sem, contudo, te – lo como seu Senhor, aceitando os seus
benefícios sem, contudo, assumir compromisso a seu senhorio. Correndo o risco de não
sermos conhecidos Dele apesar de alegarmos termos compromisso com Ele e proclamarmos
isto. Tal compromisso é questionador, pois ser cristão e, ao, mesmo tempo, ignorar ou
desobedecer aos seus mandamentos retratam que o mesmo não tem parte com ele. Ele mesmo
quem disse: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua
cruz e siga–me” (Lc 9. 23). Ele também, disse aos judeus da sua época: “[Eu] vos digo que,
se a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no
reino dos céus” (Mt 5. 20). Temos a perfeita convicção que precisamos criar uma nova
geração de cristãos que se submetam ao Senhorio de Cristo Jesus, Salvador, sendo muito mais
que meros crentes e sim discípulos genuínos Dele. O discipulado segundo Jesus consiste em
que aquele que diz seguir a Ele deve andar como Ele andou. “Disse Jesus aos judeus que
haviam crido nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus
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discípulos”; (Jo 8. 31). Aquele diz ter parte com Ele é preciso ser ouvinte da sua palavra
conforme (Mt 7. 24). O discipulado é um convite que se estende para todas as pessoas, pois
ser cristão não é uma questão leviana e sim um chamado para uma vida transformada pelo
poder de Deus, levando-o a perseverar diante de todos os problemas que possam surgir por
ocasião do seu caminhar com ele. O mestre convoca–os, vem e segue–me, e sede os meus
imitadores.
O Discipulado Segundo Jesus é um chamado para a morte do “eu”, uma entrega absoluta a
Deus, que sob a ótica do mundo é tido como fraqueza de Cristo em chamar as pessoas para
segui-lo parece ser exagerada. Contudo o Senhor Jesus é honesto e direto para com os seus
ouvintes, pois ele nunca dilui o seu padrão, declarando apenas “Se alguém me serve, siga-
me” (Jo 12. 26).
O Senhor Jesus espera nada menos nada mais que a obediência imediata dos seus discípulos
não aceitando desculpas (Lc 9. 62). Aquele que pretende seguir os passos de Jesus Cristo
precisa estar disposto a deixar tudo quanto impedem de chegar-se a ele. A obediência hoje em
dia é um conceito impopular, contudo no tempo de Jesus não era diferente, a exemplo disso
ocorreu um fato em que um homem quis enterrar o seu pai, antes a seguir a Cristo, porém ele
replicou: “Segui-me, e deixa aos mortos o sepultar os seus próprios mortos” (Mt 8. 22).
“A obediência à ordem de Cristo ‘segue-me’ resulta na morte de si mesmo. O
cristianismo sem a morte de si mesmo é apenas uma filosofia abstrata. É um
cristianismo sem Cristo” (Phillips 1983: 18).
Muitos cristãos erram o alvo por não fazerem distinção entre o receber a Cristo e o ser seu
discípulo. O discipulado segundo Jesus incorre no arrependimento, pois o Senhor não veio
chamar “justos, e sim pecadores, ao arrependimento” (Lc 5. 32). Como ficou evidente no
chamado dos discípulos, como é o exemplo de Mateus ou Levi, Marcos, sendo estes fatos
registrados pela mensagem de “Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus” (Mt 4.
17; Mc 1: 14).
Sendo assim, qualquer um que o segue deve dar as costas para o pecado, seguindo em direção
a justiça de Deus. E ao longo da estrada quando pecarmos é preciso que confessemos os
nossos pecados e os abandonemos, sendo novamente restaurados à comunhão. Ninguém
pense que seguir a Cristo sem renunciar ao pecado e a injustiça, é ser cristão, engana-se. E
nunca foi cristão.
O discipulado também envolve submissão, a qual é de fundamental importância no
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relacionamento entre o discípulo e o discipulador, visto que basta ao discípulo ser igual ao seu
Senhor.
O discipulado segundo Jesus também envolve compromisso, pois é impossível segui-lo
sem estar comprometido com Ele. A “Falta de compromisso significa desviar-se do
caminho ou afastar-se dele. Por outro lado, é impossível ter compromisso com Cristo
sem segui-lo, pois, a falha em segui-lo na verdade significa estar comprometido com
outros interesses ou pessoas” (Boice 2001: 24).
O discipulado também envolve perseverança, requisito esse que é indispensável, pois seguir a
Cristo é um compromisso para toda vida. “O discipulado não é somente uma porta de entrada,
mas um caminho a ser seguido até o final” (Boice 2001: 24).
Como discípulos de Cristo, devemos ganhar outros para a fé e produzir mais pessoas
semelhantes a nós. Pois o próprio Senhor nos deu o exemplo tanto de estrategista como de
estilo de vida. O Senhor Jesus Cristo ao invés de concentrar todos os seus esforços nos
setenta, que era um grupo muito grande, estabeleceu um relacionamento restrito com os doze.
Os discípulos apresentavam uma variedade de personalidades, dons e particularidades, e o
Senhor pode ensina - luz a trabalharem juntos e a superar diferenças; e o número nunca tornou
o grupo ingovernável. E este mesmo grupo pôde expandir o Evangelho do reino alcançando o
mundo inteiro para Cristo.
2.2 O DISCIPULADO E A IGREJA
“Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as
portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16. 18).
A palavra “igreja” tem dois significados fundamentais no Novo Testamento, em maior parte
das suas ocorrências significa congregação. Nesse sentido, a ênfase está no grupo de crentes
em Cristo, batizados, que se reúnem em adoração, companheirismo e serviço cristão. Outras
vezes a palavra igreja é usada para descrever todos aqueles que receberam a Cristo Jesus
como Senhor e Salvador, em seu sentido mais amplo etimologicamente falando. No contexto
da congregação local o discipulado deve-se desenvolver no estudo e na prática da fé no
Senhor Jesus Cristo. A onde ele deve encontrar os recursos para o seu crescimento até chegar
à plena estatura de varão perfeito (Ef 4. 13). Inevitavelmente hoje em dia quando se fala em
igreja imediatamente se pensa em uma instituição ou organização. Mais no contexto