1. Secretário diz que denúncia foi ‘armada’
Segundo o Ministério Público (MP), que ofereceu a denúncia ao TJ, o esquema só não se
consolidou porque os dois vereadores procurados não aceitaram a proposta e entregaram
os cheques para a promotoria. “Foi feita toda esta armada porque era adversário tentando
nos prejudicar”, defendeu-se Araújo, se referindo aos ex-vereadores Sérgio Antônio
Ramos e Marcio Fernandes Calderari, que entregaram os cheques ao MP.
O secretário informou que a eleição, na época, era chapa única. Segundo ele, a intenção
dos denunciantes era envolver o nome de Célia no escândalo para torná-la inelegível para
a eleição seguinte (2012), a qual disputaria a reeleição. “Como você ia comprar voto para
presidência se a eleição era chapa única”, questionou.
Araújo acredita que conseguirá provar ao TJ que não houve irregularidade. “Foi tudo
armado”, ressaltou. “Já fizemos a defesa e o nosso próprio advogado tem nos falado que
podemos ficar tranquilos”, frisou. Sobre a entrega dos cheques a Sérgio, o secretário
informou que não era pagamento de voto. “Isso só na cabeça dele”, argumentou,
reforçando que os cheques repassados ao ex-vereador era o pagamento de contrato de
compra e venda de sacos de cimento, areia e pedra, que originou uma dívida de R$10 mil.
O secretário lamentou que desde que Célia entrou para a política vem sofrendo
perseguições no município. “Ela surgiu do nada, ganhou a eleição quebrou um tabu de
vinte anos, se reelegeu e vem sendo perseguida por isso”, criticou o secretário,
acrescentando que está aberto a esclarecer o caso à justiça. “Estou tranquilo e com a
consciência limpa”, falou.
A denúncia foi entregue ao MP em 2010. Os réus foram enquadrados no crime de
corrupção ativa. Segundo a promotoria, eles teriam oferecido a quantia de R$10 mil para
cada vereador; R$5mil em espécie e mais R$5 mil em cheque. Segundo consta no
processo, os acusados teriam procurado os vereadores para o esquema em novembro de
2010, a eleição aconteceu em dezembro. O contato com eles para a negociação teria
ocorrido no próprio gabinete de Célia. Conforme a promotoria, os cheques emitidos tinham
como titular da conta, a loja de confecções do cunhado de Mozart, que repassou as folhas
ao vereador Sérgio, mesmo não havendo nenhuma dívida ou negócio comercial firmado
com o mesmo.