O documento discute o papel do psicólogo do esporte no apoio aos atletas e equipes esportivas. Aborda tópicos como a comunicação efetiva, liderança situacional e motivação, que são fundamentais para o desempenho esportivo. Também destaca a importância da relação entre treinador e atleta e como ela muda ao longo das diferentes fases da carreira desportiva.
2. “A PE tem como foco de investigação e
intervenção duas vertentes na inter-relação do
indivíduo com a atividade esportiva: uma
relacionada às características, traços, processos,
estados e qualidades psicológicas (ansiedade,
estresse, motivação...) e outra relacionada à
prática esportiva no que diz respeito às
características da modalidade, seu modo de
ensino e treinamento, evidenciando suas
demandas e exigências psicológicas, o que por
sua vez, explicita a interdependência da
preparação psicológica e do treinamento
esportivo”. (Markunas, 2003)
15. Auxílio na construção da
personalidade
Conhecimento da história de vida e esportiva
Obtenção do sucesso
Auto-estima Especialização
precoceTransformação de um grupo para uma
equipe
Planejamento de metas e objetivos individuais e
coletivos
Atividades dinâmicas, atrativas e
variadas
Composição e funcionamento da comissão
técnica
Dispensa x admissão de
atletas
Nível de competitividade da
equipe
Converter as atividades em desafios, nunca em
ameaças Observar individualmente os
atletasSer capaz de corrigir as metas
estabelecidas Analisar o próprio estado emocional para não transmitir
ansiedade
16. “O esporte por si só não é bom nem ruim, dependerá
basicamente da forma com que é utilizado e dos
processos didáticos e pedagógicos empregados em seu
ensino”. (Benno Becker, 2000)
17. 25% abandonaram o esporte por falta de elogio. Em que momentos
elogiar? Quem necessita de elogios? Como elogiar?
20% pela falta de instrução aos erros e falhas cometidas. Estimular!
20% pela falta de informação sobre os progressos obtidos.
Feedback
25% se sentem esquecidos. Processo seletivo x exclusão.
Smith, Smoll & Curtis in Becker Jr, 2000
18. Treinadores revelam-se figuras determinantes no
desenvolvimento esportivo e pessoal dos atletas e
na sua adaptação à vida, desempenhando papéis
diferenciados em cada uma das fases da carreira.
A evolução técnica, física e psicológica modifica a
relação do atleta com o esporte e condiciona o
funcionamento da díade treinador-atleta, sendo
necessário ao técnico perceber tais alterações e se
adaptar ao padrão relacional.
Damásio & Serpa, 2001)
19. 1ª fase: iniciação – prática lúdica, aprendizagens básicas baseadas
na motivação. Treinador como modelo significativo com impacto
motivacional.
2ª fase: desenvolvimento - compromisso com o processo de treino
rigoroso e exigente, voltado para o aspecto técnico. Relação do
treinador-atleta sofre alterações, tendendo a ser amigável e
caracterizada pela empatia. Orientador e disciplinador.
3ª fase: especialização – envolvimento no treino e competição
torna-se um componente essencial do cotidiano, assumindo um
significado prioritário em sua vida. Relação treinador-atleta registra
conflitos.
4ª fase: reforma desportiva – período de estabilização e retrocesso
do rendimento que conduz ao abandono e à transição para outro
estilo de vida e a um novo envolvimento profissional. Relação ganha
serenidade e equilíbrio na contribuição que cada um dá à gestão da
interação desportiva. Isso se dá à experiência e maturidade dos
atletas que os coloca numa crescente de igualdade na relação.
20.
21. O domínio do treinador (relação de poder) prevalece no início
com valores perto dos 80%, diminuindo progressivamente
para 62%, 24% e 18% nas fases seguintes.
A dinâmica relacional na díade treinador-atleta evolui de uma
orientação afetiva para uma orientação dirigida para a tarefa.
O poder que antes se concentrava no treinador tende a uma
igualdade.
A frequência de conflitos é baixa na evolução da carreira.
22. 1-Comunicação
Pilar do rendimento esportivo.
Competência social do treinador.
Objetiva melhorar as relações e não somente
passar conhecimento aos atletas.
Cada atleta e equipe desportiva é diferente
dos demais tornar consciente que cada
atleta tem uma capacidade diferente para
entender as mensagens. INDIVIDUALIDADE
23. Linguagem verbal
◦ Falar claramente- levar informação, gerar desejos de
aperfeiçoamento, ter feedback do atleta, possibilitar
suas exposições.
◦ Escolher palavras certas- eu x nós.
◦ Dar reforços positivos – influencia na conduta do atleta,
aumentando a probabilidade de comportamentos
gratificados. Podem ser verbais ou não verbais. Eficazes
após a ação.
◦ “Seu burro, quantas vezes eu disse para cruzar a bola!”
◦ “Você está em evolução, é dedicado, mas se eu pudesse
dizer alguma coisa para aumentar sua capacidade...diria
que...”
◦ Assertividade – fazer afirmações positivas
24. Linguagem não-verbal
◦ Como se fala: tipo de olhar, tom de
voz, ritmo, respiração, alternância na fala). GRITO!!!
“Cuidado com aquele atacante que é muito
perigoso, bate bem com os dois pés...também cabeceia
bem!”
Que mensagem está no conteúdo não-verbal???
(medo, insegurança, valorização do
adversário, desvalorização dele pelo treinador)
o Linguagem corporal: gestos e expressões faciais podem
transmitir confiança ou insegurança.
o Escuta ativa – habilidade de ouvir e entender os
sentimentos envolvidos na fala. “Atleta não tem que
falar, tem que jogar”.
“Se ele não me ouve, por que vou ouví-lo?”
26. 2-Liderança
“Processo de influência positiva que o
líder exerce sobre o seu
grupo, visando à realização de
objetivos”. (Shaw, 1981)
27. Líder efetivo
AÇÕES EXEMPLOS
Estabelecer objetivos e metas
concretas
Avaliar a capacidade da equipe e
definir metas específicas
Construir ambiente social e
psicológico favorável
Proporcionar clima participativo
Instruir valores Estabelecer junto ao grupo normas
de conduta. Ser espelho de
comportamento
Motivar os atletas para o alcance
das metas
Criar metas intermediárias que
direcionem o alcance dos objetivos
Comunicar-se com os atletas Estabelecer canal acessível
28. Características do líder autocrático e democrático (Samulski, 1985)
Autocrático Democrático
Orientado à tarefa Orientado à pessoa
Toma as decisões sem
participação do grupo
Incorpora os atletas nas decisões,
distribui responsabilidades
Dominância verbal e
distanciamento emocional
Intensifica os processos interativos
Planeja, decide e controla todas as
ações
Incentiva iniciativas, estimula o
grupo colocando os problemas em
discussão
29. Líder orientado à tarefa
Vantagens Desvantagens
Energia dirigida para a tarefa Pode aumentar os níveis de
ansiedade
Pouco tempo em comunicações
interpessoais
Sacrifica a segurança pessoal dos
atletas pela realização de objetivos
Designa rapidamente tarefas em
atividades estruturadas
Menos eficaz em situações de
tensão, nas quais o grupo pode
querer interagir
Líder orientada à pessoa
Vantagens Desvantagens
Reduz a ansiedade em tarefas mal
sucedidas
Falta de preocupação com a
execução bem sucedida da tarefa
Lida melhor com pessoas
inseguras
Menos eficiente em situações
estressantes
30. “...cada um dos tipos de líderes é bem
sucedido em certas situações, ou
seja, ninguém está apto a mostrar que um
tipo de líder é sempre superior ou inferior.”
(Fiedler, 1969)
“...o líder eficaz deveria ter a capacidade de
modificar seu estilo de liderança com base
na observação das características do grupo
e da situação.”(Hersey & Blanchard, 1996)
31. Liderança situacional
Qualidades essenciais Exemplos
Capacidade de diagnóstico Analisar os comportamentos dos
atletas e do grupo
Espírito de observação Perceber detalhes do ambiente
de treinamento e jogos
Sensibilidade Sentir as variações do
comportamento do atleta nas
mais variadas situações
Adaptar o estilo de liderança em
função do meio
Verificar as características da
situação
Flexibilidade e habilidade para
variar o comportamento
Mudar o comportamento de
acordo com o grupo e situação
32. 3-Motivação
“O treinador é a peça chave na motivação do jovem e
no sucesso esportivo do mesmo”. (Becker Jr., 2000)
Esporte é um instrumento suscetível a desenvolver
os traços de personalidade positivos, tais como: a
consciência de si mesmo (noção de
autoavaliação), a capacidade de superar obstáculos
e adaptação aos mesmos, a percepção dos
outros, as relações humanas e a autonomia.
(Bortoli, 1995)
Autoestima: aprovação ou não de si mesmo
Autoconfiança
33.
34. O treinador representa para o atleta uma referência
determinante de suas emoções, cognições e
comportamentos. O praticante procura nele a segurança que
carece num contexto caracterizado pela instabilidade e
incerteza. Todavia, a história pessoal do treinador, leva-o a
viver as profundas emoções decorrentes do significado
psicológico da situação desportiva.
A conduta do técnico tem impacto diferente de acordo com
as características, necessidades e limitações dos praticantes,
o que dá razão à importância de conhecer cada atleta para
que se adeque à intervenção.
O treinador é sempre um modificador de comportamentos,
do que decorrem consequências positivas ou negativas para o
desportista.
35. Na díade treinador-atleta, cada um deles encontra
no outro um complemento fundamental dos
recursos de que necessita para realizar objetivos
de significado pessoal.
36. “Um atleta sub 13 chega chorando dizendo que não quer ser
lateral porque não faz gol”.
“Um atleta sub 15 tem o jogo narrado pelo treinador durante
os 40 minutos. O técnico alega prejuízo na tomada de
decisão”.
“Um atleta sub 17 que foi aproveitado no time principal como
titular em seu 2º ano tem queda de rendimento e nem banco
pega. O atleta, por sua vez, treina menos dedicado”.
“Um atleta sub 20 integra a equipe de juniores, mas
cotidianamente treina com o profissional e desce apenas para
jogar”.
37.
38. “Para ser chefe, é também necessário ser
responsável”. Saint Exupéry