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Michelle Melhem
Especialista em Psicologia do Esporte
 “A PE tem como foco de investigação e
intervenção duas vertentes na inter-relação do
indivíduo com a atividade esportiva: uma
relacionada às características, traços, processos,
estados e qualidades psicológicas (ansiedade,
estresse, motivação...) e outra relacionada à
prática esportiva no que diz respeito às
características da modalidade, seu modo de
ensino e treinamento, evidenciando suas
demandas e exigências psicológicas, o que por
sua vez, explicita a interdependência da
preparação psicológica e do treinamento
esportivo”. (Markunas, 2003)
Atletas/Família
Comissão Técnica
Diretoria/
Coordenação
Ψ
Auxílio na construção da
personalidade
Conhecimento da história de vida e esportiva
Obtenção do sucesso
Auto-estima Especialização
precoceTransformação de um grupo para uma
equipe
Planejamento de metas e objetivos individuais e
coletivos
Atividades dinâmicas, atrativas e
variadas
Composição e funcionamento da comissão
técnica
Dispensa x admissão de
atletas
Nível de competitividade da
equipe
Converter as atividades em desafios, nunca em
ameaças Observar individualmente os
atletasSer capaz de corrigir as metas
estabelecidas Analisar o próprio estado emocional para não transmitir
ansiedade
“O esporte por si só não é bom nem ruim, dependerá
basicamente da forma com que é utilizado e dos
processos didáticos e pedagógicos empregados em seu
ensino”. (Benno Becker, 2000)
25% abandonaram o esporte por falta de elogio. Em que momentos
elogiar? Quem necessita de elogios? Como elogiar?
20% pela falta de instrução aos erros e falhas cometidas. Estimular!
20% pela falta de informação sobre os progressos obtidos.
Feedback
25% se sentem esquecidos. Processo seletivo x exclusão.
Smith, Smoll & Curtis in Becker Jr, 2000
 Treinadores revelam-se figuras determinantes no
desenvolvimento esportivo e pessoal dos atletas e
na sua adaptação à vida, desempenhando papéis
diferenciados em cada uma das fases da carreira.
 A evolução técnica, física e psicológica modifica a
relação do atleta com o esporte e condiciona o
funcionamento da díade treinador-atleta, sendo
necessário ao técnico perceber tais alterações e se
adaptar ao padrão relacional.
Damásio & Serpa, 2001)
 1ª fase: iniciação – prática lúdica, aprendizagens básicas baseadas
na motivação. Treinador como modelo significativo com impacto
motivacional.
 2ª fase: desenvolvimento - compromisso com o processo de treino
rigoroso e exigente, voltado para o aspecto técnico. Relação do
treinador-atleta sofre alterações, tendendo a ser amigável e
caracterizada pela empatia. Orientador e disciplinador.
 3ª fase: especialização – envolvimento no treino e competição
torna-se um componente essencial do cotidiano, assumindo um
significado prioritário em sua vida. Relação treinador-atleta registra
conflitos.
 4ª fase: reforma desportiva – período de estabilização e retrocesso
do rendimento que conduz ao abandono e à transição para outro
estilo de vida e a um novo envolvimento profissional. Relação ganha
serenidade e equilíbrio na contribuição que cada um dá à gestão da
interação desportiva. Isso se dá à experiência e maturidade dos
atletas que os coloca numa crescente de igualdade na relação.
 O domínio do treinador (relação de poder) prevalece no início
com valores perto dos 80%, diminuindo progressivamente
para 62%, 24% e 18% nas fases seguintes.
 A dinâmica relacional na díade treinador-atleta evolui de uma
orientação afetiva para uma orientação dirigida para a tarefa.
 O poder que antes se concentrava no treinador tende a uma
igualdade.
 A frequência de conflitos é baixa na evolução da carreira.
 1-Comunicação
 Pilar do rendimento esportivo.
 Competência social do treinador.
 Objetiva melhorar as relações e não somente
passar conhecimento aos atletas.
 Cada atleta e equipe desportiva é diferente
dos demais tornar consciente que cada
atleta tem uma capacidade diferente para
entender as mensagens. INDIVIDUALIDADE
 Linguagem verbal
◦ Falar claramente- levar informação, gerar desejos de
aperfeiçoamento, ter feedback do atleta, possibilitar
suas exposições.
◦ Escolher palavras certas- eu x nós.
◦ Dar reforços positivos – influencia na conduta do atleta,
aumentando a probabilidade de comportamentos
gratificados. Podem ser verbais ou não verbais. Eficazes
após a ação.
◦ “Seu burro, quantas vezes eu disse para cruzar a bola!”
◦ “Você está em evolução, é dedicado, mas se eu pudesse
dizer alguma coisa para aumentar sua capacidade...diria
que...”
◦ Assertividade – fazer afirmações positivas
 Linguagem não-verbal
◦ Como se fala: tipo de olhar, tom de
voz, ritmo, respiração, alternância na fala). GRITO!!!
“Cuidado com aquele atacante que é muito
perigoso, bate bem com os dois pés...também cabeceia
bem!”
Que mensagem está no conteúdo não-verbal???
(medo, insegurança, valorização do
adversário, desvalorização dele pelo treinador)
o Linguagem corporal: gestos e expressões faciais podem
transmitir confiança ou insegurança.
o Escuta ativa – habilidade de ouvir e entender os
sentimentos envolvidos na fala. “Atleta não tem que
falar, tem que jogar”.
“Se ele não me ouve, por que vou ouví-lo?”
FEEDBACK
 2-Liderança
“Processo de influência positiva que o
líder exerce sobre o seu
grupo, visando à realização de
objetivos”. (Shaw, 1981)
 Líder efetivo
AÇÕES EXEMPLOS
Estabelecer objetivos e metas
concretas
Avaliar a capacidade da equipe e
definir metas específicas
Construir ambiente social e
psicológico favorável
Proporcionar clima participativo
Instruir valores Estabelecer junto ao grupo normas
de conduta. Ser espelho de
comportamento
Motivar os atletas para o alcance
das metas
Criar metas intermediárias que
direcionem o alcance dos objetivos
Comunicar-se com os atletas Estabelecer canal acessível
Características do líder autocrático e democrático (Samulski, 1985)
Autocrático Democrático
Orientado à tarefa Orientado à pessoa
Toma as decisões sem
participação do grupo
Incorpora os atletas nas decisões,
distribui responsabilidades
Dominância verbal e
distanciamento emocional
Intensifica os processos interativos
Planeja, decide e controla todas as
ações
Incentiva iniciativas, estimula o
grupo colocando os problemas em
discussão
Líder orientado à tarefa
Vantagens Desvantagens
Energia dirigida para a tarefa Pode aumentar os níveis de
ansiedade
Pouco tempo em comunicações
interpessoais
Sacrifica a segurança pessoal dos
atletas pela realização de objetivos
Designa rapidamente tarefas em
atividades estruturadas
Menos eficaz em situações de
tensão, nas quais o grupo pode
querer interagir
Líder orientada à pessoa
Vantagens Desvantagens
Reduz a ansiedade em tarefas mal
sucedidas
Falta de preocupação com a
execução bem sucedida da tarefa
Lida melhor com pessoas
inseguras
Menos eficiente em situações
estressantes
 “...cada um dos tipos de líderes é bem
sucedido em certas situações, ou
seja, ninguém está apto a mostrar que um
tipo de líder é sempre superior ou inferior.”
(Fiedler, 1969)
 “...o líder eficaz deveria ter a capacidade de
modificar seu estilo de liderança com base
na observação das características do grupo
e da situação.”(Hersey & Blanchard, 1996)
Liderança situacional
Qualidades essenciais Exemplos
Capacidade de diagnóstico Analisar os comportamentos dos
atletas e do grupo
Espírito de observação Perceber detalhes do ambiente
de treinamento e jogos
Sensibilidade Sentir as variações do
comportamento do atleta nas
mais variadas situações
Adaptar o estilo de liderança em
função do meio
Verificar as características da
situação
Flexibilidade e habilidade para
variar o comportamento
Mudar o comportamento de
acordo com o grupo e situação
 3-Motivação
“O treinador é a peça chave na motivação do jovem e
no sucesso esportivo do mesmo”. (Becker Jr., 2000)
 Esporte é um instrumento suscetível a desenvolver
os traços de personalidade positivos, tais como: a
consciência de si mesmo (noção de
autoavaliação), a capacidade de superar obstáculos
e adaptação aos mesmos, a percepção dos
outros, as relações humanas e a autonomia.
(Bortoli, 1995)
 Autoestima: aprovação ou não de si mesmo
 Autoconfiança
 O treinador representa para o atleta uma referência
determinante de suas emoções, cognições e
comportamentos. O praticante procura nele a segurança que
carece num contexto caracterizado pela instabilidade e
incerteza. Todavia, a história pessoal do treinador, leva-o a
viver as profundas emoções decorrentes do significado
psicológico da situação desportiva.
 A conduta do técnico tem impacto diferente de acordo com
as características, necessidades e limitações dos praticantes,
o que dá razão à importância de conhecer cada atleta para
que se adeque à intervenção.
 O treinador é sempre um modificador de comportamentos,
do que decorrem consequências positivas ou negativas para o
desportista.
 Na díade treinador-atleta, cada um deles encontra
no outro um complemento fundamental dos
recursos de que necessita para realizar objetivos
de significado pessoal.
 “Um atleta sub 13 chega chorando dizendo que não quer ser
lateral porque não faz gol”.
 “Um atleta sub 15 tem o jogo narrado pelo treinador durante
os 40 minutos. O técnico alega prejuízo na tomada de
decisão”.
 “Um atleta sub 17 que foi aproveitado no time principal como
titular em seu 2º ano tem queda de rendimento e nem banco
pega. O atleta, por sua vez, treina menos dedicado”.
 “Um atleta sub 20 integra a equipe de juniores, mas
cotidianamente treina com o profissional e desce apenas para
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“Para ser chefe, é também necessário ser
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Psicologia do Esporte para Atletas

  • 1. Michelle Melhem Especialista em Psicologia do Esporte
  • 2.  “A PE tem como foco de investigação e intervenção duas vertentes na inter-relação do indivíduo com a atividade esportiva: uma relacionada às características, traços, processos, estados e qualidades psicológicas (ansiedade, estresse, motivação...) e outra relacionada à prática esportiva no que diz respeito às características da modalidade, seu modo de ensino e treinamento, evidenciando suas demandas e exigências psicológicas, o que por sua vez, explicita a interdependência da preparação psicológica e do treinamento esportivo”. (Markunas, 2003)
  • 3.
  • 4.
  • 5.
  • 6.
  • 7.
  • 8.
  • 9.
  • 10.
  • 11.
  • 12.
  • 14.
  • 15. Auxílio na construção da personalidade Conhecimento da história de vida e esportiva Obtenção do sucesso Auto-estima Especialização precoceTransformação de um grupo para uma equipe Planejamento de metas e objetivos individuais e coletivos Atividades dinâmicas, atrativas e variadas Composição e funcionamento da comissão técnica Dispensa x admissão de atletas Nível de competitividade da equipe Converter as atividades em desafios, nunca em ameaças Observar individualmente os atletasSer capaz de corrigir as metas estabelecidas Analisar o próprio estado emocional para não transmitir ansiedade
  • 16. “O esporte por si só não é bom nem ruim, dependerá basicamente da forma com que é utilizado e dos processos didáticos e pedagógicos empregados em seu ensino”. (Benno Becker, 2000)
  • 17. 25% abandonaram o esporte por falta de elogio. Em que momentos elogiar? Quem necessita de elogios? Como elogiar? 20% pela falta de instrução aos erros e falhas cometidas. Estimular! 20% pela falta de informação sobre os progressos obtidos. Feedback 25% se sentem esquecidos. Processo seletivo x exclusão. Smith, Smoll & Curtis in Becker Jr, 2000
  • 18.  Treinadores revelam-se figuras determinantes no desenvolvimento esportivo e pessoal dos atletas e na sua adaptação à vida, desempenhando papéis diferenciados em cada uma das fases da carreira.  A evolução técnica, física e psicológica modifica a relação do atleta com o esporte e condiciona o funcionamento da díade treinador-atleta, sendo necessário ao técnico perceber tais alterações e se adaptar ao padrão relacional. Damásio & Serpa, 2001)
  • 19.  1ª fase: iniciação – prática lúdica, aprendizagens básicas baseadas na motivação. Treinador como modelo significativo com impacto motivacional.  2ª fase: desenvolvimento - compromisso com o processo de treino rigoroso e exigente, voltado para o aspecto técnico. Relação do treinador-atleta sofre alterações, tendendo a ser amigável e caracterizada pela empatia. Orientador e disciplinador.  3ª fase: especialização – envolvimento no treino e competição torna-se um componente essencial do cotidiano, assumindo um significado prioritário em sua vida. Relação treinador-atleta registra conflitos.  4ª fase: reforma desportiva – período de estabilização e retrocesso do rendimento que conduz ao abandono e à transição para outro estilo de vida e a um novo envolvimento profissional. Relação ganha serenidade e equilíbrio na contribuição que cada um dá à gestão da interação desportiva. Isso se dá à experiência e maturidade dos atletas que os coloca numa crescente de igualdade na relação.
  • 20.
  • 21.  O domínio do treinador (relação de poder) prevalece no início com valores perto dos 80%, diminuindo progressivamente para 62%, 24% e 18% nas fases seguintes.  A dinâmica relacional na díade treinador-atleta evolui de uma orientação afetiva para uma orientação dirigida para a tarefa.  O poder que antes se concentrava no treinador tende a uma igualdade.  A frequência de conflitos é baixa na evolução da carreira.
  • 22.  1-Comunicação  Pilar do rendimento esportivo.  Competência social do treinador.  Objetiva melhorar as relações e não somente passar conhecimento aos atletas.  Cada atleta e equipe desportiva é diferente dos demais tornar consciente que cada atleta tem uma capacidade diferente para entender as mensagens. INDIVIDUALIDADE
  • 23.  Linguagem verbal ◦ Falar claramente- levar informação, gerar desejos de aperfeiçoamento, ter feedback do atleta, possibilitar suas exposições. ◦ Escolher palavras certas- eu x nós. ◦ Dar reforços positivos – influencia na conduta do atleta, aumentando a probabilidade de comportamentos gratificados. Podem ser verbais ou não verbais. Eficazes após a ação. ◦ “Seu burro, quantas vezes eu disse para cruzar a bola!” ◦ “Você está em evolução, é dedicado, mas se eu pudesse dizer alguma coisa para aumentar sua capacidade...diria que...” ◦ Assertividade – fazer afirmações positivas
  • 24.  Linguagem não-verbal ◦ Como se fala: tipo de olhar, tom de voz, ritmo, respiração, alternância na fala). GRITO!!! “Cuidado com aquele atacante que é muito perigoso, bate bem com os dois pés...também cabeceia bem!” Que mensagem está no conteúdo não-verbal??? (medo, insegurança, valorização do adversário, desvalorização dele pelo treinador) o Linguagem corporal: gestos e expressões faciais podem transmitir confiança ou insegurança. o Escuta ativa – habilidade de ouvir e entender os sentimentos envolvidos na fala. “Atleta não tem que falar, tem que jogar”. “Se ele não me ouve, por que vou ouví-lo?”
  • 26.  2-Liderança “Processo de influência positiva que o líder exerce sobre o seu grupo, visando à realização de objetivos”. (Shaw, 1981)
  • 27.  Líder efetivo AÇÕES EXEMPLOS Estabelecer objetivos e metas concretas Avaliar a capacidade da equipe e definir metas específicas Construir ambiente social e psicológico favorável Proporcionar clima participativo Instruir valores Estabelecer junto ao grupo normas de conduta. Ser espelho de comportamento Motivar os atletas para o alcance das metas Criar metas intermediárias que direcionem o alcance dos objetivos Comunicar-se com os atletas Estabelecer canal acessível
  • 28. Características do líder autocrático e democrático (Samulski, 1985) Autocrático Democrático Orientado à tarefa Orientado à pessoa Toma as decisões sem participação do grupo Incorpora os atletas nas decisões, distribui responsabilidades Dominância verbal e distanciamento emocional Intensifica os processos interativos Planeja, decide e controla todas as ações Incentiva iniciativas, estimula o grupo colocando os problemas em discussão
  • 29. Líder orientado à tarefa Vantagens Desvantagens Energia dirigida para a tarefa Pode aumentar os níveis de ansiedade Pouco tempo em comunicações interpessoais Sacrifica a segurança pessoal dos atletas pela realização de objetivos Designa rapidamente tarefas em atividades estruturadas Menos eficaz em situações de tensão, nas quais o grupo pode querer interagir Líder orientada à pessoa Vantagens Desvantagens Reduz a ansiedade em tarefas mal sucedidas Falta de preocupação com a execução bem sucedida da tarefa Lida melhor com pessoas inseguras Menos eficiente em situações estressantes
  • 30.  “...cada um dos tipos de líderes é bem sucedido em certas situações, ou seja, ninguém está apto a mostrar que um tipo de líder é sempre superior ou inferior.” (Fiedler, 1969)  “...o líder eficaz deveria ter a capacidade de modificar seu estilo de liderança com base na observação das características do grupo e da situação.”(Hersey & Blanchard, 1996)
  • 31. Liderança situacional Qualidades essenciais Exemplos Capacidade de diagnóstico Analisar os comportamentos dos atletas e do grupo Espírito de observação Perceber detalhes do ambiente de treinamento e jogos Sensibilidade Sentir as variações do comportamento do atleta nas mais variadas situações Adaptar o estilo de liderança em função do meio Verificar as características da situação Flexibilidade e habilidade para variar o comportamento Mudar o comportamento de acordo com o grupo e situação
  • 32.  3-Motivação “O treinador é a peça chave na motivação do jovem e no sucesso esportivo do mesmo”. (Becker Jr., 2000)  Esporte é um instrumento suscetível a desenvolver os traços de personalidade positivos, tais como: a consciência de si mesmo (noção de autoavaliação), a capacidade de superar obstáculos e adaptação aos mesmos, a percepção dos outros, as relações humanas e a autonomia. (Bortoli, 1995)  Autoestima: aprovação ou não de si mesmo  Autoconfiança
  • 33.
  • 34.  O treinador representa para o atleta uma referência determinante de suas emoções, cognições e comportamentos. O praticante procura nele a segurança que carece num contexto caracterizado pela instabilidade e incerteza. Todavia, a história pessoal do treinador, leva-o a viver as profundas emoções decorrentes do significado psicológico da situação desportiva.  A conduta do técnico tem impacto diferente de acordo com as características, necessidades e limitações dos praticantes, o que dá razão à importância de conhecer cada atleta para que se adeque à intervenção.  O treinador é sempre um modificador de comportamentos, do que decorrem consequências positivas ou negativas para o desportista.
  • 35.  Na díade treinador-atleta, cada um deles encontra no outro um complemento fundamental dos recursos de que necessita para realizar objetivos de significado pessoal.
  • 36.  “Um atleta sub 13 chega chorando dizendo que não quer ser lateral porque não faz gol”.  “Um atleta sub 15 tem o jogo narrado pelo treinador durante os 40 minutos. O técnico alega prejuízo na tomada de decisão”.  “Um atleta sub 17 que foi aproveitado no time principal como titular em seu 2º ano tem queda de rendimento e nem banco pega. O atleta, por sua vez, treina menos dedicado”.  “Um atleta sub 20 integra a equipe de juniores, mas cotidianamente treina com o profissional e desce apenas para jogar”.
  • 37.
  • 38. “Para ser chefe, é também necessário ser responsável”. Saint Exupéry