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AULA B – CONCEPÇÃO ESTRUTURAL


INTRODUÇÃO


                                                                                         [2][3]
O projeto estrutural de edifícios de concreto armado compõe-se das seguintes etapas            :


                                            • CONCEPÇÃO
                                            • ANÁLISE
                                            • SÍNTESE
                                            • OTIMIZAÇÃO

As etapas apresentadas são inter-relacionadas e consecutivas. A cada ciclo de projeto, composto
pelas etapas anteriormente indicadas, o projeto estrutural sofrerá revisões e alterações conceituais de
modo a reduzir os custos sem comprometer o desempenho estrutural.


CONCEPÇÃO ESTRUTURAL



A concepção estrutural consiste no estabelecimento de um arranjo adequado dos elementos
estruturais básicos de modo a atender, simultaneamente, as restrições impostas pelos projetos
arquitetônico e de instalações prediais.

Os elementos estruturais dos edifícios de concreto armado são agrupados em:

        •eBásicos: lajes, vigas e pilares;
        •eFundação: sapatas, blocos, tubulões;
        •eComplementares: escadas, muros de arrimo, caixas d’água.

A Figura B.1 apresenta, esquematicamente, o pórtico tridimensional correspondente à estrutura de
um edifício de concreto armado. Pode-se identificar os elementos estruturais básicos (lajes, vigas e
pilares) e de fundação (sapatas isoladas).




                    Figura B.1 Elementos estruturais de um edifício de concreto armado
___________________________________________________________________________________________________

           ESTRUTURAS DE CONCRETO I                                         PROJETO DE LAJES
                                                                                                   B-1/14
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A concepção estrutural deve obedecer, de maneira geral, as seguintes diretrizes:




       •eAlocar as vigas sob as paredes;

       •eAs vigas e os pilares devem ser embutidos nas alvenarias, conforme condi-
       ções estéticas e funcionais impostas pelo projeto arquitetônico.




As normas brasileiras relacionadas diretamente ao projeto de estruturas de concreto armado são:

•eNBR-6118 (1978) Projeto e execução de obras de concreto armado que prescreve as diretrizes
                                                                                                   [1]
gerais a serem obedecidas no projeto, na execução e no controle de obras de concreto armado .
O projeto de revisão da norma, a ser aprovado pela ABNT em 2002 (ainda em discussão no meio
técnico), incorpora também a NBR-7197/89 (concreto protendido) e apresenta novos tópicos, como:
durabilidade, garantia da qualidade, análises estruturais lineares e não-lineares (elementos finitos),
detalhamento de regiões de descontinuidade e de elementos especiais.

•eNBR-6120 (1978) Cargas para o cálculo de estruturas de edificações que fixa os valores das
cargas que devem ser consideradas no projeto estrutural;

•eNBR-6122 (1996) Projeto e execução de fundações que controla as diretrizes gerais de um projeto
de fundações;

•eNBR-6123 (1987) Forças devidas ao vento em edificações que estabelece considerações para a
avaliação das forças estáticas devidas à ação do vento;

•eNBR-7191 Execução de desenhos para obras de concreto simples ou armado que padroniza a
elaboração de desenhos para a apresentação de elementos estruturais (planta de fôrmas) e
disposição de armaduras.

•eNBR-7480 (1996) Barras e fios de aço destinados a armaduras para concreto armado que
especifica as dimensões nominais a serem atendidas pelos fabricantes.

•eNBR-8681 (1984) Ações e segurança nas estruturas que controla o procedimento de combinações
de ações de forma probabilística.

A seguir, transcrevem-se os itens do Projeto de Revisão da NBR-6118/2000 que regulamentam as
espessuras mínimas das lajes maciças e dos cobrimentos das armaduras.




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          ESTRUTURAS DE CONCRETO I                                       PROJETO DE LAJES
                                                                                            B-2/14
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PROJETO DE REVISÃO NBR-6118/2000
            13. Limites para dimensões, deslocamentos e abertura de fissuras


   13.1.4 Lajes
   13.1.4.1 Lajes maciças
   Nas lajes maciças devem ser respeitados os seguintes limites mínimos
   para a espessura:
   a)   5 cm para lajes de cobertura não em balanço;
   b)   7 cm para lajes de piso ou de cobertura em balanço;
   c)   10 cm para lajes que suportem veículos de peso total menor 30 kN;
   d)   12 cm para lajes que suportem veículos de peso total maior 30 kN;
   e)   15 cm para lajes com protensão.

   13.1.4.2 Lajes nervuradas
   A espessura da mesa, quando não houver tubulações horizontais embuti-
   das, deve ser maior ou igual a 1/15 da distância entre nervuras, e
   não menor que 3 cm.
   O valor mínimo absoluto deve ser 4 cm quando existirem tubulações
   embutidas de diâmetro máximo 12,5 mm.
   A espessura das nervuras não deve ser inferior a 5 cm.

   13.1.5 Furos e aberturas
   Dispensam-se as verificações de resistência e deformação em lajes de
   concreto armado no caso descrito a seguir.

   13.1.5.2 Aberturas que atravessam a laje na direção de sua espessura

   As lajes não podem ser lisas ou cogumelo, devem ser armadas em duas
   direções e verificadas, simultaneamente, as seguintes condições:
        a) as dimensões da abertura têm como máximo 1/10 do vão menor;
        b) distância entre a face de uma abertura e uma borda livre da
           laje de no mínimo 1/4 do vão, na direção considerada;
        c) distância entre           faces   de   aberturas     adjacentes      maior       que   a
           metade do vão.




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          ESTRUTURAS DE CONCRETO I                                       PROJETO DE LAJES
                                                                                             B-3/14
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PROJETO DE REVISÃO NBR-6118/2000
                           10. Critérios de projeto visando a durabilidade


   10.4.5 A durabilidade de estruturas de concreto armado e protendido é
   altamente dependente qualidade e da espessura do concreto de cobri-
   mento das armaduras.

   Para garantir o cobrimento mínimo (cmin) o projeto e a execução devem
   considerar o cobrimento nominal (cnom), que é o cobrimento mínimo
   acrescido da tolerância de execução (∆c). Assim, as dimensões das
   armaduras e os espaçadores devem respeitar o cobrimento nominal.
   Quando houver um adequado controle de qualidade e rígidos limites de
   tolerância da variabilidade das medidas durante a execução, pode ser
   adotado um valor ∆c = 5 mm. Em caso contrário, nas obras correntes, seu
                                  .   .   .




   valor deve ser de no mínimo ∆c = 10 mm, o que determina os cobrimentos
                                                        .   .    .




   nominais indicados na tabela abaixo.


                                Componente                      Classe de agressividade ambiental
             cnom (mm)
                               ou elemento                       I        II       III          IV
                                               (*)
                 CA                   Laje                       20       25        35          45
                 CA             Viga/pilar                       25       30        40          55
                 CP                   Todos                      30       35        45          55

      (*)Para a face superior de lajes e vigas que serão revestidas com argamassa de
      contrapiso, com revestimentos finais secos tipo carpete e madeira, com argamassa
      de revestimento e acabamento tais como pisos de elevado desempenho, pisos
      cerâmicos, pisos asfálticos, e outros tantos, as exigências desta tabela podem ser
      substituídas pelo item 10.4.6, respeitando um cobrimento nominal ≥ 15.mm.


   Nos casos em que o controle de qualidade for rigoroso, os requisitos
   mínimos para o cobrimento nominal da tabela acima podem ser reduzidos
   de 5 mm, mas a exigência de controle rigoroso deve ser explicitada nos
         .


   desenhos de projeto.

   10.4.6 Os cobrimentos nominais e mínimos são sempre, referidos à
   superfície da armadura externa, em geral a face externa do estribo. O
   cobrimento nominal de uma determinada barra deve sempre ser

                                                     cnom ≥ φ barra

   10.4.7 A dimensão máxima característica do agregado graúdo, utilizado
   no concreto, não pode superar 20% da espessura nominal do cobrimento,
   ou seja:
                                                     dmax ≤ 1,2 cnom




___________________________________________________________________________________________________

             ESTRUTURAS DE CONCRETO I                                             PROJETO DE LAJES
                                                                                                     B-4/14
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fibra mais
                                      comprimida




                                                                                  d        h


                                                                                      d'
                     cnom
                                                         superfície da armadura
                                                              mais externa

                Figura B.2 Seção transversal típica de uma laje de concreto armado

Definindo-se a altura útil d como sendo a distância da fibra mais comprimida até o centro de
gravidade da armadura tracionada, conforme indicado na Figura B.2, e se considerando a
possibilidade de redução do cobrimento nominal das armaduras, visto no item 10.4.6, para o caso de
lajes de pavimentos de edifícios residenciais e comerciais cuja classificação da agressividade é fraca
– produzindo um risco de deterioração da estrutura insignificante – e se considerando qua a máxima
bitola correspondente à armadura de flexão seja igual a 20mm, leva a

                                       d’’’=’ cnom + φ’/’2 =’ φ + φ’/’2
e
                                           h’=’ d + d’’ = d + 1,5 φ
                                                                  .




                                              h’=’ d + 3,0 cm .


A altura útil de uma laje retangular pode ser estimada, para fins de pré-dimensionamento, a partir do
                         [5]
critério prático dado por :

                                                    h = 2,5% !

onde !"corresponde ao menor vão da laje retangular, indicado na Figura B.3.




                                                                           !




                                                    L

                            Figura B.3 Laje retangular de concreto armado




___________________________________________________________________________________________________

          ESTRUTURAS DE CONCRETO I                                                PROJETO DE LAJES
                                                                                                     B-5/14
           Aula B – Concepção Estrutural                                              jan 2002
Neste curso, serão adotados o critério simplificado, visto anteriormente, e o critério da limitação da
flecha, regulamentado pela NBR-6118/2000, na estimativa da espessura da laje maciça. Deve-se,
inicialmente, fixar a altura útil da laje por meio do critério prático e, em seguida, verificar se a rigidez à
flexão da laje será suficiente para que não se verifiquem deformações superiores aos valores limites
impostos pela Norma NBR-6118/2000. A verificação da flecha depende dos carregamentos, do
módulo de deformação longitudinal do concreto, das dimensões e condições de contorno da laje.

EXEMPLO DIDÁTICO B.1


Determinar, segundo o critério apresentado anteriormente, a espessura h das lajes de piso L1 e L2,
indicadas na figura abaixo.




              != 4.m                   L1                             L=3.m       L2



                                                                                != 2.m
                                     L=6.m

                            Figura B.4 Lajes de pavimento de formato retangular



                           h L1 = 2,5% 400 cm ≥ 7 cm             ⇒
                                        .
                                                                      h L1 = 10,0 cm.
e
                            h L2 = 2,5% 200 cm ≥ 7 cm            ⇒
                                            .
                                                                       h L2 = 7,0 cm.

As vigas são, normalmente, de seção retangular de dimensões bw e h, de modo a facilitar a execução
e montagem das fôrmas. Em geral, a largura bw é definida de maneira que a viga fique embutida na
                                                                                               [6]
alvenaria a ser sustentada pela mesma. Por outro lado, a altura h da viga pode ser estimada por :


                                                     h = 10% !

onde !"corresponde ao vão teórico da viga. Neste curso adota-se, simplificadamente, que o vão
teórico da viga seja dado pela distância intereixos dos apoios (pilares ou vigas).

EXEMPLO DIDÁTICO B.2


Determinar, segundo o critério prático de vigas, as dimensões da viga de sustentação da parede A,
indicada na Figura B.5.
                                                        bw = 15 cm.

                                                !"= 335 + 7,5 + 7,5 = 350 cm

                                                        h = 35 cm.
___________________________________________________________________________________________________

           ESTRUTURAS DE CONCRETO I                                               PROJETO DE LAJES
                                                                                                     B-6/14
            Aula B – Concepção Estrutural                                             jan 2002
15




                                                    335
                                                            PAREDE A



                                                          15
                           100x90
                             180



                                     195 15




                             Figura B.5 Planta de arquitetura [em centímetros]

Por questões práticas, adota-se geralmente a mesma altura para todas as vigas do andar-tipo,
variando-se apenas sua largura, de modo que se acomode nas dimensões das respectivas paredes.
Assim, a altura das vigas será ditada pela viga de vão mais desfavorável. Em geral, nos projetos de
estruturas de concreto armado não devem ser utilizados vãos superiores a 6 metros, pois diante dos
valores usuais dos pés-direitos, que variam em torno de 2,80 metros (Figura B.6), permite-se a
execução de vigas de 60 cm de altura de modo que não interfira no projeto arquitetônico.


                                              ALTURA DISPONÍVEL
                                                    PARA A VIGA                  PISO 2




                            2,80
                                                     2,10


                                                                                 PISO 1




                                Figura B.6 Corte esquemático [em metros]



Os pilares são, normalmente, de seção transversal retangular posicionados nos cruzamentos das
vigas. Recomenda-se, de maneira geral, que a distância entre pilares não exceda 6 metros, de modo
que não leve a vigas com alturas maiores do que 60.cm. Para efeito de pré-dimensionamento, a área
da seção transversal do pilar depende da área de influência do pilar e do número de pavimentos.
Estima-se, para fins de pré-dimensionamento, que as dimensões dos pilares sejam suficientes para
                                                                        [4][6]
que a tensão ideal de compressão no concreto fique em torno de 10 MPa         .



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          ESTRUTURAS DE CONCRETO I                                           PROJETO DE LAJES
                                                                                                B-7/14
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É importante lembrar que a estrutura deverá absorver solicitações horizontais, devidas ao efeito do
vento. Recomenda-se que sejam criados pórticos planos e ortogonais de modo a conferir à estrutura
                                                            [3][4]
uma rigidez satisfatória e garantir sua estabilidade global       .
A Figura B.7 mostra as deformações produzidas por efeito do vento em dois pilares isolados e num
pórtico (formado por pilares ligados por vigas em cada nível de pavimento). Pode-se notar que os
deslocamentos horizontais produzidos na estrutura composta por vigas e pilares, monoliticamente
ligados, são muito menores devido ao efeito de pórtico.




                        vento




                                                        vento

                        Figura B.7 Pilares isolados e incorporados no pórtico plano


Assim, a orientação criteriosa das seções transversais dos pilares deve ser verificada num estudo
sobre o comportamento global da estrutura. As caixas de escada e de elevadores são também
                                                                    [3]
utilizadas como elementos de contraventamento dos pórticos planos. . Um estudo mais detalhado
sobre a estabilidade global do edifício foge ao escopo deste curso, devendo ser considerado no
projeto de pilares. Preliminarmente, as dimensões e orientações dos pilares devem arbitradas de
modo a embutir os pilares nas alvenarias.

A seguir, são apresentadas duas plantas de arquitetura: a primeira apresenta geometria ortogonal e a
segunda, irregular. A partir destas plantas são concebidas as respectivas plantas de fôrmas. Seja a
planta de arquitetura de um pavimento, cujas paredes são ortogonais entre si, conforme indica a
Figura B.8. O lançamento das vigas do pavimento é feito a partir das direções das paredes,
desprezando-se, evidentemente, todas as aberturas existentes (portas e janelas).

A Solução A, inicialmente obtida e indicada na Figura B.9, apesar de ser esteticamente correta não
deve ser adotada, pois leva a criação de lajes de forma composta (Laje 5). Devido a dificuldade de
obtenção dos esforços de flexão e deslocamentos de lajes com formato genérico, utilizando-se
tabelas de cálculo, o presente estudo será limitado a concepção de lajes de forma retangular.

A Solução B, apresentada na Figura B.10, foi obtida a partir da decomposição da laje irregular em
duas lajes retangulares. Caso a Solução B fosse adotada, ela consistiria numa solução anti-
econômica, devido a existência de lajes muito recortadas, ou seja, um grande número de vigas. De
modo a encontrar uma solução viável, sob o ponto de vista econômico, as Lajes 1, 4 e 5 da Figura
B.10 serão aglutinadas numa única laje.



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          ESTRUTURAS DE CONCRETO I                                           PROJETO DE LAJES
                                                                                                B-8/14
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O mesmo procedimento será adotado para as Lajes 2, 3 e 6 da Figura B.10, levando ao arranjo
adotado na Solução C, mostrado na Figura B.11. Deve-se evitar a formação de lajes cujos vãos
excedam seis metros, devido a limitações do sistema estrutural adotado para estas lajes. Por este
motivo, as Lajes 1 e 3 (e as Lajes 2 e 4) da Solução C não foram unificadas.




                                            150x110




                                                                                                      150x110
                                                                             80x60
                                                                              150
                                              100




                                                                                                        100
                                 330                                       120                  200



                                                      DORM.                BANHO                  DORM.

                                 250




                                                                                     100
                                                        300
                                                                   CORREDOR




                                                                                                                 365
                                                                                 255

                                   COZINHA




                                                                                                                 470
                     100x90
                       180

                                                                                                                       150x110
                                                                                                                         100
                                       195                           120

                                                                                       SALA DE
                                 270




                                                                                        ESTAR

                     150x110                    SALA DE
                       100                      JANTAR


                                  330                                      335


                               Figura B.8 Planta de arquitetura com paredes ortogonais




                L1                     L2                     L3                                 L1                    L2             L3




                                                                                                                       L6


           L4           L5                                                                 L4               L5




                                                      L7                                                                         L8


                L6                                                                               L7




           Figura B.9 Solução Estrutural A                                                 Figura B.10 Solução Estrutural B
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                                                                                                                                           B-9/14
           Aula B – Concepção Estrutural                                                                             jan 2002
L2                                                                              L2


              L1                                                                                L1




                                                L4                                                                               L4


              L3                                                                                L3




          Figura B.11 Solução Estrutural C                                           Figura B.12 Locação preliminar dos pilares


                            20                  330                   15                 335                          20

                             P1                                       P2                                   P3
                       (20/60)                  V1 (20/60)      (20/20)                                 (60/20)
             20




                                                                                          L2                               20
                                                                                                                           365
                                                                                          h=10
             565




                                               L1
                                               h=10
                                                                                         V2 (15/60)
                                                                                                                           15
                    V5 (20/60)




                                                             V6 (15/60)




                                                                            P5                        P6
                                                                           (45/15)                   (20/20)




                                           V3 (15/60)
             15




                                                                                                         V7 (20/60)




                                      P4                                                 L4
                                                                                                                           470




                                  (20/20)                                                h=10

                                                L3
             270




                                               h=10




                                                V4 (20/60)
             20




                                                                                                                           20




                                 P7                                 P8                                                P9
                            (60/20)                           (20/20)                                       (20/60)

                                       Figura B.13 Planta de fôrmas do pavimento térreo

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          ESTRUTURAS DE CONCRETO I                                                                              PROJETO DE LAJES
                                                                                                                                      B-10/14
           Aula B – Concepção Estrutural                                                                            jan 2002
A Solução C é 22% mais econômica do que a Solução B, em relação ao consumo de madeira para a
execução das fôrmas das vigas. Evidentemente, os custos de mão-de-obra e o prazo de execução
também serão reduzidos. Deve-se observar que a eliminação de algumas vigas, leva a transferência
direta do carregamento da alvenaria para a laje. As paredes que se apoiam diretamente sobre as
lajes são indicadas, conforme as plantas de fôrmas das Figuras 13 e 18, com linhas intermitentes.

A locação dos pilares é feita no encontro das vigas ortogonais. A Figura B.12 indica todos os
encontros de vigas onde, provavelmente, serão alocados os pilares. Optou-se pela dispensa de um
pilar intermediário devido a formação de vãos de dimensões não comparáveis entre si. Finalmente,
após o refinamento da solução estrutural, pode-se obter a planta de fôrmas, indicada na Figura B.13.

Os elementos estruturais que devem ser indicados, com suas respectivas dimensões, são: lajes
(L1,L2...), vigas (V1,V2...) e pilares (P1,P2...). As espessuras das lajes foram obtidas por meio do
critério simplificado apresentado anteriormente. As espessuras das lajes foram uniformizadas a partir
do maior dos menores vãos (mais desfavorável). Considerando-se que o vão teórico da laje
corresponde à distância intereixos das vigas, o maior dos menores vãos corresponde ao valor

                                                            !"= 335+15/2+20/2 = 352,5 cm ,

que leva a estimativa da espessura da laje

                                                            h.LAJE = (2,5% 352,5) ≈ 10 cm.
                                                                                .


Por motivos práticos e devido à existência de alvenarias sobre as lajes L1 e L2, adotou-se a
espessura das lajes iguais à 10 cm.
                                            150x110




                                                                                                   100x90
                                                                  80x60
          80x60




                                                                                                     180
                                                                   150
           150




                                              100




                  180                                                                                          300



                                                                                                                                 430
                           250




                                                                                    250
                                                                 135




          BANHO                            DORM.                                          COZINHA
                                                                                                                                        150x110
                                                                 LAVABO                                              SALA DE              100
                           315                                  165                 300                              JANTAR
                                                      120
         470




                                                                                                                         0
                                                             CORREDOR
                                                      380                                                   HALL
                                                                       180x60
                                                                        150




                                                                                                                                 400




                        SUITE                                                              219,2                         −20



                                                                                                                   SALA DE
                                 355x200




                                                                                                                                        150x110
                                                                                                                    ESTAR                 100
         395
                 105




                       TERRAÇO                                                                               335
                                                                                                                       150x110
                                                                                                                         100




                         Figura B.14 Planta de arquitetura do pavimento de geometria irregular


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               ESTRUTURAS DE CONCRETO I                                                                              PROJETO DE LAJES
                                                                                                                                           B-11/14
                Aula B – Concepção Estrutural                                                                            jan 2002
As dimensões em planta das vigas devem coincidir com as espessuras das paredes acabadas.
Assim, para vigas periféricas adota-se a largura 20.cm, e para as demais, 15.cm. Costuma-se adotar
a mesma altura para todas as vigas do pavimento, de modo a agilizar a execução das fôrmas das
mesmas. Assim, o maior vão das vigas definirá a altura de todas as vigas. Para a Viga V5, da Figura
B.13, tem-se
                                       !"= 565+7,5+10 = 582,5 cm ,

que a partir deste valor pode-se obter, aproximadamente, a altura das vigas dada por

                                       h.VIGA = (10% 582,5) ≈ 60 cm.
                                                      .


As dimensões em planta dos pilares e suas respectivas orientações não serão determinadas nesta
fase do projeto. A única restrição que deve ser imposta no pré-dimensionamento dos pilares é que
fiquem embutidos na alvenaria. As informações imprescindíveis que devem constar na planta de
fôrmas são: numeração das lajes, vigas e pilares, posição relativa das vigas e lajes (vigas invertidas),
continuidade entre as lajes (nivelamento das lajes), alvenarias apoiadas sobre lajes (linhas duplas
intermitentes), dimensões entre faces de vigas e notas gerais (fck, relação a/c, etc...).

A planta de arquitetura do apartamento cujas paredes não são ortogonais entre si, indicado a Figura
B.14, segue o mesmo procedimento apresentado anteriormente. O lançamento das vigas do
pavimento é feito a partir das direções das paredes, desprezando-se, evidentemente, todas as
aberturas existentes (portas e janelas). Deve-se notar a existência de uma sala rebaixada, que leva a
definição de uma viga ao longo da linha de desnivelamento.

A Solução A, indicada na Figura B.15, não deve ser adotada porque consiste numa solução anti-
estética devido a viga aparente criada na entrada principal. A Solução B, apresentada na Figura B.16,
foi obtida a partir da reunião da lajes de dimensões reduzidas e da eliminação de vigas aparentes,
situadas na entrada principal. Observa-se que as Lajes L6, L7 e L8 (Figura B.16) são de forma
irregular. Para efeito de cálculo, estas lajes serão regularizadas ou processadas num programa de
análise estrutural por elementos finitos.



                                                 L3
                   L1             L2                            L5                   L6
                                                 L4

                                                 L8                   L9              L10


                         L7                                           L11


                                                                                    L13


                        L12


                           Figura B.15 Solução Estrutural A (geometria irregular)

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           ESTRUTURAS DE CONCRETO I                                           PROJETO DE LAJES
                                                                                                 B-12/14
            Aula B – Concepção Estrutural                                         jan 2002
L1                             L2                      L3



                                                  L5
                                                                               L6


                        L4


                                                                                    L8


                        L7


                          Figura B.16 Solução Estrutural B (geometria irregular)




                             L1                             L2                      L3



                                                  L5
                                                                               L6


                        L4


                                                                                    L8


                        L7


                                  Figura B.17 Locação preliminar dos pilares




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          ESTRUTURAS DE CONCRETO I                                             PROJETO DE LAJES
                                                                                                  B-13/14
           Aula B – Concepção Estrutural                                           jan 2002
20                                          15                                                       15                     20
                                        510                                              480                                                  300
                      P1                                              P2                                                       P3                     P4
                (20/20)              V1 (20/60)                (20/20)                                                   (20/20)                     (20/20)
  20




                                                                                                                                                                               20
                                                                                                                         V14 (15/60)
                                                                V11 (15/60)
                                         L1                                                        L2                                         L3
    250




                                                                                                                                                                             250
                                        h=10                                                       h=10                                       h=10
                                                                               P6            P7
                                     V2 (15/60)                               (15/30)     (30/15)
  15




                                                                                                                                                                               15
           P5                                                                                                                                                  P8




                                                                                                    (15/60)
          (20/20)                                                                                                                                        (20/20)
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                                                                                                  V12




                                                                                                                                                                             165
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                                                                        V3 (20/60) h=10                                                h=10
                                                                                                              V4




                                                                                                                                                                               15
              V9 (20/60)




                                                           P9                            P10                                                                  P12
                                                   (20/20)                              (20/20)               (20/60)                    V5                 (20/20)
                                   L4
    470




                                                                                                                                        (15/60)


                                                       V10 (20/60)
                                  h=10                                                              P11




                                                                                                                                                            V15 (20/60)
                                                                                                  (20/20)




                                                                                                                                                                             400
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                                                                                                                                              L8
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                                V6 (20/60)
  20




          P13                                            P14
          (60/20)                  L7              (60/20)
    105




                                  h=10




                                                                                                                                                                               20
  15




                                                                                                        P15                                                  P16
                                V8 (15/40)                                                          (20/20)                             V7 (20/60)          (20/20)

                           20                     20                                         15                       20                               20
                                   395                                          380                 155                                       335

                                Figura B.18 Planta de fôrmas do pavimento de geometria irregular




REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


[1] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). Projeto e Execução de Obras de
    Concreto Armado. Projeto de Revisão da NBR 6118/2000 – Texto de Discussão. No prelo.

[2].CUNHA, A. J. P.; SOUZA, V. C. M. Lajes em Concreto Armado e Protendido. Niterói, Editora
    Universidade Federal Fluminense – EDUFF, 1994.

[3].FUSCO, P. B. Estruturas de Concreto. Fundamentos do Projeto Estrutural. Vol.1 São Paulo, Ed.
    McGraw-Hill do Brasil, 1976.

[4] FUSCO, P. B.; MARTINS, A. R.; ISHITANI, H. Curso de Concreto Armado. Notas de Aula. São
    Paulo, Departamento de Engenharia de Estruturas e Fundações – Escola Politécnica da
    Universidade de São Paulo, 1990.

[5].MENDES, M.; FERNANDES, M. B. H.; CASTILHO, P. P.; TAK, Y. J. Curso de Estruturas de
    Concreto Armado – Projeto de Lajes. Notas de Aula. São Paulo, Departamento de Engenharia
    Civil – Escola de Engenharia da Universidade Presbiteriana Mackenzie, 1982.

[6].SANTOS, L. M. Edifícios de Concreto Armado. São Paulo, FDTE – EPUSP, 1984.


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                  ESTRUTURAS DE CONCRETO I                                                                                               PROJETO DE LAJES
                                                                                                                                                                          B-14/14
                   Aula B – Concepção Estrutural                                                                                             jan 2002

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Projeto estrutural de edifícios de concreto armado

  • 1. AULA B – CONCEPÇÃO ESTRUTURAL INTRODUÇÃO [2][3] O projeto estrutural de edifícios de concreto armado compõe-se das seguintes etapas : • CONCEPÇÃO • ANÁLISE • SÍNTESE • OTIMIZAÇÃO As etapas apresentadas são inter-relacionadas e consecutivas. A cada ciclo de projeto, composto pelas etapas anteriormente indicadas, o projeto estrutural sofrerá revisões e alterações conceituais de modo a reduzir os custos sem comprometer o desempenho estrutural. CONCEPÇÃO ESTRUTURAL A concepção estrutural consiste no estabelecimento de um arranjo adequado dos elementos estruturais básicos de modo a atender, simultaneamente, as restrições impostas pelos projetos arquitetônico e de instalações prediais. Os elementos estruturais dos edifícios de concreto armado são agrupados em: •eBásicos: lajes, vigas e pilares; •eFundação: sapatas, blocos, tubulões; •eComplementares: escadas, muros de arrimo, caixas d’água. A Figura B.1 apresenta, esquematicamente, o pórtico tridimensional correspondente à estrutura de um edifício de concreto armado. Pode-se identificar os elementos estruturais básicos (lajes, vigas e pilares) e de fundação (sapatas isoladas). Figura B.1 Elementos estruturais de um edifício de concreto armado ___________________________________________________________________________________________________ ESTRUTURAS DE CONCRETO I PROJETO DE LAJES B-1/14 Aula B – Concepção Estrutural jan 2002
  • 2. A concepção estrutural deve obedecer, de maneira geral, as seguintes diretrizes: •eAlocar as vigas sob as paredes; •eAs vigas e os pilares devem ser embutidos nas alvenarias, conforme condi- ções estéticas e funcionais impostas pelo projeto arquitetônico. As normas brasileiras relacionadas diretamente ao projeto de estruturas de concreto armado são: •eNBR-6118 (1978) Projeto e execução de obras de concreto armado que prescreve as diretrizes [1] gerais a serem obedecidas no projeto, na execução e no controle de obras de concreto armado . O projeto de revisão da norma, a ser aprovado pela ABNT em 2002 (ainda em discussão no meio técnico), incorpora também a NBR-7197/89 (concreto protendido) e apresenta novos tópicos, como: durabilidade, garantia da qualidade, análises estruturais lineares e não-lineares (elementos finitos), detalhamento de regiões de descontinuidade e de elementos especiais. •eNBR-6120 (1978) Cargas para o cálculo de estruturas de edificações que fixa os valores das cargas que devem ser consideradas no projeto estrutural; •eNBR-6122 (1996) Projeto e execução de fundações que controla as diretrizes gerais de um projeto de fundações; •eNBR-6123 (1987) Forças devidas ao vento em edificações que estabelece considerações para a avaliação das forças estáticas devidas à ação do vento; •eNBR-7191 Execução de desenhos para obras de concreto simples ou armado que padroniza a elaboração de desenhos para a apresentação de elementos estruturais (planta de fôrmas) e disposição de armaduras. •eNBR-7480 (1996) Barras e fios de aço destinados a armaduras para concreto armado que especifica as dimensões nominais a serem atendidas pelos fabricantes. •eNBR-8681 (1984) Ações e segurança nas estruturas que controla o procedimento de combinações de ações de forma probabilística. A seguir, transcrevem-se os itens do Projeto de Revisão da NBR-6118/2000 que regulamentam as espessuras mínimas das lajes maciças e dos cobrimentos das armaduras. ___________________________________________________________________________________________________ ESTRUTURAS DE CONCRETO I PROJETO DE LAJES B-2/14 Aula B – Concepção Estrutural jan 2002
  • 3. PROJETO DE REVISÃO NBR-6118/2000 13. Limites para dimensões, deslocamentos e abertura de fissuras 13.1.4 Lajes 13.1.4.1 Lajes maciças Nas lajes maciças devem ser respeitados os seguintes limites mínimos para a espessura: a) 5 cm para lajes de cobertura não em balanço; b) 7 cm para lajes de piso ou de cobertura em balanço; c) 10 cm para lajes que suportem veículos de peso total menor 30 kN; d) 12 cm para lajes que suportem veículos de peso total maior 30 kN; e) 15 cm para lajes com protensão. 13.1.4.2 Lajes nervuradas A espessura da mesa, quando não houver tubulações horizontais embuti- das, deve ser maior ou igual a 1/15 da distância entre nervuras, e não menor que 3 cm. O valor mínimo absoluto deve ser 4 cm quando existirem tubulações embutidas de diâmetro máximo 12,5 mm. A espessura das nervuras não deve ser inferior a 5 cm. 13.1.5 Furos e aberturas Dispensam-se as verificações de resistência e deformação em lajes de concreto armado no caso descrito a seguir. 13.1.5.2 Aberturas que atravessam a laje na direção de sua espessura As lajes não podem ser lisas ou cogumelo, devem ser armadas em duas direções e verificadas, simultaneamente, as seguintes condições: a) as dimensões da abertura têm como máximo 1/10 do vão menor; b) distância entre a face de uma abertura e uma borda livre da laje de no mínimo 1/4 do vão, na direção considerada; c) distância entre faces de aberturas adjacentes maior que a metade do vão. ___________________________________________________________________________________________________ ESTRUTURAS DE CONCRETO I PROJETO DE LAJES B-3/14 Aula B – Concepção Estrutural jan 2002
  • 4. PROJETO DE REVISÃO NBR-6118/2000 10. Critérios de projeto visando a durabilidade 10.4.5 A durabilidade de estruturas de concreto armado e protendido é altamente dependente qualidade e da espessura do concreto de cobri- mento das armaduras. Para garantir o cobrimento mínimo (cmin) o projeto e a execução devem considerar o cobrimento nominal (cnom), que é o cobrimento mínimo acrescido da tolerância de execução (∆c). Assim, as dimensões das armaduras e os espaçadores devem respeitar o cobrimento nominal. Quando houver um adequado controle de qualidade e rígidos limites de tolerância da variabilidade das medidas durante a execução, pode ser adotado um valor ∆c = 5 mm. Em caso contrário, nas obras correntes, seu . . . valor deve ser de no mínimo ∆c = 10 mm, o que determina os cobrimentos . . . nominais indicados na tabela abaixo. Componente Classe de agressividade ambiental cnom (mm) ou elemento I II III IV (*) CA Laje 20 25 35 45 CA Viga/pilar 25 30 40 55 CP Todos 30 35 45 55 (*)Para a face superior de lajes e vigas que serão revestidas com argamassa de contrapiso, com revestimentos finais secos tipo carpete e madeira, com argamassa de revestimento e acabamento tais como pisos de elevado desempenho, pisos cerâmicos, pisos asfálticos, e outros tantos, as exigências desta tabela podem ser substituídas pelo item 10.4.6, respeitando um cobrimento nominal ≥ 15.mm. Nos casos em que o controle de qualidade for rigoroso, os requisitos mínimos para o cobrimento nominal da tabela acima podem ser reduzidos de 5 mm, mas a exigência de controle rigoroso deve ser explicitada nos . desenhos de projeto. 10.4.6 Os cobrimentos nominais e mínimos são sempre, referidos à superfície da armadura externa, em geral a face externa do estribo. O cobrimento nominal de uma determinada barra deve sempre ser cnom ≥ φ barra 10.4.7 A dimensão máxima característica do agregado graúdo, utilizado no concreto, não pode superar 20% da espessura nominal do cobrimento, ou seja: dmax ≤ 1,2 cnom ___________________________________________________________________________________________________ ESTRUTURAS DE CONCRETO I PROJETO DE LAJES B-4/14 Aula B – Concepção Estrutural jan 2002
  • 5. fibra mais comprimida d h d' cnom superfície da armadura mais externa Figura B.2 Seção transversal típica de uma laje de concreto armado Definindo-se a altura útil d como sendo a distância da fibra mais comprimida até o centro de gravidade da armadura tracionada, conforme indicado na Figura B.2, e se considerando a possibilidade de redução do cobrimento nominal das armaduras, visto no item 10.4.6, para o caso de lajes de pavimentos de edifícios residenciais e comerciais cuja classificação da agressividade é fraca – produzindo um risco de deterioração da estrutura insignificante – e se considerando qua a máxima bitola correspondente à armadura de flexão seja igual a 20mm, leva a d’’’=’ cnom + φ’/’2 =’ φ + φ’/’2 e h’=’ d + d’’ = d + 1,5 φ . h’=’ d + 3,0 cm . A altura útil de uma laje retangular pode ser estimada, para fins de pré-dimensionamento, a partir do [5] critério prático dado por : h = 2,5% ! onde !"corresponde ao menor vão da laje retangular, indicado na Figura B.3. ! L Figura B.3 Laje retangular de concreto armado ___________________________________________________________________________________________________ ESTRUTURAS DE CONCRETO I PROJETO DE LAJES B-5/14 Aula B – Concepção Estrutural jan 2002
  • 6. Neste curso, serão adotados o critério simplificado, visto anteriormente, e o critério da limitação da flecha, regulamentado pela NBR-6118/2000, na estimativa da espessura da laje maciça. Deve-se, inicialmente, fixar a altura útil da laje por meio do critério prático e, em seguida, verificar se a rigidez à flexão da laje será suficiente para que não se verifiquem deformações superiores aos valores limites impostos pela Norma NBR-6118/2000. A verificação da flecha depende dos carregamentos, do módulo de deformação longitudinal do concreto, das dimensões e condições de contorno da laje. EXEMPLO DIDÁTICO B.1 Determinar, segundo o critério apresentado anteriormente, a espessura h das lajes de piso L1 e L2, indicadas na figura abaixo. != 4.m L1 L=3.m L2 != 2.m L=6.m Figura B.4 Lajes de pavimento de formato retangular h L1 = 2,5% 400 cm ≥ 7 cm ⇒ . h L1 = 10,0 cm. e h L2 = 2,5% 200 cm ≥ 7 cm ⇒ . h L2 = 7,0 cm. As vigas são, normalmente, de seção retangular de dimensões bw e h, de modo a facilitar a execução e montagem das fôrmas. Em geral, a largura bw é definida de maneira que a viga fique embutida na [6] alvenaria a ser sustentada pela mesma. Por outro lado, a altura h da viga pode ser estimada por : h = 10% ! onde !"corresponde ao vão teórico da viga. Neste curso adota-se, simplificadamente, que o vão teórico da viga seja dado pela distância intereixos dos apoios (pilares ou vigas). EXEMPLO DIDÁTICO B.2 Determinar, segundo o critério prático de vigas, as dimensões da viga de sustentação da parede A, indicada na Figura B.5. bw = 15 cm. !"= 335 + 7,5 + 7,5 = 350 cm h = 35 cm. ___________________________________________________________________________________________________ ESTRUTURAS DE CONCRETO I PROJETO DE LAJES B-6/14 Aula B – Concepção Estrutural jan 2002
  • 7. 15 335 PAREDE A 15 100x90 180 195 15 Figura B.5 Planta de arquitetura [em centímetros] Por questões práticas, adota-se geralmente a mesma altura para todas as vigas do andar-tipo, variando-se apenas sua largura, de modo que se acomode nas dimensões das respectivas paredes. Assim, a altura das vigas será ditada pela viga de vão mais desfavorável. Em geral, nos projetos de estruturas de concreto armado não devem ser utilizados vãos superiores a 6 metros, pois diante dos valores usuais dos pés-direitos, que variam em torno de 2,80 metros (Figura B.6), permite-se a execução de vigas de 60 cm de altura de modo que não interfira no projeto arquitetônico. ALTURA DISPONÍVEL PARA A VIGA PISO 2 2,80 2,10 PISO 1 Figura B.6 Corte esquemático [em metros] Os pilares são, normalmente, de seção transversal retangular posicionados nos cruzamentos das vigas. Recomenda-se, de maneira geral, que a distância entre pilares não exceda 6 metros, de modo que não leve a vigas com alturas maiores do que 60.cm. Para efeito de pré-dimensionamento, a área da seção transversal do pilar depende da área de influência do pilar e do número de pavimentos. Estima-se, para fins de pré-dimensionamento, que as dimensões dos pilares sejam suficientes para [4][6] que a tensão ideal de compressão no concreto fique em torno de 10 MPa . ___________________________________________________________________________________________________ ESTRUTURAS DE CONCRETO I PROJETO DE LAJES B-7/14 Aula B – Concepção Estrutural jan 2002
  • 8. É importante lembrar que a estrutura deverá absorver solicitações horizontais, devidas ao efeito do vento. Recomenda-se que sejam criados pórticos planos e ortogonais de modo a conferir à estrutura [3][4] uma rigidez satisfatória e garantir sua estabilidade global . A Figura B.7 mostra as deformações produzidas por efeito do vento em dois pilares isolados e num pórtico (formado por pilares ligados por vigas em cada nível de pavimento). Pode-se notar que os deslocamentos horizontais produzidos na estrutura composta por vigas e pilares, monoliticamente ligados, são muito menores devido ao efeito de pórtico. vento vento Figura B.7 Pilares isolados e incorporados no pórtico plano Assim, a orientação criteriosa das seções transversais dos pilares deve ser verificada num estudo sobre o comportamento global da estrutura. As caixas de escada e de elevadores são também [3] utilizadas como elementos de contraventamento dos pórticos planos. . Um estudo mais detalhado sobre a estabilidade global do edifício foge ao escopo deste curso, devendo ser considerado no projeto de pilares. Preliminarmente, as dimensões e orientações dos pilares devem arbitradas de modo a embutir os pilares nas alvenarias. A seguir, são apresentadas duas plantas de arquitetura: a primeira apresenta geometria ortogonal e a segunda, irregular. A partir destas plantas são concebidas as respectivas plantas de fôrmas. Seja a planta de arquitetura de um pavimento, cujas paredes são ortogonais entre si, conforme indica a Figura B.8. O lançamento das vigas do pavimento é feito a partir das direções das paredes, desprezando-se, evidentemente, todas as aberturas existentes (portas e janelas). A Solução A, inicialmente obtida e indicada na Figura B.9, apesar de ser esteticamente correta não deve ser adotada, pois leva a criação de lajes de forma composta (Laje 5). Devido a dificuldade de obtenção dos esforços de flexão e deslocamentos de lajes com formato genérico, utilizando-se tabelas de cálculo, o presente estudo será limitado a concepção de lajes de forma retangular. A Solução B, apresentada na Figura B.10, foi obtida a partir da decomposição da laje irregular em duas lajes retangulares. Caso a Solução B fosse adotada, ela consistiria numa solução anti- econômica, devido a existência de lajes muito recortadas, ou seja, um grande número de vigas. De modo a encontrar uma solução viável, sob o ponto de vista econômico, as Lajes 1, 4 e 5 da Figura B.10 serão aglutinadas numa única laje. ___________________________________________________________________________________________________ ESTRUTURAS DE CONCRETO I PROJETO DE LAJES B-8/14 Aula B – Concepção Estrutural jan 2002
  • 9. O mesmo procedimento será adotado para as Lajes 2, 3 e 6 da Figura B.10, levando ao arranjo adotado na Solução C, mostrado na Figura B.11. Deve-se evitar a formação de lajes cujos vãos excedam seis metros, devido a limitações do sistema estrutural adotado para estas lajes. Por este motivo, as Lajes 1 e 3 (e as Lajes 2 e 4) da Solução C não foram unificadas. 150x110 150x110 80x60 150 100 100 330 120 200 DORM. BANHO DORM. 250 100 300 CORREDOR 365 255 COZINHA 470 100x90 180 150x110 100 195 120 SALA DE 270 ESTAR 150x110 SALA DE 100 JANTAR 330 335 Figura B.8 Planta de arquitetura com paredes ortogonais L1 L2 L3 L1 L2 L3 L6 L4 L5 L4 L5 L7 L8 L6 L7 Figura B.9 Solução Estrutural A Figura B.10 Solução Estrutural B ___________________________________________________________________________________________________ ESTRUTURAS DE CONCRETO I PROJETO DE LAJES B-9/14 Aula B – Concepção Estrutural jan 2002
  • 10. L2 L2 L1 L1 L4 L4 L3 L3 Figura B.11 Solução Estrutural C Figura B.12 Locação preliminar dos pilares 20 330 15 335 20 P1 P2 P3 (20/60) V1 (20/60) (20/20) (60/20) 20 L2 20 365 h=10 565 L1 h=10 V2 (15/60) 15 V5 (20/60) V6 (15/60) P5 P6 (45/15) (20/20) V3 (15/60) 15 V7 (20/60) P4 L4 470 (20/20) h=10 L3 270 h=10 V4 (20/60) 20 20 P7 P8 P9 (60/20) (20/20) (20/60) Figura B.13 Planta de fôrmas do pavimento térreo ___________________________________________________________________________________________________ ESTRUTURAS DE CONCRETO I PROJETO DE LAJES B-10/14 Aula B – Concepção Estrutural jan 2002
  • 11. A Solução C é 22% mais econômica do que a Solução B, em relação ao consumo de madeira para a execução das fôrmas das vigas. Evidentemente, os custos de mão-de-obra e o prazo de execução também serão reduzidos. Deve-se observar que a eliminação de algumas vigas, leva a transferência direta do carregamento da alvenaria para a laje. As paredes que se apoiam diretamente sobre as lajes são indicadas, conforme as plantas de fôrmas das Figuras 13 e 18, com linhas intermitentes. A locação dos pilares é feita no encontro das vigas ortogonais. A Figura B.12 indica todos os encontros de vigas onde, provavelmente, serão alocados os pilares. Optou-se pela dispensa de um pilar intermediário devido a formação de vãos de dimensões não comparáveis entre si. Finalmente, após o refinamento da solução estrutural, pode-se obter a planta de fôrmas, indicada na Figura B.13. Os elementos estruturais que devem ser indicados, com suas respectivas dimensões, são: lajes (L1,L2...), vigas (V1,V2...) e pilares (P1,P2...). As espessuras das lajes foram obtidas por meio do critério simplificado apresentado anteriormente. As espessuras das lajes foram uniformizadas a partir do maior dos menores vãos (mais desfavorável). Considerando-se que o vão teórico da laje corresponde à distância intereixos das vigas, o maior dos menores vãos corresponde ao valor !"= 335+15/2+20/2 = 352,5 cm , que leva a estimativa da espessura da laje h.LAJE = (2,5% 352,5) ≈ 10 cm. . Por motivos práticos e devido à existência de alvenarias sobre as lajes L1 e L2, adotou-se a espessura das lajes iguais à 10 cm. 150x110 100x90 80x60 80x60 180 150 150 100 180 300 430 250 250 135 BANHO DORM. COZINHA 150x110 LAVABO SALA DE 100 315 165 300 JANTAR 120 470 0 CORREDOR 380 HALL 180x60 150 400 SUITE 219,2 −20 SALA DE 355x200 150x110 ESTAR 100 395 105 TERRAÇO 335 150x110 100 Figura B.14 Planta de arquitetura do pavimento de geometria irregular ___________________________________________________________________________________________________ ESTRUTURAS DE CONCRETO I PROJETO DE LAJES B-11/14 Aula B – Concepção Estrutural jan 2002
  • 12. As dimensões em planta das vigas devem coincidir com as espessuras das paredes acabadas. Assim, para vigas periféricas adota-se a largura 20.cm, e para as demais, 15.cm. Costuma-se adotar a mesma altura para todas as vigas do pavimento, de modo a agilizar a execução das fôrmas das mesmas. Assim, o maior vão das vigas definirá a altura de todas as vigas. Para a Viga V5, da Figura B.13, tem-se !"= 565+7,5+10 = 582,5 cm , que a partir deste valor pode-se obter, aproximadamente, a altura das vigas dada por h.VIGA = (10% 582,5) ≈ 60 cm. . As dimensões em planta dos pilares e suas respectivas orientações não serão determinadas nesta fase do projeto. A única restrição que deve ser imposta no pré-dimensionamento dos pilares é que fiquem embutidos na alvenaria. As informações imprescindíveis que devem constar na planta de fôrmas são: numeração das lajes, vigas e pilares, posição relativa das vigas e lajes (vigas invertidas), continuidade entre as lajes (nivelamento das lajes), alvenarias apoiadas sobre lajes (linhas duplas intermitentes), dimensões entre faces de vigas e notas gerais (fck, relação a/c, etc...). A planta de arquitetura do apartamento cujas paredes não são ortogonais entre si, indicado a Figura B.14, segue o mesmo procedimento apresentado anteriormente. O lançamento das vigas do pavimento é feito a partir das direções das paredes, desprezando-se, evidentemente, todas as aberturas existentes (portas e janelas). Deve-se notar a existência de uma sala rebaixada, que leva a definição de uma viga ao longo da linha de desnivelamento. A Solução A, indicada na Figura B.15, não deve ser adotada porque consiste numa solução anti- estética devido a viga aparente criada na entrada principal. A Solução B, apresentada na Figura B.16, foi obtida a partir da reunião da lajes de dimensões reduzidas e da eliminação de vigas aparentes, situadas na entrada principal. Observa-se que as Lajes L6, L7 e L8 (Figura B.16) são de forma irregular. Para efeito de cálculo, estas lajes serão regularizadas ou processadas num programa de análise estrutural por elementos finitos. L3 L1 L2 L5 L6 L4 L8 L9 L10 L7 L11 L13 L12 Figura B.15 Solução Estrutural A (geometria irregular) ___________________________________________________________________________________________________ ESTRUTURAS DE CONCRETO I PROJETO DE LAJES B-12/14 Aula B – Concepção Estrutural jan 2002
  • 13. L1 L2 L3 L5 L6 L4 L8 L7 Figura B.16 Solução Estrutural B (geometria irregular) L1 L2 L3 L5 L6 L4 L8 L7 Figura B.17 Locação preliminar dos pilares ___________________________________________________________________________________________________ ESTRUTURAS DE CONCRETO I PROJETO DE LAJES B-13/14 Aula B – Concepção Estrutural jan 2002
  • 14. 20 15 15 20 510 480 300 P1 P2 P3 P4 (20/20) V1 (20/60) (20/20) (20/20) (20/20) 20 20 V14 (15/60) V11 (15/60) L1 L2 L3 250 250 h=10 h=10 h=10 P6 P7 V2 (15/60) (15/30) (30/15) 15 15 P5 P8 (15/60) (20/20) (20/20) L5 V12 165 L6 V3 (20/60) h=10 h=10 V4 15 V9 (20/60) P9 P10 P12 (20/20) (20/20) (20/60) V5 (20/20) L4 470 (15/60) V10 (20/60) h=10 P11 V15 (20/60) (20/20) 400 V13 (20/60) L8 h=10 V6 (20/60) 20 P13 P14 (60/20) L7 (60/20) 105 h=10 20 15 P15 P16 V8 (15/40) (20/20) V7 (20/60) (20/20) 20 20 15 20 20 395 380 155 335 Figura B.18 Planta de fôrmas do pavimento de geometria irregular REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). Projeto e Execução de Obras de Concreto Armado. Projeto de Revisão da NBR 6118/2000 – Texto de Discussão. No prelo. [2].CUNHA, A. J. P.; SOUZA, V. C. M. Lajes em Concreto Armado e Protendido. Niterói, Editora Universidade Federal Fluminense – EDUFF, 1994. [3].FUSCO, P. B. Estruturas de Concreto. Fundamentos do Projeto Estrutural. Vol.1 São Paulo, Ed. McGraw-Hill do Brasil, 1976. [4] FUSCO, P. B.; MARTINS, A. R.; ISHITANI, H. Curso de Concreto Armado. Notas de Aula. São Paulo, Departamento de Engenharia de Estruturas e Fundações – Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, 1990. [5].MENDES, M.; FERNANDES, M. B. H.; CASTILHO, P. P.; TAK, Y. J. Curso de Estruturas de Concreto Armado – Projeto de Lajes. Notas de Aula. São Paulo, Departamento de Engenharia Civil – Escola de Engenharia da Universidade Presbiteriana Mackenzie, 1982. [6].SANTOS, L. M. Edifícios de Concreto Armado. São Paulo, FDTE – EPUSP, 1984. ___________________________________________________________________________________________________ ESTRUTURAS DE CONCRETO I PROJETO DE LAJES B-14/14 Aula B – Concepção Estrutural jan 2002