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CONTABILIDADE GERENCIAL




          2010
                      Profº. Elias Lopes
CURSO: Ciências Contábeis
SÉRIE: 7º Semestre
TURNO: Noturno
DISCIPLINA: Contabilidade Gerencial
CARGA HORÁRIA SEMANAL: 02 horas/aula

I – EMENTA

Noções preliminares. Lucro Empresarial e Variações de Preço. Fundamentos de
Contabilidade de Custos. Relação Custo/Volume/Lucro. Análise de Custos e Decisões
Táticas

II – OBJETIVOS GERAIS

Desenvolver com os         alunos   conhecimentos    necessários   para as   seguintes
competências:
      Avaliar os fundamentos teóricos da contabilidade gerencial unindo-os à prática
       empresarial, evidenciando o conjunto mínimo de ferramentas necessárias ao
       controle e gerenciamento das organizações;
      Desenvolver o entendimento estratégico da contabilidade nas decisões gerenciais;
      Atuar gerencialmente a partir de demonstrações contábeis, facilitando o
       desenvolvimento da aptidão de tomada de decisões.


III – OBJETIVO ESPECÍFICO

Oferecer ao estudante o conhecimento técnico acerca do tratamento da lucratividade
das organizações, as influências mercadológicas e inflacionárias que as atinge, para
que, comparando os resultados com os anseios sociais, seja capaz de elaborar juízos
de valores e ensaios de superações, onde for necessários.

IV – CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

4.1.       Noções Preliminares
4.1.1.     Caracterização da contabilidade gerencial
4.1.2.     Atitudes e características do contador gerencial
4.2.       Fundamento de Contabilidade de Custos
4.2.1.     Revisão da Terminologia
4.2.2.     Elementos formadores do custo
4.2.3.     Classificação e comportamento dos custos
4.2.4.     Sistemas de acumulação
4.2.5.     Métodos de custeio
4.3.       Relações Custo/Volume/Lucro
4.3.1.     Margem de Contribuição
4.3.2.     Ponto de Equilíbrio
4.3.3.     Alavancagem Operacional
4.4.       Análise de Custos e Decisões Táticas

                                            2
4.4.1.     Contribuição Marginal e Fatores Escassos
4.4.1.1.   Margem de contribuição sem fatores limitantes
4.4.1.2.   Limitação da capacidade de produção
4.4.2.     Decisões Táticas
4.4.2.1.   Comprar x produzir
4.4.2.2.   Investir x Alugar
4.4.2.3.   Decisão sobre substituição de equipamentos
4.5.       Lucro Empresarial e Variações de Preço
4.5.1.     Variações de preços em operações simples
4.5.2.     Variações de preços nas Demonstrações Contábeis
4.5.2.1.   A correção dos balanços
4.5.2.2.   Custos Históricos
4.5.2.3.   Custos Históricos Corrigidos
4.5.2.4.   Custos de Reposição


V – ESTRATÉGIA DE TRABALHO
    Aulas expositivas
    Exercícios de fixação individuais e em grupo
    Exercícios em classe e extra classe
    Pesquisas


VI – AVALIAÇÃO
    Provas escritas
    Trabalhos e exercícios desenvolvidos em classe e extra classe
    Presença e participação


VII – BIBLIOGRAFIA


Bibliografia básica:
ATKINSON, Anthony A. et al. Contabilidade Gerencial., 2º Ed., São Paulo, Atlas,
 2008.
PADOVESE, Clóvis Luís. Contabilidade Gerencial: um enfoque em sistema de
 informação contábil. 5º ed. São Paulo, Atlas, 2007.
PINHEIRO, Paulo Roberto, SCHMIDH, Paulo e SANTOS, José Luiz dos. Introdução a
 contabilidade gerencial, 1º Ed., São Paulo: Atlas, 2007.
Bibliografia complementar:
CORONADO, Osmar. Contabilidade Gerencial básica, 1º Ed., São Paulo: Saraiva,
 2006.
CREPALDI, Sílvio Aparecido. Contabilidade gerencial: teoria e prática. 3a ed., 3º
 tiragem, São Paulo: Atlas, 2004


Prof.: Izilda Lorenzo


                                           3
CALENDÁRIO 2010 - 1º Semestre
                    FEVEREIRO                                     MARÇO                                        ABRIL                                         MAIO                              JUNHO
  S          T      Q   Q   S        S     D         S     T    Q   Q      S     S      D        S    T     Q    Q   S      S     D          S    T     Q     Q   S      S    D    S    T    Q   Q     S    S    D
     1        2       3   4   5        6    7          1    2     3   4      5    6      7                         1   2      3    4                                      1    2         1    2    3    4    5    6
     8        9     10 11 12          13   14          8    9    10 11      12   13     14        5     6    7     8   9     10   11          3     4    5      6    7    8    9    7    8    9 10     11   12   13
    15       16     17 18 19          20   21         15   16    17 18      19   20     21       12    13   14 15 16         17   18         10    11   12     13   14   15   16   14   15   16 17     18   19   20
    22       23     24 25 26          27   28         22   23    24 25      26   27     28       19    20   21 22 23         25   25         17    18   19     20   21   22   23   21   22   23 24     25   26   27
                                                      29   30    31                              26    27   28 29 30                         24    25   26     27   28   29   30   28   29   30
                                                                                                                                             31
 FEVEREIRO




                 3 Apresentação da Disciplina, ementa e conteúdo programático - Noções Preliminares
             10 Fundamento de Contabilidade de Custos - Gastos / Desembolsos - Centro de Custos
             17 Carnaval
             24 Elementos Formadores de Custos - Exemplos - Classificação e Comportamento dos Custos

                 3 Sistemas de Acumulação - Ordem Interna, Produção Contínua e Produção Conjunta
 MARÇO




             10 Exemplos e Exercício 1 - Correção do Exercício 1 - Exercício 2
             17 Correção do Exercício 2 - Métodos de Custeio - Exemplo de Método de Custeio - Por Absorção e Variável
             24 Relação Custo / Volume / Lucro - Margem de Contribuição
             31 Ponto de Equilíbrio - Exemplo e Exercício 3 - Correção do Exercício 3

                 7 Semana de Provas
 ABRIL




             14 Semana de Provas
             21 Feriado
             28 Alavancagem Operacional - Exemplo e Exercício 4 - Correção do Exercício 4

                 5 Análise de Custos e Decisões Táticas - Contribuição Marginal e Fatores Escassos (análise econômica) - Limitação da Capacidade de Produção
 MAIO




             12 Exemplos e Exercício 5 - Decisões Táticas - Exemplos e Exercício 6
             19 Correção dos Exercícios 5 e 6
             26 Semana de Provas

                 2 Semana de Provas
                 9 PII
 JUNHO




             16 PII Substitutivas
             23 Exame
             30




                                                                                                                 4
4.1.   Noções Preliminares


4.1.1. Caracterização da contabilidade gerencial


A contabilidade gerencial está voltada única e exclusivamente à administração da
empresa, objetivando levantar informações úteis para a tomada de decisão.
Num sentido mais amplo, a contabilidade gerencial atua na administração da produção,
administração financeira, estrutura organizacional, enfim, em tudo que houver
necessidade de tomada de decisão.


4.1.2. Atitudes e características do contador gerencial


4.1.2.1 Conforme o “Controllers Institute of América, são funções básicas do contador
gerencial:


1. Implantação e supervisão do plano contábil da companhia;
2. Preparação e interpretação dos relatórios financeiros;
3. Verificação continua das contas e registros nos setores da empresa;
4. Compilação dos custos de produção;
5. Compilação das despesas com distribuição;
6. Realização e custeio das contagens físicas do estoque;
7. Preparação, apresentação e supervisão dos assuntos referente a impostos;
8. Preparação e interpretação das estatísticas e relatórios para tomada de decisão;
9. Preparação do orçamento global da companhia;
10. Fixação de normas padrão relativas à contabilidade e aos processos e sistemas de
    trabalho da companhia;
11. Supervisão do seguro de todos os bens da companhia;
12. Supervisão dos planos de aquisição de ativo fixo;
13. Aplicação de todas as decisões financeiras tomadas pela direção, uma vez de
    acordo com as normas vigentes;
14. Manutenção de todos os contratos da empresa celebrados com terceiros;
15. Aprovação do pagamento e assinatura dos cheques, notas promissórias, etc, de
    comum acordo com o tesoureiro;
16. Aplicação dos regulamentos da companhia no tocante a assuntos relativos a
    cauções e ações emitidas;
17. Preparação e/ou aprovação dos regulamentos internos que visem ao cumprimento
    dos regulamentos governamentais.




                                           5
4.2.1.2 Responsabilidades do Controller:


1. Manter a direção da companhia informada sobre as principais atividades e planos
   da empresa;
2. Apoiar a direção da companhia na revisão de programas importantes;
3. Cooperar com o tesoureiro para assegurar a existência de controles contábeis e
   extra-contábeis adequados;
4. Manter relações com representantes de outras companhias, associações e órgãos
   governamentais.


Como membro da administração, o controller não tem autoridade direta sobre as
operações e outros departamentos da companhia. Tem autoridade apenas sobre
atividades inerentes à controladoria.


4.2.1.3 Qualificações do Controller:


1. Conhecimento genérico da área de atividade em que a companhia atua;
2. Conhecimento dos aspectos econômicos, sociais e políticos que possam afetar os
   negócios da companhia;
3. Profundo conhecimento da companhia, incluindo sua história, objetivos, política,
   programas, organização e aspectos técnicos das operações;
4. Conhecimento básico das demais funções da empresa, como produção, vendas,
   distribuição, finanças e administração pessoal;
5. Conhecimento profundo dos princípios e técnicas de organização, planejamento,
   controle, análises e pesquisas econômico-financeiras, contabilidade financeira,
   custos e auditoria.




                                           6
4.2.     Fundamento da Contabilidade de Custos


4.2.1. Revisão da Terminologia


Gasto ou desembolso
Aquisição ou pagamento resultante da aquisição de bem ou serviço.


Tipos:
            Despesa: Bem ou serviço consumidos direta, ou indiretamente para obtenção
             de receitas.
            Investimento: Gasto ativado em função de sua vida útil, ou de benefícios
             atribuíveis a futuro(s) período(s).
            Perda: Bem ou serviço consumidos de forma anormal e involuntária.
            Custos: Gasto relativo à bem, ou serviço utilizado na produção de outros
             bens ou serviços.
            Custos diretos: São aqueles que podem ser alocados diretamente na
             produção de um bem ou serviço.
            Custos indiretos: São aqueles que dependem de rateio para serem alocados
             a produção de um bem ou serviço.
            Custos fixos: São aqueles que independem da quantidade produzida de um
             bem ou serviço.
            Custos variáveis: Estão diretamente relacionados à quantidade produzida de
             um bem ou serviço.


Centro de Custos:
Estrutura intermediária de um sistema de custeio para acumulação de custos.
Normalmente utiliza-se o conceito de áreas.


Premissas básicas:
            Contabilidade de Custos, nada mais é do que um Sistema de Informações.
            O sucesso de um Sistema de Informações depende do pessoal que o
             alimenta e o faz funcionar.
            Não há em hipótese alguma nenhuma forma de a qualidade dos relatórios
             produzidos serem superior a qualidade dos dados inseridos.
            Quem não vê utilidade em um dado, não lhe dá importância.




                                            7
Custos Industriais:
Sob o ponto de vista “custos”, a operação industrial pode ser descrita de várias formas,
dependendo do tipo de produto e processo. A maneira de descrever operações
industriais de forma mais abrangente é:
Fabricar um produto significa adquirir matéria-prima para manipulá-la, combiná-la,
transformá-la e acondicioná-la com outros produtos, além de controlar sua qualidade,
seus custos, despesas, perdas e desperdícios, até chegar ao produto final que
atendam às especificações pré-determinadas.
Desta forma, chama-se “custo”, o valor adicionado às matérias-primas, ou seja, o valor
dos componentes adicionados e pré-montados, os vários materiais auxiliares e de
consumo, a mão-de-obra direta e indireta alocadas no processo de fabricação.


4.2.2. Elementos formadores do custo


   1. Matéria-prima (MP)
   2. Mão-de-obra direta (MOD)
   3. Custos gerais de fabricação (CGF) ou custos indiretos de fabricação (CIF)


Gastos Gerais de Fabricação (GGF).
   a) Custo de produção do período (CPP): Σ MP + MOD + CIF
   b) Custo da produção acabada (CPA):
   Estoque inicial de produtos em elaboração + custo de produção do período (CPP) –
   estoque final de produtos em elaboração = custo da produção acabada (CPA)
   c) Custos dos produtos vendidos (CPV);
   Estoque inicial de produtos acabados + custo da produção acabada (CPA) –
   estoque final de produtos acabados = custo dos produtos vendidos (CPV);
   d) Custo Primário (CP): MP + MOD
   e) Custo de Transformação (CT): MOD + CIF




                                           8
4.2.2.1 Exemplos:

Compras do período:              15.000
MOD:                             30.000
CIF:                             19.000

Calcular os seguintes valores:

1 - Custo de produção do período (CPP)
2 - Custos da produção acabada (CPA)
3 - Custos dos produtos vendidos (CPV)


         1ª Situação:                                Inicial       Final
Estoque de matéria-prima (MP)                            3.500        5.500
Estoque de Produtos em elaboração                        3.750        5.800
Estoque de produtos acabados                             3.250        4.250

Resolução

1 – CPP →                        ∑ MP utilizada + MOD + CIF =                 62.000

Estoque Inicial                   3.500
(+) compras                      15.000
(-) estoque final                 5.500
(=) consumo de MP                13.000

2 - CPA →                        EI Prod. Elab.+ CPP - EF Prod. Elab.=        59.950

3 - CPV →                        EI Prod. Acab. + CPA - EF Prod. Acab.=       58.950


         2ª Situação:                                Inicial       Final
Estoque de matéria-prima (MP)                               0            0
Estoque de Produtos em elaboração                       9.000       15.000
Estoque de produtos acabados                           22.000            0

Resolução

1 - CPP →                        ∑ MP utilizada + MOD + CIF =                 64.000

Estoque Inicial                       0
(+) compras                      15.000
(-) estoque final                     0
(=) consumo de MP                15.000


                                         9
2 - CPA →                        EI Prod. Elab.+ CPP - EF Prod. Elab.=        58.000

3 - CPV →                        EI Prod. Acab. + CPA - EF Prod. Acab.=       80.000


           3ª Situação:                              Inicial       Final
Estoque de matéria-prima (MP)                          13.000       15.000
Estoque de Produtos em elaboração                      18.000       12.000
Estoque de produtos acabados                             1.000        2.350
MP utilizada                                                        25.000
CPV                                                                 32.000

Pede-se:

1 – Compra de MP do período
2 - Custo da produção acabada (CPA)
3 - Custo da produção do período (CPP)
4 - Custo de Transformação (CT)

Resolução

1 - Compras do período

Estoque Inicial                  13.000           Consumo                     25.000
(+) compras                        ?              (+) EF MP                   15.000
(-) estoque final                15.000           (-) EI MP                   13.000
(=) consumo de MP                25.000           (=) compras                 27.000

2 - CPA →                        EI Prod. Elab.+ CPP - EF Prod. Elab.
Ou
CPV                              32.000
(+) EF Prod. Acab                 2.350
(-) EI Prod. Acab.                1.000
(=) CPA                          33.350

3 - CPP →                        ∑ MP utilizada + MOD + CIF
Ou
CPA                              33.350
(+) EF Prod. Elab                12.000
(-) EI Prod. Elab.               18.000
(=) CPP                          27.350

3 – CT → MOD + CIF
CPP = MP + MOD + CIF
CPP - MP = MOD + CIF
CT =                                2.350


                                         10
4.2.3. Classificação e comportamento dos custos


Comportamento de Custos

      Análise do Comportamento de Custos é o estudo de como custos específicos
       respondem nas trocas de atividades.
      O ponto inicial na Análise do Comportamento de Custos é mensurar atividade
       chaves.
      Níveis de atividades poderão ser expressas em termos de
          o    Vendas em reais ou unidades (empresa varejista),
          o    Quilômetros percorridos (empresa de transporte),
          o    Ocupação de quartos (hotel)


Análise do Comportamento de Custos


      Para um nível de atividade poderá ser útil a Análise do Comportamento de
       Custos, observando a correlação entre mudanças no nível ou volume de
       atividade e mudanças nos custos.
      O nível de atividade selecionado é definido como sendo o índice de atividade (ou
       volume).
O índice de atividade identifica a atividade que causa mudanças no comportamento
dos custos.


Custos Variáveis
Custos Variáveis são custos que variam no total diretamente e proporcionalmente com
mudanças no nível de atividade.
Um custo variável também poderá ser definido como um custo que permanece o
mesmo por unidade em todo nível de atividade.


Custos Fixos
Custos Fixos são custos que permanecem o mesmo no total não havendo mudanças
no nível de atividade.
Desde que os Custos Fixos permaneçam constantes no total e que não haja mudanças
no nível de atividade, Custos Fixos por unidade variam inversamente com a atividade.
Quando o volume aumenta, o custo unitário decresce e vice versa.


Custos Mistos
Custos Mistos contém ambos: um elemento de custo variável e um elemento de custo
fixo.



                                             11
Também são chamados de Custos Semi-Variáveis, custos mistos trocam no
total;p~]]]], mas não proporcionalmente com mudanças no nível de atividade.


4.2.4. Sistemas de acumulação


4.2.4.1 Sistemas de acumulação de custos por ordem ou encomenda


   Características:
   a) Os custos são acumulados na ordem de produção por elementos de custos
      durante determinado período (semana, quinzena, mês), levando em conta o
      departamento ou processo de fabricação, cujo este, vem de encontro ao
      caminho transitado pelo produto no processo de fabricação.
   b) No caso onde os produtos são processados em mais de um determinado
      departamento, os custos correspondentes são lançados a cada fase de
      fabricação, de forma que o custo total vai sendo acumulado até que a ordem de
      produção esteja concluída.
   c) Somente quando a ordem de produção é terminada pode-se saber o custo real
      de fabricação do produto.
   d) Os custos apropriados nas ordens de produção, enquanto estas não estão
      completadas, passam a compor o inventário de produtos em processos
      (andamento ou em fase de fabricação).
   e) O custeamento por ordem de produção é usado em empresas, cujos produtos
      ou lotes de produtos podem ser perfeitamente identificados no processo de
      fabricação, isso ocorre principalmente, em relação à produção não padronizada
      ou produção não repetitiva.


   Este sistema apresenta algumas desvantagens:
   a) Gasto administrativo: o sistema exige considerável trabalho para o registro das
      informações requeridas no adequado preenchimento das ordens de produção;
   b) Os controles permanentes são necessários para assegurar a correlação dos
      dados de material e de mão-de-obra direta apropriado a cada ordem de
      produção.


Fluxo de documentos:
  1. Pedido de vendas: Um pedido de venda é preparado com base na emissão da
     venda;
  2. Ordem de produção: Uma ordem de produção dá início aos trabalhos da ordem,
     a qual são debitados os elementos de custos;
  3. Formulário de requisição de materiais:
      Cartão de controle de tempo de mão-de-obra;
      Taxas predeterminadas de custo indireto;



                                         12
Estes custos de fabricação são acumulados em formulários, elaborados pela
     contabilidade, conhecidos como: Folha de registro de custo.*


  * O registro de custo constitui a base de cálculo dos custos do produto unitário
  utilizados na determinação dos cutos dos produtos vendidos.


4.2.4.1.1 Exemplo

Durante o mês de janeiro, a CIA Itajubá trabalhou em duas ordens de produção.
Os dados relativos a essas duas ordens são os seguintes:

Ordem 68 e 69
                                                 68               69
Unidades de cada ordem                               120           200
Unidades vendidas                                    120             0
Materiais requisitados R$                            744           640
Horas de MDO direta                                  360           400
Custo da MDO direta R$                             1.980         2.480

Os CIF`s são atribuídos na base de horas de MDO direta a uma taxa de R$ 3,75/hora
Durante o mês de janeiro, a ordem 68 foi completada e transferida para produtos
acabados.
A ordem 69 não foi completada no final do mês.

Pede-se:

1 - Calcule o custo unitário da ordem 68.
2 - Calcule o saldo final da conta de produtos em processo.
3 - A ordem 68 foi vendida e o preço de venda é 140% do custo.

Folha de custo OP 68

     Material                 MDO                     CIF                Total
 requisição   valor    nº de horas   valor    Taxa CIF           valor
            1 744              360   1.980          3,75          1350   4.074


Folha de custo OP 69

     Material                 MDO                     CIF                Total
 requisição   valor    nº de horas   valor    Taxa CIF           valor
            2 640              400   2.480          3,75          1500   4.620




                                        13
1 - Custo unitário OP 68 R$                                33,95

2 - Saldo produtos em processo R$                          4.620

3 - Valor venda OP 68 R$                                5.703,6


4.2.4.2 Produção contínua:


O sistema de acumulação de custos por processo tem como característica a fabricação
em série de produtos padronizados, ou seja, produz para estoque e posterior venda e
não sobre encomenda de clientes. No custeio do processo contínuo, os produtos são
movimentados no processo de produção continuamente, e todos os procedimentos da
fábrica são predominantemente padronizados.
Inventários de produtos em processo (andamento, em fase de fabricação) no fim do
período, é necessário calcular a equivalência de produção para distribuir os custos pela
produção completada e pela produção qua ainda permanece no processo de
fabricação.
Equivalência: Significa o número de unidade que seriam totalmente iniciadas e
acabadas se todo o custo fosse aplicado só a elas, ao invés de ter sido usado para
começar e terminar umas e apenas elaborar parcialmente outras. As unidades
equivalentes medem o valor do trabalho efetivo realizado durante certo período em
análise.


4.2.4.2.1 Fórmula de cálculo da equivalência de produção:


Unidades completadas ou transferidas para outro processo de fabricação
(+) Inventário Final (no final do período em análise)
(-) Inventário Inicial (no início do período em análise)
(=) Produção equivalente


Obs.

No caso dos estoques iniciais e finais, deve-se levar em conta o estágio que se
encontra o produto do processo analisado com relação ao produto acabado do mesmo
processo de fabricação.
O sistema contínuo é normalmente indicado para indústrias de aparelhos domésticos,
alimentos enlatados, refinarias de petróleo, indústrias de cimento, cal, papel, açúcar,
produtos alimentícios, etc.
No tratamento contábil, os custos são acumulados em contas diversas das diversas
linhas de produção e são encerrados sempre no fim de cada período. (dia, semana
mês, trimestre, semestre, ano). A avaliação do custo por unidade produzida é feita com
base no custo médio do período.


                                             14
Características:
Características               Ordem de produção             Produção contínua
A produção se destina à:      Pedidos      específicos   ou Estoque
                              estoques
Produção:                     Por ordem de produção         Por departamento
Custo acumulado:              Por ordem de produção         Por departamento
Custo total calculado:        Por ordem de produção         Fim do período de custo
Cálculo       dos     custos Custo da ordem / unidades Custo do departamento /
unitários:                    produzidas                    produção do departamento



 4.2.4.2.1 Exemplo

 A Cia Moçambique produz defensivo para madeira em dois departamentos:
 Mistura e Embalagens. Após a mistura dos materiais químicos no departamento
 de mistura, o defensivo líquido é transferido para o departamento de embalagens,
 onde é colocado em contêineres pláticos. Os materiais são adicionados no início
 do processo. A mão-de-obra e os custos indiretos de fabricação são agrupados
 e denominados custos de conversão. A mistura registrou os seguintes gastos no
 período em análise:

 Matéria prima:                     160.000
 MDO direta:                         70.000
 CIF:                               210.000

 Durante o período foram transferidos para o departamento de embalagens 60.000
 unidades e ficou um saldo de 20.000 unidades com estágio de 100% em relação
 Ao material e 50 % de custo de conversão.

 Unidades transferidas:               60.000
 A transferir                         20.000

 Com base nos dados acima, calcular:

 1-   Produção equivalente;
 2-   Custo unitário por elemento;
 3-   Valor transferido para o processo seguinte (embalagem);
 4-   Inventário final dos produtos em elaboração do departamento de mistura
 5-   Conciliação do departamento de mistura.




                                            15
1 - Produção equivalente;                                 MP       cust conv
Quantidade transferida para o processo seguinte          60.000        60.000
(+) Estoque final em elaboração                          20.000        10.000
(-) Estoque inicial em elaboração                             0              0
(=) Produção equivalente                                 80.000        70.000

2 - Custo unitário por elemento;


          Elementos             Custo de conversão
Itens                     MP     MOD         CIF
Estoque inicial (R$)          0         0        0
(+) produção            160.000   70.000 210.000
(=) disponível          160.000   70.000 210.000
Volume (unidades)
Estoque inicial               0           0
(+) produção             80.000        70.000
(=) disponível           80.000        70.000
Custo médio unitário          2           4

3 - Valor transferido para o processo seguinte (embalagem);

Quantidade de transferência x custo da mistura (MP + MOD + CIF)

Unidades                                       60.000
(x) Custo da mistura                                6
(=) Valor transferido                         360.000


4 - Inventário final dos produtos em elaboração do departamento de mistura

Departamento de mistura
MP 20.000: un x 2                              40.000
Custo de conversão: 10.000 un x 4              40.000
                                               80.000
5 - Conciliação do departamento de mistura.

Departamento de mistura
Estoque inicial                                     0
(+) custo de produção do período              440.000
(=) Total                                     440000

Saídas para o processo seguinte               360.000
(+) Estoque final elaboração                   80.000
(=) Total                                     440.000




                                        16
4.2.4.3 Produção conjunta:


Na produção por processo, normalmente acontecem fenômenos do co-produto e do
sub-produto. Determinar o custo para este tipo de produto é o problema enfrentado
pelo contador gerencial, ou seja, os custos conjuntos.
Os custos conjuntos são definidos como custos comuns de bens ou serviços
empregados na produção simultânea de dois ou mais produtos. Os co-produtos são
também conhecidos como produtos conjuntos. Produtos conjuntos são dois ou mais
produtos provenientes da mesma matéria-prima.
As refinarias, as indústrias de carnes enlatadas, de laticínios e de produtos químicos
são exemplos de indústrias que empregam produtos conjuntos. Os produtos de menor
valor comercial são denominados de sub-produtos, sendo que estes nascem
naturalmente durante o processo de produção, possuem mercado relativamente
estável, tanto no que diz respeito à existência de compradores como quanto ao preço.
São itens que tem comercialização tão normal quanto os produtos da empresa, mas
que representam porção ínfima do faturamento total. Os produtos de maior valor,
consequentemente são chamados de co-produtos.


Exemplo:
    O boi, depois de morto, é cortado e seus pedaços são comercializados.
    Refinação de petróleo resulta em óleo combustível, gasolina, querosene, óleo
     lubrificante e asfalto.


Sendo assim, a distinção entre co-produto e sub-produto baseada no valor comercial é
mais representativa na realidade, porém essa distinção pode variar no tempo e no
espaço, dependendo do gosto dos consumidores. Um produto que hoje é considerado
co-produto em função do mercado, amanhã poderá passar para a classificação de sub-
produto, ou seja, a classificação final vai depender do mercado consumidor.


Critério de distribuição de custos conjuntos:


O problema para a montagem do custo dos co-produtos está exatamente na primeira
fase do processo de fabricação. Adota-se então, um método para distribuir esses
custos. Os custos da fase seguinte serão debitados diretamente a cada um dos
produtos, o porquê do ponto de separação, daí para frente, aparecerá dois processos
distintos que irão receber os seus custos próprios.


Métodos de distribuição dos custos anteriores ao ponto de separação:


    Método dos volumes produzidos;
    Método do valor de mercado;
    Método das ponderações com base no volume e peso, e


                                            17
    Método da igualdade do lucro bruto.


Conceituando, a produção conjunta ocorre quando mais de um produto derivam da
mesma matéria-prima e processo de fabricação (BRUNI; FAMA, 2004; VANDERBECK;
NAGY, 1999; SOUZA; CLEMENTE, 2006).
Diversos propósitos podem justificar a necessidade de alocação de custos conjuntos:
    Relatórios financeiros;
    Avaliar estoques mantidos no balanço, ou determinar o resultado;
    Avaliar contratos com clientes que adquirem apenas parte da produção conjunta;
    Negociação referente à indenização de seguros;
    Políticas de precificação.
(HORNGREN; FOSTER; DATAR, 2000).
Para os gerentes é necessário saber o custo do produto para tomadas de decisão e
controle de custos. Porém, conforme advertem alguns autores (SOUZA; CLEMENTE,
2006; HANSEN; MOWEN, 2000) as avaliações baseadas nas alocações de custos
conjuntos para fins gerencias podem ser enganosas, portanto é necessário distinguir a
necessidade de alocação para cada um dos propósitos.
Enquanto alguns dos critérios de rateio sugeridos possam ser usados para avaliar
estoques, não satisfazem para a tomada de decisão, pois o custo total do processo até
o ponto de separação é pré-Produção conjunta e decisões gerenciais:
Assim como o custo total de centro produtivo é apropriado aos produtos conforme
algum critério de rateio, no caso da produção conjunta, os custos realizados até o
ponto de separação também teriam de ser apropriados aos produtos segundo alguma
base de rateio. Na necessidade de encontrar um método de alocação apropriado pode
utilizar abordagens dos benefícios recebidos e as abordagens do valor relativos de
mercado, conforme especificam Hansen e Mowen (2000), a saber:
• Abordagem de Benefícios Recebidos parte do pressuposto que é possível atribuir o
custo ao produto em base da sua unidade física, como volume ou peso ou medindo os
benefícios recebidos. Seus dois métodos são:
- Método de Unidades Físicas - sob este método os custos conjuntos são atribuídos
para produtos com base em alguma medida física. Cada produto recebe a parcela de
custos proporcional a quantidade produzida. A sua lógica se encontra na justificativa de
que todos os produtos resultantes passam pelo mesmo processamento e seria
impossível de dizer qual custa mais. A restrição de aplicação se encontra na
necessidade de conversão dos produtos para mesma unidade de medida. Segundo
Maher (2001 apud Faria et. alli. 2006) a atribuição direcionada pela quantidade é
recomendada quando os preços dos co-produtos são muito voláteis, ou ainda quando
os preços de venda são estabelecidos por entidades reguladoras;
- Método da Média Ponderada – atribuição de fatores ponderados pode incluir diversos
elementos como tempo de manufatura consumido, grau de dificuldade, diferenças no
tipo de matéria-prima e mão-de-obra. A aplicação correta do método consistirá na
escolha apropriada do fator de ponderação.
• Alocações Baseadas no Valor Relativo de Mercado - esta abordagem é defendida
pelos contadores, pois se acredita que alocação deve acontecer de acordo com


                                           18
habilidade de produtos a absorver os custos conjuntos. No resultado da sua aplicação
não existem produtos rentáveis ou não-rentaveis, pois na sua totalidade eles estariam
cobrindo ou não as despesas. Esta abordagem encontra variações de métodos,
conforme explicado a seguir:
- Método do Valor de Venda no Ponto de Separação - este método aloca custos
conjuntos com base em valor de venda do respectivo produto em ponto de Produção
conjunta e decisões gerenciais. Quanto mais alto for o valor de mercado, maior será a
carga de custo alocada neste produto;
- Método do Valor Líquido Realizável – quando não existe o preço de venda no ponto
de separação, como sugerido no método anterior, pode-se partir do preço de venda
após o processamento adicional;
- Método da Porcentagem Constante da Margem Bruta – este método reconhece que
os custos incorridos após o ponto de separação são parte do custo total sobre o que se
espera obter o lucro bruto geral. As receitas para os produtos individuais são ajustadas
para o lucro bruto, custos separáveis são deduzidos e a o resultado é o custo conjunto
alocado.


4.2.4.3.1 Exemplo

Uma fábrica de fios tem o processo inicial de fabricação o departamento de fiação
que produz os co-produtos fios nº 1, nº 2, nº 3 e nº 4. No último mês produziu um
total de 120.000 unidades por um custo de fabricação de R$ 360.000

Produção:

               unidades    valor unit    total
Fio nº 1:         20.000             3      60.000
Fio nº 2:         60.000             3     180.000
Fio nº 3:         30.000             3      90.000
Fio nº 4:         10.000             3      30.000
                120.000                   360.000

1 - Método dos volumes produzidos:

Custo total:                 360.000             3 por unidade
                             120.000 Um

2 - Método do valor de mercado, considerando o preço unitário de venda:

                Preço                                               Custo
                 unit       volume       Fat. Total     %           p/prod       cust unit
Fio nº 1:          12,5       20.000       250.000      20,33        73.171           3,66
Fio nº 2:            9,5      60.000       570.000      46,34       166.829           2,78
Fio nº 3:          10,0       30.000       300.000      24,39        87.805           2,93
Fio nº 4:          11,0       10.000       110.000       8,94        32.195           3,22
                             120.000     1.230.000     100,00       360.000


                                           19
3 - Método das ponderações, considerando o peso:

                                                                 Custo
            Peso unit      volume         Peso total    %        p/prod    cust unit
Fio nº 1:          5         20.000        100.000      17,24     62.069        3,10
Fio nº 2:          3         60.000        180.000      31,03    111.724        1,86
Fio nº 3:          8         30.000        240.000      41,38    148.966        4,97
Fio nº 4:          6         10.000         60.000      10,34     37.241        3,72
                            120.000        580.000     100,00    360.000


4 - Método da igualdade do lucro bruto:

Receita Total                             1.230.000
(-) Custos conjuntos                        360.000
(=) Lucro Bruto                             870.000      ÷       120.000        7,25

                                                       custo      custo
            Volume       Preço unit       Lucro unit    unit      total
Fio nº 1:    20.000           12,5             7,25        5,3   105.000
Fio nº 2:    60.000            9,5             7,25        2,3   135.000
Fio nº 3:    30.000           10,0             7,25        2,8    82.500
Fio nº 4:    10.000           11,0             7,25        3,8    37.500
            120.000                                              360.000


4.2.5. Métodos de custeio


O objetivo dos métodos de custeio é identificar os gastos inerentes ao processo
produtivo, acumulando-os de forma organizada aos produtos.
Estes custos podem ser aplicados a diferentes objetos tais como: produtos,
departamentos, atividades, processos, ordem de produção, ou outras formas que o
gestor possa demonstrar interesse.


4.2.5.1 Custeio Real por Absorção:


Método pelo qual devem ser imputados aos bens ou serviços todos os custos reais
incorridos sejam eles fixos ou variáveis obtidos pela contabilidade geral; Não são
computados as despesas; Deve ser observado os Princípios Contábeis, principalmente
o de Competência.




                                             20
4.2.5.2 Custeio Direto ou Custeio Variável:


Método pelo qual devem ser imputados aos bens ou serviços os custos variáveis reais
incorridos, obtidos pela contabilidade geral; Não são computados os Custos Fixos e
nem as despesas; Devem ser observados os Princípios Contábeis, principalmente o de
Competência.


4.2.5.3 Custo Padrão:


Método pelo qual devem ser imputados aos bens ou serviços os custos padrões
incorridos; Estes devem ser apurados da forma mais científica possível, objetivando o
ponto ideal de qualidade e eficiência dos recursos, com o mínimo de desperdício; Este
método tem por objetivo a análise de eficiência dos Custos reais incorridos. Pode ser
considerado uma meta de longo prazo.


4.2.5.4 Custeio Baseado em Atividades (ABC):


Método pelo qual devem ser imputados aos bens ou serviços os custos diretos
incorridos; Os custos indiretos devem ser agrupados por atividades para dessa maneira
ser imputado da forma mais lógica possível; Não são computados as despesas; Deve
ser observado os Princípios Contábeis, principalmente o de Competência.


4.2.5.5 RWK:


Método pelo qual devem ser imputados aos bens ou serviços todos os custos e todas
as despesas reais incorridas, obtidos pela contabilidade geral; Devem ser observados
os Princípios Contábeis, principalmente o de Competência; Processo composto de
duas fases:


1a. Alocação aos Centros de Custo, e
2a. Alocação dos valores acumulados nos Centros de Custo aos bens ou serviços.


Além desses métodos, são utilizados os custos de transferências e os valores
praticados no mercado para formação de preço de venda. Os custos de transferências
são aqueles utilizados nos relacionamentos entre as áreas de responsabilidade
existentes nas empresas. Já os valores de mercado são aqueles praticados por outras
empresas do mesmo ramo.




                                              21
4.2.5.5.1 Exemplo
Método de custeio – Absorção e Variável

A empresa Coxipó S.A., apresenta os dados abaixo mencionados referentes às
operações projetadas para o primeiro quadrimestre de 2009:

                                      Jan         fev        mar           Abr     total
Volume de produção                     1.000      1.100      1.300         2.000    5.400
Volume de venda                          570        840      1.000         2.000    4.410
Preço de venda/unit                     11,1         12         12            12
Custo variável/unit                      7,5         7,5         8           8,5            MP+MOD
Despesa variável/unit                    1,3         1,5       1,5           1,5
Custo fixo mensal                      1.400      1.500      1.400         1.550   5.850
Desp. Fixa mensal                        270        285        270           290   1.115

Preparar os seguintes relatórios:

1. Movimentação do estoque físico
2. Movimentação do estoque em $ pelos métodos de custeio por absorção e
variável
3. Demonstração do resultado por ambos os métodos
4. Comprovação da diferença constatada nos estoques e resultados apurados

1. Movimentação do estoque físico

                                      Jan         fev        mar           Abr
Estoque Inicial                            0        430        690           990
(+) produção                           1.000      1.100      1.300         2.000
(=) subtotal                           1.000      1.530      1.990         2.990
(-) CPV                                  570        840      1.000         2.000
(=) Estoque final                        430        690        990           990

2. Movimentação do estoque em $ pelos métodos de custeio por absorção

                                      Jan         fev        mar           Abr
Estoque Inicial                            0      3.827      6.123         8.916
(+) produção                           8.900      9.750     11.800        18.550
(=) subtotal                           8.900     13.577     17.923        27.466
(-) CPV                                5.073      7.454      9.007        18.372
(=) Estoque final                      3.827      6.123      8.916         9.094

CPV = (Subtotal estoque $ / subtotal estoque físico) x volume de vendas




                                                 22
2. Movimentação do estoque em $ pelos métodos de custeio variável

                                      Jan         fev        mar        Abr
Estoque Inicial                            0      3.225      5.175      7.748
(+) produção                           7.500      8.250     10.400     17.000
(=) subtotal                           7.500     11.475     15.575     24.748
(-) CvRv                               4.275      6.300      7.827     16.554
(=) Estoque final                      3.225      5.175      7.748      8.194

CvPv = (Subtotal estoque $ / subtotal estoque físico) x volume de vendas

3. Demonstração do resultado método por absorção

                                      Jan         fev        mar        Abr
Vendas                                 6.327     10.080     12.000     24.000
(-) CPV                                5.073      7.454      9.007     18.372
(=) Lucro bruto                        1.254      2.626      2.993      5.628
(-) Despesa variável                     741      1.260      1.500      3.000
(-) Despesa fixa                         270        285        270        290
(=) Lucro ou prejuízo                    243      1.081      1.223      2.338
(=) Lucro ou prejuízo acum.              243      1.324      2.547      4.885

3. Demonstração do resultado método variável

                                      Jan         fev        mar        Abr
Vendas                                 6.327     10.080     12.000     24.000
(-) CvPv                               4.275      6.300      7.827     16.554
(-) Despesa variável                     741      1.260      1.500      3.000
(=) Margem de contribuição             1.311      2.520      2.673      4.446
(-) Custo fixo                         1.400      1.500      1.400      1.550
(-) Despesa fixa                         270        285        270        290
(=) Lucro ou prejuízo                   -359        735      1.003      2.606
(=) Lucro ou prejuízo acum.             -359        376      1.379      3.985

4. Comprovaçào da diferença constatada nos estoques e resultados apurados

                                      Jan         fev        mar           Abr
Estoque por absorção                   3.827      6.123      8.916         9.094
(-) Estoque variável                   3.225      5.175      7.748         8.194
(=) Variação                             602        948      1.168           900
Lucro por absorção                       243      1.324      2.547         4.885
(-) Lucro variável                      -359        376      1.379         3.985
(=) Variação                             602        948      1.168           900




                                                 23
4.3.   Relações Custo/Volume/Lucro


É uma ferramenta de planejamento de curto prazo ao correlacionar as variáveis: custo,
receita, volume de saída e lucro. Além do que pode facilitar o processo gerencial na
busca da capacidade de pagamento da empresa.

A análise da relação Custo x Volume de vendas envolve os processos de fixação de
preço, estratégia de vendas, e melhor definição do mix de vendas quer por níveis e
regiões na busca de maior lucratividade dos produtos.

Se o mix de vendas for estruturado considerando também a interação dos diferentes
nichos e ambientes, poderá trazer um maior lucro, porém muitas vezes a empresa
pode optar por um mix menos lucrativos buscando maior penetração no mercado, ou
solidificar a sua presença no mercado.



4.3.1. Margem de Contribuição


É a diferença entre o preço de venda de uma unidade e os custos e despesas variáveis
da respectiva unidade:
MC = Pv un – CDv un.


É a fatia em $ do preço de venda destinado a cobertura/pagamento:
      Dos custos fixos, das despesas fixas, tributação,
      Retorno para os proprietários/amortização de empréstimos.


Sempre que calculamos o PE utilizando o conceito de MC, deve-se elaborar uma DRE
o que permite verificar se os resultados estão corretos.
A estrutura dessa DRE é um pouco diferente da convencional, a saber:
                           (+)   Receita Total (Pv x quantidades)
                           (-)   Custos Variáveis (Cv x quantidades)
                           (-)   Despesas Variáveis (Dv x quantidades)
                           (=)   Margem de Contribuição
                           (-)   Custos Fixos
                           (-)   Despesas Fixas
                           (=)   Lucro líquido/Superavit




                                           24
Em outras palavras, margem de contribuição pode ser entendida como o excesso de
receitas de uma atividade sobre os custos relevantes que estão disponíveis para cobrir
os custos fixos, contribuindo dessa maneira, para a formação do lucro empresarial. O
lucro somente aparecerá quando os custos fixos forem totalmente cobertos.


4.3.2. Ponto de Equilíbrio (breakeven point)


Uma das finalidades da análise da relação custo-volume-lucro é calcular o ponto de
equilíbrio, isto é, o ponto no qual as receitas das vendas são iguais aos custos e
despesas e o lucro é zero (nulo).

Premissas iniciais:

   a. Ausência de estoques de produtos acabados ou de mercadorias, tudo é vendido;
   b. Tanto custos quanto às despesas: fixas e variáveis são considerados no
      processo de cálculo
   c. As fórmulas utilizadas trarão como resultado o número de unidades a serem
      vendas para atender a proposta do PE.


Legenda:
      PE = ponto de equilíbrio   c - contábil e - econômico f - financeiro
      RT - receita total         Pv – preço de venda       U = Unitário
      CF – custo fixo            Cv – custo variável Q = Quantidade
      DF – despesa fixa          Dv – despesa variável
      CDF – custo fixo + despesa fixa
      CDv – custo variável + despesa variável


Lembrete:
Os custos e despesas fixas não se alteram em função de um volume determinado de
produção.
Favor verificar o gráfico no texto fornecido
Linearidade e Intervalo de Relevância: ponto de vista dos economistas.




                                          25
$                          Receita Total (RT)

                                                      Custo e Despesa Total

                                                     (CDVunit. x Qtde +CDFT)




                                         Ponto de Equilíbrio (PE)



                                                  Custo e Despesa Fixa Total (CDFT)



                                                        Qtde



Ponto de Equilíbrio Contábil (PEc)

       PEc corresponde a versão clássica de PE, isto é, o RESULTADO encontrado
        pela aplicação da fórmula indica quantas unidades a empresa precisa vender
        para que suas receitas sejam iguais os seus custos e despesas gerando um
        resultado nulo.

        PEc = CDF  MCunit             (MC = Pvunit – Cdvunit)


Ponto de Equilíbrio Econômico (PEe)

       Sabe-se que a empresa dentre as suas finalidades é a de ter lucro.
       PEe é calculado considerando o retorno que os proprietários querem obter sobre
        o patrimônio líquido da empresa.

        PEe = (CDF + Lucro)  MCunit


Ponto de Equilíbrio Financeiro (PEf)

       A gestão financeira preocupa-se com a liquidez da empresa, isto é, ela quer
        saber quanto precisa vender para gerar caixa e ter dinheiro para pagar os
        compromissos.


                                             26
   Nesse sentido, existem duas situações distintas dentro da empresa quanto aos
       compromissos:
   a. Os operacionais (mínimo) – PEf 1, e
   b. Os operacionais + empréstimos/financiamentos – PEf 2.


       PEf1 = (CDF – Depreciação *)  MCunit


       PEf2 = (CDF – depreciação* + empréstimos**)  MCunit

      (*) existem outras contas econômicas na DRE que não representam saída de
       recurso.
      (**) outros valores podem ser incorporados à fórmula se representarem saídas
       de recursos da empresa.


Ponto de Equilíbrio Empresarial (PEE)

      PEE – considera os aspectos econômicos e financeiros relativos aos
       empréstimos e financiamentos. Pretende mostrar a ponto de equilíbrio real nas
       empresas.

       PEE = (CDF + lucro + empréstimos**)  MCunit



 4.3.2.1 Exemplo

 Uma indústria de televisores tem a seguinte estrutura de custos e despesas:

 Custos fixos:                          1.600.000
 Custos variáveis:                            300 unid
 Despesas Fixas:                          400.000
 Despesas variáveis:                         55,5 unid
 Preço de venda unitário:                   555,5 unid

 Sabendo-se que a empresa deseja um retorno mínimo de 10% ao ano sobre o PL de
 $ 24 milhões e que 20% dos seus fixos são depreciações, pede-se:

 a. Calcule o ponto de equilíbrio contábil
 b. Calcule o ponto de equilíbrio econômico
 c. Calcule o ponto de equilíbrio financeiro




                                           27
Resolução:

 a. Ponto de equilíbrio contábil:

 PEc = CDF ÷ MC → PEc = (1.600.000 + 400.000) ÷ (555,5 - (300+55,5))
 PEc =        10.000 Unid

 b. Ponto de equilíbrio econômico

 PL =         24.000.000
 Lucro
 =       PL x 10% =        2.400.000

 PEe = (CDF + Lucro) ÷ MC → (1.600.000 + 400.000 + 2.400.000) ÷ (555,5 - (300+55,5))

 PEe =             22.000 unid.

 PEe valor: Pee qtde x Pvu =           12.221.000

 c. Ponto de equilíbrio financeiro

 Depreciação: 20% custos fixos =         320.000

 PEf = (CDF - depreciação) ÷ MC → (1.600.000 + 400.000 - 320.000) ÷ (555,5 - (300+55,5))

 PEf =              8.400 unid.

 PEf valor = Pef qtde x Pvu =           4.666.200



4.3.3. Alavancagem Operacional


Pode ser definida como o uso potencial de custos operacionais fixos para aumentar os
efeitos das mudanças nas vendas sobre os lucros da empresa antes dos juros e do
imposto de renda.


 4.3.3.1 Exemplo

 A Empresa Piracicabana S.A., ao aumentar sua produção e vendas em 20%,
 Passando para 6.000 unidades mensais, teve seus custos aumentado de $ 350
 mil para $ 400 mil. Considerando que o preço de venda unitário é de $ 100.

 Qual foi o grau de alavancagem operacional (GAO)?
 Qual a margem de contribuição unitária do produto (MCunit)?



                                          28
Resolução
                     ANTES         ATUAL        TT
Δ % volume                                        20%
QTDE                    5.000      6.000         1.000
PV                        100        100
RECEITA            500.000,00 600.000,00 100.000,00
(-) CUSTO TT       350.000,00 400.000,00 50.000,00
(=) LUCRO          150.000,00 200.000,00 50.000,00

Δ % Receita = 500 E 600 Δ % (HP)
Δ % Lucro = 150 E 200 Δ % (HP)

GAO = Δ%Lucro            33,33 %      =           1,67 vezes
    Δ%Receita            20,00 %

MCunit = Δ do custo fixo =     50.000,00 =               50
                                   1.000




                                           29
4.4.   Análise de Custos e Decisões Táticas


4.4.1. Contribuição Marginal e Fatores Escassos (análise econômica).


Fatores de Produção (escassos)


De forma geral, os fatores de produção compreendem, basicamente, o capital, os
recursos naturais (ou simplesmente terra) e a força de trabalho (ou simplesmente
trabalho).
Acrescentam-se, nos dias de hoje, a tecnologia e a capacidade empresarial como
recursos necessários à produção.
  Capital;
  Recursos Naturais;
  Força do Trabalho;
  Tecnologia;
  Capacidade Empresarial;


Capital
Todo bem destinado à produção de outro bem se classifica como recurso de capital.
Por capital entende-se, portanto, a infra-estrutura produtiva (edifícios, por exemplo), as
máquinas, as ferramentas, etc.
Para alguns economistas, o conceito de capital compreende o próprio fluxo de
remuneração (salário) e pagamentos (de bens e serviços adquiridos das empresas).
Para outros, compreende toda a renda que é empregada para gerar lucro.
Nos dias de hoje, o conceito prevalecente é aquele que define o capital como um
conjunto de recursos da natureza econômica, distintos e passíveis de reprodução, que
possibilita a obtenção de um rendimento em períodos determinados. Encontramos
presentemente classificação do capital em capital técnico, capital jurídico e capital
contábil. O primeiro refere-se ao conjunto de bens materiais utilizados no processo da
produção, sendo, assim, uma noção de caráter geral; o capital jurídico tem a ver com a
sua relação com os titulares de direito (capital privado e capital público, por exemplo),
tanto quanto o capital contábil (capital de giro, capital de empréstimo, capital de
participação, capital nacional, capital estrangeiro etc).
A formação de capital decorre da acumulação de riqueza destinada à obtenção de
novas riquezas. É esta capacidade de geração de riqueza, consubstanciada nos
investimentos, isto é, na capacidade de aumentar os meios de produção, que irá
determinar o ritmo de desenvolvimento econômico de uma nação. Isto porque o
emprego eficiente de bens de capital possibilita elevação do rendimento do trabalho
humano e da produtividade real do sistema econômico.
Os recursos necessários à formação de capital podem ser de origem interna ou
externa, isto é, procedente de outros países. Os recursos internos compreendem a



                                           30
poupança, que nada mais é do que a parcela da renda que não é destinada ao
consumo imediato. Esta poupança nem sempre é espontânea.
Cogitou-se, recentemente, a formação de uma poupança compulsória – ou forçada –
para fazer à necessidade tanto de investimento como de redução da demanda e,
conseqüentemente, combate à inflação. A poupança pode ser proveniente de
indivíduos, das empresas e do setor público. Os recursos externos vêm suprir uma
carência de recursos internos, sob a forma de empréstimos, de investimentos
estrangeiros, ajudas governamentais e outras.


Recursos naturais
Do ponto de vista econômico, os recursos naturais – o fator terra – compreendem a
base de um sistema sobre a qual se assentará o capital técnico. São os recursos
naturais, tanto os renováveis (de natureza biológica, que compreendem os vegetais e
os animais), como os irrenováveis (riquezas minerais e solo) que proporcionarão a
obtenção dos bens destinados à satisfação das necessidades do ser humano,
transformados e/ou in natura.
Durante muito tempo prevaleceu a idéia, entre os precursores da análise econômica,
de que a verdadeira riqueza seria aquela resultante da utilização indireta do fator terra,
a produção agrícola. Os outros bens seriam derivados de uma transformação dos
produtos primários, não acrescentando, portanto, mais riqueza. Este conceito
modificou-se substancialmente com o avanço das tecnologias de processo e de
produto, a serem tratadas mais à frente.


Força do trabalho
Aplicando aos instrumentos, num dado espaço físico, o trabalho humano, dele resultará
a transformação do meio em que habita e a produção de bens segundo suas próprias
necessidades. O sistema econômico depende fundamentalmente da qualidade do
trabalho humano, que é eminentemente criador. O ser humano procura criar,
desenvolver e enriquecer novos meios de produção, com vistas ao progresso e
evolução da técnica.
Para alguns economistas, clássicos, o trabalho é o determinante do valor econômico.
Segundo esta linha de pensamento, todos os fatores de produção, em última análise,
se resume num só: o trabalho, fonte única de todo o progresso humano.
Para outros economistas clássicos, menos radicais, o valor advém da colaboração
entre o capital e o trabalho.


Tecnologia
Significa o estudo das técnicas. Por técnica, entende-se a maneira correta de executar
qualquer tarefa. É o “saber como”, definindo formas, instrumentos, equipamentos,
métodos, características físicas de materiais intermediários e outros insumos para a
obtenção de um bem econômico.
A tecnologia pode ser definida como o conhecimento humano aplicado à produção.
Neste sentido, alguns autores consideram a tecnologia como uma mercadoria, com
todas as suas características: tem um preço, pode ser adquirida e também se torna



                                           31
obsoleta. As nações subdesenvolvidas são potencialmente compradoras de tecnologia
originária de nações desenvolvidas.
Neste contexto, assumem papel preponderante na transferência de tecnologia as
firmas estrangeiras e as licenças de produção por firmas estrangeiras e as licenças de
produção por firmas nacionais, mediante o pagamento de royalties.
Uma inovação técnica quer seja através de descoberta de novas matérias-primas,
mudança nos métodos de produção, criação de novos produtos ou substituição de
equipamentos, termina por modificar a divisão social do trabalho e as técnicas de
produção, elevando a produtividade do trabalho.
Estas inovações, de grande impacto na economia, se manifestam como inovação (ou
tecnologia) de processo e inovação (ou tecnologia) de produto. Uma tecnologia de
produto caracteriza uma inovação que leva a um produto novo, isto é, que apresentará
certas peculiaridades que qualificarão um produto diferente daquele anteriormente
oferecido. Já a evolução tecnológica de processo atinge tão-somente o processo de
fabricação, sem mudanças nas características do produto.
Refere-se, neste caso, a diminuições no tempo de obtenção do produto, reduções no
número de operações, racionalização no uso de matérias-primas etc.


Capacidade empresarial
A função empresarial é vital para a condução da ordem capitalista.
Nas economias onde a livre iniciativa impera, compete aos empresários explorar uma
invenção ou introduzir uma inovação de produto ou de processo, de abrir nova frente
de oferta de bens e serviços, novos usos para produtos conhecidos, reativação e
reorganização de indústrias etc.
O tipo empresarial é definido pela reunião de aptidões presentes em uma pequena
parcela da população, que levam à descoberta de oportunidades de investimento, ao
financiamento da operação, à obtenção e utilização adequada dos fatores de produção
e à organização e coordenação das operações de forma eficiente.
A capacidade empresarial se resume, portanto, em conseguir que as coisas sejam
feitas.


Necessidades humanas
Registramos anteriormente que as necessidades do homem são ilimitadas. Vamos
analisar este particular aspecto da natureza de forma detalhada e sistematizada, dada
a sua importância e vinculação com o próprio equacionamento do problema
econômico.
Uma primeira questão a responder diz respeito ao volume de necessidades que
possamos ter.
Evidentemente, um ser humano que vive numa comunidade moderna tem
necessidades diversas e em maior quantidade do que alguém que vivia na Idade
Média. Uma volta por uma das alas comerciais de um shopping center das grandes
metrópoles ou meia hora de televisão comprovam facilmente esta afirmação. Além
deste aspecto temporal, há de se considerar que, somado ao volume, também a
composição das necessidades varia entre habitantes de uma metrópole e de uma
cidadezinha do interior do Estado.


                                          32
Em que pese a diversidade entre volume e composição das necessidades humanas, é
possível detectar várias características comuns. As necessidades podem ser coletivas
ou individuais. No primeiro caso, estão enquadradas as necessidades que todo o grupo
sente tais como a necessidade de segurança, educação, saneamento básico, saúde,
etc.
Estas necessidades coletivas são satisfeitas em parte ou totalmente por ação do
Estado.
As necessidades individuais compreendem dois grupos: o de necessidades absolutas
do homem, isto é, relacionadas às exigências de natureza biológica do homem, como
dormir, esperar, comer, habitar, procriar, vestir, etc.
Estas necessidades absolutas – ou, como também são conhecidas, biológicas – nem
sempre tem sua satisfação associada imediatamente a uma solução econômica.
Tomemos a necessidade de respirar, por exemplo: em muitas comunidades modernas,
a preservação das áreas verdes e o controle da poluição do ar podem requerer
grandes esforços econômicos.
O segundo grupo compreende as necessidades relativas ou sociais. São relativas
porque não são idênticas para todos os indivíduos. Compreendem o conjunto de
hábitos, normas, costumes e valores (uso de talheres e pratos, cama para dormir,
leitura, audiência de uma sinfonia e outros).
As necessidades dos indivíduos, quer sejam absolutas modificam-se a cada novo dia.
Alguns estados a esse respeito revelam que as necessidades são hierarquizadas, isto
é, um indivíduo procura satisfazer suas necessidades em certo momento ou período de
sua vida por etapas consecutivas, uma após outra. O primeiro degrau é reservado para
as necessidades biológicas ou básicas. Satisfeitas estas necessidades, o indivíduo
precisa de segurança, em seu mais amplo sentido: segurança no emprego, na
comunidade, no lar. A etapa seguinte refere-se à necessidade que o indivíduo sente de
viver em comunidade, ser aceito pelo grupo, relacionar-se. Na etapa seguinte, quer
satisfazer seu ego: busca reconhecimento, status, poder. A última etapa nesta
hierarquização refere-se à auto-realização: o indivíduo abre-se a novos desafios,
procura a experimentação de forma decidida (motivo que leva alguns cientistas a
inocularem vírus no seu próprio organismo, para testarem determinada teoria ou
vacina).
Segundo estes estudos, uma necessidade superior não poderá ser suprida sem a
satisfação da necessidade imediatamente anterior. Outro aspecto revela que a posição
do indivíduo na sua hierarquia de necessidades é mutável ao longo do tempo, ou seja,
o indivíduo terá projetadas novas hierarquias introduzidas pelas transformações do
meio, principalmente.


Bens
A satisfação de uma necessidade no sentido aqui tratado requer a existência de um
bem.
Mesmo as mais elementares necessidades são satisfeitas por um certo tipo de bem. O
ar, por exemplo, é o bem que satisfaz a necessidade de respirar. Em circunstâncias
normais, quando se caracteriza a sua abundância, este e outros bens, como a água
dos mares e a luz do sol, são considerados bens livres, não constituindo um problema
cuja solução esteja no âmbito da análise econômica. A maioria das necessidades do
indivíduo será satisfeitas por bens escassos, cuja obtenção irá requerer certa


                                         33
quantidade de trabalho. Estes bens são denominados bens econômicos e
compreendem duas categorias de bens: os bens tangíveis, isto é, que se pode apalpar,
que são materiais, portanto, e os bens intangíveis, que não são de natureza física,
como os serviços.
Na tentativa de melhor compreensão do fato econômico, a classificação dos bens
completou-se com o enquadramento dos bens econômicos tangíveis nas seguintes
categorias:


a) Bens de consumo
Compreendem os produtos que se destinam ao consumo. Subdividem-se em bens de
consumo não duráveis (que possuem existência muito limitada no tempo e geralmente
desaparecem ao satisfazer a necessidade, como os alimentos, por exemplo) e bens de
consumo duráveis (cuja utilização é substancialmente prolongada, como
eletrodomésticos, automóveis, etc).


Bens de capital
Compreendem os bens destinados à produção de novos bens e por isso são também
conhecidos por “bens de produção”. São as máquinas industriais, ferramentas, etc.
Além destas duas categorias de bens econômicos tangíveis, que poderiam ser
classificadas de bens finais porque satisfazem necessidades de consumo ou de
investimento sem exigir mais nenhuma transformação, existem os bens intermediários,
como o aço, o cimento e uma infinidade de outras mercadorias que requerem
transformações antes de se converterem num bem de consumo ou bem de capital.


Questões Centrais da Economia
O dilema traduzido pelo confronto entre recursos humanos e materiais – escassos e
necessidades coletivas e individuais – ilimitadas implica a existência de três questões
fundamentais:
  O que e quanto produzir?
Custo de oportunidade,
→ Máxima possibilidade de produção → Curvas de Possibilidades de Produção (CPP)
  Como produzir?
Possibilidades tecnológicas, responsabilidade da sociedade como um todo.
→ Otimizar recursos Humanos e Patrimoniais → Busca da Eficiência Produtiva
  Para quem produzir?
Alocação e distribuição da renda.
→ Busca da Equidade




                                          34
4.4.1.1.       Margem de contribuição sem fatores limitantes



4.4.1.2.       Limitação da capacidade de produção


Fatores de limitação que podem afetar a capacidade de produção:
       Mão-de-obra;
       Matéria-prima;
       Máquinas e equipamentos;
       Espaço físico da fábrica, etc.

 4.4.1.2.1 Exemplo

 A empresa Ibiporã S.A. tema seguinte estrutura de preços e custos referentes a seus
 produtos:

   PRODUTO             PVunit.    CVunit    Consumo de Hrs
                                              homem unit.
           A            190,0     110,0           4
           B            280,0     129,0          10
           C            275,0     121,5          12
           D            290,0     124,5          15

 Custo fixo mensal                  2.500
 Despesa variável                    10% sobre vendas (restrição)

 Devido a uma greve na empresa a quantidade de horas homens ficou reduzida a 428
 insuficiente para sua produção visto que suas vendas atingem 14 unidades de cada
 produto.

 Vendas:                    14 unidades de cada produto

 Resolução:

       Produto           PV      CV/Unit      DV      MCunit        H.H        Mc HH.
          A              190,0     110,0         19     61,0               4    15,25      14X4= 56HH
          B              280,0     129,0         28    123,0              10    12,30    14X10= 140HH
          C              275,0     121,5       27,5    126,0              12    10,50    14X12=168 HH
          D              290,0     124,5         29    136,5              15      9,10    4X15= 64HH
                                                                                                428 H




 D: 64/15 = 4,26


                                              35
DRE                  A          B           C            D        TOTAL
 QTDE                   14       14       14        4
 PV                  190,0    280,0    275,0    290,0
 REC              2.660,00 3.920,00 3.850,00 1.160,00 11.590,00
 (-) CV           1.540,00 1.806,00 1.709,00     498 5.553,00
 (-) DV               266       392      385     116 1.159,00
 (=) MC             854,00 1.722,00 1.756,00   546,00 4.878,00
 (-) CF                                                2.500,00
 (=) LUCRO                                             2.378,00


4.4.2. Decisões Táticas
A tomada de decisão tática consiste na escolha entre alternativas com um final
imediato ou limitado em vista. Por exemplo, aceitar um pedido especial por menos do
que um preço de venda para utilizar a capacidade ociosa e aumentar os lucros do ano.
Assim, as decisões táticas tendem a ser de curto prazo, porém podem ter
conseqüências em longo prazo.


4.4.2.1.   Comprar x produzir

 4.4.2.1.1 Exemplo

 A empresa Blumenau S.A. estuda a possibilidade de comprar durante os próximos
 quatro anos um componente que compõem a montagem de seu produto principal.
 Uma análise mostrou que fabricar 10 mil peças / ano, seria necessário um investi-
 mento de $ 150 mil, devendo-se incorrer em custos totais de $ 96 mil/ano. Se o
 componente for comprado, seu preço será de $ 14,4 / peça. Admitindo-se um
 custo do capital de 10% a.a., determine se o componente deve ou não se comprado


                  momento 0          ano 1        ano 2        ano 3       ano 4
 Investimento        150.000
 Custo                                96.000       96.000       96.000    96.000
 Comprar                             144.000      144.000      144.000   144.000 → 14,4 x 10.000
 Fluxo                -150.000        48.000       48.000       48.000    48.000

                Fluxo de caixa:
                          152.154

                                                   48.000       48.000     48.000   48.000

                                                              10% a.a.
                          150.000


                                             36
Valor presente
                          HP12C

                f                   FIN
                48.000              PMT
                4                    n
                10                   i

                       PV           152.154

                VPL = 152.154 – 150.000 =                 2.154


                TIR
                            HP12C

                f                    FIN
                                    CHS g
                150.000              Cfo
                48.000              g CFj
                4                    g Nj
                F                    IRR

                                       11%

                10 i
                F                   NPV
                                     2.154



4.4.2.2.   Investir x Alugar


4.4.2.3.   Decisão sobre substituição de equipamentos


 4.4.2.3.1 Exemplo

 A empresa XYZ estuda a possibilidade de comprar uma máquina. A compra da
 Máquina está orçada em R$ 200 mil e terá uma utilização de 24 horas por dia
 (depreciação acelerada). O investimento proporcionará uma receita de R$ 180
 mil por ano e custos operacionais de R$ 108 mil, fora a depreciação. Consideran-
 do um custo de capital de 10% a.a. e usando o método do VPL e da TIR, analise a
 viabilidade econômica do investimento.




                                            37
Investimento inicial:              200.000
Taxa anual:                           10%
Depreciação= 200.000 x 20% =        40.000

Receita                            180.000
(-) Custo                          108.000
(-) Depreciação                     40.000
(=) LAIR                            32.000
(-) IR / CSLL (34%)                 10.880
(=) LL                              21.120
(+) Depreciação                     40.000
(=) Fluxo de caixa
Oper.                               61.120


Fluxo de caixa:

         231.693
                         61.120     61.120   61.120   61.120



                                  10% a.a.
         200.000

Valor presente
        HP12C

f              FIN
61.120         PMT
5               n
10              i

   PV          231.693

VPL = 231.693 - 200.000 =           31.693

TIR
         HP12C

f             FIN
200.000     CHS g Cfo
61.120       G CFj
5             g Nj
F             IRR

                   16%


                                       38
4.5.   Lucro Empresarial e Variações de Preço


4.5.1. Variações de preços em operações simples

O preço é um dos fatores que permitem tornar economicamente viável um produto ou
serviço no mercado por parte da empresa.
A política de preço é um conjunto de estratégias de curto e longo prazo e visam
sedimentar a participação do produto ou serviço em determinado nicho de mercado.
Os fatores considerados no processo de formação de preço: natureza do produto,
situação de demanda e de mercado, além dos objetivos de curto e longo prazo da
empresa, retorno sobre os investimentos feitos.
As políticas de preços devem trazer as diretrizes que envolvam o ciclo de vida do
produto: a introdução, crescimento, maturidade e o declínio do produto ou serviço no
mercado (Assef):

Estágio           Investimentos    Vendas            Preços           Retornos

Introdução        Altos            baixas            altos            negativo

crescimento       Moderados        crescentes        altos            crescente

maturidade        Baixos           altas             menores          elevado

Declínio          Zero             queda             baixos           mínimo


Geralmente no estudo de viabilidade econômica foram definidas as estratégias de curto
e longo prazo preços para o produto ou serviço conforme o ciclo de vida esperado, na
introdução do produto ou serviço os preços são altos, exigindo a utilização de
estratégias de penetração que permitiram o crescimento do volume de vendas o que
permitirá economias de escala de produção.
Esse preço do produto ou serviço a ser oferecido ao mercado, será colocado em
discussão novamente antes do seu lançamento no mercado, devido a mutações que
ocorrem nos ambientes externos e internos da organização, pois o produto ou serviço
surgiu para atender uma oportunidade ou melhor atender uma necessidade do
mercado, quer seja a sua colocação inicial quer no papel de substituir produtos ou
serviços obsoletos próprios ou de terceiros dentro do mercado.
Dentro da teoria de preços encontrados três correntes na teoria de preço.


4.5.1.1 Teoria clássica:
Na qual procura-se descobrir o preço ótimo ou o melhor preço, isto é, qual o preço que
maximizará o lucro da empresa (política clássica do capitalismo). O preço ótimo será
encontrado em relação ao nível de vendas.




                                            39
4.5.1.2 Teoria baseada nos custos e/ou despesas operacionais:
RKW
É uma forma que utiliza os custos e despesas através do processo de
departamentalização no todos os gastos são imputados ao produto ou serviço
inclusive os financeiros;


4.5.1.3 Com base na Margem de Contribuição
De posse das informações: custos de produção (variáveis e fixos), das despesas
(variáveis e fixas), do lucro desejado e da legislação de impostos, que como já vimos
difere em sua forma de aplicação na fixação de sua base de cálculo/ramo de
atividade/políticas governamentais específicas.


4.5.1.4 Método do Mark-up
Consiste na aplicação de um fator sobre o custo da mercadoria ou do produto a ser
vendido. Por ser aplicado de duas formas: a primeira seria utilizando um fator sobre
(multiplicado) o valor do CDV unitário do produto, o resultado seria o preço de venda, e
o valor encontrado entre PV e CDV deverá cobrir os CDF, os impostos (encargos
tributários) e retorno (lucro); a segunda consiste em aplicar o fator sobre o custo de
produção encontrado para o produto, e a diferença entre PV e CT deverá suprir as
necessidades de recursos para pagar os impostos e retorno sobre o investimento
(lucro).


IMPORTANTE: dentro deste processo de fixação de preços a empresa pode utilizar a metodologia de
custeio ABC, o poderá facilitar a leitura e análise de resultado.
4.5.1.5 Formação de Preço com base no Mercado
O preço é definido pelo mercado. No fundo é uma metodologia definida como “target
cost”, isto é, meta de custo, onde o lucro é maximizado pela redução de custos e
despesas.


Lucro = PV – custo – despesa


4.5.1.6 Método do Preço Corrente:
      Produtos semelhantes/preços semelhantes;
      Como a empresa poderá alterar os preços?


4.5.1.6 Método de Imitação de Preços:
A empresa não tem conhecimento profundo do mercado, seleciona um concorrente que
tenha características semelhantes e determina o preço com base nele.




                                              40
4.5.1.7 Método Preços Agressivos - DUMPIMG:
      A empresa quer aumentar sua participação no mercado e prática preços abaixo
       do normal, as vezes de forma incentivada ou não;
      Se a redução for drástica nos preços com a intenção de prejudicar a
       concorrência, isto é chamado de dumpimg.


4.5.1.8 Método Preços Promocionais:


      Utilizados pelos supermercados e lojas de departamentos;
      Alguns itens são oferecidos a preços baixos com a expectativa de vendas outros
       produtos a preços normais.


4.5.1.9 Método de Preços com base nas características de Mercado (social);
      Esta metodologia exige um profundo conhecimento do mercado;
      A empresa precisará ser ágil e praticar o melhor preço conforme a oferta e
       procura;
      Um produto classe A, com pequenas adaptações poderá atender a classe B a
       partir de um custo mais baixo.


4.5.1.10 Método para venda financiada (prazo):
      Além dos fatores considerados tanto dos fatores considerados nos na
       formatação de preços por custo ou por mercado, serão considerados os
       aspectos de risco da operação: taxa de juros (prefixados – custo do dinheiro) e
       inadimplência.
      Os juros prefixados aplicados nas vendas a prazo, podem transformar-se em
       risco para empresa, exigindo que a mesma, suporte variações de custos
       adicionais dependendo da fonte de captação. Exemplo. A empresa busca
       recurso no exterior e ocorre um descontrole na variação cambial.
      Toda venda a prazo 10, 15, 30, 60 dias, requer que a empresa, para manter o
       lucro esperado, deve considerar        em seus preços de venda encargos
       decorrentes do risco de inadimplência e das flutuações do fluxo de caixa.


4.1.5.11 Método de Preços em situação de Capacidade Ociosa
      no caso de ocorrer eventual capacidade ociosa em decorr6encia da redução da
       atividade econômica, a empresa poderá praticar política diferenciada de preços.




                                          41
4.5.2. Variações de preços nas Demonstrações Contábeis
4.5.2.1.   A correção dos balanços
4.5.2.2.   Custos Históricos
4.5.2.3.   Custos Históricos Corrigidos
4.5.2.4.   Custos de Reposição




                                          42
ARTIGO:

        PROPOSTA DE UM MODELO IDEAL DE ATUAÇÃO EMPRESARIAL
                  COM ENFOQUE NA CONTROLADORIA




Heloisa Helena Rocha Maia: Mestranda em Controladoria e Contabilidade
Jorge de Souza Pinto: Mestrando em Controladoria e Contabilidade




Entender a dinâmica dos fatos, planejar alternativas de ação, sinergizar resultados são
algumas das razões para o estudo dos subsistemas empresariais. Este artigo trata de
sete subsistemas básicos: institucional, modelo de gestão, subsistema de gestão,
organizacional, social, físico-operacional e de informação
A identificação dos requisitos dos subsistemas, além de justificar sua própria
existência, conduz à compreensão do sistema empresa como um todo. Ao considerar
as unidades de negócio (compras, produção, vendas, contabilidade, suprimentos etc.)
como células do sistema empresa, tendo em si a composição global, os subsistemas
passam a ser nelas evidenciados revelando, entretanto, características peculiares.
Este trabalho vislumbra a Controladoria como unidade de negócio e caracteriza os
subsistemas empresariais na sua área de atuação. À Controladoria, é delegada a
busca pela sinergia dos resultados de cada unidade. O Controller deve atuar como um
comunicador nesta estrutura sistêmica racional cujo objetivo maior é a melhor atuação
empresarial.


INTRODUÇÃO
Os dirigentes das empresas buscam um modelo ideal de atuação para enfrentar o
crescimento da concorrência e as constantes mudanças ambientais. Tendo em vista o
processo de interação dinâmica entre a empresa e seu meio ambiente, a informação
vem se tornando um recurso cada vez mais estratégico. Consequentemente, o papel
da Controladoria vem ganhando destaque por ser o órgão dentro da empresa
responsável pelo sistema de informações que apoia o processo de planejamento e
controle de gestão.
De acordo com Catelli, gestão pode ser entendida como o processo em que o gestor
leva a empresa a uma situação objetivada a partir de uma situação atual, através do
processo de tomada de decisões que conduz a empresa à sua missão.
A gestão contemporânea, baseada na visão sistêmica da empresa, está voltada para o
atendimento das necessidades dos diversos grupos da sociedade e,
concomitantemente, à garantia de sua própria sobrevivência. O contínuo atendimento
dessas necessidades, através da otimização de resultados, exprime o grau de
atendimento da eficácia. Portanto, a eficácia de uma empresa resume-se no
cumprimento de sua missão.


                                          43
Este estudo propõe a busca de um modelo sistêmico ideal de atuação para atingir a
eficácia empresarial tendo como enfoque a Controladoria como uma unidade de
negócio.
Para formatar melhor este objetivo são levantadas as seguintes questões:
         o   Qual a configuração ideal do sistema empresa para a otimização do
             resultado, ou seja, quais são seus subsistemas?
         o   Quais são os requisitos conceituais básicos de cada subsistema na busca
             da excelência empresarial?
         o   Qual o papel e estrutura sistêmica básica da Controladoria na busca da
             eficácia da empresa?
O objetivo do artigo e as questões acima são suportadas nas seguintes premissas:
            a empresa é um sistema aberto;
            a missão é a razão da existência de uma organização;
            o cumprimento da missão confere a condição de organização eficaz;
            o resultado econômico global é o melhor indicador da eficácia empresarial
             sendo apurado em cada unidade de negócio evidenciando a eficácia
             individual de cada gestor;
            os gestores são competentes contribuindo para a missão da empresa;
            o somatório dos resultados ótimos das partes, não, necessariamente,
             corresponde ao resultado ótimo da empresa;
            a controladoria caracteriza-se como unidade de negócio, tendo a empresa
             a seguinte estrutura funcional básica:
Segundo Porter apud Riccio (1993, p.13), "... a vantagem competitiva não pode ser
compreendida observando-se a empresa como um todo. Ela tem sua origem nas
inúmeras atividades distintas que uma empresa executa no projeto, na produção, no
marketing, na entrega e no suporte de seu produto."
Dessa forma, a Controladoria como as demais áreas da empresa (compras, produção,
marketing, finanças etc.) é vista como uma unidade de negócio que produz resultado
econômico através do consumo de recursos e geração de produtos e serviços.
Dependendo das necessidades peculiares de cada empresa surgem novas áreas
alterando a estrutura funcional.
E quanto à estrutura conceitual sistêmica da empresa? Permanece inalterada?


VISÃO SISTÊMICA DA EMPRESA
Segundo Optner (1972, p. 3): "Um sistema é definido como algum processo em
funcionamento de um conjunto de elementos, cada um deles funcional e
operacionalmente unido na consecução de um objetivo."
Tomando a idéia de "processo em funcionamento" citada na definição, tem-se que o
sistema empresa envolve um ciclo dinâmico de inputs (entrada de recursos),
processamento e outputs (geração de produtos e serviços) com o ambiente em que se
insere. Apoiado nesse ciclo, o sistema empresa coleta do meio ambiente os recursos
que lhes são necessários - financeiros, humanos, tecnológicos, materiais etc. – que



                                         44
sofrem um processo de transformação gerando produtos e serviços. Esses outputs
devem possuir estreita relação com as entidades usuárias e fornecedoras do meio
ambiente, formando uma cadeia de relacionamentos.
A harmonia do sistema empresa depende da perfeita interação de seus subsistemas.
Para a busca de um modelo ideal de atuação são propostos os seguintes subsistemas:
            Subsistema Institucional: define a missão, as crenças e valores da
             empresa;
            Subsistema Modelo de Gestão: conjunto de princípios permanentes
             voltados à gestão empresarial estabelecidos pelos donos para o
             cumprimento dos gestores;
            Subsistema de Gestão: diz respeito ao processo decisório da empresa
             para atingir seus propósitos, cumprir sua missão;
            Subsistema Organizacional: conjunto das relações entre as pessoas
             necessárias à realização das tarefas de forma a atingir o objetivo das
             organizações através do agrupamento em departamentos e definição da
             amplitude administrativa;
            Subsistema Social: tem como objetivo criar um clima organizacional
             favorável, estabelecer os comportamentos exigidos pela organização;
            Subsistema Físico-Operacional: corresponde ao complexo de atividades
             de apoio, atividades fins e de corporate da organização, dimensiona as
             variáveis internas e externas dos relacionamentos da empresa;
            Subsistema de Informação: tem como objetivo apoiar o processo de
             gestão, o processo de tomada de decisão servindo-se como um "sistema
             nervoso" da empresa. Esse subsistema é responsável pela geração,
             processamento e distribuição da informação interagindo os demais
             subsistemas.


SUBSISTEMAS EMPRESARIAIS:
REQUISITOS E PROCESSO FÍSICO-OPERACIONAL


Subsistema Institucional
Este subsistema tem como escopo dar o direcionamento da empresa frente ao
ambiente externo a partir das crenças e valores dos donos formando a missão, crenças
e valores da empresa. O subsistema deve apresentar como requisitos:
            ser definido a partir das crenças e valores dos donos;
            ser formalizado tendo a empresa um documento para nortear o conjunto
             de diretrizes básicas;
            ser validado pela sociedade compreendendo o exercício de atividades
             lícitas e que satisfaçam às necessidades do ambiente;
            ser divulgado, interna e externamente, possibilitando o conhecimento das
             diretrizes institucionais da empresa.




                                          45
Subsistema Modelo de Gestão
Conforme Catelli et all (1995, p. 55), "o modelo de gestão poderá ser explicitado, em
termos de definir-se claramente quais os propósitos da empresa, o que se espera de
cada um dos gestores, bem como qual será o sistema de recompensas a ser adotado
... Assim, numa organização ideal, o modelo de gestão refletirá as idéias, crenças e
valores dos proprietários ou principais executivos, as quais estarão disseminadas por
toda a organização, sendo, pois, plenamente aceitas por todos os gestores, os quais
buscarão no modelo de gestão as orientações para as suas decisões."
Com base na assertiva acima, verifica-se que a existência desse subsistema é
justificada em função da preocupação com a prestação de contas dos gestores aos
donos. Através do subsistema modelo de gestão deve ser definido:
            o estilo de gestão;
            papéis e posturas esperados dos gestores;
            poderes e responsabilidades;
            o processo de gestão;
            a avaliação dos gestores e da gestão;
            um cronograma de interações.
Este subsistema deve revestir dos seguintes requisitos para configurar-se como um
subsistema integrante do modelo ideal de atuação da empresa:
            o estilo de gestão deve ser participativo, envolvendo todos os gestores a
             fim de proporcionar a otimização do todo. Esta interação deve realizar-se
             em vários níveis com o compartilhamento de ações, guardadas as
             relações hierárquicas. Como bem coloca Bio (1987, p. 174),
             "Organizações menos coercitivas e mais democráticas, podem ser ágeis,
             flexíveis e adaptativas e, assim, tornarem-se mais eficientes e eficazes;
             pela simples razão de que a habilidade de gerenciar mudanças de modo
             competente é cada vez mais crítica para as organizações;"
            cada gestor é "dono" de sua área devendo todas as ações priorizar o
             cumprimento da missão da empresa. Com isso torna necessário levar em
             consideração as conseqüências de suas ações nas demais áreas;
            a postura dos gestores deve ser empreendedora, ousada e dinâmica na
             busca incisiva da eficácia empresarial;
            ao projetar um modelo ideal de atuação, os donos devem definir os limites
             e responsabilidades dos gestores em cada unidade de negócio, ou seja,
             definir os eventos pelos quais cada gestor deve tomar decisões. O
             modelo de gestão deve permitir a avaliação da gestão e dos gestores das
             diversas áreas (compra, produção, vendas, contabilidade, controladoria
             etc.) com base nos resultados econômicos gerados;
            o processo de gestão deve envolver as fases de planejamento, execução
             e controle estabelecendo diretrizes, dentro de uma participação integrada
             de todos os gestores das áreas para conduzir a empresa à situação
             objetivada;
            os gestores devem ser avaliados pelo resultado econômico gerado por
             suas decisões, ou seja, o modelo de decisão de cada área deve



                                            46
proporcionar a escolha da melhor alternativa que conjugue os aspectos
              operacionais, econômicos, financeiros e patrimoniais de cada transação;
             deve ser estabelecido um cronograma de interações constantes         que
              possibilite aos proprietários da empresa o acompanhamento            das
              operações e os resultados gerados por cada unidade de negócio.       Isto
              significa dizer que os proprietários devem participar da validação   dos
              planos.


Subsistema de Gestão
                    Segundo Catelli et all (1995, p. 47), "... o subsistema de Gestão é
                    caracterizado como o processo de planejamento, execução e
                    controle. A fase de execução das atividades operacionais é o ponto
                    fundamental que caracteriza o estado dinâmico do sistema
                    empresa. Nessa condição a empresa interage intensamente com o
                    meio ambiente, obtendo os recursos de que necessita,
                    transformando-os em bens e serviços e ofertando-os novamente
                    ao meio ambiente."
Este subsistema depende da definição dos subsistemas institucional e do modelo de
gestão. Enquanto o subsistema institucional norteia o processo de gestão, através do
dimensionamento da missão da empresa, determinando "aonde" deve chegar o
processo de gestão, o subsistema modelo de gestão indica "como" alcançar a situação
objetivada. A existência do subsistema de gestão é justificada pela intenção dos
gestores em conduzir a empresa a uma situação objetivada a partir da situação atual.
A figura abaixo ilustra a visão sistêmica do subsistema de gestão, em que a interação
dos gestores das várias áreas converge para o estabelecimento do planejamento
estratégico reunindo as diretrizes e políticas estratégicas (planejamento estratégico)
para conduzir a empresa à sua missão. Posteriormente, segue o planejamento
operacional que transforma o planejamento estratégico em planos operacionais de
curto, médio e longo prazos a serem executados e controlados.
Para poder orientar-se para a gestão de resultados econômicos (definido no modelo de
gestão), este subsistema deve possuir um conjunto de modelos que irão dar suporte à
tomada de decisão compreendendo os modelos de mensuração, informação e decisão.
O modelo de mensuração avalia o impacto econômico dos eventos e transações,
apurando o resultado correto. O modelo de decisão suporta a análise das alternativas
sob os aspectos operacional, econômico, patrimonial e financeiro escolhendo a
alternativa que otimiza o resultado da empresa a fim de atingir a eficácia empresarial.
E, o modelo de informação, parte integrante do subsistema de informação, será tratado
em tópico específico, na abordagem desse subsistema.




Subsistema Organizacional
O Subsistema Organizacional tem como objetivo proporcionar uma estrutura lógica
para inter-relacionar os diversos recursos e fatores necessários ao cumprimento da
missão da empresa. Conforme coloca Perez Júnior et all (1997, p. 32), "a autoridade e



                                          47
o poder são delegados através de toda estrutura organizacional." Sendo assim, a
importância desse subsistema está diretamente relacionada com o tamanho da
organização e a diversidade de suas atividades que demandam acentuados processos
de descentralização, departamentalização, entre outros.
Segundo Jucius e Schlender (1974) a organização tem uma série de elementos
importantes, que consubstanciam com os seguintes pré-requisitos:
            a estrutura organizacional deve ser estabelecida de modo que os vários
             executivos e empresários sejam ligados entre si num arcabouço efetivo;
            as diversas normas devem ser esquematizadas e estabelecidas;
            deve ser contratado o pessoal que será treinado para preencher os
             cargos de estrutura e também para atender às normas de procedimento;
            devem ser procurados os diversos materiais, equipamentos, instrumentos
             e recursos necessários.
Através deste subsistema, espera-se a organização dos recursos técnicos, materiais,
humanos e de gestão em uma disposição adequada que possibilite o cumprimento da
missão da empresa, sendo estruturado através de organogramas, mecanismos de
operação e mecanismos de decisão.
Os processos de formalização, departamentalização, descentralização e determinação
da amplitude de controle são definidos com base nos subsistemas Modelo de Gestão e
Físico-Operacional. Dessa situação, emerge o conceito de Accountability, que
conforme Nakagawa (1993), consiste na obrigação de se prestar contas dos resultados
obtidos, em função das responsabilidades que decorrem de uma delegação de poder.


Subsistema Social
Segundo Guerreiro (1996, p. 84), "esse subsistema diz respeito ao conjunto dos
elementos humanos da organização, envolvendo assim as características e variáveis
relacionadas com os indivíduos: objetivos, capacitação, motivação, necessidades,
liderança, entre outros aspectos igualmente relevantes."
O Subsistema Social volta-se para atender a missão, as crenças e valores da empresa
e aos procedimentos estabelecidos pelo Subsistema Modelo de Gestão. Entretanto,
para manter um clima organizacional satisfatório, este subsistema deve atentar para os
interesses individuais e dos grupos que formam a organização ou com ela se
interrelacionam.
Sendo a empresa um complexo sistema social e, sob uma perspectiva sistêmica,
propõem-se os seguintes requisitos para que o subsistema social faça parte do modelo
ideal de atuação empresarial:
            sinergia entre os objetivos pessoais e os objetivos da empresa;
            os gestores devem ter espírito de liderança e conhecimentos
             multidisciplinares para interpolarem suas decisões com variáveis
             diversas;
            a motivação vem da capacidade de aglutinar indivíduos com
             especialidades e crenças diferentes em atingir o objetivo maior que é a
             missão da empresa;
            possibilitar o feedback dos indivíduos e dos gestores.


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Contabilidade Gerencial: Fundamentos e Análise de Custos

  • 1. CONTABILIDADE GERENCIAL 2010 Profº. Elias Lopes
  • 2. CURSO: Ciências Contábeis SÉRIE: 7º Semestre TURNO: Noturno DISCIPLINA: Contabilidade Gerencial CARGA HORÁRIA SEMANAL: 02 horas/aula I – EMENTA Noções preliminares. Lucro Empresarial e Variações de Preço. Fundamentos de Contabilidade de Custos. Relação Custo/Volume/Lucro. Análise de Custos e Decisões Táticas II – OBJETIVOS GERAIS Desenvolver com os alunos conhecimentos necessários para as seguintes competências:  Avaliar os fundamentos teóricos da contabilidade gerencial unindo-os à prática empresarial, evidenciando o conjunto mínimo de ferramentas necessárias ao controle e gerenciamento das organizações;  Desenvolver o entendimento estratégico da contabilidade nas decisões gerenciais;  Atuar gerencialmente a partir de demonstrações contábeis, facilitando o desenvolvimento da aptidão de tomada de decisões. III – OBJETIVO ESPECÍFICO Oferecer ao estudante o conhecimento técnico acerca do tratamento da lucratividade das organizações, as influências mercadológicas e inflacionárias que as atinge, para que, comparando os resultados com os anseios sociais, seja capaz de elaborar juízos de valores e ensaios de superações, onde for necessários. IV – CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 4.1. Noções Preliminares 4.1.1. Caracterização da contabilidade gerencial 4.1.2. Atitudes e características do contador gerencial 4.2. Fundamento de Contabilidade de Custos 4.2.1. Revisão da Terminologia 4.2.2. Elementos formadores do custo 4.2.3. Classificação e comportamento dos custos 4.2.4. Sistemas de acumulação 4.2.5. Métodos de custeio 4.3. Relações Custo/Volume/Lucro 4.3.1. Margem de Contribuição 4.3.2. Ponto de Equilíbrio 4.3.3. Alavancagem Operacional 4.4. Análise de Custos e Decisões Táticas 2
  • 3. 4.4.1. Contribuição Marginal e Fatores Escassos 4.4.1.1. Margem de contribuição sem fatores limitantes 4.4.1.2. Limitação da capacidade de produção 4.4.2. Decisões Táticas 4.4.2.1. Comprar x produzir 4.4.2.2. Investir x Alugar 4.4.2.3. Decisão sobre substituição de equipamentos 4.5. Lucro Empresarial e Variações de Preço 4.5.1. Variações de preços em operações simples 4.5.2. Variações de preços nas Demonstrações Contábeis 4.5.2.1. A correção dos balanços 4.5.2.2. Custos Históricos 4.5.2.3. Custos Históricos Corrigidos 4.5.2.4. Custos de Reposição V – ESTRATÉGIA DE TRABALHO  Aulas expositivas  Exercícios de fixação individuais e em grupo  Exercícios em classe e extra classe  Pesquisas VI – AVALIAÇÃO  Provas escritas  Trabalhos e exercícios desenvolvidos em classe e extra classe  Presença e participação VII – BIBLIOGRAFIA Bibliografia básica: ATKINSON, Anthony A. et al. Contabilidade Gerencial., 2º Ed., São Paulo, Atlas, 2008. PADOVESE, Clóvis Luís. Contabilidade Gerencial: um enfoque em sistema de informação contábil. 5º ed. São Paulo, Atlas, 2007. PINHEIRO, Paulo Roberto, SCHMIDH, Paulo e SANTOS, José Luiz dos. Introdução a contabilidade gerencial, 1º Ed., São Paulo: Atlas, 2007. Bibliografia complementar: CORONADO, Osmar. Contabilidade Gerencial básica, 1º Ed., São Paulo: Saraiva, 2006. CREPALDI, Sílvio Aparecido. Contabilidade gerencial: teoria e prática. 3a ed., 3º tiragem, São Paulo: Atlas, 2004 Prof.: Izilda Lorenzo 3
  • 4. CALENDÁRIO 2010 - 1º Semestre FEVEREIRO MARÇO ABRIL MAIO JUNHO S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D 1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 1 2 1 2 3 4 5 6 8 9 10 11 12 13 14 8 9 10 11 12 13 14 5 6 7 8 9 10 11 3 4 5 6 7 8 9 7 8 9 10 11 12 13 15 16 17 18 19 20 21 15 16 17 18 19 20 21 12 13 14 15 16 17 18 10 11 12 13 14 15 16 14 15 16 17 18 19 20 22 23 24 25 26 27 28 22 23 24 25 26 27 28 19 20 21 22 23 25 25 17 18 19 20 21 22 23 21 22 23 24 25 26 27 29 30 31 26 27 28 29 30 24 25 26 27 28 29 30 28 29 30 31 FEVEREIRO 3 Apresentação da Disciplina, ementa e conteúdo programático - Noções Preliminares 10 Fundamento de Contabilidade de Custos - Gastos / Desembolsos - Centro de Custos 17 Carnaval 24 Elementos Formadores de Custos - Exemplos - Classificação e Comportamento dos Custos 3 Sistemas de Acumulação - Ordem Interna, Produção Contínua e Produção Conjunta MARÇO 10 Exemplos e Exercício 1 - Correção do Exercício 1 - Exercício 2 17 Correção do Exercício 2 - Métodos de Custeio - Exemplo de Método de Custeio - Por Absorção e Variável 24 Relação Custo / Volume / Lucro - Margem de Contribuição 31 Ponto de Equilíbrio - Exemplo e Exercício 3 - Correção do Exercício 3 7 Semana de Provas ABRIL 14 Semana de Provas 21 Feriado 28 Alavancagem Operacional - Exemplo e Exercício 4 - Correção do Exercício 4 5 Análise de Custos e Decisões Táticas - Contribuição Marginal e Fatores Escassos (análise econômica) - Limitação da Capacidade de Produção MAIO 12 Exemplos e Exercício 5 - Decisões Táticas - Exemplos e Exercício 6 19 Correção dos Exercícios 5 e 6 26 Semana de Provas 2 Semana de Provas 9 PII JUNHO 16 PII Substitutivas 23 Exame 30 4
  • 5. 4.1. Noções Preliminares 4.1.1. Caracterização da contabilidade gerencial A contabilidade gerencial está voltada única e exclusivamente à administração da empresa, objetivando levantar informações úteis para a tomada de decisão. Num sentido mais amplo, a contabilidade gerencial atua na administração da produção, administração financeira, estrutura organizacional, enfim, em tudo que houver necessidade de tomada de decisão. 4.1.2. Atitudes e características do contador gerencial 4.1.2.1 Conforme o “Controllers Institute of América, são funções básicas do contador gerencial: 1. Implantação e supervisão do plano contábil da companhia; 2. Preparação e interpretação dos relatórios financeiros; 3. Verificação continua das contas e registros nos setores da empresa; 4. Compilação dos custos de produção; 5. Compilação das despesas com distribuição; 6. Realização e custeio das contagens físicas do estoque; 7. Preparação, apresentação e supervisão dos assuntos referente a impostos; 8. Preparação e interpretação das estatísticas e relatórios para tomada de decisão; 9. Preparação do orçamento global da companhia; 10. Fixação de normas padrão relativas à contabilidade e aos processos e sistemas de trabalho da companhia; 11. Supervisão do seguro de todos os bens da companhia; 12. Supervisão dos planos de aquisição de ativo fixo; 13. Aplicação de todas as decisões financeiras tomadas pela direção, uma vez de acordo com as normas vigentes; 14. Manutenção de todos os contratos da empresa celebrados com terceiros; 15. Aprovação do pagamento e assinatura dos cheques, notas promissórias, etc, de comum acordo com o tesoureiro; 16. Aplicação dos regulamentos da companhia no tocante a assuntos relativos a cauções e ações emitidas; 17. Preparação e/ou aprovação dos regulamentos internos que visem ao cumprimento dos regulamentos governamentais. 5
  • 6. 4.2.1.2 Responsabilidades do Controller: 1. Manter a direção da companhia informada sobre as principais atividades e planos da empresa; 2. Apoiar a direção da companhia na revisão de programas importantes; 3. Cooperar com o tesoureiro para assegurar a existência de controles contábeis e extra-contábeis adequados; 4. Manter relações com representantes de outras companhias, associações e órgãos governamentais. Como membro da administração, o controller não tem autoridade direta sobre as operações e outros departamentos da companhia. Tem autoridade apenas sobre atividades inerentes à controladoria. 4.2.1.3 Qualificações do Controller: 1. Conhecimento genérico da área de atividade em que a companhia atua; 2. Conhecimento dos aspectos econômicos, sociais e políticos que possam afetar os negócios da companhia; 3. Profundo conhecimento da companhia, incluindo sua história, objetivos, política, programas, organização e aspectos técnicos das operações; 4. Conhecimento básico das demais funções da empresa, como produção, vendas, distribuição, finanças e administração pessoal; 5. Conhecimento profundo dos princípios e técnicas de organização, planejamento, controle, análises e pesquisas econômico-financeiras, contabilidade financeira, custos e auditoria. 6
  • 7. 4.2. Fundamento da Contabilidade de Custos 4.2.1. Revisão da Terminologia Gasto ou desembolso Aquisição ou pagamento resultante da aquisição de bem ou serviço. Tipos:  Despesa: Bem ou serviço consumidos direta, ou indiretamente para obtenção de receitas.  Investimento: Gasto ativado em função de sua vida útil, ou de benefícios atribuíveis a futuro(s) período(s).  Perda: Bem ou serviço consumidos de forma anormal e involuntária.  Custos: Gasto relativo à bem, ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços.  Custos diretos: São aqueles que podem ser alocados diretamente na produção de um bem ou serviço.  Custos indiretos: São aqueles que dependem de rateio para serem alocados a produção de um bem ou serviço.  Custos fixos: São aqueles que independem da quantidade produzida de um bem ou serviço.  Custos variáveis: Estão diretamente relacionados à quantidade produzida de um bem ou serviço. Centro de Custos: Estrutura intermediária de um sistema de custeio para acumulação de custos. Normalmente utiliza-se o conceito de áreas. Premissas básicas:  Contabilidade de Custos, nada mais é do que um Sistema de Informações.  O sucesso de um Sistema de Informações depende do pessoal que o alimenta e o faz funcionar.  Não há em hipótese alguma nenhuma forma de a qualidade dos relatórios produzidos serem superior a qualidade dos dados inseridos.  Quem não vê utilidade em um dado, não lhe dá importância. 7
  • 8. Custos Industriais: Sob o ponto de vista “custos”, a operação industrial pode ser descrita de várias formas, dependendo do tipo de produto e processo. A maneira de descrever operações industriais de forma mais abrangente é: Fabricar um produto significa adquirir matéria-prima para manipulá-la, combiná-la, transformá-la e acondicioná-la com outros produtos, além de controlar sua qualidade, seus custos, despesas, perdas e desperdícios, até chegar ao produto final que atendam às especificações pré-determinadas. Desta forma, chama-se “custo”, o valor adicionado às matérias-primas, ou seja, o valor dos componentes adicionados e pré-montados, os vários materiais auxiliares e de consumo, a mão-de-obra direta e indireta alocadas no processo de fabricação. 4.2.2. Elementos formadores do custo 1. Matéria-prima (MP) 2. Mão-de-obra direta (MOD) 3. Custos gerais de fabricação (CGF) ou custos indiretos de fabricação (CIF) Gastos Gerais de Fabricação (GGF). a) Custo de produção do período (CPP): Σ MP + MOD + CIF b) Custo da produção acabada (CPA): Estoque inicial de produtos em elaboração + custo de produção do período (CPP) – estoque final de produtos em elaboração = custo da produção acabada (CPA) c) Custos dos produtos vendidos (CPV); Estoque inicial de produtos acabados + custo da produção acabada (CPA) – estoque final de produtos acabados = custo dos produtos vendidos (CPV); d) Custo Primário (CP): MP + MOD e) Custo de Transformação (CT): MOD + CIF 8
  • 9. 4.2.2.1 Exemplos: Compras do período: 15.000 MOD: 30.000 CIF: 19.000 Calcular os seguintes valores: 1 - Custo de produção do período (CPP) 2 - Custos da produção acabada (CPA) 3 - Custos dos produtos vendidos (CPV) 1ª Situação: Inicial Final Estoque de matéria-prima (MP) 3.500 5.500 Estoque de Produtos em elaboração 3.750 5.800 Estoque de produtos acabados 3.250 4.250 Resolução 1 – CPP → ∑ MP utilizada + MOD + CIF = 62.000 Estoque Inicial 3.500 (+) compras 15.000 (-) estoque final 5.500 (=) consumo de MP 13.000 2 - CPA → EI Prod. Elab.+ CPP - EF Prod. Elab.= 59.950 3 - CPV → EI Prod. Acab. + CPA - EF Prod. Acab.= 58.950 2ª Situação: Inicial Final Estoque de matéria-prima (MP) 0 0 Estoque de Produtos em elaboração 9.000 15.000 Estoque de produtos acabados 22.000 0 Resolução 1 - CPP → ∑ MP utilizada + MOD + CIF = 64.000 Estoque Inicial 0 (+) compras 15.000 (-) estoque final 0 (=) consumo de MP 15.000 9
  • 10. 2 - CPA → EI Prod. Elab.+ CPP - EF Prod. Elab.= 58.000 3 - CPV → EI Prod. Acab. + CPA - EF Prod. Acab.= 80.000 3ª Situação: Inicial Final Estoque de matéria-prima (MP) 13.000 15.000 Estoque de Produtos em elaboração 18.000 12.000 Estoque de produtos acabados 1.000 2.350 MP utilizada 25.000 CPV 32.000 Pede-se: 1 – Compra de MP do período 2 - Custo da produção acabada (CPA) 3 - Custo da produção do período (CPP) 4 - Custo de Transformação (CT) Resolução 1 - Compras do período Estoque Inicial 13.000 Consumo 25.000 (+) compras ? (+) EF MP 15.000 (-) estoque final 15.000 (-) EI MP 13.000 (=) consumo de MP 25.000 (=) compras 27.000 2 - CPA → EI Prod. Elab.+ CPP - EF Prod. Elab. Ou CPV 32.000 (+) EF Prod. Acab 2.350 (-) EI Prod. Acab. 1.000 (=) CPA 33.350 3 - CPP → ∑ MP utilizada + MOD + CIF Ou CPA 33.350 (+) EF Prod. Elab 12.000 (-) EI Prod. Elab. 18.000 (=) CPP 27.350 3 – CT → MOD + CIF CPP = MP + MOD + CIF CPP - MP = MOD + CIF CT = 2.350 10
  • 11. 4.2.3. Classificação e comportamento dos custos Comportamento de Custos  Análise do Comportamento de Custos é o estudo de como custos específicos respondem nas trocas de atividades.  O ponto inicial na Análise do Comportamento de Custos é mensurar atividade chaves.  Níveis de atividades poderão ser expressas em termos de o Vendas em reais ou unidades (empresa varejista), o Quilômetros percorridos (empresa de transporte), o Ocupação de quartos (hotel) Análise do Comportamento de Custos  Para um nível de atividade poderá ser útil a Análise do Comportamento de Custos, observando a correlação entre mudanças no nível ou volume de atividade e mudanças nos custos.  O nível de atividade selecionado é definido como sendo o índice de atividade (ou volume). O índice de atividade identifica a atividade que causa mudanças no comportamento dos custos. Custos Variáveis Custos Variáveis são custos que variam no total diretamente e proporcionalmente com mudanças no nível de atividade. Um custo variável também poderá ser definido como um custo que permanece o mesmo por unidade em todo nível de atividade. Custos Fixos Custos Fixos são custos que permanecem o mesmo no total não havendo mudanças no nível de atividade. Desde que os Custos Fixos permaneçam constantes no total e que não haja mudanças no nível de atividade, Custos Fixos por unidade variam inversamente com a atividade. Quando o volume aumenta, o custo unitário decresce e vice versa. Custos Mistos Custos Mistos contém ambos: um elemento de custo variável e um elemento de custo fixo. 11
  • 12. Também são chamados de Custos Semi-Variáveis, custos mistos trocam no total;p~]]]], mas não proporcionalmente com mudanças no nível de atividade. 4.2.4. Sistemas de acumulação 4.2.4.1 Sistemas de acumulação de custos por ordem ou encomenda Características: a) Os custos são acumulados na ordem de produção por elementos de custos durante determinado período (semana, quinzena, mês), levando em conta o departamento ou processo de fabricação, cujo este, vem de encontro ao caminho transitado pelo produto no processo de fabricação. b) No caso onde os produtos são processados em mais de um determinado departamento, os custos correspondentes são lançados a cada fase de fabricação, de forma que o custo total vai sendo acumulado até que a ordem de produção esteja concluída. c) Somente quando a ordem de produção é terminada pode-se saber o custo real de fabricação do produto. d) Os custos apropriados nas ordens de produção, enquanto estas não estão completadas, passam a compor o inventário de produtos em processos (andamento ou em fase de fabricação). e) O custeamento por ordem de produção é usado em empresas, cujos produtos ou lotes de produtos podem ser perfeitamente identificados no processo de fabricação, isso ocorre principalmente, em relação à produção não padronizada ou produção não repetitiva. Este sistema apresenta algumas desvantagens: a) Gasto administrativo: o sistema exige considerável trabalho para o registro das informações requeridas no adequado preenchimento das ordens de produção; b) Os controles permanentes são necessários para assegurar a correlação dos dados de material e de mão-de-obra direta apropriado a cada ordem de produção. Fluxo de documentos: 1. Pedido de vendas: Um pedido de venda é preparado com base na emissão da venda; 2. Ordem de produção: Uma ordem de produção dá início aos trabalhos da ordem, a qual são debitados os elementos de custos; 3. Formulário de requisição de materiais: Cartão de controle de tempo de mão-de-obra; Taxas predeterminadas de custo indireto; 12
  • 13. Estes custos de fabricação são acumulados em formulários, elaborados pela contabilidade, conhecidos como: Folha de registro de custo.* * O registro de custo constitui a base de cálculo dos custos do produto unitário utilizados na determinação dos cutos dos produtos vendidos. 4.2.4.1.1 Exemplo Durante o mês de janeiro, a CIA Itajubá trabalhou em duas ordens de produção. Os dados relativos a essas duas ordens são os seguintes: Ordem 68 e 69 68 69 Unidades de cada ordem 120 200 Unidades vendidas 120 0 Materiais requisitados R$ 744 640 Horas de MDO direta 360 400 Custo da MDO direta R$ 1.980 2.480 Os CIF`s são atribuídos na base de horas de MDO direta a uma taxa de R$ 3,75/hora Durante o mês de janeiro, a ordem 68 foi completada e transferida para produtos acabados. A ordem 69 não foi completada no final do mês. Pede-se: 1 - Calcule o custo unitário da ordem 68. 2 - Calcule o saldo final da conta de produtos em processo. 3 - A ordem 68 foi vendida e o preço de venda é 140% do custo. Folha de custo OP 68 Material MDO CIF Total requisição valor nº de horas valor Taxa CIF valor 1 744 360 1.980 3,75 1350 4.074 Folha de custo OP 69 Material MDO CIF Total requisição valor nº de horas valor Taxa CIF valor 2 640 400 2.480 3,75 1500 4.620 13
  • 14. 1 - Custo unitário OP 68 R$ 33,95 2 - Saldo produtos em processo R$ 4.620 3 - Valor venda OP 68 R$ 5.703,6 4.2.4.2 Produção contínua: O sistema de acumulação de custos por processo tem como característica a fabricação em série de produtos padronizados, ou seja, produz para estoque e posterior venda e não sobre encomenda de clientes. No custeio do processo contínuo, os produtos são movimentados no processo de produção continuamente, e todos os procedimentos da fábrica são predominantemente padronizados. Inventários de produtos em processo (andamento, em fase de fabricação) no fim do período, é necessário calcular a equivalência de produção para distribuir os custos pela produção completada e pela produção qua ainda permanece no processo de fabricação. Equivalência: Significa o número de unidade que seriam totalmente iniciadas e acabadas se todo o custo fosse aplicado só a elas, ao invés de ter sido usado para começar e terminar umas e apenas elaborar parcialmente outras. As unidades equivalentes medem o valor do trabalho efetivo realizado durante certo período em análise. 4.2.4.2.1 Fórmula de cálculo da equivalência de produção: Unidades completadas ou transferidas para outro processo de fabricação (+) Inventário Final (no final do período em análise) (-) Inventário Inicial (no início do período em análise) (=) Produção equivalente Obs. No caso dos estoques iniciais e finais, deve-se levar em conta o estágio que se encontra o produto do processo analisado com relação ao produto acabado do mesmo processo de fabricação. O sistema contínuo é normalmente indicado para indústrias de aparelhos domésticos, alimentos enlatados, refinarias de petróleo, indústrias de cimento, cal, papel, açúcar, produtos alimentícios, etc. No tratamento contábil, os custos são acumulados em contas diversas das diversas linhas de produção e são encerrados sempre no fim de cada período. (dia, semana mês, trimestre, semestre, ano). A avaliação do custo por unidade produzida é feita com base no custo médio do período. 14
  • 15. Características: Características Ordem de produção Produção contínua A produção se destina à: Pedidos específicos ou Estoque estoques Produção: Por ordem de produção Por departamento Custo acumulado: Por ordem de produção Por departamento Custo total calculado: Por ordem de produção Fim do período de custo Cálculo dos custos Custo da ordem / unidades Custo do departamento / unitários: produzidas produção do departamento 4.2.4.2.1 Exemplo A Cia Moçambique produz defensivo para madeira em dois departamentos: Mistura e Embalagens. Após a mistura dos materiais químicos no departamento de mistura, o defensivo líquido é transferido para o departamento de embalagens, onde é colocado em contêineres pláticos. Os materiais são adicionados no início do processo. A mão-de-obra e os custos indiretos de fabricação são agrupados e denominados custos de conversão. A mistura registrou os seguintes gastos no período em análise: Matéria prima: 160.000 MDO direta: 70.000 CIF: 210.000 Durante o período foram transferidos para o departamento de embalagens 60.000 unidades e ficou um saldo de 20.000 unidades com estágio de 100% em relação Ao material e 50 % de custo de conversão. Unidades transferidas: 60.000 A transferir 20.000 Com base nos dados acima, calcular: 1- Produção equivalente; 2- Custo unitário por elemento; 3- Valor transferido para o processo seguinte (embalagem); 4- Inventário final dos produtos em elaboração do departamento de mistura 5- Conciliação do departamento de mistura. 15
  • 16. 1 - Produção equivalente; MP cust conv Quantidade transferida para o processo seguinte 60.000 60.000 (+) Estoque final em elaboração 20.000 10.000 (-) Estoque inicial em elaboração 0 0 (=) Produção equivalente 80.000 70.000 2 - Custo unitário por elemento; Elementos Custo de conversão Itens MP MOD CIF Estoque inicial (R$) 0 0 0 (+) produção 160.000 70.000 210.000 (=) disponível 160.000 70.000 210.000 Volume (unidades) Estoque inicial 0 0 (+) produção 80.000 70.000 (=) disponível 80.000 70.000 Custo médio unitário 2 4 3 - Valor transferido para o processo seguinte (embalagem); Quantidade de transferência x custo da mistura (MP + MOD + CIF) Unidades 60.000 (x) Custo da mistura 6 (=) Valor transferido 360.000 4 - Inventário final dos produtos em elaboração do departamento de mistura Departamento de mistura MP 20.000: un x 2 40.000 Custo de conversão: 10.000 un x 4 40.000 80.000 5 - Conciliação do departamento de mistura. Departamento de mistura Estoque inicial 0 (+) custo de produção do período 440.000 (=) Total 440000 Saídas para o processo seguinte 360.000 (+) Estoque final elaboração 80.000 (=) Total 440.000 16
  • 17. 4.2.4.3 Produção conjunta: Na produção por processo, normalmente acontecem fenômenos do co-produto e do sub-produto. Determinar o custo para este tipo de produto é o problema enfrentado pelo contador gerencial, ou seja, os custos conjuntos. Os custos conjuntos são definidos como custos comuns de bens ou serviços empregados na produção simultânea de dois ou mais produtos. Os co-produtos são também conhecidos como produtos conjuntos. Produtos conjuntos são dois ou mais produtos provenientes da mesma matéria-prima. As refinarias, as indústrias de carnes enlatadas, de laticínios e de produtos químicos são exemplos de indústrias que empregam produtos conjuntos. Os produtos de menor valor comercial são denominados de sub-produtos, sendo que estes nascem naturalmente durante o processo de produção, possuem mercado relativamente estável, tanto no que diz respeito à existência de compradores como quanto ao preço. São itens que tem comercialização tão normal quanto os produtos da empresa, mas que representam porção ínfima do faturamento total. Os produtos de maior valor, consequentemente são chamados de co-produtos. Exemplo:  O boi, depois de morto, é cortado e seus pedaços são comercializados.  Refinação de petróleo resulta em óleo combustível, gasolina, querosene, óleo lubrificante e asfalto. Sendo assim, a distinção entre co-produto e sub-produto baseada no valor comercial é mais representativa na realidade, porém essa distinção pode variar no tempo e no espaço, dependendo do gosto dos consumidores. Um produto que hoje é considerado co-produto em função do mercado, amanhã poderá passar para a classificação de sub- produto, ou seja, a classificação final vai depender do mercado consumidor. Critério de distribuição de custos conjuntos: O problema para a montagem do custo dos co-produtos está exatamente na primeira fase do processo de fabricação. Adota-se então, um método para distribuir esses custos. Os custos da fase seguinte serão debitados diretamente a cada um dos produtos, o porquê do ponto de separação, daí para frente, aparecerá dois processos distintos que irão receber os seus custos próprios. Métodos de distribuição dos custos anteriores ao ponto de separação:  Método dos volumes produzidos;  Método do valor de mercado;  Método das ponderações com base no volume e peso, e 17
  • 18. Método da igualdade do lucro bruto. Conceituando, a produção conjunta ocorre quando mais de um produto derivam da mesma matéria-prima e processo de fabricação (BRUNI; FAMA, 2004; VANDERBECK; NAGY, 1999; SOUZA; CLEMENTE, 2006). Diversos propósitos podem justificar a necessidade de alocação de custos conjuntos:  Relatórios financeiros;  Avaliar estoques mantidos no balanço, ou determinar o resultado;  Avaliar contratos com clientes que adquirem apenas parte da produção conjunta;  Negociação referente à indenização de seguros;  Políticas de precificação. (HORNGREN; FOSTER; DATAR, 2000). Para os gerentes é necessário saber o custo do produto para tomadas de decisão e controle de custos. Porém, conforme advertem alguns autores (SOUZA; CLEMENTE, 2006; HANSEN; MOWEN, 2000) as avaliações baseadas nas alocações de custos conjuntos para fins gerencias podem ser enganosas, portanto é necessário distinguir a necessidade de alocação para cada um dos propósitos. Enquanto alguns dos critérios de rateio sugeridos possam ser usados para avaliar estoques, não satisfazem para a tomada de decisão, pois o custo total do processo até o ponto de separação é pré-Produção conjunta e decisões gerenciais: Assim como o custo total de centro produtivo é apropriado aos produtos conforme algum critério de rateio, no caso da produção conjunta, os custos realizados até o ponto de separação também teriam de ser apropriados aos produtos segundo alguma base de rateio. Na necessidade de encontrar um método de alocação apropriado pode utilizar abordagens dos benefícios recebidos e as abordagens do valor relativos de mercado, conforme especificam Hansen e Mowen (2000), a saber: • Abordagem de Benefícios Recebidos parte do pressuposto que é possível atribuir o custo ao produto em base da sua unidade física, como volume ou peso ou medindo os benefícios recebidos. Seus dois métodos são: - Método de Unidades Físicas - sob este método os custos conjuntos são atribuídos para produtos com base em alguma medida física. Cada produto recebe a parcela de custos proporcional a quantidade produzida. A sua lógica se encontra na justificativa de que todos os produtos resultantes passam pelo mesmo processamento e seria impossível de dizer qual custa mais. A restrição de aplicação se encontra na necessidade de conversão dos produtos para mesma unidade de medida. Segundo Maher (2001 apud Faria et. alli. 2006) a atribuição direcionada pela quantidade é recomendada quando os preços dos co-produtos são muito voláteis, ou ainda quando os preços de venda são estabelecidos por entidades reguladoras; - Método da Média Ponderada – atribuição de fatores ponderados pode incluir diversos elementos como tempo de manufatura consumido, grau de dificuldade, diferenças no tipo de matéria-prima e mão-de-obra. A aplicação correta do método consistirá na escolha apropriada do fator de ponderação. • Alocações Baseadas no Valor Relativo de Mercado - esta abordagem é defendida pelos contadores, pois se acredita que alocação deve acontecer de acordo com 18
  • 19. habilidade de produtos a absorver os custos conjuntos. No resultado da sua aplicação não existem produtos rentáveis ou não-rentaveis, pois na sua totalidade eles estariam cobrindo ou não as despesas. Esta abordagem encontra variações de métodos, conforme explicado a seguir: - Método do Valor de Venda no Ponto de Separação - este método aloca custos conjuntos com base em valor de venda do respectivo produto em ponto de Produção conjunta e decisões gerenciais. Quanto mais alto for o valor de mercado, maior será a carga de custo alocada neste produto; - Método do Valor Líquido Realizável – quando não existe o preço de venda no ponto de separação, como sugerido no método anterior, pode-se partir do preço de venda após o processamento adicional; - Método da Porcentagem Constante da Margem Bruta – este método reconhece que os custos incorridos após o ponto de separação são parte do custo total sobre o que se espera obter o lucro bruto geral. As receitas para os produtos individuais são ajustadas para o lucro bruto, custos separáveis são deduzidos e a o resultado é o custo conjunto alocado. 4.2.4.3.1 Exemplo Uma fábrica de fios tem o processo inicial de fabricação o departamento de fiação que produz os co-produtos fios nº 1, nº 2, nº 3 e nº 4. No último mês produziu um total de 120.000 unidades por um custo de fabricação de R$ 360.000 Produção: unidades valor unit total Fio nº 1: 20.000 3 60.000 Fio nº 2: 60.000 3 180.000 Fio nº 3: 30.000 3 90.000 Fio nº 4: 10.000 3 30.000 120.000 360.000 1 - Método dos volumes produzidos: Custo total: 360.000 3 por unidade 120.000 Um 2 - Método do valor de mercado, considerando o preço unitário de venda: Preço Custo unit volume Fat. Total % p/prod cust unit Fio nº 1: 12,5 20.000 250.000 20,33 73.171 3,66 Fio nº 2: 9,5 60.000 570.000 46,34 166.829 2,78 Fio nº 3: 10,0 30.000 300.000 24,39 87.805 2,93 Fio nº 4: 11,0 10.000 110.000 8,94 32.195 3,22 120.000 1.230.000 100,00 360.000 19
  • 20. 3 - Método das ponderações, considerando o peso: Custo Peso unit volume Peso total % p/prod cust unit Fio nº 1: 5 20.000 100.000 17,24 62.069 3,10 Fio nº 2: 3 60.000 180.000 31,03 111.724 1,86 Fio nº 3: 8 30.000 240.000 41,38 148.966 4,97 Fio nº 4: 6 10.000 60.000 10,34 37.241 3,72 120.000 580.000 100,00 360.000 4 - Método da igualdade do lucro bruto: Receita Total 1.230.000 (-) Custos conjuntos 360.000 (=) Lucro Bruto 870.000 ÷ 120.000 7,25 custo custo Volume Preço unit Lucro unit unit total Fio nº 1: 20.000 12,5 7,25 5,3 105.000 Fio nº 2: 60.000 9,5 7,25 2,3 135.000 Fio nº 3: 30.000 10,0 7,25 2,8 82.500 Fio nº 4: 10.000 11,0 7,25 3,8 37.500 120.000 360.000 4.2.5. Métodos de custeio O objetivo dos métodos de custeio é identificar os gastos inerentes ao processo produtivo, acumulando-os de forma organizada aos produtos. Estes custos podem ser aplicados a diferentes objetos tais como: produtos, departamentos, atividades, processos, ordem de produção, ou outras formas que o gestor possa demonstrar interesse. 4.2.5.1 Custeio Real por Absorção: Método pelo qual devem ser imputados aos bens ou serviços todos os custos reais incorridos sejam eles fixos ou variáveis obtidos pela contabilidade geral; Não são computados as despesas; Deve ser observado os Princípios Contábeis, principalmente o de Competência. 20
  • 21. 4.2.5.2 Custeio Direto ou Custeio Variável: Método pelo qual devem ser imputados aos bens ou serviços os custos variáveis reais incorridos, obtidos pela contabilidade geral; Não são computados os Custos Fixos e nem as despesas; Devem ser observados os Princípios Contábeis, principalmente o de Competência. 4.2.5.3 Custo Padrão: Método pelo qual devem ser imputados aos bens ou serviços os custos padrões incorridos; Estes devem ser apurados da forma mais científica possível, objetivando o ponto ideal de qualidade e eficiência dos recursos, com o mínimo de desperdício; Este método tem por objetivo a análise de eficiência dos Custos reais incorridos. Pode ser considerado uma meta de longo prazo. 4.2.5.4 Custeio Baseado em Atividades (ABC): Método pelo qual devem ser imputados aos bens ou serviços os custos diretos incorridos; Os custos indiretos devem ser agrupados por atividades para dessa maneira ser imputado da forma mais lógica possível; Não são computados as despesas; Deve ser observado os Princípios Contábeis, principalmente o de Competência. 4.2.5.5 RWK: Método pelo qual devem ser imputados aos bens ou serviços todos os custos e todas as despesas reais incorridas, obtidos pela contabilidade geral; Devem ser observados os Princípios Contábeis, principalmente o de Competência; Processo composto de duas fases: 1a. Alocação aos Centros de Custo, e 2a. Alocação dos valores acumulados nos Centros de Custo aos bens ou serviços. Além desses métodos, são utilizados os custos de transferências e os valores praticados no mercado para formação de preço de venda. Os custos de transferências são aqueles utilizados nos relacionamentos entre as áreas de responsabilidade existentes nas empresas. Já os valores de mercado são aqueles praticados por outras empresas do mesmo ramo. 21
  • 22. 4.2.5.5.1 Exemplo Método de custeio – Absorção e Variável A empresa Coxipó S.A., apresenta os dados abaixo mencionados referentes às operações projetadas para o primeiro quadrimestre de 2009: Jan fev mar Abr total Volume de produção 1.000 1.100 1.300 2.000 5.400 Volume de venda 570 840 1.000 2.000 4.410 Preço de venda/unit 11,1 12 12 12 Custo variável/unit 7,5 7,5 8 8,5 MP+MOD Despesa variável/unit 1,3 1,5 1,5 1,5 Custo fixo mensal 1.400 1.500 1.400 1.550 5.850 Desp. Fixa mensal 270 285 270 290 1.115 Preparar os seguintes relatórios: 1. Movimentação do estoque físico 2. Movimentação do estoque em $ pelos métodos de custeio por absorção e variável 3. Demonstração do resultado por ambos os métodos 4. Comprovação da diferença constatada nos estoques e resultados apurados 1. Movimentação do estoque físico Jan fev mar Abr Estoque Inicial 0 430 690 990 (+) produção 1.000 1.100 1.300 2.000 (=) subtotal 1.000 1.530 1.990 2.990 (-) CPV 570 840 1.000 2.000 (=) Estoque final 430 690 990 990 2. Movimentação do estoque em $ pelos métodos de custeio por absorção Jan fev mar Abr Estoque Inicial 0 3.827 6.123 8.916 (+) produção 8.900 9.750 11.800 18.550 (=) subtotal 8.900 13.577 17.923 27.466 (-) CPV 5.073 7.454 9.007 18.372 (=) Estoque final 3.827 6.123 8.916 9.094 CPV = (Subtotal estoque $ / subtotal estoque físico) x volume de vendas 22
  • 23. 2. Movimentação do estoque em $ pelos métodos de custeio variável Jan fev mar Abr Estoque Inicial 0 3.225 5.175 7.748 (+) produção 7.500 8.250 10.400 17.000 (=) subtotal 7.500 11.475 15.575 24.748 (-) CvRv 4.275 6.300 7.827 16.554 (=) Estoque final 3.225 5.175 7.748 8.194 CvPv = (Subtotal estoque $ / subtotal estoque físico) x volume de vendas 3. Demonstração do resultado método por absorção Jan fev mar Abr Vendas 6.327 10.080 12.000 24.000 (-) CPV 5.073 7.454 9.007 18.372 (=) Lucro bruto 1.254 2.626 2.993 5.628 (-) Despesa variável 741 1.260 1.500 3.000 (-) Despesa fixa 270 285 270 290 (=) Lucro ou prejuízo 243 1.081 1.223 2.338 (=) Lucro ou prejuízo acum. 243 1.324 2.547 4.885 3. Demonstração do resultado método variável Jan fev mar Abr Vendas 6.327 10.080 12.000 24.000 (-) CvPv 4.275 6.300 7.827 16.554 (-) Despesa variável 741 1.260 1.500 3.000 (=) Margem de contribuição 1.311 2.520 2.673 4.446 (-) Custo fixo 1.400 1.500 1.400 1.550 (-) Despesa fixa 270 285 270 290 (=) Lucro ou prejuízo -359 735 1.003 2.606 (=) Lucro ou prejuízo acum. -359 376 1.379 3.985 4. Comprovaçào da diferença constatada nos estoques e resultados apurados Jan fev mar Abr Estoque por absorção 3.827 6.123 8.916 9.094 (-) Estoque variável 3.225 5.175 7.748 8.194 (=) Variação 602 948 1.168 900 Lucro por absorção 243 1.324 2.547 4.885 (-) Lucro variável -359 376 1.379 3.985 (=) Variação 602 948 1.168 900 23
  • 24. 4.3. Relações Custo/Volume/Lucro É uma ferramenta de planejamento de curto prazo ao correlacionar as variáveis: custo, receita, volume de saída e lucro. Além do que pode facilitar o processo gerencial na busca da capacidade de pagamento da empresa. A análise da relação Custo x Volume de vendas envolve os processos de fixação de preço, estratégia de vendas, e melhor definição do mix de vendas quer por níveis e regiões na busca de maior lucratividade dos produtos. Se o mix de vendas for estruturado considerando também a interação dos diferentes nichos e ambientes, poderá trazer um maior lucro, porém muitas vezes a empresa pode optar por um mix menos lucrativos buscando maior penetração no mercado, ou solidificar a sua presença no mercado. 4.3.1. Margem de Contribuição É a diferença entre o preço de venda de uma unidade e os custos e despesas variáveis da respectiva unidade: MC = Pv un – CDv un. É a fatia em $ do preço de venda destinado a cobertura/pagamento:  Dos custos fixos, das despesas fixas, tributação,  Retorno para os proprietários/amortização de empréstimos. Sempre que calculamos o PE utilizando o conceito de MC, deve-se elaborar uma DRE o que permite verificar se os resultados estão corretos. A estrutura dessa DRE é um pouco diferente da convencional, a saber: (+) Receita Total (Pv x quantidades) (-) Custos Variáveis (Cv x quantidades) (-) Despesas Variáveis (Dv x quantidades) (=) Margem de Contribuição (-) Custos Fixos (-) Despesas Fixas (=) Lucro líquido/Superavit 24
  • 25. Em outras palavras, margem de contribuição pode ser entendida como o excesso de receitas de uma atividade sobre os custos relevantes que estão disponíveis para cobrir os custos fixos, contribuindo dessa maneira, para a formação do lucro empresarial. O lucro somente aparecerá quando os custos fixos forem totalmente cobertos. 4.3.2. Ponto de Equilíbrio (breakeven point) Uma das finalidades da análise da relação custo-volume-lucro é calcular o ponto de equilíbrio, isto é, o ponto no qual as receitas das vendas são iguais aos custos e despesas e o lucro é zero (nulo). Premissas iniciais: a. Ausência de estoques de produtos acabados ou de mercadorias, tudo é vendido; b. Tanto custos quanto às despesas: fixas e variáveis são considerados no processo de cálculo c. As fórmulas utilizadas trarão como resultado o número de unidades a serem vendas para atender a proposta do PE. Legenda: PE = ponto de equilíbrio c - contábil e - econômico f - financeiro RT - receita total Pv – preço de venda U = Unitário CF – custo fixo Cv – custo variável Q = Quantidade DF – despesa fixa Dv – despesa variável CDF – custo fixo + despesa fixa CDv – custo variável + despesa variável Lembrete: Os custos e despesas fixas não se alteram em função de um volume determinado de produção. Favor verificar o gráfico no texto fornecido Linearidade e Intervalo de Relevância: ponto de vista dos economistas. 25
  • 26. $ Receita Total (RT) Custo e Despesa Total (CDVunit. x Qtde +CDFT) Ponto de Equilíbrio (PE) Custo e Despesa Fixa Total (CDFT) Qtde Ponto de Equilíbrio Contábil (PEc)  PEc corresponde a versão clássica de PE, isto é, o RESULTADO encontrado pela aplicação da fórmula indica quantas unidades a empresa precisa vender para que suas receitas sejam iguais os seus custos e despesas gerando um resultado nulo. PEc = CDF  MCunit (MC = Pvunit – Cdvunit) Ponto de Equilíbrio Econômico (PEe)  Sabe-se que a empresa dentre as suas finalidades é a de ter lucro.  PEe é calculado considerando o retorno que os proprietários querem obter sobre o patrimônio líquido da empresa. PEe = (CDF + Lucro)  MCunit Ponto de Equilíbrio Financeiro (PEf)  A gestão financeira preocupa-se com a liquidez da empresa, isto é, ela quer saber quanto precisa vender para gerar caixa e ter dinheiro para pagar os compromissos. 26
  • 27. Nesse sentido, existem duas situações distintas dentro da empresa quanto aos compromissos: a. Os operacionais (mínimo) – PEf 1, e b. Os operacionais + empréstimos/financiamentos – PEf 2. PEf1 = (CDF – Depreciação *)  MCunit PEf2 = (CDF – depreciação* + empréstimos**)  MCunit  (*) existem outras contas econômicas na DRE que não representam saída de recurso.  (**) outros valores podem ser incorporados à fórmula se representarem saídas de recursos da empresa. Ponto de Equilíbrio Empresarial (PEE)  PEE – considera os aspectos econômicos e financeiros relativos aos empréstimos e financiamentos. Pretende mostrar a ponto de equilíbrio real nas empresas. PEE = (CDF + lucro + empréstimos**)  MCunit 4.3.2.1 Exemplo Uma indústria de televisores tem a seguinte estrutura de custos e despesas: Custos fixos: 1.600.000 Custos variáveis: 300 unid Despesas Fixas: 400.000 Despesas variáveis: 55,5 unid Preço de venda unitário: 555,5 unid Sabendo-se que a empresa deseja um retorno mínimo de 10% ao ano sobre o PL de $ 24 milhões e que 20% dos seus fixos são depreciações, pede-se: a. Calcule o ponto de equilíbrio contábil b. Calcule o ponto de equilíbrio econômico c. Calcule o ponto de equilíbrio financeiro 27
  • 28. Resolução: a. Ponto de equilíbrio contábil: PEc = CDF ÷ MC → PEc = (1.600.000 + 400.000) ÷ (555,5 - (300+55,5)) PEc = 10.000 Unid b. Ponto de equilíbrio econômico PL = 24.000.000 Lucro = PL x 10% = 2.400.000 PEe = (CDF + Lucro) ÷ MC → (1.600.000 + 400.000 + 2.400.000) ÷ (555,5 - (300+55,5)) PEe = 22.000 unid. PEe valor: Pee qtde x Pvu = 12.221.000 c. Ponto de equilíbrio financeiro Depreciação: 20% custos fixos = 320.000 PEf = (CDF - depreciação) ÷ MC → (1.600.000 + 400.000 - 320.000) ÷ (555,5 - (300+55,5)) PEf = 8.400 unid. PEf valor = Pef qtde x Pvu = 4.666.200 4.3.3. Alavancagem Operacional Pode ser definida como o uso potencial de custos operacionais fixos para aumentar os efeitos das mudanças nas vendas sobre os lucros da empresa antes dos juros e do imposto de renda. 4.3.3.1 Exemplo A Empresa Piracicabana S.A., ao aumentar sua produção e vendas em 20%, Passando para 6.000 unidades mensais, teve seus custos aumentado de $ 350 mil para $ 400 mil. Considerando que o preço de venda unitário é de $ 100. Qual foi o grau de alavancagem operacional (GAO)? Qual a margem de contribuição unitária do produto (MCunit)? 28
  • 29. Resolução ANTES ATUAL TT Δ % volume 20% QTDE 5.000 6.000 1.000 PV 100 100 RECEITA 500.000,00 600.000,00 100.000,00 (-) CUSTO TT 350.000,00 400.000,00 50.000,00 (=) LUCRO 150.000,00 200.000,00 50.000,00 Δ % Receita = 500 E 600 Δ % (HP) Δ % Lucro = 150 E 200 Δ % (HP) GAO = Δ%Lucro 33,33 % = 1,67 vezes Δ%Receita 20,00 % MCunit = Δ do custo fixo = 50.000,00 = 50 1.000 29
  • 30. 4.4. Análise de Custos e Decisões Táticas 4.4.1. Contribuição Marginal e Fatores Escassos (análise econômica). Fatores de Produção (escassos) De forma geral, os fatores de produção compreendem, basicamente, o capital, os recursos naturais (ou simplesmente terra) e a força de trabalho (ou simplesmente trabalho). Acrescentam-se, nos dias de hoje, a tecnologia e a capacidade empresarial como recursos necessários à produção. Capital; Recursos Naturais; Força do Trabalho; Tecnologia; Capacidade Empresarial; Capital Todo bem destinado à produção de outro bem se classifica como recurso de capital. Por capital entende-se, portanto, a infra-estrutura produtiva (edifícios, por exemplo), as máquinas, as ferramentas, etc. Para alguns economistas, o conceito de capital compreende o próprio fluxo de remuneração (salário) e pagamentos (de bens e serviços adquiridos das empresas). Para outros, compreende toda a renda que é empregada para gerar lucro. Nos dias de hoje, o conceito prevalecente é aquele que define o capital como um conjunto de recursos da natureza econômica, distintos e passíveis de reprodução, que possibilita a obtenção de um rendimento em períodos determinados. Encontramos presentemente classificação do capital em capital técnico, capital jurídico e capital contábil. O primeiro refere-se ao conjunto de bens materiais utilizados no processo da produção, sendo, assim, uma noção de caráter geral; o capital jurídico tem a ver com a sua relação com os titulares de direito (capital privado e capital público, por exemplo), tanto quanto o capital contábil (capital de giro, capital de empréstimo, capital de participação, capital nacional, capital estrangeiro etc). A formação de capital decorre da acumulação de riqueza destinada à obtenção de novas riquezas. É esta capacidade de geração de riqueza, consubstanciada nos investimentos, isto é, na capacidade de aumentar os meios de produção, que irá determinar o ritmo de desenvolvimento econômico de uma nação. Isto porque o emprego eficiente de bens de capital possibilita elevação do rendimento do trabalho humano e da produtividade real do sistema econômico. Os recursos necessários à formação de capital podem ser de origem interna ou externa, isto é, procedente de outros países. Os recursos internos compreendem a 30
  • 31. poupança, que nada mais é do que a parcela da renda que não é destinada ao consumo imediato. Esta poupança nem sempre é espontânea. Cogitou-se, recentemente, a formação de uma poupança compulsória – ou forçada – para fazer à necessidade tanto de investimento como de redução da demanda e, conseqüentemente, combate à inflação. A poupança pode ser proveniente de indivíduos, das empresas e do setor público. Os recursos externos vêm suprir uma carência de recursos internos, sob a forma de empréstimos, de investimentos estrangeiros, ajudas governamentais e outras. Recursos naturais Do ponto de vista econômico, os recursos naturais – o fator terra – compreendem a base de um sistema sobre a qual se assentará o capital técnico. São os recursos naturais, tanto os renováveis (de natureza biológica, que compreendem os vegetais e os animais), como os irrenováveis (riquezas minerais e solo) que proporcionarão a obtenção dos bens destinados à satisfação das necessidades do ser humano, transformados e/ou in natura. Durante muito tempo prevaleceu a idéia, entre os precursores da análise econômica, de que a verdadeira riqueza seria aquela resultante da utilização indireta do fator terra, a produção agrícola. Os outros bens seriam derivados de uma transformação dos produtos primários, não acrescentando, portanto, mais riqueza. Este conceito modificou-se substancialmente com o avanço das tecnologias de processo e de produto, a serem tratadas mais à frente. Força do trabalho Aplicando aos instrumentos, num dado espaço físico, o trabalho humano, dele resultará a transformação do meio em que habita e a produção de bens segundo suas próprias necessidades. O sistema econômico depende fundamentalmente da qualidade do trabalho humano, que é eminentemente criador. O ser humano procura criar, desenvolver e enriquecer novos meios de produção, com vistas ao progresso e evolução da técnica. Para alguns economistas, clássicos, o trabalho é o determinante do valor econômico. Segundo esta linha de pensamento, todos os fatores de produção, em última análise, se resume num só: o trabalho, fonte única de todo o progresso humano. Para outros economistas clássicos, menos radicais, o valor advém da colaboração entre o capital e o trabalho. Tecnologia Significa o estudo das técnicas. Por técnica, entende-se a maneira correta de executar qualquer tarefa. É o “saber como”, definindo formas, instrumentos, equipamentos, métodos, características físicas de materiais intermediários e outros insumos para a obtenção de um bem econômico. A tecnologia pode ser definida como o conhecimento humano aplicado à produção. Neste sentido, alguns autores consideram a tecnologia como uma mercadoria, com todas as suas características: tem um preço, pode ser adquirida e também se torna 31
  • 32. obsoleta. As nações subdesenvolvidas são potencialmente compradoras de tecnologia originária de nações desenvolvidas. Neste contexto, assumem papel preponderante na transferência de tecnologia as firmas estrangeiras e as licenças de produção por firmas estrangeiras e as licenças de produção por firmas nacionais, mediante o pagamento de royalties. Uma inovação técnica quer seja através de descoberta de novas matérias-primas, mudança nos métodos de produção, criação de novos produtos ou substituição de equipamentos, termina por modificar a divisão social do trabalho e as técnicas de produção, elevando a produtividade do trabalho. Estas inovações, de grande impacto na economia, se manifestam como inovação (ou tecnologia) de processo e inovação (ou tecnologia) de produto. Uma tecnologia de produto caracteriza uma inovação que leva a um produto novo, isto é, que apresentará certas peculiaridades que qualificarão um produto diferente daquele anteriormente oferecido. Já a evolução tecnológica de processo atinge tão-somente o processo de fabricação, sem mudanças nas características do produto. Refere-se, neste caso, a diminuições no tempo de obtenção do produto, reduções no número de operações, racionalização no uso de matérias-primas etc. Capacidade empresarial A função empresarial é vital para a condução da ordem capitalista. Nas economias onde a livre iniciativa impera, compete aos empresários explorar uma invenção ou introduzir uma inovação de produto ou de processo, de abrir nova frente de oferta de bens e serviços, novos usos para produtos conhecidos, reativação e reorganização de indústrias etc. O tipo empresarial é definido pela reunião de aptidões presentes em uma pequena parcela da população, que levam à descoberta de oportunidades de investimento, ao financiamento da operação, à obtenção e utilização adequada dos fatores de produção e à organização e coordenação das operações de forma eficiente. A capacidade empresarial se resume, portanto, em conseguir que as coisas sejam feitas. Necessidades humanas Registramos anteriormente que as necessidades do homem são ilimitadas. Vamos analisar este particular aspecto da natureza de forma detalhada e sistematizada, dada a sua importância e vinculação com o próprio equacionamento do problema econômico. Uma primeira questão a responder diz respeito ao volume de necessidades que possamos ter. Evidentemente, um ser humano que vive numa comunidade moderna tem necessidades diversas e em maior quantidade do que alguém que vivia na Idade Média. Uma volta por uma das alas comerciais de um shopping center das grandes metrópoles ou meia hora de televisão comprovam facilmente esta afirmação. Além deste aspecto temporal, há de se considerar que, somado ao volume, também a composição das necessidades varia entre habitantes de uma metrópole e de uma cidadezinha do interior do Estado. 32
  • 33. Em que pese a diversidade entre volume e composição das necessidades humanas, é possível detectar várias características comuns. As necessidades podem ser coletivas ou individuais. No primeiro caso, estão enquadradas as necessidades que todo o grupo sente tais como a necessidade de segurança, educação, saneamento básico, saúde, etc. Estas necessidades coletivas são satisfeitas em parte ou totalmente por ação do Estado. As necessidades individuais compreendem dois grupos: o de necessidades absolutas do homem, isto é, relacionadas às exigências de natureza biológica do homem, como dormir, esperar, comer, habitar, procriar, vestir, etc. Estas necessidades absolutas – ou, como também são conhecidas, biológicas – nem sempre tem sua satisfação associada imediatamente a uma solução econômica. Tomemos a necessidade de respirar, por exemplo: em muitas comunidades modernas, a preservação das áreas verdes e o controle da poluição do ar podem requerer grandes esforços econômicos. O segundo grupo compreende as necessidades relativas ou sociais. São relativas porque não são idênticas para todos os indivíduos. Compreendem o conjunto de hábitos, normas, costumes e valores (uso de talheres e pratos, cama para dormir, leitura, audiência de uma sinfonia e outros). As necessidades dos indivíduos, quer sejam absolutas modificam-se a cada novo dia. Alguns estados a esse respeito revelam que as necessidades são hierarquizadas, isto é, um indivíduo procura satisfazer suas necessidades em certo momento ou período de sua vida por etapas consecutivas, uma após outra. O primeiro degrau é reservado para as necessidades biológicas ou básicas. Satisfeitas estas necessidades, o indivíduo precisa de segurança, em seu mais amplo sentido: segurança no emprego, na comunidade, no lar. A etapa seguinte refere-se à necessidade que o indivíduo sente de viver em comunidade, ser aceito pelo grupo, relacionar-se. Na etapa seguinte, quer satisfazer seu ego: busca reconhecimento, status, poder. A última etapa nesta hierarquização refere-se à auto-realização: o indivíduo abre-se a novos desafios, procura a experimentação de forma decidida (motivo que leva alguns cientistas a inocularem vírus no seu próprio organismo, para testarem determinada teoria ou vacina). Segundo estes estudos, uma necessidade superior não poderá ser suprida sem a satisfação da necessidade imediatamente anterior. Outro aspecto revela que a posição do indivíduo na sua hierarquia de necessidades é mutável ao longo do tempo, ou seja, o indivíduo terá projetadas novas hierarquias introduzidas pelas transformações do meio, principalmente. Bens A satisfação de uma necessidade no sentido aqui tratado requer a existência de um bem. Mesmo as mais elementares necessidades são satisfeitas por um certo tipo de bem. O ar, por exemplo, é o bem que satisfaz a necessidade de respirar. Em circunstâncias normais, quando se caracteriza a sua abundância, este e outros bens, como a água dos mares e a luz do sol, são considerados bens livres, não constituindo um problema cuja solução esteja no âmbito da análise econômica. A maioria das necessidades do indivíduo será satisfeitas por bens escassos, cuja obtenção irá requerer certa 33
  • 34. quantidade de trabalho. Estes bens são denominados bens econômicos e compreendem duas categorias de bens: os bens tangíveis, isto é, que se pode apalpar, que são materiais, portanto, e os bens intangíveis, que não são de natureza física, como os serviços. Na tentativa de melhor compreensão do fato econômico, a classificação dos bens completou-se com o enquadramento dos bens econômicos tangíveis nas seguintes categorias: a) Bens de consumo Compreendem os produtos que se destinam ao consumo. Subdividem-se em bens de consumo não duráveis (que possuem existência muito limitada no tempo e geralmente desaparecem ao satisfazer a necessidade, como os alimentos, por exemplo) e bens de consumo duráveis (cuja utilização é substancialmente prolongada, como eletrodomésticos, automóveis, etc). Bens de capital Compreendem os bens destinados à produção de novos bens e por isso são também conhecidos por “bens de produção”. São as máquinas industriais, ferramentas, etc. Além destas duas categorias de bens econômicos tangíveis, que poderiam ser classificadas de bens finais porque satisfazem necessidades de consumo ou de investimento sem exigir mais nenhuma transformação, existem os bens intermediários, como o aço, o cimento e uma infinidade de outras mercadorias que requerem transformações antes de se converterem num bem de consumo ou bem de capital. Questões Centrais da Economia O dilema traduzido pelo confronto entre recursos humanos e materiais – escassos e necessidades coletivas e individuais – ilimitadas implica a existência de três questões fundamentais: O que e quanto produzir? Custo de oportunidade, → Máxima possibilidade de produção → Curvas de Possibilidades de Produção (CPP) Como produzir? Possibilidades tecnológicas, responsabilidade da sociedade como um todo. → Otimizar recursos Humanos e Patrimoniais → Busca da Eficiência Produtiva Para quem produzir? Alocação e distribuição da renda. → Busca da Equidade 34
  • 35. 4.4.1.1. Margem de contribuição sem fatores limitantes 4.4.1.2. Limitação da capacidade de produção Fatores de limitação que podem afetar a capacidade de produção:  Mão-de-obra;  Matéria-prima;  Máquinas e equipamentos;  Espaço físico da fábrica, etc. 4.4.1.2.1 Exemplo A empresa Ibiporã S.A. tema seguinte estrutura de preços e custos referentes a seus produtos: PRODUTO PVunit. CVunit Consumo de Hrs homem unit. A 190,0 110,0 4 B 280,0 129,0 10 C 275,0 121,5 12 D 290,0 124,5 15 Custo fixo mensal 2.500 Despesa variável 10% sobre vendas (restrição) Devido a uma greve na empresa a quantidade de horas homens ficou reduzida a 428 insuficiente para sua produção visto que suas vendas atingem 14 unidades de cada produto. Vendas: 14 unidades de cada produto Resolução: Produto PV CV/Unit DV MCunit H.H Mc HH. A 190,0 110,0 19 61,0 4 15,25 14X4= 56HH B 280,0 129,0 28 123,0 10 12,30 14X10= 140HH C 275,0 121,5 27,5 126,0 12 10,50 14X12=168 HH D 290,0 124,5 29 136,5 15 9,10 4X15= 64HH 428 H D: 64/15 = 4,26 35
  • 36. DRE A B C D TOTAL QTDE 14 14 14 4 PV 190,0 280,0 275,0 290,0 REC 2.660,00 3.920,00 3.850,00 1.160,00 11.590,00 (-) CV 1.540,00 1.806,00 1.709,00 498 5.553,00 (-) DV 266 392 385 116 1.159,00 (=) MC 854,00 1.722,00 1.756,00 546,00 4.878,00 (-) CF 2.500,00 (=) LUCRO 2.378,00 4.4.2. Decisões Táticas A tomada de decisão tática consiste na escolha entre alternativas com um final imediato ou limitado em vista. Por exemplo, aceitar um pedido especial por menos do que um preço de venda para utilizar a capacidade ociosa e aumentar os lucros do ano. Assim, as decisões táticas tendem a ser de curto prazo, porém podem ter conseqüências em longo prazo. 4.4.2.1. Comprar x produzir 4.4.2.1.1 Exemplo A empresa Blumenau S.A. estuda a possibilidade de comprar durante os próximos quatro anos um componente que compõem a montagem de seu produto principal. Uma análise mostrou que fabricar 10 mil peças / ano, seria necessário um investi- mento de $ 150 mil, devendo-se incorrer em custos totais de $ 96 mil/ano. Se o componente for comprado, seu preço será de $ 14,4 / peça. Admitindo-se um custo do capital de 10% a.a., determine se o componente deve ou não se comprado momento 0 ano 1 ano 2 ano 3 ano 4 Investimento 150.000 Custo 96.000 96.000 96.000 96.000 Comprar 144.000 144.000 144.000 144.000 → 14,4 x 10.000 Fluxo -150.000 48.000 48.000 48.000 48.000 Fluxo de caixa: 152.154 48.000 48.000 48.000 48.000 10% a.a. 150.000 36
  • 37. Valor presente HP12C f FIN 48.000 PMT 4 n 10 i PV 152.154 VPL = 152.154 – 150.000 = 2.154 TIR HP12C f FIN CHS g 150.000 Cfo 48.000 g CFj 4 g Nj F IRR 11% 10 i F NPV 2.154 4.4.2.2. Investir x Alugar 4.4.2.3. Decisão sobre substituição de equipamentos 4.4.2.3.1 Exemplo A empresa XYZ estuda a possibilidade de comprar uma máquina. A compra da Máquina está orçada em R$ 200 mil e terá uma utilização de 24 horas por dia (depreciação acelerada). O investimento proporcionará uma receita de R$ 180 mil por ano e custos operacionais de R$ 108 mil, fora a depreciação. Consideran- do um custo de capital de 10% a.a. e usando o método do VPL e da TIR, analise a viabilidade econômica do investimento. 37
  • 38. Investimento inicial: 200.000 Taxa anual: 10% Depreciação= 200.000 x 20% = 40.000 Receita 180.000 (-) Custo 108.000 (-) Depreciação 40.000 (=) LAIR 32.000 (-) IR / CSLL (34%) 10.880 (=) LL 21.120 (+) Depreciação 40.000 (=) Fluxo de caixa Oper. 61.120 Fluxo de caixa: 231.693 61.120 61.120 61.120 61.120 10% a.a. 200.000 Valor presente HP12C f FIN 61.120 PMT 5 n 10 i PV 231.693 VPL = 231.693 - 200.000 = 31.693 TIR HP12C f FIN 200.000 CHS g Cfo 61.120 G CFj 5 g Nj F IRR 16% 38
  • 39. 4.5. Lucro Empresarial e Variações de Preço 4.5.1. Variações de preços em operações simples O preço é um dos fatores que permitem tornar economicamente viável um produto ou serviço no mercado por parte da empresa. A política de preço é um conjunto de estratégias de curto e longo prazo e visam sedimentar a participação do produto ou serviço em determinado nicho de mercado. Os fatores considerados no processo de formação de preço: natureza do produto, situação de demanda e de mercado, além dos objetivos de curto e longo prazo da empresa, retorno sobre os investimentos feitos. As políticas de preços devem trazer as diretrizes que envolvam o ciclo de vida do produto: a introdução, crescimento, maturidade e o declínio do produto ou serviço no mercado (Assef): Estágio Investimentos Vendas Preços Retornos Introdução Altos baixas altos negativo crescimento Moderados crescentes altos crescente maturidade Baixos altas menores elevado Declínio Zero queda baixos mínimo Geralmente no estudo de viabilidade econômica foram definidas as estratégias de curto e longo prazo preços para o produto ou serviço conforme o ciclo de vida esperado, na introdução do produto ou serviço os preços são altos, exigindo a utilização de estratégias de penetração que permitiram o crescimento do volume de vendas o que permitirá economias de escala de produção. Esse preço do produto ou serviço a ser oferecido ao mercado, será colocado em discussão novamente antes do seu lançamento no mercado, devido a mutações que ocorrem nos ambientes externos e internos da organização, pois o produto ou serviço surgiu para atender uma oportunidade ou melhor atender uma necessidade do mercado, quer seja a sua colocação inicial quer no papel de substituir produtos ou serviços obsoletos próprios ou de terceiros dentro do mercado. Dentro da teoria de preços encontrados três correntes na teoria de preço. 4.5.1.1 Teoria clássica: Na qual procura-se descobrir o preço ótimo ou o melhor preço, isto é, qual o preço que maximizará o lucro da empresa (política clássica do capitalismo). O preço ótimo será encontrado em relação ao nível de vendas. 39
  • 40. 4.5.1.2 Teoria baseada nos custos e/ou despesas operacionais: RKW É uma forma que utiliza os custos e despesas através do processo de departamentalização no todos os gastos são imputados ao produto ou serviço inclusive os financeiros; 4.5.1.3 Com base na Margem de Contribuição De posse das informações: custos de produção (variáveis e fixos), das despesas (variáveis e fixas), do lucro desejado e da legislação de impostos, que como já vimos difere em sua forma de aplicação na fixação de sua base de cálculo/ramo de atividade/políticas governamentais específicas. 4.5.1.4 Método do Mark-up Consiste na aplicação de um fator sobre o custo da mercadoria ou do produto a ser vendido. Por ser aplicado de duas formas: a primeira seria utilizando um fator sobre (multiplicado) o valor do CDV unitário do produto, o resultado seria o preço de venda, e o valor encontrado entre PV e CDV deverá cobrir os CDF, os impostos (encargos tributários) e retorno (lucro); a segunda consiste em aplicar o fator sobre o custo de produção encontrado para o produto, e a diferença entre PV e CT deverá suprir as necessidades de recursos para pagar os impostos e retorno sobre o investimento (lucro). IMPORTANTE: dentro deste processo de fixação de preços a empresa pode utilizar a metodologia de custeio ABC, o poderá facilitar a leitura e análise de resultado. 4.5.1.5 Formação de Preço com base no Mercado O preço é definido pelo mercado. No fundo é uma metodologia definida como “target cost”, isto é, meta de custo, onde o lucro é maximizado pela redução de custos e despesas. Lucro = PV – custo – despesa 4.5.1.6 Método do Preço Corrente:  Produtos semelhantes/preços semelhantes;  Como a empresa poderá alterar os preços? 4.5.1.6 Método de Imitação de Preços: A empresa não tem conhecimento profundo do mercado, seleciona um concorrente que tenha características semelhantes e determina o preço com base nele. 40
  • 41. 4.5.1.7 Método Preços Agressivos - DUMPIMG:  A empresa quer aumentar sua participação no mercado e prática preços abaixo do normal, as vezes de forma incentivada ou não;  Se a redução for drástica nos preços com a intenção de prejudicar a concorrência, isto é chamado de dumpimg. 4.5.1.8 Método Preços Promocionais:  Utilizados pelos supermercados e lojas de departamentos;  Alguns itens são oferecidos a preços baixos com a expectativa de vendas outros produtos a preços normais. 4.5.1.9 Método de Preços com base nas características de Mercado (social);  Esta metodologia exige um profundo conhecimento do mercado;  A empresa precisará ser ágil e praticar o melhor preço conforme a oferta e procura;  Um produto classe A, com pequenas adaptações poderá atender a classe B a partir de um custo mais baixo. 4.5.1.10 Método para venda financiada (prazo):  Além dos fatores considerados tanto dos fatores considerados nos na formatação de preços por custo ou por mercado, serão considerados os aspectos de risco da operação: taxa de juros (prefixados – custo do dinheiro) e inadimplência.  Os juros prefixados aplicados nas vendas a prazo, podem transformar-se em risco para empresa, exigindo que a mesma, suporte variações de custos adicionais dependendo da fonte de captação. Exemplo. A empresa busca recurso no exterior e ocorre um descontrole na variação cambial.  Toda venda a prazo 10, 15, 30, 60 dias, requer que a empresa, para manter o lucro esperado, deve considerar em seus preços de venda encargos decorrentes do risco de inadimplência e das flutuações do fluxo de caixa. 4.1.5.11 Método de Preços em situação de Capacidade Ociosa  no caso de ocorrer eventual capacidade ociosa em decorr6encia da redução da atividade econômica, a empresa poderá praticar política diferenciada de preços. 41
  • 42. 4.5.2. Variações de preços nas Demonstrações Contábeis 4.5.2.1. A correção dos balanços 4.5.2.2. Custos Históricos 4.5.2.3. Custos Históricos Corrigidos 4.5.2.4. Custos de Reposição 42
  • 43. ARTIGO: PROPOSTA DE UM MODELO IDEAL DE ATUAÇÃO EMPRESARIAL COM ENFOQUE NA CONTROLADORIA Heloisa Helena Rocha Maia: Mestranda em Controladoria e Contabilidade Jorge de Souza Pinto: Mestrando em Controladoria e Contabilidade Entender a dinâmica dos fatos, planejar alternativas de ação, sinergizar resultados são algumas das razões para o estudo dos subsistemas empresariais. Este artigo trata de sete subsistemas básicos: institucional, modelo de gestão, subsistema de gestão, organizacional, social, físico-operacional e de informação A identificação dos requisitos dos subsistemas, além de justificar sua própria existência, conduz à compreensão do sistema empresa como um todo. Ao considerar as unidades de negócio (compras, produção, vendas, contabilidade, suprimentos etc.) como células do sistema empresa, tendo em si a composição global, os subsistemas passam a ser nelas evidenciados revelando, entretanto, características peculiares. Este trabalho vislumbra a Controladoria como unidade de negócio e caracteriza os subsistemas empresariais na sua área de atuação. À Controladoria, é delegada a busca pela sinergia dos resultados de cada unidade. O Controller deve atuar como um comunicador nesta estrutura sistêmica racional cujo objetivo maior é a melhor atuação empresarial. INTRODUÇÃO Os dirigentes das empresas buscam um modelo ideal de atuação para enfrentar o crescimento da concorrência e as constantes mudanças ambientais. Tendo em vista o processo de interação dinâmica entre a empresa e seu meio ambiente, a informação vem se tornando um recurso cada vez mais estratégico. Consequentemente, o papel da Controladoria vem ganhando destaque por ser o órgão dentro da empresa responsável pelo sistema de informações que apoia o processo de planejamento e controle de gestão. De acordo com Catelli, gestão pode ser entendida como o processo em que o gestor leva a empresa a uma situação objetivada a partir de uma situação atual, através do processo de tomada de decisões que conduz a empresa à sua missão. A gestão contemporânea, baseada na visão sistêmica da empresa, está voltada para o atendimento das necessidades dos diversos grupos da sociedade e, concomitantemente, à garantia de sua própria sobrevivência. O contínuo atendimento dessas necessidades, através da otimização de resultados, exprime o grau de atendimento da eficácia. Portanto, a eficácia de uma empresa resume-se no cumprimento de sua missão. 43
  • 44. Este estudo propõe a busca de um modelo sistêmico ideal de atuação para atingir a eficácia empresarial tendo como enfoque a Controladoria como uma unidade de negócio. Para formatar melhor este objetivo são levantadas as seguintes questões: o Qual a configuração ideal do sistema empresa para a otimização do resultado, ou seja, quais são seus subsistemas? o Quais são os requisitos conceituais básicos de cada subsistema na busca da excelência empresarial? o Qual o papel e estrutura sistêmica básica da Controladoria na busca da eficácia da empresa? O objetivo do artigo e as questões acima são suportadas nas seguintes premissas:  a empresa é um sistema aberto;  a missão é a razão da existência de uma organização;  o cumprimento da missão confere a condição de organização eficaz;  o resultado econômico global é o melhor indicador da eficácia empresarial sendo apurado em cada unidade de negócio evidenciando a eficácia individual de cada gestor;  os gestores são competentes contribuindo para a missão da empresa;  o somatório dos resultados ótimos das partes, não, necessariamente, corresponde ao resultado ótimo da empresa;  a controladoria caracteriza-se como unidade de negócio, tendo a empresa a seguinte estrutura funcional básica: Segundo Porter apud Riccio (1993, p.13), "... a vantagem competitiva não pode ser compreendida observando-se a empresa como um todo. Ela tem sua origem nas inúmeras atividades distintas que uma empresa executa no projeto, na produção, no marketing, na entrega e no suporte de seu produto." Dessa forma, a Controladoria como as demais áreas da empresa (compras, produção, marketing, finanças etc.) é vista como uma unidade de negócio que produz resultado econômico através do consumo de recursos e geração de produtos e serviços. Dependendo das necessidades peculiares de cada empresa surgem novas áreas alterando a estrutura funcional. E quanto à estrutura conceitual sistêmica da empresa? Permanece inalterada? VISÃO SISTÊMICA DA EMPRESA Segundo Optner (1972, p. 3): "Um sistema é definido como algum processo em funcionamento de um conjunto de elementos, cada um deles funcional e operacionalmente unido na consecução de um objetivo." Tomando a idéia de "processo em funcionamento" citada na definição, tem-se que o sistema empresa envolve um ciclo dinâmico de inputs (entrada de recursos), processamento e outputs (geração de produtos e serviços) com o ambiente em que se insere. Apoiado nesse ciclo, o sistema empresa coleta do meio ambiente os recursos que lhes são necessários - financeiros, humanos, tecnológicos, materiais etc. – que 44
  • 45. sofrem um processo de transformação gerando produtos e serviços. Esses outputs devem possuir estreita relação com as entidades usuárias e fornecedoras do meio ambiente, formando uma cadeia de relacionamentos. A harmonia do sistema empresa depende da perfeita interação de seus subsistemas. Para a busca de um modelo ideal de atuação são propostos os seguintes subsistemas:  Subsistema Institucional: define a missão, as crenças e valores da empresa;  Subsistema Modelo de Gestão: conjunto de princípios permanentes voltados à gestão empresarial estabelecidos pelos donos para o cumprimento dos gestores;  Subsistema de Gestão: diz respeito ao processo decisório da empresa para atingir seus propósitos, cumprir sua missão;  Subsistema Organizacional: conjunto das relações entre as pessoas necessárias à realização das tarefas de forma a atingir o objetivo das organizações através do agrupamento em departamentos e definição da amplitude administrativa;  Subsistema Social: tem como objetivo criar um clima organizacional favorável, estabelecer os comportamentos exigidos pela organização;  Subsistema Físico-Operacional: corresponde ao complexo de atividades de apoio, atividades fins e de corporate da organização, dimensiona as variáveis internas e externas dos relacionamentos da empresa;  Subsistema de Informação: tem como objetivo apoiar o processo de gestão, o processo de tomada de decisão servindo-se como um "sistema nervoso" da empresa. Esse subsistema é responsável pela geração, processamento e distribuição da informação interagindo os demais subsistemas. SUBSISTEMAS EMPRESARIAIS: REQUISITOS E PROCESSO FÍSICO-OPERACIONAL Subsistema Institucional Este subsistema tem como escopo dar o direcionamento da empresa frente ao ambiente externo a partir das crenças e valores dos donos formando a missão, crenças e valores da empresa. O subsistema deve apresentar como requisitos:  ser definido a partir das crenças e valores dos donos;  ser formalizado tendo a empresa um documento para nortear o conjunto de diretrizes básicas;  ser validado pela sociedade compreendendo o exercício de atividades lícitas e que satisfaçam às necessidades do ambiente;  ser divulgado, interna e externamente, possibilitando o conhecimento das diretrizes institucionais da empresa. 45
  • 46. Subsistema Modelo de Gestão Conforme Catelli et all (1995, p. 55), "o modelo de gestão poderá ser explicitado, em termos de definir-se claramente quais os propósitos da empresa, o que se espera de cada um dos gestores, bem como qual será o sistema de recompensas a ser adotado ... Assim, numa organização ideal, o modelo de gestão refletirá as idéias, crenças e valores dos proprietários ou principais executivos, as quais estarão disseminadas por toda a organização, sendo, pois, plenamente aceitas por todos os gestores, os quais buscarão no modelo de gestão as orientações para as suas decisões." Com base na assertiva acima, verifica-se que a existência desse subsistema é justificada em função da preocupação com a prestação de contas dos gestores aos donos. Através do subsistema modelo de gestão deve ser definido:  o estilo de gestão;  papéis e posturas esperados dos gestores;  poderes e responsabilidades;  o processo de gestão;  a avaliação dos gestores e da gestão;  um cronograma de interações. Este subsistema deve revestir dos seguintes requisitos para configurar-se como um subsistema integrante do modelo ideal de atuação da empresa:  o estilo de gestão deve ser participativo, envolvendo todos os gestores a fim de proporcionar a otimização do todo. Esta interação deve realizar-se em vários níveis com o compartilhamento de ações, guardadas as relações hierárquicas. Como bem coloca Bio (1987, p. 174), "Organizações menos coercitivas e mais democráticas, podem ser ágeis, flexíveis e adaptativas e, assim, tornarem-se mais eficientes e eficazes; pela simples razão de que a habilidade de gerenciar mudanças de modo competente é cada vez mais crítica para as organizações;"  cada gestor é "dono" de sua área devendo todas as ações priorizar o cumprimento da missão da empresa. Com isso torna necessário levar em consideração as conseqüências de suas ações nas demais áreas;  a postura dos gestores deve ser empreendedora, ousada e dinâmica na busca incisiva da eficácia empresarial;  ao projetar um modelo ideal de atuação, os donos devem definir os limites e responsabilidades dos gestores em cada unidade de negócio, ou seja, definir os eventos pelos quais cada gestor deve tomar decisões. O modelo de gestão deve permitir a avaliação da gestão e dos gestores das diversas áreas (compra, produção, vendas, contabilidade, controladoria etc.) com base nos resultados econômicos gerados;  o processo de gestão deve envolver as fases de planejamento, execução e controle estabelecendo diretrizes, dentro de uma participação integrada de todos os gestores das áreas para conduzir a empresa à situação objetivada;  os gestores devem ser avaliados pelo resultado econômico gerado por suas decisões, ou seja, o modelo de decisão de cada área deve 46
  • 47. proporcionar a escolha da melhor alternativa que conjugue os aspectos operacionais, econômicos, financeiros e patrimoniais de cada transação;  deve ser estabelecido um cronograma de interações constantes que possibilite aos proprietários da empresa o acompanhamento das operações e os resultados gerados por cada unidade de negócio. Isto significa dizer que os proprietários devem participar da validação dos planos. Subsistema de Gestão Segundo Catelli et all (1995, p. 47), "... o subsistema de Gestão é caracterizado como o processo de planejamento, execução e controle. A fase de execução das atividades operacionais é o ponto fundamental que caracteriza o estado dinâmico do sistema empresa. Nessa condição a empresa interage intensamente com o meio ambiente, obtendo os recursos de que necessita, transformando-os em bens e serviços e ofertando-os novamente ao meio ambiente." Este subsistema depende da definição dos subsistemas institucional e do modelo de gestão. Enquanto o subsistema institucional norteia o processo de gestão, através do dimensionamento da missão da empresa, determinando "aonde" deve chegar o processo de gestão, o subsistema modelo de gestão indica "como" alcançar a situação objetivada. A existência do subsistema de gestão é justificada pela intenção dos gestores em conduzir a empresa a uma situação objetivada a partir da situação atual. A figura abaixo ilustra a visão sistêmica do subsistema de gestão, em que a interação dos gestores das várias áreas converge para o estabelecimento do planejamento estratégico reunindo as diretrizes e políticas estratégicas (planejamento estratégico) para conduzir a empresa à sua missão. Posteriormente, segue o planejamento operacional que transforma o planejamento estratégico em planos operacionais de curto, médio e longo prazos a serem executados e controlados. Para poder orientar-se para a gestão de resultados econômicos (definido no modelo de gestão), este subsistema deve possuir um conjunto de modelos que irão dar suporte à tomada de decisão compreendendo os modelos de mensuração, informação e decisão. O modelo de mensuração avalia o impacto econômico dos eventos e transações, apurando o resultado correto. O modelo de decisão suporta a análise das alternativas sob os aspectos operacional, econômico, patrimonial e financeiro escolhendo a alternativa que otimiza o resultado da empresa a fim de atingir a eficácia empresarial. E, o modelo de informação, parte integrante do subsistema de informação, será tratado em tópico específico, na abordagem desse subsistema. Subsistema Organizacional O Subsistema Organizacional tem como objetivo proporcionar uma estrutura lógica para inter-relacionar os diversos recursos e fatores necessários ao cumprimento da missão da empresa. Conforme coloca Perez Júnior et all (1997, p. 32), "a autoridade e 47
  • 48. o poder são delegados através de toda estrutura organizacional." Sendo assim, a importância desse subsistema está diretamente relacionada com o tamanho da organização e a diversidade de suas atividades que demandam acentuados processos de descentralização, departamentalização, entre outros. Segundo Jucius e Schlender (1974) a organização tem uma série de elementos importantes, que consubstanciam com os seguintes pré-requisitos:  a estrutura organizacional deve ser estabelecida de modo que os vários executivos e empresários sejam ligados entre si num arcabouço efetivo;  as diversas normas devem ser esquematizadas e estabelecidas;  deve ser contratado o pessoal que será treinado para preencher os cargos de estrutura e também para atender às normas de procedimento;  devem ser procurados os diversos materiais, equipamentos, instrumentos e recursos necessários. Através deste subsistema, espera-se a organização dos recursos técnicos, materiais, humanos e de gestão em uma disposição adequada que possibilite o cumprimento da missão da empresa, sendo estruturado através de organogramas, mecanismos de operação e mecanismos de decisão. Os processos de formalização, departamentalização, descentralização e determinação da amplitude de controle são definidos com base nos subsistemas Modelo de Gestão e Físico-Operacional. Dessa situação, emerge o conceito de Accountability, que conforme Nakagawa (1993), consiste na obrigação de se prestar contas dos resultados obtidos, em função das responsabilidades que decorrem de uma delegação de poder. Subsistema Social Segundo Guerreiro (1996, p. 84), "esse subsistema diz respeito ao conjunto dos elementos humanos da organização, envolvendo assim as características e variáveis relacionadas com os indivíduos: objetivos, capacitação, motivação, necessidades, liderança, entre outros aspectos igualmente relevantes." O Subsistema Social volta-se para atender a missão, as crenças e valores da empresa e aos procedimentos estabelecidos pelo Subsistema Modelo de Gestão. Entretanto, para manter um clima organizacional satisfatório, este subsistema deve atentar para os interesses individuais e dos grupos que formam a organização ou com ela se interrelacionam. Sendo a empresa um complexo sistema social e, sob uma perspectiva sistêmica, propõem-se os seguintes requisitos para que o subsistema social faça parte do modelo ideal de atuação empresarial:  sinergia entre os objetivos pessoais e os objetivos da empresa;  os gestores devem ter espírito de liderança e conhecimentos multidisciplinares para interpolarem suas decisões com variáveis diversas;  a motivação vem da capacidade de aglutinar indivíduos com especialidades e crenças diferentes em atingir o objetivo maior que é a missão da empresa;  possibilitar o feedback dos indivíduos e dos gestores. 48