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      AULA 12 : EXERCÍCIOS DE REVISÃO: 2ª BATERIA


                      Nesta 12ª e última Aula deste nosso Curso de
                  Economia I, nós vamos fazer uma revisão complementar
                  da matéria ensinada nas dez primeiras aulas, resolvendo
                  questões pertinentes de provas macroeconomia de
                  concursos passados. As questões foram escolhidas
                  aleatoriamente, e vocês terão a oportunidade de observar
                  a forma como as questões são apresentadas nas provas e
                  o tipo de questão que cai com mais freqüência. Através
                  de sua resolução e entendimento você poderá ter uma boa
                  idéia de como estão seus conhecimentos da matéria
                  ministrada até aqui. Então, mãos à obra!


   1. (AFRF –PAT – 2002/2°) Com relação ao balanço de pagamentos, é incorreto afirmar
      que:
         a) as exportações de empresas multinacionais instaladas no Brasil são
             computadas na balança comercial do país;
         b) os investimentos diretos fazem parte dos chamados movimentos de capitais
             autônomos;
         c) o saldo da conta de “transferências unilaterais” faz parte do saldo do
             balanço de pagamentos em transações correntes;
         d) o saldo total do balanço de pagamentos não é necessariamente nulo;
         e) as chamadas rendas de capital fazem parte do denominado balanço de
             serviços não-fatores.

Solução comentada:
As alternativas de a a d estão todas claramente corretas. Talvez, a única que poderia
suscitar alguma dúvida seria a letra d. Esta afirmativa está correta porque o saldo do BP
corresponde à soma do saldo da conta de transações correntes com o saldo da conta de
capitais autônomos (mais “erros e omissões”, se houver). Esta soma pode dar um resultado
nulo, positivo ou negativo. Se for positivo, sobraram divisas que serão lançadas em
“haveres em moeda no exterior”; se forem negativas, faltaram divisas que serão sacadas
daquela mesma conta.
Assim, a resposta correta é a letra e, que, de fato, é a única alternativa incorreta. Isso porque
a balança de serviços é composta de duas sub-contas: a de serviços de fatores – que
corresponde, basicamente, ao pagamento de juros, de lucros, royalties, etc – que são as
remunerações dos fatores de produção ou, no caso, às rendas de capital; e os serviços não-
fatores – que corresponde ao pagamento de outros serviços, como transporte, seguros,
turismo, etc. .


   2. (AFRF –PAT – 2002/2°) Com relação ao modelo IS/LM, é incorreto afirmar que:
2

           a) no chamado caso da “armadilha de liquidez”, em que a LM é horizontal,
              uma elevação dos gastos públicos eleva a renda sem afetar a taxa de juros;
           b) excluídos os casos “clássico” e da “armadilha da liquidez”, numa
              economia fechada a elevação dos gastos públicos eleva a renda. Esta
              elevação, entretanto é menor comparada com o resultado decorrente do
              modelo keynesiano simplificado, em que os investimentos não dependem da
              taxa de juros;
           c) no chamado caso “clássico”, em que a LM é vertical, uma elevação dos
              gastos públicos só afeta as taxas de juros;
           d) se a IS é vertical, a política fiscal não pode ser utilizada para a elevação da
              renda;
           e) na curva LM, a demanda por moeda depende da taxa de juros e da renda.

Solução comentada:
   a) A letra a está correta (se você tem dúvidas, veja o porquê na página 23 da Aula 8 –
      sobre a “armadilha da liquidez”;
   b) A letra b também está correta pela seguinte razão: se o governo aumenta seus
      gastos, o nível da renda (Y) aumenta de forma ampliada pelo multiplicador. Este
      aumento de Y provoca um aumento na demanda por moeda para transações – o que
      – dada uma dada oferta monetária, eleva a taxa de juros. Sendo, nesta hipótese, os
      investimentos função inversa da taxa de juros (r), o aumento em r reduz os
      investimentos – o que anula em parte o aumento na renda provocado pelo aumento
      nos gastos do governo.
   c) A letra c está correta (se você tem dúvidas, veja o porquê na página 24 da Aula 8 –
      sobre o “caso clássico”).
   d) A letra d está errada; isso por que, se a IS for vertical, qualquer política fiscal
      expansionista desloca a IS para a direita, elevando a Y renda de equilíbrio. Esta é a
      resposta correta da questão. (Em caso de dúvida, reveja a última página da Aula 8).
   e) A afirmativa constante da letra e está inteiramente correta (veja a equação (4) da
      página 13 da Aula 8).

   3. (AFRF – PAT-2003) Considere os seguintes saldos do balanço de pagamentos para
      uma determinada economia hipotética, em unidades monetárias:
                   - saldo da balança comercial: superávit de 100;
                   - saldo em transações correntes: déficit de 50;
                   - saldo total do balanço de pagamentos: superávit de 10.
      Com base nestas informações e considerando que não ocorreram lançamentos na
      conta “erros e omissões”, é correto afirmar que:
      a) o saldo da conta “transferência unilaterais” foi necessariamente superavitário;
      b) independente do saldo da conta “transferências unilaterais”, podemos afirmar
         com certeza que o saldo da balança de serviços foi superavitário;
      c) o saldo dos movimentos de capitais autônomos foi negativo;
      d) se a conta “transferências unilaterais” foi superavitária, podemos afirmar com
         certeza que a balança de serviços apresentou saldo positivo;
      e) se a conta “transferências unilaterais” foi superavitária, podemos afirmar com
         certeza que a balança de serviços apresentou saldo negativo.
3

Solução comentada:
   a) O saldo da balança a de transações corrente (BTC) resulta da soma do saldo da
      balança comercial (BC) + saldo da balança de serviços (BS) + transferência
      unilaterais (TU). Como a BC teve um saldo positivo de 100 e a BTC teve um saldo
      negativo de 50, nada leva a afirmar que o saldo de TU tenha sido positivo, nulo ou
      negativo. Logo, a letra a está errada.
   b) A letra b está errada pela mesma razão anterior;
   c) O saldo do BP é igual à soma do saldo da BTC com o saldo da conta de capitais
      autônomos (CCA). Ora, se BTC teve saldo negativo e o BP teve saldo positivo de
      10, então o saldo de CCA tem de ser positivo. Logo, a letra c está também errada.
   d) Alternativa d também está errada, pois BTC = BC + BS + TU. Se BC e TU são
      positivas e BTC é negativa, então BS tem de ser negativa.
   e) Em conseqüência do que foi dito na letra d anterior, a letra e é a opção correta.

   4. (AFRF – PAT – 2003) Considere os seguintes dados:
                   - c: papel-moeda em poder do público/meios de pagamentos;
                   - d: depósito à vista nos bancos comerciais/meios de pagamentos;
                   - R: encaixe total dos bancos comerciais/depósitos à vista nos
                       bancos comerciais;
                   - m = multiplicador dos meios de pagamento em relação à base
                       monetária;
      Com base nestas informações, é incorreto afirmar que, tudo o mais constante:
      a) quanto maior d, maior será m;
      b) quanto maior c, menor será d;
      c) quanto menor c, menor será m;
      d) quanto menor R, maior será m;
      e) c + d > c, se d for diferente de zero.

Solução comentada:
   a) A letra a está correta, pois quanto maior a participação dos depósitos à vista no total
      de meios de pagamento (d), mais dinheiro os bancos disporão para emprestar e
      portanto maior será o multiplicador bancário (m). (Se você tiver dúvidas, leia as
      pág. 13/14/15 da Aula 6);
   b) Ora, se a letra a está correta, logo letra c está incorreta, já que uma é o inverso da
      outra, lembrando que MP = c (PMP) + d (DV nos bancos comerciais). Logo, a letra
      c é a resposta da questão.



   5. (AFRF -PAT 2003) Considere as seguintes informações para uma economia hipotética
       aberta e sem governo, em unidades monetárias:
   -exportações de bens e serviços não-fatores = 100;
   -renda líquida enviada ao exterior = 50;
   -formação bruta de capital fixo mais variação de estoques: = 150;
   -poupança líquida do setor privado = 50;
   -depreciação = 5;
4

    -saldo do governo em conta corrente = 35;1
    -Com base nestas informações e considerando as identidades macroeconômicas de um
    sistema de contas nacionais, é correto afirmar que as importações de bens e serviços
    não-fatores é igual a:
    a) 110;           b) 30;        c) 80;        d) 20;       e) 200.

    Solução comentada:
        Pelas contas nacionais, a formação bruta de capital fixo (FBKF) mais a variação de
    estoques (∆est) = ao total de poupança da economia. Já o total de poupança da
    economia é constituído da soma da poupança líquida do setor privado (=50) mais a
    depreciação (=5) + a poupança do governo (35 + o saldo (negativo) da balança de
    transações correntes (que não sabemos qual é mas é fácil saber pois: 150 = 50 + 5 + 35
    + saldo da BTC, ou seja, saldo negativo da BTC = 60.
        O saldo da BTC = saldo das exportações de bens e serviços não-fatores (=100)
    menos importações de bens e serviços não-fatores menos renda líquida enviada ao
    exterior – aqui incluídas as TU – que é igual a 50. Assim, para a BTC ter apresentado
    um saldo negativo de 60 é necessário que as importações de bens e serviços tenham tido
    um saldo negativo de 110 (ou seja, +100 de XBSNF - 50 de RLEE – 110 de MBSNF =
    -60.
    Logo, a resposta é a letra a.


    6. (AFRF – PAT – 2003) Considere as seguintes informações para uma economia
       fechada e com governo:
    Y = 1200;          C = 100 + 07Y;             I = 200;
    Onde: Y = produto agregado;
          C = consumo agregado;
           I = investimento agregado.
    Com base nessas informações, pode-se afirmar que, considerando o modelo keynesiano
    simplificado, para que a autoridade econômica consiga um aumento de 10% no
    produto agregado, os gastos do governo terão de sofrer um aumento de:

a) 60%;              b) 30%;              c) 20%;              d) 10%;                e) 8%


 Solução comentada:
Para saber quanto deve aumentar o gasto do governo (G) para que a economia cresça ‘0% é
necessário que saibamos, antes, quanto era este gasto – o que não é mencionado no
problema. Embora o valor de G possa ser achado por dedução matemática, deveria constar
do problema – o que é uma falha de quem formulou a questão.
Vamos, então, achar, primeiro, o valor atual de G:
A fórmula do modelo keynesiano para uma economia fechada é: Y = C + I + G.


1
  Há uma incoerência na formulação desta questão, pois sem seu enunciado diz que trata-se de uma
“economia hipotética e sem governo”, mas, depois aparece um dado com a poupança do governo em conta
corrente!!!
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Substituindo nesta equação os valores dados pelo problema, podemos achar o valor de G,
assim: 1.200 = 100 + 0,7 (1.200) + 200 + G
Ou: 1.200 = 100 + 840 + 200 + G e, fazendo as devidas operações, encontramos G = 60
Agora, vamos ver quanto o G precisa aumentar para que a economia cresça 10%:
10% de uma renda de 1.200 corresponde a uma expansão de 120. Quanto deve aumentar o
G para que a economia cresça 120? Isso depende do valor do multiplicador dos gastos
autônomos (k) que é dado pela fórmula: k= 1/1-b, onde b é a propensão marginal a
consumir que, no caso é 0,7. Substituindo 0,7 nesta fórmula, encontramos um k = 3,3.
Dividindo o crescimento da renda (=120) por k, encontramos o valor de 36. Ou seja, o
aumento em G (= ∆G) terá de ser 36, ou seja, um aumento de 60% em relação ao valor
anterior (ou seja, aos 60 anteriores). Logo, a resposta é a letra a.

   7. (AFRF - PAT – 2003) Com relação ao modelo IS/LM, é incorreto afirmar que:
         a) quanto maior a taxa de juros, menor é a demanda por moeda;
         b) na ausência dos casos clássicos e da armadilha da liquidez, um política
             fiscal expansionista eleva a taxa de juros;
         c) na ausência dos casos clássico e da armadilha da liquidez, um política
             fiscal expansionista eleva a renda;
         d) no caso da armadilha da liquidez, uma política fiscal expansionista não
             aumenta o nível da renda;
         e) quanto maior a renda, maior é a demanda por moeda.

Solução comentada:
Esta questão já foi, de certa forma, comentada em questões anteriores. Todas as afirmativas
estão corretas, exceto a letra d – que é a resposta da questão. Se você tiver dúvidas, retorne
à Aula 8 e releia especialmente o item 8.4.3.

8. (AFRF – PAT – 2002) Considere as seguintes informações:
A = saldo da balança comercial;
B = saldo da balança de serviços;
C = saldo das operações de transferências unilaterais;
D = saldo em transações correntes;
E = movimento de capitais autônomos;
F = movimento de capitais compensatórios;
G = saldo total do balanço de pagamentos.
Com base nessas informações, pode-se afirmar com certeza que:
    a) A+ B + C = D + E + F + G
    b) A+ B + C + D + E + F + G = 0
    c) A + B + C + E + F = 0
    d) G = 0
    e) A + B + C = D = G = 0

Solução comentada:
   a) a letra a está errada porque simplesmente A+B+C = D;
   b) a letra b está errada porque D e G estariam sendo contado duas vezes;
   c) A letra c está correta pois, de fato, o saldo das transações correntes (=A+B+C) + o
      saldo de capitais autônomos (=E) dá G – que é o saldo total do BP. Se G for
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         positivo, nós lançamos este resultado com o sinal trocado em “movimento de
         capitais compensatórios”, zerando o resultado final do BP; se for negativo, nós
         lançamos este resultado com o sinal trocado naquela conta. No final, fica:
         A+B+C+E+F = 0. E, portanto, a letra c é a resposta correta.


9. (AFRF – PAT - 2002) Considere as seguintes informações:
     -importações de bens e serviços não-fatores: 30;
     -renda líquida enviada ao exterior: 100;
     -variação de estoques: 10;
     -formação bruta de capital fixo: 200;
-poupança líquida do setor privado: 80;
-depreciação: 5;
-saldo do governo em conta corrente: 60.
         Com base nas identidades macroeconômicas básicas que decorrem de um sistema
de contas nacionais, é correto afirmar que as exportações de bens e serviços não-fatores é
igual a:
a) 75;          b) 65;        c) 55;         d) 50;        e) 45.

Solução comentada:
Uma identidade importante das contas nacionais e que todo candidato deve ter em mente é
esta: Formação bruta de capital fixo (FBKF) + variação de estoques = poupança do setor
privado (Sp) + poupança do governo (Sg) + depreciação (D) + saldo do balanço em
transações correntes (Stc).
Pelos dados da questão, temos: 200 + 10 = 80 + 60 + 5 + Stc
Ou: Stc = 65, ou seja, a BTC deve apresentar um saldo negativo de 65.
Como as importações de bens e serviços não-fatores (= 30) + a renda líquida enviada ao
exterior (=100) dá um total de 130 (negativos), as exportações de bens e serviços não-
fatores será 65 – e resposta é, então, a letra b.


10.      (AFRF – PAT – 2002) Considere os seguintes dados:
      C = 500 + cY;           I = 200;               G = 100;           X = M = 50;
      Onde: C = consumo;
            G = gastos do governo;
            I = investimento;
            X = exportações;
            M = importações;
      Com base nestas informações, é correto afirmar que:
      a) se a renda de equilíbrio for igual a 2.500, a propensão marginal a poupar     será
         igual a 0,68;
      b) se a renda de equilíbrio for igual a 1.000, a propensão marginal a consumir   será
         maior que a propensão marginal a poupar;
      c) se a renda de equilíbrio for igual a 2.000, a propensão marginal a consumir   será
         igual a 0,5;
      d) se a renda de equilíbrio for igual a 1.600, a propensão marginal a consumir   será
         igual a propensão marginal a poupar;
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      e) não é possível uma renda de equilíbrio maior que 2.500.

Solução comentada:
 A fórmula do modelo keynesiano para uma economia aberta e com governo é:
Y=C+I+G+X–M
Substituindo nesta equação os valores dados pela questão, temos:
Y = 500 +cY +200 + 100 + 50 –50
Ou: Y = 800 + cY.
Assim, no caso da letra a, teríamos: 2.500 = 800 + c2.500 > ou: 1700 = c2.500 > o que faz
c = 0,68 (que é igual a 1700/2500). Portanto, a resposta da questão é a letra a.
Observe, no entanto, que a letra d também está correta, senão vejamos:
Y = 800 + cY; Substituindo o valor de Y (=1.600) nesta equação, temos:
1.600 = 800 + c1.600 > ou: 800 = c1.600 e c = 0,5. Ora se c (= propensão marginal a
consumir) é 0,5, então a propensão marginal é poupar é também 0,5, e a letra d também
está correta e responde à questão.
Ou seja, há duas respostas corretas para esta questão.


11.      (ESAF – MPOG – 2002) Com relação ao multiplicador keynesiano, é correto afirmar
         que:
      a) se a propensão marginal a consumir for igual à propensão marginal a poupar, o
         seu valor será igual a um;
      b) numa economia fechada, seu valor depende da propensão marginal a poupar, pode
         ser menor que um, e só é válido para os gastos do governo;
      c) numa economia aberta seu valor depende da propensão marginal a consumir e
         importar, pode ser negativo e vale apenas para os gastos do governo e exportações
         autônomas;
      d) numa economia fechada, seu valor depende da propensão marginal a poupar, não
         pode ser menor que um e vale para qualquer componente dos denominados gastos
         autônomos agregados;
      e) seu valor para uma economia fechada é necessariamente menor do que para uma
         economia aberta.

Solução comentada:
Para que a propensão marginal a consumir (b) seja igual à propensão marginal a poupar (s),
é necessário que ambas sejam = 0,5. Com b = 0,5, o multiplicador k será: k =1/1-0,5 = 2.
Logo a letra a está errada.
Realmente, o valor do multiplicador depende da propensão marginal a poupar (ou da
propensão marginal a consumir – já que uma é o complemento da outra), mas não pode ser
menor que 1 e é válido para todos os componentes dos gastos autônomos e não somente
para os gastos do governo. Logo, a letra b também está errada.
A letra c também está errada, pelas mesmas razões do item anterior.
Pelas mesmas razões acima, a letra d está correta e é a resposta da questão.
8

12.        (ESAF – APO – MPOG –2002) Supondo o denominado modelo keynesiano generalizado
           e considerando como hipótese uma economia aberta e pequena num mundo com
           livre e perfeita mobilidade de capital, é correto afirmar que:
      a)   sob um regime de taxas de câmbio flutuante, somente a política fiscal é eficiente no
           que diz respeito aos seus efeitos sobre o produto;
      b)   sob um regime de taxas de câmbio fixas, a política fiscal é mais eficiente do que a
           política monetária no que diz respeito aos seus efeitos sobre o produto;
      c)   independente do regime cambial, a política fiscal é mais eficiente do que a política
           monetária no que diz respeito aos seus efeitos sobre o produto;
      d)   independente do regime cambial, não como utilizar a política monetária num
           mundo de livre mobilidade de capital;
      e)   independente do regime cambial, a política monetária só terá efeitos sobre a
           inflação.

Solução comentada:
Esta questão foi retirada diretamente do Modelo Mundell-Fleming. A resposta correta é a
letra b. Por que? Para saber o por quê só existe um caminho: dê um releitura da Aula 9 –
sobre a interação das políticas fiscal, monetária e cambial, atentando, principalmente, para
o efeito de cada uma das políticas – fiscal e monetária – sob os diferentes sistemas
cambiais: taxas de câmbio fixas e taxas de câmbio flutuantes. Você verá, então, que,
dependendo do regime ou sistema cambial adotado pelo país, a política fiscal pode se mais
indicada do que a política monetária, e vice-versa.

13.        (Esaf-APO-MPOG-2002)     Com base nas identidades macroeconômicas básicas, é
                       correto afirmar que:
      a)   no Brasil, o produto nacional bruto é maior do que o produto interno bruto;
      b)   se o país obteve um saldo positivo no saldo do balanço de serviços de fatores, então
           o produto nacional bruto será maior do que o produto interno bruto;
      c)   se o saldo em transações correntes for nulo, o produto nacional bruto será igual ao
           produto interno bruto;
      d)   se o saldo total do balanço de pagamentos for positivo, então o produto nacional
           bruto será maior do que o produto interno bruto;
      e)   independente das contas externas do país, o produto interno bruto é
           necessariamente maior do que o produto nacional bruto.

Solução comentada:
        Lembre-se que a diferença entre o produto interno bruto (PIB) e o produto nacional
bruto (PNB) de um país reside na remessa ou na entrada líquida de renda do exterior
(lucros, juros, etc )- ou seja, as rendas oriundas dos serviços de fatores. No caso brasileiro,
por ser um país em desenvolvimento, nós enviamos mais renda para o exterior do que
recebemos. Logo, nosso PNB é menor do que nosso PIB. Donde se conclui que a letra a
está errada.
Agora, se ao invés de enviar liquidamente renda para o exterior, o país receber
liquidamente essas rendas, então o PNB deste país passa a se maior que o seu PIB. E, em
conseqüência, a letra b está correta e responde à questão.
9

Note-se que a diferença conceitual entre PIB e PNB só tem a ver com a renda de fatores
(serviços de fatores) remetidos ou recebidos do exterior, não tendo qualquer outra relação
com outras contas do BP. Por isso, os outros itens da questão 13 estão errados.


14.      (Esaf-MPOG-2002) Com base no balanço de pagamentos, é correto afirmar que:
      a) o saldo dos movimentos de capitais autônomos tem que se necessariamente igual ao
         saldo dos movimentos em transações correntes;
      b) as transferências unilaterais têm como única contrapartida de lançamento a
         balança comercial;
      c) o saldo total do balanço de pagamentos é necessariamente igual a zero;
      d) os lucros reinvestidos são lançados com sinal positivo nos movimentos de capitais e
         com sinal negativo no balanço de serviços;
      e) as amortizações fazem parte do balanço de serviços.

Solução comentada:
O saldo dos movimentos de capitais autônomos (empréstimos, financiamentos,
investimentos, etc.), não têm nada a ver com o saldo da BTC. Como o nome mesmo diz,
eles são “movimentos autônomos” de capitais e podem ser maiores, menores ou, por
coincidência, até iguais ao saldo da BTC. Logo, a letra a está errada.
Já as transferências unilaterais, se forem em mercadorias, a contrapartida é em
“importações”, da balança comercial; se forem em dinheiro, a contra partida será no item
“haveres em moeda no exterior”. Logo, a letra b está também errada.
O saldo do BP é dado pela soma do saldo da BTC + o saldo da conta de capitais autônomos
e este saldo pode ser positivo, negativo ou até zero. Logo, a letra c também está errada.
De outra parte, se uma empresa estrangeira reinveste parte de seus lucros no Brasil, o
registro no BP será: com sinal negativo, na balança de serviços como remessa de lucros e,
com sinal positivo, no item “investimentos diretos”, da conta de capitais autônomos – como
se houvesse uma entrada de recursos nessa conta. Logo, a resposta correta da questão é a
letra d.


15. (Esaf-MPOG-2002) Considere o modelo de oferta e de demanda agregada, supondo a
curva de oferta agregada positivamente inclinada e a curva de demanda agregada
derivada do modelo IS/LM. É correto afirmar:
    a) um aumento dos gastos do governo eleva o produto, deixando inalterado o nível
       geral de preços;
    b) uma elevação da oferta monetária só resulta em alterações no nível geral de
       preços;
    c) uma elevação do consumo agregado não causa impactos sobre o nível geral de
       preços;
    d) uma elevação das exportações tende a elevar tanto o produto agregado quanto o
       nível geral de preços;
    e) uma redução nos impostos não causa alterações no produto agregado.
10

Solução comentada
A resposta correta é a letra d. Se você tem dúvidas sobre isso, faça uma revisão de nossa
Aula 10, no modelo de salário nominal (modelo keynesiano), particularmente no item
10.3.2.

16. (Esaf-MPOG-2003) Com relação ao multiplicador keynesiano, é incorreto afirmar:
    a) seu valor não pode ser menor do que zero;
    b) quanto menor a propensão marginal a consumir, menor será o valor do
        multiplicador;
    c) seu valor não pode ser maior do que 10;
    d) numa economia fechada, se a propensão marginal a consumir for igual a 1/2 ,
        então o valor do multiplicador será igual a 2;
    e) seu valor é necessariamente maior do que 0,5.

Solução comentada:
A afirmativa constante da letra c é a única incorreta e portanto esta é a resposta da questão.
Apenas um pequena prova de que o valor de k pode ser maior que 10: se a PMgC (b) for
igual a 0,95, então o multiplicador será:
k = 1/1-b >> k = 1/1-0,95 >> k = 1/0,05 >> k = 20 – que é maior que 10.


17. (Esaf-MPOG-2003) Considere as seguintes informações:
Y = 1000;       C = 600;        I = 300;         G = 100;      X = 50;       M = 50.
Onde, Y = produto agregado; C = consumo agregado; I = investimento agregado; G =
gastos do governo; X = exportações; e M = importações. Supondo que a função consumo
agregado é do tipo C = Ca + cY, onde Ca representa o consumo autônomo e é igual a 100,
pode-se afirmar, com base nos dados apresentados, que a propensão marginal a consumir
é igual a:
a) 0,50;        b) 0,70;        c) 0,90;        d) 0,85;      e) 0,30.

Solução comentada:
Como já foi visto anteriormente, o modelo keynesiano completo é dado pela equação:
Y = C + I + G + X – M. Assim, substituindo os dados propostos na questão nesta equação,
temos: 1000 = 100 +c1000 + 300 + 100 + 50 – 50
Ou: 500 = c1000 e, portanto, c = 0,5 e a resposta correta é a letra a.

18. (MPOG- APO – 2005) Considere;
       Y = C(Y) + I + G + X – M(Y)
       C(Y) = Co + 0,7Y
       M(Y) = Mo + 0,5Y
       I = 700;       G = 200;    X = 300;       Co = 500;          Mo = 100
Onde, Y = produto; I = investimento; G = gastos do governo; X = exportações;
      M = importações; Co = consumo autônomo; Mo = importações autônomas.
Com base nessas informações é incorreto afirmar:
    a) ∆Y/∆Co = 1,5
    b) No equilíbrio, Y = 2.000;
    c) No equilíbrio, C = 1.900;
11

   d) No equilíbrio, M = 1.100;
   e) Se ∆G = 100, então ∆Y = 125.

   Solução comentada:
   Antes de mais nada, vamos achar com os dados mencionados acima o valor do produto
   de equilíbrio(Y), fazendo as devidas substituições na equação: Y=C(Y) +I+G+X-M(Y):
   Y= 500 + 0,7Y + 700 +200 + 300 – 100 – 0,5Y
   Y = 1600 + 0,7Y – 0,5Y
   Y – 0,2Y = 1600
   0,8Y = 1600
   Y = 1600/0,8 = 2000.
   O produto de equilibrio é, portanto, 2000. Com base neste achado, podemos verificar
   que:
   a) A letra b está correta;
   b) O consumo (C) = 500 + 0,7 x 2000 = 1900, e, portanto, a letra c também está
       correta;
   c) M = 100 + 0,5 x 2000 = 1.100, e, portanto, a letra d também está correta;
   d) Pelo que se viu acima, o multiplicador (k) = 1/0,8 = 1,25. Assim, se o governo
       aumentar seus gastos em 100, o aumento em Y será = 1,25 x 100 = 125, e, portanto,
       a letra e também está correta.
   e) Por exclusão, a letra a é a única afirmativa incorreta e, portanto, é a resposta da
       questão.

19. (MPOG –AP0 – 2005) – Considere os seguintes dados:
       -investimento privado: 300;
       -poupança privada: 300;
       -investimento público: 200;
       -poupança do governo: 100.
Com base nessas informações e considerando as identidades macroeconômicas básicas, a
economia apresenta:
    a) um déficit em transações correntes de 100 e um superávit público de 100;
    b) um superávit em transações correntes de 100 e um déficit público de 100;
    c) um déficit em transações correntes de 100 e um déficit público de 100;
    d) um déficit em transações correntes de 100 e um déficit público nulo;
    e) um déficit em transações correntes nulo e um superávit público de 100.

Solução comentada:
          - A formação bruta de capital fixo (FBKF), no presente caso, corresponde à
            soma do investimento privado (300) + o investimento público ( 200) = 500.
          - De outra parte, a poupança total da economia (para financiar estes
            investimentos) se compõe de: poupança privada (300) + poupança do
            governo em conta corrente + poupança externa (= déficit em transações
            correntes).
          - Ou seja, é necessária uma poupança do governo + poupança externa = 200.
            Assim, a única alternativa que fornece estes 200 é a letra a.
12

20. (Esaf-MPOG-2003) Considere os seguintes dados para uma economia hipotética:
-variação de estoques: 20;
-formação bruta de capital fixo: 100;
-poupança líquida do setor privado: 50;
-depreciação: 5;
-saldo do governo em conta corrente: 50.
Com base nas identidades macroeconômicas básicas para uma economia aberta e com
governo, podemos afirmar que esta economia apresentou:
    a) saldo nulo no balanço de pagamentos em transações correntes;
    b) superávit no balanço de pagamentos em transações correntes no valor de 15;
    c) déficit no balanço de pagamentos em transações correntes no valor de 25;
    d) superávit no balanço de pagamentos em transações correntes no valor de 25;
    e) déficit no balanço de pagamentos em transações correntes no valor de 15.

Solução comentada:
Observe como este tipo de questão tem caído de forma recorrente nas provas de
Macroeconomia. Mas, vamos lá:
-O investimento total da economia = FBKF + variação de estoques = 120;
-Por sua vez, a poupança necessária para financiar este investimento vem de: poupança
líquida do setor privado (50) + depreciação (5) + saldo do governo em conta corrente (50) +
saldo da balança em transações correntes (?).
-Ou seja, a poupança conhecida = 50 + 5 + 50 = 105. Então é necessário um déficit em
transações correntes = 15. Portanto, a resposta correta é a letra e.

________________________

       Bom, meus alunos, com essa 12ª Aula – só de questões de provas passadas – nós
estamos concluindo nosso Curso de Economia I – on-line. Espero que vocês tenham
gostado e tenham tido um bom proveito. Breve, breve, estaremos montando o Curso de
Economia II – abordando outros tópicos que eventualmente apareçam no Edital do
Concurso para o AFRF e que não tenham sido tratados neste nosso 1° Curso. Até lá, então.
E não parem de estudar. Um abraço a todos vocês!

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Economia aula 12 - exercícios de revisão

  • 1. 1 AULA 12 : EXERCÍCIOS DE REVISÃO: 2ª BATERIA Nesta 12ª e última Aula deste nosso Curso de Economia I, nós vamos fazer uma revisão complementar da matéria ensinada nas dez primeiras aulas, resolvendo questões pertinentes de provas macroeconomia de concursos passados. As questões foram escolhidas aleatoriamente, e vocês terão a oportunidade de observar a forma como as questões são apresentadas nas provas e o tipo de questão que cai com mais freqüência. Através de sua resolução e entendimento você poderá ter uma boa idéia de como estão seus conhecimentos da matéria ministrada até aqui. Então, mãos à obra! 1. (AFRF –PAT – 2002/2°) Com relação ao balanço de pagamentos, é incorreto afirmar que: a) as exportações de empresas multinacionais instaladas no Brasil são computadas na balança comercial do país; b) os investimentos diretos fazem parte dos chamados movimentos de capitais autônomos; c) o saldo da conta de “transferências unilaterais” faz parte do saldo do balanço de pagamentos em transações correntes; d) o saldo total do balanço de pagamentos não é necessariamente nulo; e) as chamadas rendas de capital fazem parte do denominado balanço de serviços não-fatores. Solução comentada: As alternativas de a a d estão todas claramente corretas. Talvez, a única que poderia suscitar alguma dúvida seria a letra d. Esta afirmativa está correta porque o saldo do BP corresponde à soma do saldo da conta de transações correntes com o saldo da conta de capitais autônomos (mais “erros e omissões”, se houver). Esta soma pode dar um resultado nulo, positivo ou negativo. Se for positivo, sobraram divisas que serão lançadas em “haveres em moeda no exterior”; se forem negativas, faltaram divisas que serão sacadas daquela mesma conta. Assim, a resposta correta é a letra e, que, de fato, é a única alternativa incorreta. Isso porque a balança de serviços é composta de duas sub-contas: a de serviços de fatores – que corresponde, basicamente, ao pagamento de juros, de lucros, royalties, etc – que são as remunerações dos fatores de produção ou, no caso, às rendas de capital; e os serviços não- fatores – que corresponde ao pagamento de outros serviços, como transporte, seguros, turismo, etc. . 2. (AFRF –PAT – 2002/2°) Com relação ao modelo IS/LM, é incorreto afirmar que:
  • 2. 2 a) no chamado caso da “armadilha de liquidez”, em que a LM é horizontal, uma elevação dos gastos públicos eleva a renda sem afetar a taxa de juros; b) excluídos os casos “clássico” e da “armadilha da liquidez”, numa economia fechada a elevação dos gastos públicos eleva a renda. Esta elevação, entretanto é menor comparada com o resultado decorrente do modelo keynesiano simplificado, em que os investimentos não dependem da taxa de juros; c) no chamado caso “clássico”, em que a LM é vertical, uma elevação dos gastos públicos só afeta as taxas de juros; d) se a IS é vertical, a política fiscal não pode ser utilizada para a elevação da renda; e) na curva LM, a demanda por moeda depende da taxa de juros e da renda. Solução comentada: a) A letra a está correta (se você tem dúvidas, veja o porquê na página 23 da Aula 8 – sobre a “armadilha da liquidez”; b) A letra b também está correta pela seguinte razão: se o governo aumenta seus gastos, o nível da renda (Y) aumenta de forma ampliada pelo multiplicador. Este aumento de Y provoca um aumento na demanda por moeda para transações – o que – dada uma dada oferta monetária, eleva a taxa de juros. Sendo, nesta hipótese, os investimentos função inversa da taxa de juros (r), o aumento em r reduz os investimentos – o que anula em parte o aumento na renda provocado pelo aumento nos gastos do governo. c) A letra c está correta (se você tem dúvidas, veja o porquê na página 24 da Aula 8 – sobre o “caso clássico”). d) A letra d está errada; isso por que, se a IS for vertical, qualquer política fiscal expansionista desloca a IS para a direita, elevando a Y renda de equilíbrio. Esta é a resposta correta da questão. (Em caso de dúvida, reveja a última página da Aula 8). e) A afirmativa constante da letra e está inteiramente correta (veja a equação (4) da página 13 da Aula 8). 3. (AFRF – PAT-2003) Considere os seguintes saldos do balanço de pagamentos para uma determinada economia hipotética, em unidades monetárias: - saldo da balança comercial: superávit de 100; - saldo em transações correntes: déficit de 50; - saldo total do balanço de pagamentos: superávit de 10. Com base nestas informações e considerando que não ocorreram lançamentos na conta “erros e omissões”, é correto afirmar que: a) o saldo da conta “transferência unilaterais” foi necessariamente superavitário; b) independente do saldo da conta “transferências unilaterais”, podemos afirmar com certeza que o saldo da balança de serviços foi superavitário; c) o saldo dos movimentos de capitais autônomos foi negativo; d) se a conta “transferências unilaterais” foi superavitária, podemos afirmar com certeza que a balança de serviços apresentou saldo positivo; e) se a conta “transferências unilaterais” foi superavitária, podemos afirmar com certeza que a balança de serviços apresentou saldo negativo.
  • 3. 3 Solução comentada: a) O saldo da balança a de transações corrente (BTC) resulta da soma do saldo da balança comercial (BC) + saldo da balança de serviços (BS) + transferência unilaterais (TU). Como a BC teve um saldo positivo de 100 e a BTC teve um saldo negativo de 50, nada leva a afirmar que o saldo de TU tenha sido positivo, nulo ou negativo. Logo, a letra a está errada. b) A letra b está errada pela mesma razão anterior; c) O saldo do BP é igual à soma do saldo da BTC com o saldo da conta de capitais autônomos (CCA). Ora, se BTC teve saldo negativo e o BP teve saldo positivo de 10, então o saldo de CCA tem de ser positivo. Logo, a letra c está também errada. d) Alternativa d também está errada, pois BTC = BC + BS + TU. Se BC e TU são positivas e BTC é negativa, então BS tem de ser negativa. e) Em conseqüência do que foi dito na letra d anterior, a letra e é a opção correta. 4. (AFRF – PAT – 2003) Considere os seguintes dados: - c: papel-moeda em poder do público/meios de pagamentos; - d: depósito à vista nos bancos comerciais/meios de pagamentos; - R: encaixe total dos bancos comerciais/depósitos à vista nos bancos comerciais; - m = multiplicador dos meios de pagamento em relação à base monetária; Com base nestas informações, é incorreto afirmar que, tudo o mais constante: a) quanto maior d, maior será m; b) quanto maior c, menor será d; c) quanto menor c, menor será m; d) quanto menor R, maior será m; e) c + d > c, se d for diferente de zero. Solução comentada: a) A letra a está correta, pois quanto maior a participação dos depósitos à vista no total de meios de pagamento (d), mais dinheiro os bancos disporão para emprestar e portanto maior será o multiplicador bancário (m). (Se você tiver dúvidas, leia as pág. 13/14/15 da Aula 6); b) Ora, se a letra a está correta, logo letra c está incorreta, já que uma é o inverso da outra, lembrando que MP = c (PMP) + d (DV nos bancos comerciais). Logo, a letra c é a resposta da questão. 5. (AFRF -PAT 2003) Considere as seguintes informações para uma economia hipotética aberta e sem governo, em unidades monetárias: -exportações de bens e serviços não-fatores = 100; -renda líquida enviada ao exterior = 50; -formação bruta de capital fixo mais variação de estoques: = 150; -poupança líquida do setor privado = 50; -depreciação = 5;
  • 4. 4 -saldo do governo em conta corrente = 35;1 -Com base nestas informações e considerando as identidades macroeconômicas de um sistema de contas nacionais, é correto afirmar que as importações de bens e serviços não-fatores é igual a: a) 110; b) 30; c) 80; d) 20; e) 200. Solução comentada: Pelas contas nacionais, a formação bruta de capital fixo (FBKF) mais a variação de estoques (∆est) = ao total de poupança da economia. Já o total de poupança da economia é constituído da soma da poupança líquida do setor privado (=50) mais a depreciação (=5) + a poupança do governo (35 + o saldo (negativo) da balança de transações correntes (que não sabemos qual é mas é fácil saber pois: 150 = 50 + 5 + 35 + saldo da BTC, ou seja, saldo negativo da BTC = 60. O saldo da BTC = saldo das exportações de bens e serviços não-fatores (=100) menos importações de bens e serviços não-fatores menos renda líquida enviada ao exterior – aqui incluídas as TU – que é igual a 50. Assim, para a BTC ter apresentado um saldo negativo de 60 é necessário que as importações de bens e serviços tenham tido um saldo negativo de 110 (ou seja, +100 de XBSNF - 50 de RLEE – 110 de MBSNF = -60. Logo, a resposta é a letra a. 6. (AFRF – PAT – 2003) Considere as seguintes informações para uma economia fechada e com governo: Y = 1200; C = 100 + 07Y; I = 200; Onde: Y = produto agregado; C = consumo agregado; I = investimento agregado. Com base nessas informações, pode-se afirmar que, considerando o modelo keynesiano simplificado, para que a autoridade econômica consiga um aumento de 10% no produto agregado, os gastos do governo terão de sofrer um aumento de: a) 60%; b) 30%; c) 20%; d) 10%; e) 8% Solução comentada: Para saber quanto deve aumentar o gasto do governo (G) para que a economia cresça ‘0% é necessário que saibamos, antes, quanto era este gasto – o que não é mencionado no problema. Embora o valor de G possa ser achado por dedução matemática, deveria constar do problema – o que é uma falha de quem formulou a questão. Vamos, então, achar, primeiro, o valor atual de G: A fórmula do modelo keynesiano para uma economia fechada é: Y = C + I + G. 1 Há uma incoerência na formulação desta questão, pois sem seu enunciado diz que trata-se de uma “economia hipotética e sem governo”, mas, depois aparece um dado com a poupança do governo em conta corrente!!!
  • 5. 5 Substituindo nesta equação os valores dados pelo problema, podemos achar o valor de G, assim: 1.200 = 100 + 0,7 (1.200) + 200 + G Ou: 1.200 = 100 + 840 + 200 + G e, fazendo as devidas operações, encontramos G = 60 Agora, vamos ver quanto o G precisa aumentar para que a economia cresça 10%: 10% de uma renda de 1.200 corresponde a uma expansão de 120. Quanto deve aumentar o G para que a economia cresça 120? Isso depende do valor do multiplicador dos gastos autônomos (k) que é dado pela fórmula: k= 1/1-b, onde b é a propensão marginal a consumir que, no caso é 0,7. Substituindo 0,7 nesta fórmula, encontramos um k = 3,3. Dividindo o crescimento da renda (=120) por k, encontramos o valor de 36. Ou seja, o aumento em G (= ∆G) terá de ser 36, ou seja, um aumento de 60% em relação ao valor anterior (ou seja, aos 60 anteriores). Logo, a resposta é a letra a. 7. (AFRF - PAT – 2003) Com relação ao modelo IS/LM, é incorreto afirmar que: a) quanto maior a taxa de juros, menor é a demanda por moeda; b) na ausência dos casos clássicos e da armadilha da liquidez, um política fiscal expansionista eleva a taxa de juros; c) na ausência dos casos clássico e da armadilha da liquidez, um política fiscal expansionista eleva a renda; d) no caso da armadilha da liquidez, uma política fiscal expansionista não aumenta o nível da renda; e) quanto maior a renda, maior é a demanda por moeda. Solução comentada: Esta questão já foi, de certa forma, comentada em questões anteriores. Todas as afirmativas estão corretas, exceto a letra d – que é a resposta da questão. Se você tiver dúvidas, retorne à Aula 8 e releia especialmente o item 8.4.3. 8. (AFRF – PAT – 2002) Considere as seguintes informações: A = saldo da balança comercial; B = saldo da balança de serviços; C = saldo das operações de transferências unilaterais; D = saldo em transações correntes; E = movimento de capitais autônomos; F = movimento de capitais compensatórios; G = saldo total do balanço de pagamentos. Com base nessas informações, pode-se afirmar com certeza que: a) A+ B + C = D + E + F + G b) A+ B + C + D + E + F + G = 0 c) A + B + C + E + F = 0 d) G = 0 e) A + B + C = D = G = 0 Solução comentada: a) a letra a está errada porque simplesmente A+B+C = D; b) a letra b está errada porque D e G estariam sendo contado duas vezes; c) A letra c está correta pois, de fato, o saldo das transações correntes (=A+B+C) + o saldo de capitais autônomos (=E) dá G – que é o saldo total do BP. Se G for
  • 6. 6 positivo, nós lançamos este resultado com o sinal trocado em “movimento de capitais compensatórios”, zerando o resultado final do BP; se for negativo, nós lançamos este resultado com o sinal trocado naquela conta. No final, fica: A+B+C+E+F = 0. E, portanto, a letra c é a resposta correta. 9. (AFRF – PAT - 2002) Considere as seguintes informações: -importações de bens e serviços não-fatores: 30; -renda líquida enviada ao exterior: 100; -variação de estoques: 10; -formação bruta de capital fixo: 200; -poupança líquida do setor privado: 80; -depreciação: 5; -saldo do governo em conta corrente: 60. Com base nas identidades macroeconômicas básicas que decorrem de um sistema de contas nacionais, é correto afirmar que as exportações de bens e serviços não-fatores é igual a: a) 75; b) 65; c) 55; d) 50; e) 45. Solução comentada: Uma identidade importante das contas nacionais e que todo candidato deve ter em mente é esta: Formação bruta de capital fixo (FBKF) + variação de estoques = poupança do setor privado (Sp) + poupança do governo (Sg) + depreciação (D) + saldo do balanço em transações correntes (Stc). Pelos dados da questão, temos: 200 + 10 = 80 + 60 + 5 + Stc Ou: Stc = 65, ou seja, a BTC deve apresentar um saldo negativo de 65. Como as importações de bens e serviços não-fatores (= 30) + a renda líquida enviada ao exterior (=100) dá um total de 130 (negativos), as exportações de bens e serviços não- fatores será 65 – e resposta é, então, a letra b. 10. (AFRF – PAT – 2002) Considere os seguintes dados: C = 500 + cY; I = 200; G = 100; X = M = 50; Onde: C = consumo; G = gastos do governo; I = investimento; X = exportações; M = importações; Com base nestas informações, é correto afirmar que: a) se a renda de equilíbrio for igual a 2.500, a propensão marginal a poupar será igual a 0,68; b) se a renda de equilíbrio for igual a 1.000, a propensão marginal a consumir será maior que a propensão marginal a poupar; c) se a renda de equilíbrio for igual a 2.000, a propensão marginal a consumir será igual a 0,5; d) se a renda de equilíbrio for igual a 1.600, a propensão marginal a consumir será igual a propensão marginal a poupar;
  • 7. 7 e) não é possível uma renda de equilíbrio maior que 2.500. Solução comentada: A fórmula do modelo keynesiano para uma economia aberta e com governo é: Y=C+I+G+X–M Substituindo nesta equação os valores dados pela questão, temos: Y = 500 +cY +200 + 100 + 50 –50 Ou: Y = 800 + cY. Assim, no caso da letra a, teríamos: 2.500 = 800 + c2.500 > ou: 1700 = c2.500 > o que faz c = 0,68 (que é igual a 1700/2500). Portanto, a resposta da questão é a letra a. Observe, no entanto, que a letra d também está correta, senão vejamos: Y = 800 + cY; Substituindo o valor de Y (=1.600) nesta equação, temos: 1.600 = 800 + c1.600 > ou: 800 = c1.600 e c = 0,5. Ora se c (= propensão marginal a consumir) é 0,5, então a propensão marginal é poupar é também 0,5, e a letra d também está correta e responde à questão. Ou seja, há duas respostas corretas para esta questão. 11. (ESAF – MPOG – 2002) Com relação ao multiplicador keynesiano, é correto afirmar que: a) se a propensão marginal a consumir for igual à propensão marginal a poupar, o seu valor será igual a um; b) numa economia fechada, seu valor depende da propensão marginal a poupar, pode ser menor que um, e só é válido para os gastos do governo; c) numa economia aberta seu valor depende da propensão marginal a consumir e importar, pode ser negativo e vale apenas para os gastos do governo e exportações autônomas; d) numa economia fechada, seu valor depende da propensão marginal a poupar, não pode ser menor que um e vale para qualquer componente dos denominados gastos autônomos agregados; e) seu valor para uma economia fechada é necessariamente menor do que para uma economia aberta. Solução comentada: Para que a propensão marginal a consumir (b) seja igual à propensão marginal a poupar (s), é necessário que ambas sejam = 0,5. Com b = 0,5, o multiplicador k será: k =1/1-0,5 = 2. Logo a letra a está errada. Realmente, o valor do multiplicador depende da propensão marginal a poupar (ou da propensão marginal a consumir – já que uma é o complemento da outra), mas não pode ser menor que 1 e é válido para todos os componentes dos gastos autônomos e não somente para os gastos do governo. Logo, a letra b também está errada. A letra c também está errada, pelas mesmas razões do item anterior. Pelas mesmas razões acima, a letra d está correta e é a resposta da questão.
  • 8. 8 12. (ESAF – APO – MPOG –2002) Supondo o denominado modelo keynesiano generalizado e considerando como hipótese uma economia aberta e pequena num mundo com livre e perfeita mobilidade de capital, é correto afirmar que: a) sob um regime de taxas de câmbio flutuante, somente a política fiscal é eficiente no que diz respeito aos seus efeitos sobre o produto; b) sob um regime de taxas de câmbio fixas, a política fiscal é mais eficiente do que a política monetária no que diz respeito aos seus efeitos sobre o produto; c) independente do regime cambial, a política fiscal é mais eficiente do que a política monetária no que diz respeito aos seus efeitos sobre o produto; d) independente do regime cambial, não como utilizar a política monetária num mundo de livre mobilidade de capital; e) independente do regime cambial, a política monetária só terá efeitos sobre a inflação. Solução comentada: Esta questão foi retirada diretamente do Modelo Mundell-Fleming. A resposta correta é a letra b. Por que? Para saber o por quê só existe um caminho: dê um releitura da Aula 9 – sobre a interação das políticas fiscal, monetária e cambial, atentando, principalmente, para o efeito de cada uma das políticas – fiscal e monetária – sob os diferentes sistemas cambiais: taxas de câmbio fixas e taxas de câmbio flutuantes. Você verá, então, que, dependendo do regime ou sistema cambial adotado pelo país, a política fiscal pode se mais indicada do que a política monetária, e vice-versa. 13. (Esaf-APO-MPOG-2002) Com base nas identidades macroeconômicas básicas, é correto afirmar que: a) no Brasil, o produto nacional bruto é maior do que o produto interno bruto; b) se o país obteve um saldo positivo no saldo do balanço de serviços de fatores, então o produto nacional bruto será maior do que o produto interno bruto; c) se o saldo em transações correntes for nulo, o produto nacional bruto será igual ao produto interno bruto; d) se o saldo total do balanço de pagamentos for positivo, então o produto nacional bruto será maior do que o produto interno bruto; e) independente das contas externas do país, o produto interno bruto é necessariamente maior do que o produto nacional bruto. Solução comentada: Lembre-se que a diferença entre o produto interno bruto (PIB) e o produto nacional bruto (PNB) de um país reside na remessa ou na entrada líquida de renda do exterior (lucros, juros, etc )- ou seja, as rendas oriundas dos serviços de fatores. No caso brasileiro, por ser um país em desenvolvimento, nós enviamos mais renda para o exterior do que recebemos. Logo, nosso PNB é menor do que nosso PIB. Donde se conclui que a letra a está errada. Agora, se ao invés de enviar liquidamente renda para o exterior, o país receber liquidamente essas rendas, então o PNB deste país passa a se maior que o seu PIB. E, em conseqüência, a letra b está correta e responde à questão.
  • 9. 9 Note-se que a diferença conceitual entre PIB e PNB só tem a ver com a renda de fatores (serviços de fatores) remetidos ou recebidos do exterior, não tendo qualquer outra relação com outras contas do BP. Por isso, os outros itens da questão 13 estão errados. 14. (Esaf-MPOG-2002) Com base no balanço de pagamentos, é correto afirmar que: a) o saldo dos movimentos de capitais autônomos tem que se necessariamente igual ao saldo dos movimentos em transações correntes; b) as transferências unilaterais têm como única contrapartida de lançamento a balança comercial; c) o saldo total do balanço de pagamentos é necessariamente igual a zero; d) os lucros reinvestidos são lançados com sinal positivo nos movimentos de capitais e com sinal negativo no balanço de serviços; e) as amortizações fazem parte do balanço de serviços. Solução comentada: O saldo dos movimentos de capitais autônomos (empréstimos, financiamentos, investimentos, etc.), não têm nada a ver com o saldo da BTC. Como o nome mesmo diz, eles são “movimentos autônomos” de capitais e podem ser maiores, menores ou, por coincidência, até iguais ao saldo da BTC. Logo, a letra a está errada. Já as transferências unilaterais, se forem em mercadorias, a contrapartida é em “importações”, da balança comercial; se forem em dinheiro, a contra partida será no item “haveres em moeda no exterior”. Logo, a letra b está também errada. O saldo do BP é dado pela soma do saldo da BTC + o saldo da conta de capitais autônomos e este saldo pode ser positivo, negativo ou até zero. Logo, a letra c também está errada. De outra parte, se uma empresa estrangeira reinveste parte de seus lucros no Brasil, o registro no BP será: com sinal negativo, na balança de serviços como remessa de lucros e, com sinal positivo, no item “investimentos diretos”, da conta de capitais autônomos – como se houvesse uma entrada de recursos nessa conta. Logo, a resposta correta da questão é a letra d. 15. (Esaf-MPOG-2002) Considere o modelo de oferta e de demanda agregada, supondo a curva de oferta agregada positivamente inclinada e a curva de demanda agregada derivada do modelo IS/LM. É correto afirmar: a) um aumento dos gastos do governo eleva o produto, deixando inalterado o nível geral de preços; b) uma elevação da oferta monetária só resulta em alterações no nível geral de preços; c) uma elevação do consumo agregado não causa impactos sobre o nível geral de preços; d) uma elevação das exportações tende a elevar tanto o produto agregado quanto o nível geral de preços; e) uma redução nos impostos não causa alterações no produto agregado.
  • 10. 10 Solução comentada A resposta correta é a letra d. Se você tem dúvidas sobre isso, faça uma revisão de nossa Aula 10, no modelo de salário nominal (modelo keynesiano), particularmente no item 10.3.2. 16. (Esaf-MPOG-2003) Com relação ao multiplicador keynesiano, é incorreto afirmar: a) seu valor não pode ser menor do que zero; b) quanto menor a propensão marginal a consumir, menor será o valor do multiplicador; c) seu valor não pode ser maior do que 10; d) numa economia fechada, se a propensão marginal a consumir for igual a 1/2 , então o valor do multiplicador será igual a 2; e) seu valor é necessariamente maior do que 0,5. Solução comentada: A afirmativa constante da letra c é a única incorreta e portanto esta é a resposta da questão. Apenas um pequena prova de que o valor de k pode ser maior que 10: se a PMgC (b) for igual a 0,95, então o multiplicador será: k = 1/1-b >> k = 1/1-0,95 >> k = 1/0,05 >> k = 20 – que é maior que 10. 17. (Esaf-MPOG-2003) Considere as seguintes informações: Y = 1000; C = 600; I = 300; G = 100; X = 50; M = 50. Onde, Y = produto agregado; C = consumo agregado; I = investimento agregado; G = gastos do governo; X = exportações; e M = importações. Supondo que a função consumo agregado é do tipo C = Ca + cY, onde Ca representa o consumo autônomo e é igual a 100, pode-se afirmar, com base nos dados apresentados, que a propensão marginal a consumir é igual a: a) 0,50; b) 0,70; c) 0,90; d) 0,85; e) 0,30. Solução comentada: Como já foi visto anteriormente, o modelo keynesiano completo é dado pela equação: Y = C + I + G + X – M. Assim, substituindo os dados propostos na questão nesta equação, temos: 1000 = 100 +c1000 + 300 + 100 + 50 – 50 Ou: 500 = c1000 e, portanto, c = 0,5 e a resposta correta é a letra a. 18. (MPOG- APO – 2005) Considere; Y = C(Y) + I + G + X – M(Y) C(Y) = Co + 0,7Y M(Y) = Mo + 0,5Y I = 700; G = 200; X = 300; Co = 500; Mo = 100 Onde, Y = produto; I = investimento; G = gastos do governo; X = exportações; M = importações; Co = consumo autônomo; Mo = importações autônomas. Com base nessas informações é incorreto afirmar: a) ∆Y/∆Co = 1,5 b) No equilíbrio, Y = 2.000; c) No equilíbrio, C = 1.900;
  • 11. 11 d) No equilíbrio, M = 1.100; e) Se ∆G = 100, então ∆Y = 125. Solução comentada: Antes de mais nada, vamos achar com os dados mencionados acima o valor do produto de equilíbrio(Y), fazendo as devidas substituições na equação: Y=C(Y) +I+G+X-M(Y): Y= 500 + 0,7Y + 700 +200 + 300 – 100 – 0,5Y Y = 1600 + 0,7Y – 0,5Y Y – 0,2Y = 1600 0,8Y = 1600 Y = 1600/0,8 = 2000. O produto de equilibrio é, portanto, 2000. Com base neste achado, podemos verificar que: a) A letra b está correta; b) O consumo (C) = 500 + 0,7 x 2000 = 1900, e, portanto, a letra c também está correta; c) M = 100 + 0,5 x 2000 = 1.100, e, portanto, a letra d também está correta; d) Pelo que se viu acima, o multiplicador (k) = 1/0,8 = 1,25. Assim, se o governo aumentar seus gastos em 100, o aumento em Y será = 1,25 x 100 = 125, e, portanto, a letra e também está correta. e) Por exclusão, a letra a é a única afirmativa incorreta e, portanto, é a resposta da questão. 19. (MPOG –AP0 – 2005) – Considere os seguintes dados: -investimento privado: 300; -poupança privada: 300; -investimento público: 200; -poupança do governo: 100. Com base nessas informações e considerando as identidades macroeconômicas básicas, a economia apresenta: a) um déficit em transações correntes de 100 e um superávit público de 100; b) um superávit em transações correntes de 100 e um déficit público de 100; c) um déficit em transações correntes de 100 e um déficit público de 100; d) um déficit em transações correntes de 100 e um déficit público nulo; e) um déficit em transações correntes nulo e um superávit público de 100. Solução comentada: - A formação bruta de capital fixo (FBKF), no presente caso, corresponde à soma do investimento privado (300) + o investimento público ( 200) = 500. - De outra parte, a poupança total da economia (para financiar estes investimentos) se compõe de: poupança privada (300) + poupança do governo em conta corrente + poupança externa (= déficit em transações correntes). - Ou seja, é necessária uma poupança do governo + poupança externa = 200. Assim, a única alternativa que fornece estes 200 é a letra a.
  • 12. 12 20. (Esaf-MPOG-2003) Considere os seguintes dados para uma economia hipotética: -variação de estoques: 20; -formação bruta de capital fixo: 100; -poupança líquida do setor privado: 50; -depreciação: 5; -saldo do governo em conta corrente: 50. Com base nas identidades macroeconômicas básicas para uma economia aberta e com governo, podemos afirmar que esta economia apresentou: a) saldo nulo no balanço de pagamentos em transações correntes; b) superávit no balanço de pagamentos em transações correntes no valor de 15; c) déficit no balanço de pagamentos em transações correntes no valor de 25; d) superávit no balanço de pagamentos em transações correntes no valor de 25; e) déficit no balanço de pagamentos em transações correntes no valor de 15. Solução comentada: Observe como este tipo de questão tem caído de forma recorrente nas provas de Macroeconomia. Mas, vamos lá: -O investimento total da economia = FBKF + variação de estoques = 120; -Por sua vez, a poupança necessária para financiar este investimento vem de: poupança líquida do setor privado (50) + depreciação (5) + saldo do governo em conta corrente (50) + saldo da balança em transações correntes (?). -Ou seja, a poupança conhecida = 50 + 5 + 50 = 105. Então é necessário um déficit em transações correntes = 15. Portanto, a resposta correta é a letra e. ________________________ Bom, meus alunos, com essa 12ª Aula – só de questões de provas passadas – nós estamos concluindo nosso Curso de Economia I – on-line. Espero que vocês tenham gostado e tenham tido um bom proveito. Breve, breve, estaremos montando o Curso de Economia II – abordando outros tópicos que eventualmente apareçam no Edital do Concurso para o AFRF e que não tenham sido tratados neste nosso 1° Curso. Até lá, então. E não parem de estudar. Um abraço a todos vocês!