O documento resume a teoria do "fim da história" proposta por Francis Fukuyama e a canção de Gilberto Gil que contesta essa teoria. A teoria de Fukuyama sugere que com o fim do comunismo a história também acabou, com a vitória final do liberalismo. Gilberto Gil contesta essa visão em sua canção, defendendo que a história continuará seu curso cíclico, com novos capítulos sempre sendo escritos.
1. UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E TECNOLOGIAS – DCHT
CAMPUS XX – BRUMADO HISTÓRIA – UAB
COMPONENTE CURRICULAR:
Teoria da História II
SEMINÁRIO SOBRE:
O Fim da História
DOCENTE:
Laís Viena de Souza
TD: ANDERSON LUIS SANTOS SILVA
TP: SIMONE Z. DA COSTA
SILVA
2. EDILENE PEREIRA DA SILVA
MARIA DE LOURDES SILVA
MARIA JOSÉ AMORIM
MANOEL REIS DOS SANTOS
MILENA PINHEIRO CORREIA
MARINALVA N. VSCONCELOS
3. O FIM DA HISTÓRIA – GILBERTO GIL
Não creio que o tempo E assim por diante
Venha comprovar Nunca vai parar
Nem negar que a História Seja neste mundo
Possa se acabar Ou em qualquer lugar
Basta ver que um povo Por isso é que um cangaceiro
Derruba um czar Será sempre anjo e capeta, bandido e herói
Derruba de novo Deu-se notícia do fim do cangaço
Quem pôs no lugar E a notícia foi o estardalhaço que foi
Passaram-se os anos, eis que um plebiscito
É como se o livro dos tempos pudesse Ressuscita o mito que não se destrói
Ser lido trás pra frente, frente pra trás Oi, Lampião sim, Lampião não, Lampião talvez
Vem a História, escreve um capítulo Lampião faz bem, Lampião dói
Cujo título pode ser "Nunca Mais" Sempre o pirão de farinha da História
Vem o tempo e elege outra história, que escreve E a farinha e o moinho do tempo que mói
Outra parte, que se chama "Nunca É Demais"
"Nunca Mais", "Nunca É Demais", "Nunca Mais" Tantos cangaceiros
"Nunca É Demais", e assim por diante, tanto faz Como Lampião
Indiferente se o livro é lido Por mais que se matem
De trás pra frente ou lido de frente pra trás Sempre voltarão
Quantos muros ergam E assim por diante
Como o de Berlim Nunca vai parar
Por mais que perdurem Inferno de Dante
Sempre terão fim Céu de Jeová
4. "A canção foi composta para responder à colocação do scholar
nipo-americano Francis Fukuyama, que num artigo publicado um
pouco antes defendeu a tese neo-liberalista de que, com o final do
comunismo - que, segundo ele, teria desaparecido -, a história
teria também acabado. O artigo se chamou justamente 'O fim da
História', e foi escrito para provar o término da marcha das
utopias. Para lançar minha contestação frontal a isso, eu fiz a
advocacia do 'eterno retorno', tratando exatamente da questão de
que tratava Fukuyama (a derrocada do socialismo enquanto
configuração dos conjuntos nacionais do leste europeu), e
trazendo à discussão o mito de Lampião (havia então a notícia de
que, numa cidadezinha do Nordeste, tinham tentado tirar a sua
estátua, o que gerou polêmica, sugerindo-se um plebiscito em que
o povo acabou preferindo mantê-la)."
Gilberto Gil
5. É uma teoria iniciada no século XIX por Georg Wilhelm Friedrich
Hegel e posteriormente retomada, no último quarto do século
XX, no contexto da crise da historiografia e das Ciências
Sociais no geral.
Para Hegel isso iria acontecer no momento em que
a humanidade atingisse o equilíbrio, representado, de acordo
com ele, pela ascensão do liberalismo e da igualdade jurídica,
mas com prazo indeterminado para ocorrer.
Retomada ao final do século XX, essa teoria já adquire caráter
de situação ocorrida pois, de acordo com os seus pensadores, a
História terminou no episódio da Queda do Muro de Berlim.
Naquele momento, os antagonismos teriam terminado pelo fato
de, a partir de então, haver apenas uma única potência -
os Estados Unidos da América - e, consequentemente, uma total
estabilidade.
6. A idéia ressurgiu em um artigo, publicado em
fins de 1989 com o título de "O fim da
história"[1] e, posteriormente, em 1992, com
a obra "O fim da história e o último homem",
ambos do estado-unidense Francis
Fukuyama.
7. Fukuyama desenvolveu uma linha de abordagem da História,
desde Platão até Nietzsche, passando por Kant e pelo próprio
Hegel, a fim de revigorar a teoria de que o capitalismo e a
democracia burguesa constituem o coroamento da história da
humanidade. Na sua ótica, após a "destruição" do fascismo e do
socialismo, a humanidade, à época, teria atingido o ponto
"culminante" de sua "evolução" com o triunfo da "democracia" (não
confundir com a democracia original da Hélade, que nada tinha a
ver com a actual) liberal "ocidental" sobre todos os demais
sistemas e ideologias concorrentes.
8. Há enormes críticas sobre a parcialidade do
autor que tende a ver a história de várias
espacialidades divergentes como um todo
apenas sobre a óptica da sua própria
ideologia (neoliberalismo), o que tiraria
muito da criteriosidade em sua suposta
análise.
9. Fukuyama não contrapõe a chamada
democracia liberal somente ao socialismo,
mas também a uma miríade de regimes
autoritários de direita que entraram em
colapso e que, de acordo com ele, acabaram
adotando, em maior ou menor grau, o
modelo da democracia liberal. Na América
Latina, aponta o caso das ditaduras na
Argentina, no Brasil e no Chile.
10. Em suma, ao longo do século a democracia
liberal teria superado os "totalitarismos" de
direita e esquerda, e também quaisquer
outras variantes autoritárias, e triunfado
como o regime mais adequado ao
progresso e à liberdade humana.
11. Passando por cima da realidade histórica
mais banal, Fukuyamama desconsidera o
fato evidente de que o fascismo somente
se explica se ligado intimamente ao
capitalismo monopolista e às suas crises,
da mesma maneira que o surgimento de
um conjunto de regimes ditatoriais e
fascistas na América Latina, no decorrer
dos anos 70, foi a expressão política da
forma de desenvolvimento capitalista
ocorrida nesses países.
12. No complexo processo de desenvolvimento
capitalista, a concorrência se transforma no
seu contrário, o monopólio, da mesma forma
que a democracia burguesa se transforma
na ditadura fascista, num regime policial de
terror, onde o capital monopolista finalmente
consegue implementar as mudanças a ferro
e a fogo para romper a crise e reiniciar um
outro ciclo de expansão.
13. No fundo, o que Fukuyama quer nos
impingir é a idéia de que a humanidade já
estaria livre de fenômenos como o nazi-
fascismo, uma vez que esse tipo de
barbárie não mais seria condizente com o
estágio atingido pela humanidade na pós-
história.
14. Fukuyama foi buscar em Hegel os
fundamentos para sua teoria do "fim da
história". Hegel acreditava num
direcionamento da história da humanidade
no sentido da evolução e do progresso.
Para ele, a história humana era a realização
progressiva da sua "idéia absoluta".
15. Com isso, segundo Fukuyama, "Hegel
estava dizendo que os princípios de
liberdade e igualdade, bases do Estado
liberal moderno, haviam sido descobertos
e postos em prática na maioria dos países
adiantados, e que não havia princípios ou
formas de organização social e política
alternativas superiores ao liberalismo".
16. Pode-se até compreender, do ponto de
vista histórico e dentro da tradição dos
grandes sistemas da filosofia clássica
alemã, a perspectiva de Hegel, que
conduziu a filosofia idealista a um de seus
ápices. Hegel, como todos os filósofos de
seu tempo, recebeu os poderosos influxos
da Revolução Francesa de 1789, que
efetivamente descortinou novos
horizontes para a humanidade, ao
derrubar a monarquia e o feudalismo.
17. Já dissemos que Fukuyama, manipulando
idéias sobretudo de Platão, Hegel e
Nietzsche, procura elaborar uma base
filosófica para a sua tese de que a
democracia liberal é o coroamento da
história da humanidade.
18. Segundo sua teoria, hoje o mundo está
dividido entre os países capitalistas
avançados, que representariam o "Estado
universal homogêneo", e os demais países
que ainda não atingiram esse estágio e
que, na verdade, seriam os representantes
da barbárie, significando uma ameaça
para os primeiros.
19. A conclusão de Fukuyama é a de que a
"força" continuará a ser a razão final nas
relações entre esses dois mundos, ou, para
usar uma de suas expressões, entre
"democracias e não-democracias".
20. Por tudo isso, segundo ele, na nova ordem
internacional criada após o fim da guerra
fria, uma liga das nações "teria que se
parecer mais com a OTAN do que com a
ONU (Nações Unidas) - isto é, ser uma
liga de Estados realmente livres, unidos
pelo compromisso comum com os
princípios liberais".
21. Eis a receita final descarada desse novo
doutrinador da ideologia imperialista: quer
uma "nova ordem mundial" inteiramente
controlada por entidades como a OTAN,
organização nascida do agressivo pacto
militar firmado pelos países capitalistas
avançados após a 2a Guerra Mundial para
conter o avanço do socialismo.
22. Dessa forma, os países que representam e
encarnam o "fim da história", os "países
democráticos" da "pós-história" - na
verdade, as atuais potências imperialistas,
com os Estados Unidos à frente - ficariam
de mãos livres para agir em defesa de seus
interesses e perpetrar barbaridades, tudo
em nome da "humanidade" e da
"civilização".
23. A evolução da humanidade em direção ao reino da
liberdade não se interrompeu neste final de século,
marcado por tantos acontecimentos trágicos e por
um aparente triunfo final do capitalismo. O
historiador E. H. Carr faz uma reflexão no sentido
de que a história vem sempre avançando, mas o!
Prova que ninguém jamais acreditou num tipo de
progresso que avançasse numa linha reta
contínua, sem reveses ou desvios.
24. Referências
FUKU mundorama.net/.../o-fim-da-historia-de-fukuyama-vinte-anos-depois YAMA, F. O fim da História
e o último homem. Rio de Janeiro: Rocco, 1992.
pt.wikipedia.org/wiki/Fim_da_história
mundorama.net/.../o-fim-da-historia-de-fukuyama-vinte-anos-depois
www.culturabrasil.pro.br/fukuyama.htm
letras.mus.br › MPB › Gilberto Gil
www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u29838.shtml
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