SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 40
O Concretismo
Concretismo 
Os poetas da década de 40 desejavam 
devolver aos poemas o rigor formal 
abandonado por alguns dos primeiros 
modernistas. Passou-se a privilegiar o trabalho 
com a materialidade do texto poético. Os 
poetas concretos, de certa forma, 
radicalizaram o projeto de João Cabral de 
Melo Neto.
Concretismo 
Concebida no calor do empreendimento mais 
geral de construção de um Brasil moderno, 
como um projeto em desenvolvimento, a 
poesia concreta coloca em jogo formas 
renovadas de sensibilidade e de experiência. 
Alarga os parâmetros de discussão do fazer 
poético, ultrapassando o âmbito literário.
Concretismo 
• Rigor formal; 
• Materialidade do texto poético; 
• Verbi-voco-visual (semântico-sonoro-visual); 
• Livre experimentação artística; 
• Transcriação.
Concretismo 
• A forma concreta buscada e defendida opera 
uma radicalização dos recursos materiais, 
como métrica, rima, aliteração, cortes, 
repetições de frases, neologismos e inversões, 
que se encontram dispersos na poesia 
tradicional.
Concretismo
Arte concreta 
• A poesia concretista está diretamente ligada à 
arte concreta que despontava mundialmente 
a partir da década de 1950. 
• A arte concreta buscava a pureza e o rigor 
formal na ordem harmônica do universo. 
• Segundo essa arte, a pintura deve ser 
inteiramente construída com elementos 
puramente plásticos, ou seja, planos e cores.
Tanto o poema Olho por olho, quanto os 
poemas móbiles, de Augusto de Campos, 
ilustram o trabalho formal dos 
concretistas, a sagacidade crítica e a 
influência da arquitetura e design. A 
relação de comunicação é alterada. Nota-se 
que o leitor não pode nem deve ficar 
passivo diante da obra.
Alfredo Bosi destaca as orientações da 
geração de 1945: 
1- a busca de temas e/ou motivos poéticos 
(mensagem) que dessem ao texto um 
testemunho crítico da realidade; 
2- o desejo de encontrar símbolos, organização 
gráfica, cores (códigos) semelhantes aos da 
comunicação de massa.
Os poetas concretos estabeleceram, desde o 
início, ligações entre a sua produção, a música 
contemporânea, as artes visuais e o design de 
linhagem construtivista. Reprocessaram 
elementos dessas artes em seus poemas e 
mantiveram extensa colaboração com os mais 
diversos artistas.
A expressão verbivocovisual sintetiza essa 
proposta,colocada em prática pelos poetas 
Augusto de Campos, Décio Pignatari, Haroldo 
de Campos, José Lino Grünewald e Ronaldo 
Azeredo, desdobrando-se até hoje em 
suportes e meios técnicos diversos – livro, 
revista, jornal, cartaz, objeto, lp, cd, 
videotexto, holografia, vídeo, internet.
poesia concreta: tensão de palavras-coisas no 
espaço-tempo. 
estrutura dinâmica: multiplicidade de 
movimentos concomitantes 
plano piloto para poesia concreta 
Augusto de Campos, Décio Pignatari e Haroldo de Campos
Além das transformações nos modos de criar 
e ler poesia, os concretistas contribuíram 
imensamente com o trabalho de tradução 
(transcriação, segundo Haroldo de Campos) e 
de descoberta de autores até então pouco 
comentados pela crítica, como Pedro Kilkerry 
e Sousândrade.
É o silêncio, é o cigarro e a vela acesa./ Olha-me 
a estante em cada livro que olha./ E a luz 
nalgum volume sobre a mesa.../ Mas o sangue 
da luz em cada folha. 
Trecho de É o silêncio, de Pedro Kilkerry.
minha especialidade é viver - era a legenda 
de um homem (que não tinha renda 
porque não estava à venda) 
olhar à direita – replicaram num segundo 
dois bilhões de piolhos púbicos do fundo 
de um par de calças (moribundo). 
E.E. Cummings. Tradução de augusto de Campos
Note como a disposição tipográfica das 
palavras "pluvial" e "fluvial“, no poema de 
Augusto de Campos (1931-), mimetizam a 
chuva e, ao mesmo tempo, o rio formado por 
ela. O signo visual, em detrimento do verso 
tradicional, é capaz de criar sentidos e 
múltiplas leituras.
Para tanto, os poetas concretos, dispensam a 
subjetividade e valorizam a disposição gráfica 
das palavras, o uso da elipse, o espaço da 
página como elemento de composição do 
poema.
O poema Luxo, de Augusto de Campos, é 
composto de uma única palavra: lixo – 
formada pela repetição da palavra luxo, 
disposta a formar as letras de L I X O. A 
oposição entre os termos revela o teor social 
e a influência construtivista no trabalho do 
poeta.
Haroldo de Campos, por sua vez, no poema 
Circuladô de Fulô, próximo ao labirinto 
barroco, revela a capacidade criativa do 
brasileiro no trecho o povo é o inventalínguas 
na malícia da maestria no matreiro da 
maravilha no visgo do improviso tenteando a 
travessia azeitava o eixo do sol
Neoconcretismo. 
Distingue-se do Concretismo por atribuir ao 
leitor outro papel na construção do poema. 
São figuras fundamentais do movimento o 
poeta Ferreira Gullar e os artistas plásticos 
Hélio Oiticica e Lygia Clark. Ambos 
acreditavam que o leitor devesse construir o 
sentido junto à obra.
Poema-processo. 
Liderado pelo carioca Wlademir Dias-Pino, o 
poema-processo abandona o signo verbal e o 
livro como suporte de divulgação e publicação 
da poesia. É comum a utilização de símbolos 
gráficos e a criação de livros-objeto.
Literatura contemporânea
Prosa 
• Tendência à subjetividade e a narrativas 
curtas. 
• Alguns dos principais nomes: 
– Rubem Fonseca; 
– Murilo Rubião; 
– Lygia Fagundes Telles; 
– Caio Fernando Abreu.
Rubem Fonseca 
• Revolucionou a literatura brasileira ao inserir, 
em seus textos, altas doses de violência, com 
o objetivo de mostrar a realidade que nos 
cerca e da qual parecemos ser fruto. 
• Características: 
– Brutalismo; 
– Angústia; 
– Niilismo.
Murilo Rubião 
• Gênero literário que flerta com o absurdo: 
Realismo mágico, fantástico, maravilhoso ou 
estranho. 
• Semelhante ao autor Franz Kafka. 
• Suas personagens e narradores não se 
espantam com os acontecimentos mágicos.
Lygia Fagundes Telles 
• Sua literatura é marcada, sobretudo, pelas 
experiências afetivas, sendo que o ódio, amor, 
ciúme, solidão são alguns dos temas que 
permeiam o universo ficcional da artista. 
• Temáticas fantásticas e terríveis; finais 
surpreendentes e linguagem marcada por 
palavras precisas e simples, sondagem 
psicológica e fluxo de consciência.
Caio Fernando Abreu 
• Literatura marcada pelo tom autobiográfico. 
• Temas recorrentes: 
– Regime militar; 
– Amor homossexual; 
– Consumismo; 
– Crítica ao Capitalismo; 
– Investigação psicológica.
Poesia 
• Herdeira da SAM e do Concretismo. 
• Principais nomes: 
– Manoel de Barros; 
– Paulo Leminski; 
– Arnaldo Antunes.
Manoel de Barros 
• A natureza, presente na poesia de Barros, 
remete à infância e a todas as descobertas 
desse período. 
• Os elementos naturais servem para refletir 
sobre a própria existência humana, resultando 
em um texto poético rico em metáforas e 
associações inusitadas.
Paulo Leminski 
• Poesia de caráter experimental. 
• Concisão da linguagem poética ao seu limite. 
• Diálogo com o haicai. 
• Humor e irreverência herdados de Oswald de 
Andrade. 
• Crítico da repressão comportamental.
Arnaldo Antunes 
Arnaldo Antunes é um dos herdeiros mais 
ilustres da estética concretista. O poeta, 
músico, ensaista e performer dialoga com o 
movimento da poesia concreta sem ser um 
mero repetidor. Inventivo e ousado, o poeta 
paulista é capaz de provocar seu 
leitor/ouvinte e transportá-lo a angulações 
imprevisíveis. Sabe como poucos romper com 
o senso comum e eletrizar conceitos 
adormecidos.
Saiba mais! 
• http://graffitiecidadania.blogspot.com.br/201 
3/05/banksy.html 
• http://www.releituras.com/rfonseca_outro.as 
p 
• http://www.releituras.com/mrubiao_armadilh 
a.asp 
• http://www.releituras.com/lftelles_natal.asp 
• http://www.releituras.com/caioabreu_dois.as 
p
Saiba mais! 
• http://www.releituras.com/manoeldebarros_ 
nada.asp 
• http://www.revistabula.com/385-15- 
melhores-poemas-de-paulo-leminski/ 
• http://catracalivre.com.br/geral/livro/indicaca 
o/a-poesia-concreta-de-arnaldo-antunes/

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados (20)

Modernismo no Brasil
Modernismo no BrasilModernismo no Brasil
Modernismo no Brasil
 
Realismo e Naturalismo
Realismo e NaturalismoRealismo e Naturalismo
Realismo e Naturalismo
 
LITERATURA: ESCOLAS LITERÁRIAS
LITERATURA: ESCOLAS LITERÁRIASLITERATURA: ESCOLAS LITERÁRIAS
LITERATURA: ESCOLAS LITERÁRIAS
 
O modernismo brasileiro
O modernismo brasileiroO modernismo brasileiro
O modernismo brasileiro
 
O pré modernismo
O pré modernismoO pré modernismo
O pré modernismo
 
Semana de arte moderna
Semana de arte modernaSemana de arte moderna
Semana de arte moderna
 
Concretismo
ConcretismoConcretismo
Concretismo
 
3ª fase do modernismo blog
3ª fase do modernismo blog3ª fase do modernismo blog
3ª fase do modernismo blog
 
A geração de 45
A geração de 45A geração de 45
A geração de 45
 
Revisão – literatura
Revisão – literatura Revisão – literatura
Revisão – literatura
 
Figuras de linguagem slide
Figuras de linguagem   slideFiguras de linguagem   slide
Figuras de linguagem slide
 
Modernismo brasileiro 1ª geração
Modernismo brasileiro 1ª geraçãoModernismo brasileiro 1ª geração
Modernismo brasileiro 1ª geração
 
O barroco
O barrocoO barroco
O barroco
 
Romantismo na literatura
Romantismo na literaturaRomantismo na literatura
Romantismo na literatura
 
Ppt realismo (1)
Ppt realismo (1)Ppt realismo (1)
Ppt realismo (1)
 
Simbolismo
SimbolismoSimbolismo
Simbolismo
 
Segunda geração modernista
Segunda geração modernistaSegunda geração modernista
Segunda geração modernista
 
Literatura contemporânea
Literatura contemporâneaLiteratura contemporânea
Literatura contemporânea
 
Figuras de linguagem completo
Figuras de linguagem completoFiguras de linguagem completo
Figuras de linguagem completo
 
Realismo e naturalismo
Realismo e naturalismoRealismo e naturalismo
Realismo e naturalismo
 

Destaque

Voz e representação do real patricio rocha
Voz e representação do real   patricio rochaVoz e representação do real   patricio rocha
Voz e representação do real patricio rochaLuara Schamó
 
Manifestacoes aritisticas e literarias
Manifestacoes aritisticas e literariasManifestacoes aritisticas e literarias
Manifestacoes aritisticas e literariasFernandoMarques
 
teatro romantico
teatro romanticoteatro romantico
teatro romanticowhybells
 
TEATRO (Conceito; História; Gêneros e principais atores e atrizes)
TEATRO (Conceito; História; Gêneros e principais atores e atrizes)  TEATRO (Conceito; História; Gêneros e principais atores e atrizes)
TEATRO (Conceito; História; Gêneros e principais atores e atrizes) Wellinton Augusto
 
Manifestações artísticas da literatura brasileira contemporânea e as
Manifestações artísticas da literatura brasileira contemporânea e asManifestações artísticas da literatura brasileira contemporânea e as
Manifestações artísticas da literatura brasileira contemporânea e asKivia Caroline
 

Destaque (7)

Voz e representação do real patricio rocha
Voz e representação do real   patricio rochaVoz e representação do real   patricio rocha
Voz e representação do real patricio rocha
 
Manifestacoes aritisticas e literarias
Manifestacoes aritisticas e literariasManifestacoes aritisticas e literarias
Manifestacoes aritisticas e literarias
 
teatro romantico
teatro romanticoteatro romantico
teatro romantico
 
Teatro contemporâneo
Teatro contemporâneoTeatro contemporâneo
Teatro contemporâneo
 
TEATRO (Conceito; História; Gêneros e principais atores e atrizes)
TEATRO (Conceito; História; Gêneros e principais atores e atrizes)  TEATRO (Conceito; História; Gêneros e principais atores e atrizes)
TEATRO (Conceito; História; Gêneros e principais atores e atrizes)
 
Manifestações artísticas da literatura brasileira contemporânea e as
Manifestações artísticas da literatura brasileira contemporânea e asManifestações artísticas da literatura brasileira contemporânea e as
Manifestações artísticas da literatura brasileira contemporânea e as
 
Teatro brasileiro
Teatro brasileiroTeatro brasileiro
Teatro brasileiro
 

Semelhante a concretismo

Seminário de literatura Brasileira
Seminário de literatura BrasileiraSeminário de literatura Brasileira
Seminário de literatura BrasileiraVitor Morais
 
Considerações Sobre o Início da Poesia Concreta
Considerações Sobre o Início da Poesia ConcretaConsiderações Sobre o Início da Poesia Concreta
Considerações Sobre o Início da Poesia ConcretaIcaro Amorim
 
Concretismo aula Armenio de Jesus
Concretismo aula Armenio de JesusConcretismo aula Armenio de Jesus
Concretismo aula Armenio de JesusArmenio de Jesus
 
Aula 27 produções contemporâneas em portugal e no brasil
Aula 27   produções contemporâneas em portugal e no brasilAula 27   produções contemporâneas em portugal e no brasil
Aula 27 produções contemporâneas em portugal e no brasilJonatas Carlos
 
Apresentação - Poesia Moderna.ppt
Apresentação - Poesia Moderna.pptApresentação - Poesia Moderna.ppt
Apresentação - Poesia Moderna.pptClovesJunior8
 
Literatura - Professor Alex Romero Lima
Literatura - Professor Alex Romero LimaLiteratura - Professor Alex Romero Lima
Literatura - Professor Alex Romero LimaPré-Enem Seduc
 
Aula da disciplina de L.pptx
Aula da disciplina de L.pptxAula da disciplina de L.pptx
Aula da disciplina de L.pptxNeomare
 
Literatura Brasileira Contemporaneidade4752
Literatura Brasileira Contemporaneidade4752Literatura Brasileira Contemporaneidade4752
Literatura Brasileira Contemporaneidade4752Elck Marra
 
39111_aa55d02e1832c1a17638349ccde7f498 (7)_240415_161559.pdf
39111_aa55d02e1832c1a17638349ccde7f498 (7)_240415_161559.pdf39111_aa55d02e1832c1a17638349ccde7f498 (7)_240415_161559.pdf
39111_aa55d02e1832c1a17638349ccde7f498 (7)_240415_161559.pdfVaniaRibeiro42
 
Aula 26 modernismo no brasil - 3ª fase
Aula 26   modernismo no brasil - 3ª faseAula 26   modernismo no brasil - 3ª fase
Aula 26 modernismo no brasil - 3ª faseJonatas Carlos
 

Semelhante a concretismo (20)

Seminário de literatura Brasileira
Seminário de literatura BrasileiraSeminário de literatura Brasileira
Seminário de literatura Brasileira
 
concretismo Pablokdabra.ppt
concretismo Pablokdabra.pptconcretismo Pablokdabra.ppt
concretismo Pablokdabra.ppt
 
Considerações Sobre o Início da Poesia Concreta
Considerações Sobre o Início da Poesia ConcretaConsiderações Sobre o Início da Poesia Concreta
Considerações Sobre o Início da Poesia Concreta
 
Concretismo aula Armenio de Jesus
Concretismo aula Armenio de JesusConcretismo aula Armenio de Jesus
Concretismo aula Armenio de Jesus
 
Aula 27 produções contemporâneas em portugal e no brasil
Aula 27   produções contemporâneas em portugal e no brasilAula 27   produções contemporâneas em portugal e no brasil
Aula 27 produções contemporâneas em portugal e no brasil
 
Apresentação - Poesia Moderna.ppt
Apresentação - Poesia Moderna.pptApresentação - Poesia Moderna.ppt
Apresentação - Poesia Moderna.ppt
 
João Cabral de Melo Neto
João Cabral de Melo NetoJoão Cabral de Melo Neto
João Cabral de Melo Neto
 
Literatura Brasileira Academ X Moder
Literatura Brasileira Academ X ModerLiteratura Brasileira Academ X Moder
Literatura Brasileira Academ X Moder
 
Literatura - Professor Alex Romero Lima
Literatura - Professor Alex Romero LimaLiteratura - Professor Alex Romero Lima
Literatura - Professor Alex Romero Lima
 
Modernismo
ModernismoModernismo
Modernismo
 
Aula da disciplina de L.pptx
Aula da disciplina de L.pptxAula da disciplina de L.pptx
Aula da disciplina de L.pptx
 
Literatura Brasileira Contemporaneidade4752
Literatura Brasileira Contemporaneidade4752Literatura Brasileira Contemporaneidade4752
Literatura Brasileira Contemporaneidade4752
 
Literatura Brasileira Contemporaneidade
Literatura Brasileira ContemporaneidadeLiteratura Brasileira Contemporaneidade
Literatura Brasileira Contemporaneidade
 
literatura
literaturaliteratura
literatura
 
Teoria literária
Teoria literáriaTeoria literária
Teoria literária
 
semana de arte moderna.pptx
semana de arte moderna.pptxsemana de arte moderna.pptx
semana de arte moderna.pptx
 
39111_aa55d02e1832c1a17638349ccde7f498 (7)_240415_161559.pdf
39111_aa55d02e1832c1a17638349ccde7f498 (7)_240415_161559.pdf39111_aa55d02e1832c1a17638349ccde7f498 (7)_240415_161559.pdf
39111_aa55d02e1832c1a17638349ccde7f498 (7)_240415_161559.pdf
 
Modernismo Brasileiro.pdf
Modernismo Brasileiro.pdfModernismo Brasileiro.pdf
Modernismo Brasileiro.pdf
 
Entrevista com Mário Chamie
Entrevista com Mário ChamieEntrevista com Mário Chamie
Entrevista com Mário Chamie
 
Aula 26 modernismo no brasil - 3ª fase
Aula 26   modernismo no brasil - 3ª faseAula 26   modernismo no brasil - 3ª fase
Aula 26 modernismo no brasil - 3ª fase
 

Mais de whybells

Protocordados1
Protocordados1Protocordados1
Protocordados1whybells
 
A classificacao biologica
A classificacao biologicaA classificacao biologica
A classificacao biologicawhybells
 
Modernismo em Portugal & Fernando Pessoa
Modernismo em Portugal & Fernando PessoaModernismo em Portugal & Fernando Pessoa
Modernismo em Portugal & Fernando Pessoawhybells
 
Vanguardas europeias
Vanguardas europeiasVanguardas europeias
Vanguardas europeiaswhybells
 
Fernando pessoa
Fernando pessoaFernando pessoa
Fernando pessoawhybells
 
Polissemia
PolissemiaPolissemia
Polissemiawhybells
 
o romance de formacao de raul pompeia
o romance de formacao de raul pompeiao romance de formacao de raul pompeia
o romance de formacao de raul pompeiawhybells
 
Verbos formacao dos tempos verbais
Verbos formacao dos tempos verbaisVerbos formacao dos tempos verbais
Verbos formacao dos tempos verbaiswhybells
 
Verbos classificacao
Verbos classificacaoVerbos classificacao
Verbos classificacaowhybells
 
Sistema nervoso
Sistema nervosoSistema nervoso
Sistema nervosowhybells
 
realismo e naturalismo na europa
realismo e naturalismo na europarealismo e naturalismo na europa
realismo e naturalismo na europawhybells
 
cap14 - reformas religiosas, antigo regime e absolutismo
cap14 - reformas religiosas, antigo regime e absolutismocap14 - reformas religiosas, antigo regime e absolutismo
cap14 - reformas religiosas, antigo regime e absolutismowhybells
 
cap12e cap13 - expansão marítima e renascimento
cap12e cap13 - expansão marítima e renascimentocap12e cap13 - expansão marítima e renascimento
cap12e cap13 - expansão marítima e renascimentowhybells
 
Cap 13 e 14 a prosa no romantismo
Cap 13 e 14 a prosa no romantismoCap 13 e 14 a prosa no romantismo
Cap 13 e 14 a prosa no romantismowhybells
 
Caps10 11 12 romantismo na europa e geracoes
Caps10 11 12 romantismo na europa e geracoesCaps10 11 12 romantismo na europa e geracoes
Caps10 11 12 romantismo na europa e geracoeswhybells
 

Mais de whybells (20)

Protocordados1
Protocordados1Protocordados1
Protocordados1
 
Anfibios
AnfibiosAnfibios
Anfibios
 
A classificacao biologica
A classificacao biologicaA classificacao biologica
A classificacao biologica
 
Anelideos
AnelideosAnelideos
Anelideos
 
Agnatha
AgnathaAgnatha
Agnatha
 
Modernismo em Portugal & Fernando Pessoa
Modernismo em Portugal & Fernando PessoaModernismo em Portugal & Fernando Pessoa
Modernismo em Portugal & Fernando Pessoa
 
Vanguardas europeias
Vanguardas europeiasVanguardas europeias
Vanguardas europeias
 
Fernando pessoa
Fernando pessoaFernando pessoa
Fernando pessoa
 
Polissemia
PolissemiaPolissemia
Polissemia
 
Semantica
SemanticaSemantica
Semantica
 
o romance de formacao de raul pompeia
o romance de formacao de raul pompeiao romance de formacao de raul pompeia
o romance de formacao de raul pompeia
 
Verbos formacao dos tempos verbais
Verbos formacao dos tempos verbaisVerbos formacao dos tempos verbais
Verbos formacao dos tempos verbais
 
Verbos classificacao
Verbos classificacaoVerbos classificacao
Verbos classificacao
 
Verbos
VerbosVerbos
Verbos
 
Sistema nervoso
Sistema nervosoSistema nervoso
Sistema nervoso
 
realismo e naturalismo na europa
realismo e naturalismo na europarealismo e naturalismo na europa
realismo e naturalismo na europa
 
cap14 - reformas religiosas, antigo regime e absolutismo
cap14 - reformas religiosas, antigo regime e absolutismocap14 - reformas religiosas, antigo regime e absolutismo
cap14 - reformas religiosas, antigo regime e absolutismo
 
cap12e cap13 - expansão marítima e renascimento
cap12e cap13 - expansão marítima e renascimentocap12e cap13 - expansão marítima e renascimento
cap12e cap13 - expansão marítima e renascimento
 
Cap 13 e 14 a prosa no romantismo
Cap 13 e 14 a prosa no romantismoCap 13 e 14 a prosa no romantismo
Cap 13 e 14 a prosa no romantismo
 
Caps10 11 12 romantismo na europa e geracoes
Caps10 11 12 romantismo na europa e geracoesCaps10 11 12 romantismo na europa e geracoes
Caps10 11 12 romantismo na europa e geracoes
 

Último

trabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduratrabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduraAdryan Luiz
 
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdf
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdfBRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdf
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdfHenrique Pontes
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasRosalina Simão Nunes
 
Guia completo da Previdênci a - Reforma .pdf
Guia completo da Previdênci a - Reforma .pdfGuia completo da Previdênci a - Reforma .pdf
Guia completo da Previdênci a - Reforma .pdfEyshilaKelly1
 
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADOactivIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADOcarolinacespedes23
 
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfWilliam J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfAdrianaCunha84
 
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBCRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBAline Santana
 
Prova uniasselvi tecnologias da Informação.pdf
Prova uniasselvi tecnologias da Informação.pdfProva uniasselvi tecnologias da Informação.pdf
Prova uniasselvi tecnologias da Informação.pdfArthurRomanof1
 
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfUFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfManuais Formação
 
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?Rosalina Simão Nunes
 
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxSlides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOLEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOColégio Santa Teresinha
 
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdfCultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdfaulasgege
 
Regência Nominal e Verbal português .pdf
Regência Nominal e Verbal português .pdfRegência Nominal e Verbal português .pdf
Regência Nominal e Verbal português .pdfmirandadudu08
 
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptx
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptxSlides 1 - O gênero textual entrevista.pptx
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptxSilvana Silva
 
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasHabilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasCassio Meira Jr.
 
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfSimulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfEditoraEnovus
 
Lírica Camoniana- A mudança na lírica de Camões.pptx
Lírica Camoniana- A mudança na lírica de Camões.pptxLírica Camoniana- A mudança na lírica de Camões.pptx
Lírica Camoniana- A mudança na lírica de Camões.pptxfabiolalopesmartins1
 
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasPrograma de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasCassio Meira Jr.
 

Último (20)

trabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduratrabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditadura
 
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdf
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdfBRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdf
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdf
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
 
Guia completo da Previdênci a - Reforma .pdf
Guia completo da Previdênci a - Reforma .pdfGuia completo da Previdênci a - Reforma .pdf
Guia completo da Previdênci a - Reforma .pdf
 
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADOactivIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
 
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfWilliam J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
 
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBCRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
 
Prova uniasselvi tecnologias da Informação.pdf
Prova uniasselvi tecnologias da Informação.pdfProva uniasselvi tecnologias da Informação.pdf
Prova uniasselvi tecnologias da Informação.pdf
 
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfUFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
 
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
E agora?! Já não avalio as atitudes e valores?
 
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxSlides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
 
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOLEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
 
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdfCultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
 
Regência Nominal e Verbal português .pdf
Regência Nominal e Verbal português .pdfRegência Nominal e Verbal português .pdf
Regência Nominal e Verbal português .pdf
 
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA -
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA      -XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA      -
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA -
 
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptx
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptxSlides 1 - O gênero textual entrevista.pptx
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptx
 
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasHabilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
 
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfSimulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
 
Lírica Camoniana- A mudança na lírica de Camões.pptx
Lírica Camoniana- A mudança na lírica de Camões.pptxLírica Camoniana- A mudança na lírica de Camões.pptx
Lírica Camoniana- A mudança na lírica de Camões.pptx
 
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasPrograma de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
 

concretismo

  • 2. Concretismo Os poetas da década de 40 desejavam devolver aos poemas o rigor formal abandonado por alguns dos primeiros modernistas. Passou-se a privilegiar o trabalho com a materialidade do texto poético. Os poetas concretos, de certa forma, radicalizaram o projeto de João Cabral de Melo Neto.
  • 3. Concretismo Concebida no calor do empreendimento mais geral de construção de um Brasil moderno, como um projeto em desenvolvimento, a poesia concreta coloca em jogo formas renovadas de sensibilidade e de experiência. Alarga os parâmetros de discussão do fazer poético, ultrapassando o âmbito literário.
  • 4. Concretismo • Rigor formal; • Materialidade do texto poético; • Verbi-voco-visual (semântico-sonoro-visual); • Livre experimentação artística; • Transcriação.
  • 5. Concretismo • A forma concreta buscada e defendida opera uma radicalização dos recursos materiais, como métrica, rima, aliteração, cortes, repetições de frases, neologismos e inversões, que se encontram dispersos na poesia tradicional.
  • 7. Arte concreta • A poesia concretista está diretamente ligada à arte concreta que despontava mundialmente a partir da década de 1950. • A arte concreta buscava a pureza e o rigor formal na ordem harmônica do universo. • Segundo essa arte, a pintura deve ser inteiramente construída com elementos puramente plásticos, ou seja, planos e cores.
  • 8.
  • 9.
  • 10. Tanto o poema Olho por olho, quanto os poemas móbiles, de Augusto de Campos, ilustram o trabalho formal dos concretistas, a sagacidade crítica e a influência da arquitetura e design. A relação de comunicação é alterada. Nota-se que o leitor não pode nem deve ficar passivo diante da obra.
  • 11. Alfredo Bosi destaca as orientações da geração de 1945: 1- a busca de temas e/ou motivos poéticos (mensagem) que dessem ao texto um testemunho crítico da realidade; 2- o desejo de encontrar símbolos, organização gráfica, cores (códigos) semelhantes aos da comunicação de massa.
  • 12.
  • 13. Os poetas concretos estabeleceram, desde o início, ligações entre a sua produção, a música contemporânea, as artes visuais e o design de linhagem construtivista. Reprocessaram elementos dessas artes em seus poemas e mantiveram extensa colaboração com os mais diversos artistas.
  • 14. A expressão verbivocovisual sintetiza essa proposta,colocada em prática pelos poetas Augusto de Campos, Décio Pignatari, Haroldo de Campos, José Lino Grünewald e Ronaldo Azeredo, desdobrando-se até hoje em suportes e meios técnicos diversos – livro, revista, jornal, cartaz, objeto, lp, cd, videotexto, holografia, vídeo, internet.
  • 15.
  • 16.
  • 17. poesia concreta: tensão de palavras-coisas no espaço-tempo. estrutura dinâmica: multiplicidade de movimentos concomitantes plano piloto para poesia concreta Augusto de Campos, Décio Pignatari e Haroldo de Campos
  • 18. Além das transformações nos modos de criar e ler poesia, os concretistas contribuíram imensamente com o trabalho de tradução (transcriação, segundo Haroldo de Campos) e de descoberta de autores até então pouco comentados pela crítica, como Pedro Kilkerry e Sousândrade.
  • 19. É o silêncio, é o cigarro e a vela acesa./ Olha-me a estante em cada livro que olha./ E a luz nalgum volume sobre a mesa.../ Mas o sangue da luz em cada folha. Trecho de É o silêncio, de Pedro Kilkerry.
  • 20. minha especialidade é viver - era a legenda de um homem (que não tinha renda porque não estava à venda) olhar à direita – replicaram num segundo dois bilhões de piolhos púbicos do fundo de um par de calças (moribundo). E.E. Cummings. Tradução de augusto de Campos
  • 21.
  • 22. Note como a disposição tipográfica das palavras "pluvial" e "fluvial“, no poema de Augusto de Campos (1931-), mimetizam a chuva e, ao mesmo tempo, o rio formado por ela. O signo visual, em detrimento do verso tradicional, é capaz de criar sentidos e múltiplas leituras.
  • 23. Para tanto, os poetas concretos, dispensam a subjetividade e valorizam a disposição gráfica das palavras, o uso da elipse, o espaço da página como elemento de composição do poema.
  • 24.
  • 25. O poema Luxo, de Augusto de Campos, é composto de uma única palavra: lixo – formada pela repetição da palavra luxo, disposta a formar as letras de L I X O. A oposição entre os termos revela o teor social e a influência construtivista no trabalho do poeta.
  • 26. Haroldo de Campos, por sua vez, no poema Circuladô de Fulô, próximo ao labirinto barroco, revela a capacidade criativa do brasileiro no trecho o povo é o inventalínguas na malícia da maestria no matreiro da maravilha no visgo do improviso tenteando a travessia azeitava o eixo do sol
  • 27. Neoconcretismo. Distingue-se do Concretismo por atribuir ao leitor outro papel na construção do poema. São figuras fundamentais do movimento o poeta Ferreira Gullar e os artistas plásticos Hélio Oiticica e Lygia Clark. Ambos acreditavam que o leitor devesse construir o sentido junto à obra.
  • 28. Poema-processo. Liderado pelo carioca Wlademir Dias-Pino, o poema-processo abandona o signo verbal e o livro como suporte de divulgação e publicação da poesia. É comum a utilização de símbolos gráficos e a criação de livros-objeto.
  • 30. Prosa • Tendência à subjetividade e a narrativas curtas. • Alguns dos principais nomes: – Rubem Fonseca; – Murilo Rubião; – Lygia Fagundes Telles; – Caio Fernando Abreu.
  • 31. Rubem Fonseca • Revolucionou a literatura brasileira ao inserir, em seus textos, altas doses de violência, com o objetivo de mostrar a realidade que nos cerca e da qual parecemos ser fruto. • Características: – Brutalismo; – Angústia; – Niilismo.
  • 32. Murilo Rubião • Gênero literário que flerta com o absurdo: Realismo mágico, fantástico, maravilhoso ou estranho. • Semelhante ao autor Franz Kafka. • Suas personagens e narradores não se espantam com os acontecimentos mágicos.
  • 33. Lygia Fagundes Telles • Sua literatura é marcada, sobretudo, pelas experiências afetivas, sendo que o ódio, amor, ciúme, solidão são alguns dos temas que permeiam o universo ficcional da artista. • Temáticas fantásticas e terríveis; finais surpreendentes e linguagem marcada por palavras precisas e simples, sondagem psicológica e fluxo de consciência.
  • 34. Caio Fernando Abreu • Literatura marcada pelo tom autobiográfico. • Temas recorrentes: – Regime militar; – Amor homossexual; – Consumismo; – Crítica ao Capitalismo; – Investigação psicológica.
  • 35. Poesia • Herdeira da SAM e do Concretismo. • Principais nomes: – Manoel de Barros; – Paulo Leminski; – Arnaldo Antunes.
  • 36. Manoel de Barros • A natureza, presente na poesia de Barros, remete à infância e a todas as descobertas desse período. • Os elementos naturais servem para refletir sobre a própria existência humana, resultando em um texto poético rico em metáforas e associações inusitadas.
  • 37. Paulo Leminski • Poesia de caráter experimental. • Concisão da linguagem poética ao seu limite. • Diálogo com o haicai. • Humor e irreverência herdados de Oswald de Andrade. • Crítico da repressão comportamental.
  • 38. Arnaldo Antunes Arnaldo Antunes é um dos herdeiros mais ilustres da estética concretista. O poeta, músico, ensaista e performer dialoga com o movimento da poesia concreta sem ser um mero repetidor. Inventivo e ousado, o poeta paulista é capaz de provocar seu leitor/ouvinte e transportá-lo a angulações imprevisíveis. Sabe como poucos romper com o senso comum e eletrizar conceitos adormecidos.
  • 39. Saiba mais! • http://graffitiecidadania.blogspot.com.br/201 3/05/banksy.html • http://www.releituras.com/rfonseca_outro.as p • http://www.releituras.com/mrubiao_armadilh a.asp • http://www.releituras.com/lftelles_natal.asp • http://www.releituras.com/caioabreu_dois.as p
  • 40. Saiba mais! • http://www.releituras.com/manoeldebarros_ nada.asp • http://www.revistabula.com/385-15- melhores-poemas-de-paulo-leminski/ • http://catracalivre.com.br/geral/livro/indicaca o/a-poesia-concreta-de-arnaldo-antunes/