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E o Espírito Santo desceu sobre ele em forma corpórea, como uma pomba; e ouviu-se do céu esta voz: Tu és o meu Filho amado; em ti me comprazo.
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E sonharei com o impossível. 
Da minha fragilidade eu lançarei raios 
E da minha fraqueza nascerá um novo céu e uma nova terra. 
Do meu desespero brotará esperança 
E da minha incapacidade de não permanecer 
Contarei uma história por milhares de gerações 
Entoarei os antigos cânticos 
Cânticos que a muito não são entoados 
Com instrumentos ainda inexistentes 
E minha melodia será ouvida 
Até em lugares tão distantes 
Quanto aqueles que só existem 
Dentro do meu coração.
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WELINGTON CORPORATION 
INTRODUÇÃO 
Soldada de Shirion – Baal–Hermom – das forças armadas israelenses 
Sim. Eu sei que “Sunamita” significa pacífica. E pacificadora 
Veja que a bela moça está calma. 
E pacífica. 
http://www.rakkav.com/song/pages/song01.htm 
jewish traditional music ancient song of songs BALKANEL GROUP Serbia.mp3 
A não tão EXTRAORDINÁRIA 
WELINGTON CORPORATION 
Indo aonde nenhum outro mestre ou profeta jamais ousou.
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Preludio 
Uma observação preliminar. O Cântico dos cânticos é uma canção cuja melodia para nós é desconhecida. Ele é composto com uma melodia original, por Salomão. Suzanne Haik- Vantoura é uma musicóloga que compreendeu que a bíblia massorética possuía sinais que representavam notações musicais e gestuais dos músicos e que apesar da notação massorética (sinais que representam as vogais, tonalidades, expressividade do texto do Velho Testamento em hebraico) ser do segundo século d. C, eles remontam à tradições musicais da antiguidade. 
https://musicofthebiblerevealed.wordpress.com/tag/suzanne-haik-vantoura/ 
http://www.rakkav.com/song/pages/song01.htm 
Desde os tempos antigos os judeus têm reverenciado Cânticos como sublime. Eles compararam Provérbios para o átrio exterior do templo; Eclesiastes coma o lugar santo; e Cantares de Salomão para o Santo dos santos. (Ibid) 
O Estudo do Livro de Cantares possui várias escolas de interpretação. 
O autor deste estudo em especial toma empréstimo de estudos linguísticos, referencias geográficas, ecológicas, históricas, sociais e culturais de Israel, sua divisão política, reino, tribo, a identificação da família na antiguidade oriental, a literatura da antiguidade, incluindo a do Egito, como bases para sua pesquisa. 
Não satisfeito traça alguns paralelos com a Índia, onde encontramos ainda hoje vários pontos culturais que nos fazem retroceder na história até o oriente e as tradições narradas em Cantares. Essa é uma das ferramentas mais interessantes da caixa de ferramentas
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do autor. A sociedade Israelita moderna foi transformada pelo seu contato com diversas nações. Embora mantenha suas tradições, não manteve seu vestuário. Ou seus enfeites. Ou não manteve alguns dos aspectos que o casamento israelita possuía na antiguidade. Uma noiva israelita da atualidade veste-se de modo similar a uma noiva norte-americana, inglesa, francesa ou brasileira. E se algum israelita ler este estudo, e quiser ver, ao menos como se vestia em seu passado, viajando na máquina do tempo, olhe para a Índia. E para o Paquistão. E para o Irã. 
A segunda ferramenta para compreender Cantares é que ele é uma canção. E sendo um cântico compartilha da essência das artes cênicas, da dança, do canto e da música. 
Em alguns momentos compreender essa característica será de grande valia. 
Cantares é 
Um poema de amor - Um cântico de amor - Um cântico espiritual 
Ele caminha do coração apaixonado do homem pela sua amada aos mistérios do coração de Deus e do seu tremendo amor pelo ser humano, em especial por aqueles por quem, amando, se deu, e se entregando, os tornou seus, através da Igreja a quem considera Noiva. 
Em terceiro lugar é importante compreender a beleza do romance de Cantares. Ele nos ensina coisas extraordinárias, e traçará paralelos maravilhosos com a dimensão espiritual das Escrituras. 
Em quarto lugar será usada uma ferramenta que soará estranha para a maioria dos estudiosos das Escrituras. 
“A voz do meu amado é doce”. 
O cântico convida você a interpretá-lo com doçura. Sem arbitrariedades, sem certezas absolutas, sem fixar limites. A ciência bíblica usa a palavra “tipologia” para dizer que uma coisa é “símbolo” de uma realidade espiritual. Há a “alegorização” que basicamente enseja ver os símbolos, as representações, as símiles e as as parábolas evocadas por Cantares. Vou usar em vez da palavra “tipo” a palavra “representação”. E vou deixar as imagens de Cantares evocarem imagens, recordações, reminiscências, paralelos poéticos, nas representações de Cristo, nas operações espirituais e proféticas contidas nas Escrituras, viajando no tempo, sem me limitar a história humana. Viajo para eternidade passada, caminho para a eternidade futura e no caminho passeio pelos jardins que o espírito plantou, Israel, a Igreja gentílica, a revelação concedida de Deus aos povos, raças tribos e nações. Eu uso livremente de associações de um modo que todo ser humano lê a história de sua própria existência. Relembrando. Através da reminiscência. Toda moça lembra-se do primeiro beijo. Todo filho lembra de fatos marcantes que envolveram eles e seus pais. Ver seu nome na lista de aprovados, a festa de colação de grau daquela faculdade, o momento eletrizante em que você recebe a prova mais difícil de sua vida e descobre que tirou acima do necessário para passar. Nós associamos presentes a eventos, pergunte a sua esposa onde ela ganhou cada presente que Ela possui. Cada brinco. Cada jóia. E queria que você soubesse que se não permite que ela use enfeites você está em pecado e com certeza não irá herdar a salvação. Ao menos mereceria receber a mais longa e tediosa reprimenda espiritual dada pelo Senhor na frente de toda sua comunidade angelical. Porque você acha que o maior Cântico do Espírito Santo é justamente uma canção onde a amada é magnificamente enfeitada, ornada? Igrejas que proíbem atavios leram os dois versos de I Timóteo 2.9 e I Pedro 3.3 e rasgaram os 177 versos de Cânticos! Violentaram os textos bíblicos, que
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formalizam o desejo que o cuidado com o interior deve suplantar o desejo de ornamenta- se, e nunca anulá-lo. O feminino é belo aos olhos do Espírito, que deseja ver espiritualmente esses atavios, essa ornamentação, também no coração da mulher. 
Com doçura é que a voz do Amado deve ser percebida em todo o contexto das Escrituras. Quando o interprete da Palavra de Deus se afasta de uma visão amorosa, liberta, plena, abundante de graça, misericórdia, compaixão e alegria, perderá sua viagem. 
Essa dimensão de entendimento das em Cantares significa que não “imponho” símbolos. Antes deixarei que as imagens nos conduzam até outras cenas das Escrituras, e que os textos nos relembrem realidades espirituais para nela meditarmos. 
O que o autor viu nos textos não limita o que cada leitor poderá enxergar ou associar. Temos aqui as limitações humanas de quem escreveu esse comentário, as suas limitações do conhecimento das Escrituras, suas limitações culturais, históricas, linguísticas e seus limites de conhecimento das realidades espirituais. 
Desejo dançar com a Sunamita, não forçá-la a caminhar comigo por lugares estranhos. 
Aconselho aos que forem ministrar aulas de Cantares baseados neste estudo a comprarem essências de nardo, mirra, aloés, cálamo, cássia e distribuírem a multidão (com devolução das mesas e higienização dos frasquinhos, para apresentar a próxima turma). Não, não estou ganhando comissão para fazer essa propaganda de essências.
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Cantares usará a figura do amor humano, a menina, o pastoreio, o jardim, os irmãos, a mãe, o castelo e o muro, a tenda, até as tranças da moça adorável para contar o drama do amor de Deus manifesto na história humana, e também na história escondida, a história da eternidade e a história do grande amor, vivido por Ele, manifesto por Ele e só conhecido dele e dos seus profetas. 
Em Cantares Deus revela seu coração, descortina sua alma e manifesta seus sentimentos, através do tempo, não do tempo humano, mas do seu tempo, de seus dias refletindo sua eternidade. 
É um livro de belíssimos e de impressionantes mistérios, contado nos passos ligeiros da dançarina, da musa inspiradora que arrebata ao coração de Salomão, e nestes passos dançados lemos um pequeno musical que conta e canta todas as histórias divinas numa só. 
Nós iremos dançar com a Sulamita e ela levará nosso coração a refletir sobre um amor que sublima a vida, que reinterpreta o mundo e que nos conduz a contemplação da eternidade e de uma paixão tremenda maravilhosa, manifesta diante de incontáveis testemunhas, que nos convidará a dançar com ele. 
Cantares é Salomão apaixonado pela moça de caráter pacifico e é igualmente o Espírito de Deus nos convidando a dançar. 
Para sempre. 
O livro de Cantares traduz um enredo, um drama, um afastamento, um reencontro. Há nele zombaria, escravidão, desprezo familiar. Há nele o inigualável contraste da pobreza da noiva que é a escolhida em relação àquele que a desposa. A uma perseguição, risco de morte iminente, sofrimento. Há nele dança, festejos, um casamento, um banquete e uma apresentação magnifica da amada à sua corte. 
Há nele os desfiles das mulheres de Jerusalém, o cortejo nupcial com os soldados. Um festival de visões e de citações ecológicas e geográficas. 
Cantares é rico em citações: 
Geográficas 
Ecológicas 
Adornos 
Estações 
Especiarias 
Aromas 
Climas 
Temporais 
Sociais. 
Sentimentais 
Emocionais. 
Ele é rico em sensações. 
Ele é rico na sonoridade, nas expressões de doçura nas quais as palavras são pequenas e curtas, carinhosas como Dodi, (amado) similar aos apelidos carinhosos que as pessoas enamoradas se dão. 
Ele é rico na originalidade das suas palavras, algumas que na língua hebraica somente são encontrados neste livro. Existem cerca de 50 harpax, cinquenta palavras únicas que só são mencionadas no livro de Cantares.
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As dimensões psicológicas de cantares são múltiplas, elas tratam do romance à sexualidade, do desejo, da atração, da entrega, da paixão, da celebração da vida, da dança, da busca pela felicidade, da relação amorosa numa dimensão superior a dimensão erótica. Todos os trabalhos que tentam redefinir Cantares com uma redução ao erotismo é invariavelmente falha. Invariavelmente incompleta. Imprecisa. 
A ênfase do cântico não é a mesma do Kama Sutra indiano. A voz, a tônica, o acorde magistral que ecoa do início ao fim de Cantares é o ROMANCE. 
A dimensão espiritual de Cantares é o romance elevado a perfeição de Deus, é o amor divino. Numa símile diria que o romance é o amor em trajes de festa e o amor divino é o amor em trajes de guerra. 
O Espírito de Deus tomará do romance de um jovem rei pela jovem que guarda as vinhas e nele, neste romance, derramará sua voz, seu cântico, seu amor profundo, tendo como pano de fundo a sua história, a história da eternidade. 
Livro das Escrituras, Velho Testamento. O mais belo cântico de amor escrito. Um hino que possui em sua essência duas dimensões que se entrelaçam de modo maravilhoso: a dimensão do amor divino e a dimensão do amor humano. Nele, a paixão do amado pela amada, o amor de Deus pelo seu povo. Nele, o amor do Espírito pelo ser humano, de Cristo por sua Igreja, de Deus pela humanidade, do Senhor pelo seu povo, do príncipe pela pastora, do rei pela Sunamita. 
Cada pedaço, cada trecho do livro dos cânticos é repleto de imagens e abundante de figuras que entrelaçam o sacerdócio à terra, a ecologia ao amor, o clima às eras; O livro é repleto de sentimentos e de sensações. Ele retrata a dança, instrumentos. Em Cantares a amada dança. Ele evoca cheiros, nos fala de odores, fragrâncias, perfumes, especiarias! Evoca cores, árvores, plantas, pássaros, animais e a natureza em todas as suas estações, primavera, inverno, verão, outono. As suas palavras possuem ritmo, expressões de sonoridade e métrica, a natureza do livro é a de uma composição musical, de uma poesia cantada, uma canção, um cântico. 
As suas palavras possuem imagens sonoras que expressam ora doçura, ora raiva, ora frustração, ora júbilo, na língua original. E é magistral em todas as línguas, qualquer tradução, é encantadora. 
O Cântico dos Cânticos santifica a paixão entre o homem e a mulher, é uma declaração profética, sacerdotal, da beleza deste amor. É a mais importante declaração religiosa sobre o caráter do amor conjugal. Se lido, se amado, se exercido, traria uma qualidade conjugal maravilhosa para todos os casais em todas as culturas do mundo. Todo posicionamento filosófico, doutrinário ou religioso que contradiga o cântico dos cânticos é um ato contra a liberdade do amor promulgada por Ele. 
Ele é a constituição universal e soberana da paixão, na dimensão humana. 
Contudo, não existe somente uma dimensão em Cânticos, ele é uma dádiva humana, e é um canto de amor do Espirito de Deus, pela humanidade, por Israel, pela Igreja. Por isso nele existe uma leitura profética tão impactante quanto há em Salmos. Ele é tão cheio de imagens espirituais quanto os Evangelhos ou o Apocalipse. É uma história de amor que transita entre dois universos, entre duas realidades. Nos olhos do rei que apaixonado pede para que sua amada desvie seus olhos dos dele porque seu olhar o faz desvanecer, enrubescer, envergonhar-se lemos a belíssima história de amor que retrata de modo singular o descompasso de muitos corações. Dos nossos, dos personagens, de todos os que
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se apaixonarem e de Deus. Um filme Indiano contado pelo mais sábio ser humano que viveu na terra, num dia apaixonado, de modo apaixonante, repleto de inspiração divina. Para compreendê-lo é importante conhecer antes alguns capítulos e de textos do Velho Testamento, lugares, paisagens, acontecimentos. 
Cantares possui 117 versos onde há um número surpreendente de palavras raras, palavras que ocorrem apenas no Cântico dos Cânticos, muitos só uma vez lá, ou que ocorrem pouquíssimas vezes em todo o resto do corpo do Antigo Testamento. Nele há cerca de 470 palavras diferentes. E destas 470 palavras, cerca de 50 destes são “harpax legomena”. Esse termo místico significa que na língua hebraica só ocorrem em Cantares. O resultado é que muitas vezes há incerteza quanto ao exato significado destes termos e seu correto uso nas frases. 
“Como óleo purificado, como unguento derramado”- Cânticos utiliza como principal figura a comparação, a símile. As símiles são facilmente identificáveis pela precedência de “como” ou “semelhante”. Como as usadas nos versos: Semelhante é usada 9 vezes - Cantares 5:6, 8, 11, 15; 6:4, 10, 13; 8:6, 10. “como” é usado 47 vezes em 36 versos - Cantares 1:3, 5, 7, 9, 15; 2:2, 3, 9, 17; 3:6; 4:1, 2, 3, 4, 5, 11; 5:11, 12, 13, 15; 6:5, 6, 7, 10; 7:1, 2, 3, 4, 5, 7, 8, 9; 8:1, 6, 10, 14. Questione ao Espírito de Deus sobre a profundidade para compreender a profundidade destas comparações. 
A palavra hebraica para "Águia" é nesher; nun, shin, reish. As duas letras finais de nesher podemos dizer shar, que significa "canção". Em Hebraico, “cântico”, que inclui poesia, é chamado shir, como representado pelas letras hebraicas shin e reish de nesher 
- Salomão, Shulamit - Sulamita, Shalom - paz, Ierushalaim - Jerusalém. Trata-se inclusive de uma ênfase à letra _ (shin) do hebraico e que é a 21ª letra do alfabeto - a letra que tem a forma do candelabro do Tabernáculo. 
A sibilação das palavras transmitidas pelo shin, Sholomoh, Shulamit, Shalom, Ierushlaim põe em evidência o desejo do autor, caprichoso em seus mínimos detalhes. Ierushalaim significa herança eterna de paz (Ierushaolam). E essa sibilação é como que um som trazido pelo sopro do Espírito Santo de Deus, como que a dizer: 
- Paz, paz, paz. 
(Jesus na Ecologia de Israel – Nivalda Gueiros Leitão) 
L. A. Schökel inclui, também, esse critério de sonoridade como elemento de análise poética. Segundo este autor, existem “fenômenos estilísticos”, que acontecem através da repetição de sons semelhantes ou iguais, e são possíveis de detectar mesmo sem conhecer a
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sonoridade exata dos fonemas. A língua hebraica usa mais efeitos sonoros do que as línguas modernas 
O cântico retrata um grande amor vivido por um homem gerado por uma tragédia (o assassinato de Urias), fruto de uma paixão insana (vivido por Davi), tendo vivido em meio a uma família marcada por um incesto (Amon e Tamar) e tendo se tornado o mais poderoso e rico homem que a terra presenciou. E que, apesar de tudo isso, apaixonou-se por uma aldeã, por uma plebeia, por uma jovem comum, que correspondeu a esse amor louco! 
E enfrentando as tradições, as diferenças sociais, de ambos, conseguindo por fim desposá- la. E nesse amor Deus enxerga a sua própria odisseia, o seu próprio amor, e o seu apaixonado coração. 
A feliz unidade revelada em Cantares é inconcebível à parte do Espírito Santo. 
Um jogo de palavras, baseado no “sopro” divino do fôlego da vida (o Espírito Santo) de Gênesis 2.7 parece vir à tona em Cantares. Isso acontece em “antes que refresque o dia” (2.17; 4.6), no “soprar” do vento no jardim da Sulamita (4.16) e, surpreendentemente, na fragrância da respiração e do fruto da macieira (7.8). 
“almá” 
Moça, Virgem.
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As Escrituras possuem outros Cânticos, nomeados assim, compostos assim, todos com estupendo e notório caráter profético. Essa lista não é exaustiva: 
 Êxodo 15:1 
ENTÃO cantou Moisés e os filhos de Israel este cântico ao Senhor, e falaram, dizendo: Cantarei ao Senhor, porque gloriosamente triunfou; lançou no mar o cavalo e o seu cavaleiro. 
 Êxodo 15:2 
O Senhor é a minha força, e o meu cântico; ele me foi por salvação; este é o meu Deus, portanto lhe farei uma habitação; ele é o Deus de meu pai, por isso o exaltarei. 
 Números 21:17 
Então Israel cantou este cântico: Brota, ó poço! Cantai dele: 
 Deuteronômio 31:19 
Agora, pois, escrevei-vos este cântico, e ensinai-o aos filhos de Israel; ponde-o na sua boca, para que este cântico me seja por testemunha contra os filhos de Israel. 
 Juízes 5:12 
Desperta, desperta, Débora, desperta, desperta, entoa um cântico; levanta-te, Baraque, e leva presos os teus cativos, tu, filho de Abinoão. 
 2 Samuel 22:1 
E FALOU Davi ao Senhor as palavras deste cântico, no dia em que o Senhor o livrou das mãos de todos os seus inimigos e das mãos de Saul. 
 Salmos 33:3 
Cantai-lhe um cântico novo; tocai bem e com júbilo. 
 Salmos 40:3 
E pôs um novo cântico na minha boca, um hino ao nosso Deus; muitos o verão, e temerão, e confiarão no Senhor. 
 Salmos 69:12 
Aqueles que se assentam à porta falam contra mim; e fui o cântico dos bebedores de bebida forte. 
 Salmos 69:30 
Louvarei o nome de Deus com um cântico, e engrandecê-lo-ei com ação de graças. 
 Salmos 77:6 
De noite chamei à lembrança o meu cântico; meditei em meu coração, e o meu espírito esquadrinhou. 
 Salmos 96:1 
CANTAI ao Senhor um cântico novo, cantai ao Senhor toda a terra. 
 Salmos 98:1 
CANTAI ao Senhor um cântico novo, porque fez maravilhas; a sua destra e o seu braço santo lhe alcançaram a salvação. 
 Salmos 118:14 
O Senhor é a minha força e o meu cântico; e se fez a minha salvação. 
 Salmos 126:2 
Então a nossa boca se encheu de riso e a nossa língua de cântico; então se dizia entre os gentios: Grandes coisas fez o Senhor a estes. 
 Salmos 144:9 
A ti, ó Deus, cantarei um cântico novo; com o saltério e instrumento de dez cordas te cantarei louvores; 
 Salmos 149:1
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LOUVAI ao Senhor. Cantai ao Senhor um cântico novo, e o seu louvor na congregação dos santos. 
 Cantares 1:1 
CÂNTICO dos cânticos, que é de Salomão. 
 Isaías 5:1 
AGORA cantarei ao meu amado o cântico do meu querido a respeito da sua vinha. O meu amado tem uma vinha num outeiro fértil. 
 Isaías 12:2 
Eis que Deus é a minha salvação; nele confiarei, e não temerei, porque o Senhor Deus é a minha força e o meu cântico, e se tornou a minha salvação. 
 Isaías 25:5 
Como o calor em lugar seco, assim abaterás o ímpeto dos estranhos; como se abranda o calor pela sombra da espessa nuvem, assim o cântico dos tiranos será humilhado. 
 Isaías 26:1 
NAQUELE dia se entoará este cântico na terra de Judá: Temos uma cidade forte, a que Deus pôs a salvação por muros e antemuros. 
 Isaías 30:29 
Um cântico haverá entre vós, como na noite em que se celebra uma festa santa; e alegria de coração, como a daquele que vai com flauta, para entrar no monte do Senhor, à Rocha de Israel. 
 Isaías 42:10 
Cantai ao Senhor um cântico novo, e o seu louvor desde a extremidade da terra; vós os que navegais pelo mar, e tudo quanto há nele; vós, ilhas, e seus habitantes. 
 Isaías 54:1 
CANTA alegremente, ó estéril, que não deste à luz; rompe em cântico, e exclama com alegria, tu que não tiveste dores de parto; porque mais são os filhos da mulher solitária, do que os filhos da casada, diz o Senhor. 
 Isaías 55:12 
Porque com alegria saireis, e em paz sereis guiados; os montes e os outeiros romperão em cântico diante de vós, e todas as árvores do campo baterão palmas. 
 Apocalipse 5:9 
E cantavam um novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro, e de abrir os seus selos; porque foste morto, e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda a tribo, e língua, e povo, e nação; 
 Apocalipse 14:3 
E cantavam um como cântico novo diante do trono, e diante dos quatro animais e dos anciãos; e ninguém podia aprender aquele cântico, senão os cento e quarenta e quatro mil que foram comprados da terra. 
 Apocalipse 15:3 
E cantavam o cântico de Moisés, servo de Deus, e o cântico do Cordeiro, dizendo: Grandes e maravilhosas são as tuas obras, Senhor Deus Todo-Poderoso! Justos e verdadeiros são os teus caminhos, ó Rei dos santos. 
Mas somente um é chamado de Cântico dos cânticos.
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FORMOSA 
Formosa - Yapheh - (yapheh) é um adjetivo que significa beleza, usado para descrever a beleza das mulheres (Gênesis 12:11, 14, 2Sa 13:01, Esther 2:7). E boa aparência ou belos homens (2Sa 14:25). usos estão em Cantares de Salomão) - Gen 1:11, 14; 29:17; 39:6; 41:2, 4, 18; Dt 21:11; 1 Sa 16:12; 17:42; 25:3; 2Sa 13:1; 14:25, 27; 1Rs 1:3, 4; Ester 2:7; Jó 42:15; Ps 48:2; Pr 11:22; Eclesiastes 3:11; 5:18; Canticos 1:8, 15, 16; 2:10, 13; 4:1, 7; 5:9; 6:1, 4, 10; Jer 11:16; Ez 31:3, 9; 33:32; Amós 8:13. 
Ele fez tudo formoso no seu tempo. 
Ele também pôs a eternidade no coração deles, mas para que o homem não vai descobrir a obra que Deus fez desde o princípio até o fim. (Eclesiastes 3:11). 
Há uma misteriosa conexão entre a palavra “formosura”, “tempo” e “eternidade” nas Escrituras. Salomão associará anos mais tarde, quando já um ancião a palavra formoso com o tempo. A expressão “formoso em seu tempo” evoca a mocidade, a beleza da juventude, a beleza da criança, ao instante em que a mulher atinge o apogeu de sua beleza, o instante em que o homem atinge o apogeu de sua força, virtudes que serão afetadas pelo processo do envelhecimento natural. Percebemos a transitoriedade da vida, e sabemos que tais momentos são passageiros, ainda que venham a durar anos ou mesmo dezenas de anos, 
Não se mantém. Não é eterno. Porém o texto nos surpreende. Ele associa-se com o conceito de “eternidade”, implantada no coração humano. Uma vocação para não querer
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envelhecer, não desejar morrer, antes manter a saúde, a beleza, a virilidade, para todo o sempre. Há um sonho no espírito humano. Uma das engrenagens mestras que movem a ciência é a manutenção da eterna juventude e a busca da imortalidade humana. Milhares de pessoas hoje buscam camaras criogênicas para manutenção de seus corpos após a morte na esperança de um dia ressuscitarem e serem restauradas. 
A revelação contida em Eclesiastes vai além da percepção do desejo de imortalidade humana. Diz que a ETERNIDADE foi colocada no espírito humano. Que de algum modo o ser humano entende que nele habita um espírito que não cessa com a morte física. Que há algo que aponta para a existência de um universo no qual a morte não possui domínio. Que há uma dimensão que não é afetada pelo tempo. Em sua alma ecoa a dimensão angelical, em sonhos, em percepções, em inspirações momentâneas ele sente, ele é tocado pelos poderes espirituais ao seu redor. Dom Richardson nos concederá uma maravilhosa visão sobre a profundidade do testemunho divino, e tremendas revelações sobre sua pessoa concedida aos povos, raças, tribos e nações, preparando-as para conhecerem a Cristo, seu amor, e seu projeto. 
Fator Melquisedeque 
https://drive.google.com/file/d/0B_fUj9Htg3KaYTVpVGhzcjM2dHM/edit?usp=sharing 
Há uma razão para que a eternidade tenha sido implantada na esfera humana. Porque no Projeto divino há um convite, um chamado, um desejo COMPARTILHADO. Do mesmo modo que o espírito humano anseia viver eternamente, o Espírito de Deus anseia que o ser humano seja purificado, seja limpo, seja curado, seja transformado, para receber o DIREITO a participar de sua ETERNIDADE. Deus deseja intimamente que “formoso ao seu tempo” seja mudado para “formoso eternamente”.
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A HISTÓRIA DE SALOMÃO 
Há uma tremenda diferença entre Davi e Salomão. Porém, dezenas de similaridades. Salomão herdou do pai a musicalidade e a inspiração. Um poeta por excelência, um luthier, um estadista, um cantor e instrumentista. Não está declarado, mas quem escreveu este estudo é um musico. E nós músicos reconhecemos músicos com certa facilidade. Salomão fabrica instrumentos únicos e é autor de milhares de canções. Tinha um pai que organizou a primeira orquestra de Israel. Viveu sua infância20 e adolescência ouvindo as dezenas de melodias inspiradas da boca do maior menestrel, do maior cantor, musico e compositor de Israel. A facilidade que Salomão possui de compor cânticos, sua proximidade com Davi e mesmo com o Templo, sua vida vivida próximo dos maiores mestres de música de sua era, Hemã, Asafe e Jedutum, sua capacidade na escolha de uma madeira especialíssima para confecção de instrumentos que originariam um dia os violões, guitarras, alaúdes e seus parentes nos indicam com “maestria” o grau de musicalidade de Salomão. E nos conduzem a reconhecê-lo como exímio cantor. Até porque a moça de Cantares reconhece a beleza e suavidade de sua voz. 
...e eis a voz do meu amado que está batendo: abre-me, minha irmã, meu amor, pomba minha, imaculada minha, porque a minha cabeça está cheia de orvalho, os meus cabelos das gotas da noite... 
Salomão escreveu cerca de 1005 cânticos. (I Reis 4.32,33) mas, somente um destes foi preservado. Sendo Salomão seu autor, o livro foi provavelmente escrito depois de ele tornar-se rei, ter adquirido muitas carruagens do Egito e ter ampliado suas vinhas até o vale de Jezreel. O rabino Akiba (135 d.C.) afirmou que este era o mais sagrado dos Livros Sagrados de Israel. Foi considerado sagrado por sua alegoria do relacionamento amoroso entre Israel e o Senhor da Aliança. Como tal, era lido anualmente pela nação por ocasião da Festa da Páscoa. 
Esse Cântico de Amor, porém, foi também apreciado e julgado sagrado por Israel devido à sua descrição áurea do amor conjugal. Este livro eleva o relacionamento entre esposo e esposa a um alto plano de dever sagrado e experiência espiritual, cumprindo a ordem divina da intimidade conjugal de Gênesis 2.24. Enfatiza também a importância de adiar tal intimidade, “nem desperteis o amor” (8.4), até o momento propício, que é simbolizado no Casamento. 
A grande diferença entre Salomão e seu pai é que Salomão manejava com maestria um alaúde, mas não a espada. Salomão não guerreou como seu pai, não esteve em batalhas sangrentas, não viveu sob o toldo das estrelas junto a batalhões de mercenários, em lutas dramáticas e sobrevivendo à custa de livramentos espetaculares. Davi havia participado de batalhas até não ter mais condições físicas de restar num campo de combate. Um guerreiro por excelência. Salomão não possui tais capacidades, não era um guerreiro porque as lutas de seu amado pai haviam lhe proporcionado uma dádiva única. A paz. Davi vencera todos os inimigos. Israel pela primeira, única e última veza em toda sua história milenar gozava de paz, ainda que por submissão através da força com algumas nações, com todos os seus vizinhos. 
Salomão significa pacifico. Ele é filho do maior rei de Israel, filho de Davi. Seu pai era poeta, um profeta e um grande musico. Sua mãe é Betseba, a maior paixão da vida de seu pai e também a fonte de seu maior pecado. Davi a conheceu muito jovem, desposada de um de seus mais valorosos guerreiros. A história do Rei Arthur e de Lancelot é a resposta literária para a tragédia que envolve o episódio com Betseba. Em dias de guerra quando seu
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esposo estava lutando as guerras de Israel Betseba foi com suas servas banhar-se num riacho próximo ao palácio do rei e ele ao vê-la banhar-se, contemplando sua extrema formosura, a deseja. Informa-se com seus servos sobre quem é a moça que se banhou ao lado de seu castelo e descobre que ela é esposa de um de seus mais valentes e nobres soldados. E que pertencia a sua guarda pessoal conhecida como “os valentes de Davi”. Movido pelo desejo ele a convida para jantar com ele no palácio. A moça se sente honrada e certamente Davi utilizou-se de todos os seus recursos para seduzi-la. E conseguiu. Mesmo casada ela consente em ter uma noite com o rei e depois volta para casa. Porém nessa única experiência extraconjugal fica grávida e manda avisar ao rei. Após vários planos de tentar encobrir sua culpa não funcionar, incluindo embebedar ao esposo de sua amante grávida, Davi querendo evitar a vergonha do acontecimento e a exposição da situação embaraçosa ao público decide colocar um sórdido plano em ação na qual faz o marido de Betseba ir para a mais perigosa frente de batalha tendo em mãos uma carta na qual havia, sem que soubesse disso, sua própria sentença de morte. Na carta que Urias carregou para o general à frente de uma longa batalha para tomada de uma cidade estavam ordens para que o infeliz soldado fosse conduzido a pior frente de batalha e em algum momento, abandonado pelos companheiros. Assim cumpre a ordem imoral, sem pestanejar, o general Joabe. E Urias morre naquela mesma noite. O rei é avisado da morte de Urias e envia servos para avisar a Betseba do triste fim de seu esposo. Dias após ele manda recolher a belíssima moça viúva em seu palácio. Sendo considerado um nobre por todos os seus contemporâneos, fortalecido pelo fato de aceitar a esposa grávida, de outro homem - pois de nada desconfiavam, senão Joabe, que tudo sabia. Porém enquanto representava seu sórdido papel o Espírito de Deus revelou toda a trama ao profeta do reino de Davi. A criança que iria nascer desta união ilegal, morre. Porém meses depois nasceria uma segunda criança. Essa criança é Salomão a quem Davi chamou de PAZ. Porque agora entendia que poderia sentir a paz que a culpa de suas ações torpes haviam dele retirado. Muitos dramas viveria Davi em virtude desta paixão seguida da morte de um amigo. Incluindo o drama de sua filha Tamar, possuída por um de seus filhos, Amon. Tamar foi vingada através de um filho de outra esposa de Davi, Absalão e Absalão morreria nas mãos do mesmo general que um dia recebeu a carta que enviou para Urias para a morte, em virtude de um motim que terminou em tragédia. 
Porém seu arrependimento e sua conduta futura mostraram ser ele um dos mais singulares homens que já viveu sobre a terra. Deus o chama de “meu amado”. Suas canções de louvor e adoração eram tão cheias do espírito de Deus que ainda podemos nelas ler profecias que um dia se cumprirão sobre a terra. Mil anos antes da crucificação leremos no salmo 22 a exata reconstrução da cena do calvário. Davi envelheceu e deixou o reino para seu filho Salomão. Salomão teve um passado conturbado. E sob a sombra de um futuro incerto Salomão recebeu por intermédio de um sonho uma dádiva que transformaria toda sua vida. O Espírito de Deus se manifesta num sonho e pergunta-lhe o que gostaria de ter. E ele responde: 
- Capacidade de discernir entre o certo e o errado. Sabedoria para poder julgar com justiça as causas de meu povo. 
E Deus lhe concedeu o que solicitou. E num patamar que nós desconhecemos. Temos uma vaga noção de seu discernimento através de Eclesiastes e do livro de Provérbios e de sua capacidade de julgar os corações humanos restou-nos uma única decisão jurídica, que é, para todos que leem uma das mais inteligentes e justas decisões que a história nos legou. Quase imprescindível em cursos de Direito deixar de mencionar a cena das prostitutas e da espada. 
Salomão Foi um grande administrador, sua riqueza narrada nas Escrituras é para nós quase que mítica.
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Um pouco antes da morte de seu pai, quando já envelhecido, é dito que Davi sente muito frio num dramático inverno em Israel. Os conselheiros solicitam a vinda de uma jovem para aquecer ao rei. Uma moça da região de Sunem, Abisaque, é conduzida até o palácio e sua única missão é dormir ao lado do rei para aquecê-lo, e assim ela o faz até os últimos dias daquele inverno, no qual Davi falecerá. Ela é conhecida pelo povoado de onde viera, é Sunamita. Suném estava localizada em uma elevação de terras a cinco quilômetros ao norte do vale de Jezreel. Sunen é conhecida como a atual Sulan, 
Shulen Sulam (Arabic: ; Hebrew: סוּלַם.
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Sobre Sunamita 
As duas pronunciam são possíveis, Sunamita ou Sulamita. Porque podemos pronunciar Sunem ou Sulen. A cidade atualmente é chamada de Sulan. Sulamita é mais próxima a pronuncia do nome do rei Salomão. Neste estudo optou-se por nomeá-la, a maior parte do tempo, de Sunamita. 
Importante observar que Jerusalém possui “Salém” muito próxima a “sulem/sunem” escreve-se do mesmo modo. Yerou – Cidade – Salém – da paz. Salém é um modo carinhoso de chamar Jerusalém. 
Sulan/Sunem fazia parte da porção de terra dada aos descendentes de Issacar, de frente ao monte Gilboa onde o rei Saul realizou sua última batalha e onde morreram também seus filhos. Era Rodeada por cactos e pomares, logo a sua frente estava o monte Carmelo, onde um dia o profeta Elias lutaria com quatrocentos profetas de Baal. É parte da região que será chamada um dia de Galiléia. Sunem é a cidade onde, quatrocentos anos após a composição de Cantares, uma moça infértil terá um filho que morrerá e ressuscitará pelo ministério do profeta Eliseu. Bem próximo ao sul, podia se ver o caminho inclinado que levava ao monte Gilboa. A Sunamita vem de uma cidade que ao norte possui o vale de Jezreel, ao sul ao monte Gilboa. Cada pedaço da geografia da terra santa é coberto de significados. Um dia esse vale, o qual era uma propriedade agrícola na época de Salomão, será o palco da maior batalha feita pelo ser humano, profetizada por João em Apocalipse, a batalha de Ar-magedom. Ou Batalha do monte Megido, em referencia ao monte que fica no meio do vale de Jezrel. Nesse vale Jesus caminhará um dia e enfrentará os exércitos do mundo que se reunirão para destruir a Israel, segundo a profecia dada em Apocalipse.
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Sunem em 1914 
A Sunamita neste momento do cântico não evoca tantas realidades. Ainda. Mas é importante ver o futuro para compreender o caráter profético do Cântico. 
400 anos após: 
A cena da ressurreição do filho da Sunamita do futuro: 
"Sucedeu também um dia que, indo Eliseu a Suném, havia ali uma mulher importante, a qual o reteve para comer pão; e sucedeu que todas as vezes que passava por ali entrava para comer pão." 2 Reis 4:8 
"E ela disse a seu marido: Eis que tenho observado que este que sempre passa por nós é um santo homem de Deus." 2 Reis 4:9
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"Façamos-lhe, pois, um pequeno quarto junto ao muro, e ali lhe ponhamos uma cama, uma mesa, uma cadeira e um candeeiro; e há de ser que, vindo ele a nós, para ali se recolherá." 2 Reis 4:10 
"Haverá alguma coisa de que se fale por ti ao rei, ou ao capitão do exército? E disse ela: Eu habito no meio do meu povo." 2 Reis 4:13 
"E concebeu a mulher, e deu à luz um filho, no tempo determinado, no ano seguinte, segundo Eliseu lhe dissera." 2 Reis 4:17 
"E, crescendo o filho, sucedeu que um dia saiu para ter com seu pai, que estava com os segadores, E disse a seu pai: Ai, a minha cabeça! Ai, a minha cabeça! Então disse a um moço: Leva-o à sua mãe." 2 Reis 4:18-19 
"Chegando ela, pois, ao homem de Deus, ao monte, pegou nos seus pés; mas chegou Geazi para retirá-la; disse porém o homem de Deus: Deixa-a, porque a sua alma está triste de amargura, e o SENHOR me encobriu, e não me manifestou." 2 Reis 4:27 
Retornado a época do Cântico: 
A beleza dessa moradora de Sunem devia ser impressionante. A moça passa a habitar o palácio agora pertencente a Salomão. Tão impactante é sua formosura ou talvez por motivos políticos, um dos irmãos de Salomão, Adonias, que havia pretendido ser o rei após a morte de Davi, solicita a Salomão que lhe envie a moça. Salomão Já tinha recebido ordens expressas de Davi para lidar com as artimanhas de Adonias. E por considerar a moça quase como “esposa” de seu pai, Salomão ultrajado nega-se a envia-la e ainda o condena com dura punição. Talvez Adonias quisesse maltratar da moça, e Salomão interpretou que ao envia-la estaria na verdade condenando-a a prisão, desterro ou mesmo a morte. 
Salomão praticaria durante sua vida a prática de unirem-se as famílias dos reis através de casamentos. Tornando-se parente dos soberanos, evitaria a guerra. Mas essa união se dava através de seu casamento com as filhas dos vizires, dos nobres e governantes de diversos povos. 
Quando Salomão escreve os Cânticos numa de suas linhas ele diz: 
“Sessenta são as rainhas, e oitenta as concubinas, e as virgens sem número”
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Isso coloca o tempo da Autoria de Cantares em sua Juventude, nos primeiros anos de seu reinado. Porque ao fim de seu reinado de mais de quarenta anos, Salomão terá acumulado cerca de 1000 mulheres! 
I Reis 11 
O rei Salomão casou com muitas mulheres estrangeiras, além da princesa egípcia. Muitas delas vieram de nações onde se adoravam ídolos — Moabe, Amom, Edom, Sidom e dos heteus — 2 apesar do Senhor ter dado instruções expressas ao seu povo para que não casasse com pessoas dessas nações, porque as mulheres com quem eles casassem haviam de os levar adorar os seus deuses. Apesar disso, Salomão deixou-se levar pelo amor por essas mulheres. 3/4 Teve setecentas mulheres e trezentas concubinas; elas foram, sem dúvida, responsáveis por ele ter desviado o seu coração do Senhor, especialmente no tempo já da sua velhice. Encorajaram-no a adorar os seus deuses em lugar de confiar inteiramente no Senhor, como fazia seu pai David. 5 Salomão prestou culto a Asterote, deusa dos sidónios, e a Milcom, o abominável deus dos amonitas. 
E em troca do ganho politico Salomão teve que construir uma “cidadela” para abrigar suas esposas e concubinas. E de seu relacionamento com essas mulheres, podemos imaginar as intrigas palacianas, os festivais, as grandes comemorações, as danças, e a necessidade de aceitar a religiosidade, as culturas e as tradições destas mulheres. Elas não poderiam viver da “intimidade” com o rei, não poderiam desfrutar sequer de sua presença a sós, na maioria do tempo. Então elas tinham direito a tudo que pudesse tornar sua vida mais confortável. Mas ao curvar-se diante de tantos caprichos de tantas princesas Salomão praticou atos contrários a sua fé. Algumas das religiões apresentadas introduziam práticas abominadas por Deus. Incluindo sacrifícios de animais impuros, ritos de sangue, bebidas alucinógenas, cultos sexuais e até mesmo sacrifícios humanos, que se não realizados literalmente, eram no mínimo, ritualizados ou simulados. 
Enquanto é jovem Salomão ainda teve condição de viver, de um modo milagroso, um grande amor. Depois ele se perderá em futilidades, em atos que necessitará repensar. Esse autojulgamento, essa reavaliação de sua vida, de seus ideais, de seus valores e do que realmente importou após uma vida plena de recursos, num nível para a maioria de nós inimaginável, nós leremos no livro de Eclesiastes. 
Como então, você perguntaria, um homem que teve 700 esposas pode ter gerado um cântico tão profundo que fala sobre uma única grande paixão? E de que adiantou narrar tamanha história de amor se diante de tão grande poligamia um sentimento como este parece perder o sentido? Ou porque Deus permitiu que o Cântico de um sujeito com tantos envolvimentos, tão “mulherengo” servisse como pano de fundo de seu amor exclusivo? 
As Escrituras falam-nos de seres humanos, com defeitos, vícios e falhas que receberam a graça de serem portadores de voz de Deus, de sua Palavra, de seu Amor. Foi em meio a humanidade pecadora que Deus manifestou-se maravilhosamente, não levando em conta seus pecados, mas abençoando e escolhendo momentos especiais de suas vidas para comunicar-nos a sua Palavra. O Espírito de Deus capturou um momento especial na vida de Salomão, um momento único, ainda que passageiro, e dele usou para falar de seu amor que nunca cessa. O que foi vivido por algumas semanas, meses ou anos, é retratado de modo magnifico, é relembrado e preservado pelo Espírito, de mil e cinco cânticos, somente este Deus escolheu para representar seu coração. Um
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momento da vida de um homem que ele abençoou, que refletem do mesmo modo UM MOMENTO da VIDA DE DEUS. Deus é eterno, toda a história humana equivale a momentos desta eternidade. Da criação até a Redenção, da Ressurreição até a Nova Criação, pode ser um longo período para nós que passamos como uma sombra. Mas, não para Ele.
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Cantares possui muitas dimensões. Ele é ao mesmo tempo o mais belo cântico de amor humano escrito e adorna os mais sublimes mistérios proféticos contidos dentro das Escrituras. 
Perfaz uma viagem transcendental até o interior de Deus, evocando poeticamente toda a magia da beleza do amor divino, transmitindo os rubores e rumores, a excelência e a profundidade de um amor que excede ao nosso entendimento, através de um cântico tecido através de imagens, gestos, sentimentos, sombras, personagens e um amor que vai crescendo até atingir a mais poderosa expressão que já foi expressa sobre o seu significado, no capitulo oitavo. O livro cresce em intensidade e paixão, trafegando por paisagens belíssimas, transportando-nos a realidades que representam os céus, a terra, os anjos, ao espírito humano, a alma, aos sonhos, a vida e a morte, a eternidade e a profecia, desvendando através de uma singela história de amor, ao amor de um modo completo.
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O apogeu de Cantares é um grito enciumado que impressiona-nos profundamente: 
Põe-me como selo sobre o teu coração, como selo sobre o teu braço, porque o amor é forte como a morte, e duro como a sepultura o ciúme; as suas brasas são brasas de fogo, com veementes labaredas. 
O amor desafia afrontosamente ao poder que mais alvoroça os sentimentos dos homens, que desafia ao dinheiro, ao prestigio, à fama e ao poder que destroniza reis, que lança por chão a soberba humana, que enterra na cova dos pobres aos altivos desta terra e que nivela
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o arrogante ao humilde, o déspota ao servo errante. A morte afronta aos poderosos, afronta a sociedade, a ciência humana, a soberba do homem. Mas não é capaz de declarar- se vitoriosa diante do amor. E mesmo que o fosse por milênios, na ressurreição de Cristo a morte é afrontada com a verdade desta essência imortal, poderosa e deslumbrante. O cântico dos cânticos PROFETIZA a vitória de um poder que é tão grande quanto o poder da morte. E avança na declaração dizendo que este amor gera CIUME, um CIUME tão monstruoso, tão aterrador, tão poderoso, que as sepulturas não são mais resistentes do que ele. E que as suas brasas são maiores do que as sepulturas, cujo fogo é veemente, incansável, inextinguível. E é por causa deste CIUME que a morte não poderá SEPARAR do AMADO a vida de sua amada. A morte não resistirá a tamanho amor. Não poderá conter aos redimidos em seu seio, ou os que morreram aguardando a vinda do Amado sob seu poder. Paulo declarará de outro modo esse epíteto: 
“Quem nos SEPARARÁ do AMOR de CRISTO? A morte, ou os principados?” 
Fruto de idêntica inspiração. 
Nossas vidas são limitadas aos nossos dias que passam ligeiro. Trazemos conosco memórias, carregamos a esperança no colo. Nosso mundo envelhece juntamente conosco, basta ver uma foto do jardim da infância ou das ruas de nossa cidade transformadas pela urbanização. Nossa história muda no decorrer dos anos, assim como nossos relacionamentos, nossos projetos. Alguns sonhos se realizam, outros se desfazem, sofremos perdas e alcançamos gigantescas vitórias. Somos marcados por pessoas. Marcados por amizades, ou por inimizades, pelo afeto que deixou marcas ou pelas perseguições que do mesmo modo deixaram em nós marcas na alma. Cantares canta um momento da vida de dois jovens enamorados. E se pudéssemos transcender a história dos dois enamorados até a história divina? Nosso ontem retrocede até nosso nascimento. Nosso amanhã vai até nossa sepultura, caso não aconteça algo sobrenatural, humanamente
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falando. Cristo muda dramaticamente essa métrica. Porém a história de Deus se inicia, por assim dizer, na eternidade passada, ou no passado da eternidade e finda...não. Não finda. Mas independente de não ter início e nem fim, Deus possui uma história. Ele também possui marcas deixadas por afetos e inimizades em sua essência. Em sua memória, em suas obras, em suas realizações. A história divina é profundamente impactada pela nossa. Por mais paradoxal que possa parecer este enunciado. 
Para torná-la inteligível, compreensível a nós Ele a retratou em Cantares. Toda ela. O amor de Salomão e Sunamita é uma dança, um cântico, um drama, uma canção. Nessa canção o Espírito entoará um cântico de amor, a sua própria canção. Em cada passo da dançarina de Cantares ele verá a dança da Sunamita Celestial, que representará o seu amor pela Igreja terrena e pela misteriosa e invisível Igreja Celestial. Aquela que aparece num momento assombroso lá no Livro de Hebreus, a multidão de espírito dos justos aperfeiçoados e aos incontáveis anjos. 
O livro acontece em 8 capítulos, que percorrem alguns dias. Talvez 7 dias mais um do casamento futuro e outro especial da recompensa dos guardas. Uma semana memorável, mágica. Um momento único da vida de um jovem e uma adolescente. 
Toda a história da Redenção, que compreende fatos anteriores a existência do homem e fatos posteriores à história humana, representam somente um instante, um momento da Vida daquele que Vive para Todo o Sempre. Mas, que são profundos para o seu coração. 
O livro então será um dueto. E uma dança. Anjos irão dançar nos céus testemunhando a dança da menina caçadora de raposas, o Espírito comporá a quatro mãos a melodia, juntamente com o apaixonado Salomão. Salomão olha para sua amada e nela Deus contemplará sua paixão. 
Cantares nos apresentará o amor de Deus pela Igreja, por Israel e pela Humanidade, de maneira: 
Lúdica e Profética 
De modo Humano e de modo Sobrenatural 
Percorrendo a história e a eternidade. 
https://www.youtube.com/watch?v=O9CG_PoEWCg 
Este Estudo tem a intenção de descortinar o segundo véu. Indo além da dimensão humana de Cantares, ir de encontro ao Sobrenatural e a Eternidade. A palavra “sombra” no Novo testamento é um termo técnico quando usado para descrever realidades espirituais. Por “sombra” entendemos que uma cena que aconteceu no Velho Testamento representa algo transcendente, algo futuro, ainda desconhecido. Como se víssemos uma imagem refletida por um espelho de cobre, por um pedaço de metal limpo, ou um reflexo na água. Nos concede uma ideia. Uma vaga noção. Uma “sombra”. O Cântico também apresenta-nos como uma “sombra”. E é atrás de uma das dimensões desta “sombra” que os comentários irão focar, na esfera das coisas invisíveis, eternas, celestiais. Cantares não se limita ao que será exposto. Haveria espaço para uma abordagem humana que vai desde a intimidade de um casal, a psicologia do afeto, as questões lúdicas (essas eu trato, mas com enfoque nas coisas eternas) as questões sociais presentes... as quais esboço. 
Como falei, Cantares é um DUETO. Espiritual e humano.
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Não há uma espiritualização ou alegorização que CONTENHA os significados de Cantares. Pregar as questões proféticas não anula as demais questões do livro. 
Ele é mais profundo do que nós mestres somos capazes de explicar e do que os profetas são capazes de enxergar. 
Se um profeta disser para você que ele sabe o significado completo, que o que ele sabe é o que DEFINE CANTARES, se sua visão profética é tudo, para todos, 
Ria. Baixinho. Pode ser que ele esteja do seu lado. 
Welington José Ferreira
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As Escrituras vertem vinho. O único livro do antigo Testamento que não menciona o vinho é o livro de Jonas. E tem uma razão. O vinho é uma figura que quando usada com
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o Espírito de Deus evoca uma de suas qualidades de caráter. Assim como o óleo, quando aplicado como representação do Espírito. O Vinho simboliza, em relação ao Espírito a sua presença NO INTERIOR, em especial sua Vida, sua Alegria. O óleo, igualmente, simboliza a unção, a MANIFESTAÇÃO EXTERNA, de modo mais amplo ao PODER do ESPÍRITO. Jonas foi um dos homens mais ungidos que já pisou este mundo. Tem algo a ver com o que ocorreu com ele lá no interior do peixe abissal que o engoliu. Para todos os efeitos, literal ou espiritualmente, Jonas é um MORTO que saiu das ÁGUAS e das profundezas para PREGAR aos mortos espirituais de Nínive. E sua pregação é tão poderosa que fazem 200.000 pessoas ou mais, chorarem, gritarem, clamarem a Deus sua graça, implorarem sua misericórdia e seu perdão. Três dias sem dormir, três dias sem para de falar. Três dias que transformaram pela primeira vez e última na história da humanidade, toda uma geração, toda uma nação. Impressionante.
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Mesmo assim, Jonas, o fez a base de óleo. Mas não de vinho. Ele ODIAVA aos ninivitas. Ele ansiava que eles o rejeitassem, para serem destruídos como Sodoma e Gomorra. Ao final da pregação fez um acampamento do lado de fora da cidade aguardando o fogo cair do céu e consumi-los pela sua descrença. Só que não aconteceu. Jonas possuía o chamado, a vocação, a unção e o poder. Mas não tinha a Alegria, o Amor espiritual ainda derramado em seu coração. Ele é um profeta do Velho Testamento que não possui ainda seu espírito REGENERADO. Mas não impedia que Deus através deles, operasse grandes sinais e maravilhas. Mas já mostra a profundidade do uso do Vinho nas Escrituras. 
A outra cena, antes de iniciar o assunto. Jesus recebe das mãos de um soldado, enquanto crucificado, uma esponja embebida em um tipo de vinagre misturado a especiarias, mirra e
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bálsamos. Uma bebida que amenizaria um pouco suas dores, um fortíssimo narcótico. Mas, ele a recusa, veementemente. 
Porque Jesus recusou beber o narcótico? 
Tem a ver com uma promessa, e com uma profunda representação. A promessa foi dada na ceia “nunca mais beberei vinho a não ser convosco, na casa de meu Pai” 
E Jesus SEMPRE cumpre suas promessas. Esse detalhe é belíssimo. Maravilhosíssimo. Aquilo era vinagre, um vinho decomposto, degradado, mas ainda era vinho. E em segundo lugar, porque Aquele que iniciou seu ministério com a geração sobrenatural de um vinho de excelente qualidade, não iria finalizá-lo tomando um vinho estragado. Um vinho inferior. 
Por oito vezes Cânticos evocará figura do vinho para evocar os sentimentos do amado pela amada: 
Beije-me ele com os beijos da sua boca; porque melhor é o teu amor do que o vinho. 
Leva-me tu; correremos após ti. O rei me introduziu nas suas câmaras; em ti nos regozijaremos e nos alegraremos; do teu amor nos lembraremos, mais do que do vinho; os retos te amam. 
Que belos são os teus amores, minha irmã, esposa minha! Quanto melhor é o teu amor do que o vinho! E o aroma dos teus ungüentos do que o de todas as especiarias! 
Já entrei no meu jardim, minha irmã, minha esposa; colhi a minha mirra com a minha especiaria, comi o meu favo com o meu mel, bebi o meu vinho com o meu leite; comei, amigos, bebei abundantemente, ó amados. 
E a tua boca como o bom vinho para o meu amado, que se bebe suavemente, e faz com que falem os lábios dos que dormem. 
Levar-te-ia e te introduziria na casa de minha mãe, e tu me ensinarias; eu te daria a beber do vinho aromático e do mosto das minhas romãs. 
E compreender o significados, o simbolismo e as representações relacionadas ao vinho nas Escrituras será essencial para compreender a profundidade espiritual, além da dimensão humana contida em Cantares. Importante frisar que a semelhança da festa de Assuero em Susã, quando apresenta à emissários das províncias persas de todo o mundo, a glória de seu reino, Cânticos é banhado em vinho. É época das festas de Benjamim, da festa das
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colheitas, da maturação da uva e em todo o oriente e além estão sendo realizados festivais movidos a dança, canções e vinho. Muito vinho. A cor de Cântico dos Cânticos é purpura. 
No Egito festivais com um vinho preservado a base de uma química somente conhecida por sábios sacerdotes e de uso exclusivo de Faraó está sendo fartamente consumido. Os jônios, os aqueus, os eólios e os dórios festejam festas regadas a vinho. As primeiras famílias pastoris aryas, entraram na Índia aproximadamente no segundo milênio antes de Cristo, período em que os aqueus – com quem estavam, de certo modo, aparentados e cuja a língua pertence ao mesmo grupo linguístico do sânscrito – chegavam ao território que, posteriormente, formaria a Grécia. O Rig-Veda menciona um tipo de bebida (soma) que se assemelha ao vinho misturado com especiarias citado em Cantares. A Índia da época de Cânticos não possuía os preceitos de proibição ao vinho que vieram a posterior em sua coleção de livros religiosos, porém em todos os épicos os personagens míticos e divindades estão festejando suas vitórias com vinho. Os povos semitas estão celebrando aos seus deuses com sacrifícios e oferendas de vinho derramado, chamado de libação, e também bebendo muito. O vinho possuía um simbolismo relacionado a ressurreição, ao sangue derramado, ao sacrifício, em muitas culturas da antiguidade. E incondicionalmente conectado às histórias de amor dos deuses do mundo antigo. As festas religiosas em Cânticos evocam, nas terras estrangeiras, aos mitos de fertilidade, sempre envolvendo deusas, seus pares e a terra que recebia o efeito desse amor. Ou seja, o pano de fundo é um mundo literalmente embriagado durante a realização dessas festas.
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Poderia citar que as vestes do Messias cheiram a um vinho cheio de especiarias. Porque o vinho da época de Cânticos era comumente misturado a diversas especiarias. Isaías mostrará a libertação trazida por parte do Messias por meio de força descomunal, onde suas vestes estarão manchadas de vinho, após seu árduo trabalho no lagar.
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A cena de Isaias é de um trabalhador do lagar com as vestes completamente cor de vinho em virtude dos respingos. A cena é dos inimigos de Deus sendo destruídos, esmagados debaixo de grande ira, mas o resultado é que o sangue salpica suas vestes. É a cena de uma batalha transformada na cena de uma “batalha” no lagar. 
Para compreender a simbolismo do vinho nas Escrituras temos que estudar um pouco a história do vinho. 
A Babilônia já tinha leis que tratavam da exportação de vinhos e A Epopéia de Gilgamesh, mais antigo texto literário conhecido, data do século XVIII antes de Cristo. Na Grécia e em Roma, o vinho tinha sua origem cercada de lendas. Já no Egito antigo inscreviam nas jarras informações sobre a safra, a vinha de proveniência e o nome do vinhateiro – eram os primeiros rótulos. A terra dos antigos faraós nos legou listas com seus vinhos 
Os egípcios também se dedicavam ao vinho, fato que fora comprovado em 1922 por estudiosos. Na tumba do jovem faraó Tutankamon (1371- 1352 a .C.) foram encontradas 36 ânforas de vinho. Algumas delas continham inscrições sobre a região onde fora produzido, a safra, nome do comerciante. Especialmente em uma havia até mesmo o seguinte comentário: "muito boa qualidade". 
Os médicos gregos foram os primeiros a prescreverem o vinho como medicamento, incluindo Hipócrates, considerado mais tarde o pai da medicina. Os gregos também aprenderam a adicionar ervas e especiarias ao vinho para disfarçar a deterioração.
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Se hoje os vinhos nos chegam engarrafado, e com o selo fiscal, no passado distante ele chegava em ânforas, fechadas com cera. 
Séculos antes de Cristo, o transporte de vinho e de azeite e, eventualmente, de figos e nozes era realizado em ânforas. Os gregos e depois os romanos transportavam e exportavam seus vinhos e azeites nessas ânforas. Uma vez chegadas ao destino, o líquido era colocado em recipientes menores. Barricas e barris, uma invenção dos gauleses ou celtas, chegaram muitos séculos depois. 
As ânforas eram feitas de terracota e revestidas por uma resina. Eram produzidas em massa e dentro de padrões de capacidade pré-estabelecidos. Às vezes traziam como garantia o carimbo do artesão numa das alças ou no gargalo da ânfora.
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Os egípcios foram os primeiros a saber como registar e celebrar os detalhes da vinificação em suas pinturas que datam de 1.000 a 3.000 a.C. Nas tumbas dos faraós são vistas cenas mostrando como os vinhos eram bebidos. O consumo de vinho estava limitados aos ricos, nobres e sacerdotes. Os vinhedos e o vinho eram oferecidos ao deuses, especialmente pelos faraós, como mostram os registos do presente que Ramses III (1100 a.C.) fez ao deus Amun. 
Na Ilíada Homero fala de vinhos e descreve com lirismo a colheita durante o Outono. 
Entre as muitas evidências da sabedoria grega para o uso do vinho, são os escritos atribuídos a Eubulus por volta de 375 a.C. : “Eu preparo três taças para o moderado: uma para a saúde, que ele sorverá primeiro, a segunda para o amor e o prazer e a terceira para o sono. Quando essa taça acabou, os convidados sábios vão para casa. A quarta taça é a menos demorada, mas é a da violência; a quinta é a do tumulto, a sexta da orgia, a sétima a do olho roxo, a oitava é a do policial, a nona da ranzinzice e a décima a da loucura e da quebradeira dos móveis.” 
Columela, calculava que o cultivo de um hectare de cereal acarretava que uma só pessoa disponibilizasse quarenta e duas jornadas de trabalho ao longo do ano, enquanto uma mesma extensão de terreno ocupado por vinha, necessitaria de seis vezes mais jornadas, ou seja, duzentas e cinquenta e duas. 
Os egípcios criaram uma prensa tipo parafuso usando tiras vegetais e torção para extração do suco das uvas. 
Existiram vários sistemas de prensas e também os lagares rupestres onde as uvas eram batidas ou pisadas.
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( Lagar de Cortegaça – da época do império Romano – em Portugal) 
A mais citada de todas as lendas sobre a descoberta do vinho é uma versão persa que fala sobre Jamshid , um rei persa semi-mitológico que parece estar relacionado a Noé, pois teria construído um grande muro para salvar os animais do dilúvio. Na corte de Jamshid, as uvas eram mantidas em jarras para serem comidas fora da estação. Certa vez, uma das jarras estava cheia de suco e as uvas espumavam e exalavam um cheiro estranho sendo deixadas de lado por serem inapropriadas para comer e consideradas possível veneno. Uma donzela do harém tentou se matar ingerindo o possível veneno. Ao invés da morte ela encontrou alegria e um repousante sono. Ela narrou o ocorrido ao rei que ordenou, então, que uma grande quantidade de vinho fosse feita e Jamshid e sua corte beberam da nova bebida. 
A propósito, o código de Hammurabi e o código dos hititas são os dois primeiros livros sobre leis de que temos conhecimento e ambos fazem referência aos vinhos. No código de Hammurabi há três tópicos relacionados com as "casas de vinho". O primeiro diz que "a vendedora de vinhos que errar a conta será atirada à água"; o segundo afirma que "se a vendedora não prender marginais que estiverem tramando e os levar ao palácio seria punida com a morte"; a última diz que "uma sacerdotisa abrir uma casa de vinhos ou nela entrar para tomar um drinque, será queimada viva". 
Provavelmente havia predileção pelos vinhos doces (Homero descreve uvas secadas 
ao sol), mas haviam vários tipos diferentes de vinho. Laerte, o pai de Odisseu, cujos vinhedos eram seu orgulho e alegria, vangloriava-se de ter 50 tipos, cada um de um tipo diferente de uva. 
Com relação à prática de adicionar resina de pinheiro no vinho, utilizada na elaboração do 
moderno Retsina, parece que era rara na Grécia Antiga. No entanto, era comum fazer outras misturas com os vinhos e, na verdade, raramente eram bebidos puros. Era normal adicionar-se pelo menos água e, quanto mais formal a ocasião e mais sofisticada a comida, mais especiarias aromáticas eram adicionadas ao vinho.
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Tudo que se queira saber sobre a vitivinicultura romana da época está no manual "De Re Rústica" (Sobre Temas do Campo), de aproximadamente 65 d.C, de autoria de um espanhol de Gades (hoje Cádiz), Lucius Columella. O manual chega a detalhes como: a produção por área plantada (que, surpreendentemente, é a mesma dos melhores vinhedos da França de hoje), a técnica de plantio em estacas com distância de dois passos entre elas (mais ou menos a mesma técnica usada hoje em vários vinhedos europeus), tipo de terreno, drenagem, colheita, prensagem, fermentação, etc. 
Galeno (131-201 d.C.), o famoso grego médico dos gladiadores e, posteriormente médico particular do imperador Marco Aurélio, escreveu um tratado denominado "De antídotos" sobre o uso de preparações à base de vinho e ervas, usadas como antídotos de venenos. Nesse tratado existem considerações perfeitas sobre os vinhos, tanto italianos como gregos, 
bebidos em Roma nessa época: como deveriam ser analisados, guardados e envelhecidos A maneira de Galeno escolher o melhor era começar com vinhos de 20 anos, que se esperava serem amargos, e, então, provar as safras mais novas até chegar-se ao vinho mais velho sem amargor. Segundo Galeno, o vinho "Falerniano" era ainda nessa época o melhor (tão famoso que era falsificado com freqüência) e o "Surrentino" o igualava em qualidade, embora mais duro e mais austero. A palavra "austero" é usada inúmeras vezes nas descrições de Galeno para a escolha dos vinhos e indica que o gosto de Roma estava se afastando dos vinhos espessos e doces que faziam da Campania a mais prestigiada região. Os vinhedos próximos a Roma, que anteriormente eram desprestigiados por causa de seus vinhos ásperos e ácidos, estavam entre os preferidos de Galeno. Ele descreveu os "grands crus" romanos, todos brancos, como fluídos, mas fortes e levemente adstringentes, variando entre encorpados e leves. Parece que o vinho tinto era a bebida do dia a dia nas tavernas. 
Após a queda do Império Romano seguiu-se uma época de obscuridade em praticamente todas as áreas da criatividade humana e os vinhedos parecem ter permanecido 
em latência até que alguém os fizesse renascer. 
Chegamos à Idade Média, época em que a Igreja Católica passa a ser a detentora das 
verdades humanas e divinas. Felizmente, o simbolismo do vinho na liturgia católica faz com que a Igreja desempenhe, nessa época, o papel mais importante do renascimento, desenvolvimentoe aprimoramento dos vinhedos e do vinho. Assim, nos séculos que se seguiram, a Igreja foi proprietária de inúmeros vinhedos nos mosteiros das principais ordens religiosas da época, como os franciscanos, beneditinos e cistercienses (ordem de São Bernardo), que se espalharam por toda Europa, levando consigo a sabedoria da elaboração do vinho. 
Dessa época são importantes três mosteiros franceses. Dois situam-se na Borgonha: 
um beneditino em Cluny, próximo de Mâcon (fundado em 529) e um cisterciense em Citeaux, próximo de Beaunne (fundado em 1098). O terceiro, cisterciense, está em Clairvaux na região de Champagne. Também famoso é o mosteiro cisterciense de Eberbach, na região do Rheingau, na Alemanha. Esse mosteiro, construido em 1136 por 12 monges de Clairvaux, enviados por São Bernardo, foi o maior estabelecimento vinícola do mundo durante os séculos XII e XIII e hoje abriga um excelente vinhedo estatal. 
Os hospitais também foram centros de produção e distribuição de vinhos e, à época, 
cuidavam não apenas dos doentes, mas também recebiam pobres, viajantes, estudantes e 
peregrinos. Um dos mais famosos é o Hôtel-Dieu ou Hospice de Beaune, fundado em 1443, até hoje mantido pelas vendas de vinho.
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Também as universidades tiveram seu papel na divulgação e no consumo do vinho 
durante a Idade Média. Numa forma primitiva de turismo, iniciada pela Universidade de Paris e propagada pela Europa, os estudantes recebiam salvo conduto e ajuda de custo para viagens de intercâmbio cultural com outras universidades. Curiosamente, os estudantes andarilhos gastavam mais tempo em tavernas do que em salas de aulas e, embora cultos, estavam mais interessados em mulheres, músicas e vinhos. Eles se denominavam a "Ordem dos Goliardos" e, conheciam mais do que ninguém, os vinhos de toda a Europa. 
Hypocraz 
VINHO DE ESPECIARIAS (hipocraz) 
O Hipocraz é uma bebida medieval inventada por um médico grego do século 5 aC. Esta bebida é produzida a partir de vinho vermelho, mel e especiarias. Este vinho doce é criado com as especiarias reias como a canela, o cardamomo (tipo de gengibre), o cravo e o gengibre. 
É interessante observar que é da idade média, por volta do ano de 1.300, o primeiro 
livro impresso sobre o vinho: "Liber de Vinis". Escrito pelo espanhol ou catalão Arnaldus de Villanova, médico e professor da Universidade de Montpellier, o livro continha uma visão médica do vinho, provavelmente a primeira desde a escrita por Galeno. O livro cita as propriedades curativas de vinhos aromatizados com ervas em uma infinidade de doenças. Entre eles, o vinho aromatizado com arlequim teria "qualidades maravilhosas" tais como: "restabelecer o apetite e as energias, exaltar a alma, embelezar a face, promover o crescimento dos cabelos, limpar os dentes e manter a pessoa jovem". O autor também descreve aspectos interessantes como o costume fraudulento dos comerciantes oferecerem aos fregueses alcaçuz, nozes ou queijos salgados, antes que eles provassem seus vinhos, de modo a não perceberem o seu amargor e a acidez. Recomendava que os degustadores "poderiam safar-se de tal engodo degustando os vinhos pela manhã, após terem lavado a boca e comido algumas nacos de pão umedecido em água, pois com o estômago totalmente vazio ou muito cheio estraga o paladar ". Arnaldus Villanova, falecido em 1311, era uma figura polêmica e acreditava na segunda vinda do Messias no ano de 1378, o que lhe valeu uma longa rixa com os monges dominicanos que acabaram por queimar seu livro.
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É importante mencionar um fato importantíssimo e trágico na história da vitivinicultura, ocorrido da segunda metade do século passado, em especial na década de 1870, até o início deste século. Trata-se de uma doença parasitária das vinhas, provocada pelo inseto Phylloxera vastatrix, cuja larva ataca as raízes. A Phylloxera, trazida à Europa em vinhas americanas contaminadas, destruiu praticamente todas as videiras européias. A salvação para o grande mal foi a descoberta de que as raízes das videiras americanas eram resistentes ao inseto e passaram a ser usadas como porta-enxerto para vinhas européias. Desse modo, as videiras americanas foram o remédio para a desgraça que elas próprias causaram às vitis européias. 
Extraído em sua maior parte da obra de Hugh Johnson "The Story of Wine" da editora 
Mitchell-Beazley, Londres, 1989 
CICLO DA VIDEIRA 
Tal como todas as plantas de folha caduca, a videira depende da temperatura ambiente para suportar toda a actividade enzimática que está na base do seu ciclo vegetativo. Após a vindima, com o avançar do Outono e o consequente abaixamento das temperaturas, a videira vai deixando de ter condições que suportem a sua actividade, as folhas amarelecem e acabam por cair. Entre fim do Outono e o princípio do Inverno a videira entra em repouso vegetativo e só dele sairá quando as temperaturas médias do solo ultrapassarem os 12°C. É durante este período de repouso vegetativo que se realiza a já referida poda.
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CHORO 
Dá-se nos últimos dias do Inverno ou início da Primavera e representa o fim do repouso vegetativo e o início de um novo ciclo vegetativo da videira, manifestando-se através da perda de seiva pelos cortes da poda. Tal só acontece porque as condições de temperatura começam a permitir a actividade enzimática da planta.
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ABROLHAMENTO 
Inicialmente os gomos dos nós deixados pela poda começam a intumescer, parecendo como que cobertos de algodão. Em seguida aparece uma ponta verde, ficando posteriormente as pequenas folhas perfeitamente visíveis e separadas
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PERIODO DE ANTERIOR À FLORAÇÃO 
Depois das pequenas folhas estarem visíveis, segue-se um período de expansão vegetativa durante o qual os factos mais importantes, por ordem cronológica, são: o aparecimento dos cachos, a separação dos cachos e a separação dos botões florais. 
FLORAÇÃO 
Decorre durante cerca de uma semana e meia, normalmente na metade final da Primavera. É um período crucial para a definição de uma colheita. Se a floração decorrer debaixo de chuva, o pólen é lavado dos estames e das flores, não se dá a polinização e a consequente fecundação. A flor não “vinga” em fruto (desavinho) e a colheita será bastante afectada
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CRESCIMENTO DOS BAGOS 
É um período de grande expansão vegetativa coincidente com uma época de temperaturas mais elevadas. Os bagos passam pelo tamanho de "grãos de chumbo" e "bago de ervilha", até atingirem um certo tamanho que faz com que os cachos fiquem completamente fechados. Até esta fase os bagos das castas brancas e tintas mantêm a coloração verde opaca. 
MATURAÇÃO
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Podemos definir o início da maturação com o aparecimento do "pintor", que representa a fase do ciclo vegetativo da videira que coincide com o aparecimento da cor tinta nas películas dos bagos tintos e da película translúcida nas castas brancas. O "pintor" poderá durar de uma a duas semanas, mas um bago muda de cor em 24 horas. A partir do "pintor" inicia-se uma fase de 35 a 55 dias durante a qual a uva acumula açúcares livres (glucose e frutose), potássio, aminoácidos e compostos fenólicos e vai perdendo ácido tartárico e ácido málico (dois ácidos que representam 90% dos ácidos presentes nos bagos de uva). Este período termina com a vindima, que poderá ocorrer no final do Verão ou no princípio do Outono. 
A partir daqui o ciclo repete-se e o viticultor passa a aguardar ansiosamente a nova colheita!
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A Adubação 
Ao solo 
Fazem-se normalmente no Inverno para que a água da chuva faça a incorporação dos nutrientes no perfil do solo: 
1. Com matéria orgânica 
2. Com adubos minerais 
A PODA 
A poda é a operação realizada durante o período de repouso vegetativo da videira, que ocorre normalmente no Inverno. É o processo através do qual se contraria a tendência natural da videira para crescer, trepar, ocupar território e competir pela luz e que tem como objetivo obrigá-la a produzir equilibradamente e com qualidade. A poda consiste no corte das varas que se desenvolveram no ano anterior, deixando gomos na sua base que darão origem a novas varas carregadas de frutos. O número de gomos que se deixam durante a poda é função do sistema de condução, da densidade de plantação, da fertilidade do solo, da disponibilidade de água e do estado de vigor da videira.
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Detalhe da poda seca Os galhos mais frágeis são retirados de modo a permitir a circulação da seiva apenas nos galhos frondosos, diminuindo a produtividade e aumentando a qualidade das uvas em formação. 
EMPA 
Utilizado em sistemas de condução do tipo Guyot, a empa consiste em dobrar e amarrar a vara ao arame de forma a distribuir a vegetação que se vai desenvolver, contrariando a tendência natural que a videira tem para fazer abrolhar os gomos mais distantes, um fenómeno denominado "dominância apical". Ao dobrar a vara, dificulta-se a passagem da seiva, obrigando ao desenvolvimento dos gomos da base que, de outra forma, não frutificariam.
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REPLANTAÇÕES 
Caso haja plantas mortas há que substituí-las por plantas novas, normalmente sob a forma de enxertos prontos, que deverão ser plantados no início da Primavera. 
Quinta de Azevedo – Vinhal – videiras verdes 
PRAGAS 
1. Pragas: 
1. Ácaros 
2. Coleópteros 
3. Cochonilha 
4. Cicadela 
5. Traça da vinha 
6. Moluscos 
1. Lesmas 
2. Caracóis 
7. Nemátodos 
8. Filoxera
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2. Doenças: 
1. Provocadas por Fungos 
1. Escoriose (Phomopsis vitícola) 
2. Míldio (Plasmopara vitícola) 
3. Oídio (Uncinula necator, Oidium tuckeri 
4. Podridão cinzenta (Botrytis cinérea) 
5. Doenças do lenho 
1. Eutipiose (Eutypa lata) 
2. Esca (Stereum hirsutum) 
2. Provocadas por bactérias Normalmente tendo insectos como vectores. 
3. Provocadas por vírus Normalmente tendo nemátodos como vectores, são doenças facilmente transmissíveis de planta para planta através das tesouras de poda ou outro material de corte. 
Ácaro vermelho europeu Panonychus ulmi 
Efeito do ácaro nas folhas da vide
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Traça da vinha 
Doença – oido
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Doença - mildio
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Doença Mildio nas folhas 
Eutipiose.
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Antigo lagar de Vinho em Cafarnaum no mar da Galiléia 
No Jardim do local onde é considerada a tumba que guardou momentaneamente a Cristo 
Há significativamente um Lagar
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Bet Sames, escola infantil
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Em todo o Antigo Testamento bíblico, apenas o Livro de Jonas não tem referência à videira. 
As mulheres romanas foram proibidas de beber vinho, e um marido que encontrasse a sua esposa bebendo tinha liberdade para matá-la. Um divórcio com os mesmos fundamentos foi último gravado em Roma em 194 BCG 
O vinho muitas vezes cria uma "sinergia" interessante com alimentos Quando o vinho e comida são colocados juntos, eles têm "sinergia" ou geram um terceiro sabor além do que a comida ou bebida oferece sozinha. 
Nem todos os vinhos melhoram com o tempo. Na verdade, a grande maioria dos vinhos produzidos estão prontos para beber e não tem muito potencial para o envelhecimento. Apenas alguns raros vai durar mais tempo do que um decada. O vinho tem um efeito mais concentrado em mulheres do que em homens As mulheres estão mais susceptíveis aos efeitos de vinho do que nos homens, em parte, porque elas têm menos de uma enzima no revestimento do estômago, que é necessária para metabolizar o álcool eficientemente. 
No centro da vida social e intelectual grego existiu o Simpósio, que significa, literalmente, "beber juntos." De fato, o simpósio reflete carinho grego para a mistura de vinho e discussão intelectual. A combinação do tipo de solo, clima, grau de inclinação e exposição ao sol constitui o terroir de uma vinha eo que faz cada vinhedo e de cada vinho, unicos 
Os Odres eram uma forma comum para o transporte de vinho no mundo antigo. Peles de animais (geralmente cabras) eram limpas e cozinhadas e virando-se do avesso para que o lado peludo já tratado ficasse em contato com o vinho. 
Com a idade, os vinhos tintos tendem a perder a cor e eventualmente, acabar por uma cor de tijolo vermelho. Por outro lado, os vinhos brancos ganham cor, tornando-se de dourados, eventualmente, marrom-amararelados.
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Na lingua Inglesa a palavra "vinho" pode ser enraizada em “yayin” semita (significando lamentação e choro). 
Em árabe, a palavra para vinho é carroça. Em grego, é oinos. Nas línguas românicas é vin, vino, vina, vinho. 
No antigo Egito, a capacidade de armazenar o vinho até o vencimento era considerado alquimia ou magia e era privilégio apenas dos faraós. A viinificação é um tema importante em uma das mais antigas obras literárias conhecidas, a Epopéia de Gilgamesh. A divindade responsável pelo vinho era a deusa Siduri, cuja representação sugere uma associação simbólica entre o vinho ea fertilitilidade. 
A festa do amor entre Baal e Anat, irmãos e noivos, era regada pelo vinho produzido graças às chuvas que caíram durante o inverno. A gratidão era dirigida principalmente à Deusa, grande heroína, cujo amor era representado pelo vinho. 
Borra do vinho 
O Padrão de Ur é a mais antiga imagem do mundo representando o consumo do vinho. Possui cerca de 5000 anos de idade.
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Quarenta ânforas encontradas na parte interna de uma adega de um palácio israelense, contém resíduos de um dos mais antigos vinhos do mundo: 
Detalhes das ânforas encontradas. Fonte: scienze.fanpage.it 
Os arqueólogos, há muito tempo sabiam que se tivéssemos tido a oportunidade de provar o vinho como era feito antigamente, sentiríamos uma quantidade de aromas e especiarias que sem dúvida, o tornavam peculiar. Esses arqueólogos agora terão mais informações, devido ao que foi descoberto recentemente na adega de um palácio de uma cidade cananéia, em Israel setentrional, no sítio arqueológico de Tel Kabri: foi encontrada uma “reserva de garrafas” de 1.700 a.C! Arqueólogos israelenses e americanos foram os autores dessa descoberta, divulgada há alguns dias, em Baltimore, no encontro anual da . 
Sempre se soube que os vinhos da antiguidade era uma bebida da qual nos aproximaríamos com muita dificuldade: eram muitos os ingredientes colocados nele – um pouco por causas
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ligadas ao paladar da época, mas sobretudo porque alguns ingredientes tinham função bactericida. Mas é interessante lembrar que, para favorecer a conservação dos alimentos, a culinária dos nossos antepassados, muitas vezes, era rica de sal (sabemos, por exemplo, do molho que os romanos usavam na maioria dos seus pratos, o garum, que era obtido através da parte interna dos peixes e do peixe salgado), o que exigia que os pratos fossem acompanhados por uma bebida de sabor bem marcante. 
Foram encontrados restos de 40 ânforas, que foram conservadas na sala onde os antigos proprietários faziam as suas refeições ou festejavam juntos com seus hóspedes. Considerando a quantidade e a dimensão dos recipientes encontrados, feitos em terracotta (argila), na adega cabiam 3.000 garrafas de vinho, brancos e tintos. Infelizmente a maior parte desses recipientes estava quebrada por causa de um desabamento que, cerca de 3.600 anos atrás, sepultou esse tesouro alcoólico. De acordo com os estudiosos, é muito provável que tenha sido um terremoto, a causa desse desabamento. Apesar do líquido das ânforas ter desaparecido com o tempo, traços desse liquido se revelaram extremamente interessantes. Os pesquisadores tiveram que trabalhar muito rapidamente nos resíduos encontrados, antes que eles fossem contaminados pela exposição ocorrida, após séculos dormindo secretamente. 
Assim, a pesquisa que tinha como objetivo encontrar um dos vinhos mais antigos da história, foi apresentado com orgulho pelos arqueólogos da George Washington University e da University of Haifa, que trabalharam juntos nessa grande descoberta. As análises químicas dos resíduos que resistiram ao tempo, restituíram o “sabor” do líquido que continha nas ânforas, ou pelo menos deram uma ideia aproximada de como o vinho da Antiguidade era diferente do nosso vinho: menta, mel, canela, zimbro e resinas estavam entre os ingredientes principais e eram utilizados principalmente para evitar a deterioração desses vinhos. 
Uma “receita” que pra nós parece insólita, não era para os contemporâneos desses senhores que viveram nessa terra israelense de 3.700 anos atrás, e também não era para aqueles que vieram logo depois deles, mesmo após muitos séculos. Basta pensar ao vinho que os romanos bebiam, cujos vestígios foram encontrados no fundo de algumas ânforas, também analisadas quimicamente. Traços de um vinho que devia ser muito parecido com os traços dos vinhos dos romanos, foram encontrados em odres (recipientes feitos de pele de cabra), provenientes também, da Palestina, na tumba do Rei Escorpião I, soberano que governou o Egito e morreu em torno de 3.150 a.C.. O uso de especiarias, aromas e resinas, além de servir para melhorar a conservação dos vinhos, deve ser visto do ponto de vista medicinal, que era atribuído à bebida “descoberta” por Noé: era utilizado normalmente como medicamento, e continha ingredientes que ajudavam a potencializar seus efeitos benéficos no organismo. 
Em resumo, usado nas festas e rituais da antiguidade, como meio de união de estudantes para debate, misturado como libações a divindades, usado como remédio e para despertar a paixão, para conquista feminina, como sinal de status e poder, como reminiscência das histórias de amor do mundo mítico da antiguidade, como referência direta a pessoa do Messias, como moeda para compra de bens, produzido por vinhais exclusivos, e cuja qualidade dependia do clima, do terreno e dos cuidados. O vinho de qualidade era um produto precioso na antiguidade, presença continua nos banquetes reais e nas grandes solenidades cívicas e religiosas. Os nobres e soberanos possuíam acesso a uma qualidade especial de vinho, que na antiguidade era misturado com mel e preservado em ânforas de terracota, transportados em odres de peles de animais tratadas, que não sofriam deterioração com o tempo de uso, por isso Jesus afirma que não se guarda vinho novo em
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odres velhos, porque senão se rompem os odres velhos e se desperdiçaria o vinho novo. A generosidade das famílias era relacionada a quantidade do vinho oferecido nas festas e a estima dos convidados relacionados à qualidade do vinho oferecido. O vinho novo era sempre o melhor, recém-colhido, recém fabricado. O melhor vinho de todos pertencia a adega real. O vinho percorre as Escrituras ligando a época dos pais – Noé, passando por Abraão, testemunhando os grandes eventos da história de Israel. Votos especiais eram feitos à Deus em busca de bênçãos com a abstinência de vinho, o chamado voto de nazireado. O mais fabuloso nazireu das Escrituras foi, divertidamente, um grande beberrão. Sansão. O vinho estava presente como testemunho da cura dos leprosos, derramado no chão, estava presente na morte dos sacrifícios pelo pecado, incluindo a grande oferta do dia da expiação. Quando a bezerra vermelha ou o cordeiro foi oferecido na hora nona, a segundo sacrifício da sexta-feira de páscoa, o vinho também era derramado. Jesus faz a sua última oração no Getsemani, um lagar de azeite. Mas que também poderia ser usado para esmagar uvas. Pouco antes Jesus levantava um cálice com vinho cheio de especiarias e dizia “este é o meu sangue, vertido por amor a vós” na última ceia. No mesmo Getsemani Jesus intercede tão intensamente que de seus poros brotam sangue. E suas roupas ficam salpicadas dele. É a cena profetizada em Isaias. 
Jesus é a “videira verdadeira”, ele se compara a uma vinha, e usa as comparações com vinicultura, manutenção das vides, para nos ensinar sobre frutificação. 
A videira é um símbolo então para Cristo, assim como o foi para Israel e assim como o será para a Igreja de Cristo. A igreja é videira, é vide, é vinha. 
O processo de crescimento e o trabalho com uma vinha é repleto de símiles com o crescimento espiritual da Igreja. 
Como um dos símbolos mais profundos do vinho é também o Espírito de Deus, e o vinho se identifica com o sangue que é símbolo de vida, temos uma bela representação da 
E os processos de cuidado com a Vinha, todos possuem paralelos com o crescimento espiritual. Tanto o individual como o do grupo, da congregação. E numa visão mais ampla, de todo a Igreja. E sendo mais abrangente a dimensão humana, sua história, suas conquistas e derrotas podem ser representadas pela videira. 
As pragas e as doenças refletem as questões que destroem a vinha. A doença é mais atroz, deixa marcas visíveis, se alastra com maior dificuldade em seu combate. 
Ministérios espirituais doentes são como casas assombradas. 
A parábola porém não se limita a Igreja. A sabedoria de Deus é extraordinária. E ilimitada. 
A aplicação dos paralelos se estendem a toda forma de relacionamento humano. Gerentes doentes pelo autoritarismo fruto do poder que sua organização lhes concede, políticos embriagados pelo poder usufruindo de bens que não lhe pertencem, astros que adoeceram em virtude da fama e por não terem raízes mais profundas na terra chamada vida, murcharam pela ausência de alimento espiritual para suas vidas. O Estado, vinha contaminada e doente se assenhorou do trabalho de muitos e em nome de preservar a si mesmo, matou a milhões. Políticos assenhorados pela praga da ganancia, não deram fruto, antes os comeram sozinhos. A religiosidade é uma vinha apodrecida, repleta de pragas e de doenças espirituais profundas, e hoje milhões são atraídos por filosofias inúteis, rituais vazios, ou mesmo práticas espirituais que os aprisionam a falsos profetas ou a espíritos malignos. Na Índia, procissões de pessoas se flagelam em nome de suas divindades, no Brasil milhões se escravizam a poderes que deles exigem oferendas, sacrifícios, rituais de feitiçaria e todo tipo de enfermidade espiritual. Famílias como videiras adoentadas, destruídas pela violência contra a mulher, contra os filhos, problemas de drogas, embriagues, brigas e dor. A videira da política absolutamente contaminada por interesses
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de grandes empreiteiras. A videira do ensino contaminada pelo orgulho de muitos profissionais que confiaram mais em seus méritos que na cooperação com seus alunos. Milhares de alunos são destratados nas faculdades pela praga do orgulho acadêmico. O mundo humano parece viver embriagado, políticos e banqueiros agem como se estivessem bêbados, sem considerar a dor de seus atos e os males às gerações futuras 
Mas de modo inigualável a vinha e o vinho nos traduz coisas espirituais. Realidades espirituais. 
Há um momento nas Escrituras que a escola de profetas se corrompe. Nas religiões da antiguidade era comum o uso de drogas alucinógenas para que alguns sacerdotes invocassem ou recebessem visões. Os profetas corrompidos usando de seus cargos como profissão, em dado momento na cidade de Jerusalém, embriagavam-se diariamente. 
Em Isaias capitulo 28 o Espírito concede um texto que lembra o andar de um bêbado, uma poesia que trata de profetas bêbados 
Também estes erram por causa do vinho, e com a bebida forte se desencaminham: Os sacerdotes e os profetas erram por causa de bebida forte, e são absorvidos pelo vinho; desencaminham-se (se envolve com coisas erradas) por causa da bebida forte (mas o início, se começa com bebida fraca), andam errados na visão (deixaram a visão de Deus), e tropeçam no juízo. 
Todas as suas mesas estão cheias de vômitos e de imundícia, e não há nenhum lugar limpo. Isaias 28. 7
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A: Mas também estes cambaleiam por causa do vinho, B: e com a bebida forte se desencaminham; C: até o sacerdote C: e o profeta B: erram por causa da bebida forte; A: são absorvidos pelo vinho; desencaminham-se por causa da bebida forte; 
andam 
errados 
na visão 
e tropeçam 
no juízo. 
Todas as suas mesas estão cheias de vômitos e de imundícia, e não há nenhum lugar limpo. Isaias 28. 7, 8 
Eles erravam, significava que AINDA que estivessem recebendo algo da parte de Deus ou ainda exercessem o ofício profético e o sacerdotal, erravam por causa da bebida, o profeta não entendia o que estava vendo, de tão alucinado e o sacerdote não dizia coisa com coisa. As funções do sacerdote do Velho Testamento era a de ensinar as Escrituras, interceder, julgar causas em alguns momentos. Imagine um professor, um padre e um juiz bêbados e você terá ideia da tragédia. 
A visão é pior ainda, quando passavam mal de tanto beber e o efeito era devastador. Porque as vezes eles faziam isso em grupo, centenas e até milhares.
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Em dado momento, num estado ainda mais degradante os profetas desacreditados e já dependentes da bebida começavam a “trocar” profecias por bebida. 
O que as Escrituras denominam “bebida forte” eram vinhos e misturas com forte teor alcoólico. 
A “embriagues espiritual” significa para o teólogo a mistura de doutrinas espúrias e filosofias meramente humanas a interpretação das Escrituras. Para os que exercem ministérios proféticos, significa outra coisa muito mais grave. 
Num sentido restrito o vinho é símbolo do espírito. 
E sabemos que há pelos menos quatro qualidades de seres espirituais distintos. 
Deus – O espírito de Deus 
Anjos – espíritos ministradores 
Homens – espírito humano 
Demônios. – espíritos imundos. 
Quatro tipos de bebidas. Quatro tipos de vinho. 
Quando uma igreja corrompe seus ministérios mistura o vinho do Espírito com o vinho de demônios. Significa que parte das garrafas na mesa da comunhão, uma parábola, é de bom vinho. Porém, outras estão envenenadas. Imagine um lugar onde profecias verdadeiras se misturam a falsas profecias. Onde o entendimento profundo das Escrituras se mistura a doutrinas malignas. Imagine um lugar em que há a unção, e em algum instante, uma falsificação humana. Uma mentira. 
Uma videira enferma simboliza uma igreja que possui doutrinas que a impedem de crescer, ou operações espirituais falsificadas. Em alguns casos o ministério de uma nação pode ser impactado com uma doutrina que contamine diversos ministérios, com alguma coisa espúria que impede o crescimento e o fortalecimento da verdadeira vinha. 
Cada vinha representa uma igreja ou determinado ministério. Cada vinha é única, nasce e cresce sobre certas condições. O que define a qualidade do vinho de uma vinha é o clima, o solo, os nutrientes, a umidade, as chuvas. Não há como existir uma única vinha com um tipo de vinho. Não existe uma doutrina, uma única revelação, um tipo de visão ou um grupo que se assenhore a vinha da terra. A igreja não possui dono que não seja CRISTO. Todos os pastores são trabalhadores e responsáveis pela sua vinha. Só dela. Assim como cada um de nós de sua videira particular, nossas vidas espirituais. 
A qualidade do vinho é dada pela pureza da água, pela nutrição adequada. 
Uma obra espiritual é marcada pelo grau de pureza e exatidão de seu evangelho, pela sinceridade e exatidão na interpretação e aplicação das realidades espirituais que fluem dos céus. A Igreja é um organismo cujo crescimento está ligado a uma outra dimensão. Ela é necessariamente sobrenatural e dependente do Espírito de Deus que a VIVIFICA. 
Plinio, o Velho ( História Natural XIV,22,2) ATRIBUI AOS VINHOS DO Líbano “um aroma de incenso”, informa-nos que estes eram oferecidos aos deuses. O vinho de Israel produzido pelas vinhas de Salomão eram tão apreciados que Hirão o rei de Tiro o exigia em seus acordos, ainda que Tiro na antiguidade fosse exportadora de vinho e de azeite. Nas ruínas de Tiro foram descobertas ânforas palestinas, contendo restos de vinho.
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Sidon exportava seu vinho para o Egito na época do Império Persa. 
O vinho é revestido de profundo simbolismo nas Escrituras. Ele está presente na profissão de Noé, na cena de sua embriagues e nudez, é presente nas ofertas sacerdotais onde era derramado na terra junto com as libações, está atrelado a uma profecia que aponta para Cristo em Genesis. 
Gênesis 27:28 
Ele amarrará seu jumento a uma videira; e o seu jumentinho, ao ramo mais seleto; lavará no vinho as suas roupas; no sangue das uvas, as suas vestimentas. 
Era proibido aos sacerdotes entrarem embriagados na tenda da congregação. Haviam votos específicos de não bebe-lo, como o voto do nazireado do qual Sansão, que por sinal bebia muito, é um dos personagens mais conhecidos. Leremos em Jeremias a respeito de uma família que promete a seu patriarca jamais beber do fruto da videira e que quatro gerações depois os homens do clã ainda guardavam aquele preceito. O que gerou uma “enciumada” resposta profética. Deus usa o exemplo de uma única ordem emitida por um homem humilde, uma única vez, cumprida rigorosamente, à custa de certo sacrifício, por mais de quatro gerações! E suas centenas de ordens, dele, o Criador, Senhor, Todo-poderoso, Altíssimo, que foram repetidas milhares de vezes, anos seguidos, por meio de inúmeros ministérios, incluindo o profético, serem ignoradas desrespeitosamente. O sangue simbolizava alegria, vida e ao mesmo tempo o sangue. Era sinal de prosperidade, de festa e também alimento básico. Era usado para festejar o nascimento, para a oferta, para lamentar a morte. Presente do nascimento ao enterro, presentes em todas as festas judaicas, incluindo a páscoa. O bom nome era como o bom vinho. A angustia, a amargura, o fel, como o vinho estragado, como o vinagre. O vinho derramado como desperdício. O vinho novo indicava a prosperidade, a boa-colheita, sua venda era a base da economia de milhares de vinhateiros. Um casamento era medido em importância pela quantidade do vinho distribuído. Se o vinho não fosse o suficiente para que os convidados brindassem até o final da festa, simbolizava que o casamento estava sendo oferecido por uma família humilde. Se o vinho acabasse no meio da festa de casamento, que em Israel duraria por muitos dias, significava vergonha para os pais da noiva. Se terminasse no início, quase uma tragédia familiar. Nas bodas de Cana, após a água ser transformada em vinho, um dos convidados se espantará, não com a quantidade do mesmo. Mas com a qualidade, com sua excelência, porque de modo generoso e fabuloso quem os convidou para a festa guardou o melhor para o final e para os convidados! Não para si próprios. Sentia-se honrado pela generosidade do casal, sem saber que aquilo era generosidade do Espírito de Deus. Os sacrifícios e os holocaustos eram acompanhados pelo derramamento do vinho! Quando às três horas da tarde Jesus morrer no calvário, neste instante o segundo cordeiro do dia estava sendo morto. Num sacrifício único, o de Yom Kipur, o que representava toda a nação, que teria seu sangue derramado sobre a arca do concerto, se ela ainda existisse na época de Cristo. O Sumo sacerdote degolaria o cordeiro, ou o bezerro de cor avermelhada, e entraria no santo dos santos. Porém, antes derramaria um litro de vinho no chão.
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Jesus o denominara na instituição da ceia de “meu sangue”. 
7,10 – “O céu da tua boca é como vinho bom” (wehikeké kéeyyn hatôv). O poema semelhante aos wasfs árabes, da Sulamita (7,3a) trata de um tipo de vinho chamado maseg. Ao citar a palavra “taça” (‘agan), indicará um ambiente refinado. 
É um vinho excelente. Um vinho que era usado pelos reis. Um vinho da adega real, usado em ocasiões especiais. No Livro de Ester o rei Assuero prepara uma festa de longa duração e quando o vinho está acabando, solicita aos seus oficiais que abram e distribuam a vontade o vinho especial, da maior adaga da história que poderia sustentar por anos o consumo de vinho dos palácios persas. 
Em Apocalipse oito vezes a figura do vinho será invocado. Denominado do “vinho da ira”. O vinho é inebriante e potencializa emoções. Ele “altera” os sentidos e se uma pessoa for dominada pela raiva enquanto estiver alcoolizada perde a capacidade de raciocinar. Milhares de lares brasileiros provaram do “vinho da ira” que é a tragédia causada por maridos bêbados que batem em seus filhos, filhas e esposas. Muitas foram mortas pelos seus esposos embriagados que só deram conta do que fizeram após siar do estado de embriaguez. Em Apocalipse é utilizada a sua figura no juízo, onde a repreensão e o juízo, agem sem repressão, sem interferência, sem poderem ser contidos. 
Em Cantares veremos toda essa multiformidade do vinho. Basicamente os dois vão passar grande parte de Cantares, embriagados. 
Ela chora ruidosamente quando ele não chega, ele tece um milhão de elogios à amada, os guardas bêbados a espancam, ele bebe pra ter coragem pra dar-lhe um beijão, ela bebe pra ter coragem pra roubar o grupo de cabritos e ir em direção a um grupo de desconhecidos, ele está meio embriagado na festa em que a moça irá dançar e depois eles que eles se casam há uma festança, regada, logicamente, a vinho da melhor qualidade. 
E dependendo do contexto o vinho adotará uma das muitas figuras que o referenciam na linguagem das Escrituras. 
Vida, Ira, Alegria, Amor, sangue derramado, comunhão. 
Incluindo o Espírito de Deus: 
E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito, 
Paulo ordena que se alguém tiver que ficar bêbado, que fique embriagado do Espírito de Deus. 
Vinho 
“E o vinho que alegra o coração do homem, e faz reluzir o seu rosto como o azeite, e o pão que fortalece o seu coração” (Sl 104.15). 
Este texto une o símbolo do Vinho ao do Azeite. 
O vinho nos fala de uma das características da presença do Espírito de Deus em nós. A ALEGRIA. 
Vinhal ou Vinha em Israel
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Mapa dos vinhas atuais em Israel
O Amor de Deus revelado em Cânticos
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O Amor de Deus revelado em Cânticos

  • 1. 1
  • 2. 2 E o Espírito Santo desceu sobre ele em forma corpórea, como uma pomba; e ouviu-se do céu esta voz: Tu és o meu Filho amado; em ti me comprazo.
  • 3. 3 E sonharei com o impossível. Da minha fragilidade eu lançarei raios E da minha fraqueza nascerá um novo céu e uma nova terra. Do meu desespero brotará esperança E da minha incapacidade de não permanecer Contarei uma história por milhares de gerações Entoarei os antigos cânticos Cânticos que a muito não são entoados Com instrumentos ainda inexistentes E minha melodia será ouvida Até em lugares tão distantes Quanto aqueles que só existem Dentro do meu coração.
  • 4. 4 WELINGTON CORPORATION INTRODUÇÃO Soldada de Shirion – Baal–Hermom – das forças armadas israelenses Sim. Eu sei que “Sunamita” significa pacífica. E pacificadora Veja que a bela moça está calma. E pacífica. http://www.rakkav.com/song/pages/song01.htm jewish traditional music ancient song of songs BALKANEL GROUP Serbia.mp3 A não tão EXTRAORDINÁRIA WELINGTON CORPORATION Indo aonde nenhum outro mestre ou profeta jamais ousou.
  • 5. 5
  • 6. 6
  • 7. 7
  • 8. 8
  • 9. 9 Preludio Uma observação preliminar. O Cântico dos cânticos é uma canção cuja melodia para nós é desconhecida. Ele é composto com uma melodia original, por Salomão. Suzanne Haik- Vantoura é uma musicóloga que compreendeu que a bíblia massorética possuía sinais que representavam notações musicais e gestuais dos músicos e que apesar da notação massorética (sinais que representam as vogais, tonalidades, expressividade do texto do Velho Testamento em hebraico) ser do segundo século d. C, eles remontam à tradições musicais da antiguidade. https://musicofthebiblerevealed.wordpress.com/tag/suzanne-haik-vantoura/ http://www.rakkav.com/song/pages/song01.htm Desde os tempos antigos os judeus têm reverenciado Cânticos como sublime. Eles compararam Provérbios para o átrio exterior do templo; Eclesiastes coma o lugar santo; e Cantares de Salomão para o Santo dos santos. (Ibid) O Estudo do Livro de Cantares possui várias escolas de interpretação. O autor deste estudo em especial toma empréstimo de estudos linguísticos, referencias geográficas, ecológicas, históricas, sociais e culturais de Israel, sua divisão política, reino, tribo, a identificação da família na antiguidade oriental, a literatura da antiguidade, incluindo a do Egito, como bases para sua pesquisa. Não satisfeito traça alguns paralelos com a Índia, onde encontramos ainda hoje vários pontos culturais que nos fazem retroceder na história até o oriente e as tradições narradas em Cantares. Essa é uma das ferramentas mais interessantes da caixa de ferramentas
  • 10. 10 do autor. A sociedade Israelita moderna foi transformada pelo seu contato com diversas nações. Embora mantenha suas tradições, não manteve seu vestuário. Ou seus enfeites. Ou não manteve alguns dos aspectos que o casamento israelita possuía na antiguidade. Uma noiva israelita da atualidade veste-se de modo similar a uma noiva norte-americana, inglesa, francesa ou brasileira. E se algum israelita ler este estudo, e quiser ver, ao menos como se vestia em seu passado, viajando na máquina do tempo, olhe para a Índia. E para o Paquistão. E para o Irã. A segunda ferramenta para compreender Cantares é que ele é uma canção. E sendo um cântico compartilha da essência das artes cênicas, da dança, do canto e da música. Em alguns momentos compreender essa característica será de grande valia. Cantares é Um poema de amor - Um cântico de amor - Um cântico espiritual Ele caminha do coração apaixonado do homem pela sua amada aos mistérios do coração de Deus e do seu tremendo amor pelo ser humano, em especial por aqueles por quem, amando, se deu, e se entregando, os tornou seus, através da Igreja a quem considera Noiva. Em terceiro lugar é importante compreender a beleza do romance de Cantares. Ele nos ensina coisas extraordinárias, e traçará paralelos maravilhosos com a dimensão espiritual das Escrituras. Em quarto lugar será usada uma ferramenta que soará estranha para a maioria dos estudiosos das Escrituras. “A voz do meu amado é doce”. O cântico convida você a interpretá-lo com doçura. Sem arbitrariedades, sem certezas absolutas, sem fixar limites. A ciência bíblica usa a palavra “tipologia” para dizer que uma coisa é “símbolo” de uma realidade espiritual. Há a “alegorização” que basicamente enseja ver os símbolos, as representações, as símiles e as as parábolas evocadas por Cantares. Vou usar em vez da palavra “tipo” a palavra “representação”. E vou deixar as imagens de Cantares evocarem imagens, recordações, reminiscências, paralelos poéticos, nas representações de Cristo, nas operações espirituais e proféticas contidas nas Escrituras, viajando no tempo, sem me limitar a história humana. Viajo para eternidade passada, caminho para a eternidade futura e no caminho passeio pelos jardins que o espírito plantou, Israel, a Igreja gentílica, a revelação concedida de Deus aos povos, raças tribos e nações. Eu uso livremente de associações de um modo que todo ser humano lê a história de sua própria existência. Relembrando. Através da reminiscência. Toda moça lembra-se do primeiro beijo. Todo filho lembra de fatos marcantes que envolveram eles e seus pais. Ver seu nome na lista de aprovados, a festa de colação de grau daquela faculdade, o momento eletrizante em que você recebe a prova mais difícil de sua vida e descobre que tirou acima do necessário para passar. Nós associamos presentes a eventos, pergunte a sua esposa onde ela ganhou cada presente que Ela possui. Cada brinco. Cada jóia. E queria que você soubesse que se não permite que ela use enfeites você está em pecado e com certeza não irá herdar a salvação. Ao menos mereceria receber a mais longa e tediosa reprimenda espiritual dada pelo Senhor na frente de toda sua comunidade angelical. Porque você acha que o maior Cântico do Espírito Santo é justamente uma canção onde a amada é magnificamente enfeitada, ornada? Igrejas que proíbem atavios leram os dois versos de I Timóteo 2.9 e I Pedro 3.3 e rasgaram os 177 versos de Cânticos! Violentaram os textos bíblicos, que
  • 11. 11 formalizam o desejo que o cuidado com o interior deve suplantar o desejo de ornamenta- se, e nunca anulá-lo. O feminino é belo aos olhos do Espírito, que deseja ver espiritualmente esses atavios, essa ornamentação, também no coração da mulher. Com doçura é que a voz do Amado deve ser percebida em todo o contexto das Escrituras. Quando o interprete da Palavra de Deus se afasta de uma visão amorosa, liberta, plena, abundante de graça, misericórdia, compaixão e alegria, perderá sua viagem. Essa dimensão de entendimento das em Cantares significa que não “imponho” símbolos. Antes deixarei que as imagens nos conduzam até outras cenas das Escrituras, e que os textos nos relembrem realidades espirituais para nela meditarmos. O que o autor viu nos textos não limita o que cada leitor poderá enxergar ou associar. Temos aqui as limitações humanas de quem escreveu esse comentário, as suas limitações do conhecimento das Escrituras, suas limitações culturais, históricas, linguísticas e seus limites de conhecimento das realidades espirituais. Desejo dançar com a Sunamita, não forçá-la a caminhar comigo por lugares estranhos. Aconselho aos que forem ministrar aulas de Cantares baseados neste estudo a comprarem essências de nardo, mirra, aloés, cálamo, cássia e distribuírem a multidão (com devolução das mesas e higienização dos frasquinhos, para apresentar a próxima turma). Não, não estou ganhando comissão para fazer essa propaganda de essências.
  • 12. 12 Cantares usará a figura do amor humano, a menina, o pastoreio, o jardim, os irmãos, a mãe, o castelo e o muro, a tenda, até as tranças da moça adorável para contar o drama do amor de Deus manifesto na história humana, e também na história escondida, a história da eternidade e a história do grande amor, vivido por Ele, manifesto por Ele e só conhecido dele e dos seus profetas. Em Cantares Deus revela seu coração, descortina sua alma e manifesta seus sentimentos, através do tempo, não do tempo humano, mas do seu tempo, de seus dias refletindo sua eternidade. É um livro de belíssimos e de impressionantes mistérios, contado nos passos ligeiros da dançarina, da musa inspiradora que arrebata ao coração de Salomão, e nestes passos dançados lemos um pequeno musical que conta e canta todas as histórias divinas numa só. Nós iremos dançar com a Sulamita e ela levará nosso coração a refletir sobre um amor que sublima a vida, que reinterpreta o mundo e que nos conduz a contemplação da eternidade e de uma paixão tremenda maravilhosa, manifesta diante de incontáveis testemunhas, que nos convidará a dançar com ele. Cantares é Salomão apaixonado pela moça de caráter pacifico e é igualmente o Espírito de Deus nos convidando a dançar. Para sempre. O livro de Cantares traduz um enredo, um drama, um afastamento, um reencontro. Há nele zombaria, escravidão, desprezo familiar. Há nele o inigualável contraste da pobreza da noiva que é a escolhida em relação àquele que a desposa. A uma perseguição, risco de morte iminente, sofrimento. Há nele dança, festejos, um casamento, um banquete e uma apresentação magnifica da amada à sua corte. Há nele os desfiles das mulheres de Jerusalém, o cortejo nupcial com os soldados. Um festival de visões e de citações ecológicas e geográficas. Cantares é rico em citações: Geográficas Ecológicas Adornos Estações Especiarias Aromas Climas Temporais Sociais. Sentimentais Emocionais. Ele é rico em sensações. Ele é rico na sonoridade, nas expressões de doçura nas quais as palavras são pequenas e curtas, carinhosas como Dodi, (amado) similar aos apelidos carinhosos que as pessoas enamoradas se dão. Ele é rico na originalidade das suas palavras, algumas que na língua hebraica somente são encontrados neste livro. Existem cerca de 50 harpax, cinquenta palavras únicas que só são mencionadas no livro de Cantares.
  • 13. 13 As dimensões psicológicas de cantares são múltiplas, elas tratam do romance à sexualidade, do desejo, da atração, da entrega, da paixão, da celebração da vida, da dança, da busca pela felicidade, da relação amorosa numa dimensão superior a dimensão erótica. Todos os trabalhos que tentam redefinir Cantares com uma redução ao erotismo é invariavelmente falha. Invariavelmente incompleta. Imprecisa. A ênfase do cântico não é a mesma do Kama Sutra indiano. A voz, a tônica, o acorde magistral que ecoa do início ao fim de Cantares é o ROMANCE. A dimensão espiritual de Cantares é o romance elevado a perfeição de Deus, é o amor divino. Numa símile diria que o romance é o amor em trajes de festa e o amor divino é o amor em trajes de guerra. O Espírito de Deus tomará do romance de um jovem rei pela jovem que guarda as vinhas e nele, neste romance, derramará sua voz, seu cântico, seu amor profundo, tendo como pano de fundo a sua história, a história da eternidade. Livro das Escrituras, Velho Testamento. O mais belo cântico de amor escrito. Um hino que possui em sua essência duas dimensões que se entrelaçam de modo maravilhoso: a dimensão do amor divino e a dimensão do amor humano. Nele, a paixão do amado pela amada, o amor de Deus pelo seu povo. Nele, o amor do Espírito pelo ser humano, de Cristo por sua Igreja, de Deus pela humanidade, do Senhor pelo seu povo, do príncipe pela pastora, do rei pela Sunamita. Cada pedaço, cada trecho do livro dos cânticos é repleto de imagens e abundante de figuras que entrelaçam o sacerdócio à terra, a ecologia ao amor, o clima às eras; O livro é repleto de sentimentos e de sensações. Ele retrata a dança, instrumentos. Em Cantares a amada dança. Ele evoca cheiros, nos fala de odores, fragrâncias, perfumes, especiarias! Evoca cores, árvores, plantas, pássaros, animais e a natureza em todas as suas estações, primavera, inverno, verão, outono. As suas palavras possuem ritmo, expressões de sonoridade e métrica, a natureza do livro é a de uma composição musical, de uma poesia cantada, uma canção, um cântico. As suas palavras possuem imagens sonoras que expressam ora doçura, ora raiva, ora frustração, ora júbilo, na língua original. E é magistral em todas as línguas, qualquer tradução, é encantadora. O Cântico dos Cânticos santifica a paixão entre o homem e a mulher, é uma declaração profética, sacerdotal, da beleza deste amor. É a mais importante declaração religiosa sobre o caráter do amor conjugal. Se lido, se amado, se exercido, traria uma qualidade conjugal maravilhosa para todos os casais em todas as culturas do mundo. Todo posicionamento filosófico, doutrinário ou religioso que contradiga o cântico dos cânticos é um ato contra a liberdade do amor promulgada por Ele. Ele é a constituição universal e soberana da paixão, na dimensão humana. Contudo, não existe somente uma dimensão em Cânticos, ele é uma dádiva humana, e é um canto de amor do Espirito de Deus, pela humanidade, por Israel, pela Igreja. Por isso nele existe uma leitura profética tão impactante quanto há em Salmos. Ele é tão cheio de imagens espirituais quanto os Evangelhos ou o Apocalipse. É uma história de amor que transita entre dois universos, entre duas realidades. Nos olhos do rei que apaixonado pede para que sua amada desvie seus olhos dos dele porque seu olhar o faz desvanecer, enrubescer, envergonhar-se lemos a belíssima história de amor que retrata de modo singular o descompasso de muitos corações. Dos nossos, dos personagens, de todos os que
  • 14. 14 se apaixonarem e de Deus. Um filme Indiano contado pelo mais sábio ser humano que viveu na terra, num dia apaixonado, de modo apaixonante, repleto de inspiração divina. Para compreendê-lo é importante conhecer antes alguns capítulos e de textos do Velho Testamento, lugares, paisagens, acontecimentos. Cantares possui 117 versos onde há um número surpreendente de palavras raras, palavras que ocorrem apenas no Cântico dos Cânticos, muitos só uma vez lá, ou que ocorrem pouquíssimas vezes em todo o resto do corpo do Antigo Testamento. Nele há cerca de 470 palavras diferentes. E destas 470 palavras, cerca de 50 destes são “harpax legomena”. Esse termo místico significa que na língua hebraica só ocorrem em Cantares. O resultado é que muitas vezes há incerteza quanto ao exato significado destes termos e seu correto uso nas frases. “Como óleo purificado, como unguento derramado”- Cânticos utiliza como principal figura a comparação, a símile. As símiles são facilmente identificáveis pela precedência de “como” ou “semelhante”. Como as usadas nos versos: Semelhante é usada 9 vezes - Cantares 5:6, 8, 11, 15; 6:4, 10, 13; 8:6, 10. “como” é usado 47 vezes em 36 versos - Cantares 1:3, 5, 7, 9, 15; 2:2, 3, 9, 17; 3:6; 4:1, 2, 3, 4, 5, 11; 5:11, 12, 13, 15; 6:5, 6, 7, 10; 7:1, 2, 3, 4, 5, 7, 8, 9; 8:1, 6, 10, 14. Questione ao Espírito de Deus sobre a profundidade para compreender a profundidade destas comparações. A palavra hebraica para "Águia" é nesher; nun, shin, reish. As duas letras finais de nesher podemos dizer shar, que significa "canção". Em Hebraico, “cântico”, que inclui poesia, é chamado shir, como representado pelas letras hebraicas shin e reish de nesher - Salomão, Shulamit - Sulamita, Shalom - paz, Ierushalaim - Jerusalém. Trata-se inclusive de uma ênfase à letra _ (shin) do hebraico e que é a 21ª letra do alfabeto - a letra que tem a forma do candelabro do Tabernáculo. A sibilação das palavras transmitidas pelo shin, Sholomoh, Shulamit, Shalom, Ierushlaim põe em evidência o desejo do autor, caprichoso em seus mínimos detalhes. Ierushalaim significa herança eterna de paz (Ierushaolam). E essa sibilação é como que um som trazido pelo sopro do Espírito Santo de Deus, como que a dizer: - Paz, paz, paz. (Jesus na Ecologia de Israel – Nivalda Gueiros Leitão) L. A. Schökel inclui, também, esse critério de sonoridade como elemento de análise poética. Segundo este autor, existem “fenômenos estilísticos”, que acontecem através da repetição de sons semelhantes ou iguais, e são possíveis de detectar mesmo sem conhecer a
  • 15. 15 sonoridade exata dos fonemas. A língua hebraica usa mais efeitos sonoros do que as línguas modernas O cântico retrata um grande amor vivido por um homem gerado por uma tragédia (o assassinato de Urias), fruto de uma paixão insana (vivido por Davi), tendo vivido em meio a uma família marcada por um incesto (Amon e Tamar) e tendo se tornado o mais poderoso e rico homem que a terra presenciou. E que, apesar de tudo isso, apaixonou-se por uma aldeã, por uma plebeia, por uma jovem comum, que correspondeu a esse amor louco! E enfrentando as tradições, as diferenças sociais, de ambos, conseguindo por fim desposá- la. E nesse amor Deus enxerga a sua própria odisseia, o seu próprio amor, e o seu apaixonado coração. A feliz unidade revelada em Cantares é inconcebível à parte do Espírito Santo. Um jogo de palavras, baseado no “sopro” divino do fôlego da vida (o Espírito Santo) de Gênesis 2.7 parece vir à tona em Cantares. Isso acontece em “antes que refresque o dia” (2.17; 4.6), no “soprar” do vento no jardim da Sulamita (4.16) e, surpreendentemente, na fragrância da respiração e do fruto da macieira (7.8). “almá” Moça, Virgem.
  • 16. 16 As Escrituras possuem outros Cânticos, nomeados assim, compostos assim, todos com estupendo e notório caráter profético. Essa lista não é exaustiva:  Êxodo 15:1 ENTÃO cantou Moisés e os filhos de Israel este cântico ao Senhor, e falaram, dizendo: Cantarei ao Senhor, porque gloriosamente triunfou; lançou no mar o cavalo e o seu cavaleiro.  Êxodo 15:2 O Senhor é a minha força, e o meu cântico; ele me foi por salvação; este é o meu Deus, portanto lhe farei uma habitação; ele é o Deus de meu pai, por isso o exaltarei.  Números 21:17 Então Israel cantou este cântico: Brota, ó poço! Cantai dele:  Deuteronômio 31:19 Agora, pois, escrevei-vos este cântico, e ensinai-o aos filhos de Israel; ponde-o na sua boca, para que este cântico me seja por testemunha contra os filhos de Israel.  Juízes 5:12 Desperta, desperta, Débora, desperta, desperta, entoa um cântico; levanta-te, Baraque, e leva presos os teus cativos, tu, filho de Abinoão.  2 Samuel 22:1 E FALOU Davi ao Senhor as palavras deste cântico, no dia em que o Senhor o livrou das mãos de todos os seus inimigos e das mãos de Saul.  Salmos 33:3 Cantai-lhe um cântico novo; tocai bem e com júbilo.  Salmos 40:3 E pôs um novo cântico na minha boca, um hino ao nosso Deus; muitos o verão, e temerão, e confiarão no Senhor.  Salmos 69:12 Aqueles que se assentam à porta falam contra mim; e fui o cântico dos bebedores de bebida forte.  Salmos 69:30 Louvarei o nome de Deus com um cântico, e engrandecê-lo-ei com ação de graças.  Salmos 77:6 De noite chamei à lembrança o meu cântico; meditei em meu coração, e o meu espírito esquadrinhou.  Salmos 96:1 CANTAI ao Senhor um cântico novo, cantai ao Senhor toda a terra.  Salmos 98:1 CANTAI ao Senhor um cântico novo, porque fez maravilhas; a sua destra e o seu braço santo lhe alcançaram a salvação.  Salmos 118:14 O Senhor é a minha força e o meu cântico; e se fez a minha salvação.  Salmos 126:2 Então a nossa boca se encheu de riso e a nossa língua de cântico; então se dizia entre os gentios: Grandes coisas fez o Senhor a estes.  Salmos 144:9 A ti, ó Deus, cantarei um cântico novo; com o saltério e instrumento de dez cordas te cantarei louvores;  Salmos 149:1
  • 17. 17 LOUVAI ao Senhor. Cantai ao Senhor um cântico novo, e o seu louvor na congregação dos santos.  Cantares 1:1 CÂNTICO dos cânticos, que é de Salomão.  Isaías 5:1 AGORA cantarei ao meu amado o cântico do meu querido a respeito da sua vinha. O meu amado tem uma vinha num outeiro fértil.  Isaías 12:2 Eis que Deus é a minha salvação; nele confiarei, e não temerei, porque o Senhor Deus é a minha força e o meu cântico, e se tornou a minha salvação.  Isaías 25:5 Como o calor em lugar seco, assim abaterás o ímpeto dos estranhos; como se abranda o calor pela sombra da espessa nuvem, assim o cântico dos tiranos será humilhado.  Isaías 26:1 NAQUELE dia se entoará este cântico na terra de Judá: Temos uma cidade forte, a que Deus pôs a salvação por muros e antemuros.  Isaías 30:29 Um cântico haverá entre vós, como na noite em que se celebra uma festa santa; e alegria de coração, como a daquele que vai com flauta, para entrar no monte do Senhor, à Rocha de Israel.  Isaías 42:10 Cantai ao Senhor um cântico novo, e o seu louvor desde a extremidade da terra; vós os que navegais pelo mar, e tudo quanto há nele; vós, ilhas, e seus habitantes.  Isaías 54:1 CANTA alegremente, ó estéril, que não deste à luz; rompe em cântico, e exclama com alegria, tu que não tiveste dores de parto; porque mais são os filhos da mulher solitária, do que os filhos da casada, diz o Senhor.  Isaías 55:12 Porque com alegria saireis, e em paz sereis guiados; os montes e os outeiros romperão em cântico diante de vós, e todas as árvores do campo baterão palmas.  Apocalipse 5:9 E cantavam um novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro, e de abrir os seus selos; porque foste morto, e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda a tribo, e língua, e povo, e nação;  Apocalipse 14:3 E cantavam um como cântico novo diante do trono, e diante dos quatro animais e dos anciãos; e ninguém podia aprender aquele cântico, senão os cento e quarenta e quatro mil que foram comprados da terra.  Apocalipse 15:3 E cantavam o cântico de Moisés, servo de Deus, e o cântico do Cordeiro, dizendo: Grandes e maravilhosas são as tuas obras, Senhor Deus Todo-Poderoso! Justos e verdadeiros são os teus caminhos, ó Rei dos santos. Mas somente um é chamado de Cântico dos cânticos.
  • 18. 18 FORMOSA Formosa - Yapheh - (yapheh) é um adjetivo que significa beleza, usado para descrever a beleza das mulheres (Gênesis 12:11, 14, 2Sa 13:01, Esther 2:7). E boa aparência ou belos homens (2Sa 14:25). usos estão em Cantares de Salomão) - Gen 1:11, 14; 29:17; 39:6; 41:2, 4, 18; Dt 21:11; 1 Sa 16:12; 17:42; 25:3; 2Sa 13:1; 14:25, 27; 1Rs 1:3, 4; Ester 2:7; Jó 42:15; Ps 48:2; Pr 11:22; Eclesiastes 3:11; 5:18; Canticos 1:8, 15, 16; 2:10, 13; 4:1, 7; 5:9; 6:1, 4, 10; Jer 11:16; Ez 31:3, 9; 33:32; Amós 8:13. Ele fez tudo formoso no seu tempo. Ele também pôs a eternidade no coração deles, mas para que o homem não vai descobrir a obra que Deus fez desde o princípio até o fim. (Eclesiastes 3:11). Há uma misteriosa conexão entre a palavra “formosura”, “tempo” e “eternidade” nas Escrituras. Salomão associará anos mais tarde, quando já um ancião a palavra formoso com o tempo. A expressão “formoso em seu tempo” evoca a mocidade, a beleza da juventude, a beleza da criança, ao instante em que a mulher atinge o apogeu de sua beleza, o instante em que o homem atinge o apogeu de sua força, virtudes que serão afetadas pelo processo do envelhecimento natural. Percebemos a transitoriedade da vida, e sabemos que tais momentos são passageiros, ainda que venham a durar anos ou mesmo dezenas de anos, Não se mantém. Não é eterno. Porém o texto nos surpreende. Ele associa-se com o conceito de “eternidade”, implantada no coração humano. Uma vocação para não querer
  • 19. 19 envelhecer, não desejar morrer, antes manter a saúde, a beleza, a virilidade, para todo o sempre. Há um sonho no espírito humano. Uma das engrenagens mestras que movem a ciência é a manutenção da eterna juventude e a busca da imortalidade humana. Milhares de pessoas hoje buscam camaras criogênicas para manutenção de seus corpos após a morte na esperança de um dia ressuscitarem e serem restauradas. A revelação contida em Eclesiastes vai além da percepção do desejo de imortalidade humana. Diz que a ETERNIDADE foi colocada no espírito humano. Que de algum modo o ser humano entende que nele habita um espírito que não cessa com a morte física. Que há algo que aponta para a existência de um universo no qual a morte não possui domínio. Que há uma dimensão que não é afetada pelo tempo. Em sua alma ecoa a dimensão angelical, em sonhos, em percepções, em inspirações momentâneas ele sente, ele é tocado pelos poderes espirituais ao seu redor. Dom Richardson nos concederá uma maravilhosa visão sobre a profundidade do testemunho divino, e tremendas revelações sobre sua pessoa concedida aos povos, raças, tribos e nações, preparando-as para conhecerem a Cristo, seu amor, e seu projeto. Fator Melquisedeque https://drive.google.com/file/d/0B_fUj9Htg3KaYTVpVGhzcjM2dHM/edit?usp=sharing Há uma razão para que a eternidade tenha sido implantada na esfera humana. Porque no Projeto divino há um convite, um chamado, um desejo COMPARTILHADO. Do mesmo modo que o espírito humano anseia viver eternamente, o Espírito de Deus anseia que o ser humano seja purificado, seja limpo, seja curado, seja transformado, para receber o DIREITO a participar de sua ETERNIDADE. Deus deseja intimamente que “formoso ao seu tempo” seja mudado para “formoso eternamente”.
  • 20. 20 A HISTÓRIA DE SALOMÃO Há uma tremenda diferença entre Davi e Salomão. Porém, dezenas de similaridades. Salomão herdou do pai a musicalidade e a inspiração. Um poeta por excelência, um luthier, um estadista, um cantor e instrumentista. Não está declarado, mas quem escreveu este estudo é um musico. E nós músicos reconhecemos músicos com certa facilidade. Salomão fabrica instrumentos únicos e é autor de milhares de canções. Tinha um pai que organizou a primeira orquestra de Israel. Viveu sua infância20 e adolescência ouvindo as dezenas de melodias inspiradas da boca do maior menestrel, do maior cantor, musico e compositor de Israel. A facilidade que Salomão possui de compor cânticos, sua proximidade com Davi e mesmo com o Templo, sua vida vivida próximo dos maiores mestres de música de sua era, Hemã, Asafe e Jedutum, sua capacidade na escolha de uma madeira especialíssima para confecção de instrumentos que originariam um dia os violões, guitarras, alaúdes e seus parentes nos indicam com “maestria” o grau de musicalidade de Salomão. E nos conduzem a reconhecê-lo como exímio cantor. Até porque a moça de Cantares reconhece a beleza e suavidade de sua voz. ...e eis a voz do meu amado que está batendo: abre-me, minha irmã, meu amor, pomba minha, imaculada minha, porque a minha cabeça está cheia de orvalho, os meus cabelos das gotas da noite... Salomão escreveu cerca de 1005 cânticos. (I Reis 4.32,33) mas, somente um destes foi preservado. Sendo Salomão seu autor, o livro foi provavelmente escrito depois de ele tornar-se rei, ter adquirido muitas carruagens do Egito e ter ampliado suas vinhas até o vale de Jezreel. O rabino Akiba (135 d.C.) afirmou que este era o mais sagrado dos Livros Sagrados de Israel. Foi considerado sagrado por sua alegoria do relacionamento amoroso entre Israel e o Senhor da Aliança. Como tal, era lido anualmente pela nação por ocasião da Festa da Páscoa. Esse Cântico de Amor, porém, foi também apreciado e julgado sagrado por Israel devido à sua descrição áurea do amor conjugal. Este livro eleva o relacionamento entre esposo e esposa a um alto plano de dever sagrado e experiência espiritual, cumprindo a ordem divina da intimidade conjugal de Gênesis 2.24. Enfatiza também a importância de adiar tal intimidade, “nem desperteis o amor” (8.4), até o momento propício, que é simbolizado no Casamento. A grande diferença entre Salomão e seu pai é que Salomão manejava com maestria um alaúde, mas não a espada. Salomão não guerreou como seu pai, não esteve em batalhas sangrentas, não viveu sob o toldo das estrelas junto a batalhões de mercenários, em lutas dramáticas e sobrevivendo à custa de livramentos espetaculares. Davi havia participado de batalhas até não ter mais condições físicas de restar num campo de combate. Um guerreiro por excelência. Salomão não possui tais capacidades, não era um guerreiro porque as lutas de seu amado pai haviam lhe proporcionado uma dádiva única. A paz. Davi vencera todos os inimigos. Israel pela primeira, única e última veza em toda sua história milenar gozava de paz, ainda que por submissão através da força com algumas nações, com todos os seus vizinhos. Salomão significa pacifico. Ele é filho do maior rei de Israel, filho de Davi. Seu pai era poeta, um profeta e um grande musico. Sua mãe é Betseba, a maior paixão da vida de seu pai e também a fonte de seu maior pecado. Davi a conheceu muito jovem, desposada de um de seus mais valorosos guerreiros. A história do Rei Arthur e de Lancelot é a resposta literária para a tragédia que envolve o episódio com Betseba. Em dias de guerra quando seu
  • 21. 21 esposo estava lutando as guerras de Israel Betseba foi com suas servas banhar-se num riacho próximo ao palácio do rei e ele ao vê-la banhar-se, contemplando sua extrema formosura, a deseja. Informa-se com seus servos sobre quem é a moça que se banhou ao lado de seu castelo e descobre que ela é esposa de um de seus mais valentes e nobres soldados. E que pertencia a sua guarda pessoal conhecida como “os valentes de Davi”. Movido pelo desejo ele a convida para jantar com ele no palácio. A moça se sente honrada e certamente Davi utilizou-se de todos os seus recursos para seduzi-la. E conseguiu. Mesmo casada ela consente em ter uma noite com o rei e depois volta para casa. Porém nessa única experiência extraconjugal fica grávida e manda avisar ao rei. Após vários planos de tentar encobrir sua culpa não funcionar, incluindo embebedar ao esposo de sua amante grávida, Davi querendo evitar a vergonha do acontecimento e a exposição da situação embaraçosa ao público decide colocar um sórdido plano em ação na qual faz o marido de Betseba ir para a mais perigosa frente de batalha tendo em mãos uma carta na qual havia, sem que soubesse disso, sua própria sentença de morte. Na carta que Urias carregou para o general à frente de uma longa batalha para tomada de uma cidade estavam ordens para que o infeliz soldado fosse conduzido a pior frente de batalha e em algum momento, abandonado pelos companheiros. Assim cumpre a ordem imoral, sem pestanejar, o general Joabe. E Urias morre naquela mesma noite. O rei é avisado da morte de Urias e envia servos para avisar a Betseba do triste fim de seu esposo. Dias após ele manda recolher a belíssima moça viúva em seu palácio. Sendo considerado um nobre por todos os seus contemporâneos, fortalecido pelo fato de aceitar a esposa grávida, de outro homem - pois de nada desconfiavam, senão Joabe, que tudo sabia. Porém enquanto representava seu sórdido papel o Espírito de Deus revelou toda a trama ao profeta do reino de Davi. A criança que iria nascer desta união ilegal, morre. Porém meses depois nasceria uma segunda criança. Essa criança é Salomão a quem Davi chamou de PAZ. Porque agora entendia que poderia sentir a paz que a culpa de suas ações torpes haviam dele retirado. Muitos dramas viveria Davi em virtude desta paixão seguida da morte de um amigo. Incluindo o drama de sua filha Tamar, possuída por um de seus filhos, Amon. Tamar foi vingada através de um filho de outra esposa de Davi, Absalão e Absalão morreria nas mãos do mesmo general que um dia recebeu a carta que enviou para Urias para a morte, em virtude de um motim que terminou em tragédia. Porém seu arrependimento e sua conduta futura mostraram ser ele um dos mais singulares homens que já viveu sobre a terra. Deus o chama de “meu amado”. Suas canções de louvor e adoração eram tão cheias do espírito de Deus que ainda podemos nelas ler profecias que um dia se cumprirão sobre a terra. Mil anos antes da crucificação leremos no salmo 22 a exata reconstrução da cena do calvário. Davi envelheceu e deixou o reino para seu filho Salomão. Salomão teve um passado conturbado. E sob a sombra de um futuro incerto Salomão recebeu por intermédio de um sonho uma dádiva que transformaria toda sua vida. O Espírito de Deus se manifesta num sonho e pergunta-lhe o que gostaria de ter. E ele responde: - Capacidade de discernir entre o certo e o errado. Sabedoria para poder julgar com justiça as causas de meu povo. E Deus lhe concedeu o que solicitou. E num patamar que nós desconhecemos. Temos uma vaga noção de seu discernimento através de Eclesiastes e do livro de Provérbios e de sua capacidade de julgar os corações humanos restou-nos uma única decisão jurídica, que é, para todos que leem uma das mais inteligentes e justas decisões que a história nos legou. Quase imprescindível em cursos de Direito deixar de mencionar a cena das prostitutas e da espada. Salomão Foi um grande administrador, sua riqueza narrada nas Escrituras é para nós quase que mítica.
  • 22. 22 Um pouco antes da morte de seu pai, quando já envelhecido, é dito que Davi sente muito frio num dramático inverno em Israel. Os conselheiros solicitam a vinda de uma jovem para aquecer ao rei. Uma moça da região de Sunem, Abisaque, é conduzida até o palácio e sua única missão é dormir ao lado do rei para aquecê-lo, e assim ela o faz até os últimos dias daquele inverno, no qual Davi falecerá. Ela é conhecida pelo povoado de onde viera, é Sunamita. Suném estava localizada em uma elevação de terras a cinco quilômetros ao norte do vale de Jezreel. Sunen é conhecida como a atual Sulan, Shulen Sulam (Arabic: ; Hebrew: סוּלַם.
  • 23. 23 Sobre Sunamita As duas pronunciam são possíveis, Sunamita ou Sulamita. Porque podemos pronunciar Sunem ou Sulen. A cidade atualmente é chamada de Sulan. Sulamita é mais próxima a pronuncia do nome do rei Salomão. Neste estudo optou-se por nomeá-la, a maior parte do tempo, de Sunamita. Importante observar que Jerusalém possui “Salém” muito próxima a “sulem/sunem” escreve-se do mesmo modo. Yerou – Cidade – Salém – da paz. Salém é um modo carinhoso de chamar Jerusalém. Sulan/Sunem fazia parte da porção de terra dada aos descendentes de Issacar, de frente ao monte Gilboa onde o rei Saul realizou sua última batalha e onde morreram também seus filhos. Era Rodeada por cactos e pomares, logo a sua frente estava o monte Carmelo, onde um dia o profeta Elias lutaria com quatrocentos profetas de Baal. É parte da região que será chamada um dia de Galiléia. Sunem é a cidade onde, quatrocentos anos após a composição de Cantares, uma moça infértil terá um filho que morrerá e ressuscitará pelo ministério do profeta Eliseu. Bem próximo ao sul, podia se ver o caminho inclinado que levava ao monte Gilboa. A Sunamita vem de uma cidade que ao norte possui o vale de Jezreel, ao sul ao monte Gilboa. Cada pedaço da geografia da terra santa é coberto de significados. Um dia esse vale, o qual era uma propriedade agrícola na época de Salomão, será o palco da maior batalha feita pelo ser humano, profetizada por João em Apocalipse, a batalha de Ar-magedom. Ou Batalha do monte Megido, em referencia ao monte que fica no meio do vale de Jezrel. Nesse vale Jesus caminhará um dia e enfrentará os exércitos do mundo que se reunirão para destruir a Israel, segundo a profecia dada em Apocalipse.
  • 24. 24 Sunem em 1914 A Sunamita neste momento do cântico não evoca tantas realidades. Ainda. Mas é importante ver o futuro para compreender o caráter profético do Cântico. 400 anos após: A cena da ressurreição do filho da Sunamita do futuro: "Sucedeu também um dia que, indo Eliseu a Suném, havia ali uma mulher importante, a qual o reteve para comer pão; e sucedeu que todas as vezes que passava por ali entrava para comer pão." 2 Reis 4:8 "E ela disse a seu marido: Eis que tenho observado que este que sempre passa por nós é um santo homem de Deus." 2 Reis 4:9
  • 25. 25 "Façamos-lhe, pois, um pequeno quarto junto ao muro, e ali lhe ponhamos uma cama, uma mesa, uma cadeira e um candeeiro; e há de ser que, vindo ele a nós, para ali se recolherá." 2 Reis 4:10 "Haverá alguma coisa de que se fale por ti ao rei, ou ao capitão do exército? E disse ela: Eu habito no meio do meu povo." 2 Reis 4:13 "E concebeu a mulher, e deu à luz um filho, no tempo determinado, no ano seguinte, segundo Eliseu lhe dissera." 2 Reis 4:17 "E, crescendo o filho, sucedeu que um dia saiu para ter com seu pai, que estava com os segadores, E disse a seu pai: Ai, a minha cabeça! Ai, a minha cabeça! Então disse a um moço: Leva-o à sua mãe." 2 Reis 4:18-19 "Chegando ela, pois, ao homem de Deus, ao monte, pegou nos seus pés; mas chegou Geazi para retirá-la; disse porém o homem de Deus: Deixa-a, porque a sua alma está triste de amargura, e o SENHOR me encobriu, e não me manifestou." 2 Reis 4:27 Retornado a época do Cântico: A beleza dessa moradora de Sunem devia ser impressionante. A moça passa a habitar o palácio agora pertencente a Salomão. Tão impactante é sua formosura ou talvez por motivos políticos, um dos irmãos de Salomão, Adonias, que havia pretendido ser o rei após a morte de Davi, solicita a Salomão que lhe envie a moça. Salomão Já tinha recebido ordens expressas de Davi para lidar com as artimanhas de Adonias. E por considerar a moça quase como “esposa” de seu pai, Salomão ultrajado nega-se a envia-la e ainda o condena com dura punição. Talvez Adonias quisesse maltratar da moça, e Salomão interpretou que ao envia-la estaria na verdade condenando-a a prisão, desterro ou mesmo a morte. Salomão praticaria durante sua vida a prática de unirem-se as famílias dos reis através de casamentos. Tornando-se parente dos soberanos, evitaria a guerra. Mas essa união se dava através de seu casamento com as filhas dos vizires, dos nobres e governantes de diversos povos. Quando Salomão escreve os Cânticos numa de suas linhas ele diz: “Sessenta são as rainhas, e oitenta as concubinas, e as virgens sem número”
  • 26. 26 Isso coloca o tempo da Autoria de Cantares em sua Juventude, nos primeiros anos de seu reinado. Porque ao fim de seu reinado de mais de quarenta anos, Salomão terá acumulado cerca de 1000 mulheres! I Reis 11 O rei Salomão casou com muitas mulheres estrangeiras, além da princesa egípcia. Muitas delas vieram de nações onde se adoravam ídolos — Moabe, Amom, Edom, Sidom e dos heteus — 2 apesar do Senhor ter dado instruções expressas ao seu povo para que não casasse com pessoas dessas nações, porque as mulheres com quem eles casassem haviam de os levar adorar os seus deuses. Apesar disso, Salomão deixou-se levar pelo amor por essas mulheres. 3/4 Teve setecentas mulheres e trezentas concubinas; elas foram, sem dúvida, responsáveis por ele ter desviado o seu coração do Senhor, especialmente no tempo já da sua velhice. Encorajaram-no a adorar os seus deuses em lugar de confiar inteiramente no Senhor, como fazia seu pai David. 5 Salomão prestou culto a Asterote, deusa dos sidónios, e a Milcom, o abominável deus dos amonitas. E em troca do ganho politico Salomão teve que construir uma “cidadela” para abrigar suas esposas e concubinas. E de seu relacionamento com essas mulheres, podemos imaginar as intrigas palacianas, os festivais, as grandes comemorações, as danças, e a necessidade de aceitar a religiosidade, as culturas e as tradições destas mulheres. Elas não poderiam viver da “intimidade” com o rei, não poderiam desfrutar sequer de sua presença a sós, na maioria do tempo. Então elas tinham direito a tudo que pudesse tornar sua vida mais confortável. Mas ao curvar-se diante de tantos caprichos de tantas princesas Salomão praticou atos contrários a sua fé. Algumas das religiões apresentadas introduziam práticas abominadas por Deus. Incluindo sacrifícios de animais impuros, ritos de sangue, bebidas alucinógenas, cultos sexuais e até mesmo sacrifícios humanos, que se não realizados literalmente, eram no mínimo, ritualizados ou simulados. Enquanto é jovem Salomão ainda teve condição de viver, de um modo milagroso, um grande amor. Depois ele se perderá em futilidades, em atos que necessitará repensar. Esse autojulgamento, essa reavaliação de sua vida, de seus ideais, de seus valores e do que realmente importou após uma vida plena de recursos, num nível para a maioria de nós inimaginável, nós leremos no livro de Eclesiastes. Como então, você perguntaria, um homem que teve 700 esposas pode ter gerado um cântico tão profundo que fala sobre uma única grande paixão? E de que adiantou narrar tamanha história de amor se diante de tão grande poligamia um sentimento como este parece perder o sentido? Ou porque Deus permitiu que o Cântico de um sujeito com tantos envolvimentos, tão “mulherengo” servisse como pano de fundo de seu amor exclusivo? As Escrituras falam-nos de seres humanos, com defeitos, vícios e falhas que receberam a graça de serem portadores de voz de Deus, de sua Palavra, de seu Amor. Foi em meio a humanidade pecadora que Deus manifestou-se maravilhosamente, não levando em conta seus pecados, mas abençoando e escolhendo momentos especiais de suas vidas para comunicar-nos a sua Palavra. O Espírito de Deus capturou um momento especial na vida de Salomão, um momento único, ainda que passageiro, e dele usou para falar de seu amor que nunca cessa. O que foi vivido por algumas semanas, meses ou anos, é retratado de modo magnifico, é relembrado e preservado pelo Espírito, de mil e cinco cânticos, somente este Deus escolheu para representar seu coração. Um
  • 27. 27 momento da vida de um homem que ele abençoou, que refletem do mesmo modo UM MOMENTO da VIDA DE DEUS. Deus é eterno, toda a história humana equivale a momentos desta eternidade. Da criação até a Redenção, da Ressurreição até a Nova Criação, pode ser um longo período para nós que passamos como uma sombra. Mas, não para Ele.
  • 28. 28 Cantares possui muitas dimensões. Ele é ao mesmo tempo o mais belo cântico de amor humano escrito e adorna os mais sublimes mistérios proféticos contidos dentro das Escrituras. Perfaz uma viagem transcendental até o interior de Deus, evocando poeticamente toda a magia da beleza do amor divino, transmitindo os rubores e rumores, a excelência e a profundidade de um amor que excede ao nosso entendimento, através de um cântico tecido através de imagens, gestos, sentimentos, sombras, personagens e um amor que vai crescendo até atingir a mais poderosa expressão que já foi expressa sobre o seu significado, no capitulo oitavo. O livro cresce em intensidade e paixão, trafegando por paisagens belíssimas, transportando-nos a realidades que representam os céus, a terra, os anjos, ao espírito humano, a alma, aos sonhos, a vida e a morte, a eternidade e a profecia, desvendando através de uma singela história de amor, ao amor de um modo completo.
  • 29. 29 O apogeu de Cantares é um grito enciumado que impressiona-nos profundamente: Põe-me como selo sobre o teu coração, como selo sobre o teu braço, porque o amor é forte como a morte, e duro como a sepultura o ciúme; as suas brasas são brasas de fogo, com veementes labaredas. O amor desafia afrontosamente ao poder que mais alvoroça os sentimentos dos homens, que desafia ao dinheiro, ao prestigio, à fama e ao poder que destroniza reis, que lança por chão a soberba humana, que enterra na cova dos pobres aos altivos desta terra e que nivela
  • 30. 30 o arrogante ao humilde, o déspota ao servo errante. A morte afronta aos poderosos, afronta a sociedade, a ciência humana, a soberba do homem. Mas não é capaz de declarar- se vitoriosa diante do amor. E mesmo que o fosse por milênios, na ressurreição de Cristo a morte é afrontada com a verdade desta essência imortal, poderosa e deslumbrante. O cântico dos cânticos PROFETIZA a vitória de um poder que é tão grande quanto o poder da morte. E avança na declaração dizendo que este amor gera CIUME, um CIUME tão monstruoso, tão aterrador, tão poderoso, que as sepulturas não são mais resistentes do que ele. E que as suas brasas são maiores do que as sepulturas, cujo fogo é veemente, incansável, inextinguível. E é por causa deste CIUME que a morte não poderá SEPARAR do AMADO a vida de sua amada. A morte não resistirá a tamanho amor. Não poderá conter aos redimidos em seu seio, ou os que morreram aguardando a vinda do Amado sob seu poder. Paulo declarará de outro modo esse epíteto: “Quem nos SEPARARÁ do AMOR de CRISTO? A morte, ou os principados?” Fruto de idêntica inspiração. Nossas vidas são limitadas aos nossos dias que passam ligeiro. Trazemos conosco memórias, carregamos a esperança no colo. Nosso mundo envelhece juntamente conosco, basta ver uma foto do jardim da infância ou das ruas de nossa cidade transformadas pela urbanização. Nossa história muda no decorrer dos anos, assim como nossos relacionamentos, nossos projetos. Alguns sonhos se realizam, outros se desfazem, sofremos perdas e alcançamos gigantescas vitórias. Somos marcados por pessoas. Marcados por amizades, ou por inimizades, pelo afeto que deixou marcas ou pelas perseguições que do mesmo modo deixaram em nós marcas na alma. Cantares canta um momento da vida de dois jovens enamorados. E se pudéssemos transcender a história dos dois enamorados até a história divina? Nosso ontem retrocede até nosso nascimento. Nosso amanhã vai até nossa sepultura, caso não aconteça algo sobrenatural, humanamente
  • 31. 31 falando. Cristo muda dramaticamente essa métrica. Porém a história de Deus se inicia, por assim dizer, na eternidade passada, ou no passado da eternidade e finda...não. Não finda. Mas independente de não ter início e nem fim, Deus possui uma história. Ele também possui marcas deixadas por afetos e inimizades em sua essência. Em sua memória, em suas obras, em suas realizações. A história divina é profundamente impactada pela nossa. Por mais paradoxal que possa parecer este enunciado. Para torná-la inteligível, compreensível a nós Ele a retratou em Cantares. Toda ela. O amor de Salomão e Sunamita é uma dança, um cântico, um drama, uma canção. Nessa canção o Espírito entoará um cântico de amor, a sua própria canção. Em cada passo da dançarina de Cantares ele verá a dança da Sunamita Celestial, que representará o seu amor pela Igreja terrena e pela misteriosa e invisível Igreja Celestial. Aquela que aparece num momento assombroso lá no Livro de Hebreus, a multidão de espírito dos justos aperfeiçoados e aos incontáveis anjos. O livro acontece em 8 capítulos, que percorrem alguns dias. Talvez 7 dias mais um do casamento futuro e outro especial da recompensa dos guardas. Uma semana memorável, mágica. Um momento único da vida de um jovem e uma adolescente. Toda a história da Redenção, que compreende fatos anteriores a existência do homem e fatos posteriores à história humana, representam somente um instante, um momento da Vida daquele que Vive para Todo o Sempre. Mas, que são profundos para o seu coração. O livro então será um dueto. E uma dança. Anjos irão dançar nos céus testemunhando a dança da menina caçadora de raposas, o Espírito comporá a quatro mãos a melodia, juntamente com o apaixonado Salomão. Salomão olha para sua amada e nela Deus contemplará sua paixão. Cantares nos apresentará o amor de Deus pela Igreja, por Israel e pela Humanidade, de maneira: Lúdica e Profética De modo Humano e de modo Sobrenatural Percorrendo a história e a eternidade. https://www.youtube.com/watch?v=O9CG_PoEWCg Este Estudo tem a intenção de descortinar o segundo véu. Indo além da dimensão humana de Cantares, ir de encontro ao Sobrenatural e a Eternidade. A palavra “sombra” no Novo testamento é um termo técnico quando usado para descrever realidades espirituais. Por “sombra” entendemos que uma cena que aconteceu no Velho Testamento representa algo transcendente, algo futuro, ainda desconhecido. Como se víssemos uma imagem refletida por um espelho de cobre, por um pedaço de metal limpo, ou um reflexo na água. Nos concede uma ideia. Uma vaga noção. Uma “sombra”. O Cântico também apresenta-nos como uma “sombra”. E é atrás de uma das dimensões desta “sombra” que os comentários irão focar, na esfera das coisas invisíveis, eternas, celestiais. Cantares não se limita ao que será exposto. Haveria espaço para uma abordagem humana que vai desde a intimidade de um casal, a psicologia do afeto, as questões lúdicas (essas eu trato, mas com enfoque nas coisas eternas) as questões sociais presentes... as quais esboço. Como falei, Cantares é um DUETO. Espiritual e humano.
  • 32. 32 Não há uma espiritualização ou alegorização que CONTENHA os significados de Cantares. Pregar as questões proféticas não anula as demais questões do livro. Ele é mais profundo do que nós mestres somos capazes de explicar e do que os profetas são capazes de enxergar. Se um profeta disser para você que ele sabe o significado completo, que o que ele sabe é o que DEFINE CANTARES, se sua visão profética é tudo, para todos, Ria. Baixinho. Pode ser que ele esteja do seu lado. Welington José Ferreira
  • 33. 33 As Escrituras vertem vinho. O único livro do antigo Testamento que não menciona o vinho é o livro de Jonas. E tem uma razão. O vinho é uma figura que quando usada com
  • 34. 34 o Espírito de Deus evoca uma de suas qualidades de caráter. Assim como o óleo, quando aplicado como representação do Espírito. O Vinho simboliza, em relação ao Espírito a sua presença NO INTERIOR, em especial sua Vida, sua Alegria. O óleo, igualmente, simboliza a unção, a MANIFESTAÇÃO EXTERNA, de modo mais amplo ao PODER do ESPÍRITO. Jonas foi um dos homens mais ungidos que já pisou este mundo. Tem algo a ver com o que ocorreu com ele lá no interior do peixe abissal que o engoliu. Para todos os efeitos, literal ou espiritualmente, Jonas é um MORTO que saiu das ÁGUAS e das profundezas para PREGAR aos mortos espirituais de Nínive. E sua pregação é tão poderosa que fazem 200.000 pessoas ou mais, chorarem, gritarem, clamarem a Deus sua graça, implorarem sua misericórdia e seu perdão. Três dias sem dormir, três dias sem para de falar. Três dias que transformaram pela primeira vez e última na história da humanidade, toda uma geração, toda uma nação. Impressionante.
  • 35. 35 Mesmo assim, Jonas, o fez a base de óleo. Mas não de vinho. Ele ODIAVA aos ninivitas. Ele ansiava que eles o rejeitassem, para serem destruídos como Sodoma e Gomorra. Ao final da pregação fez um acampamento do lado de fora da cidade aguardando o fogo cair do céu e consumi-los pela sua descrença. Só que não aconteceu. Jonas possuía o chamado, a vocação, a unção e o poder. Mas não tinha a Alegria, o Amor espiritual ainda derramado em seu coração. Ele é um profeta do Velho Testamento que não possui ainda seu espírito REGENERADO. Mas não impedia que Deus através deles, operasse grandes sinais e maravilhas. Mas já mostra a profundidade do uso do Vinho nas Escrituras. A outra cena, antes de iniciar o assunto. Jesus recebe das mãos de um soldado, enquanto crucificado, uma esponja embebida em um tipo de vinagre misturado a especiarias, mirra e
  • 36. 36 bálsamos. Uma bebida que amenizaria um pouco suas dores, um fortíssimo narcótico. Mas, ele a recusa, veementemente. Porque Jesus recusou beber o narcótico? Tem a ver com uma promessa, e com uma profunda representação. A promessa foi dada na ceia “nunca mais beberei vinho a não ser convosco, na casa de meu Pai” E Jesus SEMPRE cumpre suas promessas. Esse detalhe é belíssimo. Maravilhosíssimo. Aquilo era vinagre, um vinho decomposto, degradado, mas ainda era vinho. E em segundo lugar, porque Aquele que iniciou seu ministério com a geração sobrenatural de um vinho de excelente qualidade, não iria finalizá-lo tomando um vinho estragado. Um vinho inferior. Por oito vezes Cânticos evocará figura do vinho para evocar os sentimentos do amado pela amada: Beije-me ele com os beijos da sua boca; porque melhor é o teu amor do que o vinho. Leva-me tu; correremos após ti. O rei me introduziu nas suas câmaras; em ti nos regozijaremos e nos alegraremos; do teu amor nos lembraremos, mais do que do vinho; os retos te amam. Que belos são os teus amores, minha irmã, esposa minha! Quanto melhor é o teu amor do que o vinho! E o aroma dos teus ungüentos do que o de todas as especiarias! Já entrei no meu jardim, minha irmã, minha esposa; colhi a minha mirra com a minha especiaria, comi o meu favo com o meu mel, bebi o meu vinho com o meu leite; comei, amigos, bebei abundantemente, ó amados. E a tua boca como o bom vinho para o meu amado, que se bebe suavemente, e faz com que falem os lábios dos que dormem. Levar-te-ia e te introduziria na casa de minha mãe, e tu me ensinarias; eu te daria a beber do vinho aromático e do mosto das minhas romãs. E compreender o significados, o simbolismo e as representações relacionadas ao vinho nas Escrituras será essencial para compreender a profundidade espiritual, além da dimensão humana contida em Cantares. Importante frisar que a semelhança da festa de Assuero em Susã, quando apresenta à emissários das províncias persas de todo o mundo, a glória de seu reino, Cânticos é banhado em vinho. É época das festas de Benjamim, da festa das
  • 37. 37 colheitas, da maturação da uva e em todo o oriente e além estão sendo realizados festivais movidos a dança, canções e vinho. Muito vinho. A cor de Cântico dos Cânticos é purpura. No Egito festivais com um vinho preservado a base de uma química somente conhecida por sábios sacerdotes e de uso exclusivo de Faraó está sendo fartamente consumido. Os jônios, os aqueus, os eólios e os dórios festejam festas regadas a vinho. As primeiras famílias pastoris aryas, entraram na Índia aproximadamente no segundo milênio antes de Cristo, período em que os aqueus – com quem estavam, de certo modo, aparentados e cuja a língua pertence ao mesmo grupo linguístico do sânscrito – chegavam ao território que, posteriormente, formaria a Grécia. O Rig-Veda menciona um tipo de bebida (soma) que se assemelha ao vinho misturado com especiarias citado em Cantares. A Índia da época de Cânticos não possuía os preceitos de proibição ao vinho que vieram a posterior em sua coleção de livros religiosos, porém em todos os épicos os personagens míticos e divindades estão festejando suas vitórias com vinho. Os povos semitas estão celebrando aos seus deuses com sacrifícios e oferendas de vinho derramado, chamado de libação, e também bebendo muito. O vinho possuía um simbolismo relacionado a ressurreição, ao sangue derramado, ao sacrifício, em muitas culturas da antiguidade. E incondicionalmente conectado às histórias de amor dos deuses do mundo antigo. As festas religiosas em Cânticos evocam, nas terras estrangeiras, aos mitos de fertilidade, sempre envolvendo deusas, seus pares e a terra que recebia o efeito desse amor. Ou seja, o pano de fundo é um mundo literalmente embriagado durante a realização dessas festas.
  • 38. 38 Poderia citar que as vestes do Messias cheiram a um vinho cheio de especiarias. Porque o vinho da época de Cânticos era comumente misturado a diversas especiarias. Isaías mostrará a libertação trazida por parte do Messias por meio de força descomunal, onde suas vestes estarão manchadas de vinho, após seu árduo trabalho no lagar.
  • 39. 39 A cena de Isaias é de um trabalhador do lagar com as vestes completamente cor de vinho em virtude dos respingos. A cena é dos inimigos de Deus sendo destruídos, esmagados debaixo de grande ira, mas o resultado é que o sangue salpica suas vestes. É a cena de uma batalha transformada na cena de uma “batalha” no lagar. Para compreender a simbolismo do vinho nas Escrituras temos que estudar um pouco a história do vinho. A Babilônia já tinha leis que tratavam da exportação de vinhos e A Epopéia de Gilgamesh, mais antigo texto literário conhecido, data do século XVIII antes de Cristo. Na Grécia e em Roma, o vinho tinha sua origem cercada de lendas. Já no Egito antigo inscreviam nas jarras informações sobre a safra, a vinha de proveniência e o nome do vinhateiro – eram os primeiros rótulos. A terra dos antigos faraós nos legou listas com seus vinhos Os egípcios também se dedicavam ao vinho, fato que fora comprovado em 1922 por estudiosos. Na tumba do jovem faraó Tutankamon (1371- 1352 a .C.) foram encontradas 36 ânforas de vinho. Algumas delas continham inscrições sobre a região onde fora produzido, a safra, nome do comerciante. Especialmente em uma havia até mesmo o seguinte comentário: "muito boa qualidade". Os médicos gregos foram os primeiros a prescreverem o vinho como medicamento, incluindo Hipócrates, considerado mais tarde o pai da medicina. Os gregos também aprenderam a adicionar ervas e especiarias ao vinho para disfarçar a deterioração.
  • 40. 40 Se hoje os vinhos nos chegam engarrafado, e com o selo fiscal, no passado distante ele chegava em ânforas, fechadas com cera. Séculos antes de Cristo, o transporte de vinho e de azeite e, eventualmente, de figos e nozes era realizado em ânforas. Os gregos e depois os romanos transportavam e exportavam seus vinhos e azeites nessas ânforas. Uma vez chegadas ao destino, o líquido era colocado em recipientes menores. Barricas e barris, uma invenção dos gauleses ou celtas, chegaram muitos séculos depois. As ânforas eram feitas de terracota e revestidas por uma resina. Eram produzidas em massa e dentro de padrões de capacidade pré-estabelecidos. Às vezes traziam como garantia o carimbo do artesão numa das alças ou no gargalo da ânfora.
  • 41. 41 Os egípcios foram os primeiros a saber como registar e celebrar os detalhes da vinificação em suas pinturas que datam de 1.000 a 3.000 a.C. Nas tumbas dos faraós são vistas cenas mostrando como os vinhos eram bebidos. O consumo de vinho estava limitados aos ricos, nobres e sacerdotes. Os vinhedos e o vinho eram oferecidos ao deuses, especialmente pelos faraós, como mostram os registos do presente que Ramses III (1100 a.C.) fez ao deus Amun. Na Ilíada Homero fala de vinhos e descreve com lirismo a colheita durante o Outono. Entre as muitas evidências da sabedoria grega para o uso do vinho, são os escritos atribuídos a Eubulus por volta de 375 a.C. : “Eu preparo três taças para o moderado: uma para a saúde, que ele sorverá primeiro, a segunda para o amor e o prazer e a terceira para o sono. Quando essa taça acabou, os convidados sábios vão para casa. A quarta taça é a menos demorada, mas é a da violência; a quinta é a do tumulto, a sexta da orgia, a sétima a do olho roxo, a oitava é a do policial, a nona da ranzinzice e a décima a da loucura e da quebradeira dos móveis.” Columela, calculava que o cultivo de um hectare de cereal acarretava que uma só pessoa disponibilizasse quarenta e duas jornadas de trabalho ao longo do ano, enquanto uma mesma extensão de terreno ocupado por vinha, necessitaria de seis vezes mais jornadas, ou seja, duzentas e cinquenta e duas. Os egípcios criaram uma prensa tipo parafuso usando tiras vegetais e torção para extração do suco das uvas. Existiram vários sistemas de prensas e também os lagares rupestres onde as uvas eram batidas ou pisadas.
  • 42. 42 ( Lagar de Cortegaça – da época do império Romano – em Portugal) A mais citada de todas as lendas sobre a descoberta do vinho é uma versão persa que fala sobre Jamshid , um rei persa semi-mitológico que parece estar relacionado a Noé, pois teria construído um grande muro para salvar os animais do dilúvio. Na corte de Jamshid, as uvas eram mantidas em jarras para serem comidas fora da estação. Certa vez, uma das jarras estava cheia de suco e as uvas espumavam e exalavam um cheiro estranho sendo deixadas de lado por serem inapropriadas para comer e consideradas possível veneno. Uma donzela do harém tentou se matar ingerindo o possível veneno. Ao invés da morte ela encontrou alegria e um repousante sono. Ela narrou o ocorrido ao rei que ordenou, então, que uma grande quantidade de vinho fosse feita e Jamshid e sua corte beberam da nova bebida. A propósito, o código de Hammurabi e o código dos hititas são os dois primeiros livros sobre leis de que temos conhecimento e ambos fazem referência aos vinhos. No código de Hammurabi há três tópicos relacionados com as "casas de vinho". O primeiro diz que "a vendedora de vinhos que errar a conta será atirada à água"; o segundo afirma que "se a vendedora não prender marginais que estiverem tramando e os levar ao palácio seria punida com a morte"; a última diz que "uma sacerdotisa abrir uma casa de vinhos ou nela entrar para tomar um drinque, será queimada viva". Provavelmente havia predileção pelos vinhos doces (Homero descreve uvas secadas ao sol), mas haviam vários tipos diferentes de vinho. Laerte, o pai de Odisseu, cujos vinhedos eram seu orgulho e alegria, vangloriava-se de ter 50 tipos, cada um de um tipo diferente de uva. Com relação à prática de adicionar resina de pinheiro no vinho, utilizada na elaboração do moderno Retsina, parece que era rara na Grécia Antiga. No entanto, era comum fazer outras misturas com os vinhos e, na verdade, raramente eram bebidos puros. Era normal adicionar-se pelo menos água e, quanto mais formal a ocasião e mais sofisticada a comida, mais especiarias aromáticas eram adicionadas ao vinho.
  • 43. 43 Tudo que se queira saber sobre a vitivinicultura romana da época está no manual "De Re Rústica" (Sobre Temas do Campo), de aproximadamente 65 d.C, de autoria de um espanhol de Gades (hoje Cádiz), Lucius Columella. O manual chega a detalhes como: a produção por área plantada (que, surpreendentemente, é a mesma dos melhores vinhedos da França de hoje), a técnica de plantio em estacas com distância de dois passos entre elas (mais ou menos a mesma técnica usada hoje em vários vinhedos europeus), tipo de terreno, drenagem, colheita, prensagem, fermentação, etc. Galeno (131-201 d.C.), o famoso grego médico dos gladiadores e, posteriormente médico particular do imperador Marco Aurélio, escreveu um tratado denominado "De antídotos" sobre o uso de preparações à base de vinho e ervas, usadas como antídotos de venenos. Nesse tratado existem considerações perfeitas sobre os vinhos, tanto italianos como gregos, bebidos em Roma nessa época: como deveriam ser analisados, guardados e envelhecidos A maneira de Galeno escolher o melhor era começar com vinhos de 20 anos, que se esperava serem amargos, e, então, provar as safras mais novas até chegar-se ao vinho mais velho sem amargor. Segundo Galeno, o vinho "Falerniano" era ainda nessa época o melhor (tão famoso que era falsificado com freqüência) e o "Surrentino" o igualava em qualidade, embora mais duro e mais austero. A palavra "austero" é usada inúmeras vezes nas descrições de Galeno para a escolha dos vinhos e indica que o gosto de Roma estava se afastando dos vinhos espessos e doces que faziam da Campania a mais prestigiada região. Os vinhedos próximos a Roma, que anteriormente eram desprestigiados por causa de seus vinhos ásperos e ácidos, estavam entre os preferidos de Galeno. Ele descreveu os "grands crus" romanos, todos brancos, como fluídos, mas fortes e levemente adstringentes, variando entre encorpados e leves. Parece que o vinho tinto era a bebida do dia a dia nas tavernas. Após a queda do Império Romano seguiu-se uma época de obscuridade em praticamente todas as áreas da criatividade humana e os vinhedos parecem ter permanecido em latência até que alguém os fizesse renascer. Chegamos à Idade Média, época em que a Igreja Católica passa a ser a detentora das verdades humanas e divinas. Felizmente, o simbolismo do vinho na liturgia católica faz com que a Igreja desempenhe, nessa época, o papel mais importante do renascimento, desenvolvimentoe aprimoramento dos vinhedos e do vinho. Assim, nos séculos que se seguiram, a Igreja foi proprietária de inúmeros vinhedos nos mosteiros das principais ordens religiosas da época, como os franciscanos, beneditinos e cistercienses (ordem de São Bernardo), que se espalharam por toda Europa, levando consigo a sabedoria da elaboração do vinho. Dessa época são importantes três mosteiros franceses. Dois situam-se na Borgonha: um beneditino em Cluny, próximo de Mâcon (fundado em 529) e um cisterciense em Citeaux, próximo de Beaunne (fundado em 1098). O terceiro, cisterciense, está em Clairvaux na região de Champagne. Também famoso é o mosteiro cisterciense de Eberbach, na região do Rheingau, na Alemanha. Esse mosteiro, construido em 1136 por 12 monges de Clairvaux, enviados por São Bernardo, foi o maior estabelecimento vinícola do mundo durante os séculos XII e XIII e hoje abriga um excelente vinhedo estatal. Os hospitais também foram centros de produção e distribuição de vinhos e, à época, cuidavam não apenas dos doentes, mas também recebiam pobres, viajantes, estudantes e peregrinos. Um dos mais famosos é o Hôtel-Dieu ou Hospice de Beaune, fundado em 1443, até hoje mantido pelas vendas de vinho.
  • 44. 44 Também as universidades tiveram seu papel na divulgação e no consumo do vinho durante a Idade Média. Numa forma primitiva de turismo, iniciada pela Universidade de Paris e propagada pela Europa, os estudantes recebiam salvo conduto e ajuda de custo para viagens de intercâmbio cultural com outras universidades. Curiosamente, os estudantes andarilhos gastavam mais tempo em tavernas do que em salas de aulas e, embora cultos, estavam mais interessados em mulheres, músicas e vinhos. Eles se denominavam a "Ordem dos Goliardos" e, conheciam mais do que ninguém, os vinhos de toda a Europa. Hypocraz VINHO DE ESPECIARIAS (hipocraz) O Hipocraz é uma bebida medieval inventada por um médico grego do século 5 aC. Esta bebida é produzida a partir de vinho vermelho, mel e especiarias. Este vinho doce é criado com as especiarias reias como a canela, o cardamomo (tipo de gengibre), o cravo e o gengibre. É interessante observar que é da idade média, por volta do ano de 1.300, o primeiro livro impresso sobre o vinho: "Liber de Vinis". Escrito pelo espanhol ou catalão Arnaldus de Villanova, médico e professor da Universidade de Montpellier, o livro continha uma visão médica do vinho, provavelmente a primeira desde a escrita por Galeno. O livro cita as propriedades curativas de vinhos aromatizados com ervas em uma infinidade de doenças. Entre eles, o vinho aromatizado com arlequim teria "qualidades maravilhosas" tais como: "restabelecer o apetite e as energias, exaltar a alma, embelezar a face, promover o crescimento dos cabelos, limpar os dentes e manter a pessoa jovem". O autor também descreve aspectos interessantes como o costume fraudulento dos comerciantes oferecerem aos fregueses alcaçuz, nozes ou queijos salgados, antes que eles provassem seus vinhos, de modo a não perceberem o seu amargor e a acidez. Recomendava que os degustadores "poderiam safar-se de tal engodo degustando os vinhos pela manhã, após terem lavado a boca e comido algumas nacos de pão umedecido em água, pois com o estômago totalmente vazio ou muito cheio estraga o paladar ". Arnaldus Villanova, falecido em 1311, era uma figura polêmica e acreditava na segunda vinda do Messias no ano de 1378, o que lhe valeu uma longa rixa com os monges dominicanos que acabaram por queimar seu livro.
  • 45. 45 É importante mencionar um fato importantíssimo e trágico na história da vitivinicultura, ocorrido da segunda metade do século passado, em especial na década de 1870, até o início deste século. Trata-se de uma doença parasitária das vinhas, provocada pelo inseto Phylloxera vastatrix, cuja larva ataca as raízes. A Phylloxera, trazida à Europa em vinhas americanas contaminadas, destruiu praticamente todas as videiras européias. A salvação para o grande mal foi a descoberta de que as raízes das videiras americanas eram resistentes ao inseto e passaram a ser usadas como porta-enxerto para vinhas européias. Desse modo, as videiras americanas foram o remédio para a desgraça que elas próprias causaram às vitis européias. Extraído em sua maior parte da obra de Hugh Johnson "The Story of Wine" da editora Mitchell-Beazley, Londres, 1989 CICLO DA VIDEIRA Tal como todas as plantas de folha caduca, a videira depende da temperatura ambiente para suportar toda a actividade enzimática que está na base do seu ciclo vegetativo. Após a vindima, com o avançar do Outono e o consequente abaixamento das temperaturas, a videira vai deixando de ter condições que suportem a sua actividade, as folhas amarelecem e acabam por cair. Entre fim do Outono e o princípio do Inverno a videira entra em repouso vegetativo e só dele sairá quando as temperaturas médias do solo ultrapassarem os 12°C. É durante este período de repouso vegetativo que se realiza a já referida poda.
  • 46. 46 CHORO Dá-se nos últimos dias do Inverno ou início da Primavera e representa o fim do repouso vegetativo e o início de um novo ciclo vegetativo da videira, manifestando-se através da perda de seiva pelos cortes da poda. Tal só acontece porque as condições de temperatura começam a permitir a actividade enzimática da planta.
  • 47. 47 ABROLHAMENTO Inicialmente os gomos dos nós deixados pela poda começam a intumescer, parecendo como que cobertos de algodão. Em seguida aparece uma ponta verde, ficando posteriormente as pequenas folhas perfeitamente visíveis e separadas
  • 48. 48 PERIODO DE ANTERIOR À FLORAÇÃO Depois das pequenas folhas estarem visíveis, segue-se um período de expansão vegetativa durante o qual os factos mais importantes, por ordem cronológica, são: o aparecimento dos cachos, a separação dos cachos e a separação dos botões florais. FLORAÇÃO Decorre durante cerca de uma semana e meia, normalmente na metade final da Primavera. É um período crucial para a definição de uma colheita. Se a floração decorrer debaixo de chuva, o pólen é lavado dos estames e das flores, não se dá a polinização e a consequente fecundação. A flor não “vinga” em fruto (desavinho) e a colheita será bastante afectada
  • 49. 49 CRESCIMENTO DOS BAGOS É um período de grande expansão vegetativa coincidente com uma época de temperaturas mais elevadas. Os bagos passam pelo tamanho de "grãos de chumbo" e "bago de ervilha", até atingirem um certo tamanho que faz com que os cachos fiquem completamente fechados. Até esta fase os bagos das castas brancas e tintas mantêm a coloração verde opaca. MATURAÇÃO
  • 50. 50 Podemos definir o início da maturação com o aparecimento do "pintor", que representa a fase do ciclo vegetativo da videira que coincide com o aparecimento da cor tinta nas películas dos bagos tintos e da película translúcida nas castas brancas. O "pintor" poderá durar de uma a duas semanas, mas um bago muda de cor em 24 horas. A partir do "pintor" inicia-se uma fase de 35 a 55 dias durante a qual a uva acumula açúcares livres (glucose e frutose), potássio, aminoácidos e compostos fenólicos e vai perdendo ácido tartárico e ácido málico (dois ácidos que representam 90% dos ácidos presentes nos bagos de uva). Este período termina com a vindima, que poderá ocorrer no final do Verão ou no princípio do Outono. A partir daqui o ciclo repete-se e o viticultor passa a aguardar ansiosamente a nova colheita!
  • 51. 51 A Adubação Ao solo Fazem-se normalmente no Inverno para que a água da chuva faça a incorporação dos nutrientes no perfil do solo: 1. Com matéria orgânica 2. Com adubos minerais A PODA A poda é a operação realizada durante o período de repouso vegetativo da videira, que ocorre normalmente no Inverno. É o processo através do qual se contraria a tendência natural da videira para crescer, trepar, ocupar território e competir pela luz e que tem como objetivo obrigá-la a produzir equilibradamente e com qualidade. A poda consiste no corte das varas que se desenvolveram no ano anterior, deixando gomos na sua base que darão origem a novas varas carregadas de frutos. O número de gomos que se deixam durante a poda é função do sistema de condução, da densidade de plantação, da fertilidade do solo, da disponibilidade de água e do estado de vigor da videira.
  • 52. 52 Detalhe da poda seca Os galhos mais frágeis são retirados de modo a permitir a circulação da seiva apenas nos galhos frondosos, diminuindo a produtividade e aumentando a qualidade das uvas em formação. EMPA Utilizado em sistemas de condução do tipo Guyot, a empa consiste em dobrar e amarrar a vara ao arame de forma a distribuir a vegetação que se vai desenvolver, contrariando a tendência natural que a videira tem para fazer abrolhar os gomos mais distantes, um fenómeno denominado "dominância apical". Ao dobrar a vara, dificulta-se a passagem da seiva, obrigando ao desenvolvimento dos gomos da base que, de outra forma, não frutificariam.
  • 53. 53 REPLANTAÇÕES Caso haja plantas mortas há que substituí-las por plantas novas, normalmente sob a forma de enxertos prontos, que deverão ser plantados no início da Primavera. Quinta de Azevedo – Vinhal – videiras verdes PRAGAS 1. Pragas: 1. Ácaros 2. Coleópteros 3. Cochonilha 4. Cicadela 5. Traça da vinha 6. Moluscos 1. Lesmas 2. Caracóis 7. Nemátodos 8. Filoxera
  • 54. 54 2. Doenças: 1. Provocadas por Fungos 1. Escoriose (Phomopsis vitícola) 2. Míldio (Plasmopara vitícola) 3. Oídio (Uncinula necator, Oidium tuckeri 4. Podridão cinzenta (Botrytis cinérea) 5. Doenças do lenho 1. Eutipiose (Eutypa lata) 2. Esca (Stereum hirsutum) 2. Provocadas por bactérias Normalmente tendo insectos como vectores. 3. Provocadas por vírus Normalmente tendo nemátodos como vectores, são doenças facilmente transmissíveis de planta para planta através das tesouras de poda ou outro material de corte. Ácaro vermelho europeu Panonychus ulmi Efeito do ácaro nas folhas da vide
  • 55. 55 Traça da vinha Doença – oido
  • 56. 56 Doença - mildio
  • 57. 57 Doença Mildio nas folhas Eutipiose.
  • 58. 58 Antigo lagar de Vinho em Cafarnaum no mar da Galiléia No Jardim do local onde é considerada a tumba que guardou momentaneamente a Cristo Há significativamente um Lagar
  • 59. 59 Bet Sames, escola infantil
  • 60. 60 Em todo o Antigo Testamento bíblico, apenas o Livro de Jonas não tem referência à videira. As mulheres romanas foram proibidas de beber vinho, e um marido que encontrasse a sua esposa bebendo tinha liberdade para matá-la. Um divórcio com os mesmos fundamentos foi último gravado em Roma em 194 BCG O vinho muitas vezes cria uma "sinergia" interessante com alimentos Quando o vinho e comida são colocados juntos, eles têm "sinergia" ou geram um terceiro sabor além do que a comida ou bebida oferece sozinha. Nem todos os vinhos melhoram com o tempo. Na verdade, a grande maioria dos vinhos produzidos estão prontos para beber e não tem muito potencial para o envelhecimento. Apenas alguns raros vai durar mais tempo do que um decada. O vinho tem um efeito mais concentrado em mulheres do que em homens As mulheres estão mais susceptíveis aos efeitos de vinho do que nos homens, em parte, porque elas têm menos de uma enzima no revestimento do estômago, que é necessária para metabolizar o álcool eficientemente. No centro da vida social e intelectual grego existiu o Simpósio, que significa, literalmente, "beber juntos." De fato, o simpósio reflete carinho grego para a mistura de vinho e discussão intelectual. A combinação do tipo de solo, clima, grau de inclinação e exposição ao sol constitui o terroir de uma vinha eo que faz cada vinhedo e de cada vinho, unicos Os Odres eram uma forma comum para o transporte de vinho no mundo antigo. Peles de animais (geralmente cabras) eram limpas e cozinhadas e virando-se do avesso para que o lado peludo já tratado ficasse em contato com o vinho. Com a idade, os vinhos tintos tendem a perder a cor e eventualmente, acabar por uma cor de tijolo vermelho. Por outro lado, os vinhos brancos ganham cor, tornando-se de dourados, eventualmente, marrom-amararelados.
  • 61. 61 Na lingua Inglesa a palavra "vinho" pode ser enraizada em “yayin” semita (significando lamentação e choro). Em árabe, a palavra para vinho é carroça. Em grego, é oinos. Nas línguas românicas é vin, vino, vina, vinho. No antigo Egito, a capacidade de armazenar o vinho até o vencimento era considerado alquimia ou magia e era privilégio apenas dos faraós. A viinificação é um tema importante em uma das mais antigas obras literárias conhecidas, a Epopéia de Gilgamesh. A divindade responsável pelo vinho era a deusa Siduri, cuja representação sugere uma associação simbólica entre o vinho ea fertilitilidade. A festa do amor entre Baal e Anat, irmãos e noivos, era regada pelo vinho produzido graças às chuvas que caíram durante o inverno. A gratidão era dirigida principalmente à Deusa, grande heroína, cujo amor era representado pelo vinho. Borra do vinho O Padrão de Ur é a mais antiga imagem do mundo representando o consumo do vinho. Possui cerca de 5000 anos de idade.
  • 62. 62 Quarenta ânforas encontradas na parte interna de uma adega de um palácio israelense, contém resíduos de um dos mais antigos vinhos do mundo: Detalhes das ânforas encontradas. Fonte: scienze.fanpage.it Os arqueólogos, há muito tempo sabiam que se tivéssemos tido a oportunidade de provar o vinho como era feito antigamente, sentiríamos uma quantidade de aromas e especiarias que sem dúvida, o tornavam peculiar. Esses arqueólogos agora terão mais informações, devido ao que foi descoberto recentemente na adega de um palácio de uma cidade cananéia, em Israel setentrional, no sítio arqueológico de Tel Kabri: foi encontrada uma “reserva de garrafas” de 1.700 a.C! Arqueólogos israelenses e americanos foram os autores dessa descoberta, divulgada há alguns dias, em Baltimore, no encontro anual da . Sempre se soube que os vinhos da antiguidade era uma bebida da qual nos aproximaríamos com muita dificuldade: eram muitos os ingredientes colocados nele – um pouco por causas
  • 63. 63 ligadas ao paladar da época, mas sobretudo porque alguns ingredientes tinham função bactericida. Mas é interessante lembrar que, para favorecer a conservação dos alimentos, a culinária dos nossos antepassados, muitas vezes, era rica de sal (sabemos, por exemplo, do molho que os romanos usavam na maioria dos seus pratos, o garum, que era obtido através da parte interna dos peixes e do peixe salgado), o que exigia que os pratos fossem acompanhados por uma bebida de sabor bem marcante. Foram encontrados restos de 40 ânforas, que foram conservadas na sala onde os antigos proprietários faziam as suas refeições ou festejavam juntos com seus hóspedes. Considerando a quantidade e a dimensão dos recipientes encontrados, feitos em terracotta (argila), na adega cabiam 3.000 garrafas de vinho, brancos e tintos. Infelizmente a maior parte desses recipientes estava quebrada por causa de um desabamento que, cerca de 3.600 anos atrás, sepultou esse tesouro alcoólico. De acordo com os estudiosos, é muito provável que tenha sido um terremoto, a causa desse desabamento. Apesar do líquido das ânforas ter desaparecido com o tempo, traços desse liquido se revelaram extremamente interessantes. Os pesquisadores tiveram que trabalhar muito rapidamente nos resíduos encontrados, antes que eles fossem contaminados pela exposição ocorrida, após séculos dormindo secretamente. Assim, a pesquisa que tinha como objetivo encontrar um dos vinhos mais antigos da história, foi apresentado com orgulho pelos arqueólogos da George Washington University e da University of Haifa, que trabalharam juntos nessa grande descoberta. As análises químicas dos resíduos que resistiram ao tempo, restituíram o “sabor” do líquido que continha nas ânforas, ou pelo menos deram uma ideia aproximada de como o vinho da Antiguidade era diferente do nosso vinho: menta, mel, canela, zimbro e resinas estavam entre os ingredientes principais e eram utilizados principalmente para evitar a deterioração desses vinhos. Uma “receita” que pra nós parece insólita, não era para os contemporâneos desses senhores que viveram nessa terra israelense de 3.700 anos atrás, e também não era para aqueles que vieram logo depois deles, mesmo após muitos séculos. Basta pensar ao vinho que os romanos bebiam, cujos vestígios foram encontrados no fundo de algumas ânforas, também analisadas quimicamente. Traços de um vinho que devia ser muito parecido com os traços dos vinhos dos romanos, foram encontrados em odres (recipientes feitos de pele de cabra), provenientes também, da Palestina, na tumba do Rei Escorpião I, soberano que governou o Egito e morreu em torno de 3.150 a.C.. O uso de especiarias, aromas e resinas, além de servir para melhorar a conservação dos vinhos, deve ser visto do ponto de vista medicinal, que era atribuído à bebida “descoberta” por Noé: era utilizado normalmente como medicamento, e continha ingredientes que ajudavam a potencializar seus efeitos benéficos no organismo. Em resumo, usado nas festas e rituais da antiguidade, como meio de união de estudantes para debate, misturado como libações a divindades, usado como remédio e para despertar a paixão, para conquista feminina, como sinal de status e poder, como reminiscência das histórias de amor do mundo mítico da antiguidade, como referência direta a pessoa do Messias, como moeda para compra de bens, produzido por vinhais exclusivos, e cuja qualidade dependia do clima, do terreno e dos cuidados. O vinho de qualidade era um produto precioso na antiguidade, presença continua nos banquetes reais e nas grandes solenidades cívicas e religiosas. Os nobres e soberanos possuíam acesso a uma qualidade especial de vinho, que na antiguidade era misturado com mel e preservado em ânforas de terracota, transportados em odres de peles de animais tratadas, que não sofriam deterioração com o tempo de uso, por isso Jesus afirma que não se guarda vinho novo em
  • 64. 64 odres velhos, porque senão se rompem os odres velhos e se desperdiçaria o vinho novo. A generosidade das famílias era relacionada a quantidade do vinho oferecido nas festas e a estima dos convidados relacionados à qualidade do vinho oferecido. O vinho novo era sempre o melhor, recém-colhido, recém fabricado. O melhor vinho de todos pertencia a adega real. O vinho percorre as Escrituras ligando a época dos pais – Noé, passando por Abraão, testemunhando os grandes eventos da história de Israel. Votos especiais eram feitos à Deus em busca de bênçãos com a abstinência de vinho, o chamado voto de nazireado. O mais fabuloso nazireu das Escrituras foi, divertidamente, um grande beberrão. Sansão. O vinho estava presente como testemunho da cura dos leprosos, derramado no chão, estava presente na morte dos sacrifícios pelo pecado, incluindo a grande oferta do dia da expiação. Quando a bezerra vermelha ou o cordeiro foi oferecido na hora nona, a segundo sacrifício da sexta-feira de páscoa, o vinho também era derramado. Jesus faz a sua última oração no Getsemani, um lagar de azeite. Mas que também poderia ser usado para esmagar uvas. Pouco antes Jesus levantava um cálice com vinho cheio de especiarias e dizia “este é o meu sangue, vertido por amor a vós” na última ceia. No mesmo Getsemani Jesus intercede tão intensamente que de seus poros brotam sangue. E suas roupas ficam salpicadas dele. É a cena profetizada em Isaias. Jesus é a “videira verdadeira”, ele se compara a uma vinha, e usa as comparações com vinicultura, manutenção das vides, para nos ensinar sobre frutificação. A videira é um símbolo então para Cristo, assim como o foi para Israel e assim como o será para a Igreja de Cristo. A igreja é videira, é vide, é vinha. O processo de crescimento e o trabalho com uma vinha é repleto de símiles com o crescimento espiritual da Igreja. Como um dos símbolos mais profundos do vinho é também o Espírito de Deus, e o vinho se identifica com o sangue que é símbolo de vida, temos uma bela representação da E os processos de cuidado com a Vinha, todos possuem paralelos com o crescimento espiritual. Tanto o individual como o do grupo, da congregação. E numa visão mais ampla, de todo a Igreja. E sendo mais abrangente a dimensão humana, sua história, suas conquistas e derrotas podem ser representadas pela videira. As pragas e as doenças refletem as questões que destroem a vinha. A doença é mais atroz, deixa marcas visíveis, se alastra com maior dificuldade em seu combate. Ministérios espirituais doentes são como casas assombradas. A parábola porém não se limita a Igreja. A sabedoria de Deus é extraordinária. E ilimitada. A aplicação dos paralelos se estendem a toda forma de relacionamento humano. Gerentes doentes pelo autoritarismo fruto do poder que sua organização lhes concede, políticos embriagados pelo poder usufruindo de bens que não lhe pertencem, astros que adoeceram em virtude da fama e por não terem raízes mais profundas na terra chamada vida, murcharam pela ausência de alimento espiritual para suas vidas. O Estado, vinha contaminada e doente se assenhorou do trabalho de muitos e em nome de preservar a si mesmo, matou a milhões. Políticos assenhorados pela praga da ganancia, não deram fruto, antes os comeram sozinhos. A religiosidade é uma vinha apodrecida, repleta de pragas e de doenças espirituais profundas, e hoje milhões são atraídos por filosofias inúteis, rituais vazios, ou mesmo práticas espirituais que os aprisionam a falsos profetas ou a espíritos malignos. Na Índia, procissões de pessoas se flagelam em nome de suas divindades, no Brasil milhões se escravizam a poderes que deles exigem oferendas, sacrifícios, rituais de feitiçaria e todo tipo de enfermidade espiritual. Famílias como videiras adoentadas, destruídas pela violência contra a mulher, contra os filhos, problemas de drogas, embriagues, brigas e dor. A videira da política absolutamente contaminada por interesses
  • 65. 65 de grandes empreiteiras. A videira do ensino contaminada pelo orgulho de muitos profissionais que confiaram mais em seus méritos que na cooperação com seus alunos. Milhares de alunos são destratados nas faculdades pela praga do orgulho acadêmico. O mundo humano parece viver embriagado, políticos e banqueiros agem como se estivessem bêbados, sem considerar a dor de seus atos e os males às gerações futuras Mas de modo inigualável a vinha e o vinho nos traduz coisas espirituais. Realidades espirituais. Há um momento nas Escrituras que a escola de profetas se corrompe. Nas religiões da antiguidade era comum o uso de drogas alucinógenas para que alguns sacerdotes invocassem ou recebessem visões. Os profetas corrompidos usando de seus cargos como profissão, em dado momento na cidade de Jerusalém, embriagavam-se diariamente. Em Isaias capitulo 28 o Espírito concede um texto que lembra o andar de um bêbado, uma poesia que trata de profetas bêbados Também estes erram por causa do vinho, e com a bebida forte se desencaminham: Os sacerdotes e os profetas erram por causa de bebida forte, e são absorvidos pelo vinho; desencaminham-se (se envolve com coisas erradas) por causa da bebida forte (mas o início, se começa com bebida fraca), andam errados na visão (deixaram a visão de Deus), e tropeçam no juízo. Todas as suas mesas estão cheias de vômitos e de imundícia, e não há nenhum lugar limpo. Isaias 28. 7
  • 66. 66 A: Mas também estes cambaleiam por causa do vinho, B: e com a bebida forte se desencaminham; C: até o sacerdote C: e o profeta B: erram por causa da bebida forte; A: são absorvidos pelo vinho; desencaminham-se por causa da bebida forte; andam errados na visão e tropeçam no juízo. Todas as suas mesas estão cheias de vômitos e de imundícia, e não há nenhum lugar limpo. Isaias 28. 7, 8 Eles erravam, significava que AINDA que estivessem recebendo algo da parte de Deus ou ainda exercessem o ofício profético e o sacerdotal, erravam por causa da bebida, o profeta não entendia o que estava vendo, de tão alucinado e o sacerdote não dizia coisa com coisa. As funções do sacerdote do Velho Testamento era a de ensinar as Escrituras, interceder, julgar causas em alguns momentos. Imagine um professor, um padre e um juiz bêbados e você terá ideia da tragédia. A visão é pior ainda, quando passavam mal de tanto beber e o efeito era devastador. Porque as vezes eles faziam isso em grupo, centenas e até milhares.
  • 67. 67 Em dado momento, num estado ainda mais degradante os profetas desacreditados e já dependentes da bebida começavam a “trocar” profecias por bebida. O que as Escrituras denominam “bebida forte” eram vinhos e misturas com forte teor alcoólico. A “embriagues espiritual” significa para o teólogo a mistura de doutrinas espúrias e filosofias meramente humanas a interpretação das Escrituras. Para os que exercem ministérios proféticos, significa outra coisa muito mais grave. Num sentido restrito o vinho é símbolo do espírito. E sabemos que há pelos menos quatro qualidades de seres espirituais distintos. Deus – O espírito de Deus Anjos – espíritos ministradores Homens – espírito humano Demônios. – espíritos imundos. Quatro tipos de bebidas. Quatro tipos de vinho. Quando uma igreja corrompe seus ministérios mistura o vinho do Espírito com o vinho de demônios. Significa que parte das garrafas na mesa da comunhão, uma parábola, é de bom vinho. Porém, outras estão envenenadas. Imagine um lugar onde profecias verdadeiras se misturam a falsas profecias. Onde o entendimento profundo das Escrituras se mistura a doutrinas malignas. Imagine um lugar em que há a unção, e em algum instante, uma falsificação humana. Uma mentira. Uma videira enferma simboliza uma igreja que possui doutrinas que a impedem de crescer, ou operações espirituais falsificadas. Em alguns casos o ministério de uma nação pode ser impactado com uma doutrina que contamine diversos ministérios, com alguma coisa espúria que impede o crescimento e o fortalecimento da verdadeira vinha. Cada vinha representa uma igreja ou determinado ministério. Cada vinha é única, nasce e cresce sobre certas condições. O que define a qualidade do vinho de uma vinha é o clima, o solo, os nutrientes, a umidade, as chuvas. Não há como existir uma única vinha com um tipo de vinho. Não existe uma doutrina, uma única revelação, um tipo de visão ou um grupo que se assenhore a vinha da terra. A igreja não possui dono que não seja CRISTO. Todos os pastores são trabalhadores e responsáveis pela sua vinha. Só dela. Assim como cada um de nós de sua videira particular, nossas vidas espirituais. A qualidade do vinho é dada pela pureza da água, pela nutrição adequada. Uma obra espiritual é marcada pelo grau de pureza e exatidão de seu evangelho, pela sinceridade e exatidão na interpretação e aplicação das realidades espirituais que fluem dos céus. A Igreja é um organismo cujo crescimento está ligado a uma outra dimensão. Ela é necessariamente sobrenatural e dependente do Espírito de Deus que a VIVIFICA. Plinio, o Velho ( História Natural XIV,22,2) ATRIBUI AOS VINHOS DO Líbano “um aroma de incenso”, informa-nos que estes eram oferecidos aos deuses. O vinho de Israel produzido pelas vinhas de Salomão eram tão apreciados que Hirão o rei de Tiro o exigia em seus acordos, ainda que Tiro na antiguidade fosse exportadora de vinho e de azeite. Nas ruínas de Tiro foram descobertas ânforas palestinas, contendo restos de vinho.
  • 68. 68 Sidon exportava seu vinho para o Egito na época do Império Persa. O vinho é revestido de profundo simbolismo nas Escrituras. Ele está presente na profissão de Noé, na cena de sua embriagues e nudez, é presente nas ofertas sacerdotais onde era derramado na terra junto com as libações, está atrelado a uma profecia que aponta para Cristo em Genesis. Gênesis 27:28 Ele amarrará seu jumento a uma videira; e o seu jumentinho, ao ramo mais seleto; lavará no vinho as suas roupas; no sangue das uvas, as suas vestimentas. Era proibido aos sacerdotes entrarem embriagados na tenda da congregação. Haviam votos específicos de não bebe-lo, como o voto do nazireado do qual Sansão, que por sinal bebia muito, é um dos personagens mais conhecidos. Leremos em Jeremias a respeito de uma família que promete a seu patriarca jamais beber do fruto da videira e que quatro gerações depois os homens do clã ainda guardavam aquele preceito. O que gerou uma “enciumada” resposta profética. Deus usa o exemplo de uma única ordem emitida por um homem humilde, uma única vez, cumprida rigorosamente, à custa de certo sacrifício, por mais de quatro gerações! E suas centenas de ordens, dele, o Criador, Senhor, Todo-poderoso, Altíssimo, que foram repetidas milhares de vezes, anos seguidos, por meio de inúmeros ministérios, incluindo o profético, serem ignoradas desrespeitosamente. O sangue simbolizava alegria, vida e ao mesmo tempo o sangue. Era sinal de prosperidade, de festa e também alimento básico. Era usado para festejar o nascimento, para a oferta, para lamentar a morte. Presente do nascimento ao enterro, presentes em todas as festas judaicas, incluindo a páscoa. O bom nome era como o bom vinho. A angustia, a amargura, o fel, como o vinho estragado, como o vinagre. O vinho derramado como desperdício. O vinho novo indicava a prosperidade, a boa-colheita, sua venda era a base da economia de milhares de vinhateiros. Um casamento era medido em importância pela quantidade do vinho distribuído. Se o vinho não fosse o suficiente para que os convidados brindassem até o final da festa, simbolizava que o casamento estava sendo oferecido por uma família humilde. Se o vinho acabasse no meio da festa de casamento, que em Israel duraria por muitos dias, significava vergonha para os pais da noiva. Se terminasse no início, quase uma tragédia familiar. Nas bodas de Cana, após a água ser transformada em vinho, um dos convidados se espantará, não com a quantidade do mesmo. Mas com a qualidade, com sua excelência, porque de modo generoso e fabuloso quem os convidou para a festa guardou o melhor para o final e para os convidados! Não para si próprios. Sentia-se honrado pela generosidade do casal, sem saber que aquilo era generosidade do Espírito de Deus. Os sacrifícios e os holocaustos eram acompanhados pelo derramamento do vinho! Quando às três horas da tarde Jesus morrer no calvário, neste instante o segundo cordeiro do dia estava sendo morto. Num sacrifício único, o de Yom Kipur, o que representava toda a nação, que teria seu sangue derramado sobre a arca do concerto, se ela ainda existisse na época de Cristo. O Sumo sacerdote degolaria o cordeiro, ou o bezerro de cor avermelhada, e entraria no santo dos santos. Porém, antes derramaria um litro de vinho no chão.
  • 69. 69 Jesus o denominara na instituição da ceia de “meu sangue”. 7,10 – “O céu da tua boca é como vinho bom” (wehikeké kéeyyn hatôv). O poema semelhante aos wasfs árabes, da Sulamita (7,3a) trata de um tipo de vinho chamado maseg. Ao citar a palavra “taça” (‘agan), indicará um ambiente refinado. É um vinho excelente. Um vinho que era usado pelos reis. Um vinho da adega real, usado em ocasiões especiais. No Livro de Ester o rei Assuero prepara uma festa de longa duração e quando o vinho está acabando, solicita aos seus oficiais que abram e distribuam a vontade o vinho especial, da maior adaga da história que poderia sustentar por anos o consumo de vinho dos palácios persas. Em Apocalipse oito vezes a figura do vinho será invocado. Denominado do “vinho da ira”. O vinho é inebriante e potencializa emoções. Ele “altera” os sentidos e se uma pessoa for dominada pela raiva enquanto estiver alcoolizada perde a capacidade de raciocinar. Milhares de lares brasileiros provaram do “vinho da ira” que é a tragédia causada por maridos bêbados que batem em seus filhos, filhas e esposas. Muitas foram mortas pelos seus esposos embriagados que só deram conta do que fizeram após siar do estado de embriaguez. Em Apocalipse é utilizada a sua figura no juízo, onde a repreensão e o juízo, agem sem repressão, sem interferência, sem poderem ser contidos. Em Cantares veremos toda essa multiformidade do vinho. Basicamente os dois vão passar grande parte de Cantares, embriagados. Ela chora ruidosamente quando ele não chega, ele tece um milhão de elogios à amada, os guardas bêbados a espancam, ele bebe pra ter coragem pra dar-lhe um beijão, ela bebe pra ter coragem pra roubar o grupo de cabritos e ir em direção a um grupo de desconhecidos, ele está meio embriagado na festa em que a moça irá dançar e depois eles que eles se casam há uma festança, regada, logicamente, a vinho da melhor qualidade. E dependendo do contexto o vinho adotará uma das muitas figuras que o referenciam na linguagem das Escrituras. Vida, Ira, Alegria, Amor, sangue derramado, comunhão. Incluindo o Espírito de Deus: E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito, Paulo ordena que se alguém tiver que ficar bêbado, que fique embriagado do Espírito de Deus. Vinho “E o vinho que alegra o coração do homem, e faz reluzir o seu rosto como o azeite, e o pão que fortalece o seu coração” (Sl 104.15). Este texto une o símbolo do Vinho ao do Azeite. O vinho nos fala de uma das características da presença do Espírito de Deus em nós. A ALEGRIA. Vinhal ou Vinha em Israel
  • 70. 70 Mapa dos vinhas atuais em Israel