SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 10
Baixar para ler offline
VI Seminário de Iniciação Científica – SóLetras - 2009 ISSN 1808-9216
FÁBULA: UMA PROPOSTA DE LEITURA DO GÊNERO
Silcinei de Oliveira Benetti (G – UENP/ Campus Jac.)
Sillcinney2005@hotmail.com
Marilúcia dos Santos Domingos Striquer
(Orientadora UENP/Campus Jac.)
INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem por objetivo propor uma sequência
didática para o trabalho com alunos da 5ª série do Ensino
Fundamental, especificamente no que se refere à etapa da leitura
do gênero. De acordo com Dolz e Schneuwly (2004) o trabalho
com a sequência didática, ou seja, a transposição da teoria sobre
gêneros textuais para a prática da sala de aula, é importante, e até
mesmo fundamental, porque permite, de modo efetivo, o ensino da
oralidade e da escrita, baseados em projetos de classe. Contudo,
essa proposta se concentra apenas sobre o trabalho com gêneros
escritos, como é o caso do gênero fábula.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A sequência didática, de acordo com Dolz & Schneuwly
(2004 p. 95-128) divide-se da seguinte forma:
ESQUEMA DA SEQUÊNCIA DIDÁTICA
1
VI Seminário de Iniciação Científica – SóLetras - 2009 ISSN 1808-9216
Na primeira etapa, então chamada de “Apresentação”, é
constituída de uma situação que visa expor aos alunos um projeto de
comunicação que será realizado na produção final. Tem por finalidade
prepará-los para a produção inicial, que pode ser considerada uma
primeira tentativa de realização do gênero que será trabalhado nos
módulos. A apresentação da situação é, portanto, o momento em que a
turma constrói uma representação da situação de comunicação e da
atividade de linguagem a ser executada. Está é uma etapa fundamental e
ao mesmo tempo difícil, pois envolve duas dimensões que podem ser
distinguidas:
a) Apresentar um problema de comunicação bem definido;
• Qual é o gênero que será abordado?
• A quem se dirige a produção?
• Que forma assumirá a produção?
• Quem participará da produção?
b) Preparar os conteúdos dos textos que serão produzidos.
• Quais conteúdos serão trabalhados?
• Qual a importância deste conteúdo?
“Produção Inicial”, essa segunda etapa possibilita que o
professor tenha condições de avaliar os conhecimentos adquiridos pelo
aluno para a realização da tarefa, ou seja, para a produção do gênero em
enfoque. Através das dificuldades, observados diretamente na produção
do aluno, o professor pode planejar atividades que encaminhem o domínio
do gênero em questão. Tais atividades é que constituem a etapa dos
“Módulos”, uma vez que eles têm a finalidade de auxiliar os alunos em
Módul
o 1
Módul
o 2
PRODUÇÃO
INICIAL
PRODUÇÃO
FINAL
2
Apresentação
da situação
VI Seminário de Iniciação Científica – SóLetras - 2009 ISSN 1808-9216
suas dificuldades. Isto é, para cada item a ser trabalhado, por exemplo,
coesão verbal, coesão nominal, entre outros, um módulo de trabalho, ou
mais, conforme a necessidade da classe, é elaborado e desenvolvido junto
aos alunos.
A última etapa é a “Produção Final”, a qual ocorre após
sanadas as dificuldades diagnosticadas na produção inicial e trabalhada
nos módulos. É o momento em que os alunos produzem o texto final
(DOLZ & SCHNEUWLY, 2004).
UMA PROPOSTA
A sequência aqui proposta, ou seja, o conjunto sistemático de
atividades aqui apresentadas foi elaborado tendo como norte uma 5ª série
do Ensino Fundamental. É importante esclarecer que foi delimitado para
este momento, em apresentar apenas a sequência didática elaborada, no
entanto, antes dela, evidentemente, é preciso, de acordo com a teoria de
Dolz e Schnewly (2004), o planejamento e a elaboração de modelos
didáticos que contemplem o projeto de classe, ou seja, uma motivação,
ou justificativa prática/social para o trabalho com o gênero em questão e
a análise sistemática dos textos que serão instrumentos de trabalho no
processo de ensino e aprendizagem do gênero. Atividades,
evidentemente, desenvolvidas, mas para ser coerente ao objetivo
proposto para este artigo, elas não serão abordadas.
No primeiro momento, isto é, na “Apresentação da situação”, o
professor propõe aos alunos a elaboração de uma coletânea de fábulas.
Cada aluno escreverá uma fábula para compor a coletânea da sala e ao
final de todo o trabalho essa coletânea fará parte do acervo da biblioteca
da escola.
São, então, oferecidos aos alunos textos da esfera literária, como,
por exemplo, o conto e a fábula. Como sugestão: o conto - Chapeuzinho
3
VI Seminário de Iniciação Científica – SóLetras - 2009 ISSN 1808-9216
Vermelho, dos Irmãos Grimm; a fábula - A cigarra e as formigas, de
Esopo. Primeiramente, a leitura dos dois textos é realizada de forma
conjunta com os alunos. Depois, os alunos são encaminhados, através de
perguntas elaboradas pelo professor, a perceberem que existem
diferenças entre um texto e outro, principalmente, neste caso, na intenção
de um desses textos no que se refere à interação entre o autor e o leitor.
Isto é, a fábula, assim como o conto, é uma narrativa curta, constituída
de uma célula dramática, trabalhada sobre espaço restrito, com duração,
por vezes, de um curto espaço de tempo, trabalha com o imaginário das
pessoas. Contudo, a fábula, além de se constituir, quase sempre, de
animais ou seres inanimados como personagens, os quais representam,
na verdade, seres humanos, ela, sobretudo, pretende transmitir alguma
lição de fundo moral. Ou seja, o autor de uma fábula busca sempre levar
o leitor a pensar, ou repensar, sobre valores morais presente na
sociedade.
Dessa forma, pela especificidade da constituição de cada texto, além
dos fatores sociais e históricos, é que este se concebe em um gênero
textual. Sendo assim, a próxima etapa de trabalho pode ser apresentar
um conjunto de fábulas para o trabalho com a leitura.
A cigarra e as formigas
Durante o inverno, as formigas trabalhavam para secar o grão
úmido, quando uma cigarra, faminta lhe pediu algo para comer. As
formigas lhe perguntaram: “Por que, no verão, não reservaste também o
teu alimento?”. E a cigarra respondeu: “Não tinha tempo, pois cantava,
alegrando o mundo com a minha melodia” E as formigas, rindo, disseram:
“Pois bem, se cantavas no verão, dance agora no inverno”.
Moral: Descuidar de certos trabalhos pode trazer tristezas e falta.
Esopo: fábulas. Tradução de Pietro Nassetti. SP: Martin Claret, 2009.
4
VI Seminário de Iniciação Científica – SóLetras - 2009 ISSN 1808-9216
O sapo e o boi
Existiu, há muitos anos, um boi de grande beleza e altivez. Certo
dia, enquanto o magnífico animal dava o seu costumeiro passeio à tarde,
passou por ali um sapo esfanapado maltrapilho. Ao ver o boi, ficou
extasiado e cheio de inveja, e disse aos amigos: “Repare na pose do
grandão! Bem, não posso dizer que ele seja elegante... mas e daí, se eu
quisesse, também eu seria elegante!”.
Dizendo isso o sapo estufou a barriga e em pouco tempo já estava
com o dobro de seu tamanho normal.
- Já estou grande que nem ele? – perguntou.
Não, ainda falta muito! – responderam os amigos. O sapo se estufou
mais ainda e perguntou novamente.
- não – falaram os outros sapos – e é melhor você parar com isso
porque senão vai acabar se machucando. Mas tamanha era a vontade do
sapo de imitar o boi que ele continuou se estufando, estufando, estufando
– até estourar.
Moral: Seja sempre você mesmo.
Esopo: fábulas. Tradução de Pietro Nassetti. SP: Martin Claret, 2009.
O leão e o rato reconhecido
Um rato passeava sobre o corpo de um leão adormecido. Este
acordou, e tendo apanhado o rato, ia comê-lo. Mas o rato suplicou-lhe que
o largasse, dizendo que, se o poupasse, lhe pagaria o favor; e o leão
sorriu e deixou-o partir. Pouco depois, aconteceu que o leão foi salvo pelo
reconhecimento do rato. De fato, aquele fora apanhado por caçadores e
amarrado a uma árvore com uma corda. Assim que ouviu seus gemidos,
o rato veio até ele, roeu a corda, e o libertou, dizendo: “Ainda há pouco
riste de mim, não acreditando que eu cumprisse minha palavra, mas
agora vês que também entre os ratos existe reconhecimento”.
Moral: A fábula mostra que, nos revezes, os muito poderosos têm
necessidade dos mais fracos.
5
VI Seminário de Iniciação Científica – SóLetras - 2009 ISSN 1808-9216
Esopo: fábulas. Tradução de Pietro Nassetti. SP: Martin Claret, 2009.
O galo e a jóia
Certa vez, um galo jovem e energético ciscava a poeira do chão
quando encontrou uma jóia. Certo de que tinha encontrado uma coisa
preciosa, mas sem saber muito bem o que fazer daquilo, o galo ficou com
ar importante e disse a jóia:
- olhe, sei que você é uma coisa muito fina. Mas não é do meu
gosto. Para falar a verdade, eu preferia de longe um grão de uma
deliciosa cevada.
Moral: Às vezes o que é precioso para um, não tem valor nenhum para
outro.
Esopo: fábulas. Tradução de Pietro Nassetti. SP: Martin Claret, 2009.
A raposa e a cegonha
Certa vez uma raposa convidou a cegonha para jantar. Querendo
pregar uma peça na outra, serviu sopa em um prato raso. Logicamente a
raposa tomou toda a sua sopa sem o menor problema, mas a pobre
cegonha com seu bico comprido mal pode tomar uma gota. O resultado foi
que a cegonha voltou para a casa morrendo de fome. A raposa fingiu
preocupação, perguntou se a sopa não estava do seu gosto, mas a
cegonha não disse nada. Quando foi embora, agradeceu muito a raposa e
disse que gostaria de retribuir o jantar no dia seguinte.
Assim que chegou, a raposa se sentou lambendo os beiços de fome,
curiosa para ver as delícias que a outra ia servir. O jantar veio para a
mesa em uma jarra alta, de gargalo estreito, onde a cegonha podia beber
sem o menor problema. A raposa, amoladíssima, só teve uma saída;
lamber as gotinhas de sopa que escorriam pelo lado de fora da jarra. Ela
aprendeu bem a lição. Enquanto ia andando para a casa, faminta,
6
VI Seminário de Iniciação Científica – SóLetras - 2009 ISSN 1808-9216
pensava: “Não posso reclamar da cegonha. Ela me tratou mal, mas fui
grosseira com ela antes”.
Moral: Trate os outros tal como deseja ser tratado.
Esopo: fábulas. Tradução de Pietro Nassetti. SP: Martin Claret, 2009.
Explanado as diferenças entre os gêneros (conto e fábula), tendo
em vista que o projeto de comunicação a ser desenvolvido também já foi
exposto, abre-se aqui um momento oportuno onde os alunos podem
escolher qual dos gêneros será abordado para o aprofundamento do
trabalho. Nesta proposta ficou estabelecido pela turma que será
trabalhado o gênero fábula, especificamente com a fábula “A cigarra e as
formigas” de Esopo.
Passamos então para o módulo de leitura que segundo Lopes-Rossi
(2003a), deve levar o aluno a conhecer as condições de produção, bem
como a circulação do gênero escolhido para o projeto. É importante que o
aluno tenha contato com o suporte do gênero em questão e que para
entender melhor suas condições de produção e circulação é mister
elucidar as indagações do tipo:
Quem escreve em geral esse gênero discursivo? Quem conta ou escreve
uma fábula é alguém que é um observador dos fatos sociais e que tem a
intenção de ensinar algo moral, aconselhar, convencer, divertir ou
criticar atitudes sociais de uma comunidade.
Com que propósito? Transmitir o ensinamento de caráter moral.
Onde se escreve? Em casa, em um escritório, em um parque.
Quando se escreve? Desde o século VIII tem-se registro de Fábulas
Como se escreve? É uma pequena narrativa em prosa ou versos.
Com base em que informações? O conhecimento dos preceitos morais.
Atitudes de uma pessoa ou de uma comunidade.
Como o redator obtém as informações? Na observação de fatos e na
integração de elementos ficcionais.
7
VI Seminário de Iniciação Científica – SóLetras - 2009 ISSN 1808-9216
Quem escreveu este texto que estou lendo? Esopo, escritor que viveu por
volta do século VI a.C.
Quem lê esse gênero? Jovens e adultos.
Por que o faz? Pelo interesse em condutas morais e por histórias que
podem mesclar o real e o ficcional.
Onde o encontra? Normalmente em uma coletânea, mas não raro
encontra-se em livros didáticos voltados para o ensino fundamental.
Que tipo de resposta dar ao texto? Compreensão e aceitação dos preceitos
morais ou refutação dos mesmos.
Que influência pode sofrer devido a essa leitura? Consciência sobre os
próprios atos.
Em que condições esse gênero pode ser produzido e pode circular em
nossa sociedade? Em qualquer condição ele pode ser produzido e pode
circular em jornais, livros, coletâneas, livros didáticos, entre outros.
Após ter trabalhado o módulo de leitura, passaremos então, para os
exercícios tendo em vista a fixação dos conhecimentos adquiridos.
As vozes que falam nos enunciados
As vozes que "falam" nos enunciados do texto podem ser as do narrador
(se o discurso for da ordem do narrar), do expositor (se o discurso for
da ordem do expor), vozes das personagens, vozes sociais (como a voz
da publicidade, da lei, da instituição escolar etc.).
A raposa e a sarça
Uma raposa ia atravessando um tapume, quando escorregou e,
estando a ponto de cair, agarrou-se a uma sarça para se salvar.
Então, como a planta ensanguentasse e ferisse suas patas, disse-lhe a
raposa: "Ai de mim! Procurei a ti para salvar-me e tu me trataste de
forma pior". "Mas erraste, amiga", disse a sarça, "querendo agarrar-te
a mim, que tenho opor costume agarrar todo mundo".
8
VI Seminário de Iniciação Científica – SóLetras - 2009 ISSN 1808-9216
Moral: São tolos os que procuram a ajuda daqueles para os quais a
mais natural fazer o mal.
Esopo: fábulas completas. Tradução de Neide Smolka. Adaptado pela
autora.
a) O narrador participa da história ou simplesmente conta a história?
b) Qual "voz" aparece e diz: "a raposa disse a ela que precisava de
ajuda e não de ferimentos"?
c) Para que servem as aspas usadas no texto?
d) Quem diz: "São tolos os que procuram a ajuda daqueles para os
quais é mais natural fazer o mal"?
e) Como poderia ser a voz da raposa se ela falasse diretamente?
f) Pinte os trechos que contem a voz do narrador com uma cor e os
trechos das personagens com outra.
g) Leitura dramatizando a voz do narrador, as vozes das personagens.
Coesão verbal
Sublinhe nos textos a seguir as expressões que indicam tempo:
a) "Morreu ontem, aos 70 anos de idade, 'João Batista Sérgio Murad,
o empresário que ficou conhecido no país pelo pseudônimo de Beto
Carrero. Ele estava internado há dois dias no Hospital Sírio-Libanês, em
São Paulo". [...] (Folha de Londrina, 02/02/2008).
b) "Era um mês de outubro em São Paulo, a criançada só falava no
concurso das figurinhas de futebol". (João Carlos Marinho Silva. O gênio
do crime. São Paulo, Obelisco, 1977).
c) Um dia, as lebres, reunidas, se lamentavam entre si da vida miserável
e cheia de medo, pois não eram presas dos homens, dos cães, das
águias, e também de muitos animais?”(Esopo: Fábulas completas.
Tradução de Neide Smolka. São Paulo: Moderna, 1994)".
9
VI Seminário de Iniciação Científica – SóLetras - 2009 ISSN 1808-9216
d) “Uma raposa e um crocodilo discutiam sobre sua nobreza. Como o
crocodilo falasse sobre o valor de seus ancestrais, dizendo que eram
ginasiarcas (atletas), a raposa disse: [...]” (a raposa e o crocodilo.
Esopo: fábulas completas. Tradução de Neide Smolka. São Paulo:
Moderna, 1994).
Em que textos você:
a) Pode dizer quando aconteceu o fato contado?
b) Não pode dizer exatamente quando aconteceu o fato contado?
c) Agora discuta com o seu colega as razões pelas quais os textos das
fábulas são histórias que não apresentam indicação precisa de tempo.
REFERÊNCIAS:
DOLZ, J.;NOVERRAZ, M.;SCHNEUWLY,B. Seqüências didáticas para o oral
e a escrita: apresentação de um procedimento. In:
SCHENEUWLY,B.;DOLZ,J. (orgs.). Gêneros orais e escritos na escola.
Tradução Rosane Rojo e Gláis Sales Cordeiro. Campinas, SP: Mercado de
Letras,2004,p.95-126.
LOPES-ROSSI, Maria Aparecida Garcia. Gêneros discursivos no ensino da
leitura e produção de textos. Rn= Karwoski, Acir Mário, Gaydegzka,
Beatriz; Brito, karim Siebeneicher. (orgs.). Gêneros textuais: reflexões e
ensino. Palmas e União da Vitória, PR: Kaygangue, 2005, p. 84-86.
10

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Deu a Louca na Chapeuzinho - Plano de Aula
Deu a Louca na Chapeuzinho - Plano de AulaDeu a Louca na Chapeuzinho - Plano de Aula
Deu a Louca na Chapeuzinho - Plano de AulaJefferson Camargo
 
Material para imprimir - FORMAÇÃO DO SEGUNDO CICLO NO MUNICÍPIO DE PONTES E L...
Material para imprimir - FORMAÇÃO DO SEGUNDO CICLO NO MUNICÍPIO DE PONTES E L...Material para imprimir - FORMAÇÃO DO SEGUNDO CICLO NO MUNICÍPIO DE PONTES E L...
Material para imprimir - FORMAÇÃO DO SEGUNDO CICLO NO MUNICÍPIO DE PONTES E L...weleslima
 
Texto preferido o mundo ao contrário 6º ano
Texto preferido o mundo ao contrário 6º anoTexto preferido o mundo ao contrário 6º ano
Texto preferido o mundo ao contrário 6º anoIsabel DA COSTA
 
Programação escolas 2012_2013
Programação escolas 2012_2013Programação escolas 2012_2013
Programação escolas 2012_2013IsabelPereira2010
 
Boletim da Bilioteca Escolar EB Monte Belo
Boletim da Bilioteca Escolar EB Monte BeloBoletim da Bilioteca Escolar EB Monte Belo
Boletim da Bilioteca Escolar EB Monte BeloClara Mata
 
Projeto os três porquinhos
Projeto os três porquinhosProjeto os três porquinhos
Projeto os três porquinhossandramirandan
 
Sala de leitura 2012 e.e. messias freire. segundo bimestre
Sala de leitura   2012  e.e. messias freire. segundo bimestreSala de leitura   2012  e.e. messias freire. segundo bimestre
Sala de leitura 2012 e.e. messias freire. segundo bimestreCirlei Santos
 
CompreensãO Da Leitura Pnep 07 08
CompreensãO Da Leitura Pnep 07 08CompreensãO Da Leitura Pnep 07 08
CompreensãO Da Leitura Pnep 07 08guest671828
 
Texto narrativo
Texto narrativoTexto narrativo
Texto narrativoTaty Ny
 
Sequência didática mário
Sequência didática márioSequência didática mário
Sequência didática máriotcpthais
 
Caçar palavras, caçar histórias...
Caçar palavras, caçar histórias...Caçar palavras, caçar histórias...
Caçar palavras, caçar histórias...ambrosinajoana
 
Boletim Dez 2009 - Praia de Mira
Boletim Dez 2009 - Praia de MiraBoletim Dez 2009 - Praia de Mira
Boletim Dez 2009 - Praia de MiraEB2 Mira
 
Sequência didática curso n line 2013
Sequência didática   curso n line 2013Sequência didática   curso n line 2013
Sequência didática curso n line 2013Cintia Sitta
 

Mais procurados (19)

Deu a Louca na Chapeuzinho - Plano de Aula
Deu a Louca na Chapeuzinho - Plano de AulaDeu a Louca na Chapeuzinho - Plano de Aula
Deu a Louca na Chapeuzinho - Plano de Aula
 
Material para imprimir - FORMAÇÃO DO SEGUNDO CICLO NO MUNICÍPIO DE PONTES E L...
Material para imprimir - FORMAÇÃO DO SEGUNDO CICLO NO MUNICÍPIO DE PONTES E L...Material para imprimir - FORMAÇÃO DO SEGUNDO CICLO NO MUNICÍPIO DE PONTES E L...
Material para imprimir - FORMAÇÃO DO SEGUNDO CICLO NO MUNICÍPIO DE PONTES E L...
 
Texto preferido o mundo ao contrário 6º ano
Texto preferido o mundo ao contrário 6º anoTexto preferido o mundo ao contrário 6º ano
Texto preferido o mundo ao contrário 6º ano
 
Programação escolas 2012_2013
Programação escolas 2012_2013Programação escolas 2012_2013
Programação escolas 2012_2013
 
Boletim da Bilioteca Escolar EB Monte Belo
Boletim da Bilioteca Escolar EB Monte BeloBoletim da Bilioteca Escolar EB Monte Belo
Boletim da Bilioteca Escolar EB Monte Belo
 
Aquisições - Biblioteca do Infante
Aquisições - Biblioteca do InfanteAquisições - Biblioteca do Infante
Aquisições - Biblioteca do Infante
 
Projeto os três porquinhos
Projeto os três porquinhosProjeto os três porquinhos
Projeto os três porquinhos
 
Sala de leitura 2012 e.e. messias freire. segundo bimestre
Sala de leitura   2012  e.e. messias freire. segundo bimestreSala de leitura   2012  e.e. messias freire. segundo bimestre
Sala de leitura 2012 e.e. messias freire. segundo bimestre
 
CompreensãO Da Leitura Pnep 07 08
CompreensãO Da Leitura Pnep 07 08CompreensãO Da Leitura Pnep 07 08
CompreensãO Da Leitura Pnep 07 08
 
Texto narrativo
Texto narrativoTexto narrativo
Texto narrativo
 
Boletim informativo nº 5
Boletim informativo nº 5Boletim informativo nº 5
Boletim informativo nº 5
 
Sequência chapeuzinho vermelho
Sequência chapeuzinho vermelhoSequência chapeuzinho vermelho
Sequência chapeuzinho vermelho
 
Plano de aula do 2º ano
Plano de aula do 2º anoPlano de aula do 2º ano
Plano de aula do 2º ano
 
Sequência didática mário
Sequência didática márioSequência didática mário
Sequência didática mário
 
Caçar palavras, caçar histórias...
Caçar palavras, caçar histórias...Caçar palavras, caçar histórias...
Caçar palavras, caçar histórias...
 
Poesia 2
Poesia 2Poesia 2
Poesia 2
 
Boletim Dez 2009 - Praia de Mira
Boletim Dez 2009 - Praia de MiraBoletim Dez 2009 - Praia de Mira
Boletim Dez 2009 - Praia de Mira
 
Sequência didática curso n line 2013
Sequência didática   curso n line 2013Sequência didática   curso n line 2013
Sequência didática curso n line 2013
 
Bullying na escola
Bullying na escolaBullying na escola
Bullying na escola
 

Semelhante a Proposta de leitura da fábula na 5a série

Guia do professor na ponta da língua
Guia do professor  na ponta da línguaGuia do professor  na ponta da língua
Guia do professor na ponta da línguaFernando Manuel
 
Sequência didática: O Leão e o Ratinho
Sequência didática: O Leão e o RatinhoSequência didática: O Leão e o Ratinho
Sequência didática: O Leão e o RatinhoShirley Lauria
 
Sequencia didática o leao e o ratinho 130929155459-phpapp01
Sequencia didática o leao e o ratinho 130929155459-phpapp01Sequencia didática o leao e o ratinho 130929155459-phpapp01
Sequencia didática o leao e o ratinho 130929155459-phpapp01Vanderlita Gomes B Marquetti
 
Sequência didática: O Leão e o Ratinho
Sequência didática: O Leão e o RatinhoSequência didática: O Leão e o Ratinho
Sequência didática: O Leão e o RatinhoShirley Lauria
 
Ppt 3ªformação 1ªanos_2012
Ppt 3ªformação 1ªanos_2012Ppt 3ªformação 1ªanos_2012
Ppt 3ªformação 1ªanos_2012leilatutora
 
Ppt 3ªformação 1ªanos_2012
Ppt 3ªformação 1ªanos_2012Ppt 3ªformação 1ªanos_2012
Ppt 3ªformação 1ªanos_2012leilatutora
 
Ppt 3ªformação 1ªanos_2012
Ppt 3ªformação 1ªanos_2012Ppt 3ªformação 1ªanos_2012
Ppt 3ªformação 1ªanos_2012leilatutora
 
textos gêneros 7 ano caderno de atividades
textos gêneros 7 ano caderno de atividadestextos gêneros 7 ano caderno de atividades
textos gêneros 7 ano caderno de atividadesDodySantos
 
cartilha-da-infancia-ensino-da-leitura-galhardo-1911-biblioteca-nacional-de-m...
cartilha-da-infancia-ensino-da-leitura-galhardo-1911-biblioteca-nacional-de-m...cartilha-da-infancia-ensino-da-leitura-galhardo-1911-biblioteca-nacional-de-m...
cartilha-da-infancia-ensino-da-leitura-galhardo-1911-biblioteca-nacional-de-m...MariGiopato
 
Primeiro-livro-de-leitura
Primeiro-livro-de-leituraPrimeiro-livro-de-leitura
Primeiro-livro-de-leituraMariGiopato
 
Fatimalucy gracielly ativ2_6
Fatimalucy gracielly ativ2_6Fatimalucy gracielly ativ2_6
Fatimalucy gracielly ativ2_6gracycunham
 
Sequência didática ermantina
Sequência didática  ermantinaSequência didática  ermantina
Sequência didática ermantinarbonater
 
Planejamento e relatório crítico
Planejamento e relatório críticoPlanejamento e relatório crítico
Planejamento e relatório críticoArte Tecnologia
 

Semelhante a Proposta de leitura da fábula na 5a série (20)

Guia do professor na ponta da língua
Guia do professor  na ponta da línguaGuia do professor  na ponta da língua
Guia do professor na ponta da língua
 
De franca
De francaDe franca
De franca
 
Sequência didática: O Leão e o Ratinho
Sequência didática: O Leão e o RatinhoSequência didática: O Leão e o Ratinho
Sequência didática: O Leão e o Ratinho
 
Sequencia didática o leao e o ratinho 130929155459-phpapp01
Sequencia didática o leao e o ratinho 130929155459-phpapp01Sequencia didática o leao e o ratinho 130929155459-phpapp01
Sequencia didática o leao e o ratinho 130929155459-phpapp01
 
Sequência didática: O Leão e o Ratinho
Sequência didática: O Leão e o RatinhoSequência didática: O Leão e o Ratinho
Sequência didática: O Leão e o Ratinho
 
Aula 1
Aula 1Aula 1
Aula 1
 
Ppt 3ªformação 1ªanos_2012
Ppt 3ªformação 1ªanos_2012Ppt 3ªformação 1ªanos_2012
Ppt 3ªformação 1ªanos_2012
 
Ppt 3ªformação 1ªanos_2012
Ppt 3ªformação 1ªanos_2012Ppt 3ªformação 1ªanos_2012
Ppt 3ªformação 1ªanos_2012
 
Ppt 3ªformação 1ªanos_2012
Ppt 3ªformação 1ªanos_2012Ppt 3ªformação 1ªanos_2012
Ppt 3ªformação 1ªanos_2012
 
textos gêneros 7 ano caderno de atividades
textos gêneros 7 ano caderno de atividadestextos gêneros 7 ano caderno de atividades
textos gêneros 7 ano caderno de atividades
 
Revisão textual
Revisão textualRevisão textual
Revisão textual
 
cartilha-da-infancia-ensino-da-leitura-galhardo-1911-biblioteca-nacional-de-m...
cartilha-da-infancia-ensino-da-leitura-galhardo-1911-biblioteca-nacional-de-m...cartilha-da-infancia-ensino-da-leitura-galhardo-1911-biblioteca-nacional-de-m...
cartilha-da-infancia-ensino-da-leitura-galhardo-1911-biblioteca-nacional-de-m...
 
Primeiro-livro-de-leitura
Primeiro-livro-de-leituraPrimeiro-livro-de-leitura
Primeiro-livro-de-leitura
 
Sequencia Didática - Formigas
Sequencia Didática - FormigasSequencia Didática - Formigas
Sequencia Didática - Formigas
 
FáBula
FáBulaFáBula
FáBula
 
FáBula
FáBulaFáBula
FáBula
 
Fatimalucy gracielly ativ2_6
Fatimalucy gracielly ativ2_6Fatimalucy gracielly ativ2_6
Fatimalucy gracielly ativ2_6
 
Sequência didática ermantina
Sequência didática  ermantinaSequência didática  ermantina
Sequência didática ermantina
 
Planejamento e relatório crítico
Planejamento e relatório críticoPlanejamento e relatório crítico
Planejamento e relatório crítico
 
Projeto Fábulas
Projeto FábulasProjeto Fábulas
Projeto Fábulas
 

Mais de weleslima

Escrita emendada
Escrita emendadaEscrita emendada
Escrita emendadaweleslima
 
Sugestões de jogos para liberar a escrita
Sugestões de jogos para liberar a escritaSugestões de jogos para liberar a escrita
Sugestões de jogos para liberar a escritaweleslima
 
Letra da musica
Letra da musicaLetra da musica
Letra da musicaweleslima
 
Life cycle of a butterfly
Life cycle of a butterflyLife cycle of a butterfly
Life cycle of a butterflyweleslima
 
Historia em quadrinho/TIRINHAS
Historia em quadrinho/TIRINHASHistoria em quadrinho/TIRINHAS
Historia em quadrinho/TIRINHASweleslima
 
Escrita do Lucas
Escrita do LucasEscrita do Lucas
Escrita do Lucasweleslima
 
IV Formação : Pró Escola Formação: “Práticas de Ensino da Matemática em uma P...
IV Formação : Pró Escola Formação: “Práticas de Ensino da Matemática em uma P...IV Formação : Pró Escola Formação: “Práticas de Ensino da Matemática em uma P...
IV Formação : Pró Escola Formação: “Práticas de Ensino da Matemática em uma P...weleslima
 
O bicho folharal
O bicho folharalO bicho folharal
O bicho folharalweleslima
 
Hedgehog printable-puppet
Hedgehog printable-puppetHedgehog printable-puppet
Hedgehog printable-puppetweleslima
 
Dedoche da historia dos ratinhos
Dedoche da historia dos ratinhosDedoche da historia dos ratinhos
Dedoche da historia dos ratinhosweleslima
 
Ordenar sequência
Ordenar sequência Ordenar sequência
Ordenar sequência weleslima
 
Texto Fatiado
Texto FatiadoTexto Fatiado
Texto Fatiadoweleslima
 
Sugestões de Texto
Sugestões de TextoSugestões de Texto
Sugestões de Textoweleslima
 
Alguns textos Para Imprimir
Alguns textos Para ImprimirAlguns textos Para Imprimir
Alguns textos Para Imprimirweleslima
 
Resumo das atividades da Prova Brasil
Resumo das atividades da Prova BrasilResumo das atividades da Prova Brasil
Resumo das atividades da Prova Brasilweleslima
 
Ordenar sequência
Ordenar sequência Ordenar sequência
Ordenar sequência weleslima
 
Formação de Linguagem
Formação de LinguagemFormação de Linguagem
Formação de Linguagemweleslima
 

Mais de weleslima (20)

Escrita emendada
Escrita emendadaEscrita emendada
Escrita emendada
 
Pontinho
PontinhoPontinho
Pontinho
 
Sugestões de jogos para liberar a escrita
Sugestões de jogos para liberar a escritaSugestões de jogos para liberar a escrita
Sugestões de jogos para liberar a escrita
 
Letra da musica
Letra da musicaLetra da musica
Letra da musica
 
Life cycle of a butterfly
Life cycle of a butterflyLife cycle of a butterfly
Life cycle of a butterfly
 
Lagarleta
LagarletaLagarleta
Lagarleta
 
Historia em quadrinho/TIRINHAS
Historia em quadrinho/TIRINHASHistoria em quadrinho/TIRINHAS
Historia em quadrinho/TIRINHAS
 
Escrita do Lucas
Escrita do LucasEscrita do Lucas
Escrita do Lucas
 
IV Formação : Pró Escola Formação: “Práticas de Ensino da Matemática em uma P...
IV Formação : Pró Escola Formação: “Práticas de Ensino da Matemática em uma P...IV Formação : Pró Escola Formação: “Práticas de Ensino da Matemática em uma P...
IV Formação : Pró Escola Formação: “Práticas de Ensino da Matemática em uma P...
 
Textos
TextosTextos
Textos
 
O bicho folharal
O bicho folharalO bicho folharal
O bicho folharal
 
Hedgehog printable-puppet
Hedgehog printable-puppetHedgehog printable-puppet
Hedgehog printable-puppet
 
Dedoche da historia dos ratinhos
Dedoche da historia dos ratinhosDedoche da historia dos ratinhos
Dedoche da historia dos ratinhos
 
Ordenar sequência
Ordenar sequência Ordenar sequência
Ordenar sequência
 
Texto Fatiado
Texto FatiadoTexto Fatiado
Texto Fatiado
 
Sugestões de Texto
Sugestões de TextoSugestões de Texto
Sugestões de Texto
 
Alguns textos Para Imprimir
Alguns textos Para ImprimirAlguns textos Para Imprimir
Alguns textos Para Imprimir
 
Resumo das atividades da Prova Brasil
Resumo das atividades da Prova BrasilResumo das atividades da Prova Brasil
Resumo das atividades da Prova Brasil
 
Ordenar sequência
Ordenar sequência Ordenar sequência
Ordenar sequência
 
Formação de Linguagem
Formação de LinguagemFormação de Linguagem
Formação de Linguagem
 

Último

VALORES HUMANOS NA DISCIPLINA DE ENSINO RELIGIOSO
VALORES HUMANOS NA DISCIPLINA DE ENSINO RELIGIOSOVALORES HUMANOS NA DISCIPLINA DE ENSINO RELIGIOSO
VALORES HUMANOS NA DISCIPLINA DE ENSINO RELIGIOSOBiatrizGomes1
 
O guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdf
O guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdfO guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdf
O guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdfErasmo Portavoz
 
Baladão sobre Variação Linguistica para o spaece.pptx
Baladão sobre Variação Linguistica para o spaece.pptxBaladão sobre Variação Linguistica para o spaece.pptx
Baladão sobre Variação Linguistica para o spaece.pptxacaciocarmo1
 
Geometria 5to Educacion Primaria EDU Ccesa007.pdf
Geometria  5to Educacion Primaria EDU  Ccesa007.pdfGeometria  5to Educacion Primaria EDU  Ccesa007.pdf
Geometria 5to Educacion Primaria EDU Ccesa007.pdfDemetrio Ccesa Rayme
 
Guia completo da Previdênci a - Reforma .pdf
Guia completo da Previdênci a - Reforma .pdfGuia completo da Previdênci a - Reforma .pdf
Guia completo da Previdênci a - Reforma .pdfEyshilaKelly1
 
A Inteligência Artificial na Educação e a Inclusão Linguística
A Inteligência Artificial na Educação e a Inclusão LinguísticaA Inteligência Artificial na Educação e a Inclusão Linguística
A Inteligência Artificial na Educação e a Inclusão LinguísticaFernanda Ledesma
 
Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...
Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...
Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...LuizHenriquedeAlmeid6
 
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Slides criatividade 01042024 finalpdf Portugues.pdf
Slides criatividade 01042024 finalpdf Portugues.pdfSlides criatividade 01042024 finalpdf Portugues.pdf
Slides criatividade 01042024 finalpdf Portugues.pdfpaulafernandes540558
 
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdfCultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdfaulasgege
 
ÁREA DE FIGURAS PLANAS - DESCRITOR DE MATEMATICA D12 ENSINO MEDIO.pptx
ÁREA DE FIGURAS PLANAS - DESCRITOR DE MATEMATICA D12 ENSINO MEDIO.pptxÁREA DE FIGURAS PLANAS - DESCRITOR DE MATEMATICA D12 ENSINO MEDIO.pptx
ÁREA DE FIGURAS PLANAS - DESCRITOR DE MATEMATICA D12 ENSINO MEDIO.pptxDeyvidBriel
 
Bingo da potenciação e radiciação de números inteiros
Bingo da potenciação e radiciação de números inteirosBingo da potenciação e radiciação de números inteiros
Bingo da potenciação e radiciação de números inteirosAntnyoAllysson
 
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chaveAula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chaveaulasgege
 
PRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕES
PRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕESPRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕES
PRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕESpatriciasofiacunha18
 
Slide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptx
Slide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptxSlide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptx
Slide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptxconcelhovdragons
 
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024Sandra Pratas
 
HABILIDADES ESSENCIAIS - MATEMÁTICA 4º ANO.pdf
HABILIDADES ESSENCIAIS  - MATEMÁTICA 4º ANO.pdfHABILIDADES ESSENCIAIS  - MATEMÁTICA 4º ANO.pdf
HABILIDADES ESSENCIAIS - MATEMÁTICA 4º ANO.pdfdio7ff
 
Slides Lição 2, Central Gospel, A Volta Do Senhor Jesus , 1Tr24.pptx
Slides Lição 2, Central Gospel, A Volta Do Senhor Jesus , 1Tr24.pptxSlides Lição 2, Central Gospel, A Volta Do Senhor Jesus , 1Tr24.pptx
Slides Lição 2, Central Gospel, A Volta Do Senhor Jesus , 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
PLANEJAMENTO anual do 3ANO fundamental 1 MG.pdf
PLANEJAMENTO anual do  3ANO fundamental 1 MG.pdfPLANEJAMENTO anual do  3ANO fundamental 1 MG.pdf
PLANEJAMENTO anual do 3ANO fundamental 1 MG.pdfProfGleide
 

Último (20)

VALORES HUMANOS NA DISCIPLINA DE ENSINO RELIGIOSO
VALORES HUMANOS NA DISCIPLINA DE ENSINO RELIGIOSOVALORES HUMANOS NA DISCIPLINA DE ENSINO RELIGIOSO
VALORES HUMANOS NA DISCIPLINA DE ENSINO RELIGIOSO
 
O guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdf
O guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdfO guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdf
O guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdf
 
Baladão sobre Variação Linguistica para o spaece.pptx
Baladão sobre Variação Linguistica para o spaece.pptxBaladão sobre Variação Linguistica para o spaece.pptx
Baladão sobre Variação Linguistica para o spaece.pptx
 
Geometria 5to Educacion Primaria EDU Ccesa007.pdf
Geometria  5to Educacion Primaria EDU  Ccesa007.pdfGeometria  5to Educacion Primaria EDU  Ccesa007.pdf
Geometria 5to Educacion Primaria EDU Ccesa007.pdf
 
Guia completo da Previdênci a - Reforma .pdf
Guia completo da Previdênci a - Reforma .pdfGuia completo da Previdênci a - Reforma .pdf
Guia completo da Previdênci a - Reforma .pdf
 
treinamento brigada incendio 2024 no.ppt
treinamento brigada incendio 2024 no.ppttreinamento brigada incendio 2024 no.ppt
treinamento brigada incendio 2024 no.ppt
 
A Inteligência Artificial na Educação e a Inclusão Linguística
A Inteligência Artificial na Educação e a Inclusão LinguísticaA Inteligência Artificial na Educação e a Inclusão Linguística
A Inteligência Artificial na Educação e a Inclusão Linguística
 
Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...
Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...
Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...
 
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
 
Slides criatividade 01042024 finalpdf Portugues.pdf
Slides criatividade 01042024 finalpdf Portugues.pdfSlides criatividade 01042024 finalpdf Portugues.pdf
Slides criatividade 01042024 finalpdf Portugues.pdf
 
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdfCultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
 
ÁREA DE FIGURAS PLANAS - DESCRITOR DE MATEMATICA D12 ENSINO MEDIO.pptx
ÁREA DE FIGURAS PLANAS - DESCRITOR DE MATEMATICA D12 ENSINO MEDIO.pptxÁREA DE FIGURAS PLANAS - DESCRITOR DE MATEMATICA D12 ENSINO MEDIO.pptx
ÁREA DE FIGURAS PLANAS - DESCRITOR DE MATEMATICA D12 ENSINO MEDIO.pptx
 
Bingo da potenciação e radiciação de números inteiros
Bingo da potenciação e radiciação de números inteirosBingo da potenciação e radiciação de números inteiros
Bingo da potenciação e radiciação de números inteiros
 
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chaveAula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
 
PRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕES
PRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕESPRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕES
PRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕES
 
Slide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptx
Slide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptxSlide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptx
Slide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptx
 
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
 
HABILIDADES ESSENCIAIS - MATEMÁTICA 4º ANO.pdf
HABILIDADES ESSENCIAIS  - MATEMÁTICA 4º ANO.pdfHABILIDADES ESSENCIAIS  - MATEMÁTICA 4º ANO.pdf
HABILIDADES ESSENCIAIS - MATEMÁTICA 4º ANO.pdf
 
Slides Lição 2, Central Gospel, A Volta Do Senhor Jesus , 1Tr24.pptx
Slides Lição 2, Central Gospel, A Volta Do Senhor Jesus , 1Tr24.pptxSlides Lição 2, Central Gospel, A Volta Do Senhor Jesus , 1Tr24.pptx
Slides Lição 2, Central Gospel, A Volta Do Senhor Jesus , 1Tr24.pptx
 
PLANEJAMENTO anual do 3ANO fundamental 1 MG.pdf
PLANEJAMENTO anual do  3ANO fundamental 1 MG.pdfPLANEJAMENTO anual do  3ANO fundamental 1 MG.pdf
PLANEJAMENTO anual do 3ANO fundamental 1 MG.pdf
 

Proposta de leitura da fábula na 5a série

  • 1. VI Seminário de Iniciação Científica – SóLetras - 2009 ISSN 1808-9216 FÁBULA: UMA PROPOSTA DE LEITURA DO GÊNERO Silcinei de Oliveira Benetti (G – UENP/ Campus Jac.) Sillcinney2005@hotmail.com Marilúcia dos Santos Domingos Striquer (Orientadora UENP/Campus Jac.) INTRODUÇÃO O presente trabalho tem por objetivo propor uma sequência didática para o trabalho com alunos da 5ª série do Ensino Fundamental, especificamente no que se refere à etapa da leitura do gênero. De acordo com Dolz e Schneuwly (2004) o trabalho com a sequência didática, ou seja, a transposição da teoria sobre gêneros textuais para a prática da sala de aula, é importante, e até mesmo fundamental, porque permite, de modo efetivo, o ensino da oralidade e da escrita, baseados em projetos de classe. Contudo, essa proposta se concentra apenas sobre o trabalho com gêneros escritos, como é o caso do gênero fábula. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA A sequência didática, de acordo com Dolz & Schneuwly (2004 p. 95-128) divide-se da seguinte forma: ESQUEMA DA SEQUÊNCIA DIDÁTICA 1
  • 2. VI Seminário de Iniciação Científica – SóLetras - 2009 ISSN 1808-9216 Na primeira etapa, então chamada de “Apresentação”, é constituída de uma situação que visa expor aos alunos um projeto de comunicação que será realizado na produção final. Tem por finalidade prepará-los para a produção inicial, que pode ser considerada uma primeira tentativa de realização do gênero que será trabalhado nos módulos. A apresentação da situação é, portanto, o momento em que a turma constrói uma representação da situação de comunicação e da atividade de linguagem a ser executada. Está é uma etapa fundamental e ao mesmo tempo difícil, pois envolve duas dimensões que podem ser distinguidas: a) Apresentar um problema de comunicação bem definido; • Qual é o gênero que será abordado? • A quem se dirige a produção? • Que forma assumirá a produção? • Quem participará da produção? b) Preparar os conteúdos dos textos que serão produzidos. • Quais conteúdos serão trabalhados? • Qual a importância deste conteúdo? “Produção Inicial”, essa segunda etapa possibilita que o professor tenha condições de avaliar os conhecimentos adquiridos pelo aluno para a realização da tarefa, ou seja, para a produção do gênero em enfoque. Através das dificuldades, observados diretamente na produção do aluno, o professor pode planejar atividades que encaminhem o domínio do gênero em questão. Tais atividades é que constituem a etapa dos “Módulos”, uma vez que eles têm a finalidade de auxiliar os alunos em Módul o 1 Módul o 2 PRODUÇÃO INICIAL PRODUÇÃO FINAL 2 Apresentação da situação
  • 3. VI Seminário de Iniciação Científica – SóLetras - 2009 ISSN 1808-9216 suas dificuldades. Isto é, para cada item a ser trabalhado, por exemplo, coesão verbal, coesão nominal, entre outros, um módulo de trabalho, ou mais, conforme a necessidade da classe, é elaborado e desenvolvido junto aos alunos. A última etapa é a “Produção Final”, a qual ocorre após sanadas as dificuldades diagnosticadas na produção inicial e trabalhada nos módulos. É o momento em que os alunos produzem o texto final (DOLZ & SCHNEUWLY, 2004). UMA PROPOSTA A sequência aqui proposta, ou seja, o conjunto sistemático de atividades aqui apresentadas foi elaborado tendo como norte uma 5ª série do Ensino Fundamental. É importante esclarecer que foi delimitado para este momento, em apresentar apenas a sequência didática elaborada, no entanto, antes dela, evidentemente, é preciso, de acordo com a teoria de Dolz e Schnewly (2004), o planejamento e a elaboração de modelos didáticos que contemplem o projeto de classe, ou seja, uma motivação, ou justificativa prática/social para o trabalho com o gênero em questão e a análise sistemática dos textos que serão instrumentos de trabalho no processo de ensino e aprendizagem do gênero. Atividades, evidentemente, desenvolvidas, mas para ser coerente ao objetivo proposto para este artigo, elas não serão abordadas. No primeiro momento, isto é, na “Apresentação da situação”, o professor propõe aos alunos a elaboração de uma coletânea de fábulas. Cada aluno escreverá uma fábula para compor a coletânea da sala e ao final de todo o trabalho essa coletânea fará parte do acervo da biblioteca da escola. São, então, oferecidos aos alunos textos da esfera literária, como, por exemplo, o conto e a fábula. Como sugestão: o conto - Chapeuzinho 3
  • 4. VI Seminário de Iniciação Científica – SóLetras - 2009 ISSN 1808-9216 Vermelho, dos Irmãos Grimm; a fábula - A cigarra e as formigas, de Esopo. Primeiramente, a leitura dos dois textos é realizada de forma conjunta com os alunos. Depois, os alunos são encaminhados, através de perguntas elaboradas pelo professor, a perceberem que existem diferenças entre um texto e outro, principalmente, neste caso, na intenção de um desses textos no que se refere à interação entre o autor e o leitor. Isto é, a fábula, assim como o conto, é uma narrativa curta, constituída de uma célula dramática, trabalhada sobre espaço restrito, com duração, por vezes, de um curto espaço de tempo, trabalha com o imaginário das pessoas. Contudo, a fábula, além de se constituir, quase sempre, de animais ou seres inanimados como personagens, os quais representam, na verdade, seres humanos, ela, sobretudo, pretende transmitir alguma lição de fundo moral. Ou seja, o autor de uma fábula busca sempre levar o leitor a pensar, ou repensar, sobre valores morais presente na sociedade. Dessa forma, pela especificidade da constituição de cada texto, além dos fatores sociais e históricos, é que este se concebe em um gênero textual. Sendo assim, a próxima etapa de trabalho pode ser apresentar um conjunto de fábulas para o trabalho com a leitura. A cigarra e as formigas Durante o inverno, as formigas trabalhavam para secar o grão úmido, quando uma cigarra, faminta lhe pediu algo para comer. As formigas lhe perguntaram: “Por que, no verão, não reservaste também o teu alimento?”. E a cigarra respondeu: “Não tinha tempo, pois cantava, alegrando o mundo com a minha melodia” E as formigas, rindo, disseram: “Pois bem, se cantavas no verão, dance agora no inverno”. Moral: Descuidar de certos trabalhos pode trazer tristezas e falta. Esopo: fábulas. Tradução de Pietro Nassetti. SP: Martin Claret, 2009. 4
  • 5. VI Seminário de Iniciação Científica – SóLetras - 2009 ISSN 1808-9216 O sapo e o boi Existiu, há muitos anos, um boi de grande beleza e altivez. Certo dia, enquanto o magnífico animal dava o seu costumeiro passeio à tarde, passou por ali um sapo esfanapado maltrapilho. Ao ver o boi, ficou extasiado e cheio de inveja, e disse aos amigos: “Repare na pose do grandão! Bem, não posso dizer que ele seja elegante... mas e daí, se eu quisesse, também eu seria elegante!”. Dizendo isso o sapo estufou a barriga e em pouco tempo já estava com o dobro de seu tamanho normal. - Já estou grande que nem ele? – perguntou. Não, ainda falta muito! – responderam os amigos. O sapo se estufou mais ainda e perguntou novamente. - não – falaram os outros sapos – e é melhor você parar com isso porque senão vai acabar se machucando. Mas tamanha era a vontade do sapo de imitar o boi que ele continuou se estufando, estufando, estufando – até estourar. Moral: Seja sempre você mesmo. Esopo: fábulas. Tradução de Pietro Nassetti. SP: Martin Claret, 2009. O leão e o rato reconhecido Um rato passeava sobre o corpo de um leão adormecido. Este acordou, e tendo apanhado o rato, ia comê-lo. Mas o rato suplicou-lhe que o largasse, dizendo que, se o poupasse, lhe pagaria o favor; e o leão sorriu e deixou-o partir. Pouco depois, aconteceu que o leão foi salvo pelo reconhecimento do rato. De fato, aquele fora apanhado por caçadores e amarrado a uma árvore com uma corda. Assim que ouviu seus gemidos, o rato veio até ele, roeu a corda, e o libertou, dizendo: “Ainda há pouco riste de mim, não acreditando que eu cumprisse minha palavra, mas agora vês que também entre os ratos existe reconhecimento”. Moral: A fábula mostra que, nos revezes, os muito poderosos têm necessidade dos mais fracos. 5
  • 6. VI Seminário de Iniciação Científica – SóLetras - 2009 ISSN 1808-9216 Esopo: fábulas. Tradução de Pietro Nassetti. SP: Martin Claret, 2009. O galo e a jóia Certa vez, um galo jovem e energético ciscava a poeira do chão quando encontrou uma jóia. Certo de que tinha encontrado uma coisa preciosa, mas sem saber muito bem o que fazer daquilo, o galo ficou com ar importante e disse a jóia: - olhe, sei que você é uma coisa muito fina. Mas não é do meu gosto. Para falar a verdade, eu preferia de longe um grão de uma deliciosa cevada. Moral: Às vezes o que é precioso para um, não tem valor nenhum para outro. Esopo: fábulas. Tradução de Pietro Nassetti. SP: Martin Claret, 2009. A raposa e a cegonha Certa vez uma raposa convidou a cegonha para jantar. Querendo pregar uma peça na outra, serviu sopa em um prato raso. Logicamente a raposa tomou toda a sua sopa sem o menor problema, mas a pobre cegonha com seu bico comprido mal pode tomar uma gota. O resultado foi que a cegonha voltou para a casa morrendo de fome. A raposa fingiu preocupação, perguntou se a sopa não estava do seu gosto, mas a cegonha não disse nada. Quando foi embora, agradeceu muito a raposa e disse que gostaria de retribuir o jantar no dia seguinte. Assim que chegou, a raposa se sentou lambendo os beiços de fome, curiosa para ver as delícias que a outra ia servir. O jantar veio para a mesa em uma jarra alta, de gargalo estreito, onde a cegonha podia beber sem o menor problema. A raposa, amoladíssima, só teve uma saída; lamber as gotinhas de sopa que escorriam pelo lado de fora da jarra. Ela aprendeu bem a lição. Enquanto ia andando para a casa, faminta, 6
  • 7. VI Seminário de Iniciação Científica – SóLetras - 2009 ISSN 1808-9216 pensava: “Não posso reclamar da cegonha. Ela me tratou mal, mas fui grosseira com ela antes”. Moral: Trate os outros tal como deseja ser tratado. Esopo: fábulas. Tradução de Pietro Nassetti. SP: Martin Claret, 2009. Explanado as diferenças entre os gêneros (conto e fábula), tendo em vista que o projeto de comunicação a ser desenvolvido também já foi exposto, abre-se aqui um momento oportuno onde os alunos podem escolher qual dos gêneros será abordado para o aprofundamento do trabalho. Nesta proposta ficou estabelecido pela turma que será trabalhado o gênero fábula, especificamente com a fábula “A cigarra e as formigas” de Esopo. Passamos então para o módulo de leitura que segundo Lopes-Rossi (2003a), deve levar o aluno a conhecer as condições de produção, bem como a circulação do gênero escolhido para o projeto. É importante que o aluno tenha contato com o suporte do gênero em questão e que para entender melhor suas condições de produção e circulação é mister elucidar as indagações do tipo: Quem escreve em geral esse gênero discursivo? Quem conta ou escreve uma fábula é alguém que é um observador dos fatos sociais e que tem a intenção de ensinar algo moral, aconselhar, convencer, divertir ou criticar atitudes sociais de uma comunidade. Com que propósito? Transmitir o ensinamento de caráter moral. Onde se escreve? Em casa, em um escritório, em um parque. Quando se escreve? Desde o século VIII tem-se registro de Fábulas Como se escreve? É uma pequena narrativa em prosa ou versos. Com base em que informações? O conhecimento dos preceitos morais. Atitudes de uma pessoa ou de uma comunidade. Como o redator obtém as informações? Na observação de fatos e na integração de elementos ficcionais. 7
  • 8. VI Seminário de Iniciação Científica – SóLetras - 2009 ISSN 1808-9216 Quem escreveu este texto que estou lendo? Esopo, escritor que viveu por volta do século VI a.C. Quem lê esse gênero? Jovens e adultos. Por que o faz? Pelo interesse em condutas morais e por histórias que podem mesclar o real e o ficcional. Onde o encontra? Normalmente em uma coletânea, mas não raro encontra-se em livros didáticos voltados para o ensino fundamental. Que tipo de resposta dar ao texto? Compreensão e aceitação dos preceitos morais ou refutação dos mesmos. Que influência pode sofrer devido a essa leitura? Consciência sobre os próprios atos. Em que condições esse gênero pode ser produzido e pode circular em nossa sociedade? Em qualquer condição ele pode ser produzido e pode circular em jornais, livros, coletâneas, livros didáticos, entre outros. Após ter trabalhado o módulo de leitura, passaremos então, para os exercícios tendo em vista a fixação dos conhecimentos adquiridos. As vozes que falam nos enunciados As vozes que "falam" nos enunciados do texto podem ser as do narrador (se o discurso for da ordem do narrar), do expositor (se o discurso for da ordem do expor), vozes das personagens, vozes sociais (como a voz da publicidade, da lei, da instituição escolar etc.). A raposa e a sarça Uma raposa ia atravessando um tapume, quando escorregou e, estando a ponto de cair, agarrou-se a uma sarça para se salvar. Então, como a planta ensanguentasse e ferisse suas patas, disse-lhe a raposa: "Ai de mim! Procurei a ti para salvar-me e tu me trataste de forma pior". "Mas erraste, amiga", disse a sarça, "querendo agarrar-te a mim, que tenho opor costume agarrar todo mundo". 8
  • 9. VI Seminário de Iniciação Científica – SóLetras - 2009 ISSN 1808-9216 Moral: São tolos os que procuram a ajuda daqueles para os quais a mais natural fazer o mal. Esopo: fábulas completas. Tradução de Neide Smolka. Adaptado pela autora. a) O narrador participa da história ou simplesmente conta a história? b) Qual "voz" aparece e diz: "a raposa disse a ela que precisava de ajuda e não de ferimentos"? c) Para que servem as aspas usadas no texto? d) Quem diz: "São tolos os que procuram a ajuda daqueles para os quais é mais natural fazer o mal"? e) Como poderia ser a voz da raposa se ela falasse diretamente? f) Pinte os trechos que contem a voz do narrador com uma cor e os trechos das personagens com outra. g) Leitura dramatizando a voz do narrador, as vozes das personagens. Coesão verbal Sublinhe nos textos a seguir as expressões que indicam tempo: a) "Morreu ontem, aos 70 anos de idade, 'João Batista Sérgio Murad, o empresário que ficou conhecido no país pelo pseudônimo de Beto Carrero. Ele estava internado há dois dias no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo". [...] (Folha de Londrina, 02/02/2008). b) "Era um mês de outubro em São Paulo, a criançada só falava no concurso das figurinhas de futebol". (João Carlos Marinho Silva. O gênio do crime. São Paulo, Obelisco, 1977). c) Um dia, as lebres, reunidas, se lamentavam entre si da vida miserável e cheia de medo, pois não eram presas dos homens, dos cães, das águias, e também de muitos animais?”(Esopo: Fábulas completas. Tradução de Neide Smolka. São Paulo: Moderna, 1994)". 9
  • 10. VI Seminário de Iniciação Científica – SóLetras - 2009 ISSN 1808-9216 d) “Uma raposa e um crocodilo discutiam sobre sua nobreza. Como o crocodilo falasse sobre o valor de seus ancestrais, dizendo que eram ginasiarcas (atletas), a raposa disse: [...]” (a raposa e o crocodilo. Esopo: fábulas completas. Tradução de Neide Smolka. São Paulo: Moderna, 1994). Em que textos você: a) Pode dizer quando aconteceu o fato contado? b) Não pode dizer exatamente quando aconteceu o fato contado? c) Agora discuta com o seu colega as razões pelas quais os textos das fábulas são histórias que não apresentam indicação precisa de tempo. REFERÊNCIAS: DOLZ, J.;NOVERRAZ, M.;SCHNEUWLY,B. Seqüências didáticas para o oral e a escrita: apresentação de um procedimento. In: SCHENEUWLY,B.;DOLZ,J. (orgs.). Gêneros orais e escritos na escola. Tradução Rosane Rojo e Gláis Sales Cordeiro. Campinas, SP: Mercado de Letras,2004,p.95-126. LOPES-ROSSI, Maria Aparecida Garcia. Gêneros discursivos no ensino da leitura e produção de textos. Rn= Karwoski, Acir Mário, Gaydegzka, Beatriz; Brito, karim Siebeneicher. (orgs.). Gêneros textuais: reflexões e ensino. Palmas e União da Vitória, PR: Kaygangue, 2005, p. 84-86. 10