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Sinopse Crítica
                                                                                          Por Walner MAMEDE

    Autor(es) do texto original          Ano               Titulo
    LOIOLA, Elizabeth;                   2006              Aprendizagem em organizações: mecanismos
    NÉRIS, Jorge S.;                                       que articulam processos individuais e coletivos
    BASTOS, Antônio Virgílio B.

    Fonte (Livro, revista, jornal)                Editor(a)                       Local              Páginas
    TDE &E em organizações e trabalho             Artmed                          POA                114-136



    Objetivos
       1- Discutir o tema ‘aprendizagem’ no interior das organizações sob a perspectiva
          individual e organizacional e sua interconversão entre esses dois níveis
       2- Relacionar ‘aprendizagem organizacional’ com ‘gestão do conhecimento’.

    Idéias Principais                                                                     Considerações
    Existe um cenário econômico atual que demanda uma revisão das                         Tal relação assemelha-
    formas de se entender e promover a aprendizagem no interior das                       se à relação entre
    organizações e tal demanda tem sido atendida em duas dimensões:                       Ciência e Tecnologia,
                                                                                          sendo esta, muitas
    acadêmica (por pesquisadores) e empresarial (por consultores). Os
                                                                                          vezes independente e
    primeiros se orientam por uma abordagem científica e reflexiva dos
                                                                                          ‘a    priori’   daquela,
    fatos e fenômenos, os segundos por uma visão pragmática imediatista,
                                                                                          convocando-a           e
    prescritiva e aplicada que em alguns aspectos se complementam, mas                    retroalimentando-a, a
    em outros conflitam. Tanto a visão acadêmica quanto a empresarial                     partir               das
    estabelecem suas conclusões a partir da realidade empírica, sendo                     concatenações,      nem
    que a primeira se vale de uma rígida metodologia que considera o                      sempre inválidas, do
    maior número possível de aspectos envolvidos na questão, em suas                      senso comum. Temos
    múltiplas determinações, enquanto a segunda, a partir de aportes                      também que, muitas
    teóricos assim obtidos, produz suas análises sobre o contexto-                        vezes,      a    Ciência
                                                                                          convoca a realidade ‘a
    problema tendo por referência e estabelecendo, muitas vezes,
                                                                                          posteriori’         para
    generalizações prematuras derivadas de casos-sucesso, sem o rigor
                                                                                          legitimar           suas
    necessário.
                                                                                          verdades      negociadas
                                                                                          (LATOUR, 2000) 1
    Duas grandes vertentes têm orientado os debates no campo da                           A discussão sobre a
    produção do conhecimento organizacional: uma que considera o                          natureza              do
    conhecimento como mercadoria e propriedade privativa (ativo                           conhecimento é velha
                                                                                          conhecida             na
    econômico), se ocupando de seu gerenciamento comercial, e outra que
                                                                                          Sociologia da Ciência.
    não nega a primeira e se preocupa em compreender os processos
                                                                                          Merton      (1968)2   já
    individuais e sociais de sua construção no interior da organização, se
                                                                                          alertava, em meados do
    ocupando de sua gestão estratégica. O presente texto está                             séc. XX, sobre o
    comprometido com esta segunda perspectiva, apontando a direção                        necessário       caráter
    privatista para a qual se encaminha a solução da controvérsia sobre a                 comunitário           do
    natureza do conhecimento: pública ou privada?                                         conhecimento
                                                                                          científico e denunciava
1
    LATOUR, Bruno. Ciência em ação. São Paulo: Unesp, 2000.
2
    MERTON, Robert. K. Sociologia: Ideologia e Estrutura. São Paulo: Mestre Jou, 1968.
a postura privatista
                                                                                          dos cientistas em sua
                                                                                          busca pela prioridade
                                                                                          na atribuição do mérito
                                                                                          pela    criação,   algo
                                                                                          bastante visível hoje
                                                                                          na produção acadêmica
                                                                                          (MIRANDA       et    al,
                                                                                          2008)3
    Existe uma polissemia de difícil governança dos conceitos de                          A percepção do líder
    aprendizagem e conhecimento, fomentada pela falta de rigor                            que     determina       os
    metodológico e aprofundamento teórico das consultorias empresariais                   rumos da produção do
                                                                                          conhecimento
    na área, bem como pela falta de consenso acadêmico. Além disso, as
                                                                                          assemelha-se à visão,
    transferências mecânicas e indevidas de tais conceitos entre os
                                                                                          já criticada por Latour
    níveis de análise (individual, grupal, organizacional) têm sido fonte
                                                                                          (2000) na Ciência, do
    geradora de constantes confusões, produzindo duas perspectivas de                     cientista-gênio       que
    abordagem: ‘aprendizagem organizacional’ e ‘organizações de                           surge      como     único
    aprendizagem’. A primeira, não se limitando a uma prescrição de                       expoente de uma ideia,
    normas e condutas universais a serem seguidas para que a                              quando, na verdade,
    aprendizagem seja otimizada, aceita a existência do indivíduo como                    esta        ideia      foi
    unidade de análise a partir da qual o conhecimento se propagaria para                 decorrente da atuação
    o coletivo, existindo uma produção compartilhada e condicionada por                   de um grande número
                                                                                          de      pessoas       em
    valores comuns ao contexto e relações de poder. Alguns
                                                                                          diferentes instâncias e
    conhecimentos não pertenceriam a um único indivíduo, mas sim ao
                                                                                          de um sem-número de
    grupo ou à organização como síntese das relações ali estabelecidas,
                                                                                          negociações           que
    enquanto outros lhes seriam privativos e em nada contribuiriam com a                  redundaram na ideia
    organização. Dentro dessa perspectiva, alguns autores atribuem maior                  final,    já     bastante
    carga a um nível que aos outros dois, por vezes, mesmo, centralizando                 modificada em relação
    a responsabilidade na figura do líder que determinaria a produção                     à original, em uma
    válida e condicionaria as formas de aprender, mas reconhecem, em                      síntese entre o que seu
    algum grau, uma interação tridimensional, cujo produto pode ser maior                 propositor desejava e
    que a soma de suas partes, demandando uma interpretação mais                          aquilo que seus aliados,
                                                                                          recrutados no caminho,
    fenomenológica dos sucessos e dos fracassos. A segunda perspectiva,
                                                                                          necessitavam         para
    muito adotada por consultorias empresariais, entende que a
                                                                                          serem interessados na
    aprendizagem se dá no nível da organização, devendo ser esta a
                                                                                          ideia, compondo uma
    unidade de análise, a qual condicionaria e determinaria todo restante,                rede de relações e
    bastando que reunisse as condições objetivas necessárias à ação                       jogos de poder que não
    individual. Assim, um possível fracasso seria resultado da inaptidão                  pode ser reduzida a um
    individual e da incompatibilidade do indivíduo com as necessidades da                 único expoente.
    organização, uma vez que esta apresentaria um ambiente ideal para
    que ele ‘florescesse’ e a alavancasse. Via de regra, os aspectos
    positivos, idealmente, tipificados por consultores nessa abordagem
    são coletados de casos bem-sucedidos e prescritos, indiscriminada e
    universalmente, para contextos diversos sem o rigor acadêmico
    necessário à sua contextualização e ajustamento a partir de uma
    análise contingencial e teórica mais ampla. Haveria, aqui, um
3
  MIRANDA, A.; SIMEÃO E.; MUELLER, SPM. Autoria coletiva, autoria ontológica e intertextualidade na
Ciência: aspectos interdisciplinares e tecnológicos. Contextos, studios de humanidades e ciências sociales, n. 20, p.
123-136, 2008.
esquecimento dos aspectos mais subjetivos ou sociais da
    aprendizagem e uma negligência aos fracassos como objeto de estudo,
    inclusive, no interior dos casos bem-sucedidos. Visar-se-iam, muitas
    vezes, necessidades de mercado do próprio consultor, que almejaria
    resultados imediatistas de autopromoção, mas de pequena amplitude e
    durabilidade, focando apenas uma parcela da organização, a fim de
    remodelar, com aparente sucesso, o perfil organizacional segundo um
    padrão ideal. Para alguns autores, a dicotomia é um equívoco e as duas
    perspectivas deveriam ser integradas, para outros, isso parece
    problemático, já que seus referenciais epistemológicos podem ser,
    muitas vezes, conflitantes.
    Há uma dicotomização que permeia a perspectiva da ‘aprendizagem                    Alcunhar                de
    organizacional’, originando duas visões sobre a natureza do processo:              ‘positivista’ uma área
    técnica e social. A primeira entende que os jogos políticos não                    qualquer             pode
                                                                                       representar           uma
    determinam a aprendizagem e que esta se dá pelo processamento
                                                                                       acusação          leviana,
    eficaz da informação, dando a impressão de que ela possuiria uma
                                                                                       conforme vemos em
    inércia que lhe permitiria um trânsito autônomo e sua difusão passiva
                                                                                       Silvino          (2007)4,
    entre os níveis. Para seus opositores, isso redundaria em posturas                 principalmente, neste
    prescritivas decorrentes de uma teoria objetiva de verdade, uma                    caso, se lembrarmos
    ontologia realista e uma epistemologia positivista. A segunda visão                que o Positivismo de
    aceita que aprender, conhecer e mudar são dimensões de um mesmo                    Comte reconhecia a
    fenômeno, socialmente construído, materialmente condicionado, uma                  presença                da
    implicando na outra, ontológica e inexoravelmente. Sua complexidade                subjetividade           na
    pode se apresentar em maior ou menor grau, conforme se observe                     produção       científica.
                                                                                       Além        disso,       a
    mera modificação do comportamento (adaptação) ou ruptura de um
                                                                                       proposição      de    que
    paradigma (transformação)
                                                                                       haveria propagação dos
                                                                                       efeitos                 da
                                                                                       aprendizagem em uma
                                                                                       difusão           passiva
                                                                                       (simétrica?) de idéias
                                                                                       entre o indivíduo e o
                                                                                       coletivo,          parece
                                                                                       problemática       quando
                                                                                       consideramos a visão
                                                                                       latourniana             de
                                                                                       translação       (difusão
                                                                                       ativa     mediada      por
                                                                                       negociações).




4
  SILVINO, Alexandre Magno Dias. Epistemologia Positivista: Qual a Sua Influência Hoje?. Rev. Psicologia Ciência
e Profissão, v. 27, n. 2, p. 276-289, 2007.
Modelos mentais são visões de mundo, teorias prévias sobre a                  Talvez, o conceito de
    realidade e valores que condicionam o ‘o quê’ e o ‘como’ observar e           ‘campus’, de Pierre
    compreender informações sensoriais, estabelecendo o contexto em               Bourdieu       (2004)5,
                                                                                  possa lançar luz sobre
    que serão interpretadas para a geração de resposta. O
                                                                                  a     produção      do
    compartilhamento intersubjetivo de tais modelos (socialização) cria a
                                                                                  conhecimento         na
    possibilidade de existência de uma ‘aprendizagem’ e de uma ‘memória’
                                                                                  organização.      Aqui,
    organizacionais e de conversão mútua entre conhecimento tácito e              aparecem lampejos da
    explícito (natural ou induzido), bem como de sua articulação. A TD&E          discussão presente em
    pode ser entendida como um mecanismo formal, metódico e                       epistemologia sobre a
    sistemático de disseminação do conhecimento e promoção da                     anterioridade da teoria
    aprendizagem dentro da organização, buscando suas múltiplas                   à           experiência
    determinações, induzindo o processo de institucionalização                    (HESSEM,         2003;
    (codificação e socialização) do conhecimento individual (interno e            CHALMERS, 1993)6
    externo), de forma reflexiva, mas não possui respostas para todos os
    problemas de desempenho e aprendizagem.
    Destacam-se dois modelos de aprendizagem: informativo e interativo.           Contudo,                a
    O primeiro busca uma representação acurada do mundo, a fim de                 transferência
    apreender um conhecimento já estabelecido e relevante à execução              horizontal anódina do
                                                                                  conhecimento pode se
    de tarefas, no seio de esquemas pré-determinados. O segundo se
                                                                                  dar se este foi já, no
    ocupa de buscar uma transformação dos esquemas existentes, por
                                                                                  interior               da
    meio do debate de ideias e da interação social. Ambos se
                                                                                  organização, aceito por
    complementam, não podendo a aprendizagem ser considerada mera                 todos como uma caixa-
    transferência horizontal de informações e nem estas estarem                   preta        latourniana
    restritas aos limites internos da organização, ainda que seu contexto         (LATOUR, 2000) posta
    seja essencial ao bom fluxo de informações e conhecimentos.                   em marcha.
    O paradigma taylorista-fordista sustenta uma concepção positivista            A     perspectiva      de
    de treinamento: ordem para o progresso, padronização centralizada,            padronização coletiva
    precisão e regularidade, iatrogenias burocráticas pela rigidez                do conhecimento e do
                                                                                  trabalho       tangencia
    metodológica, ‘supressão’ do fator humano e político em nome da
                                                                                  propostas pedagógicas
    técnica. Com a instabilidade e complexidade crescentes do contexto
                                                                                  participativas, como a
    organizacional e das relações econômicas ocorre uma redescoberta do
                                                                                  freireana      (FREIRE,
    humano e com ela surgem estratégias de otimização do funcionamento            1987)7, e a hipótese da
    conjunto dos sistemas técnico e social, que ficou conhecido como              translação, de Latour
    ‘concepção sociotécnica de organização’, na tentativa de se reduzirem         (2000),      em       sua
    as distâncias entre o prescrito e o realizado e entre as instâncias de        formação das redes
    concepção e de execução, valorizando-se o compartilhamento do                 sociotécnicas na teoria
    conhecimento tácito. “Os processos de codificação também                      ator-rede. Essas duas
    representam processos de socialização...a codificação ausente ou              abordagens ajudam a
                                                                                  compreender             a
    intermitente e o modo com que a padronização do conhecimento é
                                                                                  importância            da
    realizada podem limitar ou expandir as possibilidades de
                                                                                  participação     coletiva
    aprendizagem organizacional” (p. 132). Ou seja, uma padronização
                                                                                  na     legitimação      e
    autocrática possui poucas perspectivas de acolhimento pela                    reconhecimento       dos
    organização como um todo, sendo mais adequada uma padronização                resultados.       Latour,

5
  BOURDIEU, Pierre. Os usos sociais da ciência: por uma sociologia clínica do campo científico. São Paulo:
UNESP, 2004.
6
  CHALMERS, Alan F. O que é ciência afinal?. São Paulo: Brasiliense, 1993.
HESSEM, Johannes. Teoria do Conhecimento. 2ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
7
  FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 17ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
participativa para se fugir à antropomorfização organizacional      ainda,          permite
taylorista e sua conseqüente autonomização de ideias e negação do   perceber      que     as
fator humano em sua produção e disseminação.                        relações sociais não
                                                                    devem ser percebidas
                                                                    como mero conduíte de
                                                                    ideias produzidas a seu
                                                                    revel,           apenas
                                                                    facilitando           ou
                                                                    dificultando         sua
                                                                    difusão, mas como um
                                                                    ator    que    participa
                                                                    ativamente     de    sua
                                                                    criação,    de    forma
                                                                    simétrica aos aspectos
                                                                    técnicos
                                                                    (epistemológicos).
participativa para se fugir à antropomorfização organizacional      ainda,          permite
taylorista e sua conseqüente autonomização de ideias e negação do   perceber      que     as
fator humano em sua produção e disseminação.                        relações sociais não
                                                                    devem ser percebidas
                                                                    como mero conduíte de
                                                                    ideias produzidas a seu
                                                                    revel,           apenas
                                                                    facilitando           ou
                                                                    dificultando         sua
                                                                    difusão, mas como um
                                                                    ator    que    participa
                                                                    ativamente     de    sua
                                                                    criação,    de    forma
                                                                    simétrica aos aspectos
                                                                    técnicos
                                                                    (epistemológicos).

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Aprendizagem em organizações (sinopse critica)

  • 1. Sinopse Crítica Por Walner MAMEDE Autor(es) do texto original Ano Titulo LOIOLA, Elizabeth; 2006 Aprendizagem em organizações: mecanismos NÉRIS, Jorge S.; que articulam processos individuais e coletivos BASTOS, Antônio Virgílio B. Fonte (Livro, revista, jornal) Editor(a) Local Páginas TDE &E em organizações e trabalho Artmed POA 114-136 Objetivos 1- Discutir o tema ‘aprendizagem’ no interior das organizações sob a perspectiva individual e organizacional e sua interconversão entre esses dois níveis 2- Relacionar ‘aprendizagem organizacional’ com ‘gestão do conhecimento’. Idéias Principais Considerações Existe um cenário econômico atual que demanda uma revisão das Tal relação assemelha- formas de se entender e promover a aprendizagem no interior das se à relação entre organizações e tal demanda tem sido atendida em duas dimensões: Ciência e Tecnologia, sendo esta, muitas acadêmica (por pesquisadores) e empresarial (por consultores). Os vezes independente e primeiros se orientam por uma abordagem científica e reflexiva dos ‘a priori’ daquela, fatos e fenômenos, os segundos por uma visão pragmática imediatista, convocando-a e prescritiva e aplicada que em alguns aspectos se complementam, mas retroalimentando-a, a em outros conflitam. Tanto a visão acadêmica quanto a empresarial partir das estabelecem suas conclusões a partir da realidade empírica, sendo concatenações, nem que a primeira se vale de uma rígida metodologia que considera o sempre inválidas, do maior número possível de aspectos envolvidos na questão, em suas senso comum. Temos múltiplas determinações, enquanto a segunda, a partir de aportes também que, muitas teóricos assim obtidos, produz suas análises sobre o contexto- vezes, a Ciência convoca a realidade ‘a problema tendo por referência e estabelecendo, muitas vezes, posteriori’ para generalizações prematuras derivadas de casos-sucesso, sem o rigor legitimar suas necessário. verdades negociadas (LATOUR, 2000) 1 Duas grandes vertentes têm orientado os debates no campo da A discussão sobre a produção do conhecimento organizacional: uma que considera o natureza do conhecimento como mercadoria e propriedade privativa (ativo conhecimento é velha conhecida na econômico), se ocupando de seu gerenciamento comercial, e outra que Sociologia da Ciência. não nega a primeira e se preocupa em compreender os processos Merton (1968)2 já individuais e sociais de sua construção no interior da organização, se alertava, em meados do ocupando de sua gestão estratégica. O presente texto está séc. XX, sobre o comprometido com esta segunda perspectiva, apontando a direção necessário caráter privatista para a qual se encaminha a solução da controvérsia sobre a comunitário do natureza do conhecimento: pública ou privada? conhecimento científico e denunciava 1 LATOUR, Bruno. Ciência em ação. São Paulo: Unesp, 2000. 2 MERTON, Robert. K. Sociologia: Ideologia e Estrutura. São Paulo: Mestre Jou, 1968.
  • 2. a postura privatista dos cientistas em sua busca pela prioridade na atribuição do mérito pela criação, algo bastante visível hoje na produção acadêmica (MIRANDA et al, 2008)3 Existe uma polissemia de difícil governança dos conceitos de A percepção do líder aprendizagem e conhecimento, fomentada pela falta de rigor que determina os metodológico e aprofundamento teórico das consultorias empresariais rumos da produção do conhecimento na área, bem como pela falta de consenso acadêmico. Além disso, as assemelha-se à visão, transferências mecânicas e indevidas de tais conceitos entre os já criticada por Latour níveis de análise (individual, grupal, organizacional) têm sido fonte (2000) na Ciência, do geradora de constantes confusões, produzindo duas perspectivas de cientista-gênio que abordagem: ‘aprendizagem organizacional’ e ‘organizações de surge como único aprendizagem’. A primeira, não se limitando a uma prescrição de expoente de uma ideia, normas e condutas universais a serem seguidas para que a quando, na verdade, aprendizagem seja otimizada, aceita a existência do indivíduo como esta ideia foi unidade de análise a partir da qual o conhecimento se propagaria para decorrente da atuação o coletivo, existindo uma produção compartilhada e condicionada por de um grande número de pessoas em valores comuns ao contexto e relações de poder. Alguns diferentes instâncias e conhecimentos não pertenceriam a um único indivíduo, mas sim ao de um sem-número de grupo ou à organização como síntese das relações ali estabelecidas, negociações que enquanto outros lhes seriam privativos e em nada contribuiriam com a redundaram na ideia organização. Dentro dessa perspectiva, alguns autores atribuem maior final, já bastante carga a um nível que aos outros dois, por vezes, mesmo, centralizando modificada em relação a responsabilidade na figura do líder que determinaria a produção à original, em uma válida e condicionaria as formas de aprender, mas reconhecem, em síntese entre o que seu algum grau, uma interação tridimensional, cujo produto pode ser maior propositor desejava e que a soma de suas partes, demandando uma interpretação mais aquilo que seus aliados, recrutados no caminho, fenomenológica dos sucessos e dos fracassos. A segunda perspectiva, necessitavam para muito adotada por consultorias empresariais, entende que a serem interessados na aprendizagem se dá no nível da organização, devendo ser esta a ideia, compondo uma unidade de análise, a qual condicionaria e determinaria todo restante, rede de relações e bastando que reunisse as condições objetivas necessárias à ação jogos de poder que não individual. Assim, um possível fracasso seria resultado da inaptidão pode ser reduzida a um individual e da incompatibilidade do indivíduo com as necessidades da único expoente. organização, uma vez que esta apresentaria um ambiente ideal para que ele ‘florescesse’ e a alavancasse. Via de regra, os aspectos positivos, idealmente, tipificados por consultores nessa abordagem são coletados de casos bem-sucedidos e prescritos, indiscriminada e universalmente, para contextos diversos sem o rigor acadêmico necessário à sua contextualização e ajustamento a partir de uma análise contingencial e teórica mais ampla. Haveria, aqui, um 3 MIRANDA, A.; SIMEÃO E.; MUELLER, SPM. Autoria coletiva, autoria ontológica e intertextualidade na Ciência: aspectos interdisciplinares e tecnológicos. Contextos, studios de humanidades e ciências sociales, n. 20, p. 123-136, 2008.
  • 3. esquecimento dos aspectos mais subjetivos ou sociais da aprendizagem e uma negligência aos fracassos como objeto de estudo, inclusive, no interior dos casos bem-sucedidos. Visar-se-iam, muitas vezes, necessidades de mercado do próprio consultor, que almejaria resultados imediatistas de autopromoção, mas de pequena amplitude e durabilidade, focando apenas uma parcela da organização, a fim de remodelar, com aparente sucesso, o perfil organizacional segundo um padrão ideal. Para alguns autores, a dicotomia é um equívoco e as duas perspectivas deveriam ser integradas, para outros, isso parece problemático, já que seus referenciais epistemológicos podem ser, muitas vezes, conflitantes. Há uma dicotomização que permeia a perspectiva da ‘aprendizagem Alcunhar de organizacional’, originando duas visões sobre a natureza do processo: ‘positivista’ uma área técnica e social. A primeira entende que os jogos políticos não qualquer pode representar uma determinam a aprendizagem e que esta se dá pelo processamento acusação leviana, eficaz da informação, dando a impressão de que ela possuiria uma conforme vemos em inércia que lhe permitiria um trânsito autônomo e sua difusão passiva Silvino (2007)4, entre os níveis. Para seus opositores, isso redundaria em posturas principalmente, neste prescritivas decorrentes de uma teoria objetiva de verdade, uma caso, se lembrarmos ontologia realista e uma epistemologia positivista. A segunda visão que o Positivismo de aceita que aprender, conhecer e mudar são dimensões de um mesmo Comte reconhecia a fenômeno, socialmente construído, materialmente condicionado, uma presença da implicando na outra, ontológica e inexoravelmente. Sua complexidade subjetividade na pode se apresentar em maior ou menor grau, conforme se observe produção científica. Além disso, a mera modificação do comportamento (adaptação) ou ruptura de um proposição de que paradigma (transformação) haveria propagação dos efeitos da aprendizagem em uma difusão passiva (simétrica?) de idéias entre o indivíduo e o coletivo, parece problemática quando consideramos a visão latourniana de translação (difusão ativa mediada por negociações). 4 SILVINO, Alexandre Magno Dias. Epistemologia Positivista: Qual a Sua Influência Hoje?. Rev. Psicologia Ciência e Profissão, v. 27, n. 2, p. 276-289, 2007.
  • 4. Modelos mentais são visões de mundo, teorias prévias sobre a Talvez, o conceito de realidade e valores que condicionam o ‘o quê’ e o ‘como’ observar e ‘campus’, de Pierre compreender informações sensoriais, estabelecendo o contexto em Bourdieu (2004)5, possa lançar luz sobre que serão interpretadas para a geração de resposta. O a produção do compartilhamento intersubjetivo de tais modelos (socialização) cria a conhecimento na possibilidade de existência de uma ‘aprendizagem’ e de uma ‘memória’ organização. Aqui, organizacionais e de conversão mútua entre conhecimento tácito e aparecem lampejos da explícito (natural ou induzido), bem como de sua articulação. A TD&E discussão presente em pode ser entendida como um mecanismo formal, metódico e epistemologia sobre a sistemático de disseminação do conhecimento e promoção da anterioridade da teoria aprendizagem dentro da organização, buscando suas múltiplas à experiência determinações, induzindo o processo de institucionalização (HESSEM, 2003; (codificação e socialização) do conhecimento individual (interno e CHALMERS, 1993)6 externo), de forma reflexiva, mas não possui respostas para todos os problemas de desempenho e aprendizagem. Destacam-se dois modelos de aprendizagem: informativo e interativo. Contudo, a O primeiro busca uma representação acurada do mundo, a fim de transferência apreender um conhecimento já estabelecido e relevante à execução horizontal anódina do conhecimento pode se de tarefas, no seio de esquemas pré-determinados. O segundo se dar se este foi já, no ocupa de buscar uma transformação dos esquemas existentes, por interior da meio do debate de ideias e da interação social. Ambos se organização, aceito por complementam, não podendo a aprendizagem ser considerada mera todos como uma caixa- transferência horizontal de informações e nem estas estarem preta latourniana restritas aos limites internos da organização, ainda que seu contexto (LATOUR, 2000) posta seja essencial ao bom fluxo de informações e conhecimentos. em marcha. O paradigma taylorista-fordista sustenta uma concepção positivista A perspectiva de de treinamento: ordem para o progresso, padronização centralizada, padronização coletiva precisão e regularidade, iatrogenias burocráticas pela rigidez do conhecimento e do trabalho tangencia metodológica, ‘supressão’ do fator humano e político em nome da propostas pedagógicas técnica. Com a instabilidade e complexidade crescentes do contexto participativas, como a organizacional e das relações econômicas ocorre uma redescoberta do freireana (FREIRE, humano e com ela surgem estratégias de otimização do funcionamento 1987)7, e a hipótese da conjunto dos sistemas técnico e social, que ficou conhecido como translação, de Latour ‘concepção sociotécnica de organização’, na tentativa de se reduzirem (2000), em sua as distâncias entre o prescrito e o realizado e entre as instâncias de formação das redes concepção e de execução, valorizando-se o compartilhamento do sociotécnicas na teoria conhecimento tácito. “Os processos de codificação também ator-rede. Essas duas representam processos de socialização...a codificação ausente ou abordagens ajudam a compreender a intermitente e o modo com que a padronização do conhecimento é importância da realizada podem limitar ou expandir as possibilidades de participação coletiva aprendizagem organizacional” (p. 132). Ou seja, uma padronização na legitimação e autocrática possui poucas perspectivas de acolhimento pela reconhecimento dos organização como um todo, sendo mais adequada uma padronização resultados. Latour, 5 BOURDIEU, Pierre. Os usos sociais da ciência: por uma sociologia clínica do campo científico. São Paulo: UNESP, 2004. 6 CHALMERS, Alan F. O que é ciência afinal?. São Paulo: Brasiliense, 1993. HESSEM, Johannes. Teoria do Conhecimento. 2ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003. 7 FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 17ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
  • 5. participativa para se fugir à antropomorfização organizacional ainda, permite taylorista e sua conseqüente autonomização de ideias e negação do perceber que as fator humano em sua produção e disseminação. relações sociais não devem ser percebidas como mero conduíte de ideias produzidas a seu revel, apenas facilitando ou dificultando sua difusão, mas como um ator que participa ativamente de sua criação, de forma simétrica aos aspectos técnicos (epistemológicos).
  • 6. participativa para se fugir à antropomorfização organizacional ainda, permite taylorista e sua conseqüente autonomização de ideias e negação do perceber que as fator humano em sua produção e disseminação. relações sociais não devem ser percebidas como mero conduíte de ideias produzidas a seu revel, apenas facilitando ou dificultando sua difusão, mas como um ator que participa ativamente de sua criação, de forma simétrica aos aspectos técnicos (epistemológicos).