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DISCURSO DE MALALA
YOUSAFZAI
ANALISE DISCURSO DE MALALA YOUSAFZAI

20 DE JANEIRO DE 2014
VITOR MANUEL GAVINA FARIA
Número de aluno - 2110312
Traduzido por mim:
" Em nome de Deus, o Clemente, o Misericordioso.“
Honorável Secretário Geral da ONU Ban Ki -moon ,
Respeitado presidente da Assembleia Geral Vuk Jeremic
Enviado da ONU para a educação Gordon Brown ,
Anciãos respeitados e queridos irmãos e irmãs; hoje, é uma honra para
mim estar aqui, falando novamente após muito tempo.
Estar aqui com pessoas tão ilustres é um grande momento na minha vida.
Não sei por onde começar o meu discurso.
Não sei o que iriam estar à espera que eu dissesse. Mas antes de tudo,
quero agradecer a Deus, para quem somos todos iguais, e muito obrigado
a todas as pessoas que rezaram pela minha rápida recuperação e por uma
vida nova.
Eu não posso acreditar na quantidade de amor que as pessoas me têm
mostrado. Tenho recebido milhares de cartões, presentes e desejos de
melhoras de todo o mundo.
Obrigado a todos eles. Obrigada às crianças cujas palavras inocentes me
encorajaram.
Obrigada aos meus anciãos, cujas orações me fortaleceram. Gostaria de
agradecer aos meus enfermeiros, médicos e todos os funcionários dos
hospitais do Paquistão e no Reino Unido e do governo dos Emirados
Árabes Unidos, que me ajudaram a ficar melhor e recuperar a minha
força.
Apoio plenamente o Sr. Ban Ki -moon, Secretário- Geral com o seu
“Global First Education Initiative” e com o trabalho do enviado especial da
ONU Gordon Brown.
Agradeço a ambos pela liderança que continuam a exercer. Eles
continuam a inspirar-nos a todos nós para a ação.
Queridos irmãos e irmãs, lembrem-se de uma coisa:
O dia “Malala” não é o meu dia. Hoje é o dia de cada mulher, cada
menino e cada menina que levantaram a sua voz pelos seus direitos. Há
centenas de ativistas de direitos humanos e assistentes sociais que não
estão apenas falando sobre direitos humanos, mas que estão lutando para
atingir objectivos de paz, de educação e igualdade. Milhares de pessoas
foram mortas pelos terroristas e milhões ficaram feridos . Eu sou apenas
um deles.
Então, aqui estou ...Então, aqui estou, uma menina entre muitos. Eu falo não por mim, mas por todas as meninas e meninos. Eu levanto a minha
voz - não para que eu possa gritar, mas para que aqueles sem voz possam
ser ouvidos. Aqueles que lutam pelos seus direitos :
O direito de viver em paz.
O direito de ser tratado com dignidade.
O direito à igualdade de oportunidades.
O direito de ser educado.
Caros amigos, no dia 9 de outubro de 2012 um Talibã atingiu-me no lado
esquerdo da minha testa.
Eles atiraram também sobre os meus amigos.
Eles achavam que as balas nos iriam silenciar .
Mas eles falharam. E então, do silêncio chegou, milhares de vozes.
Os terroristas pensaram que iriam mudar os meus objetivos e parar as
minhas ambições, mas nada mudou na minha vida a não ser isto:
Fraqueza, medo e falta de esperança morreram .
Força, poder e coragem nasceram.
Eu sou a mesma Malala .
Minhas ambições são as mesmas.
Minhas esperanças são as mesmas.
Meus sonhos são os mesmos.
Queridos irmãos e irmãs, eu não sou contra ninguém.
Também não estou aqui para falar em termos de vingança pessoal contra
os talibãs ou qualquer outro grupo terrorista.
Estou aqui para falar sobre o direito à educação de todas as crianças.
Eu quero educação para os filhos e filhas de todos os extremistas,
especialmente dos talibãs.
Eu nem odeio o Talibã que disparou sobre mim. Mesmo se tivesse uma
arma na mão e ele estivesse a minha frente Eu não o mataria.
Esta é a compaixão que aprendi com Muhammed, o profeta da
misericórdia, Jesus Cristo e Buda.
Este é o legado de mudança que eu herdei de Martin Luther King, Nelson
Mandela e Muhammad Ali Jinnah .
Esta é a filosofia da não-violência que eu aprendi com Gandhi Jee , Bacha
Khan e Madre Teresa .
E este é o perdão que eu aprendi com a minha mãe e pai.
Isto é o que a minha alma me diz, estar em paz e amor com todos.
Queridos irmãos e irmãs, apercebemo-nos da importância da luz quando
vemos escuridão.
Apercebemo-nos da importância da nossa voz quando estamos em
silêncio.
Da mesma forma, que quando estávamos em Swat, no norte do
Paquistão, apercebemo-nos da importância das canetas e livros quando
vimos as armas.
O sábio ditado, " A caneta é mais poderosa que a espada " é verdade.
Os extremistas têm medo dos livros e das canetas.
O poder, o poder da educação assusta.
Eles têm medo das mulheres. O poder da voz das mulheres assusta-os.
E foi por isso que mataram 14 inocentes estudantes no recente ataque a
Quetta .
E é por isso que eles mataram muitas professoras em Khyber
Pukhtoonkhwa.
É por isso que eles estão explodindo escolas todos os dias.
Porque eles têm medo da mudança, medo da igualdade que vamos trazer
para a nossa sociedade.
Lembro-me que havia um rapaz em nossa escola que foi questionado por
um jornalista: "Por que razão são os Talibã contra a educação? " Ele
respondeu de forma muito simples.
Apontando para seu livro, ele disse: " O Talibã não sabe o que está escrito
dentro deste livro. " Eles pensam que Deus é um pequeno ser
conservador, que iria enviar as meninas para o inferno só por causa de ir à
escola.
Os terroristas estão fazendo mau uso do nome do Islão e da sociedade
Pashtun apenas para seus próprios benefícios pessoais.
O Paquistão é um pais amante da paz e democrático.
Pashtuns querem educação para os seus filhos e filhas.
E o Islão é uma religião de paz, de humanidade e fraternidade.
O Islão não só diz que é um direito de cada criança a obtenção de
educação, mas também, um dever e responsabilidade do islão em dá-lo.
Honorável Secretário-geral, a paz é necessária para a educação.
Em muitas partes do mundo, especialmente no Paquistão e no
Afeganistão, o terrorismo, as guerras e conflitos estão a impedir as
crianças para ir para suas escolas.
Estamos realmente cansados dessas guerras.
Mulheres e crianças estão sofrendo em muitas partes do mundo, de
muitas maneiras.
Na Índia, as crianças inocentes e pobres são vítimas do trabalho infantil.
Muitas escolas foram destruídas na Nigéria.
Pessoas no Afeganistão foram afetados pelas barreiras de extremismo
durante décadas.
As meninas tem que fazer o trabalho infantil doméstico e são forçadas a
casar-se em idade precoce .
Pobreza, ignorância, injustiça, racismo e a privação dos direitos básicos
são os principais problemas enfrentados por ambos, homens e mulheres .
Caros companheiros, hoje estou realçando os direitos das mulheres e da
educação das meninas, porque são elas que estão sofrendo mais.
Houve um tempo em que ativistas sociais mulheres pediram a homens
para lutar por seus direitos.
Mas, desta vez, vamos fazê-lo nós mesmas.
Eu não estou dizendo que os homens devem se afastar de falar dos
direitos das mulheres, em vez estou realçando a importância das mulheres
serem independentes e lutarem por si mesmas.
Queridos irmãos e irmãs, agora é hora de falar.
Então, hoje, apelemos aos líderes mundiais para alterar as suas políticas
estratégicas em favor da paz e da prosperidade.
Apelemos aos líderes mundiais para que todos os acordos de paz sejam
cumpridos e devam proteger as mulheres e os direitos das crianças.
Um acordo que vai contra a dignidade da mulher e dos seus direitos é
inaceitável.
Apelemos a todos os governos para garantir a educação gratuita e
obrigatória para todas as crianças em todo o mundo.
Apelemos a todos os governos para lutar contra o terrorismo e a violência,
para proteger as crianças de brutalidade e danos.
Apelemos aos países desenvolvidos para apoiar a expansão de
oportunidades educacionais para as meninas no mundo em
desenvolvimento.
Apelemos a todas as comunidades para serem tolerantes - para rejeitarem
os preconceitos baseados em, cor, religião ou sexo. Para garantir a
liberdade e igualdade para as mulheres, para que assim possam florescer.
Nós não podemos todos ter sucesso quando metade de nós são retidos.
Apelemos a todos os nossos irmãos ao redor do mundo para serem
corajosos - a abraçar a força dentro de si e se aperceberem de todo o seu
potencial.
Queridos irmãos e irmãs, queremos escolas e educação para todas as
crianças para assim poderem ter um futuro brilhante.
Vamos continuar o nosso caminho para o nosso destino de paz e educação
para todos.
Ninguém nos pode parar.
Vamos falar dos nossos direitos e vamos trazer a mudança através da
nossa voz.
Devemos acreditar no poder e na força de nossas palavras.
Nossas palavras podem mudar o mundo.
Porque todos nós estamos juntos, unidos pela causa da educação.
E se nós queremos alcançar o nosso objetivo, então vamos nos fortalecer
com a arma do conhecimento e vamos nos proteger com a unidade e
união.
Queridos irmãos e irmãs, não podemos esquecer que milhões de pessoas
estão sofrendo com a pobreza, a injustiça e a ignorância.
Não devemos esquecer que milhões de crianças estão fora das escolas.
Não devemos esquecer que os nossos irmãos e irmãs estão à espera de
um futuro de paz brilhante.
Por isso, vamos travar, vamos travar, uma luta global contra o
analfabetismo, a pobreza e o terrorismo vamos agarrar, vamos agarrar em
nossos livros e canetas.
Eles são as nossas armas mais poderosas.
Uma criança, um professor, um livro e uma caneta podem mudar o
mundo.
A educação é a única solução.
"Obrigado”
ANALISE DISCURSO DE MALALA YOUSAFZAI

No início de 2009, com 11 anos de idade, Malala Yousafzai escreveu um
blogue sob um pseudônimo para a BBC relatando detalhadamente como era a
sua vida sob o regime Talibã, nomeadamente as suas tentativas de ficar com o
controle da região, e seus pontos de vista sobre a promoção da educação para
mulheres. No verão seguinte, um documentário do The New York Times foi
filmado sobre sua vida. Malala Yousafzai destacou-se, dando entrevistas para
jornais e televisão, foi nomeada para o Prêmio internacional da Criança pelo
ativista sul-africano Desmond Tutu.
Em 9 de outubro de 2012, Malala foi baleada na cabeça e pescoço numa
tentativa de assassinato por talibãs armados, quando voltava para casa num
autocarro escolar. Nos dias que se seguiram ao ataque, ela permaneceu
inconsciente e em estado crítico, mas mais tarde a sua condição melhorou o
suficiente para que fosse enviada para o Queen Elizabeth Hospital, em
Birmingham, Inglaterra, para a reabilitação intensiva.
Em 12 de julho de 2013, Yousafzai comemorou seu aniversário de 16,
anos discursando na Assembleia da Juventude na Organização das Nações Unidas
em Nova Iorque, Estados Unidos e é a retorica desse discurso, que passo a
analisar.
Segundo a Retórica de Aristóteles, este discurso define-se como um
discurso deliberativo, ou seja, é um discurso elaborado com o objectivo de
influenciar, persuadir a decisão futura dos ouvintes.
Malala tem uma Tese, “A Paz é necessária à educação” acompanhada
com os seguintes argumentos:
- Todos têm o direito de viver em paz;
- Todos têm o direito de viver com dignidade;
- Todos têm o direito de serem instruídos;
- Todos têm o direito à igualdade de oportunidades;
Irá tentar persuadir esta assembleia onde discursa, composta não só
pelos jovens representantes de cada país membro, como também por altos
cargos e representantes da ONU, pessoas com grande poder de decisão terem
como objetivo principal a luta pela paz e educação.
Ao longo do seu discurso, Malala com o intuito de inspirar os jovens, e
tocar quem decide. Deste modo recorre a várias formas de persuasão: o ethos ,
logos e pathos.
No ethos, Malala, por ser uma jovem corajosa que vivenciou e sofreu na
pele o ataque/massacre talibã, usa a sua voz para alertar à urgência de pôr
termo ao terrorismo, acreditando que o mesmo apenas poderá ser combatido
com o recurso à educação, que crê ser o único meio de travar a violência,
libertando o povo, crianças e adultos, do medo e da ignorância em que se
encontram; “O dia “Malala” não é o meu dia. Hoje é o dia de cada mulher, cada
menino e cada menina levantar a sua voz pelos seus direitos.”. A sua
personalidade confere-lhe uma credibilidade e verosimilhança muito grandes.
Então Malala estabelece um acordo prévio, ou seja, predetermina o
relato de factos, verdades, a sua própria história, utiliza topoi de qualidade por
exemplo: perdão, vida, morte, amor que permite a construção de argumentos
centrados na valorização dos direitos humanos, e naquilo que se acredita e que
se faz. Deste modo, o auditório irá estar atento, ansioso de a ouvir desde a
primeira palavra, receptivos de serem persuadidos.
De acordo com as características deste público, Malala, elaborou um
discurso emocional em torno de um eixo: sua história e sua capacidade de
perdoar, a par do seu conhecimento do que realmente acontece e de como
vivem as pessoas sem acesso à educação e da sua certeza que a educação não é
meramente uma solução, mas sim a única solução para atingir a paz. Note-se
nestes excertos do discurso:
“Eu nem odeio o Talibã que disparou sobre mim. Mesmo se tivesse uma
arma na mão e ele estivesse a minha frente Eu não o mataria. “
“Da mesma forma, que quando estávamos em Swat, no norte do
Paquistão, apercebemo-nos da importância das canetas e livros quando vimos
as armas.”
“A educação é a única solução”.
Malala utiliza um estilo médio mas também recorre ao estilo elevado
para atingir os seus objectivos. Ela pretende captar a simpatia do auditório e
cativa-los para que adiram à sua causa e através do relato das suas experiências
pretende suscitar emoções profundas e comover o auditório como é por
exemplo o relato da sua história quando foi vítima de uma tentativa de
assassinato por parte de um talibã que acertou-lhe na testa, ”… um Talibã
atingiu-me no lado esquerdo da minha testa”. Descreve a sua determinação;
“Os terroristas pensaram que iriam mudar os meus objetivos e parar as minhas
ambições, mas nada mudou na minha vida a não ser isto: Fraqueza, medo e
falta de esperança morreram. Força, poder e coragem nasceram. Eu sou a
mesma Malala”. Ao expor assim o seu discurso, irá incutir a necessidade nos
ouvintes de futuramente, adotarem uma postura forte e determinada de forma
a alcançarem a paz e lutarem pelos direitos humanos em todo o mundo.
Ela vai recorrer única e exclusivamente aos argumentos de experiência
através deles, desde o início do seu discurso vai começar a arranjar no
pensamento dos seus ouvintes um espaço para indo introduzindo as suas
premissas até chegar ao que pretende incutir
Assim, no início deste manifesta ser uma pessoa humilde através do
elogio, reconhecimento, e orgulho por estar presente na ONU e algum
nervosismo próprio destas ocasiões; “Honorável Secretário Geral da ONU Ban
Ki –Moon”; “Estar aqui com pessoas tão ilustres é um grande momento na
minha vida”; “Não sei por onde começar o meu discurso”.
Assim, e na minha opinião, através desta exposição do seu carácter
moral, humildade os ouvintes irão aumentar a sua confiança e empatia por ela.
Esta irá aumentar gradualmente com o relato da sua história, corajosa e também
porque estes irão se identificar com alguns dos seus valores e com a sua luta.
No recurso ao logos, Malala introduz o seu discurso de uma forma
coerente e clara. Começa por cumprimentar a assembleia, elogia os presentes

“…liderança que continuam a exercer. Eles continuam a inspirar-nos a todos nós
para a ação…” e apresenta o seu objetivo “...Então, aqui estou, uma menina
entre muitos. Eu falo - não por mim, mas por todas as meninas e meninos. Eu
levanto a minha voz - não para que eu possa gritar, mas para que aqueles sem
voz possam ser ouvidos”. Para defender a sua tese, bem como a maneira de
como olha para a questão, utiliza metáforas como:
“….importância

das

canetas

e

livros…”

que

representa

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conhecimento, saber, que conduz à construção de um mundo justo, novo em
que todos os cidadãos têm os mesmos direitos e oportunidades.
“…armas…”representando aqui o regime opressivo dos talibã,
terrorismo, violência.
“…apercebemo-nos da importância da luz quando vemos escuridão”, e
aqui “escuridão” representa a ignorância, o medo, aspetos que levam a atitudes,
comportamentos de violência, terrorismo. A “luz” metáfora do saber que é o
meio de combate à ignorância e ao medo, que por conseguinte conduz à paz. A
“luz” é sinónimo de liberdade de expressão em plena consciência.
A oradora identifica-se e caracteriza-se com diferentes filosofias de vida
invocando grandes personagens da história mundial símbolos de exemplos de
vida a seguir. Como filosofia da não violência “que eu aprendi com Gandhi Jee ,
Bacha Khan e Madre Teresa”. Filosofia de mudança “legado de mudança que eu
herdei de Martin Luther King, Nelson Mandela e Muhammad Ali Jinnah”.
Filosofia de compaixão e misericórdia “compaixão que aprendi com Muhammed, o
profeta da misericórdia, Jesus Cristo e Buda”. Dando exemplos vida seus que
comprovam isso mesmo; “Eu nem odeio o Talibã que disparou sobre mim.
Mesmo se tivesse uma arma na mão e ele estivesse a minha frente Eu não o
mataria”; “não estou aqui para falar em termos de vingança pessoal contra os
talibãs ou qualquer outro grupo terrorista”; “este é o perdão que eu aprendi
com a minha mãe e pai”.
Além destas abordagens vai utilizar a amplificação e a repetição de
palavras para prolongar a atenção do auditório, e consequentemente reforçar a
coesão da sua tese, e apelar à sua luta como sendo uma luta de todos os
presentes no auditório; “…Queridos irmãos e irmãs…“,”…Apelemos a todos os
governos…” , “Porque todos nós estamos juntos, unidos pela causa da
educação”
Durante o seu discurso utiliza outros, recursos, artifícios retóricos
como; A utilização da questão retórica para desenvolver a tese do discurso e
simultaneamente interpelar e conduzir o auditório à reflexão, “…Porque são os
talibã contra a educação ?...”;
O paralelismo sintático, anafórico (repetição) “…esta é…”/“…esta é…”, “O
poder, o poder…”, “…vamos travar, vamos travar…”,”…vamos agarrar, vamos
agarrar…”, para reforçar as suas ideias, convicções e assim captar a atenção do
auditório.
A Invocação, o chamar, interpelar “Queridos irmãos….”,”Caros amigos…”, o
uso desta traduz uma estratégia discursiva, em que o objetivo é envolver o
auditório e captar a sua atenção, interesse sobre a matéria apresentada.
Metáforas como por exemplo “…A caneta é mais poderosa que a espada…”,
reforça a importância do conhecimento como parâmetro essencial à construção
de um mundo, que saiba respeitar o direito do próximo em viver em paz e com
dignidade. O uso da primeira pessoa do plural (nós) “Vamos travar…”,
”…estamos juntos…”, deixa clara a ideia do quanto é necessário o contributo de
todos para concretizar uma sociedade instruída, educada com princípios
baseados na igualdade de direitos e oportunidades para que todos possam
aprender e que a paz seja alcançada. “Apelemos aos líderes mundiais …”,
“Apelemos

aos

países

desenvolvidos…”,

“Apelemos

a

todas

as

comunidades…”, “Apelemos a todos os nossos irmãos…”. Note-se que pela
repetição do apelo a figuras, lideres, instituições, setores de poder, Malala
Yousafzai pretende convocá-los para que, em primeira instância, apoiem a
expansão de oportunidades educacionais, e lutarem contra a violência para
garantirem a educação obrigatória para todas as crianças em todo o mundo.
Nome: Vitor Manuel Gavina Faria
Numero: 2110312

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  • 1. DISCURSO DE MALALA YOUSAFZAI ANALISE DISCURSO DE MALALA YOUSAFZAI 20 DE JANEIRO DE 2014 VITOR MANUEL GAVINA FARIA Número de aluno - 2110312
  • 2. Traduzido por mim: " Em nome de Deus, o Clemente, o Misericordioso.“ Honorável Secretário Geral da ONU Ban Ki -moon , Respeitado presidente da Assembleia Geral Vuk Jeremic Enviado da ONU para a educação Gordon Brown , Anciãos respeitados e queridos irmãos e irmãs; hoje, é uma honra para mim estar aqui, falando novamente após muito tempo. Estar aqui com pessoas tão ilustres é um grande momento na minha vida. Não sei por onde começar o meu discurso. Não sei o que iriam estar à espera que eu dissesse. Mas antes de tudo, quero agradecer a Deus, para quem somos todos iguais, e muito obrigado a todas as pessoas que rezaram pela minha rápida recuperação e por uma vida nova. Eu não posso acreditar na quantidade de amor que as pessoas me têm mostrado. Tenho recebido milhares de cartões, presentes e desejos de melhoras de todo o mundo. Obrigado a todos eles. Obrigada às crianças cujas palavras inocentes me encorajaram. Obrigada aos meus anciãos, cujas orações me fortaleceram. Gostaria de agradecer aos meus enfermeiros, médicos e todos os funcionários dos hospitais do Paquistão e no Reino Unido e do governo dos Emirados Árabes Unidos, que me ajudaram a ficar melhor e recuperar a minha força. Apoio plenamente o Sr. Ban Ki -moon, Secretário- Geral com o seu “Global First Education Initiative” e com o trabalho do enviado especial da ONU Gordon Brown. Agradeço a ambos pela liderança que continuam a exercer. Eles continuam a inspirar-nos a todos nós para a ação.
  • 3. Queridos irmãos e irmãs, lembrem-se de uma coisa: O dia “Malala” não é o meu dia. Hoje é o dia de cada mulher, cada menino e cada menina que levantaram a sua voz pelos seus direitos. Há centenas de ativistas de direitos humanos e assistentes sociais que não estão apenas falando sobre direitos humanos, mas que estão lutando para atingir objectivos de paz, de educação e igualdade. Milhares de pessoas foram mortas pelos terroristas e milhões ficaram feridos . Eu sou apenas um deles. Então, aqui estou ...Então, aqui estou, uma menina entre muitos. Eu falo não por mim, mas por todas as meninas e meninos. Eu levanto a minha voz - não para que eu possa gritar, mas para que aqueles sem voz possam ser ouvidos. Aqueles que lutam pelos seus direitos : O direito de viver em paz. O direito de ser tratado com dignidade. O direito à igualdade de oportunidades. O direito de ser educado. Caros amigos, no dia 9 de outubro de 2012 um Talibã atingiu-me no lado esquerdo da minha testa. Eles atiraram também sobre os meus amigos. Eles achavam que as balas nos iriam silenciar . Mas eles falharam. E então, do silêncio chegou, milhares de vozes. Os terroristas pensaram que iriam mudar os meus objetivos e parar as minhas ambições, mas nada mudou na minha vida a não ser isto: Fraqueza, medo e falta de esperança morreram . Força, poder e coragem nasceram. Eu sou a mesma Malala . Minhas ambições são as mesmas.
  • 4. Minhas esperanças são as mesmas. Meus sonhos são os mesmos. Queridos irmãos e irmãs, eu não sou contra ninguém. Também não estou aqui para falar em termos de vingança pessoal contra os talibãs ou qualquer outro grupo terrorista. Estou aqui para falar sobre o direito à educação de todas as crianças. Eu quero educação para os filhos e filhas de todos os extremistas, especialmente dos talibãs. Eu nem odeio o Talibã que disparou sobre mim. Mesmo se tivesse uma arma na mão e ele estivesse a minha frente Eu não o mataria. Esta é a compaixão que aprendi com Muhammed, o profeta da misericórdia, Jesus Cristo e Buda. Este é o legado de mudança que eu herdei de Martin Luther King, Nelson Mandela e Muhammad Ali Jinnah . Esta é a filosofia da não-violência que eu aprendi com Gandhi Jee , Bacha Khan e Madre Teresa . E este é o perdão que eu aprendi com a minha mãe e pai. Isto é o que a minha alma me diz, estar em paz e amor com todos. Queridos irmãos e irmãs, apercebemo-nos da importância da luz quando vemos escuridão. Apercebemo-nos da importância da nossa voz quando estamos em silêncio. Da mesma forma, que quando estávamos em Swat, no norte do Paquistão, apercebemo-nos da importância das canetas e livros quando vimos as armas. O sábio ditado, " A caneta é mais poderosa que a espada " é verdade. Os extremistas têm medo dos livros e das canetas.
  • 5. O poder, o poder da educação assusta. Eles têm medo das mulheres. O poder da voz das mulheres assusta-os. E foi por isso que mataram 14 inocentes estudantes no recente ataque a Quetta . E é por isso que eles mataram muitas professoras em Khyber Pukhtoonkhwa. É por isso que eles estão explodindo escolas todos os dias. Porque eles têm medo da mudança, medo da igualdade que vamos trazer para a nossa sociedade. Lembro-me que havia um rapaz em nossa escola que foi questionado por um jornalista: "Por que razão são os Talibã contra a educação? " Ele respondeu de forma muito simples. Apontando para seu livro, ele disse: " O Talibã não sabe o que está escrito dentro deste livro. " Eles pensam que Deus é um pequeno ser conservador, que iria enviar as meninas para o inferno só por causa de ir à escola. Os terroristas estão fazendo mau uso do nome do Islão e da sociedade Pashtun apenas para seus próprios benefícios pessoais. O Paquistão é um pais amante da paz e democrático. Pashtuns querem educação para os seus filhos e filhas. E o Islão é uma religião de paz, de humanidade e fraternidade. O Islão não só diz que é um direito de cada criança a obtenção de educação, mas também, um dever e responsabilidade do islão em dá-lo. Honorável Secretário-geral, a paz é necessária para a educação. Em muitas partes do mundo, especialmente no Paquistão e no Afeganistão, o terrorismo, as guerras e conflitos estão a impedir as crianças para ir para suas escolas. Estamos realmente cansados dessas guerras.
  • 6. Mulheres e crianças estão sofrendo em muitas partes do mundo, de muitas maneiras. Na Índia, as crianças inocentes e pobres são vítimas do trabalho infantil. Muitas escolas foram destruídas na Nigéria. Pessoas no Afeganistão foram afetados pelas barreiras de extremismo durante décadas. As meninas tem que fazer o trabalho infantil doméstico e são forçadas a casar-se em idade precoce . Pobreza, ignorância, injustiça, racismo e a privação dos direitos básicos são os principais problemas enfrentados por ambos, homens e mulheres . Caros companheiros, hoje estou realçando os direitos das mulheres e da educação das meninas, porque são elas que estão sofrendo mais. Houve um tempo em que ativistas sociais mulheres pediram a homens para lutar por seus direitos. Mas, desta vez, vamos fazê-lo nós mesmas. Eu não estou dizendo que os homens devem se afastar de falar dos direitos das mulheres, em vez estou realçando a importância das mulheres serem independentes e lutarem por si mesmas. Queridos irmãos e irmãs, agora é hora de falar. Então, hoje, apelemos aos líderes mundiais para alterar as suas políticas estratégicas em favor da paz e da prosperidade. Apelemos aos líderes mundiais para que todos os acordos de paz sejam cumpridos e devam proteger as mulheres e os direitos das crianças. Um acordo que vai contra a dignidade da mulher e dos seus direitos é inaceitável. Apelemos a todos os governos para garantir a educação gratuita e obrigatória para todas as crianças em todo o mundo.
  • 7. Apelemos a todos os governos para lutar contra o terrorismo e a violência, para proteger as crianças de brutalidade e danos. Apelemos aos países desenvolvidos para apoiar a expansão de oportunidades educacionais para as meninas no mundo em desenvolvimento. Apelemos a todas as comunidades para serem tolerantes - para rejeitarem os preconceitos baseados em, cor, religião ou sexo. Para garantir a liberdade e igualdade para as mulheres, para que assim possam florescer. Nós não podemos todos ter sucesso quando metade de nós são retidos. Apelemos a todos os nossos irmãos ao redor do mundo para serem corajosos - a abraçar a força dentro de si e se aperceberem de todo o seu potencial. Queridos irmãos e irmãs, queremos escolas e educação para todas as crianças para assim poderem ter um futuro brilhante. Vamos continuar o nosso caminho para o nosso destino de paz e educação para todos. Ninguém nos pode parar. Vamos falar dos nossos direitos e vamos trazer a mudança através da nossa voz. Devemos acreditar no poder e na força de nossas palavras. Nossas palavras podem mudar o mundo. Porque todos nós estamos juntos, unidos pela causa da educação. E se nós queremos alcançar o nosso objetivo, então vamos nos fortalecer com a arma do conhecimento e vamos nos proteger com a unidade e união. Queridos irmãos e irmãs, não podemos esquecer que milhões de pessoas estão sofrendo com a pobreza, a injustiça e a ignorância. Não devemos esquecer que milhões de crianças estão fora das escolas.
  • 8. Não devemos esquecer que os nossos irmãos e irmãs estão à espera de um futuro de paz brilhante. Por isso, vamos travar, vamos travar, uma luta global contra o analfabetismo, a pobreza e o terrorismo vamos agarrar, vamos agarrar em nossos livros e canetas. Eles são as nossas armas mais poderosas. Uma criança, um professor, um livro e uma caneta podem mudar o mundo. A educação é a única solução. "Obrigado”
  • 9. ANALISE DISCURSO DE MALALA YOUSAFZAI No início de 2009, com 11 anos de idade, Malala Yousafzai escreveu um blogue sob um pseudônimo para a BBC relatando detalhadamente como era a sua vida sob o regime Talibã, nomeadamente as suas tentativas de ficar com o controle da região, e seus pontos de vista sobre a promoção da educação para mulheres. No verão seguinte, um documentário do The New York Times foi filmado sobre sua vida. Malala Yousafzai destacou-se, dando entrevistas para jornais e televisão, foi nomeada para o Prêmio internacional da Criança pelo ativista sul-africano Desmond Tutu. Em 9 de outubro de 2012, Malala foi baleada na cabeça e pescoço numa tentativa de assassinato por talibãs armados, quando voltava para casa num autocarro escolar. Nos dias que se seguiram ao ataque, ela permaneceu inconsciente e em estado crítico, mas mais tarde a sua condição melhorou o suficiente para que fosse enviada para o Queen Elizabeth Hospital, em Birmingham, Inglaterra, para a reabilitação intensiva. Em 12 de julho de 2013, Yousafzai comemorou seu aniversário de 16, anos discursando na Assembleia da Juventude na Organização das Nações Unidas em Nova Iorque, Estados Unidos e é a retorica desse discurso, que passo a analisar. Segundo a Retórica de Aristóteles, este discurso define-se como um discurso deliberativo, ou seja, é um discurso elaborado com o objectivo de influenciar, persuadir a decisão futura dos ouvintes. Malala tem uma Tese, “A Paz é necessária à educação” acompanhada com os seguintes argumentos: - Todos têm o direito de viver em paz; - Todos têm o direito de viver com dignidade; - Todos têm o direito de serem instruídos; - Todos têm o direito à igualdade de oportunidades;
  • 10. Irá tentar persuadir esta assembleia onde discursa, composta não só pelos jovens representantes de cada país membro, como também por altos cargos e representantes da ONU, pessoas com grande poder de decisão terem como objetivo principal a luta pela paz e educação. Ao longo do seu discurso, Malala com o intuito de inspirar os jovens, e tocar quem decide. Deste modo recorre a várias formas de persuasão: o ethos , logos e pathos. No ethos, Malala, por ser uma jovem corajosa que vivenciou e sofreu na pele o ataque/massacre talibã, usa a sua voz para alertar à urgência de pôr termo ao terrorismo, acreditando que o mesmo apenas poderá ser combatido com o recurso à educação, que crê ser o único meio de travar a violência, libertando o povo, crianças e adultos, do medo e da ignorância em que se encontram; “O dia “Malala” não é o meu dia. Hoje é o dia de cada mulher, cada menino e cada menina levantar a sua voz pelos seus direitos.”. A sua personalidade confere-lhe uma credibilidade e verosimilhança muito grandes. Então Malala estabelece um acordo prévio, ou seja, predetermina o relato de factos, verdades, a sua própria história, utiliza topoi de qualidade por exemplo: perdão, vida, morte, amor que permite a construção de argumentos centrados na valorização dos direitos humanos, e naquilo que se acredita e que se faz. Deste modo, o auditório irá estar atento, ansioso de a ouvir desde a primeira palavra, receptivos de serem persuadidos. De acordo com as características deste público, Malala, elaborou um discurso emocional em torno de um eixo: sua história e sua capacidade de perdoar, a par do seu conhecimento do que realmente acontece e de como vivem as pessoas sem acesso à educação e da sua certeza que a educação não é meramente uma solução, mas sim a única solução para atingir a paz. Note-se nestes excertos do discurso: “Eu nem odeio o Talibã que disparou sobre mim. Mesmo se tivesse uma arma na mão e ele estivesse a minha frente Eu não o mataria. “ “Da mesma forma, que quando estávamos em Swat, no norte do Paquistão, apercebemo-nos da importância das canetas e livros quando vimos as armas.”
  • 11. “A educação é a única solução”. Malala utiliza um estilo médio mas também recorre ao estilo elevado para atingir os seus objectivos. Ela pretende captar a simpatia do auditório e cativa-los para que adiram à sua causa e através do relato das suas experiências pretende suscitar emoções profundas e comover o auditório como é por exemplo o relato da sua história quando foi vítima de uma tentativa de assassinato por parte de um talibã que acertou-lhe na testa, ”… um Talibã atingiu-me no lado esquerdo da minha testa”. Descreve a sua determinação; “Os terroristas pensaram que iriam mudar os meus objetivos e parar as minhas ambições, mas nada mudou na minha vida a não ser isto: Fraqueza, medo e falta de esperança morreram. Força, poder e coragem nasceram. Eu sou a mesma Malala”. Ao expor assim o seu discurso, irá incutir a necessidade nos ouvintes de futuramente, adotarem uma postura forte e determinada de forma a alcançarem a paz e lutarem pelos direitos humanos em todo o mundo. Ela vai recorrer única e exclusivamente aos argumentos de experiência através deles, desde o início do seu discurso vai começar a arranjar no pensamento dos seus ouvintes um espaço para indo introduzindo as suas premissas até chegar ao que pretende incutir Assim, no início deste manifesta ser uma pessoa humilde através do elogio, reconhecimento, e orgulho por estar presente na ONU e algum nervosismo próprio destas ocasiões; “Honorável Secretário Geral da ONU Ban Ki –Moon”; “Estar aqui com pessoas tão ilustres é um grande momento na minha vida”; “Não sei por onde começar o meu discurso”. Assim, e na minha opinião, através desta exposição do seu carácter moral, humildade os ouvintes irão aumentar a sua confiança e empatia por ela. Esta irá aumentar gradualmente com o relato da sua história, corajosa e também porque estes irão se identificar com alguns dos seus valores e com a sua luta. No recurso ao logos, Malala introduz o seu discurso de uma forma coerente e clara. Começa por cumprimentar a assembleia, elogia os presentes “…liderança que continuam a exercer. Eles continuam a inspirar-nos a todos nós
  • 12. para a ação…” e apresenta o seu objetivo “...Então, aqui estou, uma menina entre muitos. Eu falo - não por mim, mas por todas as meninas e meninos. Eu levanto a minha voz - não para que eu possa gritar, mas para que aqueles sem voz possam ser ouvidos”. Para defender a sua tese, bem como a maneira de como olha para a questão, utiliza metáforas como: “….importância das canetas e livros…” que representa o conhecimento, saber, que conduz à construção de um mundo justo, novo em que todos os cidadãos têm os mesmos direitos e oportunidades. “…armas…”representando aqui o regime opressivo dos talibã, terrorismo, violência. “…apercebemo-nos da importância da luz quando vemos escuridão”, e aqui “escuridão” representa a ignorância, o medo, aspetos que levam a atitudes, comportamentos de violência, terrorismo. A “luz” metáfora do saber que é o meio de combate à ignorância e ao medo, que por conseguinte conduz à paz. A “luz” é sinónimo de liberdade de expressão em plena consciência. A oradora identifica-se e caracteriza-se com diferentes filosofias de vida invocando grandes personagens da história mundial símbolos de exemplos de vida a seguir. Como filosofia da não violência “que eu aprendi com Gandhi Jee , Bacha Khan e Madre Teresa”. Filosofia de mudança “legado de mudança que eu herdei de Martin Luther King, Nelson Mandela e Muhammad Ali Jinnah”. Filosofia de compaixão e misericórdia “compaixão que aprendi com Muhammed, o profeta da misericórdia, Jesus Cristo e Buda”. Dando exemplos vida seus que comprovam isso mesmo; “Eu nem odeio o Talibã que disparou sobre mim. Mesmo se tivesse uma arma na mão e ele estivesse a minha frente Eu não o mataria”; “não estou aqui para falar em termos de vingança pessoal contra os talibãs ou qualquer outro grupo terrorista”; “este é o perdão que eu aprendi com a minha mãe e pai”. Além destas abordagens vai utilizar a amplificação e a repetição de palavras para prolongar a atenção do auditório, e consequentemente reforçar a coesão da sua tese, e apelar à sua luta como sendo uma luta de todos os
  • 13. presentes no auditório; “…Queridos irmãos e irmãs…“,”…Apelemos a todos os governos…” , “Porque todos nós estamos juntos, unidos pela causa da educação” Durante o seu discurso utiliza outros, recursos, artifícios retóricos como; A utilização da questão retórica para desenvolver a tese do discurso e simultaneamente interpelar e conduzir o auditório à reflexão, “…Porque são os talibã contra a educação ?...”; O paralelismo sintático, anafórico (repetição) “…esta é…”/“…esta é…”, “O poder, o poder…”, “…vamos travar, vamos travar…”,”…vamos agarrar, vamos agarrar…”, para reforçar as suas ideias, convicções e assim captar a atenção do auditório. A Invocação, o chamar, interpelar “Queridos irmãos….”,”Caros amigos…”, o uso desta traduz uma estratégia discursiva, em que o objetivo é envolver o auditório e captar a sua atenção, interesse sobre a matéria apresentada. Metáforas como por exemplo “…A caneta é mais poderosa que a espada…”, reforça a importância do conhecimento como parâmetro essencial à construção de um mundo, que saiba respeitar o direito do próximo em viver em paz e com dignidade. O uso da primeira pessoa do plural (nós) “Vamos travar…”, ”…estamos juntos…”, deixa clara a ideia do quanto é necessário o contributo de todos para concretizar uma sociedade instruída, educada com princípios baseados na igualdade de direitos e oportunidades para que todos possam aprender e que a paz seja alcançada. “Apelemos aos líderes mundiais …”, “Apelemos aos países desenvolvidos…”, “Apelemos a todas as comunidades…”, “Apelemos a todos os nossos irmãos…”. Note-se que pela repetição do apelo a figuras, lideres, instituições, setores de poder, Malala Yousafzai pretende convocá-los para que, em primeira instância, apoiem a expansão de oportunidades educacionais, e lutarem contra a violência para garantirem a educação obrigatória para todas as crianças em todo o mundo.
  • 14. Nome: Vitor Manuel Gavina Faria Numero: 2110312