O documento discute como a busca excessiva por lucros e longas jornadas de trabalho criaram problemas para as pessoas e a sociedade. A geração atual valoriza propósito e significado no trabalho, não apenas dinheiro, e busca equilíbrio entre vida profissional e pessoal. Novas empresas e marcas emergiram focadas em soluções sustentáveis e que beneficiem a sociedade.
2. A cultura da busca incessante de
lucros, do individualismo e do
usufruto hedonista do dinheiro
caracterizou uma era sem objetivos
além do prazer pessoal e
instantâneo. Uma “era do vazio”.
Para conseguir mais dinheiro e
sustentar o consumo, era preciso
trabalhar mais.
Fonte: A Era do Vazio, Gilles Lipovetsky
3. Mais da metade dos brasileiros trabalham mais de 9 a 11
horas por dia.
Fonte: Época Negócios
77% dos americano trabalham mais de 40 horas por
semana
Fonte: Monoculture, de F.S. Michael
Mas a valorização dos lucros, a
cultura do excesso de trabalho
criaram novos e sérios
problemas.
8. “Trabalhar o tempo todo
dificulta o foco das pessoas em
outras questões, como o
cuidado com as crianças, o
cuidado com o
envelhecimento, manutenção
da casa, preparo de alimentos e
relacionamento com amigos e
família”
F.S. Michael, no livro Monoculture
9. A geração atual sabe que o
dinheiro não é
garantia de
felicidade.
10. Sem o foco no
lucro, as
preocupações
dessa geração
mudam de lugar.
Fonte: USA Today
11. Não se trata, entretanto, de uma
geração utópica. Sabem da
importância do dinheiro, mas
seu usufruto deixa de ser
hedonista. Querem ganhar
dinheiro, mas querem fazendo
algo que gostam e com
propósito.
14. É uma geração que não precisa lutar para
sobreviver
“Quando, nas economias, já não se luta pela
passa a se
sobrevivência,
desenvolver o interesse
pelo sentido" Daniel Pink
Fonte: Valor Econômico
15. É uma geração que vivenciou o nascimento da
Internet
Uma geração que tem fácil acesso à
informação, diferente da época de seus pais, quando a
informação era controlada.
Uma geração que desligou a TV, um entretenimento solitário, e passou a ver
o valor do coletivo pelas tecnologias
Uma geração que passou a produzir conteúdo
Uma geração que não é ingênua em relação à publicidade, marcas, política e
aos seus direitos
Uma geração que sabe da importância do acesso à informação e usam seus
celulares, redes sociais e blogs para se informar e compartilhar conteúdo.
16. Uma geração que:
TEM MAIS ACESSO
TEM MAIS INFORMAÇÃO
TEM MAIS POSSIBILIDADES
TEM MAIS CONTATO
TEM MAIS PODER DE CONSUMO.
TEM CONFIANÇA
TEM MAIS PODER
E, por isso
BUSCAM SE INSERIR NO MUNDO
BUSCAM POR SENTIDO
BUSCAM POR PRÓPOSITOS.
18. … escreve e edita verbetes na Wikipédia não
pelo dinheiro – afinal, não recebem nada por isso
– mas pela sensação de fazer parte de algo
significativo não apenas para elas mesmas, mas
para outros
Fonte: Revista Galileu
19. …saiu de casa e foi limpar as ruas da Estônia, no
movimento Let’s Do It.
Mais de 700 voluntários fotografaram 10.000
locais onde o lixo havia sido jogado ilegalmente.
Com a ajuda de um software de
mapeamento, criou-se um mapa do lixo na
Estônia. E, em um dia, 50 mil estonianos saíram
de casa para varrer as ruas.
Fonte: O Que é Meu é Seu, de Rachel Bostman e Roo Rogers
21. …transformou ficção em realidade e criou o
momimento da Corrente do Bem em 2007.
Consiste basicamente praticar ações de
gentileza e pedir para que o receptor da boa-
ação a leve adiante, faça uma boa ação a outra
pessoa como forma de “pagamento"
22. …se uniu contra a influência empresarial nos
Estados Unidos e se posiciona contra a
impunidade dos poderosos que provocaram a
crise financeira no Occupy Wall Street.
24. Aproveitando esse novo espírito da época, o novo perfil
da geração, surge uma série de produtos, marcas e
empresas focadas no engajamento social, no
coletivismo, no compartilhamento como forma
de alternativa ao hiperconsumo.
25. Rede social que conecta pessoas
ocupadas e pessoas com tempo e vontade
TAGS
para realizar tarefas importantes e
triviais, como fazer compras, ficar em uma Conexão
fila, realizar trabalhos domésticos, lavar
roupas, marcenaria, entre outros Coletivo
A TaskRabitt gera receita através de uma
Comércio justo
taxa de 13% a 30% por cada serviço
oferecido. Há relatos de pessoas que Sensação de
ganharam 5000 dólares por mês só com os fazer algo
serviços oferecidos no TaskRabbit. No final significativo.
de 2011, a empresa arrecadou de
investidores 17 milhões para sua
expansão.
26. Airbnb é uma plataforma virtual de
compartilhamento de imóveis. Se
você viajar e quiser alugar
temporariamente sua casa ou
apartamento enquanto está fora, é
só postar informações e fotos no TAGS
site e esperar o contato.
Conexão
Da mesma forma, você pode entrar
em contato para passar suas férias Compartilhar
em imóveis que outras pessoas
disponibilizam paraaté o início de 2011 a Air Comércio justo
Segundo a Forbes, alugar.
BNB tinha confirmado 1 milhão de diárias. Gastos
Como o site cobra uma taxa de 6% a 12% do menores
valor dos turistas, tem uma média de 100
dólates por noite. Por ano, trata-se de uma Uso de espaço
ocioso
receita de 10 milhões. Tem recebido altos
investimento e tem o valor estimado de 1
bilhão
27. Serviço de reciclagem de aparelhos TAGS
eletrônicos. Criado por Robert Casey, 23
anos, a empresa paga por eletrônicos usados Reaproveitame
nto
e depois os revendem.
Sustentabilida
Casey foi considerado um dos de
empreendedores mais promissores do ano
passado pelo Bloomberg BusinessWeek Comércio justo
Uso de produto
Receita em 2010: 2 milhões. ocioso
Receita em 2011: 2,5 milhões
Fonte: Bloomberg BusinessWeek
28. TAGS
Serviço de compartilhamento de Compartilhar
carros. Parte do princípio que não é
necessário usar carros em tempo Sustentabilida
integral e oferece transportes por hora de
ou por dia.
A Zipcar vale, hoje, 1 bilhão.
Fonte: CNN
29. TAGS
Publicidade através do esquema de
crowdsourcing. Autonomia
A Jovoto recebe briefing de clientes e o Enpoderament
o
abre para a comunidade de criativos de
sua plataforma virtual. Feedback
Esses criativos dão ideias e além de Uso de produto
receberem feedbacks, são premiados ocioso
pelo bom trabalho
31. TAGS
Sustentabilida
de
A De-Lá é uma empresa que
faz a ponte entre pequenos Conexão
produtores que não
Comércio
conseguem levar seus Justo
produtos para as grandes
cidades e os moradores das Vida Saudável
grandes cidades que não
conseguem ter acesso à
alimentos caseiros e naturais
feitos por pequenos
produtores rurais
Site: http://www.produtosdela.com.br/
32. TAGS
Consultoria de criação de
novos produtos e novos Buscar sentido
negócios através da produção
social. Coletivo
Mais sobre produção social:
http://www.mutopo.com.br/o-
que-fazemos
34. Mas as marcas não seriam
marcas se não existisse o
lucro. De novo, não se trata de
ideias utópicas ou
contracultura. A questão das
marcas humanitárias é o
equilíbrio entre o humano e o
capital. Ou melhor, os lucros
importam, mas o ser humano
vem em primeiro lugar.
35. A diferença é que o objetivo
não é a maximização de lucros.
O objetivo é outro, o propósito
é outro, mas gerar lucros é
necessário, até mesmo para
manter essas marcas vivas. O
lucro nessas empresas é
delimitado à priori. “Pode-se
estabelecer um retorno de
capital de x% ao ano, e o que
passar dessa projeção é
reinvestido no próprio
negócio.”
Apesar dos objetivos serem
outros, os mecanismos
utilizados são os do
mercado, como venda de
36. Não se trata apenas de novas empresas
humanitárias.
Marcas antigas sentem a pressão de tomar
medidas para a humanização de seus
produtos e de suas relações dentro e fora
das empresas.
Afinal, essa geração do propósito são os
consumidores atuais e, também, a força de
trabalho.
37. Como consumidores, eles valorizam empresas com
objetivos além do lucro vazio.
O consumidor hoje não quer apenas um produto. Querem
uma experiência. Querem algo que signifique alguma
coisa. Querem participar. Não são mais consumidores
passivos e ingênuos.
38. A empresa deste tempo não foca apenas no produto. Afinal, um produto pode
ser facilmente copiado. Mas uma experiência, um conjunto de serviços sempre
serão únicos
39. A Starbucks vende café nos quatro cantos do
mundo. Mas não oferece os mesmos produtos.
A empresa leva em conta as tradicões locais e
em cada país oferece um cardápio que reflete
essas tradições, mas sem perder o espírito da
marca.
Além disso, a empresa iniciou um projeto
participativo de sustentabilidade. Um dos seus
maiores problemas são os copinhos de papel do
café para viagem. Ao mesmo tempo que são
uma ode ao desperdício, são também um ícone
da empresa. Para tentar resolver o
problema, abriu um concurso para buscar
soluções. E não deixou esse concurso entre as
quatro paredes. Lançou para quem quiser
participar.
Fonte: Fast Company
40. A Brastemp, desde 2003, trabalha
com uma estratégia que envolve
vender um purificador de água por
uma assinatura mensal. Dessa
forma, o cliente não precisa entrar em
contato com a empresa quando o
produto tiver problemas. De 6 em 6
meses, a empresa vai até o cliente e
faz a manutenção.
As vendas aumentaram 160%
Fonte: Época Negócios
41. Os produtos da Danone são ligados à
saúde e nutrição. Na realidade, segundo o
site da empresa, essa parece ser a
missão: levar saúde e nutrição para o
maior número de pessoa.
Em 2006, os executivos da Danone
resolveram levar e missão à sério e
passaram a oferecer nutrição para quem
realmente precisa. Criaram a Grameen
Danone Foods, uma empresa
social, sediada em Bangladesh. Trata-se
de uma fábrica da Danone, localizada em
uma das regiões mais pobres do
mundo, onde são produzidos iogurtes
enriquecidos. A empresa compra
ingredientes de produtores
locais, emprega a população local e usa
soluções sustentáveis, como captar água
da chuva, transforma parte dos resíduos
em energia e limita a distribuição a um
raio de 30 quilômetros
42. Como força de trabalho, a geração da era do propósito busca
ser motivada.
As pessoas querem ajudar as empresas a lucrar. Mas querem
fazer isso com autonomia.
A relação patrão e empregado mudou. E é preciso mudar os
ambientes de trabalho. Dar mais autonomia, ser mais
flexível, permitir as pessoas trabalharem com o que
querem, dar feedbacks..
43. As empresas demoraram para perceber
isso, provocando uma falta de sintonia entre o que os
trabalhadores querem e o que as empresas tem a
oferecer.
Com o acesso à informação e tecnologias, esses
trabalhadores começaram a perceber que podem se
virar sozinhos e buscar eles mesmos sua autonomia.
Uma das tendências mais fortes do mundo do trabalho
é o crescimento dos trabalhadores autônomos.
Algumas empresas usam essa tendência
em benefício próprio.
44. A TopCoder, por exemplo, é uma startup americana de
software que divide em partes projetos de TI e apresenta
cada uma delas à sua rede de colaboradores. Cada um, ou
cada grupo, se responsabiliza por uma especialidade. Fazem
no seu horário, da forma como preferem e recebem por isso.
Muitas vezes a TopCoder consegue oferecer ao cliente um
trabalho de programação de qualidade igual ou superior do
que por meios tradicionais por quase 25% do preço.
Fonte: Harvard Business Review
45. Outras empresas que
precisam de trabalhadores
contratados, adotam medidas
para humanizar a
relação, entender o
funcionário, valorizá-lo com
peça importante de toda a
produção.
46. A Kimberly-Clark, multinacional de produtos
de higiene, estabeleceu apenas cinco graus
de hierarquia entre os 3000
funcionários, incluindo a presidência e a
diretoria. É uma forma de aproximar os
funcionários, tornar as chefias mais
disponíveis, mostrar que cada trabalhador
importa.
Fonte: Época Negócios
47. Na SAS, líder de mercado em softwares de
inteligência analítica, cada um é responsável pelo
seu horário. O funcionário monta sua jornada de
trabalho de acordo com os compromissos e metas.
O que importa é entregar um trabalho de qualidade
no prazo.
Fonte: Época Negócios
48. A geração atual não perdoa empresas com práticas
desumanas.
E, agora, eles tem esse poder. Afinal, seus celulares
e suas redes sociais estão aí para isso:
compartilhar e dar acesso às informações