O documento discute os desafios contemporâneos da educação e da avaliação. Em especial, aborda 3 temas: 1) A educação deve enfrentar os desafios da era da incerteza, globalização e tecnologia, preparando os estudantes para aprender de forma contínua; 2) A avaliação deve ser abrangente, contínua e multidimensional para acompanhar o processo de aprendizagem; 3) É necessário equilibrar a razão e a sensibilidade na avaliação, considerando tanto critérios objetivos quanto o acolh
2. AULA
Espaço onde se constrói o conhecimento com a
participação de todos e onde se buscam respostas
para os problemas do meio onde vivemos
Marcos Masetto
5. EDUCAÇÃO: DESAFIOS CONTEMPORÂNEOS
- DESENVOLVIMENTO DA COMUNICAÇÃO
E DA INFORMÁTICA
- GENERALIZAÇÃO DAS FONTES DE INFORMAÇÃO
E DO ACESSO A ELAS
- INTERNET
6. EDUCAÇÃO: DESAFIOS CONTEMPORÂNEOS
Nesse cenário:
A Aprendizagem constitui-se em um processo contínuo e
dinâmico em que se afirma, se constrói e se desconstrói.
Se faz na incerteza, com flexibilidade, aceitando novas
dúvidas, comportando a curiosidade, a criatividade que
perturba, que levanta conflitos.
9. EDUCAÇÃO: DESAFIOS CONTEMPORÂNEOS
A cidadania não deve ser calcada em termos vagos,
marcados ideologicamente, tais como desenvolver
o espírito crítico, promover a autodeterminação dos
povos ou incentivar a solidariedade internacional.
10. EDUCAÇÃO: DESAFIOS CONTEMPORÂNEOS
A cidadania deve voltar-se, ao contrário, de forma
pragmática, para o nível local e associar-se
diretamente à melhoria da qualidade de vida da
cidade, do bairro ou até mesmo de uma instituição.
(Guiomar Namo de Mello)
12. EDUCAÇÃO: DESAFIOS CONTEMPORÂNEOS
Cabe à ela
1º) compreender que o conhecimento se baseia na
busca de relações, que ajudem a compreender o
mundo em que vivemos, a partir de uma dimensão de
complexidade
17. AVALIAÇÃO
A AVALIAÇÃO DEVE PARTIR DA REALIDADE E
A ELA RETORNAR PARA TRANSFORMÁ-LA. SE
NÃO REALIZAR ESSE PROCESSO, NÃO PODE
SER CONSIDERADA COMO TAL. SUA RAZÃO
DE SER TERÁ DEIXADO DE EXISTIR
(Silza Valente)
18. AVALIAÇÃO
ABRANGÊNCIA INTERNACIONAL
As avaliações são desenvolvidas com o propósito de
comparar o desempenho dos estudantes de diversos países
Programa Internacional de Avaliação dos Alunos – PISA
Programa Mundial de Indicadores Educacionais - WEI
Laboratório Latino-Americano de Qualidade da Educação - LLECE
19. AVALIAÇÃO
DIMENSÃO SÓCIO-POLÍTICO-ECONÔMICA
ABRANGÊNCIA NACIONAL/ESTADUAL
LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL (LDB)
• SISTEMA NACIONAL DE AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR (SINAES)
• EXAME NACIONAL DE DESEMPENHO DO ESTUDANTE (ENADE)
• SISTEMA NACIONAL DE AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA (SAEB) /
PROVA BRASIL
• EXAME NACIONAL DO ENSINO MÉDIO (ENEM)
• AVA - AVALIAÇÃO DO RENDIMENTO ESCOLAR - PARANÁ
20. AVALIAÇÃO
ABRANGÊNCIA: INSTITUIÇÃO ESCOLAR
• Legislação emanada dos Conselhos Estaduais de
Educação
• Características culturais do entorno social
• Experiência educacional da instituição
• (Re)Elaborações Curriculares - PP
21. AVALIAÇÃO
PROJETO PEDAGÓGICO
avaliação das
Avaliação do
espaço escolar Disciplinas
Avaliação dos
Professores
Avaliação
do(s) curso(s) Avaliação dos
funcionários
22. AVALIAÇÃO
ABRANGÊNCIA:
SALA DE AULA/CAMPO DE ESTÁGIO
MODALIDADES:
DIAGNÓSTICA
FORMATIVA
SOMATIVA
24. Ensino x Avaliação
Ensino → ênfase nos
Pedagogia Tradicional conteúdos
Avaliação → Vigiar e punir.
Ensino → ênfase nos
Pedagogia Nova ou métodos
Renovada Avaliação → acompanhar,
acolher.
Ensino → ênfase nos
Pedagogia Tecnicista objetivos
Avaliação → verificação do
alcance dos objetivos
25. Ensino x Avaliação
Ensino → ênfase no
Pedagogia Sócio-Cultural contexto
(Libertadora, Libertária, Avaliação → Possibilitar a
Histórico-crítica) formação do cidadão
crítico/transformador
Ensino →ênfase no mundo
Pedagogia das do trabalho
Competências Avaliação → verificar o
desenvolvimento de
competências
26. DIFERENTES SIGNIFICADOS
ATRIBUÍDOS À AVALIAÇÃO
Avaliar é ser Avaliar é
justo/objetivo acompanhar/amar
Modalidade: Modalidade:
Somativa Formativa
Notas, testes, Descrédito na nota,
verificação, nas normas, no
controle
controle
27. CONFLITOS SOBRE O
SIGNIFICADO DA AVALIAÇÃO
SOCIEDADE
FAMÍLIA
ESTADO CONFLITO DE
CULTURAS
ALUNO
INSTITUIÇÃO
PROFESSOR
28. DIMENSÕES DO PROCESSO
AVALIATIVO
ABRANGENTE - alunos, professores, equipes
pedagógica e administrativa, estrutura física da
escola, entre outros
CONTÍNUO - acompanhamento do processo
(curricular, aprendizagem etc)
MULTIDIMENSIONAL – conteúdos factuais,
conceituais, procedimentais e atitudinais
DIAGNÓSTICO - decisões sobre as ações a serem
empreendidas
INCLUSIVO - possibilitar a superação dos aspectos
deficitários
30. RAZÃO
DECISÕES:
Avaliação com referência a norma ou a critérios
Avaliação tendo como norte objetivos, competências ou
conteúdos
Técnicas a serem utilizadas: observação, inquirição,
testagem
Instrumentos: entrevista, questionário, lista de
checagem, portfólio, prova com questões dissertativas
e/ou objetivas
Elaboração das questões
Valores (conceitos? Notas?)
31. NOTA
ELEMENTOS INTERVENIENTES
EFEITOS DE ORDEM E CONTRASTE
A nota de uma prova ou trabalho depende em
parte da nota atribuída anteriormente
De maneira geral a correção é mais severa
ao final de uma série de correções do que
no começo
32. NOTA
ELEMENTOS INTERVENIENTES
EFEITO DE CONTAMINAÇÃO
Opinião dos colegas
Histórico Escolar
EFEITO DE ESTEREOTIPIA
Sistematização da opinião a respeito do
aluno
EFEITO DE HALO
Vestimenta, verbalização, atitudes com
relação à instituição etc
33. SENSIBILIDADE
DESENVOLVIMENTO DO
PROCESSO AVALIATIVO
Atitudes do professor e da administração
antes, durante e depois da aplicação dos
instrumentos de avaliação
34. AVALIAÇÃO DAS APRENDIZAGENS
CONTEÚDOS
• FACTUAIS- Perguntas orais e /ou escritas
(prova)
• CONCEITUAIS- Observação e prova
• PROCEDIMENTAIS- Observação e perguntas
escritas (no caso de procedimentos
cognitivos)
• ATITUDINAIS- Observação
35. AVALIAÇÃO DAS APRENDIZAGENS
OBJETIVOS COMPETÊNCIAS E
HABILIDADES
Educação Infantil
Ensino Médio
Séries iniciais e
finais do Ensino Ensino Superior
Fundamental
37. TÉCNICAS E INSTRUMENTOS
DE AVALIAÇÃO
Técnicas Instrumentos
Listas de checagem
Observação Escalas de classificação
Escala de atitudes
Questionário
Inquirição Entrevista
Inventário
Testes padronizados
Testagem Provas com
Testes construídos Itens objetivos
pelo professor Provas com
Itens dissertativos
38. EXEMPLOS DE INSTRUMENTOS PARA
AVALIAÇÃO DAS APRENDIZAGENS
Auto-avaliação dos alunos
Portfólio
Diário
Questões construídas pelos alunos
Relatório (individual ou em grupo)
Criação de exercícios pelos alunos
Provas
39. PROVA
ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO
Dados de identificação: Institucionais
Aluno
Seleção de conteúdos, objetivos ou competências e
habilidades
Preparação da tabela de especificação
Seleção de tipos e elaboração de questões
Montagem da prova
Elaboração de instruções e chave de correção
Aplicação e correção da prova
Revisão e análise das questões
Comunicação dos resultados
40. Tipos de Itens Objetivos
ESPÉCIES
Resposta simples
Completamento
Resposta
Falso-verdadeiro
curta Associação
Resposta única
Resposta múltipla
Múltipla Associação
Afirmação incompleta
escolha Lacuna
Interpretação
Asserção e razão
41. Testes de Múltipla Escolha
Normas para construção dos itens:
• Redigir 4 ou 5 opções para cada questão
• Redigir todas as opções com a mesma extensão
• Fazer todas as opções plausíveis
• Evitar incluir, no enunciado, palavras como
“todo”, “nenhum”,”somente”,”nunca”
42. Testes de Múltipla Escolha
Normas para construção dos itens:
• Não incluir nas opções corretas expressões
como “às vezes, geralmente, muitas vezes, é
provável”, pois sugerem, em geral, que a
declaração é verdadeira
• Construir opções formalmente corretas do
ponto de vista gramatical: concordância entre o
tronco e as opções
• Padronizar a forma de início das opções
43. Testes de Múltipla Escolha
Elaborar questões que não contenham
informações desnecessárias
Cobrar, em cada item, apenas uma parte
ou aspecto do contexto
Incluir no suporte, o máximo de palavras,
a fim de tornar as opções mais resumidas
Não usar opções sinônimas nem tampouco
opções que abranjam outras alternativas
44. Testes de Múltipla Escolha
Não usar as alternativas “todas as respostas
acima” ou “todas as respostas anteriores”
Fazer uso limitado da alternativa
“nenhuma das respostas anteriores”
Destacar a negativa quando empregá-la no
enunciado
Incluir no enunciado tudo o que a questão
estiver pedindo
45. Itens Discursivos
Pontos Positivos
Comparados aos objetivos, são de mais
fácil elaboração
Dificultam a cola
Apresentam reduzida possibilidade de acerto
por sorte
Pontos Negativos
São de difícil correção
Desfavorecem o aluno que não sabe redigir bem
Não permitem a cobrança de grande quantidade
de conteúdo numa mesma prova
46. Itens Discursivos
Normas de Construção
Redigir o item, de tal forma que seu conteúdo fique
delimitado com precisão, não usando expressões
vagas como “comente”, “fale sobre”, “o que pensa
de”, “escreva o que sabe”
Organizar, logo após sua elaboração, a chave de
correção do item – feita com antecedência,
possibilita identificar falhas de construção
Não incluir informações desnecessárias
47. Itens Discursivos
Normas de Correção
Organizar uma chave de correção (caso não
tenha organizado previamente)
Corrigir questão por questão e não prova por
prova. (Não interromper a correção antes de
terminar a leitura de todas as questões iguais)
Fazer ajustes na chave de correção incluindo
aspectos não antecipados e retirando os previstos,
porém não abordados por ninguém
No caso de querer julgar as respostas pelo seu
todo, agrupar, em relação à questão em pauta,
as provas em ótimas, muito boas, boas, regulares,
fracas e muito fracas
48. Itens Discursivos
Normas de Correção
Corrigir as provas sem identificar os autores
Quando as provas forem numerosas, reler, de
quando em vez, uma das que já foram julgadas,
para manter o mais hegemônico possível o critério
de correção
Escrever pequenos comentários nas provas, a
fim de estabelecer pontos de referência para a
justificativa do critério de correção adotado
49.
50. Autor Desconhecido
UM DIA, NUMA AULA, A NOSSA PROFESSORA
ENSINOU-NOS QUE O VENTO
É SIMPLES MASSA DE AR.
E EU ACREDITEI. SE A PROFESSORA O DIZ ...
MAS NÃO COMPREENDI.
E PUS-ME A COGITAR ...
DE VOLTA PARA A ALDEIA, ONDE NINGUÉM ESTUDOU,
RESOLVI PERGUNTAR.
51. E DISSE O ZÉ MOLEIRO – O VENTO É PÓ DE TRIGO,
SÃO VELAS A RODAR. O VENTO É UM AMIGO.
O LUÍS PESCADOR GRITOU, SEM SE CONTER:
- O VENTO FAZ AS ONDAS E FEZ MEU PAI MORRER!
O VENTO É ASSASSINO, O VENTO FAZ DOER.
- NEM SEMPRE, LEMBREI EU. LEVANTA OS PAPAGAIOS
E FÁ-LOS SER ESTRELAS NUM CÉU AZUL DE SOL.
52. E GEMEU A VELHINHA, NUM CANTO DO PORTAL:
- O VENTO É DOR NOS OSSOS ...
- É ROUPA NO VARAL SEQUINHA NUM INSTANTE!
AFIRMOU MINHA MÃE
CORRENDO ATAREFADA, ENTRE CASA E QUINTAL.
53. MAS EXPLICOU UM VELHO JARDINEIRO:
- O VENTO, MEUS AMIGOS, DESTRUIU-ME AS
ROSEIRAS
E FEZ CAIR AS FLORES DAS MINHAS TREPADEIRAS.
O VENTO É MUITO MAU.
UM POETA SORRIU ...
- O VENTO É A BELEZA, AS SEARAS SÃO MAR
SE O VENTO AS FAZ MOVER, NO CAMPO A ONDULAR.
54. ENTÃO SENTEI-ME À MESA E ESTUDEI A LIÇÃO.
JÁ SEI O QUE É O VENTO:
É DOR, É MEDO, É PÃO.
É BELEZA E CANÇÃO.
É A MORTE NO MAR.
E POR TRÁS DISSO TUDO
É UMA MASSA DE AR ...
55. E EU DISSE CÁ PARA MIM
QUE A MINHA PROFESSORA
COM TUDO QUE ESTUDOU
NÃO SOUBE ENSINAR / AVALIAR
PORQUE NUNCA ESCUTOU.
Coimbra, Março de 1989