2. O Arcadismo é uma escola literária surgida na Europa no
século XVIII, razão por que também é denominada como
Setecentismo ou neoclassicismo. O nome "Arcadismo" é
uma referência à Arcádia, região bucólica do Peloponeso, na
Grécia antiga, tida como ideal de inspiração poética.
Segundo a lenda, a Arcádia era dominada pelo deus Pã e
habitada por pastores que, vivendo de modo simples e
espontâneo, se divertiam cantando, fazendo disputas poéticas
e celebrando o amor e o prazer.
3. Contexto histórico-social
O século XVIII, também referido como “Século das Luzes”, representa
uma fase de importantes transformações no campo da cultura europeia.
forma-se uma burguesia que passa a dominar economicamente o
Estado, através de um intenso comércio ultramarino e da multiplicação de
estabelecimentos bancários,
a antiga Nobreza arruína-se e o Clero traz o descrédito às questões
teológicas.
a influência do pensamento Iluminista burguês se alastra.
valorização da Ciência e do espírito racionalista.
4. O método experimental desenvolve-se
aguça-se a análise crítica dos valores sociais e religiosos há uma
grande confiança na capacidade do homem em promover o
progresso social
começam a ser publicados os volumes da Enciclopédia, (pode ser
considerada o símbolo da nova postura intelectual –
enciclopedistas).
A segunda metade do século é marcada pela Revolução Industrial
aumento da urbanização de modo geral
independência dos Estados Unidos (1776).
5. A Independência dos Estados Uniodos irá inspirar movimentos
de revolta em muitas colônias da América Latina como por
exemplo a Inconfidência Mineira, no Brasil.
Em Portugal e no Brasil, a experiência neoclássica na
literatura deu-se em torno dos modelos do Arcadismo italiano,
com a fundação de academias literárias, simulação pastoral,
ambiente campestre.
#$@$%# !!!
6. Características do Arcadismo
O Arcadismo constitui-se em uma forma de literatura mais simples,
opondo-se aos exageros e rebuscamentos do Barroco
Temas recorrentes: amor, morte, casamento, solidão.
Situações mais freqüentes: pastor abandonado pela amada, triste e
queixoso.
"Retorno aos modelos clássicos da Antiguidade greco-latina e aos
renascentistas
presença da mitologia pagã
Crença de que a Arte era uma cópia da natureza
7. Fugere urbem" ("fugir da cidade") e teoria
do "bom selvagem" de Jean-Jacques
Rousseau, os autores árcades voltam-se para
a natureza em busca de uma vida simples,
bucólica, pastoril, do "locus amoenus", do
refúgio ameno em oposição aos centros
urbanos dominados pelo Antigo Regime, pelo
Absolutismo monárquico.
"Inutilia truncat" ("cortar o inútil"), em
oposição ao exagero barroco
8. "Aurea mediocritas" ("mediocridade
áurea"): a valorização das coisas
cotidianas
IMPORTANTE !!!
Essa busca configurava apenas um estado de espírito, uma
posição política e ideológica, uma vez que esses autores
viviam nos centros urbanos e, burgueses que eram, ali
mantinham os seus interesses econômicos. Por isso justifica
falar-se em "fingimento poético" no arcadismo fato que
transparece no uso dos pseudônimos pastoris.
10. Frei José de Santa Rita Durão
Caramuru é um poema épico do frei Santa
Rita Durão, escrito em 1781. Conta a história
de Diogo Álvares Correia , o Caramuru ,
náufrago português que viveu entre os índios.
O livro alude também a sua esposa, Catarina
Paraguaçu, como visionária capaz de prever
as futuras guerras contra os neerlandeses. Os
escritos seguem a inspiração de Luís Vaz de
Camões , utilizando-se de mitologia grega,
sonhos e previsões, mas ainda assim tem
grande valor por incluir informações sobre os
povos indígenas brasileiros.
11. CARTAS
CHILENAS
Prosas satíricas, em versos decassílabos brancos, que circularam em
Vila Rica poucos anos antes da Inconfidência Mineira, em 1789.
Revelando seu lado satírico, num tom mordaz, agressivo, jocoso, pleno
de alusões e máscaras, o poeta satiriza ferinamente a mediocridade
administrativa, os desmandos dos componentes do governo, o
governador de Minas e a Independência do Brasil.
Critilo é um habitante de Santiago do Chile (na verdade Vila Rica),
narra os desmandos despóticos e narcisistas do governador chileno
Fanfarrão Minésio (na realidade, Luís da Cunha Meneses, governador
de Minas até a Inconfidência Mineira).
Por bastante tempo discutiu-se a autoria das Cartas Chilenas. A dúvida
só acabou quando comparada a obra com cada um dos elementos do
"Grupo Mineiro”, e concluiu-se que o verdadeiro autor é Tomás Antônio
Gonzaga e que Critilo é ele mesmo e Doroteu, Cláudio Manuel da Costa.
Especula-se que a obra tenha sido influenciada por Cartas Persas, de
Montesquieu.