O movimento regionalista gaúcho e seus principais autores
1.
2. Inicialmente foi um
movimento no qual tinha
como principal ideia
preservar e cultivar praticas
e referências do passado.
3. Os escritores dessa época em suas obras vão tratar de três
fortes pontos de tensão:
• Cultura urbana e cultura rural;
• Cidade e o campo;
• Presente e passado.
4. Um autor muito festejado nessa
época, no estado foi Alcides
Maya que em 1910 lança o
romance Ruínas vivas e em
1911 um livro de contos de
nome Tapera.
5. Outro autor que destaca-se é
Amaro Juvenal, pseudônimo de
Ramiro Barcelos (1852-1916),
que tem como sua obra
marcante Antônio Chimango,
publicado em 1915.
6. Simões Lopes Neto é o marco desse
período, com sua obra máxima Os contos
gauchescos, publicados em 1912, e as
Lendas do sul em 1913.
“Patrício, apresento-te Blau, o vaqueano.
- Eu tenho cruzado o nosso Estado em caprichoso
ziguezague. Já senti a ardentia das areias desoladas
do litoral; já me recreei nas encantadoras ilhas da
Lagoa Mirim; fatiguei-me na extensão da coxilha de
Santana; molhei as mãos no soberbo Uruguai, tive o
estremecimento do medo nas ásperas penedias do
Caverá; já colhi malmequeres nas planícies do
Saicã, oscilei sobre as águas grandes do Ibicuí;
palmilhei os quatro ângulos da derrocada fortaleza
de Santa Tecla, pousei em S. Gabriel... “
7. No Livro Lendas do sul relata histórias
que se passam em um tempo anterior ao
mundo urbano e à republica, no qual é
rigorosamente mítico e pré-histórico. Das
lendas relatadas as principais são: “A
Mboi-tatá”, “A Salamandra do Jarau” e o
“Negrinho do pastoreio”.
8. Negrinho Do Pastoreio
Era uma vez um estancieiro, que tinha uma ponta de surrões
cheios de onças e meias-doblas e mais muita prataria; porém era
muito cauíla e muito mau, muito.
Não dava pousada a ninguém, não emprestava um cavalo a um
andante; no inverno o fogo da sua casa não fazia brasas; as
geadas e o minuano podiam entanguir gente, que a sua porta
não se abria; no verão a sombra dos seus umbus só abrigava os
cachorros; e ninguém de fora bebia água das suas cacimbas.
Mas também quando tinha serviço na estância, ninguém vinha
de vontade dar-lhe um ajutório; e a campeirada folheira não
gostava de conchavar-se com ele, porque o homem só dava para
comer um churrasco de tourito magro, farinha grossa e erva-
caúna e nem um naco de fumo... e tudo, debaixo de tanta
somiticaria e choradeira, que parecia que era seu próprio couro
que ele estava lonqueando [...] (LS, p.79)
9. Simões possuía uma nítida
simpatia pela civilização
missioneira no qual é
notado em sua obra Terra
gaúcha.
10. Outros autores seguem esse mesmo
tema rural gaúcho, como Roque Calagge
e Darcy Azambuja, ambos com obras
onde se notam um tom sombrio de
lamentação pelo fim daquele mundo
heroico das guerras e das batalhas rudes
com cavalo e gado.
• Conflito Herói x Anti-Herói