O trabalho trata-se de um resumo sobre a Hiperbilirrubinemia, seu metabolismo, etiopatogenia, classificação e fisiopatologia, quadro clínico e diagnóstico e por fim o tratamento. Na fototerapia foi relatado o mecanismo de ação, sua eficácia, tipos de fototerapia, indicação, exsanguineotransfusão e indicações para este, e suas complicações.
2. Hiperbilirrubinemia
• Aumento da bilirrubina sérica, caracterizada pela presença de icterícia.
• Icterícia: Elevação da concentração de bilirrubina sérica em decorrência da
incapacidade do fígado em conjugar a bilirrubina produzida.
3. O metabolismo da bilirrubina
• A bilirrubina forma-se pela degradação da hemoglobina.
• Surge o heme que passa por um processo catabólico resultando na formação da
bilirrubina.
• A bilirrubina chega á circulação como bilirrubina indireta ou não conjugada liga-se
a albumina e assim atravessa a barreira hematoliquórica.
• A bilirrubina deve ser conjugada com o ácido glicurônico, sob a ação da
glicuroniltransferase, formando o glicuronídio de bilirrubina.
• O feto produz vezes mais bilirrubina que o adulto.
4. Etiopatogenia
• Aumento na produção
- Isoimunização Rh, ABO e subgrupos.
- Esferocitose hereditária
- Deficiência g-6PD
- Hematomas
- Policitemia
- Drogas
6. Etiopatogenia
• Diminuição da conjugação
- Deficiência congênita da glicuronil-tranferase
- Hipotireoidismo congênito
- Inibição enzimática
- Drogas e hormônios
- Galactosemia
- RN de diabética
- Prematuridade
- Síndrome de Down
7. Classificação e fisiopatologia
• Icterícia e fisiopatologia
- Inicia-se após as 24 horas de vida
• Hemolítica
- Inicia-se antes de 24 horas de vida.
- Causas: anemia hemolítica adquirida ou associado a infecções.
• Outras causas
- Icterícia induzida pelo leite humano
- Amamentação
- Defeito de conjugação da bilirrubina.
9. Diagnóstico
• Realizado por dosagem de bilirrubina
• Determinação de grupo sanguíneo e Rh maternos e do RN.
• Teste de Coombs direto do sangue do RN.
• Determinação do hematócrito.
• Contagem de reticulócitos.
• No caso de icterícia precoce e hemólise acentuada: dosagem
de bilirrubina e hematócrito a cada 6 horas.
• Nos casos de icterícia tardia, controle laboratorial a cada 12 ou
24 horas.
10. Tratamento
• Diminuição da circulação entero-hepática por ingesta interal.
• Uso de fototerapia intensiva ou exsanguineotransfusão.
• Visa prevenir da encefalopatia bilirrubínica.
11. Fototerapia
• Modalidade terapêutica de escolha para hiperbilirrubinemia
indireta neonatal.
• A utilização da luz, como método para reduzir a icterícia por
aumento nos níveis de bilirrubina sanguínea.
12. Mecanismo de ação
• Consiste na aplicação de luz de alta intensidade, que promove
transformação bioquímica da bilirrubina nas áreas expostas a
luz. Essas reações alteram a estrutura da molécula de
bilirrubina e permite que os fotoprodutos sejam eliminados
pelos rins ou fígado, sem sofrerem modificações metabólicas.
• A luz emitida penetra na epiderme e atinge o tecido
subcutâneo.
13. Mecanismo de ação
• A modificação da bilirrubina ocorre por meio da
fotoisomerização e fotooxidação.
• Fotoismoerização: transforma bilirrubina em lumirrubina,
forma hidrossolúvel, excretada pela bile e urina.
* Fotooxidação: oxidação da molécula de bilirrubina em
complexos pirólicos, forma hidrossolúvel.
14. Eficácia
• Dose de irradiância mínima média.
• Quantidade de energia luminosa emitida
• Nível sérico inicial de bilirrubina.
• Tipo de nutrição e características intrínsecas do RN.
• Distância entre fonte luminosa e o RN.
15. Tipos de fototerapia
• Todo e qualquer tipo de luz que emita comprimento de onda
na faixa de 400 a 500 nm será capaz de promover a
degradação da bilirrubina.
• A cor da luz é dada pelo comprimento da onda.
• A soma de todas as cores a sensação é de branco.
• A cor azul da luz é a mais eficiente.
17. Fototerapia com lâmpadas
azuis.
• Aparelho com maior radiância que as lâmpadas brancas.
• Absorvida mais rapidamente
• O RN deve ser monitorizados pois a avaliação de cianose e
prejudicada.
• Sintomas: mal-estar, náusea e cefaleia.
18. Fototerapia com lâmpadas
verdes
• Penetração mais profunda da pele e maior penetração nos
vasos sanguíneos da derme, mais eficaz que a luz branca, e
semelhante a luz azul.
19. Fototerapia de fibra óptica-
Biliblanket
• Consiste em um colchão de 13x10, no qual trafega em um
cabo de fibra óptica.
• Mais eficaz em RN pequenos com peso inferior a 2.500g.
20. Fototerapia convencional -
Biliberço
• Trata-se de um berço de acrílico com cinco lâmpadas brancas
ao fundo.
• O RN permanece sobre um colchão de silicone e são
colocados filmes refletores.
21. Fototerapia convencional com
lâmpada halógena Bilispot
• Foco luminoso contendo uma lâmpada halógena dicroica com
um filtro de vidro especial para os raios infravermelhos.
• Apropriado para RN de baixo peso.
22. Fototerapia por super LED:
Bilitron
• Lâmpadas eletrônicas frias já focadas no espectro azul e que
não necessitem de filtros para o uso neonatal.
• Ele permite controlar a irradiância.
• Produz um mínimo de calor radiante. Dimensões reduzidas.
• Toda luz emitida é utilizada na fotoisomerização da
bilirrubina.
23. Fototerapia por super LED:
Bilitron
• As lâmpadas duram dez vezes mais que as halógenas, e a
superfície corporal alcançada pela LED é maior também.
24. Melhorando a eficácia da
fototerapia
• Iniciar a fototerapia com níveis séricos de bilirrubina mais
elevados.
• Envolver o equipamento de fototerapia com tecido branco.
• Posicionar o foco luminoso a uma distância ideal.
• Manter a cúpula de acrílico da incubadora e do aparelho de
fototerapia sempre limpos.
25. Melhorando a eficácia da
fototerapia
• Verificar se todas as lâmpadas estão funcionantes.
• RN despido, sem fraldas e com proteção ocular.
• Utilizar fototerapia dupla nos RN com hiperbilirrubinemia
mais grave.
• A mudança de posição do RN, não auxilia na eficácia da
fototerapia.
26. Melhorando a eficácia da
fototerapia
• Aumentar a hidratação e avaliar.
• Verificar temperatura a cada quatro horas.
• Verificar peso diariamente.
• Desligar a fototerapia quinze minutos antes do banho.
• Proibir uso de cremes e óleos, pelo rico de queimadura.
27. Indicação
• Dependerá do nível sérico de bilirrubina, do tipo de icterícia e
das características do RN.
• A fototerapia profilática é indicada em RN com peso abaixo de
1000g e níveis séricos de bilirrubina indireta de 5-6 mg %
• Há casos em que o RN tem níveis de bilirrubina indicativo de
exsanguineotransfusão, entretanto opta-se por colocá-lo sob
fototerapia intensiva na tentativa de evitar o procedimento,
uma vez que é invasiva.
28.
29. Exsanguineotransfusão
• Recomendado se o RN apresentar encefalopatia bilirrubínica.
• Fatores de risco: doença hemolítica isoimune, deficiência da
G6PD, letargia significativa, sepse, acidose, asfixia,
instabilidade da temperatura, albumina menor que 3g %
• A hiperbilirrubinemia é um risco para neurotoxicidade que
depende da habilidade da albumina em se ligar á bilirrubina.
30. Exsanguineotransfusão
• A bilirrubina é transportada no plasma em forma de um
diânion ligado, reversivelmente, a albumina sérica. Como cada
molécula de albumina é capaz de se combinar fortemente a
uma molécula de bilirrubina, no ponto principal de ligação,
uma razão molar bilirrubina igual a 1 representa
aproximadamente 8,5 mg de bilirrubina de albumina.
32. Recém-nascidos com sinais de
encefalopatia bilirrubínica.
• Devem ser submetidos á exsanguineotransfusão, independente
do nível de bilirrubina total.
• Se há necessidade de fototerapia, a presença de
hiperbilirrubinemia direta não deve constituir-se em uma
contraindicação.
• No RN com síndrome do bebê bronzeado, cuja bilirrubina total
está no nível de fototerapia intensiva e a fototerapia não está
diminuindo, considerar exsanguineotransfusão.
33. Indicação
• Recém-nascidos saudáveis, bilirrubina > 22mg.
• RN com hemólise ou doente: 20 mg%
• Esses bebês têm chance muito pequena para desenvolver
kernicterus.
• Avaliar antes do procedimento: IG do RN, peso de
nascimento, fator de risco, tempo de fototerapia utilizado sem
resultado.
34. Globulina Hiperimune
• Seu uso está indicado em casos de icterícia precoce/anemia por
incompatibilidade ABO/RH com Coombs direto positivo.
• Quanto mais tardio o uso da globulina, mais tempo de
fototerapia foi necessário.
37. Complicações
• Hidropsia fetal
- Causada pela hipoalbuminemia devido á redução da capacidade
de síntese do fígado pela distorção do cordão de células
hepáticas.
- O neonato apresenta-se com edema generalizado.
38. • Kernicterus
- A bilirrubina causa apoptose dos neurônios.
- Esse mecanismo baseia-se no nível de cálcio intracelular. A
bilirrubina atua prejudicando sua homeostase.
- Pode-se ter neurotoxicidade.
39. - A entrada da bilirrubina no cérebro pode ser aumentada em
condições como: alterações da permeabilidade da barreira
hematoencefálica, tempo de transito prolongado, aumento da
pressão venosa, aumento do fluxo sanguíneo, hipercapnia,
aumento da taxa de dissociação.
- Manifestações: morte, encefalopatia aguda, convulsões,
episódios de apneia, hipertensão, taquicardia.
40. Apresentando- se em quatro fases:
• Fase 1: hipotonia, letargia, reflexo de sucção débil.
• Fase 2: Espasticidade, opistótono e febre.
• Fase 3: Melhora e diminuição da espasticidade.
• Fase 4: Incide, com sinal de paralisia cerebral.
41. • Bilirrubina e audição
- A maturação do tronco cerebral pode ser avalia a pela
progressão da resposta auditiva evocada, consistindo em uma
sequência de ondas.
- Onda 1: atividade do nervo auditivo.
- Onda 3 e 5: atividade do tronco cerebral.
- A toxicidade prolongada da bilirrubina pode levar á perda
irreversível da audição neurosensorial.
42. • Bilirrubina e visão.
- A bilirrubina pode-se instalar nos olhos a partir da corrente
sanguínea ou de hemorragia intra-ocular.
- Uma vez que a bilirrubina indireta liga-se á albumina, está
pode entra em contato com as células retinianas.
- Sempre que possível esses bebês deveriam ser submetidos á
ressonância magnética que pode evidenciar lesão bilateral do
globo pálido e dos núcleos subtalâmicos.
43. - Com a qumioprevenção pretende-se diminuir a produção de
bilirrubina, prevenir a reabsorção enteral, aumentar a
eliminação e aumentar a habilidade da ligação bilirrubina-
albumina.
- Atentar para idade abaixo de 72 horas de vida, quadros de
asfixia, hemorragia intracraniana, hipercapnia, hemólise, e
aumento do fluxo sanguíneo cerebral. Atentar também para
drogas utilizadas na UTI neonatal que exerçam competição da
bilirrubina com a albumina.
44. Referência
- Souza, Aspásia Basile Gesteira. Enfermagem Neonatal cuidado
integral ao recém-nascido/ Aspásia Basile Gesteira Souza,
organizadora.- São Paulo: Martinari, 2011.