O documento discute como diferentes modos de pensar e organizar o conhecimento influenciam as sociedades. Aborda como o pensamento cartesiano-newtoniano levou à fragmentação do saber e do pensamento, e como novos paradigmas, como o pensamento complexo e a interdisciplinaridade, propõem novas formas integradoras de compreender o mundo. Também reflete sobre os desafios das novas tecnologias e linguagens digitais para a educação.
3. QUEM É VOCÊ?
• Sou “Fulano de Tal” diz tudo sobre
quem você é?
• Se você der muitas informações
sobre sua vida atual, então estará
dizendo quem você é?
• Ou precisamos pensar na nossa
condição humana para realmente
podermos responder quem somos?
4. QUEM É VOCÊ?
A condição humana
• De acordo com Morin (2009), conhecer o
humano é situá-lo no universo, é
compreender que trazemos dentro de nós
• o mundo físico,
• o mundo químico,
• nossos pensamentos,
• nossa consciência,
• nossa humanidade,
• nossa animalidade,
• nossa ascendência cósmica.
MORIN, Edgar. A cabeça bem-feita. Rio de Janeiro: Editora Bertrand Brasil, 2009.
5. QUEM É VOCÊ?
A condição humana
• Quem eu sou é inseparável de
• onde estou?
• de onde vim?
• para onde vou?
• Todo indivíduo traz em si toda a história da
humanidade.
• Todos somos resultantes de um longo e
complexo processo de hominização.
MORIN, Edgar. A cabeça bem-feita. Rio de Janeiro: Editora Bertrand Brasil, 2009.
6. Um complexo passado em
comum
• Apesar de um passado em comum e de
dependência planetária em comum, os
homens negam sua consciência de
coletividade e exageram em ações
individualistas.
• Que razões podem ter levado a humanidade a
enfraquecer o espírito de coletividade?
• Que razões podem ter levado o homem a não ter
consciência da complexidade que envolve a tudo
e a todos?
MORIN, Edgar. A cabeça bem-feita. Rio de Janeiro: Editora Bertrand Brasil, 2009.
7. Pensamento simplificador
Pensamento complexo
Interdisciplinaridade
Transdisciplinaridade
• Por que razão costumamos pensar de forma
simplificada, não conseguindo relacionar grande
parte dos fatores que compõem uma situação
cotidiana?
• Porque costumamos desconsiderar a
complexidade existente?
• Será que isto tem a ver com a forma “disciplinar”
existente em nossa educação escolar?
• Será que não poderíamos ter aprendido de forma
interdisciplinar ou transdisciplinar?
9. Para Ivani Fazenda (1992, 1995)
• Uma atitude de espírito.
• Uma forma de permitir uma educação
mais permanente.
• Uma forma de compreender e
modificar o mundo.
10. Capra (1996):
• A essência da interdisciplinaridade é
caracterizada por
• uma visão de mundo integradora,
• ecológica
• que reconhece a interdependência
fundamental de todos os
fenômenos.
11. • Mas “o mundo” não foi
sempre, interdependente,
integrado????
13. Antes de 1500
• Visão de mundo:
• Orgânica;
• Interdependência entre os fenômenos
materiais e os espirituais;
• Subordinação das necessidades
individuais às da coletividade.
14. A partir dos séculos XVI e XVII ...
• Mudanças revolucionárias na Física e
na Astronomia (Copérnico, Galileu e
Newton) – noção de mundo como
uma máquina.
15. A partir dos séculos XVI e XVII ...
• Fazer ciência –
– De acordo com os cientistas da
época, só teria valor se estivesse
de acordo com
• seus princípios epistemológicos e
• suas regras metodológicas
16. A partir dos séculos XVI e XVII ...
• UMA SÓ FORMA CORRETA DE FAZER
CIÊNCIA (CONHECIMENTO)
– Para combater a forma autoritária e
dogmática até então existente, os
cientistas da época exageram em
seus pressupostos e acabaram
criando também um modelo
totalitário.
17. A partir dos séculos XVI e XVII ...
• Nova visão de FAZER CIÊNCIA –
– Todo conhecimento obtido fora de
seus princípios e regras passou a
não ter valor.
– Senso comum – não tem valor
– Para Conhecer - dividir, classificar,
quantificar
18. A partir dos séculos XVI e XVII …
PENSAMENTO SIMPLIFICADOR E REDUCIONISTA
baseado no racionalismo cartesiano e no
determinismo mecanicista
• Método científico – implicava em
• redução da complexidade (pensamento
simplificador, reducionista)
• dividir o todo em partes para compreendê-lo
(racionalismo cartesiano)
• Ideia de ordem e de estabilidade (como se o
mundo fosse estático e eterno)
• Ideia de mundo-máquina (determinismo
mecanicista)
19. Conseqüências:
• Grandes benefícios para o desenvolvimento
da ciência
MAS
• Pesado ônus – perda para a humanidade em
termos de
• sensibilidade,
• valores,
• sentimentos.
20. Francis Bacon (1561 – 1626)
(lançou as bases do pensamento científico ocidental)
Para Bacon o objetivo da ciência é
dominar e controlar a natureza.
21. Descartes (1596-1650)
(considerado o fundador da ciência moderna)
• Propôs: o método analítico e dedutivo
– os pensamentos e problemas
devem ser decompostos em suas
partes componentes, numa ordem
lógica.
22. Descartes
(continuação)
Ênfase exagerada levou a:
• Fragmentação das disciplinas;
• Fragmentação do pensamento;
• Reducionismo –
• crença em que todos os fenômenos,
mesmo os mais complexos podem ser
entendidos através da análise de suas
partes constituintes;
23. Isaac Newton (1642-1727)
• O mundo é um sistema mecânico que
pode ser descrito de forma objetiva
sem necessidade de se fazer menção
ao observador.
24. • O sucesso do modelo mecanicista
de Newton (que se consolida com a
teoria da química atômica) faz com
que os princípios do seu método
sejam adotados por todas as
ciências,
inclusive as ciências humanas.
25. Paradigma tradicional
(ou paradigma da ciência moderna - síntese)
• Natureza, ser humano, plantas e animais –
máquina
• O todo é compreendido a partir das partes
• Verdade absoluta na ciência
• Só se considera científico as coisas que
podem ser medidas e quantificadas
• O homem é visto como separado da natureza
• A natureza é vista como sendo obrigada a
servir ao homem.
26. Visão mecanicista ou
visão cartesiana de mundo
• Separa os indivíduos de seus
relacionamentos, não reconhecendo
a importância do contexto em que
estão inseridos.
• Gerou
individualismo exagerado e
egocentrismo humano
27. E na Educação?
• A ênfase excessiva dada ao método
cartesiano levou à:
• fragmentação do nosso pensamento;
• unilateralidade de nossa visão;
• direcionando a nossa educação para
• valores fragmentados,
• superespecialização,
• processos de alienação:
MENTE TÉCNICA E CORAÇÃO VAZIO
28. • Quais são as implicações do
pensamento cartesiano-newtoniano
em nossas vidas?
29.
30. Atualmente
• A Ecologia nos ensina que:
• A humanidade não é o centro da vida no
planeta;
• A terra inteira é parte do nosso corpo.
PENSAMENTO ECOLÓGICO
INTERDISCIPLINAR
TRANSDISCIPLINAR
31. Novas descobertas, novas
formas de pensar
• Princípio da Incerteza (Heisenberg)
• Princípio da Complementaridade
(Bohr)
• Teoria das Estruturas Dissipativas
(Prigogine)
• Teoria Autopoiética (Maturana e
Varela)
• Teoria da Enação (Varela)
• Pensamento Complexo (Morin)
32. Novas formas de pensar
• Os próprios progressos da Ciência
mostraram suas falhas anteriores e
estão nos levando a novas formas de
pensar:
• Visão de mundo total, INTEGRADO;
• Nova maneira de pensar a totalidade;
• UM NOVO PARADIGMA PARA A
EDUCAÇÃO.
• UMA NOVA FORMA DE PENSAR O
MUNDO E VER (SENTIR) O OUTRO
33. Novas formas de organizar o
conhecimento científico
(ENGLOBANDO AS ANTERIORES TAMBÉM!)
• Disciplinaridade
• Interdisciplinaridade
• Transdisciplinaridade
• Inseparabilidade sujeito/objeto,
corpo/mente, educador/educando
• Integração da experiência objetiva com a
subjetiva
• Sentipensar e atuar
MORAES, 2008
34. Transdisciplinaridade
• Rompimento de barreiras
• Destruição de fronteiras
• Visão pluralista e multirreferencial
• Diferentes níveis de realidade
• Necessidade de uma pluralidade de
olhares e linguagens para
compreender a complexidade da
realidade.
35. • Como ocorre o conhecimento?
– O entendimento que se tem da resposta a
esta questão, mesmo que de forma
inconsciente, vem determinando nossas
ações, sobretudo as ações educativas.
– Fernando Becker
36. NOSSAS FORMAS DE
PENSAR
• a forma de pensar (e organizar) o
conhecimento está relacionada com
• nosso comportamento
• nossa forma de perceber a realidade
37. Boaventura Santos
• Busca esclarecer os valores que
presidem os modos de fazer ciência.
• Duas concepções de conhecimento
(educação e de sociedade):
• Paradigma dominante da ciência moderna,
• Paradigma emergente (de um conhecimento
prudente para uma vida decente) ou
paradigma da solidariedade.
38. Paradigma emergente
Moraes (1996) e Ramos (1996)
Deve ser capaz de gerar ambientes
de aprendizagem que:
• compreendam o ser humano em sua
totalidade, com
• seus diferentes estilos de
aprendizagem e
• distintas formas de resolver problemas,
39. Paradigma emergente
Moraes (1996) e Ramos (1996)
(continuação)
• levando em consideração os
aspectos
• físicos,
• biológicos,
• mentais,
• psicológicos,
• morais,
• culturais e
• sociais dos aprendizes.
40. Paradigma emergente
(continuação)
- preocupação em formar indivíduos
autônomos, criativos, críticos,
cooperativos, solidários,
fraternos, mais integrados e
harmoniosos,isto é,
indivíduos intelectual e
humanamente competentes;
41. Novos tempos, novos desafios
• Cultura Digital
• Atuações no ciberterritório
• Novas habilidades
• Novas linguagens
• Novos códigos
• Novos meios de expressão
• Novos meios de publicação
• Novas formas de tratar linguagens e
códigos
42. - A PARTIR DE 1990 – cultura digital
- grande interação entre os usuários
- novos canais de sociabilidade
- novos canais de expressão cultural e de
participação política
RECONFIGURAÇÃO DA VIDA COTIDIANA
DOS INDIVÍDUOS
Novos tempos, novos desafios
43. • Atuar no ciberterritório –
• nova cartografia
• novos sentidos e comportamentos
• Surge um novo sujeito em um espaço que não é
privado, nem público, mas
coletivo e midiático.
(FERRARA, 2009)
Novos tempos, novos desafios
44. ✓acesso às informações
✓troca de informações
✓comunicações coletivas
(a instantaneidade de tudo isto)
São determinantes de novos tempos que
exigem novas habilidades
e
conduzem a novos comportamentos.
Novos tempos, novos desafios
45. • Novas habilidades cognitivas?
• novas competências cognitivas estão sendo
desenvolvidas nas práticas comunicativas do
entretenimento contemporâneo
• cibertextuais,
• lógicas,
• criativas,
• sensoriais e
• sociais.
(RÉGIS, 2010)
(estão sendo desenvolvidas FORA DA ESCOLA)
Homo Zappiens
Nativos digitais
Geração C
46. • novas competências cognitivas -
• Sociais –
• possibilitam processos de colaboração entre
indivíduos reunidos em comunidades virtuais,
listas de discussão, blogs
• com finalidades de busca, produção e partilha de
informações adicionais sobre seus produtos culturais
favoritos.
Homo Zappiens
Nativos digitais
Geração C
47. Comunicação e Educação
Modo de pensar e comportamento
social
• Relações estratégicas, estruturais (se uma
muda – a outra muda)
• Relação entre comunicação e educação
• Relação entre modo de pensar (aprendido
na Educação Formal) e modo de ver o
mundo, o outro e comportamento social
48. Entender o mundo hoje –
-compreensão de várias
linguagens
- expressão (publicação)
- em várias linguagens e
- em vários suportes (mídias).
FANTIN (2008)
49. Uso de Tecnologias Educativas permite
formas de participação ativa dos educandos
• em processos interativos,
• em diversas linguagens,
• em diversos suportes,
• independente de tempo e local.
FANTIN (2008)
50. • Saber relacionado aos conteúdos (SIM!!!)
• Saber fazer
• Saber sentir e ser – sentipensar
• que envolve sensibilidade,
• escuta sensível,
• fala sensível e
• muito querer bem
– na construção de si,
– do outro e
– do coletivo
Educadores:
Saber complexo, inter e transdisciplinar
51. • Modos de ensinar e aprender
(modos de pensar) que
considerem:
• sensibilidade,
• amorosidade
• compreensão de contextos
coletivos e individuais.
52. • Será que existe realmente
relação entre a forma com
que os cientistas dos séculos
XVI e XVII acreditavam que o
conhecimento era construído
e a forma de pensar
individualista dos tempos
atuais?
53.
54.
55.
56.
57.
58.
59. • Será que a cultura digital e os
novas competências que os
nativos digitais estão
construindo poderão
contribuir para uma nova
forma de ver o mundo e o
outro, bem como uma nova
forma de conviver?
60.
61.
62.
63.
64.
65.
66. • Vamos para o fórum do
moodle conversar sobre isto
agora?
67. Referências
BASTOS, J. A. A educação tecnológica: conceitos, características e
perspectivas, in A Educação e Tecnologia. Tecnologia e Interação. Curitiba:
CEFET/PR, 1998.
FANTIN, Mônica. Liga, Roda, Clica.Campinas, SP: Papirus, 2008.
GAMA, Ruy, Tecnologia e o Trabalho na História. São Paulo: Studio Nobel, 1986.
MEDEIROS, Zulmira; VENTURA, Paulo Cezar. O conceito Cultura Tecnológica e um estudo
no meio educacional . Disponível em
http://www.portal.fae.ufmg.br/seer/index.php/ensaio/article/viewFile/133/183. Acesso em 14 de
agosto de 2011.
REIS, Junias. O conceito de tecnologia educacional para alunos do ensino médio e superior.
Disponível em http://alb.com.br/arquivo-
morto/edicoes_anteriores/anais17/txtcompletos/sem16/COLE_932.pdf. Acesso em 14 de agosto
de 2011.
ROCHA NETO, Ivan. Tecnologias Sociais. Disponível em
http://ieham.org/html/docs/Tecnologias_Sociais_Conceitos_e_perspectivas.pdf. Acesso em 14 de
agosto de 2011.
Tickton, S. To improve learning: an evaluation of instructional technology. New York, Bowkwer,
1970.
..............
LEMOS, JAMBEIRO estão no Livro: A cibercultura e seu espelho. Disponível em
(http://abciber.org/publicacoes/livro1/a_cibercultura_e_seu_espelho.pdf) – não deixem de ler
algumas partes desse livro – FANTÁSTICO!!!