As cantigas medievais portuguesas eram divididas em quatro categorias: líricas de amor, amigo, escárnio e maldizer. As de amor eram poemas cantados por cavalheiros para cortejar damas, usando palavras de sofrimento ao se referirem a elas como "senhoras". Já as de amigo mostravam o ponto de vista feminino sobre relacionamentos através de temas como ciúmes. Por fim, as de escárnio e maldizer faziam críticas sutis ou diretas a outras pessoas
3. De amor
- As cantigas eram cantadas por
um cavalheiro;
- O homem por sua vez tenta
cortejar a dama á quem se
refere;
- Os poemas são caracterizados
por palavras sofridas;
- O homem se refere a dama
como “senhor”;
- A mulher era caracterizada
como “senhor”, revelando no
poema a sua condição
hierárquica superior.
4. Um exemplo de uma cantiga lírica de amor de Bernal de
Bonaval:
"A dona que eu am'e tenho por Senhor
amostrade-me-a Deus, se vos en prazer for,
se non dade-me-a morte.
A que tenh'eu por lume d'estes olhos meus
e porque choran sempr(e) amostrade-me-a Deus,
se non dade-me-a morte.
Essa que Vós fezestes melhor parecer
de quantas sei, a Deus, fazede-me-a veer,
se non dade-me-a morte.
A Deus, que me-a fizestes mais amar,
mostrade-me-a algo possa con ela falar,
se non dade-me-a morte."
5. De amigo
- Nas cantigas líricas de amigo
quem canta o poema é
sempre uma mulher;
- O homem apenas compõe a
cantiga;
- A proposta do texto é mostrar
o ponto de vista feminino do
relacionamento amoroso;
- Os ciúmes, dor do amor não
correspondido, saudades eram
um exemplo do que retratado;
6. Logo abaixo tem-se um exemplo de uma cantiga lírica de amigo de D. Dinis:
“Ai flores, ai flores do verde pino,
se sabedes novas do meu amigo!
ai Deus, e u é?
Ai flores, ai flores do verde ramo,
se sabedes novas do meu amado!
ai Deus, e u é?
Se sabedes novas do meu amigo,
aquel que mentiu do que pôs comigo!
ai Deus, e u é?
Se sabedes novas do meu amado,
aquel que mentiu do que mi há jurado!
ai Deus, e u é?”
7. De escárnio
- O eu lírico no caso, , no caso
faz indiretamente uma critica
pessoal á
alguém, apresentando duplos
sentidos;
- A técnica de apresentar a
critica leva ao ouvinte á uma
reflexão, deixando-o
representar do modo que
quiser;
- Essa linguagem é
caracterizada como
sutil, repleta de trocadilhos e
peculiaridades.
Um exemplo de uma cantiga
satíricas de escárnio:
Ai, dona fea, foste-vos queixar
que vos nunca louv[o] em meu
cantar;
mais ora quero fazer um cantar
em que vos loarei toda via;
e vedes como vos quero loar:
dona fea, velha e sandia!
8. De Maldizer
- Nas cantigas de maldizer a
critica, não apresenta duplos
sentidos, isto é, o contrário das
cantigas de escárnio;
- No poema o nome da pessoa
retratada, pode ou não ser
apresentada;
- É característico nessas cantigas
a linguagem informal, o uso de
agressões verbais e palavrões.
9. Logo abaixo está exemplo dessas cantigas, de Joan Garcia de Guilhade:
"Ai dona fea! Foste-vos queixar
Que vos nunca louv'en meu trobar
Mais ora quero fazer un cantar
En que vos loarei toda via;
E vedes como vos quero loar:
Dona fea, velha e sandia!
Ai dona fea! Se Deus mi pardon!
E pois havedes tan gran coraçon
Que vos eu loe en esta razon,
Vos quero já loar toda via;
E vedes qual será a loaçon:
Dona fea, velha e sandia!
Dona fea, nunca vos eu loei
En meu trobar, pero muito trobei;
Mais ora já en bom cantar farei
En que vos loarei toda via;
E direi-vos como vos loarei:
Dona fea, velha e sandia!"
10. Aluno: Thiago Moraes Simbol
Numero: 24
Série: 1 A
Matéria: HCAL (História Critica da Arte e Literatura)
Professora: Ingrid Galleazzo