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Monitoramento Online e Vigilância nas Eleições 20101

Tarcízio Silva2
Nina Santos3

Universidade Federal da Bahia



Resumo

O presente artigo apresenta o debate sobre monitoramento e vigilância de conteúdo publicado
por usuários de sites de redes sociais e pretende chamar a atenção para o monitoramento
profissional com fins políticos, através da apresentação de alguns casos ocorridos durante os
meses anteriores às eleições brasileiras de 2010. Procuramos abordar as possibilidades e
limitações que esse processo traz para o ambiente político, sobretudo no que diz respeito aos
cidadãos, aos jornalistas e aos membros de campanhas políticas.



Palavras-chave: monitoramento; vigilância; eleições; política; sites de redes sociais



Vigilância e Monitoramento na Web: questões iniciais

    A crescente digitalização e armazenamento dos traços, interações e conteúdo criados no
cotidiano de usuários de serviços web têm sido observados por pesquisadores da
comunicação. As tecnologias digitais da informação e da comunicação armazenam as
informações, hoje, por padrão. Alguns pesquisadores, inclusive, alertam para os possíveis
perigos de se delegar a memória a dispositivos digitais (MAYER-SCHONBERGER, 2010).

    Com o constante crescimento do acesso à internet e à web, as pessoas utilizam estas
tecnologias de diversas formas, principalmente como meio de comunicação e expressão
pessoal. Soma-se a isso o fato de que o acesso deixa de ser realizado exclusivamente através

1
  Artigo científico apresentado ao eixo temático “Biopolítica, Vigilância e Ciberativismo”, do IV Simpósio
Nacional da ABCiber.
2
  Aluno de mestrado da linha de Cibercultura do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura
Contemporâneas da UFBA. Participante do Grupo de Pesquisa em Interações, Tecnologias Digitais e Sociedade.
Bolsista CNPQ. Email: tarushijio@gmail.com
3
  Graduada em Jornalismo e participante do Grupo de Pesquisa em Comunicação, Internet e Democracia, UFBA.
Email: ninocasan@gmail.com
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          IV Simpósio Nacional ABCiber - Dias 01, 02 e 03 de Novembro de 2010 - ECO/UFRJ
de computadores desktop e passa também a ser realizado através de dispositivos portáteis
como notebooks e netbooks, além de dispositivos móveis como smartphones e tablets. Estes
fatores relacionados ao acesso conjugam-se com tendências de comportamento que tangem a
publicação constante de informações sobre si como modo de expressão e comunicação.

    Entre os sites mais visitados em todo o mundo4 encontram-se os chamados sites de redes
sociais. Retomando uma definição muito utilizada destes sites, podemos dizer que são
“serviços de web que permitem aos usuários (1) construir um perfil público ou semipúblico
dentro de um sistema conectado, (2) articular uma lista de outros usuários com os quais eles
compartilham uma conexão e (3) ver e mover-se pela sua lista de conexões e pela dos outros
usuários” (BOYD & ELLISON, 2007, p.2). São sites característicos deste tipo: Orkut,
Facebook, Twitter, YouTube e muitos outros. É possível perceber que as similaridades entre
estes sites, como o caráter público dos perfis e da lista das conexões dos usuários, são
características que trazem novos problemas e possibilidades relativos ao monitoramento e
vigilância das ações realizadas pelos cidadãos.

    Conceitos como liberação do pólo emissor (LEMOS, 2003), prosumidor (TAPSCOTT,
1996) e mídia social tem em comum a atenção que dão à descentralização do poder de
publicação, armazenamento e disseminação de informações, oferecida pela web e softwares
sociais. Esta nova configuração da divisão de poder nos fluxos de comunicação permite a
emergência de comunidades online, mobilizações digitais e outros agrupamentos civis de
troca e construção da informação.

    Porém, como observam alguns pesquisadores que focam seus trabalhos na crítica a estes
sistemas, a maioria quase absoluta destes serviços web - que permitem a comunicação
descentralizada e agregações sociais com menos constrições de espaço e tempo - são
possuídos por empresas privadas, criados e mantidos para a realização de objetivos
comerciais. Vários trabalhos, geralmente em torno de problemas de privacidade e segurança
da informação, chamaram a atenção para possíveis usos antiéticos da informação publicada
pelos usuários e armazenada nestes sistemas. A quase totalidade dos sites e serviços web
armazena as informações publicadas, de uma maneira ou de outra. Se as pessoas, como
apontado acima, passam a utilizar estes sistemas para publicar constantemente informações



4
 Conferir, por exemplo, a lista de sites mais visitados no Brasil segundo o Alexa:
http://www.alexa.com/topsites/countries/BR
                                                                                            2


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sobre si, pode-se dizer que as tecnologias digitais de informação e comunicação registram o
cotidiano de seus usuários.

  Uma preocupação relevante se referiu à chamada publicidade contextual e aos sistemas de
recomendações. Serviços como emails (Gmail, Yahoo) e lojas online (como a Amazon),
desenvolveram sistemas computacionais que varrem as páginas web de seus serviços para
coletar palavras chaves ou tags que poderiam ser correlacionadas a um determinado produto.
De forma automática, anúncios textuais ou descrições de produtos são exibidas de acordo com
um possível interesse daquele usuário, em tempo real. Os anúncios contextuais do Gmail e
Facebook, por exemplo, foram analisados por trabalhos de Fernanda Bruno (BRUNO, 2006,
2008) como possíveis ameaças à autonomia e os sistemas de recomendações da Amazon
foram observados como um tipo de persuasão tecnológica por B. J. Fogg (FOGG, 2002).
Entre as várias facetas observadas, percebe-se que, de um lado, estes sistemas automatizados
seriam frios e fomentariam a reprodução de padrões, por outro os sistemas de recomendações,
quando agregadores de base de dados socialmente construídos, poderiam apoiar usuários a
navegar por informações associadas a seus gostos.

  Em seguida, com o crescimento do uso de sites de redes sociais propriamente ditos como
Facebook e MySpace, órgãos regulatórios, ONGs e pesquisadores de todo o mundo passaram
a se perguntar como ocorre o uso das informações postadas pelos usuários destes sistemas. Se
a utilização dos dados de forma anônima para oferecer anúncios contextuais aos usuários já
era criticada, notícias de falhas de segurança, perda de dados e, pior, venda consciente das
informações por essas empresas acenderam ainda mais o debate.

  Viktor Mayer-Schönberger enumera três características da memória digital no que tange às
relações de poder e influências nas interações sociais. A primeira se refere à acessibilidade.
Quando alguém publica um comentário ou recado em um site, por exemplo, tem um objetivo
específico de comunicação ou expressão e, via de regra, não reflete sobre as apropriações que
outras pessoas podem fazer do conteúdo. A segunda característica é a durabilidade, pois os
dados e informações publicadas – intencionalmente ou não -, ficam armazenados e muitas
vezes públicos. Por fim, a abrangência é a terceira características e envolve o acesso a
diferentes tipos e bases de dados associados a uma única pessoa (MAYER-SCHONBERNER,
2010).

  Diversos estudos já se debruçaram em discutir a relação dos sites de redes sociais com as
informações postadas ali. Alguns temas recorrentes são: cumprimento e mudança em
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regulamentos de segurança de informações (PAPADOULOS & KAPONI, 2010), a
participação de desenvolvedores externos (FELT & EVANS) e, sobretudo, a predisposição
dos usuários e publicar informações sensíveis e os fatores que influenciam ou atuam como
indicadores (DEBATIN el al 2009; YOUNG & QUAN-HAASE, 2009; TUFEKCI, 2008).

   Finalmente, nos últimos anos, surgiram empresas de análise de mercado e opinião pública,
desenvolvedoras de software e novos cargos profissionais em torno de uma prática com nomes
como "buzz monitoring", "monitoramento de mídias sociais", "monitoramento de marcas e
conversações" entre outros. Apesar da inconstância de terminologias e de escopo, como
veremos mais abaixo, estes serviços têm em comum algumas características. Uma descrição
compreensiva de monitoramento poderia ser: "coleta, armazenamento, classificação,
categorização, adição de informações e análise de menções online públicas a determinado(s)
termo(s) previamente definido(s) e seus emissores, com os objetivos de: (a) identificar e
analisar reações, sentimentos e desejos relativos a produtos, entidades e campanhas; (b)
conhecer melhor os públicos pertinentes; e (c) realizar ações reativas e pró-ativas para
alcançar os objetivos da organização ou pessoa de forma ética e sustentável.” (SILVA, 2010,
p. 43).

   Sendo este tipo de monitoramento uma prática em ascensão, cabe observá-la de mais perto,
identificando suas conseqüências para diversos grupos sociais.



 Vigilância e Monitoramento Profissional

   O surgimento de vigilância e monitoramento profissional é, tecnologicamente,
possibilitado por dois tipos de acesso às informações postadas nos sites. O primeiro é a
indexação, como citado, do conteúdo em formatos que podem ser acessados por mecanismos
de busca e/ou por RSS feeds. A partir destes formatos, desenvolvedores produzem
mecanismos de coleta sistematizada do conteúdo, especialmente os conteúdos (recados, posts,
tweets, comentários etc) que contenham determinada palavra, como o nome de uma empresa,
produto, político ou partido.

   O segundo recurso tecnológico crucial para o desenvolvimento da vigilância e
monitoramento profissional é a relativa abertura destes sites através das chamadas APIs –
Application Programming Interfaces. Através destes códigos padronizados, desenvolvedores
externos (que não o próprio Facebook, por exemplo), podem desenvolver programas que
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acessam e interagem com os dados nestes sites. Dessa forma, os softwares de monitoramento
puderam ser desenvolvidos de uma forma mais elaborada.

      Citar tais softwares é o primeiro passo para entender estas novas apropriações da
informação web. Radian6, SM2, Scup ou Seekr são exemplares destes softwares que possuem
alguns recursos em comum. A rigor, a coleta do conteúdo que eles permitem poderia ser feita
manualmente. O primeiro diferencial é que esta coleta incorpora cada conteúdo em uma
interface usável, que permite adicionar informações como valência (positiva/negativa), além
de categorizar este conteúdo em diversas classificações, customizáveis pelos analistas. Além
disso, a maioria permite a produção de gráficos consolidados a partir da coleta e adição de
informação. Por exemplo, gráficos de linhas comparando dia a dia as menções positivas,
neutras e negativas a diferentes palavras. Vale ressaltar que a maioria dos softwares de
monitoramento funciona de forma paga.

      Ainda é preciso chamar a atenção para o recurso de identificação dos emissores das
mensagens coletadas. A quase totalidade dos softwares de monitoramento disponíveis permite
que os emissores mais comuns ou mais inclinados a falar positiva ou negativamente do termo
monitorado sejam identificados.

      Além das empresas desenvolvedoras de softwares de monitoramento, ganham projeção
também empresas, geralmente agências de comunicação digital, agências de propaganda ou
ainda novas empresas especializadas, em classificar, categorizar e produzir relatórios a partir
do conteúdo monitorado. É importante, então, expandir a discussão sobre a disponibilidade
das informações pessoais não mais apenas aos detentores dos sites de redes sociais, mas
também a empresas e profissionais terceiros.

      Uma leitura das descrições de empresas voltadas a monitoramento5 e seus serviços permite
observar que são constantes os seguintes objetivos: descobrir o que as pessoas dizem;
identificar “influenciadores”; avaliar riscos; comparar com concorrentes; identificar
oportunidades; entender públicos específicos.

      Apesar de os processos de monitoramento poderem ser aplicados em várias áreas,
interessa-nos aqui refletir sobre o uso político que se faz dele. Essa escolha pode ser atribuída
tanto ao contexto do desenvolvimento de campanhas políticas este ano no Brasil, quanto à
importância social que acreditamos que o monitoramento aplicado a essa área pode ter.

5
    Rykte, Dialeto, PostX, Direct Labs, SmartIs entre outras.
                                                                                                5


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Usos Políticos do Monitoramento

  Analisaremos agora como a prática do monitoramento, que já se tornou uma realidade em
nossa sociedade, pode afetar a relação entre diversos públicos e as campanhas eleitorais.
Partiremos inicialmente da compreensão de como se configuram as campanhas eleitorais
online para depois discutir que papel o monitoramento pode ter nelas.

  As campanhas online se caracterizam tanto pela disponibilização online de práticas e
materiais já anteriormente usados campanhas offline, como pela inserção de novos elementos,
específicos e característicos do ambiente digital. O panorama das campanhas online se inicia
na década de 90, sobretudo nos Estados Unidos, e se desenvolve de forma crescente até o
momento atual. O início desse processo foi fortemente marcado pela importância e
centralidade dos sites de campanha. Em um contexto prévio à web 2.0, eram os sites os
responsáveis tanto pela disponibilização de informações, inclusive conteúdo multimedia - o
que seria uma novidade em relação às campanhas offline -, quanto por toda tentativa de
interatividade com os eleitores. No entanto esse contexto acaba por gerar questionamentos
que vão além dos websites em si.

                       “Se num primeiro momento as campanhas na web empreendidas por candidatos e
                       partidos chamavam a atenção sobre os potenciais efeitos dos web sites nas intenções
                       de voto do eleitorado e nos possíveis diferenciais em comparação aos modos
                       tradicionais de campanha, no início do século XXI as questões se expandem sobre
                       possíveis mudanças na configuração dos padrões de disputa eleitoral, do provimento
                       de informações sem a interferências dos filtros noticiosos e nos diferentes padrões de
                       estilo e sofisticação de campanhas a depender do tipo de cargo em disputa.” (AGGIO,
                       2009, p.3)
  A amplitude dos questionamentos sobre as características, inovações e impactos das
campanhas online ganha ainda nova força com o desenvolvimento da web 2.0 e, sobretudo,
com o crescimento do uso de sites de redes sociais. Esses novos ambientes contribuem para
aumentar ainda mais o fluxo de informação política disponível na rede, além de diversificar os
atores de fala. Desse modo, se torna cada vez mais difícil ter um real controle do que é dito
sobre uma personalidade política. Vale ressaltar ainda que a circulação de informações e
opiniões sobre um político na rede independe da sua presença pessoal naquele ambiente. Ou
seja, é praticamente impossível impedir a circulação de informações sobre alguém.

  Desse modo, em um contexto em que os fluxos de comunicação são cada vez mais intensos
e dispersos, a prática do monitoramento pode ser de grande utilidade. Se, em um primeiro
momento, essa prática permite a identificação de fluxos de comunicação política,
                                                                                                            6


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posteriormente essa informação pode servir como subsídio para estratégias de interferência
nesse fluxo.

   A novidade aqui não é o monitoramento em si, já que práticas como a das pesquisas de
opinião são, de certa forma, monitoramentos também. Referimo-nos aqui ao monitoramento
de informações online, ambiente que permite um maior acúmulo de dados e facilidade de
acesso   e     classificação    das   informações    encontradas.     Essa    realidade   possibilita
monitoramentos mais específicos e detalhados que coletam não apenas tendências de opinião,
mas as falas políticas em si.

   É importante, no entanto, compreender e analisar como o monitoramento pode ser útil para
diversos setores sociais. Analisaremos aqui o impacto que essa prática tem para os cidadãos
comuns, os jornalistas e os profissionais envolvidos em campanhas políticas. Abordaremos
essas possibilidades a partir do contexto brasileiro onde: a) o monitoramento político já é
realizado por empresas de comunicação; b) esses monitoramentos por vezes se tornam
públicos a partir da publicação online; c) as campanhas políticas têm efetivamente utilizado o
monitoramento (sobretudo nestas eleições de 2010); d) algumas das ferramentas estão
disponíveis ao cidadão comum.

   Comecemos então por discutir os possíveis usos do monitoramento político pelos cidadãos.
Primeiro é preciso ressaltar que, na grande maioria das vezes, o acesso dos cidadãos ao
monitoramento está condicionado à opção de publicação online por parte de quem o realizou.
Porém, essa prática não tem sido incomum, então consideraremos aqui cidadãos que têm ou
tiveram acesso a algum monitoramento político.

   Normalmente, a obtenção de informações políticas acontece a partir do nosso círculo de
relações. Recebemos e emitimos informações políticas em redes sociais que participamos, em
lugares que frequentamos, em medias que assistimos. Essas informações, recebidas por nós,
refletem apenas uma pequena parcela da sociedade. Parcela essa que provavelmente tem
muito mais importância para nós do que o resto da sociedade, com a qual pouco temos
contato. No entanto, se, por um lado, as opiniões e informações provenientes de pessoas do
nosso círculo social têm muita importância para nós, por outro ter conhecimento de
tendências mais gerais da sociedade, inclusive para compará-las com as tendências presentes
em nossos círculos próximos pode ser de suma importância para a consciência política e a
definição do voto.

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Dessa forma, o monitoramento político poderia se configurar como uma importante
ferramenta para levar aos cidadãos informações sobre tendências mais gerais da sociedade em
relação ao ambiente político, ampliando sua visão desse campo. Uma questão a ser
considerada, no entanto, é a forma de divulgação do monitoramento. Muitas vezes os termos
utilizados não são de fácil acesso, impedindo que o cidadão realmente compreenda as
informações ali apresentadas.

   Aos jornalistas, o monitoramento político pode ser bastante útil no sentido de oferecer
dados precisos para serem usados em matérias. Um monitoramento bem feito é capaz de gerar
informações precisas que podem subsidiar a escritura de textos. Além disso, é possível ainda,
através do monitoramento, conhecer os assuntos políticos mais pautados pelo público e
analisar a relação deles com as pautas dos jornais. O monitoramento possibilita ainda uma
análise de recepção de uma determinada matéria pelo público.

   O campo das campanhas políticas talvez seja aquele em que pode se analisar mais
diretamente a importância do monitoramento. Aqui, torna-se possível conhecer desejos dos
eleitores, as críticas feitas por eles e testar a receptividade a posturas e ideias. Além disso, é
também possível monitorar adversários políticos passando a conhecer melhor seus pontos de
vantagem e desvantagem com o eleitorado.

   Duas questões interessantes se colocam aqui. A primeira se refere ao que fazer a partir da
identificação de tendências de opinião, ou seja, se detectamos que a maior parte dos eleitores
monitorados aprova uma conduta X, mas nosso candidato tem uma conduta Y devemos
simplesmente nos adequar ao anseio majoritário ou tentar reverter esse quadro fazendo o
anseio dos eleitores coincidir com a conduta do candidato? Essa decisão incide em uma
questão sempre central em campanhas eleitorais que é a conquista do voto. Qual a melhor
estratégia para ganhar votos a partir de tendências detectadas a partir do monitoramento? Até
onde vale a pena trabalhar na modificação de tendências de opinião visando a conquista do
voto?



   Casos

   A partir das possibilidades levantadas acima, tomaremos como exemplo alguns casos de
monitoramento ocorridos nas eleições deste ano, buscando compreender que tipo de
informação eles trazem e o que agregam a cada um dos públicos acima relacionados.
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Diversas agências especializadas em monitoramento divulgaram alguns relatórios de forma
pública durante o ano de 2010. Entre elas, podemos citar as agências Mapa Digital, E.life e
PaperCliQ – respectivamente dos estados de Minas Gerais, São Paulo e Bahia. Os relatórios
de monitoramento6, disponíveis para download e visualização na web, possuem diversas
similaridades. Analisam e mensuram presença online de partidos, candidatos e políticos
envolvidos na eleição, no que tange a criação e manutenção de perfis nos sites de redes
sociais. Exibem os volumes de produção de conteúdo dos políticos e o volume de citações –
classificados em valência -, a cada um dos termos pesquisados. O conteúdo também é
classificado de acordo com tipo de emissor e categorias de assuntos. Além disso, cabe pontuar
que praticamente todos estes relatórios apresentam conteúdo selecionado, que representaria as
categorias ou assuntos abordados.
    Em relação a estes relatórios, várias observações devem ser realizadas. Em primeiro lugar,
nenhuma das empresas deixou claro se atendem ou oferecem serviços a algum dos candidatos
ou políticos analisados nos relatórios. Em segundo lugar, parte destes relatórios – ou a
divulgação deles – traz argumentos defendendo que aqueles dados poderiam representar a
opinião pública geral ou ainda intenções de voto. Essa prática pode complexificar o contexto
da percepção pública sobre as intenções de voto, historicamente baseadas em pesquisas por
institutos regulamentados pela legislação eleitoral.
    A apropriação de relatórios de monitoramento exclusivos pelo jornalismo político também
merece destaque. Em um dos relatórios produzidos pelo iGroup para o veículo Meio e
Mensagem7, por exemplo, dizia que o share positivo de Marina Silva quase se igualava ao dos
candidatos Dilma Rousseff e José Serra somados. Porém, nem a metodologia de atribuição da
valência nem como se chegou àqueles índices estavam explicados na matéria. Um pouco
depois, em resposta a um comentário de um leitor, a Redação do veículo publicou uma nota
contendo a explicação do índice. Ainda assim, ficou clara a controvérsia sobre as
metodologias empregadas. Outros veículos publicaram matérias a partir de relatórios
oferecidos por agências digitais e analistas profissionais.
    Outro exemplo que vale citação é o Observatório da Web8, desenvolvido por um grupo de
pesquisa da UFMG. A ferramenta se propõe a monitorar a presença online dos candidatos à


6
   Podem ser acessados sobretudo através do site de compartilhamento SlideShare, em
www.slideshare.net/mapadigital, www.slideshare.net/Elife2009, www.slideshare.net/papercliq. A fim de
esclarecimento prévio, os autores deste trabalho são responsáveis por um dos relatórios desta última empresa.
7
  http://www.mmonline.com.br/noticias.mm?url=Marina_Silva_ganha_destaque_na_internet
8
   http://observatorio.inweb.org.br/
                                                                                                                9


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presidência a partir das citações aos seus nomes. O site fornece gráficos individuais e
comparativos, para parâmetros temporais variáveis, de visibilidade e de citações nas mídias.
Visibilidade é considerada por eles como “o volume de aparições e a diversidade de aparições
de uma entidade”. Já o gráfico de citações, que pode ser consultado por político ou por mídia,
permite comparar tanto a presença de uma personalidade em diversas mídias quanto a
presença de diversas personalidades na mesma mídia.
      Essa ferramenta pode ser de grande utilidade para profissionais de campanha e jornalistas,
que podem extrair dela importantes dados tanto para matérias quanto para a definição de
estratégias de campanhas. Vale ressaltar que a ferramenta também fornece subsídios
interessantes a analistas políticos que podem, por exemplo, estudar o porquê da diferença da
presença de determinado candidato em diferentes mídias. O cidadão pode aqui ter acesso a
uma visão mais ampliada das opiniões que circulam socialmente, sobretudo através da
linkagem para os textos contabilizados pelo site. Ou seja, cada ponto do gráfico que mostra
uma determinada visibilidade lhe permite ver que textos deram origem àquele número. É, sem
dúvida, uma forma interessante de agrupar o material publicado sobre os candidatos e dar um
acesso fácil a ele.
      A percepção da importância do apoio popular a candidatos levou a que muitas equipes de
candidatos criassem os chamados perfis fakes, sobretudo no Twitter. São perfis que simulam
pessoas reais, com traços de características demográficas “ideais” (perfil socioeconômico,
idade etc) e, controlados pelos funcionários dos comitês ou agências, publicam mensagens de
apoio ou repúdio aos candidatos. Um documento9, publicado de forma anônima no final de
maio, traz dados obtidos através de serviços gratuitos (como TwitterCounter e Twitter
Analyzer) que mostrariam que alguns perfis que falavam bem sobre o político Anthony
Garotinho seriam fakes. O criador desse documento teria identificado que alguns perfis
repetiam os mesmos textos, seguiam os mesmos perfis (além de políticos aliados a Garotinho,
um sócio da agência que atende o político) e utilizam fotos retiradas de bancos de imagens.
      O documento é anônimo e os responsáveis podem ter sido cidadãos comuns ou, mesmo, os
concorrentes de Garotinho. A rigor, os fakes poderiam ter sido criados por concorrentes que já
planejavam a publicação de um documento assim. Mas o que esse documento tem de mais
interessante é a constatação de que a vigilância pode ser feita por praticamente qualquer
cidadão, através do uso de ferramentas gratuitas e disponíveis na web.


9
    http://www.slideshare.net/fakemedia/eleicoes-2010-social-media-fail
                                                                                              10


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Um último caso que gostaríamos de ressaltar como exemplos de usos de monitoramento
político não trata especificamente de uma ferramenta ou um estudo de monitoramento, mas de
uma possível consequência dele em tempo real. Quem acompanhou os debates entre os
presidenciáveis pelo Twitter percebeu a quantidade de críticas feitas às roupas de Marina
Silva. E, em dois debates, as roupas foram modificadas ainda durante o decorrer do evento.
Isso mostra como as assessorias políticas estão atentas ao que é dito no ambiente online e
como o que é dito ali – não individualmente, mas coletivamente – pode influenciar os rumos
de uma campanha. Nesse caso, apenas uma troca de figurino, mas seria o Twitter capaz de
modificar algo mais relevante politicamente?



Conclusões

  É difícil tirar conclusões consistentes de um processo tão novo. Tentamos, no entanto,
esquematizar aqui algumas perspectivas que se delineiam nesse novo contexto. Se por um
lado as possibilidades são muitas, por outro algumas ressalvas precisam ser feitas para termos
uma melhor dimensão desse processo.
  O primeiro ponto a ser ponderado aqui é a amplitude de monitoramentos online. É preciso
compreender que o acesso às tecnologias digitais ainda é restrita, principalmente em um país
como o Brasil. Além disso, dentre as pessoas que têm acesso a essa tecnologia, há uma
parcela ainda menor que utiliza sites de redes sociais. Portanto, em cada monitoramento, é
necessário ponderar os resultados encontrados com o público que utiliza o ambiente
monitorado. Supor que os dados obteníveis através de monitoramento de sites de redes sociais
podem representar a população brasileira é reforçar desigualdades de expressão, consumo e
opinião.
  Outra questão em relação ao monitoramento em si é que ele não é um dado puro de
realidade. Para se fazer um monitoramento é preciso escolher ambiente a se monitorar,
variáveis utilizadas, períodos de coleta de dados. Portanto, ao analisar os resultados
apresentados por um monitoramento é preciso levar em conta quem o produziu e com que
finalidade, qual a metodologia utilizada e quaisquer outras informações que possam ter
interferido ou direcionado a realização do trabalho.
  Em se tratando das equipes de campanhas políticas, um ponto importante a ser discutido é
o que fazer com as tendências apontadas anteriormente. A escolha por simplesmente se
adequar aos anseios demonstrados nessa coleta de dados pode trazer conseqüências nocivas
                                                                                            11


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politicamente diminuindo os anseios de mudança. Adaptar-se à realidade pode parecer mais
conveniente que modificá-la.
   Além disso, para se utilizar adequadamente o monitoramento é preciso saber interpretar os
dados apresentados por ele. Ou seja, o monitoramento em si não dá dados prontos de que
estratégias adotar o que torna o processo de interpretação, a partir do perfil de cada político e
do contexto social em que ele está inserido, uma parte essencial do processo.
   Gostaríamos ainda de apontar aqui que tais técnicas poderiam ser utilizadas por governos a
fim de publicar de forma transparente monitoramentos públicos disponíveis à população.
Além de ampliar o uso que os cidadãos poderiam fazer desse material, esse tipo de
monitoramento poderia prover dados sobre importantes questões sociais e inclusive servir de
embasamento para políticas públicas. Evidentemente, questões éticas relacionadas à
privacidade e uso das informações para fins pessoais deve ser posto em pauta, assim como
devem ser analisadas de forma mais atenta as apropriações privadas da informação web
produzida socialmente.



Referências bibliográficas


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Monitoramento Online e Vigilância nas Eleições 2010

  • 1. Monitoramento Online e Vigilância nas Eleições 20101 Tarcízio Silva2 Nina Santos3 Universidade Federal da Bahia Resumo O presente artigo apresenta o debate sobre monitoramento e vigilância de conteúdo publicado por usuários de sites de redes sociais e pretende chamar a atenção para o monitoramento profissional com fins políticos, através da apresentação de alguns casos ocorridos durante os meses anteriores às eleições brasileiras de 2010. Procuramos abordar as possibilidades e limitações que esse processo traz para o ambiente político, sobretudo no que diz respeito aos cidadãos, aos jornalistas e aos membros de campanhas políticas. Palavras-chave: monitoramento; vigilância; eleições; política; sites de redes sociais Vigilância e Monitoramento na Web: questões iniciais A crescente digitalização e armazenamento dos traços, interações e conteúdo criados no cotidiano de usuários de serviços web têm sido observados por pesquisadores da comunicação. As tecnologias digitais da informação e da comunicação armazenam as informações, hoje, por padrão. Alguns pesquisadores, inclusive, alertam para os possíveis perigos de se delegar a memória a dispositivos digitais (MAYER-SCHONBERGER, 2010). Com o constante crescimento do acesso à internet e à web, as pessoas utilizam estas tecnologias de diversas formas, principalmente como meio de comunicação e expressão pessoal. Soma-se a isso o fato de que o acesso deixa de ser realizado exclusivamente através 1 Artigo científico apresentado ao eixo temático “Biopolítica, Vigilância e Ciberativismo”, do IV Simpósio Nacional da ABCiber. 2 Aluno de mestrado da linha de Cibercultura do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas da UFBA. Participante do Grupo de Pesquisa em Interações, Tecnologias Digitais e Sociedade. Bolsista CNPQ. Email: tarushijio@gmail.com 3 Graduada em Jornalismo e participante do Grupo de Pesquisa em Comunicação, Internet e Democracia, UFBA. Email: ninocasan@gmail.com 1 IV Simpósio Nacional ABCiber - Dias 01, 02 e 03 de Novembro de 2010 - ECO/UFRJ
  • 2. de computadores desktop e passa também a ser realizado através de dispositivos portáteis como notebooks e netbooks, além de dispositivos móveis como smartphones e tablets. Estes fatores relacionados ao acesso conjugam-se com tendências de comportamento que tangem a publicação constante de informações sobre si como modo de expressão e comunicação. Entre os sites mais visitados em todo o mundo4 encontram-se os chamados sites de redes sociais. Retomando uma definição muito utilizada destes sites, podemos dizer que são “serviços de web que permitem aos usuários (1) construir um perfil público ou semipúblico dentro de um sistema conectado, (2) articular uma lista de outros usuários com os quais eles compartilham uma conexão e (3) ver e mover-se pela sua lista de conexões e pela dos outros usuários” (BOYD & ELLISON, 2007, p.2). São sites característicos deste tipo: Orkut, Facebook, Twitter, YouTube e muitos outros. É possível perceber que as similaridades entre estes sites, como o caráter público dos perfis e da lista das conexões dos usuários, são características que trazem novos problemas e possibilidades relativos ao monitoramento e vigilância das ações realizadas pelos cidadãos. Conceitos como liberação do pólo emissor (LEMOS, 2003), prosumidor (TAPSCOTT, 1996) e mídia social tem em comum a atenção que dão à descentralização do poder de publicação, armazenamento e disseminação de informações, oferecida pela web e softwares sociais. Esta nova configuração da divisão de poder nos fluxos de comunicação permite a emergência de comunidades online, mobilizações digitais e outros agrupamentos civis de troca e construção da informação. Porém, como observam alguns pesquisadores que focam seus trabalhos na crítica a estes sistemas, a maioria quase absoluta destes serviços web - que permitem a comunicação descentralizada e agregações sociais com menos constrições de espaço e tempo - são possuídos por empresas privadas, criados e mantidos para a realização de objetivos comerciais. Vários trabalhos, geralmente em torno de problemas de privacidade e segurança da informação, chamaram a atenção para possíveis usos antiéticos da informação publicada pelos usuários e armazenada nestes sistemas. A quase totalidade dos sites e serviços web armazena as informações publicadas, de uma maneira ou de outra. Se as pessoas, como apontado acima, passam a utilizar estes sistemas para publicar constantemente informações 4 Conferir, por exemplo, a lista de sites mais visitados no Brasil segundo o Alexa: http://www.alexa.com/topsites/countries/BR 2 IV Simpósio Nacional ABCiber - Dias 01, 02 e 03 de Novembro de 2010 - ECO/UFRJ
  • 3. sobre si, pode-se dizer que as tecnologias digitais de informação e comunicação registram o cotidiano de seus usuários. Uma preocupação relevante se referiu à chamada publicidade contextual e aos sistemas de recomendações. Serviços como emails (Gmail, Yahoo) e lojas online (como a Amazon), desenvolveram sistemas computacionais que varrem as páginas web de seus serviços para coletar palavras chaves ou tags que poderiam ser correlacionadas a um determinado produto. De forma automática, anúncios textuais ou descrições de produtos são exibidas de acordo com um possível interesse daquele usuário, em tempo real. Os anúncios contextuais do Gmail e Facebook, por exemplo, foram analisados por trabalhos de Fernanda Bruno (BRUNO, 2006, 2008) como possíveis ameaças à autonomia e os sistemas de recomendações da Amazon foram observados como um tipo de persuasão tecnológica por B. J. Fogg (FOGG, 2002). Entre as várias facetas observadas, percebe-se que, de um lado, estes sistemas automatizados seriam frios e fomentariam a reprodução de padrões, por outro os sistemas de recomendações, quando agregadores de base de dados socialmente construídos, poderiam apoiar usuários a navegar por informações associadas a seus gostos. Em seguida, com o crescimento do uso de sites de redes sociais propriamente ditos como Facebook e MySpace, órgãos regulatórios, ONGs e pesquisadores de todo o mundo passaram a se perguntar como ocorre o uso das informações postadas pelos usuários destes sistemas. Se a utilização dos dados de forma anônima para oferecer anúncios contextuais aos usuários já era criticada, notícias de falhas de segurança, perda de dados e, pior, venda consciente das informações por essas empresas acenderam ainda mais o debate. Viktor Mayer-Schönberger enumera três características da memória digital no que tange às relações de poder e influências nas interações sociais. A primeira se refere à acessibilidade. Quando alguém publica um comentário ou recado em um site, por exemplo, tem um objetivo específico de comunicação ou expressão e, via de regra, não reflete sobre as apropriações que outras pessoas podem fazer do conteúdo. A segunda característica é a durabilidade, pois os dados e informações publicadas – intencionalmente ou não -, ficam armazenados e muitas vezes públicos. Por fim, a abrangência é a terceira características e envolve o acesso a diferentes tipos e bases de dados associados a uma única pessoa (MAYER-SCHONBERNER, 2010). Diversos estudos já se debruçaram em discutir a relação dos sites de redes sociais com as informações postadas ali. Alguns temas recorrentes são: cumprimento e mudança em 3 IV Simpósio Nacional ABCiber - Dias 01, 02 e 03 de Novembro de 2010 - ECO/UFRJ
  • 4. regulamentos de segurança de informações (PAPADOULOS & KAPONI, 2010), a participação de desenvolvedores externos (FELT & EVANS) e, sobretudo, a predisposição dos usuários e publicar informações sensíveis e os fatores que influenciam ou atuam como indicadores (DEBATIN el al 2009; YOUNG & QUAN-HAASE, 2009; TUFEKCI, 2008). Finalmente, nos últimos anos, surgiram empresas de análise de mercado e opinião pública, desenvolvedoras de software e novos cargos profissionais em torno de uma prática com nomes como "buzz monitoring", "monitoramento de mídias sociais", "monitoramento de marcas e conversações" entre outros. Apesar da inconstância de terminologias e de escopo, como veremos mais abaixo, estes serviços têm em comum algumas características. Uma descrição compreensiva de monitoramento poderia ser: "coleta, armazenamento, classificação, categorização, adição de informações e análise de menções online públicas a determinado(s) termo(s) previamente definido(s) e seus emissores, com os objetivos de: (a) identificar e analisar reações, sentimentos e desejos relativos a produtos, entidades e campanhas; (b) conhecer melhor os públicos pertinentes; e (c) realizar ações reativas e pró-ativas para alcançar os objetivos da organização ou pessoa de forma ética e sustentável.” (SILVA, 2010, p. 43). Sendo este tipo de monitoramento uma prática em ascensão, cabe observá-la de mais perto, identificando suas conseqüências para diversos grupos sociais. Vigilância e Monitoramento Profissional O surgimento de vigilância e monitoramento profissional é, tecnologicamente, possibilitado por dois tipos de acesso às informações postadas nos sites. O primeiro é a indexação, como citado, do conteúdo em formatos que podem ser acessados por mecanismos de busca e/ou por RSS feeds. A partir destes formatos, desenvolvedores produzem mecanismos de coleta sistematizada do conteúdo, especialmente os conteúdos (recados, posts, tweets, comentários etc) que contenham determinada palavra, como o nome de uma empresa, produto, político ou partido. O segundo recurso tecnológico crucial para o desenvolvimento da vigilância e monitoramento profissional é a relativa abertura destes sites através das chamadas APIs – Application Programming Interfaces. Através destes códigos padronizados, desenvolvedores externos (que não o próprio Facebook, por exemplo), podem desenvolver programas que 4 IV Simpósio Nacional ABCiber - Dias 01, 02 e 03 de Novembro de 2010 - ECO/UFRJ
  • 5. acessam e interagem com os dados nestes sites. Dessa forma, os softwares de monitoramento puderam ser desenvolvidos de uma forma mais elaborada. Citar tais softwares é o primeiro passo para entender estas novas apropriações da informação web. Radian6, SM2, Scup ou Seekr são exemplares destes softwares que possuem alguns recursos em comum. A rigor, a coleta do conteúdo que eles permitem poderia ser feita manualmente. O primeiro diferencial é que esta coleta incorpora cada conteúdo em uma interface usável, que permite adicionar informações como valência (positiva/negativa), além de categorizar este conteúdo em diversas classificações, customizáveis pelos analistas. Além disso, a maioria permite a produção de gráficos consolidados a partir da coleta e adição de informação. Por exemplo, gráficos de linhas comparando dia a dia as menções positivas, neutras e negativas a diferentes palavras. Vale ressaltar que a maioria dos softwares de monitoramento funciona de forma paga. Ainda é preciso chamar a atenção para o recurso de identificação dos emissores das mensagens coletadas. A quase totalidade dos softwares de monitoramento disponíveis permite que os emissores mais comuns ou mais inclinados a falar positiva ou negativamente do termo monitorado sejam identificados. Além das empresas desenvolvedoras de softwares de monitoramento, ganham projeção também empresas, geralmente agências de comunicação digital, agências de propaganda ou ainda novas empresas especializadas, em classificar, categorizar e produzir relatórios a partir do conteúdo monitorado. É importante, então, expandir a discussão sobre a disponibilidade das informações pessoais não mais apenas aos detentores dos sites de redes sociais, mas também a empresas e profissionais terceiros. Uma leitura das descrições de empresas voltadas a monitoramento5 e seus serviços permite observar que são constantes os seguintes objetivos: descobrir o que as pessoas dizem; identificar “influenciadores”; avaliar riscos; comparar com concorrentes; identificar oportunidades; entender públicos específicos. Apesar de os processos de monitoramento poderem ser aplicados em várias áreas, interessa-nos aqui refletir sobre o uso político que se faz dele. Essa escolha pode ser atribuída tanto ao contexto do desenvolvimento de campanhas políticas este ano no Brasil, quanto à importância social que acreditamos que o monitoramento aplicado a essa área pode ter. 5 Rykte, Dialeto, PostX, Direct Labs, SmartIs entre outras. 5 IV Simpósio Nacional ABCiber - Dias 01, 02 e 03 de Novembro de 2010 - ECO/UFRJ
  • 6. Usos Políticos do Monitoramento Analisaremos agora como a prática do monitoramento, que já se tornou uma realidade em nossa sociedade, pode afetar a relação entre diversos públicos e as campanhas eleitorais. Partiremos inicialmente da compreensão de como se configuram as campanhas eleitorais online para depois discutir que papel o monitoramento pode ter nelas. As campanhas online se caracterizam tanto pela disponibilização online de práticas e materiais já anteriormente usados campanhas offline, como pela inserção de novos elementos, específicos e característicos do ambiente digital. O panorama das campanhas online se inicia na década de 90, sobretudo nos Estados Unidos, e se desenvolve de forma crescente até o momento atual. O início desse processo foi fortemente marcado pela importância e centralidade dos sites de campanha. Em um contexto prévio à web 2.0, eram os sites os responsáveis tanto pela disponibilização de informações, inclusive conteúdo multimedia - o que seria uma novidade em relação às campanhas offline -, quanto por toda tentativa de interatividade com os eleitores. No entanto esse contexto acaba por gerar questionamentos que vão além dos websites em si. “Se num primeiro momento as campanhas na web empreendidas por candidatos e partidos chamavam a atenção sobre os potenciais efeitos dos web sites nas intenções de voto do eleitorado e nos possíveis diferenciais em comparação aos modos tradicionais de campanha, no início do século XXI as questões se expandem sobre possíveis mudanças na configuração dos padrões de disputa eleitoral, do provimento de informações sem a interferências dos filtros noticiosos e nos diferentes padrões de estilo e sofisticação de campanhas a depender do tipo de cargo em disputa.” (AGGIO, 2009, p.3) A amplitude dos questionamentos sobre as características, inovações e impactos das campanhas online ganha ainda nova força com o desenvolvimento da web 2.0 e, sobretudo, com o crescimento do uso de sites de redes sociais. Esses novos ambientes contribuem para aumentar ainda mais o fluxo de informação política disponível na rede, além de diversificar os atores de fala. Desse modo, se torna cada vez mais difícil ter um real controle do que é dito sobre uma personalidade política. Vale ressaltar ainda que a circulação de informações e opiniões sobre um político na rede independe da sua presença pessoal naquele ambiente. Ou seja, é praticamente impossível impedir a circulação de informações sobre alguém. Desse modo, em um contexto em que os fluxos de comunicação são cada vez mais intensos e dispersos, a prática do monitoramento pode ser de grande utilidade. Se, em um primeiro momento, essa prática permite a identificação de fluxos de comunicação política, 6 IV Simpósio Nacional ABCiber - Dias 01, 02 e 03 de Novembro de 2010 - ECO/UFRJ
  • 7. posteriormente essa informação pode servir como subsídio para estratégias de interferência nesse fluxo. A novidade aqui não é o monitoramento em si, já que práticas como a das pesquisas de opinião são, de certa forma, monitoramentos também. Referimo-nos aqui ao monitoramento de informações online, ambiente que permite um maior acúmulo de dados e facilidade de acesso e classificação das informações encontradas. Essa realidade possibilita monitoramentos mais específicos e detalhados que coletam não apenas tendências de opinião, mas as falas políticas em si. É importante, no entanto, compreender e analisar como o monitoramento pode ser útil para diversos setores sociais. Analisaremos aqui o impacto que essa prática tem para os cidadãos comuns, os jornalistas e os profissionais envolvidos em campanhas políticas. Abordaremos essas possibilidades a partir do contexto brasileiro onde: a) o monitoramento político já é realizado por empresas de comunicação; b) esses monitoramentos por vezes se tornam públicos a partir da publicação online; c) as campanhas políticas têm efetivamente utilizado o monitoramento (sobretudo nestas eleições de 2010); d) algumas das ferramentas estão disponíveis ao cidadão comum. Comecemos então por discutir os possíveis usos do monitoramento político pelos cidadãos. Primeiro é preciso ressaltar que, na grande maioria das vezes, o acesso dos cidadãos ao monitoramento está condicionado à opção de publicação online por parte de quem o realizou. Porém, essa prática não tem sido incomum, então consideraremos aqui cidadãos que têm ou tiveram acesso a algum monitoramento político. Normalmente, a obtenção de informações políticas acontece a partir do nosso círculo de relações. Recebemos e emitimos informações políticas em redes sociais que participamos, em lugares que frequentamos, em medias que assistimos. Essas informações, recebidas por nós, refletem apenas uma pequena parcela da sociedade. Parcela essa que provavelmente tem muito mais importância para nós do que o resto da sociedade, com a qual pouco temos contato. No entanto, se, por um lado, as opiniões e informações provenientes de pessoas do nosso círculo social têm muita importância para nós, por outro ter conhecimento de tendências mais gerais da sociedade, inclusive para compará-las com as tendências presentes em nossos círculos próximos pode ser de suma importância para a consciência política e a definição do voto. 7 IV Simpósio Nacional ABCiber - Dias 01, 02 e 03 de Novembro de 2010 - ECO/UFRJ
  • 8. Dessa forma, o monitoramento político poderia se configurar como uma importante ferramenta para levar aos cidadãos informações sobre tendências mais gerais da sociedade em relação ao ambiente político, ampliando sua visão desse campo. Uma questão a ser considerada, no entanto, é a forma de divulgação do monitoramento. Muitas vezes os termos utilizados não são de fácil acesso, impedindo que o cidadão realmente compreenda as informações ali apresentadas. Aos jornalistas, o monitoramento político pode ser bastante útil no sentido de oferecer dados precisos para serem usados em matérias. Um monitoramento bem feito é capaz de gerar informações precisas que podem subsidiar a escritura de textos. Além disso, é possível ainda, através do monitoramento, conhecer os assuntos políticos mais pautados pelo público e analisar a relação deles com as pautas dos jornais. O monitoramento possibilita ainda uma análise de recepção de uma determinada matéria pelo público. O campo das campanhas políticas talvez seja aquele em que pode se analisar mais diretamente a importância do monitoramento. Aqui, torna-se possível conhecer desejos dos eleitores, as críticas feitas por eles e testar a receptividade a posturas e ideias. Além disso, é também possível monitorar adversários políticos passando a conhecer melhor seus pontos de vantagem e desvantagem com o eleitorado. Duas questões interessantes se colocam aqui. A primeira se refere ao que fazer a partir da identificação de tendências de opinião, ou seja, se detectamos que a maior parte dos eleitores monitorados aprova uma conduta X, mas nosso candidato tem uma conduta Y devemos simplesmente nos adequar ao anseio majoritário ou tentar reverter esse quadro fazendo o anseio dos eleitores coincidir com a conduta do candidato? Essa decisão incide em uma questão sempre central em campanhas eleitorais que é a conquista do voto. Qual a melhor estratégia para ganhar votos a partir de tendências detectadas a partir do monitoramento? Até onde vale a pena trabalhar na modificação de tendências de opinião visando a conquista do voto? Casos A partir das possibilidades levantadas acima, tomaremos como exemplo alguns casos de monitoramento ocorridos nas eleições deste ano, buscando compreender que tipo de informação eles trazem e o que agregam a cada um dos públicos acima relacionados. 8 IV Simpósio Nacional ABCiber - Dias 01, 02 e 03 de Novembro de 2010 - ECO/UFRJ
  • 9. Diversas agências especializadas em monitoramento divulgaram alguns relatórios de forma pública durante o ano de 2010. Entre elas, podemos citar as agências Mapa Digital, E.life e PaperCliQ – respectivamente dos estados de Minas Gerais, São Paulo e Bahia. Os relatórios de monitoramento6, disponíveis para download e visualização na web, possuem diversas similaridades. Analisam e mensuram presença online de partidos, candidatos e políticos envolvidos na eleição, no que tange a criação e manutenção de perfis nos sites de redes sociais. Exibem os volumes de produção de conteúdo dos políticos e o volume de citações – classificados em valência -, a cada um dos termos pesquisados. O conteúdo também é classificado de acordo com tipo de emissor e categorias de assuntos. Além disso, cabe pontuar que praticamente todos estes relatórios apresentam conteúdo selecionado, que representaria as categorias ou assuntos abordados. Em relação a estes relatórios, várias observações devem ser realizadas. Em primeiro lugar, nenhuma das empresas deixou claro se atendem ou oferecem serviços a algum dos candidatos ou políticos analisados nos relatórios. Em segundo lugar, parte destes relatórios – ou a divulgação deles – traz argumentos defendendo que aqueles dados poderiam representar a opinião pública geral ou ainda intenções de voto. Essa prática pode complexificar o contexto da percepção pública sobre as intenções de voto, historicamente baseadas em pesquisas por institutos regulamentados pela legislação eleitoral. A apropriação de relatórios de monitoramento exclusivos pelo jornalismo político também merece destaque. Em um dos relatórios produzidos pelo iGroup para o veículo Meio e Mensagem7, por exemplo, dizia que o share positivo de Marina Silva quase se igualava ao dos candidatos Dilma Rousseff e José Serra somados. Porém, nem a metodologia de atribuição da valência nem como se chegou àqueles índices estavam explicados na matéria. Um pouco depois, em resposta a um comentário de um leitor, a Redação do veículo publicou uma nota contendo a explicação do índice. Ainda assim, ficou clara a controvérsia sobre as metodologias empregadas. Outros veículos publicaram matérias a partir de relatórios oferecidos por agências digitais e analistas profissionais. Outro exemplo que vale citação é o Observatório da Web8, desenvolvido por um grupo de pesquisa da UFMG. A ferramenta se propõe a monitorar a presença online dos candidatos à 6 Podem ser acessados sobretudo através do site de compartilhamento SlideShare, em www.slideshare.net/mapadigital, www.slideshare.net/Elife2009, www.slideshare.net/papercliq. A fim de esclarecimento prévio, os autores deste trabalho são responsáveis por um dos relatórios desta última empresa. 7 http://www.mmonline.com.br/noticias.mm?url=Marina_Silva_ganha_destaque_na_internet 8 http://observatorio.inweb.org.br/ 9 IV Simpósio Nacional ABCiber - Dias 01, 02 e 03 de Novembro de 2010 - ECO/UFRJ
  • 10. presidência a partir das citações aos seus nomes. O site fornece gráficos individuais e comparativos, para parâmetros temporais variáveis, de visibilidade e de citações nas mídias. Visibilidade é considerada por eles como “o volume de aparições e a diversidade de aparições de uma entidade”. Já o gráfico de citações, que pode ser consultado por político ou por mídia, permite comparar tanto a presença de uma personalidade em diversas mídias quanto a presença de diversas personalidades na mesma mídia. Essa ferramenta pode ser de grande utilidade para profissionais de campanha e jornalistas, que podem extrair dela importantes dados tanto para matérias quanto para a definição de estratégias de campanhas. Vale ressaltar que a ferramenta também fornece subsídios interessantes a analistas políticos que podem, por exemplo, estudar o porquê da diferença da presença de determinado candidato em diferentes mídias. O cidadão pode aqui ter acesso a uma visão mais ampliada das opiniões que circulam socialmente, sobretudo através da linkagem para os textos contabilizados pelo site. Ou seja, cada ponto do gráfico que mostra uma determinada visibilidade lhe permite ver que textos deram origem àquele número. É, sem dúvida, uma forma interessante de agrupar o material publicado sobre os candidatos e dar um acesso fácil a ele. A percepção da importância do apoio popular a candidatos levou a que muitas equipes de candidatos criassem os chamados perfis fakes, sobretudo no Twitter. São perfis que simulam pessoas reais, com traços de características demográficas “ideais” (perfil socioeconômico, idade etc) e, controlados pelos funcionários dos comitês ou agências, publicam mensagens de apoio ou repúdio aos candidatos. Um documento9, publicado de forma anônima no final de maio, traz dados obtidos através de serviços gratuitos (como TwitterCounter e Twitter Analyzer) que mostrariam que alguns perfis que falavam bem sobre o político Anthony Garotinho seriam fakes. O criador desse documento teria identificado que alguns perfis repetiam os mesmos textos, seguiam os mesmos perfis (além de políticos aliados a Garotinho, um sócio da agência que atende o político) e utilizam fotos retiradas de bancos de imagens. O documento é anônimo e os responsáveis podem ter sido cidadãos comuns ou, mesmo, os concorrentes de Garotinho. A rigor, os fakes poderiam ter sido criados por concorrentes que já planejavam a publicação de um documento assim. Mas o que esse documento tem de mais interessante é a constatação de que a vigilância pode ser feita por praticamente qualquer cidadão, através do uso de ferramentas gratuitas e disponíveis na web. 9 http://www.slideshare.net/fakemedia/eleicoes-2010-social-media-fail 10 IV Simpósio Nacional ABCiber - Dias 01, 02 e 03 de Novembro de 2010 - ECO/UFRJ
  • 11. Um último caso que gostaríamos de ressaltar como exemplos de usos de monitoramento político não trata especificamente de uma ferramenta ou um estudo de monitoramento, mas de uma possível consequência dele em tempo real. Quem acompanhou os debates entre os presidenciáveis pelo Twitter percebeu a quantidade de críticas feitas às roupas de Marina Silva. E, em dois debates, as roupas foram modificadas ainda durante o decorrer do evento. Isso mostra como as assessorias políticas estão atentas ao que é dito no ambiente online e como o que é dito ali – não individualmente, mas coletivamente – pode influenciar os rumos de uma campanha. Nesse caso, apenas uma troca de figurino, mas seria o Twitter capaz de modificar algo mais relevante politicamente? Conclusões É difícil tirar conclusões consistentes de um processo tão novo. Tentamos, no entanto, esquematizar aqui algumas perspectivas que se delineiam nesse novo contexto. Se por um lado as possibilidades são muitas, por outro algumas ressalvas precisam ser feitas para termos uma melhor dimensão desse processo. O primeiro ponto a ser ponderado aqui é a amplitude de monitoramentos online. É preciso compreender que o acesso às tecnologias digitais ainda é restrita, principalmente em um país como o Brasil. Além disso, dentre as pessoas que têm acesso a essa tecnologia, há uma parcela ainda menor que utiliza sites de redes sociais. Portanto, em cada monitoramento, é necessário ponderar os resultados encontrados com o público que utiliza o ambiente monitorado. Supor que os dados obteníveis através de monitoramento de sites de redes sociais podem representar a população brasileira é reforçar desigualdades de expressão, consumo e opinião. Outra questão em relação ao monitoramento em si é que ele não é um dado puro de realidade. Para se fazer um monitoramento é preciso escolher ambiente a se monitorar, variáveis utilizadas, períodos de coleta de dados. Portanto, ao analisar os resultados apresentados por um monitoramento é preciso levar em conta quem o produziu e com que finalidade, qual a metodologia utilizada e quaisquer outras informações que possam ter interferido ou direcionado a realização do trabalho. Em se tratando das equipes de campanhas políticas, um ponto importante a ser discutido é o que fazer com as tendências apontadas anteriormente. A escolha por simplesmente se adequar aos anseios demonstrados nessa coleta de dados pode trazer conseqüências nocivas 11 IV Simpósio Nacional ABCiber - Dias 01, 02 e 03 de Novembro de 2010 - ECO/UFRJ
  • 12. politicamente diminuindo os anseios de mudança. Adaptar-se à realidade pode parecer mais conveniente que modificá-la. Além disso, para se utilizar adequadamente o monitoramento é preciso saber interpretar os dados apresentados por ele. Ou seja, o monitoramento em si não dá dados prontos de que estratégias adotar o que torna o processo de interpretação, a partir do perfil de cada político e do contexto social em que ele está inserido, uma parte essencial do processo. Gostaríamos ainda de apontar aqui que tais técnicas poderiam ser utilizadas por governos a fim de publicar de forma transparente monitoramentos públicos disponíveis à população. Além de ampliar o uso que os cidadãos poderiam fazer desse material, esse tipo de monitoramento poderia prover dados sobre importantes questões sociais e inclusive servir de embasamento para políticas públicas. Evidentemente, questões éticas relacionadas à privacidade e uso das informações para fins pessoais deve ser posto em pauta, assim como devem ser analisadas de forma mais atenta as apropriações privadas da informação web produzida socialmente. Referências bibliográficas BOYD, Danah; ELLISON, N. B. Social network sites: definition, history, and scholarship. Journal of Computer-Mediated Communication, 13 (1), article 11, 2007. Disponível em: http://jcmc.indiana.edu/vol13/issue1/boyd.ellison.html BRUNO, Fernanda. Monitoramento, classificação e controle nos dispositivos de vigilância digital. Famecos, Porto Alegre, n. 36, p. 10-16, 2008. BRUNO, Fernanda. Dispositivos de vigilância no ciberespaço: duplos digitais e identidades simuladas. In: ENCONTRO ANUAL DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO, 15, 2006, Bauru. Bauru : COMPÓS/UNESP, 2006. 1 CDROM. P. 1-14. DEBATIN, Bernhard; LOVEJOY, Jenette; HORN, Ann-Kathrin; HUGHES, Brittany. Facebook and Online Privacy: Attitudes, Behaviors, and Unintended Consequences. Journal of Computer-Mediated Communication 15: 83-108, 2009. 12 IV Simpósio Nacional ABCiber - Dias 01, 02 e 03 de Novembro de 2010 - ECO/UFRJ
  • 13. FELT, Adrienne; EVANS, David. Privacy Protection for Social Networking APIs. Web 2.0 Security and Privacy, 2008 FERNANDEZ, R. 2005. Campanhas eleitorais brasileiras na internet. Campinas. Dissertação (Mestrado em Ciência Política). Universidade Estadual de Campinas, 2005. FOGG, B.J. Persuasive Technology: Using Computers to Change What We Think and Do. San Francisco (EUA): Morgan Kaufmann Publishers, 2002. GOMES, Wilson; AGGIO, Camilo. Campanhas Online: O percurso de formação das questões, problemas e configurações a partir da literatura produzida entre 1992 e 2009. In: I Seminário Nacional Sociologia e Política UFPR 2009, 2009, Curitiba. I Seminário Nacional Sociologia & Política - UFPR, 2009. v. I. LEMOS, André. Cibercultura. Alguns pontos para entender nossa época. In: LEMOS, André; CUNHA, Paulo (orgs). Olhares sobre a Cibercultura. Porto Alegre: Sulina, 2003; pp. 11-23 MAYER-SCHONBERGER, Viktor. Delete: the virtue of forgetting in the digital age. Princeton, Princeton University Press: 2009. SCHWEITZER, Eva. Innovation or Normalization in E-campaigning. European Journal of Communication 23 (4): 449-470, 2008. Disponível em: http://ejc.sagepub.com/content/23/4/449.full.pdf+html SOULEY, Boubacar; WICKS, R. H. Tracking the 2004 presidential campaign Web sites: Similarities and differences. American Behavioral Scientist. 49, 4, 535--546. SILVA, Tarcízio. Monitoramento de Marcas e Conversações: alguns pontos para discussão. In: DOURADO, Danila; SILVA, Tarcízio; CERQUEIRA, Renata; AYRES, Marcel (orgs.). #MidiasSociais: Perspectivas, Tendências e Reflexões. E-book. Disponível em: http://www.issuu.com/papercliq/docs/ebookmidiassociais TAPSCOTT, Don. The Digital Economy: Promise and Peril in the Age of Networked Intelligence. New York: McGraw-Hill, 1996 13 IV Simpósio Nacional ABCiber - Dias 01, 02 e 03 de Novembro de 2010 - ECO/UFRJ
  • 14. WILLIAMS, C. B.; GULATI, G. J. The political impact of Facebook: Evidence from the 2006 midterm elections and 2008 nomination contest. Politics & Technology Review, 1, 11-21, 2008. YOUNG, Alyson; QUAN-HAASE, Anabel. Information Revelation and Internet Privacy Concerns on Social Network Sites: A Case Study of Facebook. In Proceedings of the Fourth international Conference on Communities and Technologies New York, NY, 2009. Disponível em http://doi.acm.org/10.1145/1556460.1556499 14 IV Simpósio Nacional ABCiber - Dias 01, 02 e 03 de Novembro de 2010 - ECO/UFRJ