Regularização de dívidas em atraso cai 5,74% em setembro
Sete em cada dez PME's oferecem desconto a quem paga a vista
1. Sete em cada dez pequenos empresários
oferecem descontos a quem paga à vista
Estudo do SPC Brasil e da CNDL mostra que o cartão de crédito já é o meio de
pagamento mais recebido por micro e pequenos empreendedores
Um estudo realizado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela
Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) mostra que a prática de
oferecer descontos a clientes que pagam à vista é bastante comum entre empresas
de pequeno porte, tanto nas capitais como no interior. Sete em cada dez (68,5%)
micro e pequenos empresários dos setores de comércio e de serviços ouvidos no
levantamento afirmaram que têm o costume de cobrar um valor mais baixo de quem
opta pelo pagamento em dinheiro. A estratégia é usada, principalmente, para driblar
as taxas de transação dos cartões de crédito e de débito, já que 38,8% dos
empresários oferecem o valor que pagariam à operadora como desconto ao cliente
no pagamento à vista.
“Para o consumidor, o jeito mais fácil e direto de conseguir um desconto é pagar à
vista. Para o lojista ou prestador de serviço, a estratégia também pode ser
vantajosa, já que a cada transação realizada ele precisa pagar uma comissão para as
operadoras de cartão, além de esperar 30 dias para receber o dinheiro da venda”,
explica o presidente da CNDL, Honório Pinheiro.
Cartão de crédito é o meio de pagamento mais usado
Embora o dinheiro vivo ainda seja a opção mais aceita pelos micro e pequenos
empresários (97,9%) nas vendas e contratações de serviços, o cartão de crédito
lidera (39%) como o meio de pagamento mais recebido nas vendas – principalmente
no setor de comércio. A modalidade ficou um pouco à frente do dinheiro vivo
(38,4%) e foi bem mais mencionada do que outros instrumentos, como boleto
bancário (7,4%), depósito em conta (4,4%), cheque pré-datado (4,1%), cartão de
débito (3,6%) e crediário (1,3%).
Os especialistas do SPC Brasil explicam que o surgimento de tecnologias mais
baratas e o fim da exclusividade entre credenciadoras e bandeiras estimularam a
concorrência no setor de cartões, proporcionando às empresas de menor porte,
incluindo profissionais autônomos e até mesmo trabalhadores informais, a
possibilidade de experimentarem as transações eletrônicas como forma de
pagamento.
“Um dos grandes benefícios para as empresas que trabalham com cartões é a
diminuição do risco da inadimplência, já que o pagamento é garantido pelos
2. bancos. Como a tendência é que cada vez mais brasileiros tenham acesso aos
cartões, aceitar esta modalidade de pagamento se transformou em investimento”,
diz o presidente da CNDL.
Custos com taxas é desvantagem
Os meios eletrônicos de pagamentos podem trazer benefícios e mais praticidade para
o dia a dia dos pequenos empreendedores. Dentre os empresários ouvidos pela
pesquisa, 57,9% citam a garantia de recebimento do valor da compra como a
principal vantagem ao se operar com cartões de crédito. Quando se leva em
consideração os cartões de débito, o percentual é de 46,3%.
A competitividade em relação aos concorrentes que não aceitam cartões (13,5%), a
possibilidade de atrair novos clientes com uma oferta maior de opções de pagamento
(10,5%) e a comodidade, por não ter que ir ao banco fazer depósitos (10,2%),
também são vistos como benefícios aos olhos dos empresários entrevistados.
Por outro lado, as taxas praticadas pelas operadoras de cartão se destacam como as
principais queixas dos empresários. Gastos com as transações e com o aluguel da
maquininha (65,7% para cartões de crédito e 61,2% para cartões de débito) são
lembrados como a desvantagem mais sentida pelos empresários. Há ainda os que
recordam dos transtornos quando o sistema da máquina de pagamento sai do ar
(8,8%).
“Oferecer o pagamento no cartão é vantajoso sob vários aspectos, mas é preciso
analisar o custo benefício das transações através de um planejamento. O comerciante
precisa se atentar ao fato de que ele paga um custo fixo para usar as máquinas e
arca também com um custo variável, que é um percentual sobre as vendas”, alerta o
gerente financeiro do SPC Brasil, Flávio Borges.
Maioria do pequeno empresário vende a prazo
O levantamento mostra também que sete em cada dez (76,4%) micro e pequenos
empresários oferecem aos seus clientes o parcelamento como opção de pagamento.
Apenas 16,8% dos empresários entrevistados não aceitam financiamento na hora de
fechar suas vendas, trabalhando apenas com o pagamento à vista.
Dentre o universo de empreendedores que oferecem a possibilidade do cliente
parcelar as compras, 36,4% garantem que mais da metade de todas as suas vendas
são feitas a prazo. O parcelamento em até três vezes é prática usual para mais de
um terço desses empresários (33,9%).
3. Metodologia
O objetivo do estudo do SPC Brasil e da CNDL foi conhecer os meios de pagamento
mais utilizados pelas micro e pequenas empresas (MPEs) e identificar as principais
vantagens, desvantagens e facilidades atribuídas às formas de pagamento existentes
no mercado. Para isso, as duas instituições entrevistaram 800 empreendimentos
com até 49 funcionários, nas 27 unidades da federação, incluindo capitais e
interior. A margem de erro é de 3,5 pontos percentuais com 95% de margem de
confiabilidade.
Acesse a pesquisa na íntegra e a metodologia clicando em “baixar arquivos” no link
https://www.spcbrasil.org.br/imprensa/pesquisas
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