Dívidas de até R$ 250 representam um terço da inadimplência no Brasil e aumentaram em novembro. As mulheres e adultos entre 25 e 49 anos são responsáveis pela maior parte das dívidas em atraso. A inflação pode estar prejudicando o pagamento de dívidas menores por pessoas de baixa renda.
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Indicadores de cortes de Novembro - 2013
1. Dívidas de até R$ 250 representam um terço
da inadimplência no país, revela SPC Brasil
Dados mostram ainda que mulheres e adultos entre 25 e 49 anos representam a
maior parte dos que tem dívidas em atraso
A inadimplência de dívidas com valores de até R$ 250 aumentou no mês de
novembro, segundo o indicador do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). No
mês anterior, os inadimplentes nessa faixa representaram 33,15% dos registros em
atraso contra 32,98% em outubro. É a primeira vez desde julho que o SPC
identifica um aumento da participação de dívidas com valores mais baixos em sua
base de registros.
Figura 2- Perfil dos registros na base do SPC Brasil, por faixa de valor
100%
90% 18,9%
3,74%
3,91%
4,46%
10,48%
18,8%
4,40%
10,68%
1,86%
16,7%
4,33%
10,56%
80%
70%
60%
16,13%
16,40%
16,32%
15,74%
15,96%
15,89%
Acima de R$ 17.500
Até R$ 17.500
Até R$ 7.500
Até R$ 2.500
50%
40% 81,2%
15,75%
81,2%
15,85%
83,3%
15,81%
Até R$ 500,00
30%
20%
10%
Até R$ 1.000
17,99%
18,03%
18,08%
Até R$ 250,00
15,54%
14,95%
15,07%
set/13
out/13
Novembro
Até R$ 100,00
0%
Fonte: base de dados do SPC. Um consumidor pode ter mais que um registros na base de dados do SPC Brasil
Na avaliação da economista do SPC Brasil, Luiza Rodrigues, o movimento ainda
pode ser considerado pontual, mas também pode indicar que os brasileiros estão
começando a ter dificuldades para pagar dívidas de menor valor em virtude da
inflação, que tem se mantida em patamares elevados ao longo deste ano.
Os dados mostram ainda que houve uma queda na participação de registros de
maior valor, em especial, por conta da desaceleração do mercado automotivo no
Brasil. A participação das dívidas entre R$ 1 mil e R$ 7,5 mil, caiu de 43,04% em
outubro para 42,77% em novembro, segundo o levantamento do SPC Brasil.
“Pode ser que a inflação esteja prejudicando as pessoas de renda mais baixa, que
geralmente têm dívidas de menor valor. Vale lembrar, que estamos falando de
dívidas com atraso há mais de 90 dias, o que mostra que as pessoas estão com
dificuldade para pagar”, explica a economista.
2. Gênero e faixa Etária
Assim como ocorreu nos meses anteriores, as mulheres continuam representando a
maior parte dos inadimplentes: 55,48%% dos casos de negativados em novembro,
ao passo que os homens representam 44,52%.
O levantamento também revela que a maior parte dos cadastros negativos
concentra-se em CPFs de consumidores entre 25 e 59 anos, representando 62,5%
dos casos.
Figura 1- Perfil dos inadimplentes na base do SPC, por faixa etária
100%
9,03%
6,93%
7,08%
15,75%
16,02%
16,15%
19,23%
19,60%
27,32%
27,98%
27,90%
14,62%
15,03%
14,96%
14,06%
14,43%
14,30%
set/13
out/13
nov/13
90%
80%
70%
Mais de 65 anos
50 a 64 anos
19,61%
40 a 49 anos
60%
50%
40%
30%
20%
10%
30 a 39 anos
25 a 29 anos
Menos de 24 anos
0%
Fonte: base de dados do SPC. Cada consumidor aparece uma única vez, mesmo que tenha dois ou mais títulos em atraso.
“Essa parcela de adultos já é mais da metade da população brasileiras. São pessoas
inseridas em um perfil comumente atribuído a chefes de família, que arcam
mensalmente com compromissos frequentes e pesados como aluguel, água, luz,
telefone e mensalidade escolar. Esse fato, aliado à falta de planejamento financeiro
ou a imprevistos, pode acarretar no atraso de parcelamentos”, explica a economista
Luiza Rodrigues.
3. Figura 2- comparação entre a participação das faixas etárias na população e entre os inadimplentes
Composição da população adulta
brasileira (projeção IBGE 2013)
50 ou
mais;
29,8%
18 a 24
anos ;
16,8%
25 a 49
anos;
53,3%
Participação das faixas etárias
entre os inadimplentes (nov/2013)
50 ou
mais;
23,2%
18 a 24
anos ;
14,3%
25 a 49
anos;
62,5%
Fontes: 1) IBGE. Para a faixa etária "18 a 24 anos", foi necessário cálculo do SPC, pois a base do IBGE divide as faixas etárias em "15 a 19 anos" e "20 a
24 anos". 2) Base de dados do SPC. Cada consumidor aparece uma única vez, mesmo que tenha dois ou mais títulos em atraso.
Metodologia
O indicador de inadimplência ampliado do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao
Crédito) detalha como se comporta o número de calotes no comércio brasileiro,
segundo os critérios de gênero, idade e valor das dívidas em atraso há mais de 90
dias. No mês de novembro, a inadimplência apresentou uma retração de -3,22%
na comparação com o mesmo mês de 2012 e um aumento de +0,75% na
comparação com outubro de 2013.
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