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O Planejamento
de Pesquisas Qualitativas
Alda Alves - Mazzoti e Fernando Gewandsznajder
                            Mestrado em Educação – Minter IFPI
                  Seminário da Disciplina: Pesquisa em Educação
                                            Profª. Drª. Mari Forster
                                   Mestrandas: Francisca Ocilma
                                                          Lauriane
                                              Maria do Livramento
                                                           Nelymar
                                                            Rayssa
                                            Sônia Matos Moutinho
Entre os argumentos que podemos destacar em defesa de um
mínimo de estruturação (Lincolcon e Guba, 1985):

1) O foco e o design devem emergir, por um processo de
   indução, do conhecimento do contexto e das múltiplas realidades
   construídas pelos participantes em suas influências recíprocas;

2) Dada a natureza idiográfica (não repetível) e holística (que exige a
   visão da totalidade) dos fenômenos sociais, nenhuma teoria
   selecionada a priori é capaz de dar conta dessa realidade em sua
   especificidade e globalidade;

3) A focalização prematura do problema e a adoção de um quadro
   teórico a priori turvam a visão do pesquisador, levando-o a
   desconsiderar aspectos importantes que não se encaixam na
   teoria e a fazer interpretações distorcidas dos fenômenos
   estudados;
Entre os argumentos a favor de um maior grau de
estruturação destacam-se (Marshall &Rossman, 1989, Milles
& Huberman, 1984):

1) Qualquer pesquisador, ao escolher um determinado “campo”
   (uma comunidade, uma instituição), já o faz com algum
   objetivo e algumas questões em mente; se é assim, não há
   porque não explicitá-los, mesmo que sujeitos a reajustes
   futuros;

2) Dificilmente um pesquisador inicia sua coleta de dados sem
   que alguma teoria esteja orientado seus passos, mesmo que
   implicitamente; nesse caso, é preferível torná-la pública;

3) a ausência de focalização e de critérios na coleta de dados
   frequentemente resulta em perda de tempo, excesso de dados
   e dificuldade de interpretação.
.
Assim, seja qual for o paradigma em que está se
operando, o projeto deve indicar:


a) O que se pretende investigar (o problema, o objetivo
   ou as questões do estudo);

b) Como se planejou conduzir a investigação de modo
   a atingir o objetivo e/ ou a responder as questões
   propostas ( os procedimentos metodológicos); e

c) porque o estudo é relevante (em termos de
   contribuições teóricas e/ ou práticas que o estudo
   pode oferecer).
1. Focalização do problema


 “Problema de pesquisa” é definido como uma indagação
  referente à relação entre duas ou mais variáveis.

 Essas variáveis podem ser diferentes aspectos da conduta de
  indivíduos, como, por exemplo, frustração e agressividade;
  dois eventos sociais, como, exclusão social e criminalidade; e
  assim por diante.

 A relação esperada (a hipótese) é deduzida de uma teoria e o
  pesquisador procura criar ou encontrar situações nas quais
  essa relação possa ser verificada.
1. Focalização do problema



 Muitos     estudos   qualitativos, porém, são
  exploratórios, não se preocupando em verificar
  teorias.

 Assim, nesse campo, o conceito de “problema de
  pesquisa” se torna bem mais amplo, podendo ser
  definido como uma questão relevante que nos intriga
  e sobre a qual as informações disponíveis são
  insuficientes.
1. Focalização do problema


Atende a vários objetivos:

a) estabelece as fronteiras de investigação;

b) orienta os critérios de inclusão-exclusão, ajudando
   o pesquisador a selecionar as informações
   relevantes;

c) ajuda a orientar decisões sobre atores e cenários
   (Lincolcon    e    Guba,     1985;    Milles    &
   Huberman, 1984):
1.1 Introdução


    Esta é a parte em que o pesquisador “constrói o
seu problema, isto é coloca a pesquisa proposta no
contexto da discussão acadêmica sobre o
tema, indicando qual a lacuna ou inconsistência no
conhecimento        anterior      que      buscará
esclarecer, demonstrando assim que o que está
planejando fazer é necessário e original.
1.1 Introdução

  Creswell (1994) aponta quatro componentes-chave na
  Introdução de um projeto de pesquisa:

1. apresentação do problema que levou ao estudo proposto;

2. inserção do problema no âmbito da literatura acadêmica;

3. discussão das deficiências encontradas na literatura que trata
   o problema; e

4. Identificação da audiência a que se destina prioritariamente e
   explicitação da significância do estudo para essa audiência.
1.1 Introdução


  Na apresentação do problema, recomenda:

a) iniciar com um parágrafo que expresse a questão focalizada
   inserindo-a numa problemática mais ampla, de modo a
   estimular o interesse de um grande número de leitores;

b) especificar o problema que levou ao estudo proposto;

c) Indicar porque o problema é importante;

d) Focalizar a formulação dom problema nos conceitos-chave
   que serão explorados; e

e) Considerar o uso dos dados numéricos que possam causar
   impactos.
1.1 Introdução


  No     que     se   refere   às   deficiências    na
  literatura, sugere:

a) apontar aspectos negligenciados pelos estudos
   anteriores, como, por exemplo, tópicos não
   explorados, tratamentos estatísticos inovadores ou
   implicações significativas não analisadas; e

b) Indicar um estudo proposto pretende superar essas
   deficiências, oferecendo uma contribuição original à
   literatura;
1.2. Objetivo e/ ou
     questões do estudo
 É o que define de forma mais direta que
 aspecto da problemática exposta, constitui
 o interesse central da pesquisa.
ex: A pesquisa realizada, teve por objetivo investigar, junto a
meninos e meninas de rua e a meninos e meninas
trabalhadores, as seguintes representações consideradas
relevantes       para os processos de socialização e
ressocialização:
família, rua, turma, criança, adulto, escola, trabalho, futuro e
auto-imagem.        Entre      os       quadros        teóricos
metodológicos, o das representações sociais nos parece o
mais adequado por ser aquele que permite abordar, de
forma articulada, aspectos de natureza psicológica e
1.2. Objetivo e/ ou
                                                       questões do estudo

 É freqüentemente desdobrado em questões que
 detalham e esclarecem o seu conteúdo;
                             A selecionar os dados;
  Essas questões ajudam:     A selecionar as fontes de
                             informação;
                             A organizar os resultados.
     ex:
             Por que algumas escolas conseguem índices de
     aprovação tão mais altos que a média das que trabalham com
     alunos de baixo nível sócio-econômico?

            O que os seus professores e administradores têm de
    especial? O que distingue a prática docente desses
    professores dos demais?
1.2. Objetivo e/ ou
                                                         questões do estudo

 Ou, opta-se por um objetivo geral e
 desdobra-o em objetivos específicos;
ex: Objetivo Geral
        O projeto Meio Ambiente na escola tem por objetivo levar ao
educando uma forma de aprendizagem holística fortalecendo valores e
atitudes afim de permitir o desenvolvimento global do ser
humano, proporcionando conceitos básicos de meio ambiente de forma
a oferecer aos alunos, ferramentas de aprendizagem adequadas e
motivadoras.
Objetivos específicos
 Proporcionar aos alunos ferramentas de educação ambiental que
    venham a contribuir no processo de ensino aprendizagem;
 Proporcionar a interação das atividades de monitoria com os projetos
    escolares;
 Difundir corretamente os conceitos sobre o meio ambiente;
 Estimular os alunos a serem multiplicadores dos conhecimentos
    sobre o meio ambiente em suas atividades escolares.
1.2. Objetivo e/ ou
                                                      questões do estudo

ex:

Objetivo Geral

Analisar as técnicas e métodos de ensino de desenho de moda na
formação do aluno de cursos de Design de Moda, como meio e fim do
processo de aprendizagem para o desenvolvimento da sua capacidade
criativa.


Objetivos específicos

    Avaliar a aplicação de técnicas de desenho no aprendizado da
    disciplina;

 Analisar o desempenho e capacidade criativa do aluno no ensino e
  aprendizagem de técnicas e métodos aplicados na disciplina de
  desenho de moda.
1.2. Objetivo e/ ou
                                                questões do estudo

 Ou, pode-se trabalhar com Hipóteses;

ex: 1 – Em atividades acadêmicas, os professores
        interagem mais com os alunos sobre os quais
        têm altas expectativas.

ex: 2 – Os grupos submetidos a liderança autoritária
        tendem a ser mais agressivos do que aqueles
        cujas lideranças são democráticas.
1.3. Quadro teórico

  O referencial teórico deve constar, em suas
  linhas gerais, do projeto. A coerência entre
  este, o problema focalizado, e a metodologia
  adotada é essencial. O quadro conceitual deve
  ser justificado.
1.4. Importância do estudo
    Pode ser demonstrada indicando a sua contribuição para:

 Construção do conhecimento

  O pesquisador deve se referir a revisão inicial da literatura
  pertinente, apontada na Introdução, destacando a lacuna
  que irá preencher ou as inconsistência que o estudo se
  propõe a esclarecer.

  Pode, também, fazer referências a aspectos teóricos que
  o estudo irá testar em outros contextos, ou com outros
  grupos, utilizando procedimentos diferentes dos usados
  em pesquisas anteriores.
1.4. Importância do estudo

 Utilidade para prática profissional;
 Para formulação de políticas.

 Pode ser demonstrada apresentando dados que
 evidenciem a incidência e/ ou gravidade do problema e os
 custos sociais e econômicos envolvidos;


 Pode ser sustentada citando planos de Governo e artigos
 de especialistas no tema ou revisões de literatura na área
 que apontem a necessidade de pesquisa sobre o tema
 proposto. No caso da pesquisa ser financiada, este
 aspecto deve ser enfatizado.
2 Procedimentos Metodológicos
2.1 Indicação e justificação do paradigma que orienta o
   estudo.
2.2 As etapas de desenvolvimento da pesquisa.
2.3 a descrição do contexto.
2.4 o processo de seleção dos participantes.
2.5 os procedimentos e o instrumental de coleta e análise
   dos dados.
2.6 os recursos utilizados para maximizar a confiabilidade
   dos resultados.
2.7 o cronograma.
2.1 Indicação e justificação do
paradigma que orienta o estudo.

Antes de iniciar a descrição dos procedimentos
  metodológicos o pesquisador deve:


 Demonstrar   a   adequação    do    paradigma
  adotado ao estudo proposto.
 Deve   fazer   referência   aos   pressupostos
  explicitamente ou remetendo o leitor para
  textos referentes ao assunto.
 Mencionar      o formato utilizado(estudo de
  caso, etnografia, histórias de vida, ou outros)
  ao objetivo da pesquisa.
Nos estudos qualitativos o pesquisador é o
 principal instrumento de investigação.
 (Creswell,1994) recomenda que nos parágrafos
 iniciais da metodologia se forneça informações
 sobre   suas   experiências   relacionadas   ao
 contexto ou aos sujeitos.
2.2    As     etapas   de   desenvolvimento   da
  pesquisa.
  O contexto nas pesquisas qualitativas são
  relevantes, por isso recomenda-se:
 Negociação para obter acesso ao campo.
 A investigação seja precedida de um período
  exploratório.
 As instituições costumam ter procedimentos
  formais para conceder autorização para
  entrada de um observador externo, bem como
  alguns espaços e documentos.

 Quanto aos alunos, é necessário ter uma carta
  de apresentação.
 Conhecer a hierarquia da instituição a ser
  pesquisada.
 Ajuda informal de alguém do próprio sistema.
 O pesquisador deve está preparado para
  responder questões como:
 O que você quer investigar?
 O estudo vai interferir na rotina das pessoas?
 O vai fazer com os resultados?
 Que tipo de benefício vai trazer para a
  comunidade?
  Quanto ao projeto recomenda-se:
 Descreva brevemente os passos para obtenção
  do acesso ao campo, as informações prestadas
  aos administradores e participantes durante o
  processo de negociação.
 Após o acesso ao campo inicia-se o período
  exploratório cujo objetivo é proporcionar uma
  visão geral do problema, focalização das
  questões e outras fontes de dados.
 As perguntas feitas aos sujeitos nessa fase
  são gerais.
 Definido os contornos da pesquisa, passa-se
  para a fase da investigação focalizada.
Inicia-se a coleta sistemática de dados, usando:


 Questionários;
 Roteiros de entrevistas;
 Formulários de observação e outros.
• A análise e interpretação dos dados vão sendo
  feitas    de    forma     interativa com    a
  coleta, acompanhando todo o processo de
  investigação.

 2.3 contexto e participantes.
A escolha do campo e dos participantes nas
pesquisas qualitativas é proposital.
Se escolhe por interesse do estudo, das condições de
acesso e permanência no campo.
No projeto nem sempre é possível indicar quantos e
quais são os sujeitos envolvidos, indica-se alguns.
Lincoln e Guba (1985) indica alguns passos para
seleção dos sujeitos:
Identificação dos participantes iniciais.
Emergência ordenada da amostra.
novos sujeitos vão sendo incluídos após obtidas
as informações dos selecionados anteriormente.
Focalização contínua da amostra.
 Novas questões emergem sendo necessário
incluir outros sujeitos relacionados a essas
questões.
Encerramento da coleta.
 Onde a respostas atinge o ponto de redundância.
• Esses autores recomendam, onde não for
  possível obter muitas informações prévias
  sobre o contexto, utilizar a técnica da “bola de
  neve”.

• Consiste em identificar alguns e estes vão
  indicando outros, até atingir o ponto de
  redundância.
2.4 Procedimentos e instrumentos metodológicos
 Observação ( participante ou não)
 Entrevista em profundidade
 Análise de documentos
Sugestão bibliograficas: Lincoln e
Denzin (1994), Ludke & André (1986), Le Compte, Millroy e
Preissle (1982), Marshall e Rossmann (1987) e Yin (1985).

2.4.1 Observação
 A observação de fatos, comportamentos e cenários
é extremamente valorizado pelas pesquisas
qualitativas.
Desvantagens apontadas pela pesquisa
                                        .                Contrapontos
              tradicioanl
Limite temporal-espacial                    Só se constitui problema quando a
                                            observação é a única técnica utilizada
                                            para a coleta de dados

Consumo de tempo                            Só parece excessivo quando
                                            comparado ao despendido com
                                            pesquisas baseadas na aplicação
                                            coletiva de questionários ou testes,
                                            que pode ser feita em apenas um
                                            dia

Possibilidades de inferências               Não é exclusiva da observação e pode
incorretas                                  ser minimizada pelo uso de outras
                                            técnicas, p.e. a checagem, com os
                                            participantes, das interpretações
                                            feitas pelo pesquisador.
Interferências do pesquisador na            Pode ser minimizada pela permanência
situação observada                          do pesquisador no campo da pesquisa.
.
Vantagens
a) Independe do nível de conhecimento da capacidade
   dos sujeitos;

b) Permite “checar” na prática a sinceridade de algumas
   respostas que, são dadas só para “causar boa
   impressão;

c) Permite identificar comportamentos não intencionais ou
inconscientes e explorar tópicos que os informantes não
se sentem à vontade para discutir;

d) Permite o registro do comportamento em seu contexto
temporal-espacial.
Quanto a flexibilidade a observação pode ser:
 Estruturada (sistemática)
 São usadas para observar e fazer registros preestabelecidos;
 Quando o pesquisador trabalha com um quadro teórico a
priori que permite a proposição de questões mais precisa e a
identificação de categorias de observação relevantes para
responder;
 É usada para identificar prática que a teoria indica que são
eficazes e eventualmente pode usar alguma forma de
quantificação.
.
Níveis de quantificação:

1. Sistema de sinal – registra apenas a presença ou
  ausência do comportamento durante o período
  observado, sem a preocupação com a frequência
  ou grau m que ocorre. E.p
 O Professor                                      sim   não

 Explica os objetivos da aula
 Expõe o assunto de maneira interessante
 Demonstra conhecimento da matéria
 Usa o livro texto e material de apoio de forma
 eficaz
.
2. Registro de frequência – o comportamento é

registrado cada vez que ocorre. Exemplo.
O professor:
Se dirige a classe como um todo             IIIIII

Trabalha com pequenos grupos                IIII

Trabalha individualmente com aluno          IIII

Não está envolvido em qualquer interação    II

3. Escalas - permite estimar o grau em que um

determinado comportamento ocorre e fazer
julgamento qualitativo sobre esse comportamento ou
atividades observada
.
Exemplos de escala de observação.
a) O professor estimula a participação na discussão
Raramente
Ocasionalmente
Frequentemente


b) Variedade de técnicas utilizadas pelo professor
Alta                        Moderada                    baixa
       1           2             3              4               5


c) O relacionamento professor-aluno parece:

                                                X

 Excelente        Bom          Regular       Sofrível     péssimo
Não-estruturada (assistemática, antropológica ou
livres).
• Observação característica dos estudos qualitativos;
• Comportamentos observados são relatados da
  forma como ocorrem, visando descrever e
  compreender o que está ocorrendo numa dada
  situação.
• O pesquisador se torna parte da situação
  observada, interagindo por longos períodos com os
  sujeitos, buscando partilhar o seu cotidiano para
  sentir o que significa está naquela situação.
 A importância atribuída a pesquisa participante está
  relacionada à valorização do instrumental humano;.
 O observador participante deve aprender a usar sua
  própria pessoa como o principal e mais confiável
  instrumento de observação, seleção, coordenação e
   interpretação.
Para Guba e Lincoln (1989), o papel atribuído ao
instrumental humano decorre de sua extrema
adaptabilidade, o que leva esses autores a
recomendarem que, nos estágios iniciais do trabalho
de campo ele seja, não apenas o principal, mas o
único instrumento de investigacão.
.
Habilidades exigidas do observador participante:
a) Ser capaz de estabelecer uma relação de confiança
   com os sujeitos;
b) Ter sensibilidade para as pessoas;
c) Ser bom ouvinte;
d) Formular boas perguntas;
e) Ter familiaridade com as questões observadas;
f) Ter flexibilidade para se adaptar a situações
   inesperadas;
g) Não ter pressa de identificar padrões ou atribuir
   significados aos fenômenos observados.
Com relação ao projetos os seguintes aspectos da
observação participantes deverão ser esclarecidos:

a) O nível de participação do observador no contexto
   estudado;
b) O grau de conhecimento dos participantes sobre os
   objetivos do estudo proposto;
c) O contexto da observação;
d) Duração provável e, sempre que possível, distribuição
   do tempo;
e) Forma de registro dos dados;
.

2.4.2 Entrevistas
 Tem natureza interativa, permitindo tratar de temas
  complexos que dificilmente poderiam ser
  investigados através de questionários, explorando-
  os profundamente.


 São pouco estruturadas, sem um fraseamento e
  uma ordem rigidamente estabelecidos para as
  perguntas, assemelhando-se muito a uma conversa.
.
 Entrevistas qualitativas

        Tipo         Grau de controle exercido pelo entrevistador
                                   sobre o dialogo
Não estruturadas    O entrevistador introduz o tema pedindo que o
                    sujeito fale um pouco sobre ele, eventualmente
                    inserindo alguns tópicos de interesse no fluxo da
                    conversa.
Semi-estruturadas   O entrevistador faz perguntas especificas, mas
                    também deixa que o entrevistado responda em
                    seus próprios termos.
Historia oral       O pesquisador procura reconstituir, através da
                    visão dos sujeitos envolvidos, um período ou
                    evento histórico, p.e.
Historia de vida    O pesquisador está interessado na trajetória de
                    vida dos entrevistados, geralmente com o objetivo
                    de associá-la a situações do presente.
.
2.4.3 Documentos
 Considera-se com documento qualquer registro escrito
que possa ser usado como fonte de informação.
A análise de documentos pode ser: a única fonte de dados
ou, combinada com outras técnicas de coleta de dados;


 Qualquer que seja a forma de utilização dos
documentos, o pesquisador precisa conhecer algumas
informações sobres eles, como p.e., por qual instituição ou
por qual foram criados, que procedimentos e/ou fontes
utilizaram e com que propósitos foram elaborados
2.5 Unidade de análise
Se refere a forma pela qual organizamos os
dados para efeito de análise.
a. Uma organização;
b. Um grupo;
c. Diferentes     subgrupos    em     uma
   comunidade;
d. Ou determinados indivíduos.
2.5 Unidade de análise

• Se tratando de estudos de caso, o
  estabelecimento da unidade de análise
  corresponde à definição do caso.
 EX: Em um estudo localizado em uma Instituição de
 ensino superior, pode-se está interessado na
 implementação de uma inovação, ou em como
 diferentes segmentos reagiram à inovação.
• Uma descrição dos aspectos relevantes do caso
  deve ser incluído no projeto.
2.6 Análise dos dados

 • Pesquisas qualitativas geram um enorme
   volume de dados que precisam se organizados
   e compreendidos.
 • Se procura identificar dimensões, categorias,
   tendências, padrões, relações, desvendando-
   lhes o significado.
 • Esse é um processo que inicia-se na fase
   exploratória e acompanha toda a investigação.
2.6 Análise dos dados
• À medida que os dados vão sendo coletados, o
 pesquisador vai procurando identificar temas e
 relações, construindo interpretações e gerando
 novas questões e/ou aperfeiçoando as anteriores, o
 que leva a buscar novos dados, num processo de
 “sinfonia fina” que vai até a análise final.
• O pesquisador pode informar que sua análise será
  desenvolvida durante toda a investigação, através de
  teorizações progressivas em um processo interativo
  com a coleta de dados.
• O pesquisador deve descrever suas decisões iniciais
  sobre a análise dos dados e convencer o leitor de
  que está consciente das dificuldades mas que é
  suficientemente competente para realizá-la.
• Quando dados quantitativos são usados para
  complementar os qualitativos, o tratamento dado a
  cada um deles deve ser descrito separadamente
  (MARSHALL E ROSSMAN, 1989)
2.7 Procedimentos para maximizar a
            confiabilidade
• Os trabalhos iniciais relacionados a esta
  questão procuravam traduzir para a pesquisa
  qualitativa o conceito de validade interna,
  validade externa, fidedignidade usados na
  pesquisa tradicional. Atualmente muitos
  autores consideram que tais conceitos não
  constituem modelos apropriados para a
  pesquisa qualitativa e propõem critérios para
  substituí-los.
Lincoln & Guba sugerem:
a. Credibilidade;

b. Transferibilidade;

c. Consistência;

d. Confirmabilidade.
2.7.1 Critérios relativos a Credibilidade
Os resultados e interpretações feitas pelo pesquisador
são plausíveis para os sujeitos envolvidos?
• Permanência prolongada no campo - Deve ser
  suficientemente longo para que o pesquisador possa
  aprender a cultura de uma perspectiva mais ampla.
• Checagem pelos participantes – Verificar se as
  interpretações do pesquisador fazem sentido para
  aqueles que forneceram os dados.
• Questionamento por pares – Consiste em solicitar a
  colegas não envolvidos na pesquisa, mas que
  trabalhem no mesmo paradigma para apontar falhas,
  pontos obscuros e vieses nas interpretações....
2.7.1 Critérios relativos a Credibilidade
   • Triangulação – Quando usamos diferentes
     maneiras para investigar um mesmo ponto.
     Denzin (1978) apresenta quatro tipos    de
     triangulação: de fontes, de métodos,    de
     investigadores e de teorias.

   • Análise de hipóteses e alternativas – Tendo
     analisado seus dados e formulado suas
     hipóteses sobre, por exemplo, as dimensões
     que compõem um dado fenômeno, o
     pesquisador deve procurar interpretações
     ou explicações rivais de suas hipóteses.
• Análise de casos negativos- A análise dos
  casos que se afastam do padrão pode trazer
  esclarecimentos importantes e ajudar a refinar
  explicações e interpretações.
2.7.2 Critérios relativos à
transferibilidade
•A    transferibilidade   se     refere   a
 possibilidade de que os resultados
 obtidos    num    determinado    contexto
 numa pesquisa qualitativa possam ser
 aplicados noutro contexto.
• Na pesquisa qualitativa:

A responsabilidade do pesquisador é oferecer ao
seu leitor uma descrição densa do contexto
estudado, bem como das características de seus
sujeitos, para permitir que a decisão de aplicar
ou não os resultados a um novo contexto possa
ser bem fundamentada.
2.7.3 Critérios relativos à consistência
e confirmabilidade

• Consistência ou Fidedignidade:

a maneira mais comum de comprovar
se os resultados são fidedignos é
repetir a aplicação do instrumento.
• Confirmabilidade:

“Se outra pessoa fizesse o mesmo
 estudo, obteria os mesmos resultados
 e chegaria às mesmas conclusões?”
• Chega a ser um processo de reanálise
  Trata-se de uma prática que deve
  constituir preocupação do investigador
  qualitativo porque, ao fazê-lo, abre a
  pesquisa a outros investigadores que
  assim podem verificar se o estudo foi
  conduzido de forma sistemática e
  coerente, tornando-o mais consistente e
  possível    de    reaplicar  a    outros
  contextos/situações.
• A verificação é o processo de testar, confirmar,
  assegurar.
• Na pesquisa qualitativa, a verificação refere os
  mecanismos usados durante o processo da
  pesquisa para, de forma gradual e progressiva,
  assegurar a fiabilidade e validade e, assim, o
  rigor da pesquisa desenvolvida.
• Estes mecanismos são levados a cabo em cada
  passo do estudo de forma a assegurar um
  produto final sólido (CRESWELL, 1998), ao
  permitirem a identificação e consequente
  correção de erros antes que estes possam
  surgir e subverter a análise.
• Os “critérios de verificação” se
adotados pelo investigador no decurso
 de uma pesquisa qualitativa, podem
 ajudar a garantir a credibilidade dos
  resultados obtidos e a qualidade
    científica do estudo realizado.
Conclusão
• Os autores discutem as alternativas que
  se apresentam ao pesquisador no
  planejamento da pesquisa qualitativa em
  cada um dos aspectos relevantes para
  avaliação de um projeto, analisando as
  implicações de cada uma delas, porque
  acredita e nós concordamos, que é
  fundamental que o pesquisador esteja
  consciente delas, para que possa justificar
  adequadamente suas escolhas.
REFERÊNCIAS
• ALVES-MAZZOTI, Alda Judith; GEWANDSZNAJDER,
  Fernando. Planejamento de pesquisas qualitativas.
  In: ALVES-MAZZOTTI, A. J. & GEWANDSZNAJDER, F. O
  método nas ciências naturais e sociais. São. Paulo:
  Pioneira Thomson Learning, 2004. p.147-178.

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Planejamento de Pesquisas Qualitativas

  • 1. O Planejamento de Pesquisas Qualitativas Alda Alves - Mazzoti e Fernando Gewandsznajder Mestrado em Educação – Minter IFPI Seminário da Disciplina: Pesquisa em Educação Profª. Drª. Mari Forster Mestrandas: Francisca Ocilma Lauriane Maria do Livramento Nelymar Rayssa Sônia Matos Moutinho
  • 2. Entre os argumentos que podemos destacar em defesa de um mínimo de estruturação (Lincolcon e Guba, 1985): 1) O foco e o design devem emergir, por um processo de indução, do conhecimento do contexto e das múltiplas realidades construídas pelos participantes em suas influências recíprocas; 2) Dada a natureza idiográfica (não repetível) e holística (que exige a visão da totalidade) dos fenômenos sociais, nenhuma teoria selecionada a priori é capaz de dar conta dessa realidade em sua especificidade e globalidade; 3) A focalização prematura do problema e a adoção de um quadro teórico a priori turvam a visão do pesquisador, levando-o a desconsiderar aspectos importantes que não se encaixam na teoria e a fazer interpretações distorcidas dos fenômenos estudados;
  • 3. Entre os argumentos a favor de um maior grau de estruturação destacam-se (Marshall &Rossman, 1989, Milles & Huberman, 1984): 1) Qualquer pesquisador, ao escolher um determinado “campo” (uma comunidade, uma instituição), já o faz com algum objetivo e algumas questões em mente; se é assim, não há porque não explicitá-los, mesmo que sujeitos a reajustes futuros; 2) Dificilmente um pesquisador inicia sua coleta de dados sem que alguma teoria esteja orientado seus passos, mesmo que implicitamente; nesse caso, é preferível torná-la pública; 3) a ausência de focalização e de critérios na coleta de dados frequentemente resulta em perda de tempo, excesso de dados e dificuldade de interpretação.
  • 4. . Assim, seja qual for o paradigma em que está se operando, o projeto deve indicar: a) O que se pretende investigar (o problema, o objetivo ou as questões do estudo); b) Como se planejou conduzir a investigação de modo a atingir o objetivo e/ ou a responder as questões propostas ( os procedimentos metodológicos); e c) porque o estudo é relevante (em termos de contribuições teóricas e/ ou práticas que o estudo pode oferecer).
  • 5. 1. Focalização do problema  “Problema de pesquisa” é definido como uma indagação referente à relação entre duas ou mais variáveis.  Essas variáveis podem ser diferentes aspectos da conduta de indivíduos, como, por exemplo, frustração e agressividade; dois eventos sociais, como, exclusão social e criminalidade; e assim por diante.  A relação esperada (a hipótese) é deduzida de uma teoria e o pesquisador procura criar ou encontrar situações nas quais essa relação possa ser verificada.
  • 6. 1. Focalização do problema  Muitos estudos qualitativos, porém, são exploratórios, não se preocupando em verificar teorias.  Assim, nesse campo, o conceito de “problema de pesquisa” se torna bem mais amplo, podendo ser definido como uma questão relevante que nos intriga e sobre a qual as informações disponíveis são insuficientes.
  • 7. 1. Focalização do problema Atende a vários objetivos: a) estabelece as fronteiras de investigação; b) orienta os critérios de inclusão-exclusão, ajudando o pesquisador a selecionar as informações relevantes; c) ajuda a orientar decisões sobre atores e cenários (Lincolcon e Guba, 1985; Milles & Huberman, 1984):
  • 8. 1.1 Introdução Esta é a parte em que o pesquisador “constrói o seu problema, isto é coloca a pesquisa proposta no contexto da discussão acadêmica sobre o tema, indicando qual a lacuna ou inconsistência no conhecimento anterior que buscará esclarecer, demonstrando assim que o que está planejando fazer é necessário e original.
  • 9. 1.1 Introdução Creswell (1994) aponta quatro componentes-chave na Introdução de um projeto de pesquisa: 1. apresentação do problema que levou ao estudo proposto; 2. inserção do problema no âmbito da literatura acadêmica; 3. discussão das deficiências encontradas na literatura que trata o problema; e 4. Identificação da audiência a que se destina prioritariamente e explicitação da significância do estudo para essa audiência.
  • 10. 1.1 Introdução Na apresentação do problema, recomenda: a) iniciar com um parágrafo que expresse a questão focalizada inserindo-a numa problemática mais ampla, de modo a estimular o interesse de um grande número de leitores; b) especificar o problema que levou ao estudo proposto; c) Indicar porque o problema é importante; d) Focalizar a formulação dom problema nos conceitos-chave que serão explorados; e e) Considerar o uso dos dados numéricos que possam causar impactos.
  • 11. 1.1 Introdução No que se refere às deficiências na literatura, sugere: a) apontar aspectos negligenciados pelos estudos anteriores, como, por exemplo, tópicos não explorados, tratamentos estatísticos inovadores ou implicações significativas não analisadas; e b) Indicar um estudo proposto pretende superar essas deficiências, oferecendo uma contribuição original à literatura;
  • 12. 1.2. Objetivo e/ ou questões do estudo  É o que define de forma mais direta que aspecto da problemática exposta, constitui o interesse central da pesquisa. ex: A pesquisa realizada, teve por objetivo investigar, junto a meninos e meninas de rua e a meninos e meninas trabalhadores, as seguintes representações consideradas relevantes para os processos de socialização e ressocialização: família, rua, turma, criança, adulto, escola, trabalho, futuro e auto-imagem. Entre os quadros teóricos metodológicos, o das representações sociais nos parece o mais adequado por ser aquele que permite abordar, de forma articulada, aspectos de natureza psicológica e
  • 13. 1.2. Objetivo e/ ou questões do estudo  É freqüentemente desdobrado em questões que detalham e esclarecem o seu conteúdo; A selecionar os dados; Essas questões ajudam: A selecionar as fontes de informação; A organizar os resultados. ex: Por que algumas escolas conseguem índices de aprovação tão mais altos que a média das que trabalham com alunos de baixo nível sócio-econômico? O que os seus professores e administradores têm de especial? O que distingue a prática docente desses professores dos demais?
  • 14. 1.2. Objetivo e/ ou questões do estudo  Ou, opta-se por um objetivo geral e desdobra-o em objetivos específicos; ex: Objetivo Geral O projeto Meio Ambiente na escola tem por objetivo levar ao educando uma forma de aprendizagem holística fortalecendo valores e atitudes afim de permitir o desenvolvimento global do ser humano, proporcionando conceitos básicos de meio ambiente de forma a oferecer aos alunos, ferramentas de aprendizagem adequadas e motivadoras. Objetivos específicos  Proporcionar aos alunos ferramentas de educação ambiental que venham a contribuir no processo de ensino aprendizagem;  Proporcionar a interação das atividades de monitoria com os projetos escolares;  Difundir corretamente os conceitos sobre o meio ambiente;  Estimular os alunos a serem multiplicadores dos conhecimentos sobre o meio ambiente em suas atividades escolares.
  • 15. 1.2. Objetivo e/ ou questões do estudo ex: Objetivo Geral Analisar as técnicas e métodos de ensino de desenho de moda na formação do aluno de cursos de Design de Moda, como meio e fim do processo de aprendizagem para o desenvolvimento da sua capacidade criativa. Objetivos específicos  Avaliar a aplicação de técnicas de desenho no aprendizado da disciplina;  Analisar o desempenho e capacidade criativa do aluno no ensino e aprendizagem de técnicas e métodos aplicados na disciplina de desenho de moda.
  • 16. 1.2. Objetivo e/ ou questões do estudo  Ou, pode-se trabalhar com Hipóteses; ex: 1 – Em atividades acadêmicas, os professores interagem mais com os alunos sobre os quais têm altas expectativas. ex: 2 – Os grupos submetidos a liderança autoritária tendem a ser mais agressivos do que aqueles cujas lideranças são democráticas.
  • 17. 1.3. Quadro teórico  O referencial teórico deve constar, em suas linhas gerais, do projeto. A coerência entre este, o problema focalizado, e a metodologia adotada é essencial. O quadro conceitual deve ser justificado.
  • 18. 1.4. Importância do estudo Pode ser demonstrada indicando a sua contribuição para:  Construção do conhecimento O pesquisador deve se referir a revisão inicial da literatura pertinente, apontada na Introdução, destacando a lacuna que irá preencher ou as inconsistência que o estudo se propõe a esclarecer. Pode, também, fazer referências a aspectos teóricos que o estudo irá testar em outros contextos, ou com outros grupos, utilizando procedimentos diferentes dos usados em pesquisas anteriores.
  • 19. 1.4. Importância do estudo  Utilidade para prática profissional;  Para formulação de políticas. Pode ser demonstrada apresentando dados que evidenciem a incidência e/ ou gravidade do problema e os custos sociais e econômicos envolvidos; Pode ser sustentada citando planos de Governo e artigos de especialistas no tema ou revisões de literatura na área que apontem a necessidade de pesquisa sobre o tema proposto. No caso da pesquisa ser financiada, este aspecto deve ser enfatizado.
  • 20. 2 Procedimentos Metodológicos 2.1 Indicação e justificação do paradigma que orienta o estudo. 2.2 As etapas de desenvolvimento da pesquisa. 2.3 a descrição do contexto. 2.4 o processo de seleção dos participantes. 2.5 os procedimentos e o instrumental de coleta e análise dos dados. 2.6 os recursos utilizados para maximizar a confiabilidade dos resultados. 2.7 o cronograma.
  • 21. 2.1 Indicação e justificação do paradigma que orienta o estudo. Antes de iniciar a descrição dos procedimentos metodológicos o pesquisador deve:  Demonstrar a adequação do paradigma adotado ao estudo proposto.
  • 22.  Deve fazer referência aos pressupostos explicitamente ou remetendo o leitor para textos referentes ao assunto.  Mencionar o formato utilizado(estudo de caso, etnografia, histórias de vida, ou outros) ao objetivo da pesquisa.
  • 23. Nos estudos qualitativos o pesquisador é o principal instrumento de investigação. (Creswell,1994) recomenda que nos parágrafos iniciais da metodologia se forneça informações sobre suas experiências relacionadas ao contexto ou aos sujeitos.
  • 24. 2.2 As etapas de desenvolvimento da pesquisa. O contexto nas pesquisas qualitativas são relevantes, por isso recomenda-se:  Negociação para obter acesso ao campo.  A investigação seja precedida de um período exploratório.
  • 25.  As instituições costumam ter procedimentos formais para conceder autorização para entrada de um observador externo, bem como alguns espaços e documentos.  Quanto aos alunos, é necessário ter uma carta de apresentação.  Conhecer a hierarquia da instituição a ser pesquisada.  Ajuda informal de alguém do próprio sistema.  O pesquisador deve está preparado para responder questões como:
  • 26.  O que você quer investigar?  O estudo vai interferir na rotina das pessoas?  O vai fazer com os resultados?  Que tipo de benefício vai trazer para a comunidade? Quanto ao projeto recomenda-se:  Descreva brevemente os passos para obtenção do acesso ao campo, as informações prestadas aos administradores e participantes durante o processo de negociação.
  • 27.  Após o acesso ao campo inicia-se o período exploratório cujo objetivo é proporcionar uma visão geral do problema, focalização das questões e outras fontes de dados.  As perguntas feitas aos sujeitos nessa fase são gerais.  Definido os contornos da pesquisa, passa-se para a fase da investigação focalizada.
  • 28. Inicia-se a coleta sistemática de dados, usando:  Questionários;  Roteiros de entrevistas;  Formulários de observação e outros.
  • 29. • A análise e interpretação dos dados vão sendo feitas de forma interativa com a coleta, acompanhando todo o processo de investigação.  2.3 contexto e participantes. A escolha do campo e dos participantes nas pesquisas qualitativas é proposital. Se escolhe por interesse do estudo, das condições de acesso e permanência no campo. No projeto nem sempre é possível indicar quantos e quais são os sujeitos envolvidos, indica-se alguns. Lincoln e Guba (1985) indica alguns passos para seleção dos sujeitos:
  • 30. Identificação dos participantes iniciais. Emergência ordenada da amostra. novos sujeitos vão sendo incluídos após obtidas as informações dos selecionados anteriormente. Focalização contínua da amostra. Novas questões emergem sendo necessário incluir outros sujeitos relacionados a essas questões. Encerramento da coleta. Onde a respostas atinge o ponto de redundância.
  • 31. • Esses autores recomendam, onde não for possível obter muitas informações prévias sobre o contexto, utilizar a técnica da “bola de neve”. • Consiste em identificar alguns e estes vão indicando outros, até atingir o ponto de redundância.
  • 32. 2.4 Procedimentos e instrumentos metodológicos  Observação ( participante ou não)  Entrevista em profundidade  Análise de documentos Sugestão bibliograficas: Lincoln e Denzin (1994), Ludke & André (1986), Le Compte, Millroy e Preissle (1982), Marshall e Rossmann (1987) e Yin (1985). 2.4.1 Observação  A observação de fatos, comportamentos e cenários é extremamente valorizado pelas pesquisas qualitativas.
  • 33. Desvantagens apontadas pela pesquisa . Contrapontos tradicioanl Limite temporal-espacial Só se constitui problema quando a observação é a única técnica utilizada para a coleta de dados Consumo de tempo Só parece excessivo quando comparado ao despendido com pesquisas baseadas na aplicação coletiva de questionários ou testes, que pode ser feita em apenas um dia Possibilidades de inferências Não é exclusiva da observação e pode incorretas ser minimizada pelo uso de outras técnicas, p.e. a checagem, com os participantes, das interpretações feitas pelo pesquisador. Interferências do pesquisador na Pode ser minimizada pela permanência situação observada do pesquisador no campo da pesquisa.
  • 34. . Vantagens a) Independe do nível de conhecimento da capacidade dos sujeitos; b) Permite “checar” na prática a sinceridade de algumas respostas que, são dadas só para “causar boa impressão; c) Permite identificar comportamentos não intencionais ou inconscientes e explorar tópicos que os informantes não se sentem à vontade para discutir; d) Permite o registro do comportamento em seu contexto temporal-espacial.
  • 35. Quanto a flexibilidade a observação pode ser:  Estruturada (sistemática)  São usadas para observar e fazer registros preestabelecidos;  Quando o pesquisador trabalha com um quadro teórico a priori que permite a proposição de questões mais precisa e a identificação de categorias de observação relevantes para responder;  É usada para identificar prática que a teoria indica que são eficazes e eventualmente pode usar alguma forma de quantificação.
  • 36. . Níveis de quantificação: 1. Sistema de sinal – registra apenas a presença ou ausência do comportamento durante o período observado, sem a preocupação com a frequência ou grau m que ocorre. E.p O Professor sim não Explica os objetivos da aula Expõe o assunto de maneira interessante Demonstra conhecimento da matéria Usa o livro texto e material de apoio de forma eficaz
  • 37. . 2. Registro de frequência – o comportamento é registrado cada vez que ocorre. Exemplo. O professor: Se dirige a classe como um todo IIIIII Trabalha com pequenos grupos IIII Trabalha individualmente com aluno IIII Não está envolvido em qualquer interação II 3. Escalas - permite estimar o grau em que um determinado comportamento ocorre e fazer julgamento qualitativo sobre esse comportamento ou atividades observada
  • 38. . Exemplos de escala de observação. a) O professor estimula a participação na discussão Raramente Ocasionalmente Frequentemente b) Variedade de técnicas utilizadas pelo professor Alta Moderada baixa 1 2 3 4 5 c) O relacionamento professor-aluno parece: X Excelente Bom Regular Sofrível péssimo
  • 39. Não-estruturada (assistemática, antropológica ou livres). • Observação característica dos estudos qualitativos; • Comportamentos observados são relatados da forma como ocorrem, visando descrever e compreender o que está ocorrendo numa dada situação. • O pesquisador se torna parte da situação observada, interagindo por longos períodos com os sujeitos, buscando partilhar o seu cotidiano para sentir o que significa está naquela situação.
  • 40.  A importância atribuída a pesquisa participante está relacionada à valorização do instrumental humano;.  O observador participante deve aprender a usar sua própria pessoa como o principal e mais confiável instrumento de observação, seleção, coordenação e interpretação. Para Guba e Lincoln (1989), o papel atribuído ao instrumental humano decorre de sua extrema adaptabilidade, o que leva esses autores a recomendarem que, nos estágios iniciais do trabalho de campo ele seja, não apenas o principal, mas o único instrumento de investigacão.
  • 41. . Habilidades exigidas do observador participante: a) Ser capaz de estabelecer uma relação de confiança com os sujeitos; b) Ter sensibilidade para as pessoas; c) Ser bom ouvinte; d) Formular boas perguntas; e) Ter familiaridade com as questões observadas; f) Ter flexibilidade para se adaptar a situações inesperadas; g) Não ter pressa de identificar padrões ou atribuir significados aos fenômenos observados.
  • 42. Com relação ao projetos os seguintes aspectos da observação participantes deverão ser esclarecidos: a) O nível de participação do observador no contexto estudado; b) O grau de conhecimento dos participantes sobre os objetivos do estudo proposto; c) O contexto da observação; d) Duração provável e, sempre que possível, distribuição do tempo; e) Forma de registro dos dados;
  • 43. . 2.4.2 Entrevistas  Tem natureza interativa, permitindo tratar de temas complexos que dificilmente poderiam ser investigados através de questionários, explorando- os profundamente.  São pouco estruturadas, sem um fraseamento e uma ordem rigidamente estabelecidos para as perguntas, assemelhando-se muito a uma conversa.
  • 44. . Entrevistas qualitativas Tipo Grau de controle exercido pelo entrevistador sobre o dialogo Não estruturadas O entrevistador introduz o tema pedindo que o sujeito fale um pouco sobre ele, eventualmente inserindo alguns tópicos de interesse no fluxo da conversa. Semi-estruturadas O entrevistador faz perguntas especificas, mas também deixa que o entrevistado responda em seus próprios termos. Historia oral O pesquisador procura reconstituir, através da visão dos sujeitos envolvidos, um período ou evento histórico, p.e. Historia de vida O pesquisador está interessado na trajetória de vida dos entrevistados, geralmente com o objetivo de associá-la a situações do presente.
  • 45. . 2.4.3 Documentos  Considera-se com documento qualquer registro escrito que possa ser usado como fonte de informação. A análise de documentos pode ser: a única fonte de dados ou, combinada com outras técnicas de coleta de dados;  Qualquer que seja a forma de utilização dos documentos, o pesquisador precisa conhecer algumas informações sobres eles, como p.e., por qual instituição ou por qual foram criados, que procedimentos e/ou fontes utilizaram e com que propósitos foram elaborados
  • 46. 2.5 Unidade de análise Se refere a forma pela qual organizamos os dados para efeito de análise. a. Uma organização; b. Um grupo; c. Diferentes subgrupos em uma comunidade; d. Ou determinados indivíduos.
  • 47. 2.5 Unidade de análise • Se tratando de estudos de caso, o estabelecimento da unidade de análise corresponde à definição do caso. EX: Em um estudo localizado em uma Instituição de ensino superior, pode-se está interessado na implementação de uma inovação, ou em como diferentes segmentos reagiram à inovação. • Uma descrição dos aspectos relevantes do caso deve ser incluído no projeto.
  • 48. 2.6 Análise dos dados • Pesquisas qualitativas geram um enorme volume de dados que precisam se organizados e compreendidos. • Se procura identificar dimensões, categorias, tendências, padrões, relações, desvendando- lhes o significado. • Esse é um processo que inicia-se na fase exploratória e acompanha toda a investigação.
  • 49. 2.6 Análise dos dados • À medida que os dados vão sendo coletados, o pesquisador vai procurando identificar temas e relações, construindo interpretações e gerando novas questões e/ou aperfeiçoando as anteriores, o que leva a buscar novos dados, num processo de “sinfonia fina” que vai até a análise final.
  • 50. • O pesquisador pode informar que sua análise será desenvolvida durante toda a investigação, através de teorizações progressivas em um processo interativo com a coleta de dados. • O pesquisador deve descrever suas decisões iniciais sobre a análise dos dados e convencer o leitor de que está consciente das dificuldades mas que é suficientemente competente para realizá-la. • Quando dados quantitativos são usados para complementar os qualitativos, o tratamento dado a cada um deles deve ser descrito separadamente (MARSHALL E ROSSMAN, 1989)
  • 51. 2.7 Procedimentos para maximizar a confiabilidade • Os trabalhos iniciais relacionados a esta questão procuravam traduzir para a pesquisa qualitativa o conceito de validade interna, validade externa, fidedignidade usados na pesquisa tradicional. Atualmente muitos autores consideram que tais conceitos não constituem modelos apropriados para a pesquisa qualitativa e propõem critérios para substituí-los.
  • 52. Lincoln & Guba sugerem: a. Credibilidade; b. Transferibilidade; c. Consistência; d. Confirmabilidade.
  • 53. 2.7.1 Critérios relativos a Credibilidade Os resultados e interpretações feitas pelo pesquisador são plausíveis para os sujeitos envolvidos? • Permanência prolongada no campo - Deve ser suficientemente longo para que o pesquisador possa aprender a cultura de uma perspectiva mais ampla. • Checagem pelos participantes – Verificar se as interpretações do pesquisador fazem sentido para aqueles que forneceram os dados. • Questionamento por pares – Consiste em solicitar a colegas não envolvidos na pesquisa, mas que trabalhem no mesmo paradigma para apontar falhas, pontos obscuros e vieses nas interpretações....
  • 54. 2.7.1 Critérios relativos a Credibilidade • Triangulação – Quando usamos diferentes maneiras para investigar um mesmo ponto. Denzin (1978) apresenta quatro tipos de triangulação: de fontes, de métodos, de investigadores e de teorias. • Análise de hipóteses e alternativas – Tendo analisado seus dados e formulado suas hipóteses sobre, por exemplo, as dimensões que compõem um dado fenômeno, o pesquisador deve procurar interpretações ou explicações rivais de suas hipóteses.
  • 55. • Análise de casos negativos- A análise dos casos que se afastam do padrão pode trazer esclarecimentos importantes e ajudar a refinar explicações e interpretações.
  • 56. 2.7.2 Critérios relativos à transferibilidade •A transferibilidade se refere a possibilidade de que os resultados obtidos num determinado contexto numa pesquisa qualitativa possam ser aplicados noutro contexto.
  • 57. • Na pesquisa qualitativa: A responsabilidade do pesquisador é oferecer ao seu leitor uma descrição densa do contexto estudado, bem como das características de seus sujeitos, para permitir que a decisão de aplicar ou não os resultados a um novo contexto possa ser bem fundamentada.
  • 58. 2.7.3 Critérios relativos à consistência e confirmabilidade • Consistência ou Fidedignidade: a maneira mais comum de comprovar se os resultados são fidedignos é repetir a aplicação do instrumento.
  • 59. • Confirmabilidade: “Se outra pessoa fizesse o mesmo estudo, obteria os mesmos resultados e chegaria às mesmas conclusões?”
  • 60. • Chega a ser um processo de reanálise Trata-se de uma prática que deve constituir preocupação do investigador qualitativo porque, ao fazê-lo, abre a pesquisa a outros investigadores que assim podem verificar se o estudo foi conduzido de forma sistemática e coerente, tornando-o mais consistente e possível de reaplicar a outros contextos/situações.
  • 61. • A verificação é o processo de testar, confirmar, assegurar. • Na pesquisa qualitativa, a verificação refere os mecanismos usados durante o processo da pesquisa para, de forma gradual e progressiva, assegurar a fiabilidade e validade e, assim, o rigor da pesquisa desenvolvida. • Estes mecanismos são levados a cabo em cada passo do estudo de forma a assegurar um produto final sólido (CRESWELL, 1998), ao permitirem a identificação e consequente correção de erros antes que estes possam surgir e subverter a análise.
  • 62. • Os “critérios de verificação” se adotados pelo investigador no decurso de uma pesquisa qualitativa, podem ajudar a garantir a credibilidade dos resultados obtidos e a qualidade científica do estudo realizado.
  • 63. Conclusão • Os autores discutem as alternativas que se apresentam ao pesquisador no planejamento da pesquisa qualitativa em cada um dos aspectos relevantes para avaliação de um projeto, analisando as implicações de cada uma delas, porque acredita e nós concordamos, que é fundamental que o pesquisador esteja consciente delas, para que possa justificar adequadamente suas escolhas.
  • 64. REFERÊNCIAS • ALVES-MAZZOTI, Alda Judith; GEWANDSZNAJDER, Fernando. Planejamento de pesquisas qualitativas. In: ALVES-MAZZOTTI, A. J. & GEWANDSZNAJDER, F. O método nas ciências naturais e sociais. São. Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004. p.147-178.